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PROCESSOS PSICOTERÁPICOS: ABORDAGEM HUMANISTA EXISTENCIAL I

AULA 11. O terapeuta e seu cliente

ANGERAMI, V. A. Psicoterapia Fenomenológico-Existencial. Belo Horizonte: Artesã, 2018. (Cap. 2).

A psicoterapia fenomenológico-existencial tem por objetivo último ampliar o campo de percepção do


cliente para que ele possa alcançar uma concepção de mundo mais abrangente e repleta de
possibilidades.

Muitas vezes o cliente permanece fixado em uma concepção/idealização de mundo. Tal idealização
frequentemente impossibilita a percepção das possibilidades e imobiliza ou determina a ação da
pessoa no mundo.

Vejamos a concepção do poeta Augusto dos Anjos (1884-1914) sobre os relacionamentos humanos:

Na expressão poética tal concepção exerce influência sobre o comportamento? Explique


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Para buscar uma compreensão sobre a relação terapêutica na psicologia fenomenológico-existencial,


Angerami lança mão dos seguintes tópicos:

1. Percepção dos fatos: o espaço relacional terapêutico é, de certa forma, o “instrumento” capaz de
produzir no cliente alguma mudança em seu campo perceptivo.

A mudança no campo perceptivo é condição inicial para que a pessoa possa, a partir da mudança da
percepção dos fatos, alterar inclusive os próprios comportamentos (p. 58).
Ao abrir-se para novas possibilidades existenciais, a consciência apreende novas idealizações para
efetivar vivências inerentes a tais possibilidades. A mudança perceptiva é condição indispensável para
que outras, significativas, possam ser efetivadas no real” (p. 58)
As possibilidades que se descortinam no campo perceptivo do sujeito poderão dimensionar-lhe,
inclusive, uma nova percepção de si mesmo. Ele passa a se acreditar de modo absoluto, criando
condições emocionais para efetivar mudanças em sua própria realidade. A base emocional onde se
estruturam tais mudanças perceptivas é o esteio no qual se sustentam as condições necessárias para
a alteração dos fatos da realidade (p. 59).

2. Afinidades e concepção de valores: o espaço relacional terapêutico é também um local de encontro


(e confronto) de valores e concepções de mundo. Angerami considera que, quanto maior for a
afinidade de valores entre o cliente e o terapeuta, mais propícias serão as condições de
desenvolvimento da psicoterapia.

O autor considera que até mesmo o repertório linguístico do cliente (ou do terapeuta) pode se tornar
uma barreira para a comunicação dos fenômenos vividos. Fato que não necessariamente inviabiliza o
desenvolvimento do processo terapêutico, mas que pode torná-lo mais moroso, pois, antes de
compreender os fenômenos vividos pelo cliente, o terapeuta precisará entender como se estrutura a
fala do outro.

Quanto aos valores do cliente e suas concepções de mundo, caso o terapeuta não os compreenda, é
possível que a psicoterapia se torne um processo engessado e destituído de fluidez.

Contudo, o terapeuta não necessita partilhar dos valores do cliente, mas deve entender que tais
valores de certa forma representam o lugar de fala do cliente e, dessa maneira, devem ser respeitados.
Tal respeito ofertado pelo terapeuta ao cliente se constitui, inclusive, como ambiente propício para a
reflexão e mudança.

O que nos interessa ressaltar é que o princípio maior da psicoterapia é ser um processo libertário que
conduza o paciente a novas perspectivas existenciais independentemente de sua orientação teórica (p.
74)

3. Sentimentos do psicoterapeuta diante do paciente: Angerami enumera três possibilidades de


sentimento que são propícias ao desenvolvimento da psicoterapia.
 Admiração: “Significa olhar com espanto, surpresa ou deslumbramento; ter grande apreço,
considerar com respeito e simpatia” (p. 78).
 Afeição e apego: “O apego ao vínculo psicoterapêutico pode ser saudável e utilizado como
coadjuvante ao desenvolvimento do paciente. Antes de qualquer coisa, ele será um
instrumento a ser utilizado para levar o paciente a melhorar seu sentimento de autoestima,
além de fazer com que ele possa potencializar seus valores e se desenvolver em plenitude
existencial” (p. 81)
 Empatia: “[...] sentimento de compreensão e unidade emocional com alguém, de modo que
uma emoção sentida por uma pessoa é vivenciada em alguma medida por outra que tenha
empatia com ela” (pp. 81, 82). A empatia produz no terapeuta a sensação de ser impactado
pelo mundo interno de seu cliente, de tal maneira que o próprio psicoterapeuta,
frequentemente, modifica sua visão de mundo a partir do encontro terapêutico.

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