CONTATOLOGIA

PROFESSORA: CIDA
TENÓRIO
 CONTATOLOGIA
ESPECIALIDADE DA OPTOMETRIA E DO TÉCNICO EM ÓPTICA
QUE CUIDA DA ADAPTAÇÃO DAS LENTES DE CONTATO AO
OLHO, POIS NÃO BASTA SABER SOMENTE A GRADUAÇÃO. É
NECESSÁRIO SABER A CURVATURA CORRETA DA CÓRNEA,
DIÂMETRO, TIPO DE LÁGRIMA, TENSÃO PALPEBRAL E
MATERIAL MAIS ADEQUADO.
 HISTÓRICO – PRIMEIRAS IDEIAS

• A EXPRESSÃO “LENTES DE CONTATO” FOI USADA

PELA PRIMEIRA VEZ EM 1887, NA EUROPA.
• ERAM LENTES ESCLERAIS USADAS DE FORMA
BASTANTE RESTRITA.
• ESSAS LENTES EXIGIAM O USO DE UM LÍQUIDO,
COLOCADO ENTRE A LENTE E A CÓRNEA,
SUBSTITUINDO O FILME LACRIMAL, CUJA
PASSAGEM ERA INTERROMPIDA PELA APERTADA
CURVATURA DA LENTE APÓS ALGUMAS HORAS
DE USO: SEM OXIGÊNIO FORNECIDO PELA
LÁGRIMA, AS LENTES PROVOCAVAM IRRITAÇÕES
DOLOROSAS.
 LEONARDO DA VINCI
• APRESENTOU AS PRIMEIRAS IDEIAS SOBRE A
CRIAÇÃO DE UMA LENTE DE CONTATO.
• EM 1508, ELE IMAGINOU QUE UMA LENTE DE
VIDRO, USADA JUNTO AO OLHO, PODERIA
NEUTRALIZAR O PODER DE REFRAÇÃO CORNEANO,
SOLUCIONANDO AS AMETROPIAS.
 RENÉ DESCARTES

• FILÓSOFO E MATEMÁTICO FRANCÊS.

• 100 ANOS DEPOIS, RENÉ, IMAGINOU QUE UM TUBO DE ÁGUA COLOCADO
SOBRE A CÓRNEA PODERIA NEUTRALIZAR SEU PODER REFRATIVO.
 THOMAS YOUNG

• EM 1801BASEOU-SE NOS ESTUDO DE DESCARTE SOBRE A NEUTRALIZAÇÃO DA

CÓRNEA E O EFEITO DA ACOMODAÇÃO, DA REFRAÇÃO E DO ASTIGMATISMO.
• PARTINDO DA IDEIA DE TUBO DE ÁGUA, ELE SUGERIU QUE UMA DAS
EXTREMIDADES DESSE TUBO FOSSE ENCOSTADA A CÓRNEA, ENQUANTO NA
OUTRA EXTREMIDADE, SERIA COLOCADA UMA LENTE BICONVEXA.
 SIR JOHN F. W. HERSCHEL

• EM 1827 O ASTRÔNOMO INGLÊS, SUGERIU QUE AS LENTES DE CONTATO

DEVERIAM SEGUIR A CURVATURA DA CÓRNEA.
• ESSA IDEIA SERIA MAIS BEM DESENVOLVIDA SOMENTE A PARTIR DE 1884, COM O
ADVENTO DA ANESTESIA.
• UTILIZAR SUBSTÂNCIAS PARA TIRAR O MOLDE DA CÓRNEA SEM A UTILIZAÇÃO
DE ANESTÉSICOS ERA, E AINDA É, UMA TAREFA QUASE IMPOSSÍVEL, JÁ QUE A
CÓRNEA É MUITO SENSÍVEL.
 INÍCIO DA PRODUÇÃO
F. C. MULLER
• EM 1887, MULLER, FABRICANTE ALEMÃO DE OLHOS ARTIFICIAIS, PRODUZIU AS
PRIMEIRAS LENTES DE CONTATO SEM PODER REFRATIVO.
• ESSAS LENTES SE DESTINAVAM A PACIENTES QUE TIVERAM SUAS PÁLPEBRAS
EXTRAÍDAS CIRURGICAMENTE.
• AS LENTES TINHAM COMO PRINCIPAL OBJETIVO MANTER A SUPERFÍCIE
CORNEANA ÚMIDA.
 A.E. FICK, E. KALT , E. MULLER

• EM 1888, TRÊS PESQUISADORES, TRABALHANDO SEPARADOS, MAS

SIMULTANEAMENTE, INTRODUZIRAM NOVOS DESENVOLVIMENTOS NO CAMPO
DA CONTATOLOGIA.
• FICK FEZ EXPERIÊNCIAS COM LENTES CORNEANAS E ESCLERAIS, AFIRMANDO QUE
ESSAS LENTES ERAM MAIS CONFORTÁVEIS PARA O USUÁRIO. AS LENTES USADAS
POR ELE ERAM FABRICADAS PELA EMPRESA ZEISS, COM SEDE EM IENA,
ALEMANHA.
• AS CURVATURAS DESSAS LENTES ERAM BASEADAS EM MOLDES TIRADOS DE
OLHOS DE COELHOS E, POSTERIORMENTE, DE CADÁVERS HUMANOS.
• AO MESMO TEMPO, E. KALT DESENVOLVIA UM TRABALHO COM
LENTES DE CONTATO, CUJAS CURVATURAS ERAM OBTIDAS
ATRAVÉS DE UM OFTALMÔMETRO. O LÍQUIDO ENTRE A CÓRNEA
E A LENTE ERA O PRÓPRIO FILME LACRIMAL DO USUÁRIO.
• AS LENTES PESQUISADAS POR KALT ERAM DESTINADAS PARA
CLIENTES COM CERATOCONE (ALTERAÇÃO PROGRESSIVA DA
CÓRNEA, QUE ASSUME A FORMA DE UM CONE).
• AUGUST MULLER QUANDO ERA ESTUDANTE NA UNIVERSIDADE
DE KIEL, DEU INSTRUÇÕES A UM ÓPTICO EM BERLIM PARA
FABRICAR UMA LENTE DE CONTATO, CORRIGINDO SUA PRÓPRIA
MIOPIA. ELE FOI O PRIMEIRO A EMPREGAR A EXPRESSÃO “LENTES
DE CONTATO”.
 MAS MUITAS PESSOAS ACHAM UMA GRANDE TORTURA O USO DE LENTES E
MUITAS NEM SE ADAPTAM A ESSE MÉTODO. ESTE VÍDEO MOSTRA QUE OS
PROBLEMAS QUE TEMOS AGORA NÃO SÃO NADA, COMPARADOS A DIFICULDADE
QUE AS PESSOAS TINHAM PARA COLOCAR LENTES EM 1948. O VÍDEO FEITO POR
UMA EMPRESA AUSTRALIANA, SE TRATA DE UM COMERCIAL INFORMATIVO, JÁ
ALGUMAS DÉCADAS APÓS AS LENTES SEREM INVENTADAS.
 INTRODUÇÃO DO PLÁSTICO
• EM 1936, O OPTOMETRISTA WILLIAM FEINBLOOM INICIOU A FABRICAÇÃO
DE LENTES DE CONTATO TIPO ESCLERAL COM UM NOVO MATERIAL:
PLÁSTICO SINTÉTICO, EMBORA A REGIÃO CENTRAL DAS LENTES FOSSE
CONFECCIONADA COM VIDRO. SUAS VANTAGENS ERAM A LEVEZA, A
FACILIDADE DE MOLDAGEM E DE POLIMENTO.
• DEPOIS A COMPANHIA “RONM & HASS” INTRODUZIU NO MERCADO UM
TIPO DE PLÁSTICO QUE ERA USADO EM CARLINGA DE AVIÕES. ESSE
MATERIAL COMEÇOU A SER TESTADO EM LENTES DE CONTATO DEVIDO A
LEVEZA E À FACILIDADE NA PRODUÇÃO.
 PMMA
• MULLER E OBRIG, DOIS PESQUISADORES NORTE-AMERICANOS,
FIZERAM A PRIMEIRA LENTE DE CONTATO ESCLERAL TOTALMENTE
DE PLÁSTICO, EM 1938, UTILIZANDO PELA PRIMEIRA VEZ O PMMA
(POLIMETILMETACRILATO).
• MESMO COM A LEVEZA DO PLÁSTICO E O USO DE SOLUÇÕES OU
LÍQUIDOS ENTRE O OLHO E A LENTE, OS USUÁRIOS DE LENTES DE
CONTATO FREQUENTEMENTE TINHAM PROBLEMAS DE EDEMA,
PROVOCADOS POR HIPÓXIA (DIMINUIÇÃO DOS NÍVEIS DE OXIGÊNIO
NO AR, NO SANGUE OU NO TECIDO).
 LENTES CORNEANAS
• ERAM LENTES DE PLÁSTICO MENORES QUE AS USADAS ATÉ ENTÃO,
UTILIZANDO POLIMETILMETACRILATO . ERAM LENTES DO TAMANHO DA
CÓRNEA.
• DOIS PESQUISADORES, BUTTERFIELD E SOHNGES, INTRODUZIRAM AS LENTES
MICROCORNEANA, COM UM DIÂMETRO TOTAL MENOR QUE O DA CÓRNEA.
• DURANTE OS ANOS 50 E 60, AS LENTES MICROCORNEANAS SOFRERAM
ALTERAÇÕES QUE PERMITIRAM MELHOR RENOVAÇÃO DO FILME LACRIMAL.
• NA ÉPOCA, ERAM CORRENTE A IDEIA QUE A LC NÃO DEVERIA COBRIR MAIS DE
DOIS TERÇOS DO DIÂMETRO DA CÓRNEA, A FIM DE NÃO INTERFERIR NO
METABOLISMO CORNEANO. PARA A ESTABILIZAÇÃO, AS LENTES ERAM
ADAPTADAS COM UMA “CURVA-BASE”(CURVA CENTRAL POSTERIOR- CURVA
FINAL SOLICITADA AO FABRICANTE).
 LC HIDROFÍLICAS
• POR VOLTA DE 1950, O PROFESSOR OTTO WICHTERLE, DO INSTITUTO
DE QUÍMICA MACRONUCLEAR DE PRAGA, REPÚBLICA TCHECA, FAZ
VÁRIAS EXPERIÊNCIAS COM HIDROGÉIS (SOLUÇÃO GELATINOSA), PARA
USO MÉDICO E IMPLANTE DE LENTES.
• UM DOS HIDROGÉIS APROVADOS FOI O HEMMA
(HIDROXIETILMETACRILATO) QUE COMEÇOU A SER TESTADO NA
FABRICAÇÃO DE LENTES DE CONTATO.
• ENQUANTO O PMMA ERA IMPERMEÁVEL A PASSAGEM DE GASES E
ABSORVIA 1,5% DE ÁGUA O HEMMA PODIA ABSORVER DE 30 A 85% DE
ÁGUA, DE ACORDO COM SEU PESO TORNANDO-SE MACIO E
CONFORTÁVEL. ESSA QUANTIDADE DE LÍQUIDO PERMITIA A PASSAGEM
DE MOLÉCULAS DE OXIGÊNIO ATÉ A CÓRNEA.
• AS LENTES HIDROFÍLICA (QUE ABSORVEM BEM A ÁGUA) TAMBÉM
CHAMADAS GELATINOSAS, FORAM-SE APERFEIÇOANDO ATÉ CHEGAR
AOS ESTADOS UNIDOS. LÁ, UMA EMPRESA ESPECIALIZADA EM PATENTES
ADQUIRIU OS DIREITOS DO PROCESSO DE CENTRIFUGAÇÃO E
FABRIGAÇÃO E OS VENDEU PARA A BAUSCH & LOMB. DEPOIS MAIS
EMPRESAS ADQUIRIRAM OUTRAS SUBLICENÇAS PARA FABRICAR AS
LENTES DE HEMA PELO PROCESSO DE TORNEAMENTO.
• A GRANDE DIFERENÇA ENTRE OS DOIS PROCESSOS ESTÁ NA
CENTRIFUGAÇÃO, QUE AGE NA DEPOSIÇÃO DO MATERIAL: OS
MONÔMEROS, NA FORMA LÍQUIDA, SÃO INJETADOS NUM MOLDE.
• NO PROCESSO DE TORNEAMENTO, O PEDAÇO DE HEMMA É
DESBASTADO E POLIDO QUANDO AINDA ESTÁ SECO. TERMINANDO O
PROCESSO A LC É LIMPA DE RESÍDUOS TÓXICOS E HIDRATADA. NESSE
MOMENTO A LC ABSORVE O TOTAL DE AGUA PREVISTO, CERCA DE 38%
PARA LC DE USO DIÁRIO E DE 55% OU MAIS PARA LC DE USO
 LC RÍGIDA GÁS PERMEÁVEL
• UMA LC RÍGIDA DE PMMA PERMITIA VISÃO MAIS ESTÁVEL QUE UMA LC
DE MATERIAL MACIO COMO O HEMMA. NO ENTANTO, UMA LENTE DE
HEMA ERA MUITO MAIS CONFORTÁVEL.
• DEVIDO A IMPERMEABILIDADE A PASSAGEM DE GASES, AS LENTES DE
PMMA RESTRINGIAM A AÇÃO DO ADAPTADOR, FORÇANDO-O A USAR
DIÂMETROS MENORES E UMA CURVA BASE MAIS APERTADA QUE A CURVA
K.
• AS LENTES DE HEMA TENDIAM A CONTAMINAÇÃO POR FUNGOS E
BACTÉRIAS (DEVIDO A SUA CAPACIDADE DE HIDRATAÇÃO).
• NESSE TEMPO NÃO HAVIA LENTES HIDROFÍLICAS TÓRICAS, OU SEJA, LC
HIDROFÍLICAS PARA A CORREÇÃO DE ASTIGMATISMO DE ALTO GRAU.
ASSIM FORAM SENDO TESTADOS OUTROS MATERIAIS RÍGIDOS, QUE
TANTO PERMITIAM A PASSAGEM DE GASES COMO ERAM MACIOS.
• O PRIMEIRO MATERIAL FOI O CAB (ACETILBURITRATO DE CELULOSE), QUE
CHEGOU A SER APROVADO EM 1978 PARA COMERCIALIZAÇÃO.
• AS LENTES DE CAB FORAM UTILIZADAS NO BRASIL COM RELATIVO
SUCESSO, POIS SENDO MAIS LEVES QUE AS LENTES DE PMMA, PERMITIAM
ADAPTAÇÃO COM DIÂMETROS MAIORES, PORÉM ERAM INSTÁVEIS. ELAS
SE DEFORMAVAM COM MUITA FACILIDADE, ALTERANDO SEUS
PARÂMETROS.
• TENTOU-SE FABRICAR LC DE SILICONE, CUJA CONFECÇÃO NECESSITA DO
MÉTODO DE PRENSAGEM E MOLDAGEM, PERMITE A PASSAGEM DE
MOLÉCULAS DE GASES, É MACIO E CONFORTÁVEL. O QUE INVIABILIZOU O
SILICONE, FOI O FATO DE ELE REPELIR A ÁGUA.
 ÍNDICE DE IMPERMEABILIDADE AO OXIGÊNIO

• QUANDO FALAMOS DE LC HIDROFÍLICA, TRATAMOS DE SUA

HIDRATAÇÃO, OU SEJA, SEU TEOR DE ÁGUA. NA LC SILICONADA VAMOS
TRATAR DO SEU “COEFICIENTE DE TRANSMISSIBILIDADE DE OXIGÊNIO”,
CHAMADO DK. ESSE INDICA A PERMEABILIDADE DE UM DETERMINADO
MATERIAL AO OXIGÊNIO.
• QUANTO MAIOR O DK, MAIOR SERÁ A QUANTIDADE DE OXIGÊNIO QUE
CHEGARÁ Á CÓRNEA DO USUÁRIO.
• A QUANTIDADE DE DK VARIA DE UM FABRICANTE PARA OUTRO.
 LC FLUORCARBONADA
• DEVIDO Á POUCA UMIDADE SUPERFICIAL, DEVIDO A ADIÇÃO DO SILICONE
AO PMMA, AS SUPERFÍCIES DAS LENTES SILICONADAS SE ENGORDURAM
FACILMENTE E MESMO COM O USO DE UMIDIFICANTE FAVORECE O
ACÚMULO DE DEPÓSITOS DE GORDURA.
• A SOLUÇÃO ENCONTRADA FORAM AS LENTES FLUORCARBONADAS, QUE
ALÉM DA MISTURA DE PMMA E SILICONE TEM CADEIAS DE
FLUORCARBONO, QUE PERMITE MAIOR PASSAGEM DE GASES. O FLÚOR
USADO NAS LENTES EVITA A ADERÊNCIA DE GORDURA EM SUA
SUPERFÍCIE.
• AS LENTES FLUORCARBONADAS POSSUEM FILTRO PROTETOR CONTAR AS
RADIAÇÕES ULTRAVIOLETAS E AS DE DK 160 TEM TAMBÉM FILTRO PARA
RADIAÇÕES INFRAVERMELHAS.