Académique Documents
Professionnel Documents
Culture Documents
A luz é uma das consequências da divisão de um núcleo atómico. A fusão do sol provoca esta
desorganização da matéria. Um átomo é constituído por um núcleo em volta do qual evoluem
electrões que giram em torno das orbitas a uma grande velocidade. A temperatura elevada
provoca o desequilíbrio do átomo, que se traduz pela passagem de um electrão de uma órbita
para outra. O reequilibrio do átomo faz-se através da libertação de um fotão e o retorno do
electrão á sua órbita. O fotão é a partícula elementar da luz.
O trajecto seguido pela luz para ir de um ponto ao outro é sempre o mais curto possível. Num
meio homogéneo e isotropo, a luz desloca-se em linha recta (isotropo: que apresenta as
mesmas propriedades físicas em todas as direcções).
Refracção
A refracção da luz é a mudança brusca de direcção que ela sofre na travessia de dois meios
desigualmente refringentes (velocidade de propagação diferente).
A luz propaga-se à velocidade de 300000 km/s no ar, 225000 km/s na água, 200000 km/s no
vidro.
Reflexão
O raio incidente, o raio reflectido e a normal ao ponto de incidência estão num mesmo plano. O
angulo de reflexão é igual ao angulo de incidência. É necessário relembrar este princípio
aquando da procura de uma reflexão, por exemplo com espelhos ou écrans reflectores.
Refracção Reflexão
NATUREZA CORPUSCULAR DA LUZ
A LUZ BRANCA
Na captação de imagens, poderemos dizer que existem dois tipos de luz: a luz natural e a luz
artificial.
Chama-se luz natural à luz do dia; é a luz do sol. A reflexão da luz do sol sobre a lua é também
luz natural.
Luz artificial
A luz artificial responde às mesmas características que a luz do dia no que diz respeito á sua
natureza (corpuscular, ondulatória e rectilínea). Ela é produzida pelas diferentes fontes de
energia que o homem inventou: iluminação domestica incandescente, ao sódio, ao mercúrio,
fluorescente, etc. As fontes produzem uma luz cujo feixe é composto por comprimentos de
onda que se estendem por uma zona mais ou menos estreita do espectro. A repartição
espectral da luz emitida é mais ou menos completa. É por isso que as fontes artificiais são
coloridas (dominante quente na iluminação doméstica, dominante fria numa luz fluorescente).
O laser, por exemplo, é uma fonte monocromática, cujo comprimento de onda é bem definido.
O olho humano
capta os
comprimentos
de onda entre 400
a 700 nanometros aproximadamente (um nanometro = um milésimo de milímetro). A película
é sensível a uma zona de comprimentos de onda mais larga que se estende dos raios X aos
infravermelhos, invisíveis ao olho humano.
LUZ LASER
Por combustão, o sol emite energia (luz e calor). Fala-se de energia solar. O bronzeamento, o
derreter da neve são consequências da energia solar. Tomemos como exemplo um corpo
negro aquecido; ele emite calor e luz. Aumentando o calor, modifica-se a cor da emissão da
luz. Existe uma relação entre o calor e a cor da luz, que é quantificável. A cada temperatura
corresponde uma cor da emissão de luz: é a noção da temperatura de cor que se mede em º
Kelvins (Zero K= -273ºC). A temperatura de cor do brilho emitido é igual à temperatura à qual
o corpo negro foi aquecido. O corpo negro é uma estrutura de laboratório que não reflecte a
luz; toda a luz que daí advém é devida à elevação da temperatura.
Existem vários tipos de películas para o cinema. Elas são geralmente estudadas para
reproduzir correctamente as imagens iluminadas com temperatura de cor definida. É a mesma
situação para os transdutores vídeo. De facto é mais rentável utilizar fontes de luz de tipo
artificial (3200ºK) para iluminar cenas de interior ou de estúdio. A energia necessária para
alimentar uma fonte de luz, dita “branca”, tais como a lâmpada a arco, é bem superior. Só há
relativamente pouco tempo, é que alguns fabricantes propõem uma película equilibrada para
luz do dia a 5500º K, cuja rentabilidade é a consequência do progresso das fontes ditas “luz do
dia”, que possuem eficácia e uma grande fiabilidade. É a substituição progressiva das
lâmpadas a arco de carvão pelas lâmpadas a arco alternativo, tipo HMI.
Sabemos que a temperatura de cor se exprime em kelvins, mas pode ser também em MIREDs.
Existe uma correspondência entre a temperatura de cor e escala mired. É esta unidade que
serve para definir uma correcção de filtragem nos termocolorimetros. Um determinado filtro
modifica a temperatura de cor de x MIREDs.
Temperatura de cor em K
COR DOS OBJECTOS
Um objecto é visível porque reflecte uma parte da luz espectral que a atinge. Se ele absorve
muito, ele parece mais escuro. Todo o objecto reflecte uma parte da luz (a que nos permite de
a ver), mas ela absorve uma outra. Uma folha de papel branco á luz do dia reflecte uma grande
parte da luz: ela parece clara. Uma folha de papel vai parecer-nos escura se ela absorver a luz
que a atinge. A natureza do corpo iluminado determina a absorção e a reflexão da luz branca.
São os colorantes que a compõem que determinam a sua reflexão e a sua cor.
O poder reflector de uma superfície mede-se pela relação entre a quantidade de luz reflectida
de uma maneira difusa por um corpo não luminoso e a quantidade de luz incidente é o albedo.
Os objectos não reagem todos da mesma maneira à luz do dia. Um objecto é da cor das
radiações que ele reflecte: é uma questão de proporção dos comprimentos de onda da luz que
ela reflecte e que ela absorve.
NOÇÃO DE CONTRASTE
O contraste é a relação entre dois pontos de densidade diferente; ele ocasiona uma
modificação subjectiva de uma das tonalidades em relação a outro. Um círculo branco parece
mais branco sobre fundo cinzento (ver fig.). De uma maneira geral, fala-se do contraste entre
zonas claras e zonas escuras de uma imagem. Associa-se por vezes os fortes contrastes à ideia
de dureza, de violência, de angústia (o luar que ilumina a cela do condenado através das
grades). Fala-se do contraste em termos de quantidade de luz para evocar as diferenças de
densidade (células fotosensíveis); estabelecem-se relações de qualidade das cores
(termocolorímetro); mede-se o contraste de uma emulsão estudando a curva sensitométrica e
o gama.
MODIFICAÇÃO DA TEMPERATURA DE COR DA LUZ
Os filtros servem para modificar a composição espectral do fluxo da luz incidente. Podem ser
colocados nos projectores ou na câmara. Não se irá falar aqui dos filtros cujo objectivo é
modificar a definição da imagem, mas sómente dos filtros que actuam sobre a cor dos
objectos.
Transmissão, opacidade
A passagem da luz através de um filtro, este último retém certas radiações e deixa passar
outras. Os filtros modificam a repartição espectral da luz incidente.
Chama-se coeficiente de transmissão a relação entre a luz incidente e a luz transmitida. Ele
exprime-se em porcentagem de 0 a 100. É o rendimento quantitativo do filtro (ver fig.):
Opacidade = 1_
T
. A densidade resultante de vários filtros é a soma das densidades de cada filtro (ND 0,30 + ND
0,60 absorve 3 diafragma, etc.).
Filtros
É necessário lembrar que cada cor tem um significado na interpretação que faz o nosso
cérebro. A cor é uma noção convencional adquirida através da nossa educação. Podemos
distinguir as cores quentes: laranja, amarelo, purpura, vermelho, que evocam a vida, o sol; e
as cores frias: violeta, azul, verde.
Absorve uniformemente as radiações ao longo do espectro visível. Estes filtros servem para
limitar a passagem da luz em direcção da película, permitem também aumentar as
possibilidades de regulação da luminação oferecida pelo diafragma. São caracterizados pela
sua densidade, ou a sua transmissão (da luz incidente), ou do seu coeficiente, ou da sua
absorção em diafragmas, por exemplo:
0,60 25 % x4 2
0,90 13 % x8 3
1 10 %
2 1%
Filtros de conversão para filme cor
82C+82A 1 2650 K
82 1/3 3100 K
81 1/3 3300 K
QUALIDADE DA LUZ
A qualidade da luz depende da fonte luz. Dois grandes tipos de luz são utilizados em cinema.
A luz do dia
A luz emitida por um projector tem uma temperatura de cor próxima luz do dia (5500 K). Mas a
temperatura de cor da luz do varia com a hora do dia, a estações do ano e a meteorologia.
Corrige-se então ligeiramente as fontes de iluminação para afinar a temperatura de cor. Um
céu pela manhã envia uma luz mais fria que um pôr-do-sol. Por isso existe uma diferença de
temperatura de cor correspondente à luz do dia.
A luz “ artificial”
Independentemente da luz do sol, toda a luz emitida por uma fonte não natural é artificial. Mas
a luz artificial de que se fala aqui é um termo convencional significando que a luz emitida pelo
projector tem uma temperatura de cor aproximando os 3200 K. Da mesma maneira que para a
luz do dia, a temperatura de cor da luz artificial pode ser ajustada ao efeito procurado. Se
pretendermos dar a impressão de uma luz de sala de banho, a luz deverá ser mais fria que se
quisermos recrear a atmosfera de uma noite à lareira.
INCANDESCÊNCIA
ARCO ELÉCTRICO
A sua alimentação é feita através de corrente contínua (perigosa) para uma potência de 225
amperes. É um sistema de eléctrodos, um é o ânodo (+), o outro o cátodo (-). Se ao
aproximarmos os dois eléctrodos sem que eles se toquem, a corrente passa provocando um
arco eléctrico. Este arco emite uma luz cuja temperatura de cor é próxima dos 5500ºK. Um dos
eléctrodos é fixo, o outro é arrastado por um pequeno motor que os mantêm sempre a uma
distância constante de forma a que o arco se mantenha igualmente constante. Esta afinação
deve ser vigiada em permanência, o que, independentemente do seu peso e volume do
projector, complica a sua utilização tornando-o difícil. Um electricista por projector é
indispensável. Equipando estas lâmpadas de uma lente de Fresnel, obtemos uma luz dirigida
do tipo luz do dia.
Projector a arco de carvão
Estas lâmpadas funcionam graças a um arco eléctrico alternativo entre dois eléctrodos num
circuito (forno) cheio de uma mistura de gás, de terras raras e de substâncias metálicas
(mercúrio). A temperatura de cor é próxima da luz do dia, e o seu rendimento é mais elevado
que o das lâmpadas a incandescência. Estas lâmpadas a arco alternativo devem ser
acompanhadas de um balastro que serve para regular a tensão de alimentação do arco
eléctrico. Estas lâmpadas demoram um certo tempo a alcançar a temperatura de cor desejada
(2 a 3 minutos), a sua ligação a quente é problemática. É necessário evitar acendê-las e apagá-
las num espaço de tempo curto. A frequência da corrente que alimenta estas lâmpadas é
importante, pois é necessário que o obturador da câmara esteja em fase com o acender e o
apagar do projector. Para evitar o batimento ou a cintilação as frequências de corrente deverão
ser de: 25i/s, 180º, 50Hz; 24i/s, 172,8º, 50Hz; 24i/s, 180º, 48Hz. Em Portugal, a EDP, fornece
corrente alterna de 50Hz. Em geral a tensão (voltagem) é de 380V trifásico ou 220V
monofásico. São motores térmicos que accionam os geradores eléctricos. Assim é permitido
mudar a frequência se necessário fazendo variar a velocidade de rotação do motor (48Hz para
24i/s).
Lâmpadas HMI
Hoje em dia existem HMI com sinais quadrados produzidos por reguladores electrónicos. O
tempo de extinção do arco electrónico é muito curto, o que permite filmar em condições de
velocidade e frequência diferentes sem ter em conta e risco de batimento. Os projectores são
mais leves e mais manejáveis que os arcos. Filtram-se ligeiramente com um filtro «no color
straw» para retirar uma ligeira dominante azul. Estes projectores existem em toda a gama de
potências, desde 200W ao 12kW. Este tipo de lâmpada é produtora de ultravioletas.
Projector a arco alternativo (HMI)
TUBOS FLUORESCENTES
Estas lâmpadas são cheias de gás (vapor de mercúrio, mais um ou dois gazes raros) e que se
apresentam sob a forma de tubos de tamanho variável.
A descarga eléctrica que atravessa o tubo produz uma emissão importante de radiações
ultravioletas. Para transformar estas radiações em luz visível, são utilizadas substancias
fluorescentes que envolvem as paredes do tubo. É a escolha destas substâncias que
caracterizam a qualidade da luz produzida pelo tubo e também a sua cor. Os tubos que
iluminam os locais públicos têm muitas vezes um espectro luminoso muito pobre e um
rendimento das cores fraco. Os fabricantes oferecem numerosos tipos de lâmpadas
fluorescentes, cujas temperaturas de cor são variáveis. Podemos encontrar tubos com
dominante verde, magenta ou luz dita branca.
FAMILIAS DE PROJECTORES
A óptica é uma lente de Fresnel. Estes projectores são constituídos por uma fonte situada
sobre um sistema de focalização, e de um reflector esférico. A lâmpada e o reflector deslocam-
se em conjunto. A lente de Fresnel serve para dirigir o feixe de luz (como um farol).
Os projectores abertos
Sem óptica, o reflector situado por detrás da lâmpada funciona como uma óptica. A lâmpada é
aparente. Um vidro de protecção é por vezes instalado neste tipo de projectores. A lâmpada
desloca-se em relação ao reflector para regular a focalização. É então uma luz dirigida. O seu
rendimento é ligeiramente superior aos projectores com lente de Fresnel.
Os projectores
abertos a luz reflectida
O tamanho destes projectores é relativamente importante para fornecer uma luz difusa. Estão
equipados de um reflector parabólico, e dispõem quase sempre de várias lâmpadas. Podemos
focaliza-las ligeiramente sem conseguir obter uma luz dirigida. São por definição projectores de
luz suave não dirigida. Eles existem em luz do dia e em luz artificial. As bolas cheias de hélio
são bastante práticas para cenários delicados, e rápidos a instalar.
Os projectores de corte
Assim designados também por projectores de perseguição. Fornecem um feixe bem dirigido e
potente com rebordos nítidos. São utilizados para iluminar um artista no palco a partir do fundo
da sala. Regula-se o tamanho do feixe por deslocação das lentes e das lâminas de corte. A
nitidez dos rebordos do feixe é regulável por deslocação do recorte em relação á lâmpada. Eles
servem também para projectar os recortes de luz (traço de janela com grades). Podemos filtrá-
los através da cor por meio da utilização de filtros incorporados. Existem em luz do dia e em
luz artificial.
Substituição de uma lâmpada: Nunca se deve tocar o envelope com os dedos. As lâmpadas são
vendidas numa embalagem concebida para poder posicionar a lâmpada sem a retirar
previamente. A transpiração, a gordura deixada sobre o envelope da lâmpada provocam
diferenças de constrangimento térmico que geram rapidamente deformações da ampola, o que
reduz a duração de vida da mesma. No caso de contacto com a pele, limpar com um pano
embebido em álcool. Não se deve forçar os contactos e as cerâmicas, pois são bastante
frágeis.
É igualmente importante que a tensão de alimentação das lâmpadas dos projectores seja
respeitada, pois se fizermos variar a alimentação, modificamos a temperatura de cor emitida
pela fonte. Sabemos que se retirarmos 10 voltes à alimentação baixamos a temperatura de cor
de aproximadamente de 100ºK.
Humidade: Os projectores colocados no exterior têm que ser protegidos contra a chuva, pois
pode arrefece-los de forma brutal. O choque térmico pode quebrar a óptica, as lâmpadas. Um
local húmido favoriza as percas de corrente, os curtos-circuitos. É preciso evitar arrastar os
cabos e os pés dos projectores.
Duração de vida de uma lâmpada: Os construtores indicam a duração média de vida de uma
lâmpada, pois depende sobretudo da sua utilização. A duração de vida é em função da eficácia
luminosa da lâmpada. Quanto mais eficaz, mais a temperatura de cor aumenta, mais a sua
duração de vida é reduzida. O limite desta duração é definida pela ruptura do filamento Mas a
temperatura de cor varia com a idade da lâmpada. É necessário controlar a temperatura de cor
com a ajuda de um termocolorimetro. Quando a temperatura de cor é diferente da indicada
pelo seu fabricante, deverá ser substituída. A duração de vida é limitada devido ao facto que
ela funciona com as mesmas características.
Focalização
Fechar um projector permite aumentar o fluxo luminoso, mas isto reduz o tamanho do feixe
luminoso. Enrosca-se no sentido das agulha de um relógio.
UTILIZAÇÃO DA LUZ
Canalizar a luz
Isso consiste em eliminar as partes indesejáveis do fluxo. Já vimos que, quando se focaliza,
muda-se a potência do projector. Se
quisermos limitar o tamanho do feixe e
conservar a mesma potência, é necessário
esculturar a luz. Para isso, dispomos de
numerosos acessórios a intercalar entre o
projector e o objecto.
Tomemos como exemplo uma situação frequente de limitação do feixe: suprimir as sombras de
uma “girafa” por detrás de um personagem; baste colocar uma pala por cima do projector que
corta o feixe de luz rente à cabeça do actor. Este está iluminado, mas por detrás não é
projectada a sombra do microfone, que não é iluminado. É necessário ter em conta a distância
a que colocamos as palas. Quanto mais próximo da fonte, mais as sombras provocadas terão
os contornos desfocados. Projectamos um desenho com a ajuda de um projector de corte
equipado com gobo (ver fig.).
emperatura de cor
A qualidade da luz das lâmpadas dos projectores nem sempre corresponde á temperatura de
cor da emulsão. É necessário no entanto ajustar a temperatura de cor do feixe filtrando a
fonte. Por outro lado, as lâmpadas dos projectores nem sempre têm a temperatura de cor
inicial indicada pelo fabricante, devido ao seu envelhecimento, por exemplo. É necessário
então filtrá-las para as equilibrar entre elas com a ajuda do termocolorímetro, que permite
medir as diferenças. Mas é por vezes desejável criar uma diferença de temperatura de cor para
tornar sensível aos espectadores esta ou aquela atmosfera. Por exemplo, uma sala iluminada
pelo fogo de uma lareira difunde uma luz quente. O efeito da luz proveniente do lume deverá
ser filtrado com um filtro amarelo-laranja. Um raio de luar é convencionalmente representado
por um feixe luminoso frio (azulado). Uma lâmpada fluorescente da entrada de uma estação de
comboio apresenta quase sempre uma dominante esverdeada. De manhã, a luz é fria, ao pôr-
do-sol ela é quente, etc..
Altura do projector
No exterior, o sol que nos ilumina muda de posição ao longo do dia, e sempre ao longo do ano.
Sabemos que ele está baixo de manhã, quando nasce a leste, que sobe até ao meio-dia, depois
que desce a oeste. Quanto mais a estação está próxima do verão, mais o zénite está alto.
Recriaremos estas impressões colocando os projectores a alturas que correspondem seja à
hora em que se passa a cena, ou seja a estação. Quando a fonte que supõe iluminar a cena é
alta (lampadário), o projector que dá este efeito deve estar alto para que a direcção da luz seja
coerente. Os projectores demasiado baixos provocam sombras violentas muitas vezes
indesejáveis sobre o rosto (buraco negro ao nível dos olhos).
O tamanho da fonte de luz muda muito o modelado da imagem (ver fig.). Se a fonte que
ilumina o objecto é pontual (assimilável a um ponto), ela cria sombras definidas.
METODOS DE ILUMINAÇÃO
Luz directa
Chama-se de luz directa uma iluminação cujas fontes são dirigidas directamente ao objecto. A
posição das fontes dá uma direcção à luz. Para aumentar a potência do projector é necessário
aproxima-lo (fig.1) ou fechar o feixe para o focalizar (fig. 2). As sombras projectadas são
bastante visíveis nos contornos bem definidos. Podemos suavizar uma luz directa intercalando
difusores (calques).
Luz indirecta
Chama-se luz indirecta uma iluminação cujas fontes de luz são dirigidas para reflectores. A luz
produzida é mais suave e diminui sensivelmente a noção de direcção da fonte. Ela serve
para encher as zonas de sub-exposição sem no entanto criar sombras. Utiliza-se este
principio para estabelecer um limiar luminoso suficiente no conjunto de um local de
filmagens. Os projectores são dirigidos para superfícies mais ou menos reflectoras de
dimensões variáveis. Quanto maior for o tamanho, mais a luz é suave. Utilizam-se placas
de esferovite ou lençóis esticados em quadros.
ACESSÓRIOS
Para canalizar e esculturar a luz, devemos dispor de uma quantidade de utensílios que se vão
intercalar entre a fonte de luz e o objecto de forma a limitar o feixe e modificar a qualidade ou
a potência da lâmpada. Podemos distinguir duas categorias de utensílios:
Iluminando através dum quadro em papel calco (filtro difusor), suavizamos a luz e diminuímos
a potência (o calco absorve luz). Quanto maior for o calco, mais suave será a luz. Quanto maior
for o tamanho do feixe no calco, maior será a potência. Inversamente, quando fechamos um
projector sobre o calco, em vez de aumentar, diminuímos a luz. O mais usual é o de 1m x 1m,
mas também existe outras dimensões até 5m x 5m.
• Scrim
É uma trama fina em tule, tarlatana ou metal que serve a espalhar parcialmente o fluxo da
fonte de luz (ver fig. 1).
• Reflector
trata de iluminar locais onde não há electricidade. Podem também ser filtrados, colocando o
filtro sobre o reflector. São utilizados como reflectores, enormes lençóis quando se pretendem
maiores dimensões, pois o tecido é mais leve.
• Space light
Designa-se assim, um tubo em tecido negro ou branco que canaliza a luz no seu eixo, e que
permite “ludibriar” as fontes de ambiente. O tecido é leve e fixa-se facilmente.
• Bandeira
É um quadro em metal no qual é enfiada uma capa em tecido negro (ver fig. 2). A bandeira
serve para cortar uma parte do feixe proveniente do projector. A distância à qual ele é
colocado em relação ao projector determina a natureza da sombra provocada: quanto mais
próximo estiver do projector, mais os contornos da sombra serão difusos. É fixado num tripé de
projector com uma rotula que serve para o orientar. Certas bandeiras são muito maiores,
reguláveis, em madeira munido de um tripé, e de uso vertical.
• Pala
Fabricado em metal é fixado num braço articulado (ver fig. 3) Existem variados modelos de
braços, mas nem todos são práticos. (rotulas fluidas: risco de variações, rotulas de bloqueio:
estáveis mas delicadas a afinar). Existem palas de variadas formas destinadas a diversas
utilizações.
• Cones
Existem variados cones metálicos, de tamanho e diâmetros diferentes, que se adaptam nos
projectores, nas molas de fixação dos filtros (ver fig. 4). Servem para limitar o feixe.