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Mecânica

Descomplicada
SEST - Serviço Social do Transporte
SENAT - Serviço Nacional de Aprendizagem do Transporte

Qualquer parte dessa obra poderá ser reproduzida,


desde que citada a fonte.

Curso on-line – Mecânica Descomplicada – Brasília:


SEST/SENAT, 2017.

99 p. :il. – (EaD)

1. Engenharia mecânica. 2. Mecânica. I. Serviço


Social do Transporte. II. Serviço Nacional de
Aprendizagem do Transporte. III. Título.

CDU 621

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Sumário
Apresentação 6

Módulo 1 8

Unidade 1 | Composição Básica e Funcionamento Veicular 9

1. Estrutura Básica dos Veículos 11

2. Chassi 11

3. Carroceria 14

Glossário 16

Atividades 17

Referências 18

Unidade 2 | Conhecendo o Sistema Motor 19

1. Constituição Básica do Motor 21

4. Árvore de Manivelas 26

Glossário 27

Atividades 28

Referências 29

Unidade 3 | Sistemas de Lubrificação e Arrefecimento 30

1. Sistemas de Lubrificação 32

2. Sistema de Arrefecimento 36

Glossário 39

Atividades 40

Referências 41

Módulo 2 42

Unidade 4 | Sistemas de Alimentação e Escapamento 43

1. Sistema de Alimentação 45

2. Motores Flex 46

3. Tanque de Combustível 47

4. Sistema de Escapamento 48

3
5. Filtros do Veículo 49

5.1. Filtros de Ar 49

5.3. Filtros de Óleo 50

Glossário 51

Atividades 52

Referências 53

Unidade 5 | Direção, Transmissão e Embreagem 54

1. Sistemas de Direção 56

2. Sistema de Transmissão 57

2.1. Transmissão Automática (ou Câmbio Automático) 59

3. Embreagem 60

Glossário 62

Atividades 63

Referências 64

Unidade 6 | Sistema de Suspensão, Rodas e Pneus 65

1. Sistema de Suspensão 67

2. Molas e Amortecedores 69

3. Rodas e Pneus 70

4. Calibragem de Pneus 73

Glossário 74

Atividades 75

Referências 76

Módulo 3 77

Unidade 7 | Sistema de Freios 78

1. Sistema de Freios 80

2. Comando Hidráulico 82

3. Freios a Disco 83

4. O ABS como Item de Segurança 83

4
Glossário 85

Atividades 86

Referências 87

Unidade 8 | Luzes Indicadoras e Instrumentos do Painel 88

1. Painel de Instrumentos 90

2. Motor, Freios, Bateria, Temperatura e Óleo 91

3. Lâmpadas, Faróis, Lanternas e Pisca-alerta 92

4. Alertas de Funcionamento dos Equipamentos Básicos 93

5. Limpadores e Desembaçadores 94

6. Itens Opcionais 94

Glossário 96

Atividades 97

Referências 98

5
Apresentação

Prezados Alunos,

Desejamos boas-vindas ao curso de Mecânica Descomplicada. Vamos trabalhar juntos


para desenvolver novos conhecimentos e aprofundar as competências que vocês já
possuem!

O curso de Mecânica Descomplicada tem uma carga horária de 42 horas-aula, divididas


em oito unidades, estruturadas conforme tabela a seguir:

Unidades Carga Horária


Unidade 1 – Composição básica e
6 horas-aula
funcionamento veicular
Unidade 2 – Conhecendo o sistema motor 6 horas-aula
Unidade 3 – Sistemas de lubrificação e
6 horas-aula
arrefecimento
Unidade 4 – Sistemas de alimentação e
6 horas-aula
escapamento
Unidade 5 – Direção, transmissão e
5 horas-aula
embreagem
Unidade 6 – Sistema de suspensão, rodas
6 horas-aula
e pneus
Unidade 7 – Sistema de freios 4 horas-aula
Unidade 8 – Luzes indicadoras e
3 horas-aula
instrumentos do painel

Nesse sentido, este curso foi desenvolvido para que os alunos aumentem seu
conhecimento em mecânica e ajudem a promover a melhoria do setor. Para isso, foram
utilizadas algumas referências bibliográficas, apresentadas ao final deste material,
que serviram como base para seu desenvolvimento e elaboração. No início de cada
unidade vocês serão informados sobre o conteúdo a ser abordado e os objetivos a
serem alcançados.

6
O curso de Mecânica Descomplicada está dividido em unidades para facilitar o
aprendizado. Esperamos que este Curso seja muito proveitoso para vocês! Nosso
intuito maior é apresentar dicas, conceitos e soluções práticas para ajudá-los a resolver
os problemas encontrados no seu dia a dia de trabalho.

Bons estudos!

7
Mecânica
Descomplicada

MÓDULO 1
UNIDADE 1 | COMPOSIÇÃO
BÁSICA E FUNCIONAMENTO
VEICULAR

9
Unidade 1 | Composição Básica e Funcionamento
Veicular

Fonte: www.shutterstock.com

ff
Você sabe qual a diferença de chassi e carroceria? Onde
podemos encontrar a numeração do veículo? Qual a principal
função da suspensão?

Muitas pessoas não entendem de carro, portanto, para aprofundar seus conhecimentos
acerca da manutenção e mecânica, é preciso, antes de tudo, conhecer os veículos. Para
iniciar o Curso, vamos apresentar a você a composição básica e o funcionamento veicular!

10
1. Estrutura Básica dos Veículos

Apesar de serem encontradas algumas variações no conjunto final, de maneira geral,


os veículos possuem os mesmos elementos básicos: chassi, carroceria e motor. Você
conhece as outras partes básicas?

O chassi é considerado o suporte do veículo. Sobre ele, vem a carroceria, que é uma
espécie de casca ou cobertura que abriga os passageiros e as cargas. Os veículos
automotores possuem, ainda, um motor e um sistema de transmissão, responsáveis
por gerar energia e colocar o veículo em movimento. Além desses elementos, todo
veículo deve possuir um sistema de direção, que permite ao condutor deslocar o
veículo na direção desejada.

Por fim, para que seja mais confortável, o veículo deve possuir um sistema de
suspensão, que protege os passageiros e as cargas de oscilações e trepidações em
terrenos irregulares.

A seguir, vamos detalhar alguns componentes dos veículos.

2. Chassi

O chassi, ou chassis em inglês, é uma estrutura de suporte. Além de suportar a


carroceria e o motor, outros componentes são acoplados ao chassi: motor, sistema de
freios, caixa de marcha, transmissão, rodas, entre outros.

Quando o veículo está andando, os esforços que o chassi sofre são intensos e, por isso,
ele deve ter um formato resistente. Em geral, ele é constituído por duas travessas
paralelas feitas de aço chamadas longarinas. Entre as longarinas, no meio do chassi,
existe um “X” ou diversas travessas menores perpendiculares que melhoram a
resistência do chassi à torção, impedindo que a carroçaria também se torça. Todas as
travessas são rebitadas entre si, de maneira que formam uma única estrutura sólida.

11
Fonte: www.shutterstock.com

As longarinas e travessas são fabricadas com chapas de aço bastante grossas. Nos
modelos mais simples e mais comuns, as vigas de aço são retas. Em alguns modelos, as
vigas são pré-moldadas em formato de “U”, o que permite uma resistência ainda maior.

bb
Assista a esse pequeno vídeo mostrando um chassi de
automóvel:

http://tinyurl.com/hv46nqw

O esquema de chassi separado da carroceria equipa principalmente os veículos


comerciais, como caminhões e picapes, pois reduz a possibilidade de trincas na
estrutura, uma vez que esses veículos são mais exigidos na sua utilização, geralmente
na capacidade de carga.

aa
Não se confunda! Chassi também é o nome que se dá ao Número
de Identificação do Veículo – NIV (ou Vehicle Identification
Number, em inglês), composto por 17 caracteres alfanuméricos
que identificam os veículos automotores em geral.

12
Vários modelos de veículo não possuem um chassi propriamente dito. A carroçaria se
une ao assoalho formando um único conjunto. Esses tipos de veículos são chamados
“monoblocos”. Nesses casos, os esforços são suportados, simultaneamente, pelo
chassi e pela cobertura.

O chassi monobloco é também chamado carroceria monobloco. O assoalho, as laterais


e o teto da carroçaria são construídos como se fossem um único conjunto. Uma das
vantagens é a redução do peso, pois esse tipo de carroçaria é bem mais leve, sendo
mais comum nos carros modernos.

Em suas extremidades, o chassi apoia-se sobre os dois eixos: o dianteiro e o traseiro.


Na parte dianteira, em geral, localizam-se o motor e a caixa de mudanças. Já na parte
traseira, localizam-se o diferencial e o tanque de combustível. Essa configuração
permite uma estrutura equilibrada, com uma boa distribuição de pesos: metade do
peso fica sobre o eixo dianteiro e a outra metade sobre o eixo traseiro.

Fonte: www.shutterstock.com

Conhecer as medidas exatas do chassi é imprescindível. Caso o chassi seja danificado em


um acidente, por exemplo, ficando empenado ou torto, ele precisa ser imediatamente
restaurado. No entanto, esse serviço só pode ser feito quando se conhece precisamente
suas medidas. Consulte sempre as informações fornecidas pelo fabricante e verifique
outros chassis do mesmo modelo de veículo em boas condições.

13
As oficinas mecânicas devem sempre possuir manuais

ee
completos dos veículos mais comuns, facilitando o acesso às
informações necessárias à manutenção e aos consertos dos
veículos. O manual apresenta todas as medidas originais dos
chassis dos veículos.

Quando o chassi entorta, é necessário corrigi-lo para que ele retome suas medidas
originais. O chassi desalinhado pode prejudicar o alinhamento dos eixos e das
rodas, ocasionando um desgaste maior de vários componentes. No entanto, nem
sempre acidentes e batidas são responsáveis pelos danos no chassi. Algumas vezes,
empenamentos podem surgir por outras causas, como, por exemplo, uma situação
de grande esforço e flexão ou concentração acentuada de cargas. Essas situações
são causadas, principalmente, pelo excesso de peso ou quando as cargas estão mal
distribuídas pelo veículo.

Devido à possibilidade de ocorrência de avarias na estrutura do chassi, antes de


iniciar o alinhamento, deve-se observar se ele não apresenta trincas ou partes soltas.
Verifique todas as conexões rebitadas ou soldadas entre as longarinas e travessas para
certificar-se de que estejam perfeitas.

3. Carroceria

Corresponde à estrutura montada sobre o chassi e que geralmente define a sua


forma. Também chamada de carroçaria, ela oferece aos motoristas e passageiros uma
proteção contra sol, chuva, vento, poeira e outras condições adversas.

A carroceria pode ser constituída por uma única peça ou por diversas peças soldadas
ou parafusadas entre si. Geralmente feita de aço, ela pode ser construída diretamente
sobre o chassi ou separadamente, sendo posteriormente presa a ele.

14
Nos veículos mais modernos, a carroceria já vem protegida de

cc
fábrica contra ferrugem e outros agentes nocivos ao metal.
Com essa proteção, a carroceria fica livre de maiores danos
com poluição, poeira ou barro.

Riscos, pequenas batidas ou amassados na lataria podem acontecer com qualquer


veículo. O mais importante é não deixar o conserto da carroceria para mais tarde.

aa
Evite transtornos! Retardar o conserto pode acarretar prejuízos
ainda maiores. Pequenos retoques e outros reparos resolvem
rapidamente esses problemas.

Resumindo

O veículo possui diversas partes e sistemas que você deve conhecer. A


primeira coisa que aprendemos a reconhecer nos veículos é sua forma e
aparência externa.

Como todo equipamento, os veículos exigem alguns cuidados básicos para


ter uma vida mais longa. Portanto, para cuidar bem de seu veículo você
precisa conhecer cada uma de suas partes e seu funcionamento.

Esses cuidados, além de representarem economia e segurança, garantem a


valorização do veículo na hora da revenda.

15
Glossário

Longarina: viga do chassi de automóveis.

Imprescindível: que não se pode dispensar ou renunciar.

Avaria: falha, mau funcionamento.

16
Atividades

1) De maneira geral, os veículos são muito semelhantes. Podemos

dd
dizer que seus componentes básicos são:

( ) carcaça, carroceria e motor.

( ) chassi, carroceria e motor.

( ) chassi, portas e motor.

( ) casca, cobertura e motor.

2) O _______________________ possui assoalho, laterais e teto


construídos de maneira tal que trabalhem como se fossem um
único conjunto.

( ) chassi lateral.

( ) chassi fixo.

( ) chassi monotrava.

( ) chassi monobloco.

3) A carroceria corresponde à estrutura montada por cima


do chassi, que geralmente define a sua forma. A carroceria
normalmente realiza a função de cobrir os passageiros e as cargas.

( ) Certo ( ) Errado

4) Coloque V (verdadeiro) ou F (falso):

( ) Chassi é outro nome dado à carroceria.

( ) Todo chassi tem formato em U.

( ) A carroceria protege motorista e passageiros.

( ) Antes do alinhamento, verifique se o chassi está fissurado.

17
Referências

AUTOMATIK. Guia para as luzes espia no painel. Portal da internet, 2013. Disponível
em: <http://automatik.com.br/2013/04/luzes-espia/>. Acesso em: 5 maio 2016.

BELLAGUARDA, G. M. Reparadoras de veículos e oficina mecânica. Porto Alegre:


SEBRAE/RS, 2006.

COSTA, P. G. A bíblia do carro. 2001 – 2002. Disponível em: <https://www.rastrum.


com.br/dir_smb/manuais/automotivos/Mecanica%20Automotiva.PDF>. Acesso em: 3
nov. 2016.

HSW. How Stuff Works – Como Tudo Funciona. Portal da internet, 2016. Disponível
em: <http://www.hsw.uol.com.br>. Acesso em: 3 nov. 2016.

KARDEC, A; NASCIF, J. Manutenção: função estratégica. Rio de Janeiro: Qualitymark,


1998.

LIMA, I. M.; REIS, N. G. Gestão de Empresas de Transportes. IDAQ/CNT: Brasília, 1997.

MARÇAL, R. F. Gestão da Manutenção. Ponta Grossa: Programa de Pós-Graduação em


Engenharia da Produção (PPGEP). Ponta grossa, 2004.

REVISTA MECÂNICA ONLINE. Curso básico de mecânica gratuito. Portal da


internet, 2016. Disponível em: <https://www.iped.com.br/cotidiano/curso/mecanica-
automotiva>. Acesso em: 3 nov. 2016.

SAE BRASIL – Sociedade de Engenheiros para a Mobilidade. Página oficial. Portal da


internet, 2016. Disponível em: <http://www.saebrasil.org.br>. Acesso em: 3 nov. 2016.

SINDIREPA – Sindicato da Indústria de Reparação de Veículos e Acessórios do Estado


de São Paulo. Página oficial. Portal da internet, 2016. Disponível em: <http://
portaldareparacao.com.br/>. Acesso em: 3 nov. 2016.

VALENTE, A. M.; PASSAGLIA, E.; NOVAES, A. G. Gerenciamento de transporte e frotas.


São Paulo: Pioneira, 1997.

18
UNIDADE 2 | CONHECENDO O
SISTEMA MOTOR

19
Unidade 2 | Conhecendo o Sistema Motor

Fonte: www.shutterstock.com

ff
Como funciona um motor de partida? Quais são as partes
e como funciona o motor? Você já ouviu falar da árvore de
manivelas?

O motor é um dos componentes mais importantes em qualquer veículo automotor. Ele é


responsável por fornecer a energia capaz de produzir movimento, convertendo energia
calorífica, produzida pela combustão, em energia mecânica. Nesta Unidade, vamos
conhecer mais sobre os motores e seu funcionamento.

20
1. Constituição Básica do Motor

O corpo do motor é um bloco de ferro fundido que apresenta em seu interior um


buraco de forma cilíndrica denominado “cilindro”. Dentro do cilindro, desloca-se o
pistão, que realiza um movimento de subida e descida. Atravessado no pistão, há um
pino localizado em uma haste chamada biela.

Na outra extremidade, a biela se prende a um eixo que tem a forma de uma manivela.
O nome correto dessa peça é árvore de manivelas, vulgarmente conhecida por
virabrequim. Quando o pistão sobe e desce, a biela o acompanha e obriga a árvore de
manivelas a virar, como se fosse uma manivela.

Atualmente, não existe mais nenhum automóvel com motor

ee
de um cilindro, nem mesmo dois. O normal é automóvel com
quatro, seis ou oito cilindros. Os motores com um ou dois
cilindros são reservados a motocicletas, barcos ou máquinas
estacionárias do tipo bombas d’água, serra etc., e máquinas
para serem usadas onde não há eletricidade.

Num dos extremos da árvore de manivelas há uma roda pesada de ferro que se chama
volante. Sua função é manter o movimento da árvore de manivelas uniforme, evitando
trancos. Sem o volante, o motor não funciona corretamente. Quando o cilindro queima
a mistura e empurra o pistão para baixo, também está dando um impulso ao volante.
Por sua vez, essa energia que o volante acumula, ele devolve ao próprio pistão, quando
este se encontra no tempo de compressão. Com isso, o motor opera de maneira mais
suave.

aa
Quanto maior for o peso do volante, tanto mais suave será o
funcionamento do motor. Por outro lado, quanto mais pesado o
volante, tanto mais devagar responde o motor quando se precisa
aumentar a sua rotação. Diz-se então que a sua aceleração é baixa.

21
Na parte superior do cilindro do motor existem dois orifícios que possuem duas
válvulas de abertura e fechamento. Uma é a válvula de admissão e a outra é a válvula de
escapamento. Ainda na parte superior do cilindro, perto das duas válvulas, existe uma
pequena peça chamada vela. Sua função é produzir e liberar, no momento adequado, a
faísca que irá incendiar o combustível.

Durante o movimento de subida e descida, o pistão passa por dois pontos extremos:
o ponto mais alto e o ponto mais baixo. Nesses pontos, ele inverte o sentido de seu
movimento e, por isso, nesses dois pontos a sua velocidade é nula. Costuma-se chamar
a esses dois pontos de Ponto Morto Superior (PMS) e Ponto Morto Inferior (PMI).

Quando o pistão se encontra no PMS, a biela e a árvore de manivelas estão voltadas


para cima. Quando o pistão muda o sentido de seu movimento e chega ao PMI, a biela
desce e a árvore de manivelas vira, ficando virada para baixo.

Os pistões comprimem a mistura de combustível e ar, que é depois inflamada por


uma vela de ignição e queimada no interior dos cilindros. À medida que a mistura se
inflama, expande-se, empurrando o pistão para baixo. Essa mistura gasosa é formada
no carburador ou, nos motores mais modernos, calculada pela injeção eletrônica, e
admitida nas câmaras de explosão.

bb
Assista ao vídeo e veja como é interessante o funcionamento
de um motor:

http://tinyurl.com/zenxjo9.

2. Motor de Arranque (ou Motor de Partida)


A energia inicial necessária para colocar o motor em movimento é fornecida pelo
motor de arranque, que tem a função de acionar o motor do automóvel até que este
tenha condições de funcionar sozinho, ou seja, de dar a partida no veículo. Após o
arranque inicial, o motor de arranque fica inoperante, permanecendo parado durante
o funcionamento do motor.

22
O motor de arranque se engrena em uma cremalheira que envolve o volante do motor,
constituído por um disco pesado, fixado à extremidade do virabrequim ou árvore de
manivelas. O volante do motor amortece os impulsos bruscos dos pistões e origina
uma rotação relativamente suave ao virabrequim.

O dispositivo de engrenamento é um conjunto de peças que fica


sobre o prolongamento do eixo do induzido, cuja função é
transmitir o movimento do eixo do induzido para o motor do
veículo, fazendo-o girar.

A transmissão do movimento é realmente feita pelo pinhão, que se engrena com a coroa
do volante. A dificuldade principal é que normalmente o pinhão deve ficar desligado
da coroa e só se dar o engrenamento durante a partida. Tão logo o motor “pegue”,
o pinhão deve, novamente, desligar-se da coroa para evitar que o motor do veículo
arraste o motor de partida a uma rotação muito elevada, o que pode até danificá-lo.

Fonte: www.shutterstock.com

23
3. O Motor de Quatro Tempos
Os motores funcionam seguindo um mesmo princípio: queima-se o combustível e se
formam gases em grande quantidade. Essa queima gera uma pressão grande sobre o
pistão, empurrando-o para baixo e forçando o virabrequim a virar.

Apesar de seguirem os mesmos princípios, os motores podem ser distintos e obter


esse mesmo efeito, podendo ser: motor de quatro tempos, motor de dois tempos,
motor diesel etc. Existe também um motor chamado Wankel, que possui um sistema
rotativo diferenciado.

PRINCÍPIO DE FUNCIONAMENTO DO MOTOR DE 4 TEMPOS


PRIMEIRO TEMPO - ADMISSÃO SEGUNDO TEMPO - COMPRESSÃO
- O pistão está no PMS
e começa a descer. - O pistão começa a
subir.
- Abre-se a válvula
de admissão, e a - As válvulas de
de escapamento admissão e de escape
permanece fechada. permanecem fechadas.

- O pistão aspira a - Ao subir, o pistão


mistura gasosa que comprime a mistura da
penetra no cilindro até câmera de explosão e
chegar ao PMI. esta se aquece.

- Ao final, a válvula de - Como resultado da


admissão se fecha. compressão, a mistura
se vaporiza.
- O cilindro fica
totalmente cheio de - O virabrequim
mistura gasosa (ar + completa uma volta.
combustível).

24
TERCEIRO TEMPO - EXPLOSÃO QUARTO TEMPO - ESCAPAMENTO
- O pistão inicia
seu movimento
descendente.
- As válvulas
permanecem
- O pistão sobe em
fechadas.
direção ao PMS.
- Quando a mistura
- A válvula de
está fortemente
admissão permanece
comprimida, a vela
fechada, e a válvula
solta uma faísca
de escapamento se
abre.
- A mistura, ao ser
- O pistão expulsa os
inflamada pela
gases de resultantes
faísca, expande-se,
da combustão de
impelindo o pistão
dentro do cilindro
para baixo
- Quando o pistão
- Formam-se gases
atinge o PMS,
da explosão,
a válvula de
que empurram
escapamento se
violentamente o
fecha
pistão para baixo.
- Inicia-se um novo
ciclo.

O princípio de funcionamento em quatro tempos foi

hh
desenvolvido na década de 1870 pelos alemães e é utilizado
até hoje pela indústria automotiva. Esses motores são os mais
comuns no mundo inteiro e são conhecidos também como
“motores Otto”. Isso porque foram pensados, pela primeira
vez, por um engenheiro alemão chamado Nícolas Otto.

25
4. Árvore de Manivelas

O nome popular e mais usado pelos


mecânicos para essa peça é “virabrequim”.
Tecnicamente, a árvore de manivelas é uma
barra que vira e exerce esforço. Na linguagem
comum, essa peça é também chamada de
“eixo”. O virabrequim é muito difícil de ser
fabricado devido à sua forma irregular.

Essa é uma peça fundamental para o


funcionamento do motor. Ela fica submetida
Fonte: www.shutterstock.com
a esforços muito elevados, e deve manter seu
funcionamento correto tanto em alta como
em baixa rotação. Os virabrequins modernos trabalham em rotação muito elevada,
normalmente até 7.000 rpm, e, em carros esportes, até 8.500 rpm. Em cada manivela,
é ligada uma biela e, entre elas, estão localizados os munhões, que são peças que se
apoiam nos mancais.

A excessiva lubrificação dos mancais faz com que o virabrequim praticamente flutue
em um banho de óleo durante o seu funcionamento. Além da facilidade oferecida pela
lubrificação, raramente o virabrequim se quebra, pois atualmente o aço utilizado em
sua fabricação é muito resistente e durável.

aa
Quando o virabrequim não está perfeitamente equilibrado,
o motor começa a trepidar e passa a forçar os mancais. Para
consertar o problema, os virabrequins devem ser reequilibrados
por máquinas especiais.

As trocas de óleo e do filtro devem ser feitas nos períodos recomendados, caso
contrário, é provável que o virabrequim venha a ter problemas, porque a contaminação
do óleo lubrificante com partículas abrasivas acaba riscando o virabrequim, diminuindo
assim sua vida útil. A estocagem é outro ponto importante: deve ser feita sempre na
vertical para não empenar a peça.

26
A diferença básica entre os virabrequins é o número de mancais. Quanto maior o
número de mancais, mais dividido fica o esforço que eles suportam. Assim eles podem
ser menores no tamanho e ter vida útil mais longa. Por outro lado, quanto menor o
número de mancais, mais barato fica o motor. Primeiro, devido à economia com a
quantidade de mancais. Segundo, devido ao próprio formato do virabrequim, mais
simples. Terceiro, devido ao formato do bloco do motor, que também fica mais simples.

Resumindo

A energia calorífica resultante da combustão da mistura gasosa se converte


em energia mecânica por intermédio dos pistões, bielas e virabrequim.
Graças a essa conversão, o veículo consegue se movimentar.

Cada motor transforma a energia de uma maneira distinta. Assim, o


rendimento do motor depende da quantidade de energia calorífica que ele
transforma em energia mecânica.

Para suportar tamanho esforço, a estrutura do motor deve ser bastante


rígida, suportando as elevadas pressões a que estão sujeitos os mancais do
virabrequim e as demais peças internas.

Glossário

Inoperante: que não é capaz de operar e que não produz o efeito esperado.

27
Atividades

1 - Coloque V (verdadeiro) ou F (falso):

dd (

(
) O moderno motor de 4 tempos é uma inveção do século XXI.

) O motor de arranque também é chamado de motor de partida.

) A queima do combustível no motor produz gases.

( ) Dentro do poistão do motor desloca-se o cilindro.

2 - O nome mais comum utilizado para se referir à arvore de


manivelas é:

( ) Caixa de manivelas.

( ) Árvore de marchas.

( ) Virabrequim.

( ) Viramanivelas.

3 - No motor de 4 tempos, o segundo tempo é aquele em que


ocorre:

( ) Compressão.

( ) Admissão.

( ) Explosão.

( ) Combustão.

4 - O motor de arranque fornece ao veículo a energia necessária


para colocar o motor em movimento. Ele alimenta o veículo com
energia durante todo o tempo em que o veículo precisar e estiver
em movimento.

( ) Certo ( ) Errado

28
Referências

AUTOMATIK. Guia para as luzes espia no painel. Portal da internet, 2013. Disponível
em: <http://automatik.com.br/2013/04/luzes-espia/>. Acesso em: 5 maio 2016.

BELLAGUARDA, G. M. Reparadoras de veículos e oficina mecânica. Porto Alegre:


SEBRAE/RS, 2006.

COSTA, P. G. A bíblia do carro. 2001 – 2002. Disponível em: <https://www.rastrum.


com.br/dir_smb/manuais/automotivos/Mecanica%20Automotiva.PDF>. Acesso em: 3
nov. 2016.

HSW. How Stuff Works – Como Tudo Funciona. Portal da internet, 2016. Disponível
em: <http://www.hsw.uol.com.br>. Acesso em: 3 nov. 2016.

KARDEC, A; NASCIF, J. Manutenção: função estratégica. Rio de Janeiro: Qualitymark,


1998.

LIMA, I. M.; REIS, N. G. Gestão de Empresas de Transportes. IDAQ/CNT: Brasília, 1997.

MARÇAL, R. F. Gestão da Manutenção. Ponta Grossa: Programa de Pós-Graduação em


Engenharia da Produção (PPGEP). Ponta grossa, 2004.

REVISTA MECÂNICA ONLINE. Curso básico de mecânica gratuito. Portal da


internet, 2016. Disponível em: <https://www.iped.com.br/cotidiano/curso/mecanica-
automotiva>. Acesso em: 3 nov. 2016.

SAE BRASIL – Sociedade de Engenheiros para a Mobilidade. Página oficial. Portal da


internet, 2016. Disponível em: <http://www.saebrasil.org.br>. Acesso em: 3 nov. 2016.

SINDIREPA – Sindicato da Indústria de Reparação de Veículos e Acessórios do Estado


de São Paulo. Página oficial. Portal da internet, 2016. Disponível em: <http://
portaldareparacao.com.br/>. Acesso em: 3 nov. 2016.

VALENTE, A. M.; PASSAGLIA, E.; NOVAES, A. G. Gerenciamento de transporte e frotas.


São Paulo: Pioneira, 1997.

29
UNIDADE 3 | SISTEMAS
DE LUBRIFICAÇÃO E
ARREFECIMENTO

30
Unidade 3 | Sistemas de Lubrificação e
Arrefecimento

Fonte: www.shutterstock.com

ff
Você sabe como evitar que o motor esquente demais? Como
saber se temos que colocar água no radiador? O que é e qual a
importância do sistema de arrefecimento?

A lubrificação e o arrefecimento buscam diminuir o atrito que ocorre com a movimentação


das peças do motor, além de refrigerar as partes aquecidas pelo atrito. Nesta Unidade,
vamos conhecer melhor esses processos.

31
1. Sistemas de Lubrificação

A função do óleo no motor não é


apenas reduzir o atrito e o desgaste
das peças móveis do motor. A
lubrificação também é importante
para evitar que os gases quentes
escapem devido à alta pressão
durante o funcionamento do motor
e é responsável por dissipar o calor
das zonas quentes do motor para
o ar por meio do cárter. Além disso,
a lubrificação reduz a corrosão dos
metais expostos e absorve alguns dos
resíduos nocivos gerados durante a
combustão.

O óleo da lubrificação fica no cárter,


Fonte: www.shutterstock.com 32
localizado na parte inferior do motor.
Ele é bombeado aos apoios principais
passando por um filtro. A bomba é capaz de impulsionar vários litros de óleo por minuto.
A partir dos apoios principais, o óleo segue através dos orifícios de alimentação ou
canais para passagens abertas no virabrequim e para os apoios das cabeças das bielas.

As paredes dos cilindros e as buchas dos pinos dos pistões são lubrificadas pela
aspersão do óleo que sai pelos lados dos apoios e é dispersado pela rotação da árvore
de manivelas. O óleo em excesso é retirado dos cilindros por segmentos ou anéis
raspadores existentes nos pistões e regressa ao cárter.

bb
Assista a um vídeo mostrando como se dá a lubrificação:

http://tinyurl.com/gqz9qzq

32
O lubrificante é utilizado principalmente com a finalidade de diminuir o atrito e
refrigerar as partes aquecidas durante o atrito. Porém, ele também evita o contato
de metal contra metal, o que acarreta desgaste e aquecimento adicionais e, ainda, a
corrosão e os depósitos. Para isso, os lubrificantes devem possuir certas propriedades,
dentre as quais a mais importante é a viscosidade.

Uma das características utilizadas para medir a capacidade de lubrificação de um óleo


é a sua viscosidade. Essa medida, associada a outras propriedades, permite classificar
o óleo do motor.

Viscosidade é a medida da resistência que um determinado óleo


oferece ao movimento. A viscosidade varia com a temperatura,
pois quanto maior a temperatura, menor a viscosidade. A
resistência que o óleo opõe ao movimento depende também da
velocidade com que as peças se deslocam: quanto mais depressa
as peças se deslocam, maior é a resistência que o óleo oferece.

Utilize sempre o óleo indicado pelo fabricante do motor. Utilizar um óleo mais viscoso
do que o indicado pode ajudar a reduzir a fuga de gases comprimidos. No entanto, ele
poderá reduzir o torque e a potência do motor.

Existem várias classificações para os óleos lubrificantes, sendo as principais a SAE e a


API. Classificação SAE: estabelecida pela Sociedade dos Engenheiros Automotivos dos
Estados Unidos, classifica os óleos lubrificantes pela sua viscosidade, que é indicada
por um número. Quanto maior esse número, mais viscoso é o lubrificante.

bb
Compreenda os tipos de óleo e viscosidade:

http://tinyurl.com/h4aoe6w

Classificação API: desenvolvida pelo Instituto Americano do Petróleo, baseia-se em


níveis de desempenho dos óleos lubrificantes. Classificados por duas letras, a primeira
indica o tipo de combustível do motor, e a segunda, o tipo de serviço.

33
Um fluxo insuficiente de lubrificante pode causar um desgaste mais acelerado ou
problemas nas engrenagens das peças móveis devido ao atrito entre os metais. Ele
também pode causar um funcionamento deficiente do motor devido à destruição
das superfícies dos segmentos ou anéis dos pistões, permitindo a passagem de gases
muito quentes.

Os óleos lubrificantes para motores foram formulados para otimizar seu desempenho,
auxiliando a:

• reduzir o consumo de óleo e combustível graças à baixa fricção;

• manter motor limpo, mesmo em condições severas de operação;

• reduzir o desgaste e prolongar a vida do motor.

Atualmente, são muito utilizados os óleos sintéticos, que possuem uma ligação química
mais resistente do que os óleos minerais. Sua viscosidade se mantém por mais tempo
e apresenta menor variação com a temperatura. Dessa maneira, os óleos lubrificantes
sintéticos oferecem maior economia de combustível e no próprio consumo de
lubrificantes. Além disso, com o uso de óleos sintéticos, o motor mantém-se limpo sem
acumular sedimentos no cárter.

aa
Um nível de óleo muito baixo é causa frequente de avarias nos
componentes do motor. Por isso, verifique sempre os níveis
do óleo do motor, da transmissão, do sistema hidráulico e dos
eixos, obedecendo aos intervalos regulares sugeridos pelo
fabricante descritos no manual do veículo.

Todo o óleo usado e retirado dos motores deve ser tratado como um resíduo perigoso
para o ambiente, pois contém substâncias cancerígenas e poluentes (chumbo, níquel e
cobalto). Para o descarte desse material, siga todas as normas presentes na legislação.

34
bb
Veja o destino que o óleo de lubrificação usado tem:

http://tinyurl.com/z6fbjv7

Nunca permita a queima do óleo, pois ela pode produzir dioxinas tóxicas, vapores e
névoa que irritam as vias respiratórias, podendo também causar danos no sistema
nervoso e nos pulmões.

O nível de óleo deve estar sempre entre as marcas “Mín.” e

ee
“Máx.” da vareta de medição, garantindo que a bomba tenha
condições de captar no cárter o óleo necessário e que o
lubrificante não alcance as partes superiores dos cilindros e
das câmaras de combustão do motor. Manter um nível baixo
pode causar danos ou quebra do motor. Já o nível muito alto
pode causar carbonização excessiva, o que leva à perda de
rendimento.

bb
Assista ao vídeo e veja como deve ser feita a troca de óleo do
motor:

http://tinyurl.com/z4ntxp8.

35
2. Sistema de Arrefecimento

O sistema de arrefecimento equivale ao que conhecemos como sistema de resfriamento


ou sistema de refrigeração. Apesar de ser menos conhecido e menos utilizado,
arrefecimento é o nome correto para esse processo.

Todos os motores precisam ser resfriados, pois eles se aquecem durante o


funcionamento. Apenas um quarto de toda a energia gerada no motor a explosão é
utilizada; o calor restante é dissipado. A queima de combustível gera calor e a câmara
de combustão fica quente. Em consequência disso, todos os componentes do motor
ficam quentes e precisam ser resfriados, caso contrário, suas peças aumentam de
tamanho e não funcionam adequadamente.

Se o cilindro não for resfriado, não haverá dissipação de calor. Quando isso ocorre,
o pistão se dilata e se prende a ele. Nos casos em que a temperatura da água de
refrigeração se eleva, é porque os pistões “agarraram” no cilindro. Diz-se, então, que o
motor “engripou” ou “fundiu”.

Existem dois tipos de sistema de resfriamento: o direto e o indireto. No sistema


direto, o ar circula através das aletas existentes no exterior dos cilindros e na cabeça
dos cilindros, resfriando as peças do motor. Já no sistema indireto, um líquido de
resfriamento (geralmente água) circula pelos canais existentes no interior do motor,
sendo posteriormente resfriado pelo ar.

bb
Sistema de arrefecimento do motor:

http://tinyurl.com/h8klhdb

O resfriamento por ar sem condutores próprios e sem circulação forçada por meio de
ventilador não permite um efeito uniforme em todos os cilindros. Para resolver essa
dificuldade, os motores arrefecidos a ar possuem um ventilador que faz incidir sobre
os cilindros uma corrente de ar. Um controle termostático regula o fluxo do ar para
garantir as condições térmicas satisfatórias para o funcionamento do motor. Esse tipo

36
de motor é mais ruidoso que um motor arrefecido por água, pois a camisa de água
amortece uma grande parte do ruído do motor. Normalmente, os motores resfriados
a ar são de pequeno porte.

aa
Nos motores grandes, a quantidade de calor a ser retirada é
tão grande que o sistema de resfriamento por água é mais
indicado.

Uma exceção bastante comum é o resfriamento de motores de avião, que são


resfriados a ar. Primeiro, porque esse elemento é abundante. Segundo, porque, devido
à velocidade de deslocamento, ele é capaz de dissipar todo o calor gerado.

Um sistema de resfriamento por água apresenta as seguintes partes:

• uma camisa de água, que rodeia as partes quentes do motor, tais como os
cilindros, as câmaras de explosão e as saídas do escapamento;

• um radiador, no qual a água quente do motor é arrefecida pelo ar;

• um ventilador, que faz circular o ar através do radiador;

• mangueiras existentes na parte superior e


inferior do radiador e que o ligam ao motor para
estabelecer um circuito fechado;

• uma bomba, que faz circular a água.

Durante o processo de arrefecimento, a água entra


em contato com o cilindro e resfria todas as peças que
se aquecem no motor , ficando aquecida com o calor
retirado. Em seguida, a água aquecida caminha para
o radiador por uma mangueira que existe na parte de
cima do motor. A água entra no radiador, que é uma
peça formada por colmeias, onde um ventilador gira e
faz o ar passar pela colmeia em alta velocidade. Fonte: www.shutterstock.com

37
O ar entra pela frente do carro, pela grade do radiador, passa pelo radiador e resfria a
água que se encontra no seu inferior. O ar se aquece, mas ainda pode ser aproveitado
para resfriar o bloco do motor. A água que se encontra dentro do radiador está mais fria
e, como ela é mais pesada que a água quente, desce e vai parar no fundo do radiador.
A água fria segue por uma mangueira que conecta o radiador ao motor e retorna ao
motor para novamente esfriá-lo.

Um termostato montado na saída da água do motor reduz a circulação da água


até que o motor atinja a temperatura normal de funcionamento. Para o perfeito
funcionamento de um motor, seja qual for sua velocidade, a temperatura do líquido
de arrefecimento em um ponto próximo do termostato deve se manter entre 80º e
115º C. Quando há falta de água no radiador ou no caso de esforço excessivo (subidas
longas e acentuadas), pode ocorrer sobreaquecimento do motor.

Para impedir que isso ocorra, é preciso que o radiador tenha um orifício por onde
o excesso de vapor possa sair. Costuma-se dizer que esse é um orifício ou tubo de
“alívio”, porque alivia a pressão. O vapor ou a água em excesso escorre por ele e cai no
chão, embaixo do veículo, sem perigo para as pessoas.

Saindo da parte superior, existe um pequeno tubo que desce ao longo do radiador até
aparecer por baixo dele. Trata-se do “ladrão”, como é conhecido, e se destina a deixar
escapar qualquer excesso de água que porventura exista no radiador, quando este se
enche ou quando a água ferve.

Resumindo

Os sistemas de lubrificação e arrefecimento têm a função de permitir o


resfriamento do motor, principalmente das partes que produzem mais
calor durante o seu funcionamento.

Óleos lubrificantes e líquidos de arrefecimento são especialmente


fabricados segundo as especificidades de cada tipo de veículo.

Lembre-se de seguir as instruções do fabricante do motor e adquirir os


óleos e líquidos adequados. O motor irá funcionar muito melhor, gerando
menores despesas, e terá uma vida útil muito mais longa.

38
Glossário

Dissipado: desaparecer ou dispersar-se

Incidir: atingir, algo ou alguém que seja afetado de alguma forma.

39
Atividades

1 - O sistema de arrefecimento equivale ao que conhecemos

dd
como sistema de resfriamento ou sistema de refrigeração.

( ) Certo ( ) Errado

2 - Um sistema de arrefecimento do motor que utiliza água


para o resfriamento é composto principalmente por:

( ) ventilador, exaustor, bomba e mangueiras.

( ) radiador, ventilador, bomba e mangueiras.

( ) radiador, ventilador, exaustor e mangueiras.

( ) exaustor, ventilador, anilhas e mangueiras.

3 - A lubrificação é muito importante para o bom


funcionamento do motor. Dentre os fatores que a tornam
imprescindível estão:

( ) reduzir o atrito e o desgaste das peças móveis do motor.

( ) aumentar a produção de calor no motor sob alta pressão.

( ) manter o calor das zonas quentes do motor, evitando


resfriá-lo.

( ) aumentar a corrosão dos metais expostos.

4 - No sistema de arrefecimento por água, durante o


processo de resfriamento, a água entra em contato com o
cilindro e com todas as peças que se aquecem no motor. Ela
resfria essas partes e fica aquecida com o calor retirado.

( ) Certo ( ) Errado

40
Referências

AUTOMATIK. Guia para as luzes espia no painel. Portal da internet, 2013. Disponível
em: <http://automatik.com.br/2013/04/luzes-espia/>. Acesso em: 5 maio 2016.

BELLAGUARDA, G. M. Reparadoras de veículos e oficina mecânica. Porto Alegre:


SEBRAE/RS, 2006.

COSTA, P. G. A bíblia do carro. 2001 – 2002. Disponível em: <https://www.rastrum.


com.br/dir_smb/manuais/automotivos/Mecanica%20Automotiva.PDF>. Acesso em: 3
nov. 2016.

HSW. How Stuff Works – Como Tudo Funciona. Portal da internet, 2016. Disponível
em: <http://www.hsw.uol.com.br>. Acesso em: 3 nov. 2016.

KARDEC, A; NASCIF, J. Manutenção: função estratégica. Rio de Janeiro: Qualitymark,


1998.

LIMA, I. M.; REIS, N. G. Gestão de Empresas de Transportes. IDAQ/CNT: Brasília, 1997.

MARÇAL, R. F. Gestão da Manutenção. Ponta Grossa: Programa de Pós-Graduação em


Engenharia da Produção (PPGEP). Ponta grossa, 2004.

REVISTA MECÂNICA ONLINE. Curso básico de mecânica gratuito. Portal da


internet, 2016. Disponível em: <https://www.iped.com.br/cotidiano/curso/mecanica-
automotiva>. Acesso em: 3 nov. 2016.

SAE BRASIL – Sociedade de Engenheiros para a Mobilidade. Página oficial. Portal da


internet, 2016. Disponível em: <http://www.saebrasil.org.br>. Acesso em: 3 nov. 2016.

SINDIREPA – Sindicato da Indústria de Reparação de Veículos e Acessórios do Estado


de São Paulo. Página oficial. Portal da internet, 2016. Disponível em: <http://
portaldareparacao.com.br/>. Acesso em: 3 nov. 2016.

VALENTE, A. M.; PASSAGLIA, E.; NOVAES, A. G. Gerenciamento de transporte e frotas.


São Paulo: Pioneira, 1997.

41
Mecânica
Descomplicada

MÓDULO 2
UNIDADE 4 | SISTEMAS DE
ALIMENTAÇÃO E ESCAPAMENTO

43
Unidade 4 | Sistemas de Alimentação e Escapamento

Fonte: www.shutterstock.com

ff
O que é o sistema de alimentação do veículo? Quais os tipos
de combustível disponíveis no Brasil? Onde podem estar
localizados os tanques de combustível?

Para um perfeito funcionamento do motor e dos sistemas de lubrificação e arrefecimento,


é necessário, também, cuidar dos filtros, responsáveis por proteger o veículo e suas peças
de impurezas do ar, água e óleo utilizados. Nesta Unidade, vamos conhecer o sistema de
alimentação de combustível e os filtros que o veículo deve possuir.

44
1. Sistema de Alimentação

aa
O sistema de alimentação do motor a explosão é composto
pelo tanque de combustível, carburador e coletor de admissão,
além de vários filtros, necessários ao bom funcionamento do
conjunto.

A carburação é um dos processos essenciais ao deslocamento do veículo, pois ela


alimenta o motor e permite que ele arranque facilmente, mantenha a aceleração, seja
econômico, funcione com máximo rendimento e não perca a potência e morra durante
o deslocamento veicular.

O processo completo da carburação tem início quando a gasolina se mistura com o ar e


termina quando ocorre a sua combustão nos cilindros. Na alimentação do carburador,
interferem os seguintes elementos: um tanque de combustível colocado distante do
carburador; uma bomba que puxa a gasolina do tanque ao carburador; e vários filtros
que impedem a entrada de impurezas, o que pode prejudicar o carburador e a bomba.

Em geral, o tanque de combustível fica colocado em posição

ee
oposta a do motor, sendo um localizado na parte da frente e
outro localizado na parte de trás do veículo. Essa distribuição
visa a uma melhor distribuição de pesos sobre o veículo, com
o objetivo de obter maior estabilidade e reduzir os riscos de
incêndio.

Você se lembra da mistura gasosa que entra no cilindro do motor e é queimada? Essa
mistura é feita pelo carburador. Sua principal função é misturar homogeneamente uma
determinada quantidade de gasolina (ou outro combustível) com outra de ar, formando
essa mistura gasosa e fornecendo uma proporção adequada da mistura pulverizada ou
atomizada a cada cilindro do motor para sua combustão.

45
Para cada situação, existe uma proporção adequada para a mistura de ar e combustível.
A mistura para a combustão completa (com menor quantidade de resíduos) tem a
proporção de quinze partes de ar para uma parte de gasolina. No entanto, essa mistura
não proporciona máxima potência e economia. O arranque do motor pode exigir uma
mistura com menor proporção de ar, composta por uma parte de ar para uma parte de
gasolina. Já para obter maior economia, a mistura deverá ser menos rica, com dezesseis
partes de ar para uma de gasolina.

2. Motores Flex

Os produtos resultantes da combustão da mistura gasosa incluem o monóxido de


carbono (altamente tóxico), o anidrido de carbono, hidrocarbonetos e óxidos de azoto.
A proporção desses produtos nos gases de escapamento depende da mistura utilizada,
ou seja, do tipo de combustível empregado.

bb
Assista ao vídeo sobre os cuidados adicionais que devemos
tomar com os motores flex:

http://tinyurl.com/hcdvkgu.

Muitos motores aceitam mais de um tipo de combustível e são chamados motores


flex. Os motores flex estão equipados com componentes próprios no sistema de
alimentação, em função da corrosão causada pelos diferentes tipos de combustível.
A própria gasolina comercializada já vem misturada com o álcool. Além desses, os
motores podem aceitar outros tipos de biocombustíveis e etanóis.

46
aa
Quando o combustível de alimentação é apenas o álcool, as
peças do motor são tratadas por processos químicos contra
corrosão, recebendo revestimento interno no tanque, bomba
e carburador bicromatizado. Esse processo é identificado por
cor e brilho diferentes da cor e do aspecto tradicionais das
mesmas peças para gasolina.

3. Tanque de Combustível

O tanque de combustível é uma peça


simples, mas cuidadosamente projetada em
função do espaço que o modelo do veículo
proporciona. Por esse motivo, o tanque
de combustível de um tipo de veículo não
se adapta a outro, devido ao seu formato,
volume e capacidade, além de apresentar
acabamento interno adequado ao tipo de
combustível aceito pelo veículo.

Os tanques são externamente


Fonte: www.shutterstock.com
confeccionados de plástico ultrarresistente
e recebem tratamento especial para evitar a
evaporação do combustível, bem como um revestimento interno contra a ferrugem
resultante da evaporação. Normalmente, o tanque é dividido em câmaras, reduzindo
o deslocamento de combustível com o movimento do veículo (freadas bruscas, curvas
acentuadas). Sua capacidade varia segundo o modelo do veículo e as características do
motor.

Na maior parte dos veículos, existe um tanque de combustível de reserva e uma luz
de advertência no painel que se acende quando o nível de combustível está baixo.
Os tanques apresentam tubos de respiro no tampão que permitem a entrada de ar à
medida que o combustível é consumido.

47
4. Sistema de Escapamento

A principal função do escapamento é oferecer uma via de escape aos gases residuais do
motor. Além disso, ele atenua o ruído com a saída dos gases sob alta pressão. Quando
bem regulado, o sistema de escapamento pode acelerar a saída dos gases resultantes
da combustão no motor.

Os gases queimados que saem dos cilindros do motor devem ser imediatamente
eliminados. Esse processo é feito por meio de um cano de escapamento ligado ao coletor
de escapamento. O cano de escapamento solta os gases residuais geralmente na parte
de trás do veículo para não incomodar os passageiros. Por isso, ele normalmente passa
por baixo da carroçaria e vai até a parte traseira do veículo. Nos veículos com motor
traseiro, o cano de escapamento é mais curto.

bb
Assista ao vídeo sobre as funções e os cuidados que devemos
ter com o escapamento:

http://tinyurl.com/j4c7njn.

Para reduzir os ruídos da combustão e do escapamento dos gases do motor, existe uma
peça ao longo do cano de escapamento chamada “silencioso”, que apresenta diversos
canos furados dentro de uma câmara. Esse conjunto funciona como um colchão de
ar, de amortecimento, que reduz o barulho quando os gases de escapamento passam
por ele. Após atravessar o coletor de escape, a tubulação e o silenciador, os gases são
expelidos pelo tubo traseiro.

48
A vida útil do escapamento é de cerca de dois anos, pois, com

ee
o tempo de uso, é natural a deterioração. Quando o motorista
notar alterações no nível de ruído do veículo, caracterizado
por sopros de gases, chocalhos no catalisador, som estridente
e ressonâncias ao trocar marchas, é recomendável verificar o
sistema de escape em um centro automotivo especializado.

5. Filtros do Veículo

Os filtros são elementos imprescindíveis, responsáveis por eliminar sujeiras e impurezas


do óleo, dos líquidos e do ar. Filtros eficazes protegem os motores e outras peças,
mantendo a segurança de toda a operação e reduzindo os custos com a manutenção
veicular a médio e longo prazo.

5.1. Filtros de Ar

O filtro de ar elimina as partículas nocivas do ar, evitando desgastes do motor. A eficácia


e a capacidade de filtragem são obtidas misturando fibras finas e mais grosseiras no
agente filtrante.

Filtros de ar que contêm agentes filtrantes aumentam a eficácia de filtragem,


diminuindo o desgaste natural do motor. Quando a área de filtragem é muito grande,
esses agentes adicionados aumentam a capacidade do filtro de reter o pó e evitam
sua obstrução prematura, prolongando sua vida útil. Normalmente, os filtros de ar são
substituídos a cada 15.000 quilômetros rodados, caso contrário, o motor do veículo
pode aumentar o consumo de combustível.

49
Existem vários tipos de filtros de ar, e suas formas e dimensões geralmente dependem
do espaço ocupado pelo motor. O filtro com elementos de papel é o mais utilizado por
ter uma maior leveza e capacidade. O elemento filtrante é fabricado com papel fibroso
tratado com resina e dobrado em sanfona, a fim de oferecer uma melhor superfície de
contato com o ar que o atravessa.

5.2. Filtros de Combustível


Os filtros de combustível devem ser substituídos de acordo com as indicações
do fabricante de cada veículo. Quando essa troca não é feita, o motor passa a não
responder quando solicitado acima de determinadas rotações. Além disso, a bomba de
combustível pode até queimar devido ao esforço excessivo.

O emprego de aditivos no combustível pode ajudar a limpar os injetores e os pistões do


motor. Combustíveis aditivados podem prolongar a vida útil do filtro de combustível,
protegendo o motor da corrosão com agentes que previnem as emulsões do gasóleo
com água e evitam o envelhecimento do combustível.

5.3. Filtros de Óleo

Em quase todos os veículos, o óleo passa por


um filtro localizado na parte exterior do cárter
que retém todas as impurezas antes do óleo
entrar no motor. O filtro possui uma válvula de
derivação, uma vez que, com o passar do tempo
e à medida que retém as impurezas, ele pode
ficar obstruído e não permitir a passagem do
óleo sob alta pressão ou frio, quando ele fica Fonte: www.shutterstock.com
muito espesso.

Alguns filtros de óleo são chamados centrífugos e consistem em um recipiente circular


que, ao girar com grande velocidade, é capaz de separar e expelir as partículas sólidas,
que são retidas nas suas paredes enquanto o óleo passa através de um condutor
central.

50
O ideal é substituir os filtros de óleo sempre que for feita a

ee
troca, pois o óleo novo pode perder suas características e se
deteriorar rapidamente quando passar por um filtro velho.

Quando os filtros de óleo ficam entupidos, obstruindo a circulação do óleo, existe um


risco maior de aumento da temperatura do motor. Quando isso ocorre, o óleo deixa
de fluir normalmente, causando falha nos componentes do motor. No entanto, muitas
vezes, as pessoas optam por substituir o óleo em períodos mais curtos, ou seja, a cada
3 mil ou 5 mil quilômetros. Nesse caso, verifique o manual do proprietário e consulte
os prazos indicados para a troca dos filtros.

Resumindo

A tecnologia relacionada ao sistema de alimentação e escapamento dos


veículos vem passando por aperfeiçoamento e grande evolução.

Atualmente, muitos motores a explosão são alimentados por mais de um


tipo de combustível, como, por exemplo: álcool, gasolina, diesel, biodiesel
etc.

A preocupação com a redução da poluição ambiental fez com que as


empresas desenvolvessem motores e equipamentos que reduzem as
emissões de partículas e gases poluentes na atmosfera, auxiliados, ainda,
por filtros mais modernos e potentes, capazes de eliminar grande parte
desses resíduos.

Glossário

Eficácia: alcança os resultados planejados, característica do que produz os efeitos


esperados.

51
Atividades

1 - O _____________________ com elementos de papel é o mais

dd
utilizado e tem uma maior leveza e capacidade. O elemento
filtrante é fabricado com papel fibroso tratado com resina e
dobrado em sanfona, a fim de oferecer uma melhor superfície de
contato com o ar que o atravessa.

( ) filtro de óleo.

( ) filtro de ar.

( ) filtro de combustível.

( ) filtro do radiador.

2 - Os tanques de combustível são externamente confeccionados


de plástico ultrarresistente e recebem tratamento especial para
evitar a evaporação do combustível, bem como um revestimento
interno contra a ferrugem resultante da evaporação.

( ) Certo ( ) Errado

3 - São funções do sistema de escapamento:

( ) Oferecer uma via de escape aos gases residuais do motor.

( ) Acelerar a saída dos gases resultantes da combustão.

( ) Coletar e armazenar os gases residuais do motor.

( ) Atenuar o ruído com a saída dos gases sob alta pressão.

4 - O sistema de escapamento tem o mesmo funcionamento que o


sistema de arrefecimento. Eles são dois nomes diferentes para os
sistemas que retiram fumaça e calor do motor.

( ) Certo ( ) Errado

52
Referências

AUTOMATIK. Guia para as luzes espia no painel. Portal da internet, 2013. Disponível
em: <http://automatik.com.br/2013/04/luzes-espia/>. Acesso em: 5 maio 2016.

BELLAGUARDA, G. M. Reparadoras de veículos e oficina mecânica. Porto Alegre:


SEBRAE/RS, 2006.

COSTA, P. G. A bíblia do carro. 2001 – 2002. Disponível em: <https://www.rastrum.


com.br/dir_smb/manuais/automotivos/Mecanica%20Automotiva.PDF>. Acesso em: 3
nov. 2016.

HSW. How Stuff Works – Como Tudo Funciona. Portal da internet, 2016. Disponível
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KARDEC, A; NASCIF, J. Manutenção: função estratégica. Rio de Janeiro: Qualitymark,


1998.

LIMA, I. M.; REIS, N. G. Gestão de Empresas de Transportes. IDAQ/CNT: Brasília, 1997.

MARÇAL, R. F. Gestão da Manutenção. Ponta Grossa: Programa de Pós-Graduação em


Engenharia da Produção (PPGEP). Ponta grossa, 2004.

REVISTA MECÂNICA ONLINE. Curso básico de mecânica gratuito. Portal da


internet, 2016. Disponível em: <https://www.iped.com.br/cotidiano/curso/mecanica-
automotiva>. Acesso em: 3 nov. 2016.

SAE BRASIL – Sociedade de Engenheiros para a Mobilidade. Página oficial. Portal da


internet, 2016. Disponível em: <http://www.saebrasil.org.br>. Acesso em: 3 nov. 2016.

SINDIREPA – Sindicato da Indústria de Reparação de Veículos e Acessórios do Estado


de São Paulo. Página oficial. Portal da internet, 2016. Disponível em: <http://
portaldareparacao.com.br/>. Acesso em: 3 nov. 2016.

VALENTE, A. M.; PASSAGLIA, E.; NOVAES, A. G. Gerenciamento de transporte e frotas.


São Paulo: Pioneira, 1997.

53
UNIDADE 5 | DIREÇÃO,
TRANSMISSÃO E EMBREAGEM

54
Unidade 5 | Direção, Transmissão e Embreagem

Fonte: www.shutterstock.com

ff
Quais as partes do sistema de direção? Qual a função do sistema
de transmissão? Como funciona na prática a embreagem?

Nesta Unidade, estudaremos os sistemas de direção, considerado por muitos técnicos o


sistema mais importante no veículo quando o assunto é segurança. Para que o sistema
de direção funcione corretamente, é preciso, também, que o sistema de transmissão e
embreagem esteja regulado e em plenas condições.

55
1. Sistemas de Direção

A função básica do sistema de direção é a de transmitir para as rodas o movimento


de rotação que o condutor transfere ao volante e à coluna de direção. Isso é possível
graças a duas peças: um parafuso sem-fim e um componente dentado. Quando a coluna
de direção gira, o componente dentado transfere essa rotação ao parafuso sem-fim,
que também gira. Essas peças ficam no interior de uma carcaça chamada caixa de
direção, que possibilita a lubrificação das engrenagens e, ao mesmo tempo, constitui
uma proteção contra poeira.

O sistema de direção deve ser capaz de amortecer os choques

ee
das rodas, evitando que essa vibração chegue aos braços do
motorista.

Agora vamos falar da direção hidráulica. Seu princípio de funcionamento é bastante


simples. Ela é um sistema com óleo sob pressão que exerce a maior parte do esforço
necessário para girar as rodas.

A pressão do óleo é aplicada justamente no instante em que o motorista vira o volante


da direção. Nesse sistema, existe uma bomba de funcionamento contínuo que fornece
a pressão hidráulica desejada. Uma válvula especial abre ou fecha quando se gira o
volante. Ao abrir, ela permite que o óleo sob pressão seja aplicado a um pistão que, por
sua vez, aciona a barra de direção.

Por ser um sistema de custo elevado, apenas os veículos mais

ee
pesados (caminhões e ônibus) ou os mais caros possuem
a direção hidráulica como item de série, permitindo maior
conforto.

56
2. Sistema de Transmissão

O sistema de transmissão é composto pela


embreagem, caixa de velocidades, diferencial,
semiárvores, homocinéticas e rodas, todos ligados
entre si por sistemas de engrenagens.

A função da transmissão é levar às rodas a energia


do motor para que o veículo entre em movimento.
Em um veículo convencional, a transmissão
começa no motor e prolonga-se pela embreagem,
caixa de câmbio, eixo de transmissão e diferencial,
até chegar às rodas traseiras. Alguns tipos de
veículo, como aqueles com motor dianteiro e Fonte: www.shutterstock.com
tração traseira, dispensam o eixo de transmissão.

As engrenagens têm como objetivo efetivar transformações

ee
de movimento, que são: direção e velocidade. Elas executam a
transmissão com extrema precisão, ora alterando a força, ora
alterando a velocidade.

Toda engrenagem pode ser entendida como uma alavanca múltipla com um único ponto
de centro. Quanto maior o braço da alavanca, maior será o movimento conseguido.

A caixa de câmbio permite ao motor fornecer às rodas a força motriz apropriada


às condições de deslocamento. Assim, quanto maior for o número de rotações do
virabrequim em relação ao número de rotações das rodas, maior será a força motriz
transmitida às rodas, verificando-se, ao mesmo tempo, uma proporcional redução da
velocidade do automóvel.

A caixa de mudança, ou caixa de câmbio, realiza três funções distintas:

I. permite um desligamento entre os eixos motor e transmissor, possibilitando ao


motor funcionar com o veículo parado;

57
II. permite aumentar ou diminuir a potência do motor por meio de engrenagens;

III. permite inverter a marcha sem alterar o sentido de rotação do motor.

Utilizando a alavanca seletora, o condutor escolhe:

• primeira marcha - força;

• segunda marcha - força;

• terceira marcha - rotações intermediárias;

• quarta marcha - velocidade de cruzeiro;

• quinta marcha - velocidade de cruzeiro, baixo torque;

• marcha a ré - reversão do movimento;

• ponto morto - interrupção do movimento.

O COMPORTAMENTO DAS ENGRENAGENS


PONTO MORTO PRIMEIRA MARCHA

Em ponto morto, não há qualquer transmissão Permite a maior redução de velocidade, com
de energia mecânica. Todas as engrenagens, o objetivo de obter um torque mais elevado.
exceto as utilizadas para inversão de marcha, A engrenagem apropriada fica no eixo
estão engrenadas. secundário, transmitindo a energia mecânica.

58
SEGUNDA MARCHA TERCEIRA MARCHA

A terceira marcha utiliza rotação em


velocidade intermediária, ligando o eixo
A segunda marcha também permite redução
primário diretamente ao eixo secundário. A
de velocidade e elevação no torque.
potência é transmitida pela caixa de mudanças
sem a intervenção das engrenagens.
QUARTA MARCHA MARCHA RÉ

Nas quarta e quinta marchas, a perda de atrito


Em marcha a ré, uma terceira engrenagem
direta pelas engrenagens é insignificante,
(engrenagem intermediária) inverte o sentido
sendo adequadas para velocidades altas
de rotação normal do eixo secundário.
(velocidade de cruzeiro).

2.1. Transmissão Automática (ou Câmbio Automático)

A função de uma transmissão automática é permitir que o motor trabalhe com


o automóvel parado, além de iniciar a transmissão suave e progressiva de energia
mecânica necessária ao deslocamento à medida que o motorista acelera o motor,
apertando o acelerador.

59
Esse sistema é composto de duas partes rotativas principais: um impulsor, acionado
pelo motor, e uma turbina que aciona a caixa de mudanças. Cada uma dessas partes
tem a forma de uma calota esférica e contém certa quantidade de divisórias radiais
chamadas pás. As duas calotas estão alojadas, voltadas uma para a outra, em um cárter
cheio de óleo, e separadas por um pequeno espaço para evitar qualquer contato entre
si.

Ao selecionar automaticamente a marcha, o sistema avalia os parâmetros de rotação, a


programação, o sensor de posição de borboleta, a rotação e a velocidade, a aceleração
linear e lateral, e escolhe a melhor relação e o momento adequado para trocar as
marchas. Tudo isso é feito com muita segurança, para que não haja excesso de rotação
e perigo ao usuário.

3. Embreagem

A embreagem é o sistema de ligação entre o motor e o câmbio. Sua função é permitir


ao condutor ligar e desligar o motor do sistema de transmissão de forma suave e
progressiva. Ela fica localizada no interior da caixa seca e fixada ao volante do motor
por meio de parafusos, interligando o movimento do motor ao câmbio por meio do
eixo piloto ou primário.

Ao acionar a embreagem, separam-se três partes do conjunto da embreagem: o


volante do motor, o disco e o platô, ou placa de pressão da embreagem. O volante do
motor está fixado por meio de parafusos ao virabrequim e gira solidariamente com
este; o disco de embreagem se encaixa por meio de estrias no eixo primário da caixa de
cambio e, assim, também gira com o virabrequim; o platô da embreagem fixa o disco
de encontro ao volante do motor.

bb
Veja como funciona o sistema de embreagem:

http://tinyurl.com/ham392c.

60
As duas faces do disco da embreagem são revestidas com um material de fricção.
Quando o pedal da embreagem é pressionado, o virabrequim e o eixo primário da caixa
de câmbio passam a ter movimentos independentes. Assim que o condutor retira o pé
da embreagem, eles voltam a ser solidários, com giros dependentes.

O disco da embreagem e o platô não estão ligados rigidamente

ee
ao volante do motor, podendo ambos aproximar-se ou afastar-
se dele.

Os tipos de embreagem disponíveis comercialmente são:

a) embreagem simples - tipo monodisco a seco;

b) embreagem bidisco - dois discos a seco;

c) embreagem dupla;

d) embreagem multidisco - composta por uma série de discos metálicos colocados


lado a lado;

e) embreagem cônica;

f) embreagem hidráulica.

Existe uma embreagem para cada tipo de veículo; e seu projeto deve obedecer às
exigências da montadora e do mercado. O conjunto de embreagem normalmente é
composto por:

a) disco de fricção;

b) disco ou placa de pressão - platô;

c) rolamento de encosto - colar;

d) garfo de acionamento.

61
Resumindo

O desempenho do veículo está diretamente ligado às engrenagens do


câmbio, à embreagem e à sua capacidade de transmissão de energia.

Se as marchas arranharem para engatar e sempre que o pedal da embreagem


trepidar ou precisar ser acionado com muita força, será necessário verificar
a necessidade de manutenção no veículo, pois algo não está funcionando
bem.

Lembre-se de que problemas na transmissão podem ser causados por


problemas na direção e vice-versa.

Glossário

Distintas: diferentes.

62
Atividades

1 - Coloque V (verdadeiro) ou F (falso):

dd (

(
) A embreagem é o sistema de ligação entre o motor e o câmbio.

) A caixa de câmbio permite inverter a marcha sem alterar o


sentido de rotação do motor.

( ) O volante do motor gira independente do virabrequim.

( ) A direção hidráulica é um sistema com óleo sob pressão.

2 - A ___________________ permite maior redução de velocidade e


oferece torque mais elevado.

( ) primeira marcha.

( ) segunda marcha.

( ) terceira marcha.

( ) quarta marcha.

3 - A embreagem é o sistema de ligação entre o motor e o câmbio.


Sua função é permitir ligar e desligar o motor do sistema de
transmissão de forma suave e progressiva. Quando o condutor
aciona a embreagem, separa-se em três partes o conjunto da
embreagem: o volante do motor, o disco e o platô, ou placa de
pressão da embreagem.

( ) Certo ( ) Errado

4 - Nesta posição, não há qualquer transmissão de energia


mecânica. Todas as engrenagens, exceto as utilizadas para
inversão de marcha, estão engrenadas.

( ) Marcha a ré.

( ) Quinta marcha lenta.

( ) Sexta marcha acelerada.

( ) Ponto morto.

63
Referências

AUTOMATIK. Guia para as luzes espia no painel. Portal da internet, 2013. Disponível
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COSTA, P. G. A bíblia do carro. 2001 – 2002. Disponível em: <https://www.rastrum.


com.br/dir_smb/manuais/automotivos/Mecanica%20Automotiva.PDF>. Acesso em: 3
nov. 2016.

HSW. How Stuff Works – Como Tudo Funciona. Portal da internet, 2016. Disponível
em: <http://www.hsw.uol.com.br>. Acesso em: 3 nov. 2016.

KARDEC, A; NASCIF, J. Manutenção: função estratégica. Rio de Janeiro: Qualitymark,


1998.

LIMA, I. M.; REIS, N. G. Gestão de Empresas de Transportes. IDAQ/CNT: Brasília, 1997.

MARÇAL, R. F. Gestão da Manutenção. Ponta Grossa: Programa de Pós-Graduação em


Engenharia da Produção (PPGEP). Ponta grossa, 2004.

REVISTA MECÂNICA ONLINE. Curso básico de mecânica gratuito. Portal da


internet, 2016. Disponível em: <https://www.iped.com.br/cotidiano/curso/mecanica-
automotiva>. Acesso em: 3 nov. 2016.

SAE BRASIL – Sociedade de Engenheiros para a Mobilidade. Página oficial. Portal da


internet, 2016. Disponível em: <http://www.saebrasil.org.br>. Acesso em: 3 nov. 2016.

SINDIREPA – Sindicato da Indústria de Reparação de Veículos e Acessórios do Estado


de São Paulo. Página oficial. Portal da internet, 2016. Disponível em: <http://
portaldareparacao.com.br/>. Acesso em: 3 nov. 2016.

VALENTE, A. M.; PASSAGLIA, E.; NOVAES, A. G. Gerenciamento de transporte e frotas.


São Paulo: Pioneira, 1997.

64
UNIDADE 6 | SISTEMA DE
SUSPENSÃO, RODAS E PNEUS

65
Unidade 6 | Sistema de Suspensão, Rodas e Pneus

Fonte: www.shutterstock.com

ff
Como funciona o sistema de suspensão? Saberia dizer a
diferença entre o pneu remoldado e o pneu recapado? O que
é exatamente a roda?

A maior parte dos veículos possui sistemas complexos que atuam de maneira conjunta para
proporcionar conforto aos seus ocupantes. Nesta Unidade, vamos estudar o sistema de
suspensão, rodas e pneus, que, em conjunto, proporcionam o amortecimento nos veículos.

66
1. Sistema de Suspensão

O sistema de suspensão é responsável por garantir maior conforto aos passageiros ou


às cargas transportadas durante o deslocamento. Juntamente com rodas e pneus, ele
suporta esforços consideráveis e atua aliviando as irregularidades do terreno sobre o
qual o veículo passa. Vamos entender como é esse processo.

O sistema de suspensão é composto principalmente por molas e amortecedores, mas


todos os demais componentes que ajudam a reduzir as vibrações no interior do veículo
também são considerados componentes da suspensão, como pneus, estofamento,
borrachas etc. A função desse sistema é aliviar as irregularidades do pavimento sobre
o qual os veículos circulam, permitindo que os ocupantes realizem seus deslocamentos
com maior conforto.

Um bom sistema de suspensão deve incluir molejamento e

ee
amortecimento. O primeiro consiste na resistência elástica a
uma carga, e o segundo, na capacidade de absorver parte da
energia de uma mola após ter sido comprimida.

O princípio de seu funcionamento é absorver a energia, fazendo com que o impacto


da vibração dure o menor tempo possível. Para auxiliar essa absorção, o sistema conta
ainda com a ajuda de almofadas nos bancos dos veículos e, para que todo o processo
ocorra com o menor nível de ruído possível, as molas são instaladas sobre peças de
borracha, que aumentam a suavidade do movimento.

67
Veja os efeitos do sistema de suspensão nas ilustrações a seguir.

VEÍCULO SEM SUSPENSÃO VEÍCULO COM SUSPENSÃO EFICIENTE

Quando o veículo não possui suspensão, Quando o veículo possui um sistema de


todas as irregularidades da superfície de suspensão eficiente, o veículo balança
rolagem são transmitidas aos passageiros para cima e para baixo, mas os passageiros
e às cargas, que balançam junto com o e as cargas em seu interior não sentem
veículo. (ou sentem pouco) essas oscilações.

As asperezas menores do terreno são completamente absorvidas por pneus e


estofados, e os passageiros nem chegam a sentir essas irregularidades. Quando as
irregularidades são maiores, as molas e os amortecedores são requisitados, ajudando
a diminuir seus efeitos.

Suspensão independente

A suspensão independente foi desenvolvida para oferecer ainda


mais comodidade aos passageiros e às cargas transportadas.
Nesse sistema, cada roda possui molas e amortecedores com
movimentos independentes uns dos outros. Normalmente, os
veículos apresentam suspensão independente no eixo traseiro,
não sendo tão comum para o eixo dianteiro.

A vantagem da utilização de suspensão independente é que, durante o deslocamento


do veículo em terreno irregular, as vibrações de uma roda não passam para a outra roda
do eixo, a carroçaria balança menos e as rodas permanecem mais tempo em contato
com o solo. Por esses motivos, o veículo se torna mais confortável e mais seguro.

68
2. Molas e Amortecedores

As molas e os amortecedores são montados sobre as rodas, ou seja, recebem a energia


proveniente do terreno depois destas. A função principal das molas é transformar as
irregularidades do terreno em oscilações. A mola exerce outra função, sendo importante
também para manter as rodas alinhadas em relação ao chassi ou a carroçaria.

Já os amortecedores têm a função de absorver a energia da oscilação, protegendo a


carroceria e seus ocupantes contra os solavancos provocados pelas irregularidades do
pavimento e permitindo que a mola volte mais rapidamente à sua forma inicial.

As molas são normalmente fabricadas com formato helicoidal (formato de hélice),


sendo esse o mais indicado para maior absorção de energia. Apesar de existirem vários
tipos de molas, todos eles, entretanto, executam a mesma função. Nas extremidades,
a mola possui formato horizontal para que se assentem melhor sobre as superfícies.
Essas extremidades planas atuam como uma alavanca que aplica torção à parte
restante da mola. As duas extremidades estão normalmente ligadas ao chassi ou à
carroceria por pinos com buchas de borracha.

aa
O aço utilizado na fabricação das molas deve ser bastante flexível
e resistente, para que elas possam ser flexionadas e resistir aos
esforços durante o movimento do veículo. Se o aço das molas não for
bom, elas podem se entortar e, consequentemente, as rodas podem
perder o alinhamento, prejudicando a estabilidade do veículo.

ee
Os primeiros amortecedores eram constituídos de vários discos e
seu funcionamento era baseado no atrito entre eles. Atualmente,
os amortecedores são hidráulicos, nos quais o movimento de um
pistão pressiona o óleo a passar através de pequenos orifícios que
oferecem resistência à sua passagem.

69
O tipo de amortecedor mais utilizado é o telescópico, que tem o formato de um
cilindro com um pistão ligado a uma haste. A extremidade fechada do cilindro está
ligada à articulação ou ao eixo da roda, enquanto a extremidade oposta está ligada à
carroceria. Nesses amortecedores, o movimento da roda é transmitido a uma alavanca
que faz mover o eixo do braço do amortecedor. Quando o pistão do amortecedor se
desloca para um dos topos do cilindro, o óleo é impelido através de uma válvula e
atinge o outro topo, amortecendo assim a oscilação da mola.

bb
Assista ao vídeo e veja quais são os sinais de desgaste dos
amortecedores:

http://tinyurl.com/hyv2gx8.

3. Rodas e Pneus

As dimensões das rodas (largura e raio) interferem no conforto durante o deslocamento.


Uma roda grande permite anular a maior parte das irregularidades do terreno. No
entanto, adotar rodas muito grandes nem sempre é uma solução viável e adequada.

O pneu, elemento que envolve a roda, tem estrutura semitubular de borracha, cheio
de ar em seu interior. Ele possui uma carcaça interior resistente, com cabos metálicos
(talões) incorporados na zona de contato com a roda, e paredes laterais flexíveis,
destinadas a absorver as pressões que lhes são impostas. Para contribuir com o
conforto do veículo, os pneus funcionam como uma almofada de ar sobre a qual se
apoia, suportando esforços consideráveis quando o automóvel acelera, freia ou faz
uma curva.

As ranhuras da banda de rodagem (frisos) facilitam a aderência

ee
ao solo em variadas condições de rolamento.

70
O desenho das ranhuras varia de acordo com o tipo de superfície sobre o qual o veículo
irá circular a maior parte do tempo. Um pneu com ranhuras profundas é ideal para a
lama, mas impróprio para condução em alta velocidade.

bb
Você sabe o que é o TWI? Veja como medir o desgaste dos
pneus:

http://tinyurl.com/jz23ja4.

O comportamento de um pneu não depende apenas da sua concepção e dos materiais


utilizados na sua fabricação, mas também da pressão do ar. Utilize sempre a pressão
recomendada pelo fabricante do pneu e do veículo presente no manual. A pressão
recomendada assegura a aderência necessária, menos aquecimento e atrito e,
consequentemente, menor consumo de gasolina e maior durabilidade.

Pneus com câmera apresentam uma câmara de ar independente, feita de borracha.


Já os pneus sem câmera comportam o ar em seu interior e possuem um revestimento
interno de borracha macia aderente, destinada a vedar o ar. Em relação ao pneu com
câmera, o modelo sem câmera apresenta algumas vantagens: é mais fácil de montar;
quando furado, ele esvazia mais lentamente; permite tapar temporariamente os furos
sem remover a roda.

Atualmente, os pneus tendem a ser mais largos e mais baixos, apresentando maior
aderência ao pavimento e, portanto, maior estabilidade. Dessa maneira, o veículo se
comporta melhor em alta velocidade e nas curvas.

Os pneus se diferenciam em função do processo de fabricação de sua carcaça. Os mais


comuns são os diagonais, com lonas cruzadas (pneu comum), e os radiais, com lonas
estabilizadoras. Para que sejam considerados bons, os pneus devem ser extremamente
resistentes aos choques, mas suficientemente flexíveis para amortecer os impactos a
que são submetidos.

71
PNEU DIAGONAL PNEU RADIAL

Carcaça constituída por duas partes: as


Carcaça constituída por duas ou mais lonas, ou telas, e um anel de lonas ou
lonas ou camada de tela, sobrepostas telas estabilizadoras.
transversal e diagonalmente, umas sobre
as outras, formando um entrelaçado. Os fios da lona se estendem em
ângulo reto, o que proporciona grande
As camadas mantêm sua resistência, flexibilidade e conforto, mas pouca ou
mesmo quando solicitadas em várias nenhuma estabilidade direcional.
direções.
O desgaste é menor quando o veículo faz
Além do revestimento interior, o pneu uma curva, e a duração do pneu é maior.
apresenta várias tiras e materiais de
enchimento para reforço da carcaça. Em baixas velocidades, apresenta menor
conforto que o pneu diagonal.

72
4. Calibragem de Pneus

A pressão de inflação deve seguir as


recomendações do manual do proprietário e
deve ser medida com os pneus frios pelo menos
uma vez por semana. Após conduzir o veículo
por algum tempo, os pneus se aquecem e, em
consequência do calor, a pressão de inflação se
eleva.

Não utilize pneus recauchutados nas rodas Fonte: www.shutterstock.com


dianteiras. A utilização de aros ou componentes
quebrados, trincados, desgastados ou enferrujados pode resultar em falha do
conjunto e criar uma condição de risco. A utilização de aros de roda recuperados não é
recomendada em hipótese alguma.

aa
Aros danificados devem ser imediatamente substituídos, pois
qualquer tentativa de recuperação pode alterar totalmente
suas características originais, afetando seriamente a segurança
do veículo e a de seus ocupantes.

73
Resumindo

A suspensão é um conjunto de peças e cada uma depende da outra para


o perfeito funcionamento do sistema. Sua manutenção é de extrema
importância para a segurança do automóvel e do motorista.

Se todos os itens estiverem em perfeita condição, o sistema de suspensão


absorve todas as irregularidades do solo e garante a estabilidade do veículo.

Em boas condições de uso, a suspensão assegura a aderência dos pneus,


evita derrapagens e diminui a distância de frenagem. Porém, se as peças
estiverem desgastadas, a dirigibilidade do automóvel estará comprometida.

Glossário

Aspereza: irregular, não é agradável ao toque.

74
Atividades

1 - O desenho das ranhuras dos pneus é projetado em função

dd
do local por onde o veículo irá circular a maior parte do
tempo. Por exemplo: um pneu com ranhuras profundas é
ideal para a lama.

( ) Certo ( ) Errado

2 - Em baixas velocidades, é mais confortável trafegar com:

( ) pneus radiais.

( ) pneus diagonais.

( ) indiferente, ambos são confortáveis.

( ) indiferente, ambos são desconfortáveis.

3 - As molas e os amortecedores são montados sobre as


rodas, ou seja, recebem a energia proveniente do terreno
depois destas. Eles têm a função de:

( ) Planificar o terreno, diminuindo suas irregularidades.

( ) Transformar as irregularidades do terreno em oscilações.

( ) Planificar o terreno, aumentando suas irregularidades.

( ) Transformar as irregularidades do terreno em área


plana.

4 - A suspensão independente é aquela em que cada eixo


do veículo atua de maneira livre, sendo que suas rodas
sobem e descem conjuntas em cada eixo, obedecendo as
irregularidades do terreno. A parte frontal do veículo fica
independente da parte posterior.

( ) Certo ( ) Errado

75
Referências

AUTOMATIK. Guia para as luzes espia no painel. Portal da internet, 2013. Disponível
em: <http://automatik.com.br/2013/04/luzes-espia/>. Acesso em: 5 maio 2016.

BELLAGUARDA, G. M. Reparadoras de veículos e oficina mecânica. Porto Alegre:


SEBRAE/RS, 2006.

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nov. 2016.

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LIMA, I. M.; REIS, N. G. Gestão de Empresas de Transportes. IDAQ/CNT: Brasília, 1997.

MARÇAL, R. F. Gestão da Manutenção. Ponta Grossa: Programa de Pós-Graduação em


Engenharia da Produção (PPGEP). Ponta grossa, 2004.

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de São Paulo. Página oficial. Portal da internet, 2016. Disponível em: <http://
portaldareparacao.com.br/>. Acesso em: 3 nov. 2016.

VALENTE, A. M.; PASSAGLIA, E.; NOVAES, A. G. Gerenciamento de transporte e frotas.


São Paulo: Pioneira, 1997.

76
Mecânica
Descomplicada

MÓDULO 3
UNIDADE 7 | SISTEMA DE FREIOS

78
Unidade 7 | Sistema de Freios

Fonte: www.shutterstock.com

ff
Como funciona o sistema de freios? Qual a maneira correta
de acionar os freios? Já ouvir falar dos freios ABS? Como eles
funcionam?

Todos sabem da importância dos freios na condução de veículos. Situações inesperadas,


sinal fechado, curvas, cruzamentos, diversas situações no dia a dia nos obrigam a acionar
os freios. Para isso, precisamos entender como eles funcionam e como devem ser mantidos,
garantindo seu perfeito funcionamento.

79
1. Sistema de Freios

Os freios são os elementos mais importantes e mais lembrados quando se fala em


condução segura. Eles são projetados de maneira que ofereçam ao veículo uma
capacidade de desaceleração muitas vezes maior do que sua capacidade de aceleração
natural. Ainda assim, mesmo que tenha freios regulados e com elevada capacidade de
desaceleração quando precisa frear, o veículo ainda percorre certa distância antes de
conseguir parar por completo.

Durante o período de tempo em que o motorista reage ao estímulo – cerca de dois


terços de segundo na maioria dos casos–, o automóvel percorre uma determinada
distância chamada distância de reação. As principais causas são:

a) o motorista não freia o carro no mesmo instante em que vê o perigo. Mesmo que
seja mínimo, sua reação leva algum tempo;

b) como o carro está se deslocando em velocidade, mesmo depois de aplicado o


freio, ele precisa se deslocar até parar.

Quando ocorre a frenagem, uma parte do peso do veículo é transferida para frente
e acrescentada à carga a que estão sujeitas as rodas da frente, reduzindo-se assim a
carga sobre as de trás. Quando se aplicam os freios a fundo, a transferência de peso
é maior, tendendo as rodas de trás a bloquear-se, o que, frequentemente, provoca
derrapagem lateral da parte de trás do automóvel.

VELOCIDADE CONSTANTE SITUAÇÃO DE FRENAGEM

Em velocidade constante, o peso do Quando os freios são acionados, o peso é


veículo se distribui de maneira uniforme deslocado para a parte dianteira. Quanto
entre a parte traseira e a parte dianteira. mais brusca a frenagem, maior o efeito.

80
Em praticamente todos os veículos atuais, o pedal do freio aciona hidraulicamente
os freios. A ligação mecânica por meio de tirantes ou cabos ou por meio de ambos
está reservada para o sistema de freio de mão, normalmente utilizado apenas após a
parada do automóvel. O sistema hidráulico de freios apresenta várias vantagens sobre
um sistema acionado mecanicamente: é silencioso, flexível, autolubrificado e assegura
a aplicação de forças de frenagem automaticamente igualadas em ambos os lados do
automóvel.

As rodas dianteiras exigem pressão maior para serem imobilizadas (lembre-se de que o
peso do veículo se desloca para a parte dianteira quando ocorre a frenagem). Nas rodas
dianteiras, o atrito se dá entre as pastilhas de freio e os discos que se movimentam
junto com as rodas. Nas rodas traseiras, a fricção ocorre entre as lonas de freios e os
tambores. Por serem peças muito importantes para o funcionamento adequado dos
freios, se alguma delas estiver desgastada, troque-a por uma nova imediatamente.

Os freios funcionam por meio de um sistema de mangueiras

ee
flexíveis e de pequenos tubos de metal por onde circula o
fluido de freios. Esse líquido, que apresenta alta resistência ao
calor, transmite a pressão exercida no pedal de freios até as
rodas, gerando atrito necessário para pará-las.

O pedal de freio está ligado ao cilindro mestre por uma haste curta. Quando o
motorista pressiona o pedal, a haste faz mover o pistão no interior do cilindro mestre,
empurrando o fluido hidráulico para os cilindros do freio nas rodas, que acionam os
freios. Uma válvula de retenção existente na extremidade de saída do cilindro mestre
mantém uma ligeira pressão constante no circuito dos freios, impedindo a entrada do
ar. Assim que o condutor retira o pé do freio, o cilindro se comunica com um depósito,
de onde o fluido de freios sai. Por esse motivo, é importante sempre verificar o nível
do fluido de freios.

81
2. Comando Hidráulico

Normalmente, o pedal do freio está


ligado às quatro rodas, enquanto
o freio de mão bloqueia apenas as
rodas traseiras. No entanto, alguns
veículos possuem circuitos hidráulicos
independentes para as rodas da frente
e para as de trás, tendo cada um dos
circuitos o seu cilindro mestre. Assim,
se ocorrer alguma falha de pressão em
um dos circuitos, o outro continuará
funcionando.

Para compreender o funcionamento


dos freios modernos, é preciso que se
entenda o funcionamento do comando
hidráulico. Com esse sistema, uma Fonte: www.shutterstock.com

pessoa consegue frear o veículo,


mesmo sendo pesado. O funcionamento do comando hidráulico se baseia no fato de
que, quando se comprime um fluido (usa-se óleo na maioria das vezes), a sua pressão
se estende a todos os lugares onde ele se encontra.

O sistema permite uma multiplicação da força aplicada pelo condutor, que passa a ser
grande o suficiente para frear o veículo.

Quando se baixa o pistão pequeno, o óleo fica sob pressão e, como a pressão se
propaga por todo o óleo, ele chega até o pistão grande e o empurra para cima. O pistão
pequeno precisa descer bastante para que uma quantidade de óleo suficiente seja
empurrada para o cilindro grande. Em consequência, o pistão grande será empurrado
para cima. Porém, ele pouco se desloca, pois o volume de óleo que foi empurrado do
cilindro pequeno para o grande ficará distribuído ao longo de um pistão bem maior e,
portanto, a sua ação de deslocamento será pequena.

82
3. Freios a Disco

Um dos maiores problemas com o uso dos freios


era o calor que o acionamento produzia, sendo
frequentes os casos de sobreaquecimento e até
incêndios nas lonas de freios. Para resolver esses
problemas, os fabricantes passaram a buscar
materiais e soluções que permitissem menor
aquecimento e um resfriamento mais rápido dos
freios. Surgiram assim os freios a disco.

O freio a disco apresenta um par de placas de atrito,


sendo que as pastilhas atuam sobre duas faces de
Fonte: www.shutterstock.com
um disco metálico que gira em conjunto com a roda.
Eles estão mais expostos ao ar e dissipam o calor
mais rapidamente do que os freios convencionais, sendo mais eficazes em caso de
sobreaquecimento ou acionamento prolongado.

Normalmente, os freios a disco são utilizados somente nas rodas dianteiras, por serem
estas as mais solicitadas e por suportarem maior peso durante a frenagem.

bb
Assista ao vídeo e veja como funcionam os freios:

http://tinyurl.com/z5jhj2r.

4. O ABS como Item de Segurança

A derrapagem é uma das maiores causas ou dos maiores agravantes de acidentes. Para
melhorar as condições de dirigibilidade em situações inesperadas ou de risco, foram
criados os freios ABS, que evitam o descontrole do veículo, permitindo que o condutor
desvie de obstáculos durante a frenagem.

83
O freio ABS (em inglês, Anti-lock Braking System) é um sistema
de frenagem que impede que a roda se trave quando o pedal
de freio é pisado fortemente, evitando que o veículo entre em
derrapagem por falta de aderência à pista.

O sistema permite que se aplique o máximo de força sobre o pedal de freio, mesmo
que o veículo esteja em alta velocidade, executando uma curva ou trafegando em pista
molhada ou escorregadia.

aa
A maior vantagem do ABS é o seu princípio de funcionamento,
ou seja, o antitravamento das rodas nas frenagens de
emergência.

Nas situações em que precisar frear bruscamente, o condutor poderá pisar fundo no
freio, com a máxima força, sem que haja o travamento das rodas. Além de aumentar a
segurança e a dirigibilidade durante as situações de frenagem, o ABS prolonga a vida
útil dos pneus, pois eles não serão arrastados ou friccionados sobre o solo.

Os sensores de rotação nas rodas informam à unidade de comando dos freios se haverá
travamento das rodas durante a frenagem. Quando isso ocorre, a unidade de comando
impede o bloqueio, enviando sinais ao comando hidráulico, que regulará a pressão do
óleo de freio individualmente, em cada roda.

84
Resumindo

O sistema de freios funciona obedecendo aos conceitos da física. Os freios


transmitem a força aos pneus usando o atrito, e os pneus, por sua vez,
transmitem essa força à pista usando também o atrito.

O sistema de freios só irá funcionar corretamente se todas as peças


estiverem em boas condições.

Não esqueça: a manutenção dos freios inclui a troca de óleo dos freios, que
regula a pressão que os pés do condutor exercem sobre o pedal. Verifique
sempre os prazos corretos para troca no manual do proprietário.

Glossário

Dirigibilidade: que se pode dirigir.

85
Atividades

1 - O tempo que o veículo leva para parar completamente assim

dd
que são acionados os freios depende:

( ) da velocidade com que o veículo se desloca.

( ) da capacidade de frenagem dos freios.

( ) do tempo de reação do motorista.

( ) das condições de visibilidade na pista.

2 - Coloque V (verdadeiro) ou F (falso):

( ) Nos veículos mais atuais, o pedal do freio aciona


hidraulicamente os freios.

( ) A vantagem do ABS é o sistema de travamento imediato das


rodas.

( ) Normalmente, o freio de mão bloqueia apenas as rodas


traseiras.

( ) O sistema hidráulico de freios tem a desvantagem de ser


muito ruidoso.

3 - Os freios a disco ficam mais expostos ao ar do que os antigos


freios a lona. Por esse motivo, eles permitem:

( ) maior troca de calor com o ar.

( ) menor dissipação do calor.

( ) maior economia de calor.

( ) menor resistência e durabilidade.

4 - De forma simplificada, podemos dizer que, em velocidade


constante ou em frenagens bruscas, o peso do veículo se distribui
igualmente entre a parte traseira e a parte dianteira.

( ) Certo ( ) Errado

86
Referências

AUTOMATIK. Guia para as luzes espia no painel. Portal da internet, 2013. Disponível
em: <http://automatik.com.br/2013/04/luzes-espia/>. Acesso em: 5 maio 2016.

BELLAGUARDA, G. M. Reparadoras de veículos e oficina mecânica. Porto Alegre:


SEBRAE/RS, 2006.

COSTA, P. G. A bíblia do carro. 2001 – 2002. Disponível em: <https://www.rastrum.


com.br/dir_smb/manuais/automotivos/Mecanica%20Automotiva.PDF>. Acesso em: 3
nov. 2016.

HSW. How Stuff Works – Como Tudo Funciona. Portal da internet, 2016. Disponível
em: <http://www.hsw.uol.com.br>. Acesso em: 3 nov. 2016.

KARDEC, A; NASCIF, J. Manutenção: função estratégica. Rio de Janeiro: Qualitymark,


1998.

LIMA, I. M.; REIS, N. G. Gestão de Empresas de Transportes. IDAQ/CNT: Brasília, 1997.

MARÇAL, R. F. Gestão da Manutenção. Ponta Grossa: Programa de Pós-Graduação em


Engenharia da Produção (PPGEP). Ponta grossa, 2004.

REVISTA MECÂNICA ONLINE. Curso básico de mecânica gratuito. Portal da


internet, 2016. Disponível em: <https://www.iped.com.br/cotidiano/curso/mecanica-
automotiva>. Acesso em: 3 nov. 2016.

SAE BRASIL – Sociedade de Engenheiros para a Mobilidade. Página oficial. Portal da


internet, 2016. Disponível em: <http://www.saebrasil.org.br>. Acesso em: 3 nov. 2016.

SINDIREPA – Sindicato da Indústria de Reparação de Veículos e Acessórios do Estado


de São Paulo. Página oficial. Portal da internet, 2016. Disponível em: <http://
portaldareparacao.com.br/>. Acesso em: 3 nov. 2016.

VALENTE, A. M.; PASSAGLIA, E.; NOVAES, A. G. Gerenciamento de transporte e frotas.


São Paulo: Pioneira, 1997.

87
UNIDADE 8 | LUZES
INDICADORAS E
INSTRUMENTOS DO PAINEL

88
Unidade 8 | Luzes Indicadoras e Instrumentos do
Painel

Fonte: www.shutterstock.com

ff
Você sabe o que significa cada luz do painel? Quais as luzes
indicadoras que representam situações de emergência?
Quando devemos parar imediatamente o veículo?

Para finalizar o Curso de Mecânica, vamos conhecer as luzes de advertência presentes no


painel do veículo. Essas luzes têm como função principal diagnosticar e informar o estado
dos sistemas do veículo ao condutor, garantindo a ele máxima segurança e conforto.

89
1. Painel de Instrumentos

No painel do veículo, localizado à frente do motorista, encontram-se diversos


instrumentos que permitem verificar as condições de operação do veículo durante seu
funcionamento. O maior e mais conhecido instrumento é o velocímetro, que indica ao
condutor a velocidade com que se desloca. Junto ao velocímetro está o odômetro, que
indica a distância percorrida. Essas duas informações se relacionam e podem fornecer
ao condutor dados a respeito da velocidade média de deslocamento.

Quando o condutor dá a partida, as luzes no painel se acendem e logo depois se


apagam. Esse processo corresponde a uma verificação automática que o veículo faz
para checar se os equipamentos e sensores estão funcionando corretamente.

aa
Se as luzes do painel não se apagarem poucos segundos depois
de dar a partida no motor, isso representa um alerta para o
motorista.

Quando uma luz permanece acesa significa que algo no veículo apresenta falha ou
problema. Após a partida, apenas a luz de freio deve permanecer acesa, até que o
motorista solte o freio de mão.

Apesar de não ser comum, se alguma luz não se acende quando

ee
o condutor liga o veículo, então há alguma lâmpada queimada
no painel que precisa ser imediatamente substituída, para que
o condutor receba informações precisas sobre o estado do
veículo.

90
2. Motor, Freios, Bateria, Temperatura e Óleo

A maioria dos veículos brasileiros sai de fábrica equipada com um conjunto de pelo
menos cinco luzes de alerta: motor, freios, bateria, temperatura e óleo.

SÍMBOLO MENSAGEM
Check de motor ou luz de injeção

Essa luz se acende para avisar que há algum problema com o sistema
de injeção. O condutor não precisa parar o carro, mas deve levá-lo
assim que possível para manutenção.
Luz de aviso dos freios

Indica que o freio de mão está acionado ou que há problemas com o


sistema de freios. Primeiro, verifique o freio de mão. Caso a luz não
se apague, pode haver problemas com a pressão hidráulica. Dirija
com cuidado e com velocidade reduzida e leve o veículo para
manutenção.
Luz do fluido de freios

Indica que há problema com o fluido de freio, ou seja, que seu nível
está baixo. Complete imediatamente o fluido no nível indicado.
Luz de aviso da bateria

Indica problemas no alternador e significa que a bateria não está


recebendo carga. O carro continua funcionando, mas toda a parte
elétrica pode ficar comprometida e a bateria se descarregará
rapidamente. O condutor deve levar o veículo o mais rápido possível
para manutenção.
Luz indicativa de temperatura

Indica problema grave no sistema de arrefecimento, como uma


mangueira do radiador furada, por exemplo. O condutor deve parar
o veículo imediatamente, pois o superaquecimento pode causar
incêndio. Não abra o radiador, pois a água e os vapores podem
causar queimaduras graves.
Luz da pressão do óleo

Indica problema grave no sistema de lubrificação. Pode acender


quando o nível de óleo está baixo ou quando a bomba de óleo
apresenta defeito. Esse problema pode causar sérios prejuízos,
incluindo danificar peças como os pistões ou até mesmo fazer o
motor fundir. Pare o carro e chame socorro.

91
3. Lâmpadas, Faróis, Lanternas e Pisca-alerta

Algumas luzes no painel indicam o funcionamento de lâmpadas internas e externas


(faróis, lanternas e pisca-alertas).

SÍMBOLO MENSAGEM

Luz indicativa de faróis

Indica que os faróis estão acesos.

Luz do pisca-alerta

Indica que um dos pisca-alertas está aceso. Normalmente, ela


se desliga quando o veículo realiza uma conversão ou curva.
Caso ela permaneça ligada, desligue-a, pois poderá causar
perturbações aos demais condutores.
Luz de alerta

Significa que ambos os pisca-alertas estão ativados. Utilizada


para alertar os demais condutores de que o veículo está parado
em situação de emergência ou quando está trafegando em
condições especiais.
Luz de farol de neblina

Utilizada para melhorar a visualização de um veículo para os


demais condutores. Utilize-a apenas em caso de neblina.

Indicador de luz interna

Indica que há uma lâmpada acesa dentro do veículo, chamada


luz interna.

92
4. Alertas de Funcionamento dos Equipamentos Básicos

Algumas luzes de advertência indicam o estado e as condições básicas de funcionamento


do veículo.

SÍMBOLO MENSAGEM

Indicadores de portas abertas

Mostram que alguma porta do veículo não foi fechada corretamente


e poderá abrir com o carro em movimento, podendo provocar
acidentes.

Luz das travas de segurança das portas traseiras

Quando acesa, indica que as portas traseiras não podem ser abertas
pelo lado de dentro. Função mais indicada para o transporte de
crianças.
Luz de nível de combustível

Indica que o tanque de combustível está vazio e o motor passou a


utilizar o tanque reserva. Em alguns veículos flex, pode indicar falta
de gasolina no reservatório de partida a frio.
Luz de advertência no módulo eletrônico

Alguns carros automáticos possuem um módulo que gerencia tanto


a transmissão automática quanto a injeção eletrônica. A luz acesa
indica que existe algum problema na transmissão ou injeção
eletrônica.
Luz de advertência no circuito elétrico

Indica que há algum problema elétrico. Leve o veículo para análise e


verificação da parte elétrica.

Aviso do cinto de segurança aberto

Indica que algum passageiro não colocou corretamente o cinto de


segurança.

93
5. Limpadores e Desembaçadores

No painel, alguns indicadores mostram o estado de funcionamento de limpadores e


desembaçadores. Vamos conhecê-los.

SÍMBOLO MENSAGEM
Desembaçador do para-brisa

Indica que o desembaçador do para-brisa está ligado.


Desembaçador traseiro

A lâmpada se acende quando o desembaçador do vidro traseiro


está ligado.
Luz do esguicho e acionamento do para-brisa

Indica que os limpadores estão funcionando. Para garantir os jatos


de água, mantenha o reservatório cheio.

6. Itens Opcionais

Por fim, vamos conhecer os indicadores de itens opcionais que não são comuns à maior
parte dos veículos, sendo itens opcionais em veículos de versão luxo.

SÍMBOLO MENSAGEM
Luz do ABS

Ao girar a chave, a lâmpada se acende, desligando-se rapidamente após a partida.


Caso a lâmpada permaneça ligada, ela indica que há algo errado com o sistema
ABS, que precisa ser checado.

Air bag do painel frontal

Indica que o air bag frontal apresenta algum problema e pode não abrir em caso
de emergência.

94
Air bag lateral

Indica que o air bag lateral apresenta algum problema e pode não abrir em caso de
emergência.

Luz de aviso da cadeirinha do bebê

Alguns veículos possuem uma luz de advertência que avisa ao condutor caso a
cadeirinha de bebê não esteja bem instalada.

Luz da tração integral (AWD - All Wheel Drive, em inglês)

Indica que a tração nas 4 rodas está acionada. Utilize essa função em terrenos mais
irregulares ou subidas íngremes.

Piloto automático

Indica que o piloto automático está ativado. O veículo trafegará em velocidade


constante, sem que o condutor precise pisar no acelerador.

Resumindo

No painel de instrumentos do veículo existem diversas luzes que indicam


se o automóvel está em boas ou más condições para trafegar. As luzes
de aviso (ou advertência) são um conjunto de indicadores que auxiliam o
motorista na condução e na tomada das decisões mais corretas quando se
está dirigindo.

Uma luz se acende quando alguma avaria ou funcionamento inadequado


de algum componente é detectado, e essa falha deve ser corrigida.

Ao conhecer as luzes e seus significados, o bom condutor zela pela sua


segurança e pelo bem-estar dos demais. Isso garantirá o máximo conforto
e comodidade das suas viagens.

95
Glossário

Diagnosticar: busca para um motivo ou razão.

96
Atividades

1 - A luz de __________________ se acende para avisar que há algum

dd
problema com o sistema de injeção. O condutor não precisa parar
o carro, mas deve levá-lo assim que possível para manutenção.

( ) check de motor.

( ) freio de mão puxado.

( ) advertência no circuito elétrico.

( ) nível de combustível.

2 - Se o condutor perceber que a luz da pressão do óleo se acende


enquanto ele está dirigindo, ele deve:

( ) verificar se a luz se apaga em até 30 minutos.

( ) escolher um local seguro e parar imediatamente o veículo.

( ) telefonar para um mecânico e levar o carro até a oficina.

( ) levar o carro para casa e esperar que ele esfrie.

3 - Coloque V (verdadeiro) ou F (falso):

( ) Ao dar a partida, as luzes no painel se acendem e logo depois


se apagam.

( ) A luz do fluido de freios acesa indica que seu nível está baixo.

( ) A luz de travas de segurança acesa indica que as portas estão


com defeito.

( ) A luz AWD! indica que a tração nas 4 rodas está acionada.

4 - Quando o condutor dá a partida, o veículo realiza


automaticamente uma verificação de seus componentes e
sistemas. As luzes no painel se acendem e logo depois se apagam.

( ) Certo ( ) Errado

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Referências

AUTOMATIK. Guia para as luzes espia no painel. Portal da internet, 2013. Disponível
em: <http://automatik.com.br/2013/04/luzes-espia/>. Acesso em: 5 maio 2016.

BELLAGUARDA, G. M. Reparadoras de veículos e oficina mecânica. Porto Alegre:


SEBRAE/RS, 2006.

COSTA, P. G. A bíblia do carro. 2001 – 2002. Disponível em: <https://www.rastrum.


com.br/dir_smb/manuais/automotivos/Mecanica%20Automotiva.PDF>. Acesso em: 3
nov. 2016.

HSW. How Stuff Works – Como Tudo Funciona. Portal da internet, 2016. Disponível
em: <http://www.hsw.uol.com.br>. Acesso em: 3 nov. 2016.

KARDEC, A; NASCIF, J. Manutenção: função estratégica. Rio de Janeiro: Qualitymark,


1998.

LIMA, I. M.; REIS, N. G. Gestão de Empresas de Transportes. IDAQ/CNT: Brasília, 1997.

MARÇAL, R. F. Gestão da Manutenção. Ponta Grossa: Programa de Pós-Graduação em


Engenharia da Produção (PPGEP). Ponta grossa, 2004.

REVISTA MECÂNICA ONLINE. Curso básico de mecânica gratuito. Portal da


internet, 2016. Disponível em: <https://www.iped.com.br/cotidiano/curso/mecanica-
automotiva>. Acesso em: 3 nov. 2016.

SAE BRASIL – Sociedade de Engenheiros para a Mobilidade. Página oficial. Portal da


internet, 2016. Disponível em: <http://www.saebrasil.org.br>. Acesso em: 3 nov. 2016.

SINDIREPA – Sindicato da Indústria de Reparação de Veículos e Acessórios do Estado


de São Paulo. Página oficial. Portal da internet, 2016. Disponível em: <http://
portaldareparacao.com.br/>. Acesso em: 3 nov. 2016.

VALENTE, A. M.; PASSAGLIA, E.; NOVAES, A. G. Gerenciamento de transporte e frotas.


São Paulo: Pioneira, 1997.

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