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HERANÇA MALDITA
Publicado em 23/11/2014 | Rubens Bueno

Um dos pontos centrais no debate travado ao longo das últimas eleições foi o desempenho da economia
brasileira. Comparações foram feitas, dados foram apresentados, verdades, meias verdades e mentiras
foram direcionadas aos eleitores que muitas vezes se viram face a face com números tão distantes da
realidade que parecia que estavam falando de outro país. Mas, afinal, passada a visceral campanha
vivida por todos nós, qual é o desempenho do atual governo Dilma na economia?

O crescimento da economia, por exemplo, é um dado essencial para avaliarmos o desempenho de um


governo. A média de evolução do PIB no governo Dilma que se encerra no próximo mês deverá ser de
1,63%. Um crescimento medíocre se comparado a qualquer parâmetro, seja os governos brasileiros
passados, seja outros países no mesmo período. Para termos uma ideia do pífio desempenho da
economia brasileira nos últimos quatro anos, a média de elevação do PIB entre os anos de 1940 e 2000 foi
de 5,35%. E, na década passada, o crescimento médio do PIB brasileiro foi de 3,6%. Se compararmos com
países da América Latina, somos um dos lanternas no crescimento.

Nas contas públicas, o desempenho não foi diferente. O déficit nominal nos últimos 12 meses até setembro
foi o maior desde 2003. Os números são bem piores, já que o Tesouro adiou para novembro o pagamento
de precatórios e a compensação do crédito subsidiado bancado com a emissão de dívida pelo Tesouro.
Mais um exemplo da contabilidade criativa e deletéria deste governo.

Outro equívoco monumental do atual governo é o tratamento dispensado à indústria. O ex-ministro Delfim
Netto, em entrevista à Folha de S.Paulo recentemente, foi taxativo: “O governo tem de reconhecer: eu
destruí um setor. Ponto final”. É a desindustrialização causando prejuízos enormes à nossa indústria,
precarização dos empregos, falta de investimento e perda de competitividade.

Poderíamos avançar, falando da leniência com a inflação no topo da meta; do descumprimento da proposta
de superávit primário; do descontrole nas contas externas; do aumento da dívida pública, enfim, são
inúmeros exemplos negativos que o atual governo coleciona na economia e que servirão de herança maldita
para o próximo governo da presidente Dilma.

O período pós-eleitoral nos trouxe mais surpresas desagradáveis: aumento na Selic, autorização de
reajuste nos preços da energia e dos combustíveis, aumento do desmatamento da Amazônia, déficit
recorde nas contas públicas, enfim, medidas tomadas e indicadores revelados ao sabor dos interesses da
candidatura oficial. Tudo feito para não atrapalhar a reeleição. Tudo feito para enganar o povo brasileiro.

Para o bem de nosso país, esperamos que o governo que se inicia faça tudo diferente do que
o triste governo que se encerra.

Rubens Bueno é deputado federal e líder do PPS na Câmara Federal.

Disponível em: <http://www.gazetadopovo.com.br/opiniao/conteudo.phtml?tl=1&id=1515517&tit=Heranca-


maldita>. Acesso em: 23 nov. 2014. (grifos nossos)

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