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UNIDADE 3
Socioantropológicos
Estudos Socioantropológicos Graduação | UNISUAM
Relações de
Trabalho e
Sociedade de
Consumo
Ao abordarmos os conceitos de trabalho e consumo e sua possível relação,
consideraremos que na atualidade eles encontram-se desvinculados da
questão do suprimento das necessidades básicas do homem. Se, antes, o
homem atingia sua realização por meio do trabalho, e este tinha um valor
significativo, pois com ele o homem conseguia manter uma relação de
consumo direta com o suprimento de suas necessidades de sobrevivência,
hoje, com a evolução dos tempos, a realidade social traz à cena um conceito
de obrigatoriedade do trabalho em troca de um salário, que muitas vezes,
não supre o consumo das necessidades vitais do homem e de sua família;
com isso, vemos um mundo do trabalho extremamente precarizado, um
incremento nos índices de pobreza e desigualdade na distribuição de renda,
sem falar nas mudanças da regras e leis que regem esse universo e das
várias iniciativas e estímulos para que os indivíduos criem suas próprias
oportunidades de trabalho.
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Unidade 03 Relações de Trabalho e Sociedade de Consumo
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relacionar sua definição com as várias diferentes formas de atividades que se
apresentam no universo de sua dinâmica, o mundo do trabalho. Abordaremos
também a definição e compreensão da ideia de sociedade do consumo.
Vamos iniciar?
Fonte: Centodieci.it
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Max Weber (1864 -1920), outro clássico da Sociologia, apresenta a ideia de que
podemos observar fortemente uma diferença na concepção de divisão social
do trabalho entre católicos e protestantes. Para ele, os últimos valorizavam
o trabalho e tinham um rigor com sua doutrina religiosa, bastante alinhada
com o Capitalismo, o que demonstra o espírito empreendedor presente muito
fortemente em sociedades protestantes.
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Fonte: Ideiasustentavel
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José Dari Krein (2018), em seu artigo, analisa
as consequências da reforma trabalhista
sancionada recentemente no Brasil. Confira
no link abaixo:
http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_
arttext&pid=S0103-20702018000100077&lng
=en&nrm=iso
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Pós-Fordismo,
Flexibilidade, Automação e
T2 Desemprego Tecnológico
Iniciamos este tópico com a compreensão de lógicas e práticas de
reestruturação do mundo do trabalho que nos ajudam a entender como as
relações de trabalho se redefinem no mundo contemporâneo. Com isso,
entenderemos a flexibilização das relações de trabalho e a nova dinâmica
dos contratos diante da realidade pós-fordista.
Taylorismo
O Taylorismo pode ser definido como uma criação de Frederick Taylor,
no início do século XX, com o intuito de organizar o processo produtivo
capitalista, focado na extração do maior aproveitamento possível da força
de trabalho. Tal processo contava com um ambiente produtivo com forte
maquinário, definição precisa dos tempos e movimentos realizados pelos
trabalhadores.
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Fordismo
Na sequência da continuidade e aprimoramento destas rotinas, Henry Ford, em
1913, pode ser considerado o criador da produção padronizada, que se refere
a uma organização verticalizada da produção na fábrica - constando do início
do manuseio e tratamento da matéria-prima até a concepção e elaboração
do produto final e sua comercialização. Esse processo ficou conhecido a partir
das chamadas linhas de montagem, nas quais haviam as esteiras de produção,
para evitar a perda do tempo e o desperdício de energia do trabalhador ao
realizar movimentos que não fossem padrão.
Fonte: emhs
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Pós-Fordismo
Após a era Ford, no contexto chamado pós-fordismo, vemos alterações
significativas em contratos de trabalho. As relações de trabalho e as conquistas
obtidas no contexto do sindicalismo forte e do Estado do Bem-Estar Social
são duramente atacadas e enfraquecidas.
Com isso, cada vez mais, observamos a flexibilização dos direitos e garantias
dos empregados, além da retirada da proteção ou regulamentação das
possíveis relações de trabalho. Associado à precarização, nasce também o
fenômeno da terceirização, que vai retirando os trabalhadores da empresa
para inseri-los em empresas prestadoras de serviço.
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Automação Industrial
Utilização de modernas técnicas de produção, com destaque para a
robotização, o uso de robôs controlados por computadores que realizam
o trabalho de seres humanos.
Automação Informatizada
Processo de automação, por meio de sistemas computacionais, no
tratamento da informação.
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Conheça como se deu a regulamentação das
relações de trabalho através do Estado.
https://luizfurtdadojr.jusbrasil.com.br/
a r t i g o s /1 5 2 0 6 8 5 9 0 /o - e s t a d o - e - a -
Fonte: Gazeta do Povo
regulamentacao-das-relacoes-de-trabalho
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Podemos dizer que, atualmente, a análise da inclusão social dos indivíduos não
mais ocorre somente pelo lugar que ocupam na estrutura social de produção.
Mas sim, pela capacidade de consumo de cada grupo ou indivíduo, o que vai
definir uma nova relação do homem com o mundo do consumo.
Estados Unidos
Nos Estados Unidos, há uma regulação menor sobre o mercado de
trabalho, porque o seu modelo econômico de tradição liberal mostra
que o Estado não interfere, por isso apresentam uma legislação
trabalhista flexível. O governo federal não determina limite para a
jornada de trabalho, mas o padrão são 40 horas por semana. Como a
lei federal americana não prevê férias remuneradas, alguns estados
obrigam as empresas a pagar os dias de descanso, tudo acordado em
contrato de trabalho.
China
A China, por ser um país que possui um Estado forte e centralizador, não
possui legislação que assegura os direitos dos trabalhadores. E esta é
uma sociedade que mais explora a mão de obra barata de trabalhadores
e trabalhadoras. Recentemente, tivemos várias denúncias de exploração
do trabalho infantil em Indústrias chinesas e mesmo, de mão de obra
escrava. Os contratos de trabalho são frágeis e a qualquer momento
podem ser quebrados.
França
Na França, sexta maior potência econômica, observamos que não existe
carteira de trabalho, apenas dois diferentes contratos entre patrões e
empregados: Contrato de Duração Indeterminada (CDI) e Contrato de
Duração Determinada (CDD).
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A precarização dos direitos trabalhistas, uma bandeira neoliberal que
já mostrou em outros países que é um processo que causa danos à
sociedade e aos trabalhadores.
https://www.youtube.com/watch?v=NzjZ95iKMe4&feature=youtu.be
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A Sociedade do Consumo:
indústria cultural
T3 e cultura de massa
Nesse tópico, vamos aprender que a sociedade do consumo se desenvolveu
de forma mais intensa ao longo dos séculos XVIII ao XX, por ocasião do avanço
da atividade industrial, pois com as invenções e modernas formas de produzir
mercadorias e objetos diferenciados, o consumo expandiu-se de forma
significativa. Somado a isso, temos que considerar também a ampliação e
divulgação dos meios de publicidade dos bens e produtos que surgiam para
toda a população.
https://www.youtube.com/watch?v=Knm9GPIuewQ
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Quem consome dessa forma pode ser considerado uma massa homogênea.
Designa a forma com que os produtos culturais dos Deve ser entendida como o produto
vários setores são fabricados de acordo com a lógica desenvolvido pela indústria cultural,
do capital e como os meios de comunicação colaboram consistindo no fenômeno de
para definir seu consumo massivo. Ela impede a manifestação em que se submetem
autonomia do indivíduo para criar e julgar o que de fato as mais variadas expressões culturais
quer e precisa consumir para viver. a um ideal comum e homogêneo.
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Confira o vídeo “Consumismo e sociedade de consumidores”:
https://www.youtube.com/watch?v=k9-8V95__AY
O consumo e a vida das pessoas são determinados muito pelo que circula
nas redes sociais, na midiatização e na virtualização do consumo nas rotinas
de vida. Entenda a diferença entre cultura de massa e cultura de mídia com
o quadro a seguir.
Fonte: Tumblr
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Padrões de Consumo:
consumismo e consciência
T4 ecológica
Prosseguindo em nossos estudos acerca da ótica da sociedade do consumo,
a cultura de massa contribui para a definição de determinados padrões de
consumo. Esses devem ser entendidos como modelos que obedecem a
diretrizes específicas e ditam as preferências e escolhas do que consumir e
como consumir para os indivíduos. Estabelecem um nivelamento de hábitos,
gostos, comportamentos e atitudes, definindo o consumo por grupos, cultura
e formas de agrupamentos sociais.
Bauman (2005), ao avaliar o ato de consumir, procura destacar que este suscita
a satisfação momentânea e muitas vezes, exclusiva. Com isso, vemos que a
utilidade de um objeto está diretamente vinculada à sua própria capacidade
de realizar a satisfação. Sem esta satisfação garantida, extingue-se o fator
necessidade de aquisição do produto ou serviço.
Tal visão sobre o consumismo, no bojo desta sociedade que foca seus
princípios na valorização do “ter” em detrimento do “ser”, a materialização
extrema, dada pela mídia e pelos meios de reprodução social de consumo,
mostra que é possível entender que quando nossa necessidade não é mais
satisfeita, o consumo por futilidades, por exemplo, acaba por ser necessário,
mas não exclusivo.
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Fonte: Infololis
Essas reflexões devem nos orientar em relação a uma perspectiva de
racionalidade do consumo, uma lógica de compreensão do que consumismos,
como consumimos e para que consumimos. Dessa forma, não temos como
deixar de considerar a discussão sobre consumo sustentável e consciência
ecológica. Ao abordar a questão da sustentabilidade, podemos destacar duas
importantes dimensões, as razões que podem promover a sustentabilidade e
as condições para que a sustentabilidade possa se realizar.
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Confira abaixo o programa das Nações Unidas
para o meio ambiente.
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h t t p s : //n a c o e s u n i d a s . o rg /a g e n c i a /
onumeioambiente/
h t t p : // w w w . p r o j e t o . u n i s i n o s . b r /
humanismo/etica/eticacompreensao.pdf
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https://www.youtube.com/watch?time_continue=129&v=QMRWxC9WhGY
Conclusão
Nesta Unidade procuramos estudar como a organização do trabalho evoluiu
desde a ideia e configuração de um modelo de divisão social, em que patrões
e empregados tinham papéis e funções definidas na esfera produtiva. As
relações eram marcadas pela distância entre quem concebe e quem executa
o processo industrial, para avançar até um mundo do trabalho contemporâneo,
em que se suprime cada vez mais as conquistas e direitos dos trabalhadores
ao longo da história.
Referências
BAUMAN, Zygmunt. Medo líquido. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2008.
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