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DIREITO

TRIBUTÁRIO
Prof. Guilherme
Pedrozo e Prof. Max
Möller
1 - TRIBUTO

Ao iniciarmos o estudo do direito tributário, parte material, compreende-se


necessário estudar o conceito de tributo e suas repercussões frente a matéria que
será objeto de análise na presente obra.

Leciona o artigo 3º do CTN que tributo é:

Art. 3º Tributo é toda prestação pecuniária compulsória,


em moeda ou cujo valor nela se possa exprimir, que não
constitua sanção de ato ilícito, instituída em lei e cobrada
mediante atividade administrativa plenamente vinculada.

Diante do referido acima exposto, compreende-se que tributo é toda


prestação pecuniária compulsória, ou seja, uma vez prevista em norma criada pelo
respectivo ente competente, ocorrendo o fato gerador e sem qualquer dispensa
prevista na Constituição Federal (imunidades ) ou em norma infraconstitucional
(isenções ou convênios), terei de pagar tributo. Diante disto, o pagamento de tributo
é obrigatório, compulsório.

Outrossim o pagamento do referido tributo previsto em norma deverá ser


realizado, via de regra, em dinheiro. Entretanto o próprio Código Tributário
Nacional faculdade a possibilidade de pagamento de tributo mediante a dação em
pagamento de bem imóvel, uma vez presente tal opção nas formas de extinção do
crédito tributário.

Art. 156. Extinguem o crédito tributário:


(...)
XI – a dação em pagamento em bens imóveis, na forma e
condições estabelecidas em lei. (Incluído pela LCP nº 104,
de 2001).

Mas questiona-se: será sempre possível realizar a extinção do crédito


tributário, ou seja, o pagamento mediante dação em pagamento de bem imóvel? A
resposta é negativa. Somente poderá ser assim realizada mediante a existência de
alguns requisitos e observações:

Da Dação de Pagamento em Bem Imóvel

Lei Específica

Do Ente Competente

Não Gera Direito Adquirido

Entretanto, além do ponto acima exposto, pergunta-se: poderão os entes


competentes criarem norma infranconstitucional que estabeleça novas formas de
extinção do crédito tributário, como por exemplo, dação em pagamento de bem
móvel?

Mediante análise legalista e constitucionalista, compreende-se que não, visto


que a Constituição Federal, no seu artigo 146, é bastante clara que as normas gerais
de direito tributário somente poderão ser realizadas pela União, mediante lei
complementar.

Art. 146. Cabe à lei complementar:


I - dispor sobre conflitos de competência, em matéria
tributária, entre a União, os Estados, o Distrito Federal e os
Municípios;
II - regular as limitações constitucionais ao poder de
tributar;
III - estabelecer normas gerais em matéria de legislação
tributária, especialmente sobre:
a) definição de tributos e de suas espécies, bem como, em
relação aos impostos discriminados nesta Constituição, a
dos respectivos fatos geradores, bases de cálculo e
contribuintes;
b) obrigação, lançamento, crédito, prescrição e decadência
tributários;
c) adequado tratamento tributário ao ato cooperativo
praticado pelas sociedades cooperativas.
d) definição de tratamento diferenciado e favorecido para
as microempresas e para as empresas de pequeno porte,
inclusive regimes especiais ou simplificados no caso do
imposto previsto no art. 155, II, das contribuições
previstas no art. 195, I e §§ 12 e 13, e da contribuição a que
se refere o art. 239.

Entretanto cabe ressaltar que o Supremo Tribunal Federal vem afirmando,


mais precisando através da ADI 2.405-MC, que os entes competentes poderão criar
novas formas de extinção desde que constitucionais. Igualmente, diante deste
contexto fático, lecionou o mesmo tribunal superior (ADI 1.917) que não poderão os
entes públicos criarem extinção do crédito tributário mediante dação em
pagamento de móvel visto que estaria realizando-se fraude ao sistema licitatório,
infrigindo assim o artigo 37, XXI da Constituição Federal.

Ainda sobre o conceito de tributo leciona o artigo 3º do CTN que


nenhum tributo poderá ter caráter sancionatório, ou seja, ser forma de punição a
qualquer pessoa. Por esta razão, compreende-se que se alguém vende drogas,
pratica o jogo do bicho ou realiza crime ambiental, para este jamais poderá ser
criado um tributo como espécie de sanção ou punição pelo ato realizado. Sobre isto
leciona com magnitude Ricardo Alexandre 1:

“Aqui, uma importantíssima observação. O dever de pagar


tributo – conforme será detalhado em momento oportuno
– surge com a ocorrência, no mundo concreto, de uma
hipótese abstratamente prevista em lei (o fato gerador).
Portanto, se alguém obtém disponibilidade econômica ou
jurídica de rendimentos, passa a ser devedor do imposto
de renda (CTN, art. 43), mesmo se esses rendimentos

1 ALEXANDRE, Ricardo. Direito Tributário Esquematizado. 8. ed. rev., atual. e ampl. – Rio de Janeiro: Forense; São
Paulo: MÉTODO, 2014. Página 72.
forem oriundos de um ato ilícito, ou até criminoso, como a
corrupção, o tráfico ilícito de entorpecentes etc. A

justificativa para o entendimento é que, nesses casos, não


se está punindo o ato com o tributo (a punição ocorrerá na
esfera penal e, se for o caso, na administrativa e civil). A
cobrança ocorre porque o fato gerador (obtenção de
rendimentos) aconteceu e deve ser interpretado
abstraindo-se da validade jurídica dos atos praticados
(CTN, art. 118, I).”

Mas, importante dizer que os frutos oriundos da atividade ilícita poderão ser
tributados, visto que na forma do artigo 118, I do Códito Tributário Nacional vou
abstrair a validade dos fatos jurídicos praticados pelo contribuinte. Logo para o
direito tributário, aplicamos o princípio da pecunia non olet, ou seja, o dinheiro não
tem cheiro.

Art. 118. A definição legal do fato gerador é interpretada


abstraindo-se:
I - da validade jurídica dos atos efetivamente praticados
pelos contribuintes, responsáveis, ou terceiros, bem como
da natureza do seu objeto ou dos seus efeitos;
II - dos efeitos dos fatos efetivamente ocorridos.

Diante disto muito embora não seja tributado o ato de comercializar drogas
ou apontar jogo do bicho, os frutos e/ou rendas auferidas com a realização de tais
atos, será tributada normalmente.

Por fim, vale ressaltar que nenhum tributo será pago, sem lei que o
estabeleça, atendendo ao princípio máximo da legalidade estrita na forma do artigo
150, I da Constituição Federal, bem como o administrador público deverá analisar
objetivamente o que contido na norma (vinculação total) para tributar o
contribuinte, não podendo assim realizar nenhum ato discricionário para à
cobrança do mesmo.
Depois de compreendermos o que é tributo, resta alertar sobre quais são as
espécies de tributo que os entes competentes poderão criar. Assim diante desta
análise, devemos compreender que tributo é um gênero onde apresentam-se 5
(cinco) espécies tributárias: impostos, taxas, contribuições de melhoria,
contribuições especiais e empréstimos compulsórios.

2 – COMPETÊNCIA TRIBUTÁRIA

Mas afinal de contas, quem poderá criar o que compreendemos de


tributo? Lembre-se que a Constituição Federal não criará nenhum tributo ou fará
sua exigência, mas tão somente a nossa Carta Mãe entregará poderes para que os
respectivos entes competentes (União, Estados, Distrito Federal e Municípios)
venham a criar as espécies de tributo. Leciona sobre isto Ricardo Alexandre 2:

“A Constituição Federal não cria tributos, apenas atribui


competência para que os entes políticos o façam. Da
mesma forma que os penalistas dizem que não há crime
sem lei anterior que o defina, pode-se afirmar que não há
tributo sem lei anterior que o defina. Assim, apesar de a
Constituição Federal atribuir à União a competência para a
criação do imposto sobre grandes fortunas (art. 153, VII),
a inércia legislativa faz com que esse tributo não exista no
atual ordenamento jurídico. Enfim, para que sejam criados
tributos, o ente tributante deve editar lei (ou ato normativo
de igual hierarquia, diga-se, Medida Provisória)
instituindo-os abstratamente, ou seja, definindo seus fatos
geradores, bases de cálculo, alíquotas e contribuintes.”

Antes de citar quais tipos de tributos os entes poderão criar, importante dizer
sobre as características da competência tributária.

2 ALEXANDRE, Ricardo. Direito Tributário Esquematizado. 8. ed. rev., atual. e ampl. – Rio de Janeiro: Forense; São
Paulo: MÉTODO, 2014. Página 106.
a) Indelegável: nenhum ente poderá transferir a sua competência de criar
e/ou majorar tributo para outro ente competente.

Art. 7º A competência tributária é indelegável, salvo


atribuição das funções de arrecadar ou fiscalizar tributos,
ou de executar leis, serviços, atos ou decisões
administrativas em matéria tributária, conferida por uma
pessoa jurídica de direito público a outra, nos termos do §
3º do artigo 18 da Constituição.
§ 1º A atribuição compreende as garantias e os privilégios
processuais que competem à pessoa jurídica de direito
público que a conferir.
§ 2º A atribuição pode ser revogada, a qualquer tempo, por
ato unilateral da pessoa jurídica de direito público que a
tenha conferido.
§ 3º Não constitui delegação de competência o
cometimento, a pessoas de direito privado, do encargo ou
da função de arrecadar tributos.
Art. 8º O não-exercício da competência tributária não a
defere a pessoa jurídica de direito público diversa daquela
a que a Constituição a tenha atribuído.

Entretanto, muito embora indelegável a competência tributária, a capacidade


ativa tributária poderá ser delegada para outra pessoa jurídica de direito público.
Mas do que trata-se a capacidade ativa tributária? Exercer a capacidade ativa
tributária não compreende-se o exercício da competência de criar e/ou majorar,
mas sim o exercício administrativo de fiscalizar, executar as normas e arrecadar
tributo em nome do ente competente. Leia-se os clássicos exemplos do ITR e IR
Retido na Fonte.

Também é importante dizer sobre a delegação da capacidade ativa tributária


que somente e tão exclusivamente o ato de arrecadação poderá ser delegado para
outra pessoa jurídica de direito privado na forma do artigo 7º, §3º do CTN.
b) Facultativa: o ente competente e assim compreendido na forma do texto
constitucional somente criará o tributo de sua competência de assim desejar. Veja o
que diz o artigo 145 da Constituição, onde refere-se claramente em poderão:

Art. 145. A União, os Estados, o Distrito Federal e os


Municípios poderão instituir os seguintes tributos (...)

Mas e se o exercício da competência tributária não for realizado? Muito


embora defenda-se sua facultatividade, já existe posição de tribunal superior
informando que o ente competente que abre mão de receitas, terá a penalidade da
vedação das transferências voluntárias na forma da lei complementar 101/2000.

Art. 11. Constituem requisitos essenciais da


responsabilidade na gestão fiscal a instituição, previsão e
efetiva arrecadação de todos os tributos da competência
constitucional do ente da Federação.
Parágrafo único. É vedada a realização de transferências
voluntárias para o ente que não observe o disposto no
caput, no que se refere aos impostos.

c) Irrenunciável: nenhum ente poderá abrir mão e/ou renunciar a


competência tributária para qualquer outro ente ou pessoa jurídica, seja pública ou
privada.

d) Inalterável: a competência tributária não poderá ser alterada mediante


norma infranconstitucional, podendo sim ser alterada mediante emenda
constitucional.

Após analisada as características da competência tributária, temos de saber


quais são os tributos que os entes (União, Estados, DF e Municípios) poderão criar
conforme texto constitucional.
Imposto de Importação

Imposto de Exportação

Imposto de Renda

Imposto Territorial Rural

Imposto sobre Operações


Impostos
Financeiras

Taxa Imposto sobre Grandes Fortunas

Contribuição Imposto sobre Produtos


de Melhoria Industrializados

Imposto Extraordinário Guerra

União
Imposto Residual

Contribuições Sociais

Contribuição Previdenciária de
Contribuições Servidor
Especiais
Contribuição de Intervenção no
Empréstimo Domínio Econômico
Compulsório
Contribuição de Categoria
Profissional

Das competências acima expostas da União, duas questões são extremamente


importantes e tem recorrência em provas: será sempre e somente da União a
competência para criar novos tipos de impostos (os chamados residuais) e novas
contribuições sociais residuais. E tudo isto, mediante tão somente lei complementar.

Art. 154. A União poderá instituir:


I - mediante lei complementar, impostos não previstos no
artigo anterior, desde que sejam não-cumulativos e não
tenham fato gerador ou base de cálculo próprios dos
discriminados nesta Constituição.

Art. 195. A seguridade social será financiada por toda a


sociedade, de forma direta e indireta, nos termos da lei,
mediante recursos provenientes dos orçamentos da União,
dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, e das
seguintes contribuições sociais: (Vide Emenda
Constitucional nº 20, de 1998)
§ 4º A lei poderá instituir outras fontes destinadas a
garantir a manutenção ou expansão da seguridade social,
obedecido o disposto no art. 154, I.

Após análise da competência da União, vejamos a competência do Distrito


Federal.

Imposto Predial Territorial Urbano

Imposto Transmissão Bens Imóveis

Imposto sobre Serviços


Impostos
Imposto sobre Propriedade Veicular
Taxa
Imposto Transmissão Causa Mortis ou
Doação
Distrito Contribuição
Federal de Melhoria
Imposto sobre Circulação de
Mercadorias

Contribuição Previdenciária de Servidor


Contribuições
Especiais
Contribuição sobre Custeio de
Iluminação Pública

Vale dizer que na forma do artigo 155 e 147 da Constituição Federal que o
Distrito Federal terá competência cumulativa dos Estados e dos Municípios.

Já os Estados poderão criar os seguintes tributos na forma do artigo 155 da


Constituição Federal:

Imposto sobre Propriedade Veicular

Imposto Transmissão Causa Mortis ou


Impostos
Doação

Imposto sobre Circulação de


Taxa
Mercadorias
Estados
Contribuição
de Melhoria

Contribuições Contribuição Previdenciária de


Especiais Servidor

Por fim, os Municípios na forma do artigo 156 da Constituição Federal


poderão criar os seguintes tributos:
Imposto Predial Territorial Urbano

Impostos Imposto Transmissão Bens Imóveis

Taxa Imposto sobre Serviços


Municípios
Contribuição
de Melhoria
Contribuição Previdenciária de Servidor
Contribuições
Especiais
Contribuição sobre Custeio de
Iluminação Pública

Ainda, no que tange a competência para os mais variados tributos, faço-me


uso da tabela retirada do livro Direito Tributário Esquematizado, do Professor
Ricardo Alexandre 3:

CLASSIFICAÇÃO ESPÉCIES DEFINIÇÃO EXEMPLOS


Quanto à Federais Criados privativamente II; IE; IR; IPI;
competência pela União ITR; IOF; IGF
impositiva Estaduais Criados privativamente ITCMD; ICMS;
pelos Estados e pelo DF IPVA
Municipais Criados privativamente IPTU; ITBI; ISS
pelos Municípios e pelo
DF
Quanto ao Privativos A competência para Impostos;
exercício da criação é atribuída a empréstimos
competência determinado ente com compulsórios;
caráter de exclusividade contribuições
especiais
Comuns A competência para Taxas e
criação é atribuída contribuições de
indiscriminadamente a melhoria
todos os entes políticos

3ALEXANDRE, Ricardo. Direito Tributário Esquematizado. 8. ed. rev., atual. e ampl. – Rio de Janeiro: Forense; São Paulo:
MÉTODO, 2014. Página 237.
Residuais A Constituição atribui à Novos impostos
União competência para e novas
criar tributos não contribuições
previstos ordinariamente para a
seguridade
social
Quanto à Fiscais Finalidade arrecadatória IR; IGF; IPVA;
finalidade ICMS; ITCMD;
IPTU; ITBI; ISS;
IEG;
empréstimos
compulsórios
Extrafiscais Finalidade interventiva II; IE; IPI, IOF;
ITR; CIDE
Parafiscais Finalidade de arrecadar Contribuições
para atividades sociais e
específicas corporativas
Quanto à Vinculados Cobrança depende de Taxas e
hipótese de atividade estatal contribuições de
incidência específica relativa ao melhoria
contribuinte
Não Cobrança independe de Impostos
vinculados atividade estatal
específica relativa ao
contribuinte
Quanto ao De Os recursos arrecadados Empréstimos
destino da arrecadação somente podem ser compulsórios;
arrecadação vinculada utilizados em atividades CPMF; custas e
determinadas emolumentos
De Os recursos arrecadados Impostos
arrecadação podem ser utilizados em
não qualquer despesa
vinculada prevista no orçamento
Quanto à Diretos Oneram diretamente a IR; ITR; IPTU
possibilidade de pessoa definida como
repercussão sujeito passivo (não
permitem a repercussão)
Indiretos Oneram pessoa diferente ICMS; ISS; IPI;
daquela definida como IOF
sujeito passivo
(permitem a
repercussão)
Quanto aos Reais Incidem objetivamente IPTU; ITR;
aspectos sobre coisas, ITCMD; IPI
subjetivos e desprezando aspectos
objetivos da subjetivos
hipótese de Pessoais Incidem de forma IR
incidência subjetiva, levando em
consideração aspectos
pessoais do sujeito
passivo
Quanto às bases Sobre o Incidem sobre as II e IE
econômicas comércio operações de importação
tributadas exterior e exportação
Sobre o Incidem sobre a ITR; IPTU; IPVA;
patrimônio e propriedade de bens IGF; IR
a renda móveis ou imóveis e
sobre o produto do
capital, do trabalho ou da
combinação de ambos
Sobre a Incidem sobre a ICMS; ISS; IPI;
produçã o e circulação de bens ou IOF
a circulação
valores e sobre a
produção de bens
3 – LIMITAÇÕES AO PODER DE TRIBUTAR - PRINCÍPIOS

Para que o ente público, através dos seus poderes constituídos, exerça a sua
competência tributária será necessário balizar suas atividades nas limitações ao
exercício do poder de tributar dispostos na Constituição Federal. Assim a nossa
Carta Magna acaba pode ser uma espécie de filtro para o exercício da instituição
e/ou majoração de tributos, servindo tais limitações assim precipuamente para a
defesa dos contribuintes de qualquer tipo de cobrança arbitrária.

Lembrando que tais limitações uma vez desrespeitadas irão gerar a


inconstitucionalidade do ato ou da lei realizada pelo ente público competente.
Ademais vale ressaltar que tais limitações dividem-se entre princípios e imunidades.

3.1 – PRINCÍPIO DA LEGALIDADE

Reza o artigo 150, I, da Constituição Federal que:

Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao


contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito
Federal e aos Municípios:
I - exigir ou aumentar tributo sem lei que o estabeleça;

Logo, conforme acima exposto, nenhum tributo poderá ser criado ou


majorado sem lei que o estabeleça. Portanto, via de regra, somente o Poder
Legislativo poderá criar ou majorar tributo, sempre mediante observação do devido
processo legislativo.

E o Poder Executivo, não poderá atuar na criação ou majoração de tributos?


Obviamente que a Constituição Federal lhe reservou possibilidades, até como forma
de controlar a economia e o mercado. Diante disto podemos afirmar que houve
mitigação ao princípio da legalidade.
a) 1ª Exceção ao Princípio da Legalidade: poderá o Poder Executivo da
União mediante decreto, portaria ou resolução, alterar as alíquotas dos impostos (II,
IE, IOF e IPI) abaixo descritos. Veja que alterar, a nossa acepção significa, majorar ou
reduzir sem qualquer espécie de processo legislativo.

Imposto
Importação
Resolução Camex
Imposto
Exportação
Poder Executivo -
Alterar Alíquotas
Imposto sobre
Operações
Financeiras
Decreto/Portaria
Imposto sobre
Produtos
Industrializados

Importante ressaltar sobre a presente exceção que a Camex é o órgão de


controle do comércio exterior do nosso país e está vinculada a administração
pública federal, logo por esta razão lhe é possibilitada tal alteração de alíquotas.

Ademais outro fato que pode-se questionar é da justificativa do porque é


mitigado aqui o princípio da legalidade: tais impostos são extrafiscais, ou seja,
servem para regular o mercado econômico.

Por fim cabe dizer que tal possibilidade encontra-se respaldada em nosso
texto constitucional no seu artigo 153,§1º da Constituição Federal:

Art. 153. Compete à União instituir impostos sobre:


§ 1º É facultado ao Poder Executivo, atendidas as
condições e os limites estabelecidos em lei, alterar as
alíquotas dos impostos enumerados nos incisos I, II, IV e V.

b) 2ª Exceção ao Princípio da Legalidade: poderá o Poder Executivo


igualmente por meio de decreto ou convênio, reduzir ou restabelecer as alíquotas
de CIDE e ICMS Combustível. Mas por favor, não esqueça: aqui não trata-se de
majoração, mas tão somente redução ou retornar o quanto era anteriormente as
alíquotas.

§ 4º A lei que instituir contribuição de intervenção no


domínio econômico relativa às atividades de importação
ou comercialização de petróleo e seus derivados, gás
natural e seus derivados e álcool combustível deverá
atender aos seguintes requisitos: (Incluído pela Emenda
Constitucional nº 33, de 2001)
I - a alíquota da contribuição poderá ser: (Incluído pela
Emenda Constitucional nº 33, de 2001)
b)reduzida e restabelecida por ato do Poder Executivo, não
se lhe aplicando o disposto no art. 150,III, b;

Sobre isto leciona Ricardo Alexandre 4:

“Com o advento da Emenda Constitucional 33/2001, foram


previstas duas outras exceções ao princípio da legalidade
no tocante a alterações de alíquotas. Ambas se referem à
tributação de combustíveis. A primeira permite ao Poder
Executivo reduzir e restabelecer as alíquotas da CIDE-
combustíveis (o Presidente da República tem usado o
Decreto como via normativa para o exercício da
competência prevista no art. 177, § 4.º, I, b, da CF/1988). A
segunda permite aos Estados e ao Distrito Federal,
mediante convênio (realizado no âmbito do CONFAZ,
conforme será estudado em momento oportuno), definir
as alíquotas do ICMS-monofásico incidente sobre
combustíveis definidos em Lei Complementar (CF, art. 155,
§ 4.º, IV).”

c) 3ª Exceção ao Princípio da Legalidade: poderá o Poder Executivo


também por através de decreto, portaria, atualizar base de cálculo de tributo. Mas

4 ALEXANDRE, Ricardo. Direito Tributário Esquematizado. 8. ed. rev., atual. e ampl. – Rio de Janeiro: Forense; São
Paulo: MÉTODO, 2014. Página 263.
aqui é importante ressaltar: trata-se de mera atualização, recomposição da base,
jamais podendo representar onerosidade ao contribuinte.

Assim é importante também salientar que esta atualização deverá observar


os limites estabelecidos pelos indexadores oficiais, ou seja, dentro de um máximo
permitido observando-se estes índices. Tudo o que for superior aos indexadores,
não poderá ser realizado pelo Poder Executivo, visto que tratar-se-a de onerosidade,
logo podendo ser realizado apenas por meio de lei.

Art. 97. Somente a lei pode estabelecer:


§ 1º Equipara-se à majoração do tributo a modificação da
sua base de cálculo, que importe em torná-lo mais oneroso.
§ 2º Não constitui majoração de tributo, para os fins do
disposto no inciso II deste artigo, a atualização do valor
monetário da respectiva base de cálculo.

Súmula 160 STJ - É defeso, ao município, atualizar o IPTU,


mediante decreto, em percentual superior ao índice oficial
de correção monetária.

d) 4ª Exceção ao Princípio da Legalidade: poderá igualmente o Poder


Executivo Federal mediante Medida Provisória criar ou majorar qualquer espécie
tributária. Entretanto para que assim o faça terá de atender a dois requisitos: que o
tributo possa ser criado por lei ordinária e que seja convertido em lei no mesmo ano
de sua edição.

Art. 62. Em caso de relevância e urgência, o Presidente da


República poderá adotar medidas provisórias, com força
de lei, devendo submetê-las de imediato ao Congresso
Nacional. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº
32, de 2001)
§ 2º Medida provisória que implique instituição ou
majoração de impostos, exceto os previstos nos arts. 153,
I, II, IV, V, e 154, II, só produzirá efeitos no exercício
financeiro seguinte se houver sido convertida em lei até o
último dia daquele em que foi editada.
e) 5ª Exceção ao Princípio da Legalidade: poderá, por fim, o Poder
Executivo alterar o prazo para pagamento de tributo por meio de decreto ou
portaria. Compreende-se pela desnecessidade de norma visto tal matéria não está
assim disposta no artigo 97 do CTN, ou seja, não sendo necessário lei para tal
realização.

Após vistos as exceções ao princípio da legalidade, pode-se questionar qual


tipo de lei poderá instituir ou majorar tributo? Via de regra os tributos serão criados
ou majorados mediante lei ordinária.

Entretanto existem 4 exceções de tributos, estas pelas quais somente serão


operacionalizadas (criadas ou majoradas) mediante Lei Complementar. Vale
ressaltar que se apenas esta última espécie normativa citada poderá realizar, tais
tributos não poderão ser criados igualmente por Medida Provisória.

Somente por Lei Complementar - Criação ou Majoração

Imposto Residual - pela União - art. 154, I, da CF

Contribuição Social Residual - pela União - art. 195, §4º da CF

Empréstimo Compulsório - pela União - art. 148 da CF

Imposto sobre Grandes Fortunas - pela União - art. 153, VII, da CF

Outro ponto importante sobre o princípio da legalidade é sobre os incentivos


ou benefícios fiscais. Na forma do artigo 150, §6º da Constituição Federal tais
concessões somente poderão ser realizadas mediante lei, com exceção da isenção do
ICMS que deverá ser realizada por meio de convênio na forma do artigo 155, §2º,
XII, g, da Constituição Federal.

Por fim, vale dizer ainda que se para criar ou majorar tributos será necessário
norma legal, para sua extinção ou redução igualmente será necessário lei. Aplica-se
aqui portanto o paralelismo de formas, ou seja, preciso de norma de nível
hierárquico igual ou superior para extinguir ou reduzir os tributos.

3.2 – PRINCÍPIO DA ISONOMIA

Reza o artigo 150, II, da Constituição Federal que:

Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao


contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito
Federal e aos Municípios:
II - instituir tratamento desigual entre contribuintes que se
encontrem em situação equivalente, proibida qualquer
distinção em razão de ocupação profissional ou função por
eles exercida, independentemente da denominação
jurídica dos rendimentos, títulos ou direitos;

Diante do que compreendido pelo inciso supra citado todos terão tratamento
igualitário perante a norma tributária, carecendo somente de um trato desigual
aqueles que se apresentam em uma situação de desigualdade.

Tal princípio está intimamente ligado ao princípio da capacidade


contributiva (art. 145, §1º da CF) e o da não discriminação (art. 152 da CF).

3.3 – PRINCÍPIO DA ANTERIORIDADE

O presente princípio irá limitar a possibilidade da cobrança do tributo criado


e/ou majorado. Diante disto, tal princípio irá limitar a possibilidade e atividade dos
entes competentes de cobrarem os tributos por eles respectivamente realizados.
Logo este princípio servirá para informar ao contribuinte quando ele deverá e
poderá ser cobrado dos respectivos tributos uma vez realizados os fatos geradores
dispostos na norma tributária.
Mas desde já, lembre-se: como trata-se de limitação ao exercício da
competência tributária, ele será observado apenas quando da criação ou majoração
de tributo, visto que quando tratar-se de medida desonerativa (mais favorável) ao
contribuinte, tal norma terá aplicação imediata. Igualmente para efeitos de Exame
da Ordem, vale ressaltar que tal princípio trata-se de regra de eficácia e não de
vigência.

O princípio da anterioridade, com razão precípua da necessidade de evitar a


surpresa aos contribuintes, é entendido conforme texto constitucional pela
anterioridade do exercício e a anterioridade nonagesimal.

Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao


contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito
Federal e aos Municípios:
III - cobrar tributos:
b) no mesmo exercício financeiro em que haja sido
publicada a lei que os instituiu ou aumentou; (Vide
Emenda Constitucional nº 3, de 1993)
c) antes de decorridos noventa dias da data em que haja
sido publicada a lei que os instituiu ou aumentou,
observado o disposto na alínea b; (Incluído pela Emenda
Constitucional nº 42, de 19.12.2003)

Diante disto, na forma do artigo 150, III, B, da Constituição Federal, todo


tributo criado ou majorado somente poderá ser exigido no primeiro dia do exercício
seguinte, ou seja, uma vez publicado, por exemplo no ano de 2017, somente poderá
ser exigido no primeiro dia do ano de 2018.

Entretanto, considerando que até 2003 apenas a Constituição Federal


contemplava o presente artigo como princípio da anterioridade, ainda restava
presente muitas surpresas aos contribuintes, visto que os tributos eram criados ou
majorados no dia 28 de dezembro e já eram exigidos no dia 01 de janeiro do ano
seguinte, ou seja, após apenas alguns dias da publicação.

E para evitar esta surpresa, houve uma alteração no texto constitucional


vindo a criar o princípio da anterioridade nonagesimal. Assim na forma do artigo
150, III, C, da Constituição Federal, todo tributo criado ou majorado, somente poderá
ser exigido após 90 (noventa) dias da publicação, justamente para evitar as
surpresas acima citadas.
Assim, via de regra, todos os tributos criados ou majorados deverão aguardar
as duas anterioridades (requisitos cumulativos), ou seja, somente poderão ser
exigidos no exercício seguinte da sua publicação somado a 90 (noventa) dias
igualmente da publicação.

Entretanto, como tudo não são flores em qualquer área do direito,


compreendeu por bem o constituinte reservar a alguns tributos uma possibilidade
de exigência mitigada, justamente para enfrentar o mercado econômico (política
econômica e social) ou a necessidade de exigência do tributo. Assim positivou o
constituinte, mitigando portanto os princípios da anterioridade:

Art. 150 da CF - § 1º A vedação do inciso III, b, não se aplica


aos tributos previstos nos arts. 148, I, 153, I, II, IV e V; e
154, II; e a vedação do inciso III, c, não se aplica aos tributos
previstos nos arts. 148, I, 153, I, II, III e V; e 154, II, nem à
fixação da base de cálculo dos impostos previstos nos arts.
155, III, e 156, I. (Redação dada pela Emenda
Constitucional nº 42, de 19.12.2003)

Logo, conforme positivado no parágrafo supra indicado, assim compreendeu


o constituinte:

 Terão exigência imediata, ou seja, mesmo que majorados ou criados


poderão ser exigidos tão logo publicados: Imposto Importação, Imposto
Exportação, Imposto sobre Operações Financeiras, Empréstimo
Compulsório Guerra Externa ou sua Iminência, Empréstimo Compulsório
Calamidade e Imposto Extraordinário Guerra.

 Outrossim terão exigência respeitando apenas a anterioridade


nonagesimal, ou seja 90 dias após a sua publicação, sendo portanto
possível a sua exigência no mesmo ano de sua publicação: Imposto sobre
Produtos Industrializados, Contribuições Sociais e CIDE/ICMS
Combustíveis.

 E terão exigência respeitando apenas a anterioridade do exercício, ou


seja, podendo ser majorados em 28 de dezembro, publicados em 29 e já
exigidos no dia 01 de janeiro: Imposto de Renda (alíquotas, base de
cálculo) e Base de Cálculo (apenas) de IPVA e IPTU.

Pós análise das exceções dispostas no artigo 150, §1º da Constituição Federal
cabe ainda dizer que conforme Informativo 757 do STF, revogação ou isenção de
benefício fiscal, mesmo que parcial, deverá observar os dois princípios da
anterioridade. Assim, se minha empresa goza de um benefício e este venha ser
revogado, o fisco deverá aguardar as duas anterioridades para exigir o tributo cujo
o qual minha empresa tinha benefício.

Por fim, outra questão de grande valia sobre o princípio da anterioridade, é


de que a modificação de prazo para pagamento, mesmo que venha antecipar a
arrecadação/pagamento, não estará sujeita a anterioridade na forma da Súmula
Vinculante nº 50 do STF.

Súmula Vinculante 50
Norma legal que altera o prazo de recolhimento de
obrigação tributária não se sujeita ao princípio da
anterioridade.
3.4 – PRINCÍPIO DA IRRETROATIVIDADE

Reza o artigo 150, III, A, da Constituição Federal que:

Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao


contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito
Federal e aos Municípios:
III - cobrar tributos:

a) em relação a fatos geradores ocorridos antes do início


da vigência da lei que os houver instituído ou aumentado;

Em face do que disposto na presente alínea a norma tributária não poderá


retroagir, ou seja, não poderá atingir fatos geradores que ocorreram antes de sua
vigência. Sendo assim, aplico a lei vigente, alíquota e base de cálculo que estiver em
vigor quando da ocorrência do fato gerador. Logo conclui-se: a norma tributária, via
de regra, não poderá retroagir justamente para preservar o direito adquirido, o ato
jurídico perfeito e a proporcionar para todos uma segurança jurídica.

E vale dizer ainda que a Constituição Federal não trás nenhuma mitigação ou
exceção. Entretanto o Código Tributário Nacional nos apresenta 3 exceções a este
princípio:

a) 1ª Exceção ao Princípio da Irretroatividade: a norma nova que tenha


caráter interpretativo de norma antiga, que venha solucionar pontos obscuros
portanto da norma antiga, desde que não cause penalidade ao contribuinte, poderá
retroagir. Assim a lei nova de caráter interpretativo, poderá retroagir, desde que não
cause onerosidade ao contribuinte.

Art. 106. A lei aplica-se a ato ou fato pretérito:


I - em qualquer caso, quando seja expressamente
interpretativa, excluída a aplicação de penalidade à
infração dos dispositivos interpretados;
b) 2ª Exceção ao Princípio da Irretroatividade: a norma nova que venha
deixar de tratar ato como infração (extinguir multa) ou reduzir a infração (reduzir
o percentual da multa), poderá retroagir para fatos geradores já ocorridos, desde
que exista ato pendente de julgamento (seja judicial ou administrativo). Vale
ressaltar: trata-se de retroatividade mais benéfica somente e tão exclusivamente no
campo das infrações (jamais no tocante as alíquotas ou base de cálculo).

Art. 106. A lei aplica-se a ato ou fato pretérito:

II - tratando-se de ato não definitivamente julgado:


a) quando deixe de defini-lo como infração;
c) quando lhe comine penalidade menos severa que a
prevista na lei vigente ao tempo da sua prática.

c) 3ª Exceção ao Princípio da Irretroatividade: por fim, poderá retroagir


norma nova que venha instituir ou estabelecer novos critérios de fiscalização e/ou
proporcionar ao crédito tributário nova classificação.

Art. 144. O lançamento reporta-se à data da ocorrência do


fato gerador da obrigação e rege-se pela lei então vigente,
ainda que posteriormente modificada ou revogada.
§ 1º Aplica-se ao lançamento a legislação que,
posteriormente à ocorrência do fato gerador da obrigação,
tenha instituído novos critérios de apuração ou processos
de fiscalização, ampliado os poderes de investigação das
autoridades administrativas, ou outorgado ao crédito
maiores garantias ou privilégios, exceto, neste último caso,
para o efeito de atribuir responsabilidade tributária a
terceiros.

3.5 – PRINCÍPIO DO NÃO CONFISCO

Reza o artigo 150, IV, da Constituição Federal que:


Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao
contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito
Federal e aos Municípios:
IV - utilizar tributo com efeito de confisco;

Conforme acima exposto nenhum ente público poderá estabelecer ou exigir


tributo com caráter confiscatório, ou seja, que impeça o uso adequado da
propriedade ou não possibilite o livre exercício da atividade privada.

Logo o contribuinte não precisará vender seus bens em face da exigência de


tributos que o impeçam de fazer o livre exercício do direito fundamental da
propriedade. Importante ainda ressaltar que o STF passou a aplicar o presente
dispositivo para as multas, ou seja, nenhuma multa (penalidade) poderá ser exigida
com o caráter confiscatório, como por exemplo multa moratória (por atraso no
pagamento) não poderá ter percentual superior a 20% (vinte por cento).

Sobre a matéria importante colacionar 3 súmulas que tem trato recorrente


no Exame da Ordem, inclusive como teses para peças processuais.

SÚMULA 70 STF
É inadmissível a interdição de estabelecimento como meio
coercitivo para cobrança de tributo.

SÚMULA 323 STF


É inadmissível a apreensão de mercadorias como meio
coercitivo para pagamento de tributos.

SÚMULA 547 STF


Não é lícito à autoridade proibir que o contribuinte em
débito adquira estampilhas, despache mercadorias nas
alfândegas e exerça suas atividades profissionais.
3.6 – PRINCÍPIO DA LIBERDADE DE TRÁFEGO

Reza o artigo 150, V, da Constituição Federal que:

Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao


contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito
Federal e aos Municípios:
V - estabelecer limitações ao tráfego de pessoas ou bens,
por meio de tributos interestaduais ou intermunicipais,
ressalvada a cobrança de pedágio pela utilização de vias
conservadas pelo Poder Público;

Nenhum tributo poderá impedir o livre exercício do direito de ir e vir, salvo


a própria mitigação exposta no inciso no que tange à cobrança de pedágios.
Lembrando que, salvo melhor juízo, quem cobra pedágio não cobra tributo, mas sim
tarifas ou preço público em que o contribuinte pagará para permissionários e/ou
concessionárias do serviço público.

3.7 – PRINCÍPIO DA UNIFORMIDADE GEOGRÁFICA

Reza o artigo 151, I e II, da Constituição Federal que:

Art. 151. É vedado à União:


I - instituir tributo que não seja uniforme em todo o
território nacional ou que implique distinção ou
preferência em relação a Estado, ao Distrito Federal ou a
Município, em detrimento de outro, admitida a concessão
de incentivos fiscais destinados a promover o equilíbrio do
desenvolvimento sócio-econômico entre as diferentes
regiões do País;
II - tributar a renda das obrigações da dívida pública dos
Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, bem como a
remuneração e os proventos dos respectivos agentes
públicos, em níveis superiores aos que fixar para suas
obrigações e para seus agentes;
Tal princípio tem força coercitiva diretamente para a União. Assim o presente
ente federativo, em razão do texto constitucional, não poderá tratar os demais entes
federativos e seus contribuintes de forma desigual. Assim, exemplificando, a
incidência sobre o Imposto de Renda que será considerado no Rio Grande do Sul,
igualmente deverá ser no Rio de Janeiro, não podendo haver tratamento
diferenciado. A justificativa para a presente norma cogente é: respeito a isonomia e
pacto federativo.

Entretanto o mesmo inciso I trabalha com uma mitigação onde faculta a


União conceder tratamento diferenciado na tributação de sua competência à fim de

proporcionar desenvolvimento sócio econômico de determinada região. Aqui


encontra-se o clássico exemplo da Zona Franca de Manaus.

E na forma do inciso II do artigo supra indicado a União também não poderá


conceder tratamento diferenciado para seus servidores, bem como as obrigações de
dívidas públicas. Logo se um Magistrado Federal tem retenção de 27,5% de seu
ordenado, o mesmo deverá valer para o Magistrado Estadual, não podendo portanto
a União conceder tratamento diferenciado para o federal em face deste pertencer
aos quadros federais.

3.8 – PRINCÍPIO DA ISENÇÃO HETERÔNOMA

Reza o artigo 151, III, da Constituição Federal que:

Art. 151. É vedado à União:


III - instituir isenções de tributos da competência dos
Estados, do Distrito Federal ou dos Municípios.

Na forma do presente inciso a União não poderá intrometer-se no que tange


a benefícios fiscais nos tributos que não são de sua competência. Assim não caberá
isenções heterônomas, ou seja, a União não poderá conceder isenção de tributos que
são de competência dos demais entes.
Mas entretanto, algumas mitigações compreendidas na realidade como
imunidades por estarem expressas na Constituição Federal, poderemos visualizar:

a) 1ª Exceção: Imunidade de ISSQN para serviços destinados ao Exterior.

Art. 156. Compete aos Municípios instituir impostos sobre:


III - serviços de qualquer natureza, não compreendidos no
art. 155, II, definidos em lei complementar. (Redação dada
pela Emenda Constitucional nº 3, de 1993)

§ 3º Em relação ao imposto previsto no inciso III do caput


deste artigo, cabe à lei complementar: (Redação dada pela
Emenda Constitucional nº 37, de 2002)
II - excluir da sua incidência exportações de serviços para
o exterior. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 3, de
1993)

b) 2ª Exceção: Imunidade de ICMS para Mercadorias e Serviços para Exterior

Art. 155. Compete aos Estados e ao Distrito Federal


instituir impostos sobre: (Redação dada pela Emenda
Constitucional nº 3, de 1993)
II - operações relativas à circulação de mercadorias e sobre
prestações de serviços de transporte interestadual e
intermunicipal e de comunicação, ainda que as operações
e as prestações se iniciem no exterior; (Redação dada pela
Emenda Constitucional nº 3, de 1993)
§ 2º O imposto previsto no inciso II atenderá ao seguinte:
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 3, de 1993)
X - não incidirá:
a) sobre operações que destinem mercadorias para o
exterior, nem sobre serviços prestados a destinatários no
exterior, assegurada a manutenção e o aproveitamento do
montante do imposto cobrado nas operações e prestações
anterior; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 42,
de 19.12.2003)
c) 3ª Exceção: segundo o STF os Tratados ou Convenções Internacionais,
uma vez ratificados pelo Presidente da República, este agindo como Chefe de Estado
(Pessoa Jurídica de Direito Público Internacional), poderá isentar tributos estaduais
e municipais, observando o que disposto no artigo 98 do CTN.

Art. 98. Os tratados e as convenções internacionais


revogam ou modificam a legislação tributária interna, e
serão observados pela que lhes sobrevenha.
4 – LIMITAÇÕES AO PODER DE TRIBUTAR - IMUNIDADES

Dentro do estudo das limitações ao poder de tributar torna-se igualmente


importante e assunto presente em termos do Exame da Ordem a análise das
imunidades. Mas afinal de contas o que é uma imunidade? Imunidade é a dispensa
constitucional de pagar tributo, ou seja, tratam-se de formas de dispensas
constitucionais para que o contribuinte não realize o pagamento do crédito
tributário. Ademais vale ressaltar que apresentam-se dois tipos de imunidades: as
específicas e as genéricas.

Antes de adentrarmos as espécies de imunidades cai ao lanço afirmar que


elas são garantias constitucionais ao contribuinte, portanto, verdadeiras cláusulas
pétreas onde não serão admitidas suas revogações ou extinções, bem como admitem
todas as formas de interpretação.

As imunidades específicas são todas aquelas dispostas no texto


constitucional, que dizem respeito a determinado caso concreto e o mais
importante: poderão albergar qualquer espécie tributária. Aqui, exemplificando,
apresentam-se os casos no texto constitucional: não incidir ISS de serviço destinado
ao exterior, não incidir contribuição social para as entidades de assistência social
sem fins lucrativos, entre outros.

Outrossim também apresentam-se na Carta Magna as imunidades genéricas,


dispostas todas no artigo 150, VI, da Constituição Federal e apresentam dispensa
constitucional apenas no que tange aos impostos. São espécies de imunidades
genéricas:

a) 1ª Espécie – Art. 150, VI, A, CF – Imunidade Recíproca: os entes públicos


(União, Estados, Distrito Federal e Municípios) não poderão cobrar impostos entre
si sobre o patrimônio, renda e serviços. Assim, exemplificando, a União não poderá
cobrar IR sobre a renda auferida pelo Município, bem como o Estado não poderá
cobrar IPVA dos automóveis da União.
Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao
contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito
Federal e aos Municípios:
VI - instituir impostos sobre:
a) patrimônio, renda ou serviços, uns dos outros;

Sobre a presente espécie de imunidade genérica vale ressaltar que elas são
extensivas as autarquias e fundações públicas na forma do artigo 150, §2º da
Constituição Federal, desde que a renda, patrimônio e serviços sejam destinados
e/ou utilizados para o cumprimento da finalidade essencial das referidas entidades
públicas citadas.

§ 2º A vedação do inciso VI, "a", é extensiva às autarquias e


às fundações instituídas e mantidas pelo Poder Público, no
que se refere ao patrimônio, à renda e aos serviços,
vinculados a suas finalidades essenciais ou às delas
decorrentes.

Mas para que estas autarquias e fundações públicas venham gozar de


imunidade elas precisarão cumprir alguns requisitos que estão disposto no artigo
150, §3º e §4º da Constituição Federal, isto é:

 Ser mantidas ou instituídas pelo poder público;


 Manter atividade essencialmente pública;
 Não entrar na concorrência privada;
 Não cobrar taxa ou tarifa.

Também cabe ressaltar a posição do Supremo Tribunal Federal, muito


embora a omissão da Constituição Federal, que as Empresas Públicas e Sociedades
de Economia Mista também terão direito a gozar desta espécie de imunidade
genérica, desde que explorem atividade essencial pública em caráter de monopólio
e não visem lucro. Nesta condão fora deferida as imunidades para os Correios
(Agência e não Franquia), Infraero, Casa da Moeda, entre outros.

§ 3º As vedações do inciso VI, "a", e do parágrafo anterior


não se aplicam ao patrimônio, à renda e aos serviços,
relacionados com exploração de atividades econômicas
regidas pelas normas aplicáveis a empreendimentos
privados, ou em que haja contraprestação ou pagamento
de preços ou tarifas pelo usuário, nem exonera o
promitente comprador da obrigação de pagar imposto
relativamente ao bem imóvel.

§ 4º As vedações expressas no inciso VI, alíneas "b" e "c",


compreendem somente o patrimônio, a renda e os
serviços, relacionados com as finalidades essenciais das
entidades nelas mencionadas.

b) 2ª Espécie – Art. 150, VI, B, CF – Imunidade Templos de Qualquer


Culto: a presente imunidade, tão criticada contemporaneamente, visa proteger a
liberdade religiosa. Lembrando que a Constituição Federal não objetivou ser aquela
ou outra a religião a ser imunizada, visto que vivemos em um estado laico.

Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao


contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito
Federal e aos Municípios:
VI - instituir impostos sobre:
b) templos de qualquer culto;

Portanto gozarão desta imunidade toda e qualquer religião que prestigie um


Deus, que tenha como objetivo levar a palavra de Deus para toda uma comunidade.
Entretanto para que estas religiões venham gozar desta espécie de imunidade
genérica sobre seu patrimônio, renda e serviços, deverão aplicar seu patrimônio ou
renda auferida para o cumprimento da finalidade essencial.

Logo, se a igreja ou templo faz um bingo para manter a “Casa do Senhor”, ou


seja, a renda auferida será revertida para a finalidade essencial, não terá que pagar
impostos sobre tal valor recebido. O mesmo vale para cobrança de dízimos,
estacionamento para fiéis ou até mesmo cemitério em nome da instituição
religiosa. Tudo isto observando o que disposto no artigo 150, §4º da Constituição
Federal.

Mas sobre a presente imunidade, algumas perguntas restarão em aberto e


faz-se necessário a devida resposta:

 Maçonaria goza de imunidade? Não, visto tratar-se de filosofia de vida.


 Cemitério em nome de empresa privada goza de imunidade? Não, visto
que empresa privada visa lucro.

c) 3ª Espécie – Art. 150, VI, C, CF – Imunidade Subjetiva: a presente


imunidade contempla algumas pessoas, ou seja, observando igualmente o artigo
150, §4º do CTN, os partidos políticos e suas fundações, sindicato dos trabalhadores,
instituições de educação e de assistência social sem fins lucrativos terão direito a
não pagar impostos sobre seus patrimônios, rendas e serviços, desde que observado
o cumprimento da norma e a finalidade essencial.

Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao


contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito
Federal e aos Municípios:
VI - instituir impostos sobre:
c) patrimônio, renda ou serviços dos partidos políticos,
inclusive suas fundações, das entidades sindicais dos
trabalhadores, das instituições de educação e de
assistência social, sem fins lucrativos, atendidos os
requisitos da lei;

Mas diferente das demais espécies de imunidades genéricas aqui a norma


elenca a observação e cumprimento dos requisitos previstos em lei. Qual seria a lei,
artigo e seus requisitos? São aqueles dispostos no artigo 14 do CTN. Assim para estas
pessoas gozaram desta imunidade também deverão ater-se aos requisitos do artigo
supra referido.
Art. 14. O disposto na alínea c do inciso IV do artigo 9º é
subordinado à observância dos seguintes requisitos pelas
entidades nele referidas:
I – não distribuírem qualquer parcela de seu patrimônio ou
de suas rendas, a qualquer título; (Redação dada pela Lcp
nº 104, de 2001)
II - aplicarem integralmente, no País, os seus recursos na
manutenção dos seus objetivos institucionais;
III - manterem escrituração de suas receitas e despesas em
livros revestidos de formalidades capazes de assegurar sua
exatidão.

Vale ressaltar nesta imunidade, que as entidades de assistência social sem


fins lucrativos, na forma do artigo 195, §7º da Constituição Federal também terão
imunidade no que tange as contribuições sociais, tratando-se aqui de clássico
exemplo de imunidade específica.

§ 7º São isentas de contribuição para a seguridade social as


entidades beneficentes de assistência social que atendam
às exigências estabelecidas em lei.

E acaso estas pessoas vierem a locar um imóvel seu e reverter os valores


locatícios para o cumprimento da finalidade essencial, gozarão desta imunidade?
Sim, na forma da Súmula Vinculante 52 e Súmula 724 do STF, continuaram a gozar
desta imunidade genérica.

SV 52 - Ainda quando alugado a terceiros, permanece


imune ao IPTU o imóvel pertencente a qualquer das
entidades referidas pelo art. 150, VI, “c”, da Constituição
Federal, desde que o valor dos aluguéis seja aplicado nas
atividades para as quais tais entidades foram constituídas.

d) 4ª Espécie – Art. 150, VI, D e E, CF – Imunidade Objetiva: por fim a


presente imunidade diz respeito a espécie de imunidade genérica no tocante a
alguns objetos. Portanto os livros, períodos, jornais e papéis destinados a sua
impressão, bem como CD´S e DVD´s confeccionados por artistas ou interpretes brasileiros
não pagarão impostos.

Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao


contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito
Federal e aos Municípios:
VI - instituir impostos sobre:
d) livros, jornais, periódicos e o papel destinado a sua
impressão.
e) fonogramas e videofonogramas musicais produzidos no
Brasil contendo obras musicais ou literomusicais de
autores brasileiros e/ou obras em geral interpretadas por
artistas brasileiros bem como os suportes materiais ou
arquivos digitais que os contenham, salvo na etapa de
replicação industrial de mídias ópticas de leitura a laser.
(Incluída pela Emenda Constitucional nº 75, de
15.10.2013)

Mas é importante que se diga: aqui a imunidade será apenas no tocante ao


objeto e não sobre eventual renda auferida com a venda do objeto ou imóvel
pertencente a fábrica do jornal.

E para gozarem desta imunidade quais são os requisitos necessários que


sejam observados: transmitir um pensamento e ter ideia formalmente orientada
independentemente do conteúdo. Portanto, inclusive as revistas com apelo sexual
gozaram desta imunidade.

Entretanto, e as revistas com finalidade de marketing, que desejam


prioritariamente vender produtos? Estas revistas não gozarão de imunidade.

Já a lista telefônica gozará desta imunidade? Sim, visto que ela tem caráter
informativo.
Vale ainda ressaltar que inclusive o papel fotográfico destinado (Súmula) a
impressão dos itens acima expostos gozará de imunidade, ao contrário da tinta
destinada a impressão que não terá imunidade.

Súmula 657 – STF - A imunidade prevista no art. 150, VI, d,


da Constituição Federal abrange os filmes e papéis
fotográficos necessários à publicação de jornais e
periódicos.

Por fim, colaciona-se importante e recente julgado, que faz contemplar a


presente imunidade os livros eletrônicos, decisão está realizada pelo STF e
reconhecida em sede de repercussão geral.

Recurso extraordinário. Repercussão geral. Tributário.


Imunidade objetiva constante do art. 150, VI, d, da CF/88.
Teleologia multifacetada. Aplicabilidade. Livro eletrônico
ou digital. Suportes. Interpretação evolutiva. Avanços
tecnológicos, sociais e culturais. Projeção. Aparelhos
leitores de livros eletrônicos (ou e-readers). 1. A teleologia
da imunidade contida no art. 150, VI, d, da Constituição,
aponta para a proteção de valores, princípios e ideias de
elevada importância, tais como a liberdade de expressão,
voltada à democratização e à difusão da cultura; a
formação cultural do povo indene de manipulações; a
neutralidade, de modo a não fazer distinção entre grupos
economicamente fortes e fracos, entre grupos políticos etc;
a liberdade de informar e de ser informado; o
barateamento do custo de produção dos livros, jornais e
periódicos, de modo a facilitar e estimular a divulgação de
ideias, conhecimentos e informações etc. Ao se invocar a
interpretação finalística, se o livro não constituir veículo de
ideias, de transmissão de pensamentos, ainda que
formalmente possa ser considerado como tal, será
descabida a aplicação da imunidade. 2. A imunidade dos
livros, jornais e periódicos e do papel destinado a sua
impressão não deve ser interpretada em seus extremos,
sob pena de se subtrair da salvaguarda toda a
racionalidade que inspira seu alcance prático, ou de
transformar a imunidade em subjetiva, na medida em que
acabaria por desonerar de todo a pessoa do contribuinte,
numa imunidade a que a Constituição atribui desenganada
feição objetiva. A delimitação negativa da competência
tributária apenas abrange os impostos incidentes sobre
materialidades próprias das operações com livros, jornais,
periódicos e com o papel destinado a sua impressão. 3. A
interpretação das imunidades tributárias deve se projetar
no futuro e levar em conta os novos fenômenos sociais,
culturais e tecnológicos. Com isso, evita-se o esvaziamento
das normas imunizantes por mero lapso temporal, além de
se propiciar a constante atualização do alcance de seus
preceitos. 4. O art. 150, VI, d, da Constituição não se refere
apenas ao método gutenberguiano de produção de livros,
jornais e periódicos. O vocábulo “papel” não é, do mesmo
modo, essencial ao conceito desses bens finais. O suporte
das publicações é apenas o continente (corpus
mechanicum) que abrange o conteúdo (corpus misticum)
das obras. O corpo mecânico não é o essencial ou o
condicionante para o gozo da imunidade, pois a variedade
de tipos de suporte (tangível ou intangível) que um livro
pode ter aponta para a direção de que ele só pode ser
considerado como elemento acidental no conceito de livro.
A imunidade de que trata o art. 150, VI, d, da Constituição,
portanto, alcança o livro digital (e-book). 5. É dispensável
para o enquadramento do livro na imunidade em questão
que seu destinatário (consumidor) tenha necessariamente
que passar sua visão pelo texto e decifrar os signos da
escrita. Quero dizer que a imunidade alcança o
denominado “audio book”, ou audiolivro (livros gravados
em áudio, seja no suporte CD-Rom, seja em qualquer
outro). 6. A teleologia da regra de imunidade igualmente
alcança os aparelhos leitores de livros eletrônicos (ou e-
readers) confeccionados exclusivamente para esse fim,
ainda que, eventualmente, estejam equipados com
funcionalidades acessórias ou rudimentares que auxiliam
a leitura digital, tais como dicionário de sinônimos,
marcadores, escolha do tipo e do tamanho da fonte etc.
Esse entendimento não é aplicável aos aparelhos
multifuncionais, como tablets, smartphone e laptops, os
quais vão muito além de meros equipamentos utilizados
para a leitura de livros digitais. 7. O CD-Rom é apenas um
corpo mecânico ou suporte. Aquilo que está nele fixado
(seu conteúdo textual) é o livro. Tanto o suporte (o CD-
Rom) quanto o livro (conteúdo) estão abarcados pela
imunidade da alínea d do inciso VI do art. 150 da
Constituição Federal. 8. Recurso extraordinário a que se
nega provimento. TESE DA REPERCUSSÃO GERAL: 9. Em
relação ao tema nº 593 da Gestão por Temas da
Repercussão Geral do portal do STF na internet, foi
aprovada a seguinte tese: “A imunidade tributária
constante do art. 150, VI, d, da CF/88 aplica-se ao livro

Dica do Guigui
- Quem goza de imunidade genérica somente terá dispensa de impostos e não dos
demais tipos de tributos, como por exemplo taxas e contribuições de melhoria.
- Quem goza de imunidade terá dispensa apenas de pagar, ou seja, da obrigação
principal e não das obrigações acessórias (de fazer, como por exemplo, tirar nota
fiscal).

e) Por fim, segue um quadro retirado da obra do Professor Ricardo Alexandre


que trabalha as demais formas de imunidades previstas no texto constitucional. 5

5 ALEXANDRE, Ricardo. Direito Tributário Esquematizado. 8. ed. rev., atual. e ampl. – Rio de Janeiro: Forense; São
Paulo: MÉTODO, 2014. Página 509.
Fundamento Objeto/Pessoa/Operação imunizados Tributos cuja
constitucional incidência é
impedida
Art. 5.º, XXXIV - Obtenção de certidões, exercício do Taxas em geral
direito de petição
Art. 5.º, LXXIII - Ação popular, salvo comprovada má-fé Custas judiciais
(consideradas
taxas pelo STF)
Art. 5.º, LXXVI - Registro civil de nascimento e certidão Emolumentos
de óbito, para os reconhecidamente (considerados
pobres taxas pelo STF)
Art. 5.º, LXXVII - Habeas corpus, habeas data e, na forma Custas judiciais e
da lei, atos necessários ao exercício da emolumentos
cidadania (considerados
taxas pelo STF)
Art. 149, § 2.º, I - Receitas decorrentes de exportação Contribuições
sociais e de
intervenção no
domínio
econômico
Art. 153, § 3.º, - Exportação de produtos industrializados IPI
III
Art. 153, § 4.º, - Pequenas glebas rurais, definidas em lei, ITR
II exploradas por proprietário que não
possua outro imóvel
Art. 153, § 5.º - Ouro definido em lei como ativo Tributos em
c/c ADCT, art. financeiro ou instrumento cambial geral, salvo
74, § 2.º CPMF e IOF
Art. 155, § 2.º, - Exportações de mercadorias e serviços; ICMS
X - Operações que destinem a outros
Estados petróleo, inclusive lubrificantes,
combustíveis líquidos e gasosos dele
derivados, e energia elétrica;
- Prestações de serviço de comunicação
nas modalidades de radiodifusão sonora e
de sons e imagens de recepção livre e
gratuita
Art. 155, § 3.º - Operações relativas a energia elétrica, Impostos em
serviços de telecomunicações, derivados geral, exceto II,
de petróleo, combustíveis e minerais do IE e ICMS
País
Art. 156, § 2.º, I - Transmissão de bens ou direitos ITBI
incorporados ao patrimônio de pessoa
jurídica em realização de capital;
- Transmissão de bens ou direitos
decorrente de fusão, incorporação, cisão
ou extinção de pessoa jurídica, salvo se,
nesses casos, a atividade preponderante
do adquirente for a compra e venda
desses bens ou direitos, locação de bens
imóveis ou arrendamento mercantil
Art. 184, § 5.º - Operações de transferência de imóveis Impostos em
desapropriados para fins de reforma geral
agrária
Art. 195, II - Rendimentos de aposentadoria e pensão Contribuição
concedidas pelo regime geral de previdenciária
previdência social
Art. 195, § 7.º - Entidades beneficentes de assistência Contribuições
social que atendam às exigências para
estabelecidas em lei financiamento da
seguridade social
Art. 226, § 1.º - Celebração do casamento civil Taxas em geral
Art. 85 do - Contas-correntes de depósito CPMF
ADCT especialmente abertas e exclusivamente
utilizadas para operações de:
a) câmaras e prestadoras de serviços de
compensação e de liquidação de que trata
o parágrafo único do art. 2.º da Lei
10.214, de 27 de março de 2001;
b) companhias securitizadoras de que
trata a Lei 9.514, de 20 de novembro de
1997;
c) sociedades anônimas que tenham por
objeto exclusivo a aquisição de créditos
oriundos de operações praticadas no
mercado financeiro;
- Contas-correntes de depósito, relativos
a:
a) operações de compra e venda de ações,
realizadas em recintos ou sistemas de
negociação de bolsas de valores e no
mercado de balcão organizado;
b) contratos referenciados em ações ou
índices de ações, em suas diversas
modalidades, negociados em bolsas de
valores, de mercadorias e de futuros;
- Contas de investidores estrangeiros,
relativos a entradas no País e a remessas
para o exterior de recursos financeiros
empregados, exclusivamente, em
operações e contratos referidos nas letras
“a” e “b” do item anterior.
5 – LEGISLAÇÃO TRIBUTÁRIA

A legislação tributária, muito embora ignorada por grande parte dos


“oabzeiros fiscais” tem relevante importância para a resolução de questões do
Exame da Ordem em Direito Tributário. Outrossim tal temática também enseja
inúmeras dúvidas, o que tentarei dirimir através de um texto sistematizado.

E a primeira grande questão que é recorrente é: qual tipo normativo poderá


criar e/ou majorar tributo? Via de regra, será mediante lei ordinária possível a
criação ou majoração. Entretanto existem 4 (quatro) espécies tributárias que
somente poderão ser criadas ou majoradas mediante lei complementar: Imposto
Residual (art. 154, I, CF), Contribuição Social Residual (art. 195, §4º, CF), Imposto
sobre Grandes Fortunas (art. 153, VII, CF) e Empréstimos Compulsórios (art. 148,
CF).

Entretanto para que sejam criados estes tributos, seja por meio de lei
ordinária ou complementar, o legislador terá que ater-se a uma série de requisitos
e imposições legais descritos em lei complementar. Portanto, via de regra, normas
gerais de direito tributário somente poderão ser realizadas mediante lei
complementar na forma do artigo 146 da Constituição Federal.

E onde estão estas normas gerais de direito tributário? Estão no Código


Tributário Nacional visto que este foi recepcionado como lei complementar pela
Constituição Federal de 1988.

Importante ainda referir que tal temática tem vínculo com o princípio da
legalidade. Portanto, muito embora acima cita-se a possibilidade de criação ou
majoração de tributo mediante lei ordinária, não poderemos esquecer que Medida
Provisória também assim poderá fazer, uma vez obedecidos os requisitos do artigo
62, §2º da Constituição Federal.
6 – OBRIGAÇÃO TRIBUTÁRIA E CONSTITUIÇÃO DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO

Teremos a ocorrência da obrigação tributária toda vez que o contribuinte


praticar um fato (fato gerador) que está descrito em uma lei (hipótese de
incidência). Assim a obrigação nada mais é do que o resultado da realização do fato
gerador no mundo exterior. Sobre a obrigação tributária leciona o CTN:

Art. 113. A obrigação tributária é principal ou acessória.


§ 1º A obrigação principal surge com a ocorrência do fato
gerador, tem por objeto o pagamento de tributo ou
penalidade pecuniária e extingue-se juntamente com o
crédito dela decorrente.
§ 2º A obrigação acessória decorre da legislação tributária
e tem por objeto as prestações, positivas ou negativas, nela
previstas no interesse da arrecadação ou da fiscalização
dos tributos.
§ 3º A obrigação acessória, pelo simples fato da sua
inobservância, converte-se em obrigação principal
relativamente à penalidade pecuniária.

No teor do referido artigo conseguimos vislumbrar a existência de dois tipos


de obrigação tributária: a principal e a acessória.

A obrigação principal é toda aquela obrigação do contribuinte para o


pagamento do tributo ou da penalidade (multa). Já a obrigação acessória é toda
aquela obrigação que não consiste em pagamento, mas sim no ato de fazer ou deixar
de fazer. Portanto são exemplos de obrigações acessórias o ato de fazer um speed
contábil, um balanço, tirar ou não rasurar uma nota fiscal. Lembrando ainda que a
obrigação acessória tem como objetivo colaborar para a fiscalização e o pagamento
do crédito tributário.

Ainda sobre o referido artigo, mais precisamente na forma do parágrafo 3º,


uma vez o contribuinte não realizando ou cumprindo com sua obrigação acessória,
surgirá uma obrigação principal (multa).
6.1 – ELISÃO FISCAL

Reza o artigo 116, §º único do CTN:

Art. 116. Salvo disposição de lei em contrário, considera-se


ocorrido o fato gerador e existentes os seus efeitos:
Parágrafo único. A autoridade administrativa poderá
desconsiderar atos ou negócios jurídicos praticados com a
finalidade de dissimular a ocorrência do fato gerador do
tributo ou a natureza dos elementos constitutivos da
obrigação tributária, observados os procedimentos a
serem estabelecidos em lei ordinária. (Incluído pela Lcp nº
104, de 2001)

O presente parágrafo único faz nascer a subjetividade frente à realização de


planajemanto tributário pelo contribuinte e sua validação ou não. Mas como a
presente obra não tem como objetivo doutrinar ou suscitar divergências, cabe ao
signatário informar que se acaso o enunciado da peça ou questão no Exame da
Ordem deixe claro a existência de ato realizado com a tentativa de não pagar tributo,
simular ou cometer fraude, poderá o fisco desconsiderar tal ato e cobrar os tributos
devidos pela realização dos fatos geradores.

6.2 – SUJEITO ATIVO E PASSIVO DA RELAÇÃO TRIBUTÁRIA

Mas afinal de contas, quem poderá cobrar e quem irá pagar a obrigação
tributária? Serão respectivamente o sujeito ativo e passivo da relação tributária.

O sujeito ativo na forma do artigo 119 do CTN é toda pessoa jurídica de


direito público que tem a competência constitucional para criar e/ou exigir o crédito
tributário, observando a norma e à realização do fato gerador pelo contribuinte.

Já o sujeito passivo será aquele responsável pelo pagamento do crédito


tributário e até mesmo da multa, uma vez realizado o fato gerador ou descumprida
eventual obrigação acessória. Na forma do artigo 121 do CTN o sujeito passivo
poderá ser tanto o contribuinte (aquele que realiza e tem vínculo direto com o fato
gerador), quanto o responsável (não realiza o fato gerador, mas a norma legal lhe
atribui o dever de pagar tributo).

6.3 – DAS CONVENÇÕES PARTICULARES E DA OBRIGAÇÃO TRIBUTÁRIA

Reza o artigo 123 do CTN:

Art. 123. Salvo disposições de lei em contrário, as


convenções particulares, relativas à responsabilidade
pelo pagamento de tributos, não podem ser opostas à
Fazenda Pública, para modificar a definição legal do
sujeito passivo das obrigações tributárias

Logo na forma do presente artigo nenhum contrato, acordo ou instrumento


particular poderá ser oposto/apresentado contra a fazenda pública à fim de
modificar a responsabilidade pelo pagamento do crédito tributário. Assim na
realização locatícia, por exemplo, onde 99% dos contratos estabelecem a
responsabilidade pelo pagamento do IPTU ao locatário, acaso este não venha
satisfazer o crédito, o fisco irá exigir o IPTU do proprietário, in casu, locador.

6.4 – DA SOLIDARIEDADE

Reza o artigo 124 do CTN que os sujeitos passivos poderão ser


solidariamente obrigados, acaso exista interesse comum na situação que constitua
o fato gerador da obrigação principal. Lembrando ainda que tal solidariedade não
comportará benefício de ordem, ou seja, quem pagará primeiro ou não.

Ademais o tema mais recorrente sobre solidariedade é o que disposto artigo


125 do CTN sobre os efeitos da soliedariedade. Cito aqui o campeão de cobrança em
prova, que é o inciso II, onde leciona que eventual isenção concedida em razão de
caráter pessoal não será extentida para os demais, mantendo-se o saldo devido pelos
demais sujeitos passivos (logo desconta-se a cota parte do sujeito isento).

6.5 – DA CAPACIDADE TRIBUTÁRIA

Na forma do artigo 126, I, do CTN a capacidade tributária não dependerá da


capacidade civil das pessoas naturais. Logo mesmo que o sujeito passivo não tenha
capacidade civil plena (por exemplo, seja menor de idade, portador de deficiência)
ele terá que pagar tributo. Esta conclusão também será extendida para o falido que
quebrou uma empresa e hoje realiza outra atividade capaz de gerar fato gerador,
bem como para sociedades de fato ou irregulares.

6.6 – DA CONSTITUIÇÃO DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO - LANÇAMENTO

Não basta a ocorrência do fato gerador para que o tributo possa ser
constituído e consequentemente exigido do contribuinte. Para que o mesmo possa
ser cobrado faz-se necessário a que ocorra o lançamento. Logo conclui-se que a
constituição do crédito tributário ocorrerá por meio do ato administrativo de
lançamento.

A primeira espécie de lançamento é a de ofício regulada pelo artigo 148 do


CTN. Nesta hipótese de constituição do crédito o fisco identifica a ocorrência do fato
gerador, faz o cálculo do valor devido, emite à guia e notifica o contribuinte. Portanto
aqui teremos apenas à participação da fazenda pública, em nada participando o
contribuinte. São exemplos de lançamento de ofício: IPVA, IPTU, Taxas, Contribuição
de Iluminação Pública.

A segunda espécie de lançamento é a por declaração regulada pelo artigo 147


do CTN. Aqui o contribuinte apenas irá informar ao fisco que realizou o fato gerando,
sendo de atribuição da fazenda pública os demais itens para ensejar à cobrança do
crédito tributário. Aqui o fisco irá calcular o valor do tributo e emitir a guia. São
exemplos de lançamento por declaração: ITBI, ITCMD.
Por fim, a terceira espécie para constituição do crédito tributário é o
lançamento por homologação. Na forma do artigo 150 do CTN será o contribuinte
que irá declarar a existência do fato gerador, fará o cálculo do tributo devido, bem
como irá emitir a guia para pagamento. Trata-se da regra de constituição do direito
tributário. São exemplos deste lançamento por homogação: IR, IPI, ICMS, ISS, entre
outros.

7 – DA SUSPENSÃO DA EXIGIBILIDADE DO CRÉDITO

Na forma do art. 151 do CTN teremos algumas hipóteses de suspensão do


crédito tributário. Quando da ocorrência de quaisquer uma das hipóteses (incisos)
situadas no rol taxativo do referido artigo, o fisco estará impedido
(temporariamente) de cobrar (exigir) o crédito tributário. Mas veja, trata-se de
hipótese que impede a Execução Fiscal, mas não a constituição do crédito através do
lançamento, sob pena de ocorrer a decadência. Sobre isto colaciona importante
esquema de Ricardo Alexandre 6:

Outrossim igualmente a título introdutório é importante compreender que a


fazenda pública/contribuinte somente poderão utilizar-se das hipóteses de
suspensão que estão lecionados no CTN, bem como qualquer alteração somente
poderá ser realizada mediante lei complementar na forma do artigo 146, III, B, da
CF.

6 ALEXANDRE, Ricardo. Direito Tributário Esquematizado. 8. ed. rev., atual. e ampl. – Rio de Janeiro: Forense; São
Paulo: MÉTODO, 2014. Página 1005.
São formas de suspensão da exigibilidade do crédito tributário na forma do
artigo 151 do CTN:

Art. 151. Suspendem a exigibilidade do crédito tributário:


I - moratória;
II - o depósito do seu montante integral;
III - as reclamações e os recursos, nos termos das leis
reguladoras do processo tributário administrativo;
IV - a concessão de medida liminar em mandado de
segurança.

V – a concessão de medida liminar ou de tutela antecipada,


em outras espécies de ação judicial; (Incluído pela Lcp nº
104, de 2001)
VI – o parcelamento. (Incluído pela Lcp nº 104, de 2001)

A primeira hipótese de suspensão prevista no rol é a moratória. Este


instituto trata-se da concessão, mediante lei específica do ente competente, do
aumento do prazo para pagamento do crédito tributário devido. Logo acaso o
contribuinte albergar-se em lei que concede moratória, terá prazo dilatado para o
pagamento do tributo.

A moratória é utilizada, na maioria das vezes, como medida política à fim de


colaborar com os contribuintes que passam por situações extremas, como de
calamidades ou estragos causados pela natureza.
Art. 152. A moratória somente pode ser concedida:
I - em caráter geral:
a) pela pessoa jurídica de direito público competente para
instituir o tributo a que se refira;
b) pela União, quanto a tributos de competência dos
Estados, do Distrito Federal ou dos Municípios, quando
simultaneamente concedida quanto aos tributos de
competência federal e às obrigações de direito privado;
II - em caráter individual, por despacho da autoridade
administrativa, desde que autorizada por lei nas condições
do inciso anterior.
Parágrafo único. A lei concessiva de moratória pode
circunscrever expressamente a sua aplicabilidade à
determinada região do território da pessoa jurídica de
direito público que a expedir, ou a determinada classe ou
categoria de sujeitos passivos.

O presente instituto poderá ser concedido de forma geral ou individual. Na


ocorrência da moratória em geral, a mesma irá abranger um número indeterminado
de contribuintes, não dependendo de requisitos ou autorização da autoridade
administrativa competente.

Já a moratória em caráter individual será quando a lei específica do ente


competente exige alguns requisitos para que o contribuinte faça uso da norma
protelatória, bem como depende da checagem de tais itens por autoridade
administrativa do ente competente, não gerando portanto direito adquirido.

Art. 155. A concessão da moratória em caráter individual


não gera direito adquirido e será revogado de ofício,
sempre que se apure que o beneficiado não satisfazia ou
deixou de satisfazer as condições ou não cumprira ou
deixou de cumprir os requisitos para a concessão do favor,
cobrando-se o crédito acrescido de juros de mora (...)
Por fim é importante colacionar que via de regra a moratória é concedida por
lei do ente competente. Entretanto mitigando tal informação, na forma do art. 152,
I, B, da CF, a União poderá conceder moratória de tributos que não são de sua
competência (Estados, DF e Municípios) desde que faça o mesmo com seus tributos.

Sobre moratória, trago importante esquema de Ricardo Alexandre 7:

A segunda hipótese de suspensão prevista no rol é o depósito do montante


integral. Este instituto trata-se será realizado, via de regra, dentro dos processos
judiciais, visto que a simples interposição de recurso administrativo já suspende a
exigibilidade, não sendo portanto necessário e muito menos exigível à realização de
depósito para suspender quando do processo administrativo na forma da SV 21 do
STF.

Igualmente esta segunda hipótese de suspensão quase sempre será faculdade


da parte. Ao ver do presente autor somente não será faculdade da parte quando da
utilização da ação de Consignação em Pagamento, visto que conjugando-se a
motivação da ação (quero pagar e não posso) com o artigo 542, I, do CPC,
compreende-se que neste caso apenas o depósito será condição de ação.

7 ALEXANDRE, Ricardo. Direito Tributário Esquematizado. 8. ed. rev., atual. e ampl. – Rio de Janeiro: Forense; São
Paulo: MÉTODO, 2014. Página 1037.
Apenas o depósito integral e em dinheiro irá suspender a exigibilidade do
crédito, bem como ele jamais poderá ser condição para ingresso de recurso
administrativo ou de ajuizamento de ação judicial (com exceção da Consignação em
Pagamento).

Súmula 112 do STJ - O depósito somente suspende a


exigibilidade do crédito tributário se for integral e em
dinheiro.

Súmula Vinculante STF nº 21 - É inconstitucional a


exigência de depósito ou arrolamento prévios de dinheiro
ou bens para admissibilidade de recurso administrativo.

Súmula Vinculante STF nº 28 - É inconstitucional a


exigência de depósito prévio como requisito de
admissibilidade de ação judicial na qual se pretenda
discutir a exigibilidade de crédito tributário.

A terceira hipótese de suspensão prevista no rol é a reclamação e o recurso


administrativo. Tal hipótese será realizada toda vez que houver interposição de
qualquer recurso administrativo de forma tempestiva pelo contribuinte. Lembrando
mais uma vez aqui que não poderá ser exigido depósito recursal ou custas recursais
para a realização desta forma de suspensão.

A quarta hipótese de suspensão prevista no rol é a liminar e a tutela


provisória. As presentes hipóteses de suspensão irão ocorrer respectivamente em
sede de Mandado de Segurança (liminar) e nas demais ações do processo subjetivo
(tutela provisória).

Para ocorrência de quaisquer uma destas formas terá o contribuinte que


solicitar, ou seja, fazer pedido expresso para a concessão, bem como o magistrado
para o deferimento poderá solicitar a realização de caução para garantir indenização
em caso de eventual dano a parte prejudicada.

Por fim é importante lembrar que a concessão de tais medidas não impedirá
a fazenda pública de efetuar o lançamento.

A quinta hipótese de suspensão prevista no rol é o parcelamento. Esta


última hipótese de suspensão é uma espécie de moratória, apresentando como item
diverso é de que esta forma irá fracionar (parcelar) o pagamento da dívida
tributária. Tal concessão de suspensão não importará obrigatoriamente no corte de
juros e multas.

Art. 155-A. O parcelamento será concedido na forma e


condição estabelecidas em lei específica. (Incluído pela Lcp
nº 104, de 2001)
§ 1º Salvo disposição de lei em contrário, o parcelamento
do crédito tributário não exclui a incidência de juros e
multas. (Incluído pela Lcp nº 104, de 2001)
§ 2º Aplicam-se, subsidiariamente, ao parcelamento as
disposições desta Lei, relativas à moratória. (Incluído pela
Lcp nº 104, de 2001)

Por fim finalizando o presente capítulo cai ao lanço informar que ocorrendo
qualquer uma das hipóteses de suspensão, suspenderá apenas a obrigação principal
(de pagar), devendo o contribuinte continuar a efetuar o cumprimento das
obrigações acessórias (de fazer ou não fazer).

8 – DA EXTINÇÃO DO CRÉDITO

Na forma do artigo 156 do Código Tributário Nacional apresentam-se várias


formas de extinção do crédito tributário. Lembrando que tais modalidades
contemplam um rol taxativo, podendo ser alterados apenas mediante lei
complementar.
A primeira forma de extinção é o pagamento. Trata-se da forma mais
aguardada de extinção do crédito tributário onde o contribuinte à fim de extinguir o
tributo faz o pagamento através da entrega de dinheiro ao ente público competente.

Importante referir ainda que diferentemente do direito civil, na forma do


artigo 158 do CTN, o pagamento parcial de parcelas não poderá presumir-se que as
demais estão quitadas, assim como o pagamento, por exemplo, de IPTU do ano de
2017 não poderá presumir-se que os anteriores estão quitados.

Acaso o pagamento do tributo devido não for feito no prazo legal os efeitos
moratórios serão automáticos na forma do artigo 161 do CTN.

Quanto ao prazo de pagamento, igualmente acaso não houver regra


específica na legislação tributária do ente competente, o vencimento do crédito
ocorre trinta dias depois da data em que se considera o sujeito passivo notificado do
lançamento. Lembre-se ainda sobre o prazo para pagamento:

8 ALEXANDRE, Ricardo. Direito Tributário Esquematizado. 8. ed. rev., atual. e ampl. – Rio de Janeiro: Forense; São
Paulo: MÉTODO, 2014. Página 1067.
Lembre-se que em Tributos Federais (âmbito federal), a correção monetária
e os juros de mora estão reunidos em único índice, a taxa SELIC. Sendo assim,
conforme orientação pacífica do STJ, não posso cumular SELIC com qualquer outro
índice de correção monetária.

Conforme o artigo 162 do CTN o pagamento poderá ser efetuado em moeda


corrente, cheque ou vale postal. E nos casos previstos em lei, em estampilha, em
papel selado, ou por processo mecânico.

Art. 162. O pagamento é efetuado:


I - em moeda corrente, cheque ou vale postal;
II - nos casos previstos em lei, em estampilha, em papel
selado, ou por processo mecânico.

A segunda forma de extinção é o compensação. Ocorrerá o direito à


compensar quando duas pessoas forem ao mesmo tempo, credor e devedor uma da
outra. Agora não bastará para ocorrer a compensação ter crédito e débito, mas
também faz-se necessário a existência de norma específica do ente competente que
estipule as condições e garantias, observando o teor do artigo 170 do CTN.

Sobre a compensação é importante o examinando conhecer o teor das


Súmulas 212, 213, 460 e 461 do STJ.

A terceira forma de extinção é o transação. Trata-se de forma de


negociação realizada entre as partes que mediante concessão mútuas acabam por
extinguir obrigações, visando terminar litígios. Na forma do artigo 171 do CTN ela
somente irá terminar litígios, não cabendo portanto transação de forma preventiva.

Outrossim a presente modalidade de extinção somente poderá ser realizada


mediante lei específica do ente competente, onde tal norma irá delimitar as
condições para à realização da transação. Veja que o CTN não afirma a necessidade
do litígio ser judicial ou administrativo, cabendo assim, ao ver do signatário, para
tanto litígios administrativos quanto para judiciais.

A quarta forma de extinção é o remissão. A remissão trata-se da dispensa


gratuita da dívida tributária. Na forma do artigo 150, §6º da Constituição Federal a
remissão somente poderá ser concedida mediante lei específica do ente competente.

A remissão, diferente da anistia, poderá perdoar tributo e multa. Além disto,


por tratar-se de forma de extinção do crédito tributário, somente poderá existir de
créditos já constituídos (lançados).

Por fim, teremos a remissão de forma individual ou geral, devendo utilizar-


se dos parâmetros da moratória para realização.

A quinta forma de extinção é a prescrição e a decadência.

O prazo para que a Administração Tributária, por meio da autoridade


competente, promova o lançamento é decadencial. O prazo para que se ajuíze a ação
de execução fiscal é prescricional.

Operada a decadência, tem-se por extinto o direito de lançar. Verificada a


prescrição, tem-se impossibilitado o manejo da execução fiscal.

Lembre-se que diferentemente do direito civil, aqui no Direito Tributário o


pagamento de débito prescrito gera direito a sua repetição, na medida em que, muito
embora exista o direito material, a pretensão estará extinta quando da ocorrência
do pagamento.

Ademais ressalta-se: o lançamento é exatamente o marco que separa, na linha


do tempo, a prescrição da decadência.
Mais importante ainda dizer que: o termo inicial do prazo decadencial não é
exatamente a data da ocorrência do fato gerador, mas uma data em torno deste
momento (via de regra, o primeiro exercício financeiro subsequente). Mas no caso
do lançamento por homologação, contudo, o termo inicial pode coincidir com
precisão com data do fato gerador.

O prazo decadencial é de 5 anos. Outrossim a decadência tem algumas regras


próprias que veremos abaixo.

Regra Geral do Prazo Decadencial

O direito de a Fazenda Pública constituir o crédito tributário extingue-se após


cinco anos, contados do primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o
lançamento poderia ter sido efetuado.

Percebe-se nitidamente que a Administração Pública acaba tendo mais de


cinco anos para exercer o direito de constituir o crédito. Mas na OAB = o prazo
decadencial é 5 anos.

Regra da Antecipação da Contagem do Prazo Decadencial

Uma vez iniciada a constituição do crédito tributário pela notificação, ao


sujeito passivo, de qualquer medida preparatória indispensável ao lançamento,
considera-se como fato que antecipa a contagem do prazo decadencial.

É quando a Administração Pública adota medida preparatória para o


lançamento. Como por exemplo o início de uma fiscalização ou até mesmo a
notificação. Assim à partir da data em que o sujeito passivo toma ciência do termo,
inicia-se a contagem do prazo decadencial.

É importante dizer que: qualquer ato posterior cometido pela Administração


Pública não inibirá a contagem do prazo decadencial já iniciado anteriormente.
Regra da Anulação de Lançamento – Vício Formal – Decadência

Contada da data em que se tornar definitiva a decisão que houver anulado,


por vício formal, o lançamento anteriormente efetuado, apresenta-se como
consequência a devolução do prazo para que se constitua o crédito.

Lembre-se que é vício de forma e não de matéria.

Regra do Lançamento por Homologação

O término do prazo para a homologação, sem que esta tenha sido


expressamente realizada, não apenas configura homologação tácita, mas também
decadência do direito de constituir o crédito relativo a qualquer diferença.

Aqui, no lançamento por homologação, a regra é: único caso em que o prazo


decadencial é contado exatamente da data da ocorrência do fato gerador.

Assim, se o contribuinte antecipou o pagamento dentro do prazo legal,


mesmo que o valor recolhido tenha sido ínfimo, a homologação tácita ocorrerá em
cinco anos, contados da data do fato gerador.

Mas atenção nos casos de lançamento por homologação onde não houver
lançamento ou ele for realizado com dolo, fraude ou simulação, o prazo decadencial
passará para a regra geral (art. 173, I, do CTN, ou seja, 1º dia do exercício
subsequente.

Cuidado que a FGV ainda insiste em cobrar o prazo decadencial para a


realização do lançamento das contribuições para financiamento da seguridade
social. A lei própria fala em 10 anos, mas o STJ em 2007 e o STF em 2008 (súmula
vinculante nº 8), decidiu que tal prazo é inconstitucional, sendo o mesmo igual aos
demais (5 anos).
Já opera-se a prescrição quando a Fazenda Pública não propõe, no prazo
legalmente estipulado, a ação de execução fiscal para obter a satisfação coativa do
crédito tributário.

Conforme o artigo 174 do CTN o prazo de prescrição é de cinco anos,


iniciando sua contagem da data da constituição definitiva do crédito tributário.

Art. 174. A ação para a cobrança do crédito tributário


prescreve em cinco anos, contados da data da sua
constituição definitiva.
Parágrafo único. A prescrição se interrompe:
I – pelo despacho do juiz que ordenar a citação em
execução fiscal; (Redação dada pela Lcp nº 118, de 2005)
II - pelo protesto judicial;
III - por qualquer ato judicial que constitua em mora o
devedor;
IV - por qualquer ato inequívoco ainda que extrajudicial,
que importe em reconhecimento do débito pelo devedor.

Mas cuidado que não será com a notificação que o crédito estará
definitivamente constituído. Mas sim, não havendo pagamento ou impugnação (ou
após o processo administrativo), e ultrapassado o prazo para pagamento do crédito
tributário sem pagamento, é que começará a fluir o prazo prescricional.

Lembre-se que a prescrição se interromperá quando: houver despacho do


juiz ordenando citação em execução, qualquer protesto judicial ou ato judicial que
constitua o devedor em mora e por qualquer ato inequívoco (mesmo que seja
extrajudicial) que importe reconhecimento do débito pelo devedor.

A sexta forma de extinção é a conversão de depósito em renda. Tal


modalidade irá ocorrer quando da realização de depósito ou penhora de dinheiro
em processo judicial e em caso de vitória (decisão favorável de mérito ao fisco) o
dinheiro irá a fazenda pública. Tal ato é nominado de conversão de depósito em renda.

A sétima forma de extinção é a consignação em pagamento. A presente


forma irá ocorrer quando do ajuizamento de Ação de Consignação em Pagamento
pelo contribuinte nas possibilidades ofertadas do artigo 164 do CTN. Lembrando
que tal demanda judicial busca justamente à satisfação do crédito tributário não
recebida pela fazenda pública. Assim julgando-se procedente à presente ação o
dinheiro que fora depositado na forma do artigo 542, I, do CPC, será convertido em
renda, vindo à extinguir o crédito tributário pela consignação.

9 – DA EXCLUSÃO DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO

As formas de exclusão do crédito, que estão dispostas no artigo 175 do


Código Tributário Nacional, sempre serão realizadas mediante lei própria do ente
competente, bem como vão impedir a fazenda pública de constituir o crédito. Logo
como consequência disto o contribuinte está livre do cumprimento da obrigação
principal.

Art. 175 do CTN - Excluem o crédito tributário:


I - a isenção;
II - a anistia.
Parágrafo único. A exclusão do crédito tributário não
dispensa o cumprimento das obrigações acessórias
dependentes da obrigação principal cujo crédito seja
excluído, ou dela conseqüente.

Diante do referido no artigo supra copiado serão formas de exclusão do


crédito a isenção e a anisitia. Reforçando-se assim que são institutos desonerativos,
que o Poder Executivo não poderá realizar (somente mediante lei) e que não
dispensa à obrigação acessória.
Isenção

A isenção trata-se de um instituto desonerativo que visa dispensar mediante


lei o dever de pagar tributo. Veja que trata-se de instituto diferente da imunidade,
visto que esta última trata-se de dispensa constitucional do dever de pagar tributo.
Ainda sobre a isenção é importante ressaltar:

Isenção

- Dispensa legal realizada pelo respectivo ente competente.

- Via de regra, poderá ser revogada à qualquer tempo.

- Só admite interpretação literal.

Art. 176. A isenção, ainda quando prevista em contrato, é


sempre decorrente de lei que especifique as condições e
requisitos exigidos para a sua concessão, os tributos a que
se aplica e, sendo caso, o prazo de sua duração.
Parágrafo único. A isenção pode ser restrita a determinada
região do território da entidade tributante, em função de
condições a ela peculiares.

Logo conforme acima exposto a isenção, via de regra poderá ser revogada à
todo e qualquer tempo, com exceção da isenção onerosa, que é aquela realizada por
condição e tempo na forma do artigo 178 do CTN. Tal isenção onerosa é aquela
realizada na maioria das vezes quando uma empresa deseja instalar-se em
determinado local (condição) e deseja por certo período (tempo) não pagar tributo.
Esta em razão da segurança jurídica não poderá ser revogada à qualquer tempo.
Art. 178 - A isenção, salvo se concedida por prazo certo e
em função de determinadas condições, pode ser revogada
ou modificada por lei, a qualquer tempo, observado o
disposto no inciso III do art. 104. (Redação dada pela Lei
Complementar nº 24, de 1975)

Súmula 544 STF - Isenções tributárias concedidas, sob


condição onerosa, não podem ser livremente suprimidas.

Ainda sobre isenções cabe dizer que a sua concessão, em razão de tratar-se
de um benefício para o contribuinte, não observará a anterioridade, bem como na
forma do artigo 177 do CTN, via de regra não se extenderá a taxas e contribuições
de melhoria, salvo previsão expressa em norma.

Art. 177. Salvo disposição de lei em contrário, a isenção não


é extensiva:
I - às taxas e às contribuições de melhoria;
II - aos tributos instituídos posteriormente à sua
concessão.

Importante referir que as isenções poderão ter caráter individual ou geral. A


de caráter individual só alcançará determinadas pessoas, que preenchem requisitos,
mediante análise da autoridade administrativa competente. Ainda sobre esta de
caráter individual ela não gerá direito adquirido, justamente em face da
necesssidade da análise dos requisitos para sua concessão.
Art. 179. A isenção, quando não concedida em caráter
geral, é efetivada, em cada caso, por despacho da
autoridade administrativa, em requerimento com o qual o
interessado faça prova do preenchimento das condições e
do cumprimento dos requisitos previstos em lei ou
contrato para sua concessão.
§ 1º Tratando-se de tributo lançado por período certo de
tempo, o despacho referido neste artigo será renovado
antes da expiração de cada período, cessando
automaticamente os seus efeitos a partir do primeiro dia
do período para o qual o interessado deixar de promover a
continuidade do reconhecimento da isenção.
§ 2º O despacho referido neste artigo não gera direito
adquirido, aplicando-se, quando cabível, o disposto no
artigo 155.

Por fim cai ao lanço colacionar questão recorrente em prova sobre isenção:
trata-se das isenções de ICMS. Estas somente poderão ser realizadas mediante
convênio e não por meio de lei, na forma do artigo 155, §2º, XII, G, CF combinado
com a Lei Complementar 24/75. Tudo isto à fim de evitar guerra fiscal entre os entes
federativos.

Anistia

A anistia também trata-se de medida desonerativa que entretanto visa retirar


(perdoar) do contribuinte o aspecto, a denominação de infrator. Logo o legislador
mediante lei própria (específica do ente competente) poderá excluir e dispensar o
contribuinte do pagamento da multa tributária.
Art. 180. A anistia abrange exclusivamente as infrações
cometidas anteriormente à vigência da lei que a concede,
não se aplicando:
I - aos atos qualificados em lei como crimes ou
contravenções e aos que, mesmo sem essa qualificação,
sejam praticados com dolo, fraude ou simulação pelo
sujeito passivo ou por terceiro em benefício daquele;
II - salvo disposição em contrário, às infrações resultantes
de conluio entre duas ou mais pessoas naturais ou
jurídicas.

Tal anistia poderia ser realizada inclusive sobre determinado território e/ou
região, sendo possível portanto a delimitação da extensão do referido instituto.

Art. 181. A anistia pode ser concedida:


I - em caráter geral;
II - limitadamente:
a) às infrações da legislação relativa a determinado tributo;
b) às infrações punidas com penalidades pecuniárias até
determinado montante, conjugadas ou não com
penalidades de outra natureza;
c) a determinada região do território da entidade
tributante, em função de condições a ela peculiares;
d) sob condição do pagamento de tributo no prazo fixado
pela lei que a conceder, ou cuja fixação seja atribuída pela
mesma lei à autoridade administrativa.

E, por fim, o referido instituto político poderá ser concedido em caráter geral
e individual obedecendo os mesmos critério da isenção.
Art. 182. A anistia, quando não concedida em caráter geral,
é efetivada, em cada caso, por despacho da autoridade
administrativa, em requerimento com a qual o interessado
faça prova do preenchimento das condições e do
cumprimento dos requisitos previstos em lei para sua
concessão.

Parágrafo único. O despacho referido neste artigo não gera


direito adquirido, aplicando-se, quando cabível, o disposto
no artigo 155.

9 – DA RESPONSABILIDADE TRIBUTÁRIA E DA DENÚNCIA ESPONTÂNEA

Via de regra, todo tributo será satisfeito pela pessoa que realize o fato
gerador, ou seja, aquele que tem vínculo direto com a realização da hipótese descrita
em norma legal. Entretanto o artigo 121 do CTN afirma que serão igualmente sujeito
passivo da relação tributária, além do contribuinte, o responsável.

Mas afinal de contas quem é o responsável? É aquele que não tem vínculo
direto com à realização (fato) da hipótese prevista na norma, entretanto a lei lhe
atribuí responsabilidade para satisfazer o crédito tributário.

Outrossim, antes de iniciarmos os tipos de responsabilidade, é importante


referir que o próprio CTN afirma e entrega possibilidade ao legislador ordinário
estabelecer hipóteses específicas de responsabilidade tributária conforme leciona o
artigo 128.

Como a presente obra não tem o condão de exaurir qualquer matéria exposta,
vamos trabalhar especificamente à responsabilidade por transferência (sucessão e
terceiros), que está disciplinada entre os artigos 130 até 135 do CTN.

Reza o artigo 130 do CTN que:


Art. 130. Os créditos tributários relativos a impostos cujo
fato gerador seja a propriedade, o domínio útil ou a posse
de bens imóveis, e bem assim os relativos a taxas pela
prestação de serviços referentes a tais bens, ou a
contribuições de melhoria, subrogam-se na pessoa dos
respectivos adquirentes, salvo quando conste do título a
prova de sua quitação.

Parágrafo único. No caso de arrematação em hasta pública,


a sub-rogação ocorre sobre o respectivo preço.

O que disposto no artigo supra trata-se da responsabilidade dos adquirentes


de bens imóveis. Portanto todos os tributos devidos, relativos ao bem imóvel
(impostos, taxas e cont. de melhoria) serão transferidos ao adquirente do bem.

Entretanto o adquirente apenas não poderá ser responsabilizado quando


houver comprovação da negativa de débitos (possuir certidão negativa na data da
compra) ou quando adquirir o bem em leilão judicial, visto que neste último caso, os
valores das dívidas estarão subrogadas pelo preço pago em hasta pública. Logo se
houver saldo pendente, mesmo com a realização da arrematação, o adquirente não
poderá ser cobrado pelo saldo devido.

Por fim, ainda sobre o referido artigo, cabe dizer que a mesma hipótese de
responsabilidade será do adquirente de bem móvel, na forma do artigo 131, I, do
CTN. Outrossim decidiu o STJ que as possibilidades de não pagamento dos débitos
para o presente caso pelo adquirente, aplicam-se as mesmas regras expostas para o
artigo 130 do CTN.

Responsabilidade do Artigo 131 do CTN


a. Inciso I (2 casos):
a. Responsável é o Adquirente.
b. É do Bem Móvel (Exemplo IPVA – Compra de Veículo).
c. Responsável é o Remitente.
d. É o Resgaste do Bem (Exonerando de Dívida).

b. Inciso II e III:
a. Responsável é o Espólio.

b. Responsável é o Cônjuge Meeiro.


c. Responsável Sucessor à Qualquer Título
i. Só ocorrerá após a sentença de partilha.

Responsabilidade do Artigo 132 do CTN

a. Pessoa Jurídica de Direito Privado.


a. Fusão, Transformação, Incorporação.
b. Operação Societária é o exemplo.
c. Cuidado que Cisão também é: Lei S.A.
d. Responsável: Unidade Resultante.

Responsabilidade do Artigo 133 do CTN


a. Aquele que Compra e Continua Explora Comercial.
a. Regra: quem responderá é o Adquirente.
b. Integralmente será pelo Adquirente: se quem vendeu
cessar a prática de exploração.
c. Subsidiriamente será: se aquele quem vendeu continuar a
explorar ou retornou no prazo de até 6 meses.

Responsabilidade do Artigo 134 do CTN


a. Aqui é a Responsabilidade do Terceiro = Dever de Zelo.
a. Portanto aqui não é quem comete o fato gerador.
b. Quem são os responsáveis: (pais, tutores, curadores,
sindico, tabelião).
c. Aqui tem responsabilidade solidária: primeiro você vai no
contribuinte e depois no responsável. Cuidado porque não
é subsidiária, mas sim ordem de vocação do artigo 134,
caput.
d. Mas importante: aqui não tem dolo.

Responsabilidade do Artigo 135 do CTN


a. Aqui é a Responsabilidade do Terceiro = Dever de Zelo.
b. Mas quando ocorrer dolo, são pessoalmente responsáveis.
c. Tutor, Curador, Tabelião = se cometerem atos em excesso.
d. Aqui entram os administradores da empresa também. Mas
tenha muito cuidado: não é qualquer sócio. Aqui são aqueles
que tenham e exerçam cargo de administração da empresa.

Vide: Súmula 430 do STJ e 435 do STJ.

10 – DAS GARANTIAS E PRIVILÉGIOS DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO

Reza o artigo 184 do CTN:

Art. 184. Sem prejuízo dos privilégios especiais sobre


determinados bens, que sejam previstos em lei, responde
pelo pagamento do crédito tributário a totalidade dos bens
e das rendas, de qualquer origem ou natureza, do sujeito
passivo, seu espólio ou sua massa falida, inclusive os
gravados por ônus real ou cláusula de inalienabilidade ou
impenhorabilidade, seja qual for a data da constituição do
ônus ou da cláusula, excetuados unicamente os bens e
rendas que a lei declare absolutamente impenhoráveis.

Na forma do artigo supra citado o crédito tributário poderá servir-se, via de


regra, de quaisquer bens do devedor para a satisfação do crédito, inclusive aquelas
gravados com cláusula de inalienabilidade ou impenhorabilidade. Entretanto os
bens descritos no artigo 833 do CPC e na lei 8.009/90 (único bem imóvel – família)
serão impenhoráveis.

Mas tenha cuidado visto que na própria lei 8.009/90 (art. 3º) temos uma
exceção a impenhorabilidade por dívida fiscal, visto que quando o crédito tributário
for oriundo do bem imóvel ele poderá ser penhorado para pagamento destes débitos
(exemplo, IPTU, Taxa, Cont. de Melhoria).

Ainda sobre as disposições legais sobre a garantia é importante referir o


artigo 185 do CTN:

Art. 185. Presume-se fraudulenta a alienação ou oneração


de bens ou rendas, ou seu começo, por sujeito passivo em
débito para com a Fazenda Pública, por crédito tributário
regularmente inscrito como dívida ativa.(Redação dada
pela Lcp nº 118, de 2005)
Parágrafo único. O disposto neste artigo não se aplica na
hipótese de terem sido reservados, pelo devedor, bens ou
rendas suficientes ao total pagamento da dívida inscrita.

Reza o artigo acima que será presumida fraude toda vez que ocorrer
alienação (venda) de bens com a finalidade de não pagar tributo. O lapso temporal
para definição da referida fraude é a inscrição em dívida ativa. Ainda afirma o
parágrafo único do referido artigo que apenas não será considerado fraude se o
devedor conservar bens suficientes para à satisfação do crédito tributário.

Sobre o artigo ainda é importante lecionar que não aplicamos para efeitos de
Execução Fiscal a Súmula 375 do STJ, visto que aqui trata-se de norma especial.

Já sobre preferências do crédito tributário, leciona o artigo 186 do CTN:


Art. 186. O crédito tributário prefere a qualquer outro, seja
qual for sua natureza ou o tempo de sua constituição,
ressalvados os créditos decorrentes da legislação do
trabalho ou do acidente de trabalho. (Redação dada pela
Lcp nº 118, de 2005)
Parágrafo único. Na falência: (Incluído pela Lcp nº 118, de
2005)
I – o crédito tributário não prefere aos créditos
extraconcursais ou às importâncias passíveis de
restituição, nos termos da lei falimentar, nem aos
créditos com garantia real, no limite do valor do bem
gravado; (Incluído pela Lcp nº 118, de 2005)
II – a lei poderá estabelecer limites e condições para a
preferência dos créditos decorrentes da legislação do
trabalho; e (Incluído pela Lcp nº 118, de 2005)
III – a multa tributária prefere apenas aos créditos
subordinados. (Incluído pela Lcp nº 118, de 2005)

Logo no entendimento do caput do artigo supra o crédito tributário tem


preferência, via de regra, sobre qualquer outro, independente da natureza do
crédito. Na forma do caput e da regra geral, o crédito tributário apenas perde na
preferência para os créditos de natureza trabalhista e de acidente de trabalho.

Entretanto conforme dispositivo do parágrafo único do referido artigo


combinado com o artigo 83 da Lei 11.101/05, em processo de falência o crédito
tributário será satisfeito em 4º lugar, desde que tenha ocorrido o fato gerador antes
da falência (se for após a decretação da falência, será extraconcursal – art. 188 do
CTN). Assim, na prática, o crédito tributário no processo de falência perderá para:
extraconcursal, trabalho (limitado em 150 SM) e acidente de trabalho, crédito com
garantia real no limite do valor do bem gravado.

Na forma do parágrafo único do artigo 187, existindo o concurso de


preferência no processo de falência serão satisfeitos os créditos na seguinte ordem:
União, Estados e Distrito Federal, por fim os Municípios.
11 – DAS TAXAS

As taxas são 1 (uma) das 5 (cinco) espécies de tributos existentes em nosso


ordenamento jurídico. Na forma do artigo 145, II do texto constitucional a
competência é comum, ou seja, todos os entes poderão criar mediante a edição de
lei ordinária. Por fim vale ressaltar que tal tributo é vinculado a prestação de um
serviço público.

Taxa

Competência Comum

Criado por meio de Lei Ordinária

Tributo Vinculado

Art. 145. A União, os Estados, o Distrito Federal e os


Municípios poderão instituir os seguintes tributos:
II - taxas, em razão do exercício do poder de polícia ou pela
utilização, efetiva ou potencial, de serviços públicos
específicos e divisíveis, prestados ao contribuinte ou
postos a sua disposição;

Art. 77 – CTN - As taxas cobradas pela União, pelos Estados,


pelo Distrito Federal ou pelos Municípios, no âmbito de
suas respectivas atribuições, têm como fato gerador o
exercício regular do poder de polícia, ou a utilização,
efetiva ou potencial, de serviço público específico e
divisível, prestado ao contribuinte ou posto à sua
disposição.
Parágrafo único. A taxa não pode ter base de cálculo ou fato
gerador idênticos aos que correspondam a impôsto nem
ser calculada em função do capital das emprêsas. (Vide Ato
Complementar nº 34, de 1967)
Observando ainda o referido artigo que dá competência aos entes para
criação de taxas, verifica-se a existência de duas espécies de taxas:

 Em decorrência do exercício do poder de polícia;


 Pela utilização efetiva ou potencial de serviço público específico e
divisível.

A primeira espécie de taxa é aquela que decorre do serviço de fiscalização à


fim de regular as atividades exercidas pelos contribuintes à fim de não prejudicar,
por exemplo, a coletividade. Aqui elencamos como exemplo o alvará sanitário.
Também cabe ressaltar que conforme Supremo Tribunal Federal basta a existência
de um órgão fiscalizatório e em atividade para que torne-se possível à cobrança da
referida taxa.

Art. 78 – CTN - Considera-se poder de polícia atividade da


administração pública que, limitando ou disciplinando
direito, interêsse ou liberdade, regula a prática de ato ou
abstenção de fato, em razão de intêresse público
concernente à segurança, à higiene, à ordem, aos costumes,
à disciplina da produção e do mercado, ao exercício de
atividades econômicas dependentes de concessão ou
autorização do Poder Público, à tranqüilidade pública ou
ao respeito à propriedade e aos direitos individuais ou
coletivos. (Redação dada pelo Ato Complementar nº 31, de
1966)
Parágrafo único. Considera-se regular o exercício do poder
de polícia quando desempenhado pelo órgão competente
nos limites da lei aplicável, com observância do processo
legal e, tratando-se de atividade que a lei tenha como
discricionária, sem abuso ou desvio de poder.

E a segunda espécie de taxa é aquela que decorre da utilização efetiva ou


disponibilização de serviço público desde que este seja específico e divisível.
Específico aqui significa que o contribuinte sabe qual serviço público está
utilizando-se, bem como divisível quer dizer que o ente público consegue visualizer
e individualizar quem faz utilização do seu serviço público. É o famoso “eu te vejo”,
“tu me vê”.

Assim considerando os atributos inerentes à esta segunda espécie de taxa é


que foi julgada inconstitucional a taxa de iluminação pública (TIP), visto que o ente
público não consegue visualizar quem se utiliza da iluminação situada em
logradouros públicos.

Súmula Vinculante 41 - O serviço de iluminação pública


não pode ser remunerado mediante taxa.

Ademais utilizando-se do mesmo fundamento colaciona-se que jamais


poderá ser cobrada taxa de segurança pública e limpeza de logradouros públicos,
justamente pelo fato de não estarem presentes os requisitos da divisibilidade e
especificidade.

Mas daí poderá questionar-se: e o serviço de recolhimento domiciliar (coleta)


de lixo em imóveis, pode ser cobrado mediante taxa? A resposta é altamente
positiva, justamente pelo fato de que o contribuinte sabe o serviço que recebe, bem
como o ente público consegue individualizar quem utiliza-se do referido serviço. E
acrescento que tal taxa poderá ser cobrada mesmo se não utilizado dos serviços
visto que o referido tributo poderá ser cobrado em face da disponibilização do
serviço pelo ente competente.

Súmula Vinculante 19 - A taxa cobrada exclusivamente em


razão dos serviços públicos de coleta, remoção e
tratamento ou destinação de lixo ou resíduos provenientes
de imóveis, não viola o artigo 145, II, da Constituição
Federal.
Passado a análise do artigo 145, II, da Constituição Federal, faz-se necessário
analisar o §2º do referido artigo. O mesmo leciona que as taxas não poderão ter base
de cálculo próprias de imposto.

§ 2º As taxas não poderão ter base de cálculo própria de


impostos.

E considerando o referido parágrafo vários questionamentos foram


realizados sobre a possibilidade de cobrança da taxa de recolhimento individual de
lixo (coleta domiciliar) com base de cálculo considerando a metragem do imóvel.
Assim novamente exigiu-se posicionamento do STF que veio a editar inclusive
Súmula Vinculante sobre o assunto. E o Supremo Tribunal decidiu que as taxas não
poderão ter base de cálculo idênticas, mas sim poderão ter um ou outro requisito
(desde que não tenham identidade) da base de cálculo dos impostos.

Súmula Vinculante 29 - É constitucional a adoção, no


cálculo do valor de taxa, de um ou mais elementos da base
de cálculo própria de determinado imposto, desde que não
haja integral identidade entre uma base e outra.

Súmula 595 STF - É inconstitucional a taxa municipal de


conservação de estradas de rodagem cuja base de cálculo
seja idêntica à do imposto territorial rural.

Por fim vale ressaltar que as custas judiciais são espécies de taxa, podendo
assim ser criadas somente mediante lei ordinária do ente competente. Ademais
sofrem limitações e deverão observar todos os demais princípios e limitações
impostas ao poder de tributar.

Súmula 667 STF - Viola a garantia constitucional de acesso


à jurisdição a taxa judiciária calculada sem limite sobre o
valor da causa.
12 – DA CONTRIBUIÇÃO DE MELHORIA

Conforme analisado no capítulo anterior a taxa é vinculada a realização de


um serviço por parte da administração pública. Já a contribuição de melhoria trata-
se de uma espécie de tributo, com competência comum, está vinculada diretamente
na realização de obra pública e que dela decorra valorização imobiliária.

Art. 145 – CF - A União, os Estados, o Distrito Federal e os


Municípios poderão instituir os seguintes tributos:
III - contribuição de melhoria, decorrente de obras
públicas.

Art. 81 – CTN - A contribuição de melhoria cobrada pela


União, pelos Estados, pelo Distrito Federal ou pelos
Municípios, no âmbito de suas respectivas atribuições, é
instituída para fazer face ao custo de obras públicas de que
decorra valorização imobiliária, tendo como limite total a
despesa realizada e como limite individual o acréscimo de
valor que da obra resultar para cada imóvel beneficiado.

Logo, considerando a legislação exposta tanto na Constituição Federal,


quanto no Código Tributário Nacional poderemos compreender que todos os entes
poderão criar à contribuição de melhoria, mediante lei ordinária, desde que
realizem obra pública e que dela decorra valorização imobiliária no imóvel do
contribuinte. Portanto trata-se de condição cumulativa.

Outrossim a cobrança do referido tributo deverá observar dois requisitos


igualmente expostos no artigo 81 do Código Tributário Nacional:

 Limite Individual: o fisco não poderá cobrar mais do que valorizou


individualmente o imóvel do contribuinte.
 Limite Geral: o fisco não poderá cobrar mais de todos os contribuintes
beneficiados com a obra pública do que o custo total gasto para sua
realização.

Por fim, a título ilustrativo e exemplificativo, cabe ressaltar que a


contribuição de melhoria poderá ser cobrada quando da realização do primeiro
asfalto, mas não quando for retificado o mesmo, ou seja, quando for feito mero
recapeamento.

13 – DA CONTRIBUIÇÃO ESPECIAL

As contribuições especiais, conforme já demonstrado em capítulo próprio,


são de grande maioria de competência da União. Ademais conforme texto
constitucional nós temos 4 espécies de contribuições especiais: sociais, de
intervenção no domínio econômico, de categoria profissional e de iluminação
pública.

Contribuições Sociais Gerais

Apenas a União poderá criar e servirá para financiar basicamente os direitos


sociais previstos no artigo 6º da Constituição Federal. Temos como exemplo da
presente contribuição aquela referente ao salário educação.

Igualmente pronunciou-se o STF que as contribuições sociais para


manutenção ao sistema S, na forma do artigo 240 da Constituição Federal são
constitucionais, e servem basicamente para formação do trabalhador.

Vale ressaltar que estas contribuições sociais gerais respeitam os dois


princípios da anterioridade.
Contribuições de Seguridade Social

Tem previsão geral no artigo 149 da Constituição Federal, mas objetivamente


está expressa e identificada no artigo 194 da mesma Carta Mãe. Será criada, regra,
pela União através de edição de lei ordinária.

Mas tenha cuidado: uma nova Contribuição Social Residual, ou seja, que não
existe ainda, somente poderá ser criada pela mesma União, mediante Lei
Complementar na forma do artigo 195, §4º da Constituição Federal. Vale ressaltar
ainda que tal contribuição residual obedecerá os requisitos do artigo 154, I, da
Constituição Federal, ou seja: não poderá ser cumulativa e deverá de fato
gerador/base de cálculo diversa das demais contribuições.

Portanto fique atento: Contribuição Social Residual jamais poderá ser criada
por Medida Provisória na forma do artigo 62, §1º, III, da Constituição Federal.

A Contribuição de Seguridade Social será realizada para custear: previdência,


assistência social e a saúde. Aqui teremos os clássicos exemplos das famosas
contribuições, ou seja, o PIS e COFINS.

Importante ressaltar que observando o que disposto na parte final do artigo


195, II, da Constituição Federal o trabalhador segurado aposentado pelo regime
geral terá imunidade, ou seja, não precisará pagar mais a presente contribuição em
razão de sua pensão ou aposentadoria. Mas vale dizer ainda: se ele laborar em outro
local, mesmo aposentado, terá que recolher contribuição sobre os vencimentos
recebidos referente ao seu labor.

Outra questão que costuma aparecer sempre em prova é que na forma do


artigo 195, §6º da Constituição Federal as contribuições sociais, estas cujas quais
servem para financiar a saúde, seguridade e assistência, mesmo que majoradas
deverão aguardar apenas 90 (noventa) dias. Logo se majorar alíquota de CSLL ou
criar uma nova Contribuição Social Residual, a União terá que aguardar apenas a
anterioridade nonagesimal na forma do artigo 150, III, C, da Constituição Federal.

As presentes contribuições para financiar a seguridade social terão como


base de cálculo, por exemplo:

• Folha de pagamento salarial: contribuição patronal.


• Faturamento e Receita: PIS, PASEP, COFINS.
• Salário Empregado: INSS.
• Lucro: Contribuição Social sobre Lucro Líquido.
• Receita de Prognósticos: Lotérica.
• PIS e COFINS para Importação.

As contribuições sociais não incidirão sobre receitas de exportações na forma


do artigo 140, §2º, I, da Constituição Federal.

Contribuição Social para Regime Próprio de Previdência para Servidor


Público

A presente contribuição social, cuidado, terá competência comum. Assim


todos os entes poderão criar esta contribuição à fim de financiar a previdência de
seus respectivos servidores. Entretanto cuidado: para elas, aplico as duas
anterioridades.

Outrossim, outro fato importante sobre a presente contribuição é que na


forma do artigo 40, §18º da Constituição Federal, o servidor público aposentado
pelo regime próprio, ou seja, albergado pela presente contribuição, estará imune
somente até o teto do regime geral em razão do princípio da isonomia (art. 195, II,
da CF).
Contribuição de Intervenção sobre Domínio Econômico

A presente contribuição tem previsão inicial no artigo 149 da Constituição


Federal e somente poderá ser criada e/ou majorada pela União, mediante Lei
Ordinária. A contribuição mais famosa que apresenta-se aqui é aquela que visa
intervir no comércio e importação de combustível, ou seja, a famosa Cide
Combustível.

Sobre a presente contribuição é importante ressaltar que ela poderá ser


reduzida ou restabelecida por Decreto e somente respeitará a anterioridade
nonagesimal quando for restabelecida, observando o que disposto no artigo 177,
§4º, I, B, da Constituição Federal.

Contribuição de Interesse de Categoria Profissional

Esta contribuição também tem previsão inicial no artigo 149 da Constituição


Federal. São exemplos famosos aqui: Contribuição Sindical e dos Conselhos
Profissionais. Vale ressaltar que somente a União poderá criar, mediante lei
ordinária.

Importante lembrar aqui que a Contribuição Confederativa não é tributo,


portanto somente podendo ser cobrada dos filiados aos sindicatos.

No tocante a contribuição paga para a Ordem dos Advogados do Brasil ela


também não trata-se de tributo, visto que conforme STF o órgão representativo dos
advogados tem regime jurídico sui generi. Portanto, acaso o advogado venha atrasar
ou não satisfazer sua contribuição, o presente conselho não poderá utilizar-se da
Execução Fiscal para cobrar o valor devido.
Contribuição para o Custeio da Iluminação Pública

Em razão da repercussão sobre a inconstitucionalidade da possibilidade dos


entes criarem taxa em razão possível serviço de iluminação público, através de
Emenda Constitucional, houve a inserção do artigo 149-A da Constituição vindo a
criar a Contribuição de Iluminação Pública.

A presente contribuição tem como entes competentes os Municípios e o


Distrito Federal e estes exerceram sua competência mediante a edição de lei
ordinária. Ademais tal contribuição respeita as duas anterioridades e poderá ser
exigida na fatura de energia elétrica de cada contribuinte.

Importante ainda dizer que segundo o STF poderão os entes cobrar a


contribuição inclusive daqueles contribuintes que sequer apresentam energia
elétrica em seus lares, bem como terão valores progressivos conforme o consumo
do respectivo sujeito passivo.

Informações Importantes sobre Todas Contribuições

Após analisadas as contribuições, faz-se necessário estabelecer algumas


características básicas e notáveis de cada uma delas:

a) Elas poderão ter mesmo fato gerador e base de cálculo de impostos.


b) Elas terão arrecadação afetada (destinada) para despesa específica.

Assim, mais precisamente sobre o item B, cai ao lanço afirmar que diferente
dos impostos que irão para um caixa geral, as contribuições (todas) terão finalidade
e destino especial para determinado órgão.
14 – DOS EMPRÉSTIMOS COMPULSÓRIOS

A presente espécie tributária tem competência privativa da União e o


presente ente somente poderá realizar a criação mediante lei complementar. Reza
o artigo 148 da Constituição Federal:

Art. 148. A União, mediante lei complementar, poderá


instituir empréstimos compulsórios:
I - para atender a despesas extraordinárias, decorrentes de
calamidade pública, de guerra externa ou sua iminência;
II - no caso de investimento público de caráter urgente e de
relevante interesse nacional, observado o disposto no art.
150, III, "b".
Parágrafo único. A aplicação dos recursos provenientes de
empréstimo compulsório será vinculada à despesa que
fundamentou sua instituição.

Na forma do artigo supra demonstrado, teremos 3 hipóteses que justificam à


criação deste empréstimo aos contribuintes: guerra externa ou sua iminência,
calamidade e investimento público de caráter urgente e relevante de interesse
nacional.

Lembra-se ainda que na forma do artigo 150, §1º da Constituição Federal, os


empréstimos compulsórios guerra externa ou sua iminência, bem como o de
calamidade, uma vez criados terão exigência de imediato. Entretanto o empréstimo
de investimento público deverá respeitar as duas anterioridades (exercício e
nonagesimal) para ser exigido.

Por fim é importante ressaltar sobre a presente espécie tributária que trata-
se de tributo vinculado, ou seja, a arrecadação deverá ir diretamente para o caixa
que gerou sua criação, bem como será temporário e restituível. Tal restituição,
conforme STF, deverá ser em dinheiro observando a regra do artigo 3º do CTN e não
em títulos de dívida pública.
15 – DA ADMINISTRAÇÃO TRIBUTÁRIA

A administração tributária nada mais é do que a possibilidade objetiva do


exercício do poder de polícia por parte da autoridade fazendária. Assim este poderá
fiscalizar, executar e arrecadar tributo para o respectivo ente competente.

Vale ressaltar que o exercício desta administração tributária deverá ser


sempre balizada observando os ditames legais, bem como a capacidade contributiva
e econômica do contribuinte.

Leciona o artigo 194, §º único do CTN que qualquer livro do contribuinte


poderá ser fiscalizado, mesmo de pessoa que goza de imunidade ou isenção.

Também ensina o artigo 195, §º único do CTN que o contribuinte deverá


guardar todos os documentos fiscais dentro do prazo prescricional. E lembre-se:
cuidado ao observar apenas o prazo de 5 anos, visto que por vezes o crédito poderá
ter sofrido interrupção ou suspensão de prescrição, devendo portanto o
contribuinte ter cuidado com a contagem do prazo.

Na forma do artigo 199 do CTN as fazendas públicas poderão cooperar entre


si, inclusive fazendo troca de informações.

Quando do exercício da fiscalização, ou seja, da atribuição do Poder de Polícia


a administração pública terá que entregar obrigatoriamente um termo de início de
ação fiscal onde o mesmo trará o motivo da fiscalização e o período que está sendo
objeto de análise. Tudo isto à fim de garantir o devido processo legal.
16 – DOS IMPOSTOS EM ESPÉCIE

Temática: Impostos Federais

IMPOSTOS FEDERAIS

ITR

COMPETÊNCIA

• Unia o;

• Artigos 153, IV, da CF;

• Artigo 29 e seguintes do CTN;

• Decreto 4.382/2002.

TEM CARÁTER EXTRAFISCAL

IMPORTANTE INSTRUMENTO DE POLÍTICA AGRÁRIA

TERÁ ALÍQUOTA PROGRESSIVA:

• Desestimular propriedades improdutivas;

• Tributar de maneira mais gravosa os menos produtivos.

NÃO INCIDIRÁ SOBRE PEQUENAS GLEBAS RURAIS:

• Art. 153, §4º da CF;

• Definiça o de pequena gleba – lei 9393/96;

• Proprieta rio que explore e na o tenha outro imo vel;

• Art. 2º da lei 9.393/96;

• 100 hectares – Amazo nia Ocidental, Pantanal Mato-Grossense;

• 50 hectares – polí gono das secas – Amazo nia Oriental;


• 30 hectares – em qualquer outro municí pio.

SUJEITO PASSIVO:

• Proprieta rio;

• Titular de domí nio util (usufrutua rio);

• Possuidor (ad usucapionem);

• Se houver propriedade e possuidor ao mesmo tempo: sera cobrado do


proprieta rio (e sobre propriedade);

• Importante salientar que na o existira sobre acessa o fí sica;

• Fato gerador sobre acessa o fí sica (construço es na o);

• Somente imo veis por natureza;

• Vide artigo 79, §1º do Co digo Civil.

FATO GERADOR

• Propriedade;

• Domí nio util;

• Posse de imo vel;

• Por natureza: o solo com a sua superfí cie;

• Fora da zona urbana do municí pio (cuidado) – art.15 dl 57/66;

• Imo vel com destinaça o econo mica e exploraça o natural;

CUIDADO: No caso de invasa o de sem-terra, proprieta rio pagara ITR?

Conforme o STJ na o. Nesse caso existira perda do domí nio e atributos da

propriedade.

ELEMENTO TEMPORAL

• 1º de janeiro de cada ano;

• Sera por anualidade.


ELEMENTO ESPACIAL

• Propriedades que estejam fora da zona urbana.

BASE DE CÁLCULO

• Eo valor fundia rio do imo vel;

• Eo valor da terra nua.

• Terra nua = preço de mercado: Excluí das construço es, instalaço es e


benfeitorias.

• Mas compreendendo arvores, frutos pendentes, subsolo e espaço ae reo.

ALÍQUOTAS

• Sera o proporcionais;

• Sera o progressivas;

• Conforme grau de utilizaça o da area rural;

 Cara ter extrafiscal;

 Visa desestimular propriedades improdutivas.

QUESTÕES POSSÍVEIS DE PROVA

IMUNIDADE EM REFORMA AGRÁRIA

• Enquanto na o for transferida a propriedade = na o paga, salvo se houver

imissa o pre via da posse.


• Ea imunidade do artigo 184, §5º da CF, combinado com o art. 1º, §1º, da lei
9.393/96.

OBS: Imunidade (na o isença o).

LEGITIMIDADE PROCESSUAL

• Municí pio que exerce capacidade ativa tributa ria devera compor polo no
processo.

• Assim, se o municí pio arrecada integralmente, a compete ncia sera da justiça


estadual comum, conforme STJ.

IMÓVEL EM MAIS DE UM MUNICÍPIO

• Municí pio da sede do imo vel; ou

• Se na o existir sede = municí pio que fica maior parte do imo vel.

IOF

COMPETÊNCIA

• Unia o;

• Artigos 153, V, da CF;

• Artigo 63 e seguintes do CTN;

• Decretos 6.306/07 e 6.339/08.

TEM CARÁTER EXTRAFISCAL

CONTROLE DE POLÍTICA MONETÁRIA

SUA ARRECADAÇÃO OCORRERÁ NAS SEGUINTES OPERAÇÕES:

• Bancos;
• Caixas econo micas;

• Corretoras;

• Lojas de ca mbio;

• Empresas de seguro privado.

SUJEITO PASSIVO

• Art. 66 do CTN = qualquer das partes na operaça o.

 Ficara a crite rio do legislador ordina rio.


• Decreto 6.306/07:
 PF e PJ tomadoras de cre dito;
 Compradores e vendedores de moeda estrangeira;
 PF e PJ seguradas;
 Adquirentes de tí tulos ou valores imobilia rios;
 Instituiço es autorizadas = primeira aquisiça o de ouro.

FATO GERADOR

• Operaça o de cre dito = entrega total/parcial do dinheiro;

 Ate mesmo colocaça o adisposiça o.

• Operaço es de seguro = emissa o da apo lice;

• Operaço es de tí tulos e valores mobilia rios;

 A emissa o, transmissa o ou pagamento.

QUESTÕES DE PROVA

• Mero saque em caderneta de poupança na o paga IOF.


 Su mula 664 do STF.

BASE DE CÁLCULO

• Previsa o legal: artigo 64 do CTN e Decreto 6.306/07;

• Operaça o de cre dito = valor + juros (art. 7º do Decreto);

• Operaço es de ca mbio = valor recebido (art. 14º do Decreto);

• Operaça o de seguro = montante do pre mio (art. 21 do Decreto).

ALÍQUOTAS

• Sera o proporcionais (vide decreto 6.306/07);

• Tera o variaça o conforme natureza das operaço es:

 Operaça o de cre dito: ma ximo de 1,5% ao dia (art. 6º);

 Operaça o de ca mbio: ma ximo de 25% (art. 15);

 Operaça o de seguro: ma ximo de 25% (art. 22).

• Nos depo sitos judiciais na o havera incide ncia de IOF.

 Su mula 185 do STJ.

• Ouro destinado afabricaça o de joias e ouro destinado afabricaça o de peças


para odontologia, na o considera-se ativo financeiro.

 Tera incide ncia de ICMS.

• Teremos incide ncia de IOF nas operaço es de FACTORING.

COMPETÊNCIA

• Unia o;

• Artigos 153, I, da CF;

• Artigo 19 e seguintes do CTN;


Imposto de Importação

• Decretos 6.306/07 e 6.339/08.

TEM CARÁTER EXTRAFISCAL

VISA PROTEGER INDÚSTRIA NACIONAL

POLÍTICA ECONÔMICA E FISCAL

É TAMBÉM CONHECIDO COMO TARIFA ADUANEIRA

LANÇAMENTO POR HOMOLOGAÇÃO


• INCIDIRÁ SOBRE:
 Inserça o no territo rio nacional de bens procedentes de outros paí ses;
 Vide artigo 19 do CTN.

SUJEITO PASSIVO

• Importador (qualquer PF ou PJ que entre com mercadoria);

• Arrematante de produtos apreendidos ou abandonados;

• Destinata rio de remessa postal com remetente.

 Previsa o no artigo 22 do CTN;

 Previsa o no artigo 31 do dl 37/66.

FATO GERADOR

• Entrada real ou ficta de produto estrangeiro;

• Iní cio do despacho aduaneiro;

• Momento da apresentaça o;

• Momento do registro da declaraça o de importaça o.

 Salvo hipo teses do instrumento normativo 680/06 – art. 17.


 Podera o ser registrados antes da entrada: plantas, animais vivos, papel

para impressa o.

CUIDADO!

• Imposto de Importaça o somente em casos de permane ncia em definitivo.

• Na o englobara mercadorias estrangeiras, que permaneçam

temporariamente, a fim de cumprir finalidades espora dicas.

 Circuito da fo rmula 1;

 Feiras e exposiço es.

• Tambe m sera cobrado Imposto de Importaça o no retorno de mercadorias,

SALVO:

 Mercadoria em consignaça o na o vendida;

 Devoluça o da mercadoria por defeito;

 Retorno da mercadoria por guerra ou calamidade.

BASE DE CÁLCULO

• Quantidade de mercadorias;

 Tantos reais por tonelada.

• Valor do produto importado;

• Valor do preço da arremataça o do bem em licitaça o.

ALÍQUOTAS

• ESPECI FICA

 Valor em dinheiro sobre unidade de medida.

• AD VALOREM

 Aplicaça o de alí quota sobre determinado valor.


QUESTÕES DE PROVA

• Zona franca de Manaus;

• Emenda constitucional nº 83;

 Prorrogou os benefí cios ate 2073.

• Drawback;

• Proteça o produto nacional: exporta produto pronto;

• Eressarcido do Imposto de Importaça o sobre insumos importados.

Imposto de Exportação

COMPETÊNCIA

• Unia o;

• Artigos 153, II, da CF;

• Artigo 23 e seguintes do CTN.

TEM CARÁTER EXTRAFISCAL

TEM FUNÇÃO ECONÔMICA

INCIDIRÁ SOBRE EXPORTAÇÃO DE PRODUTOS NACIONAIS E


NACIONALIZADOS

SUJEITO PASSIVO
O exportador: qualquer pessoa que promova a saí da de produtos nacionais

ou nacionalizados do nosso territo rio.

FATO GERADOR

o Momento da liberaça o pela autoridade aduaneira; ou


o Data do embarque ou saí da conforme declaraça o.

CUIDADO: A guia podera ser exigida pela Receita Federal antes mesmo da saí da do

produto.

BASE DE CÁLCULO

• Preço normal da mercadoria ao tempo da exportaça o, podendo ser:

 Pela quantidade de mercadoria;

 Preço da arremataça o do produto adquirido;

 Pelo valor moneta rio do produto exportado.

OBS: O fisco na o esta vinculado ao valor da fatura.

ALÍQUOTAS

• Esta o previstas na tarifa aduaneira do brasil e podera o ser:

 Específicas (valor sobre a unidade de medida);

 Ad valorem (alí quota sobre determinado valor).

• Atualmente ede 30%.

• Podera o executivo aumentar 150%.

• Vide artigo 3º do Decreto lei 1.578/77.


QUESTÕES DE PROVA

• REGRAS DE DESONERAÇÃO

 ARTIGO 156, §3º, II, DA CF – EXPORTAÇA O ISS – ISENÇA O.

 ARTIGO 155, §2º, X, DA CF – IMUNIDADE PARA ICMS.

 ARTIGO 153, §3º, III, DA CF – IMUNIDADE PARA IPI.

Imposto Produto Industrializado.

COMPETÊNCIA

• Unia o;

• Artigo 153, IV, da CF;

• Artigo 46 e seguintes do CTN.

É IMPOSTO REAL (RECAI SOBRE PRODUTOS DA INDÚSTRIA)

TEM FUNÇÃO REGULATÓRIA DE MERCADO

É IMPOSTO SELETIVO (NECESSIDADE DE PRODUTO)

SUJEITO PASSIVO:

• Importador;

• Industrial;

• Comerciante de produtos para indu stria;


• Arrematante de produtos apreendidos.

FATO GERADOR:

• Importaça o;

• Saí da do estabelecimento industrial = produto;

• Aquisiça o em leila o;

• Primeira saí da por revenda de produtos importados.

CUIDADO: O STJ entende que na o incide IPI de veí culo importado para uso pro prio.

• Recentemente o STF disse que incide (RE 723.651).

 Mesmo que na o desempenhe atividade empresarial.

 E faça importaça o para uso pro prio.

CONCEITO DE INDUSTRIALIZAÇÃO

• O produto foi submetido a qualquer operaça o que modifique sua natureza,


finalidade ou o aperfeiçoe para consumo.

 Transformaça o, beneficiamento, montagem, renovaça o.

BASE DE CÁLCULO

• Valor da operaça o da saí da do produto;

• Preço normal, acrescido do Imposto de Importaça o;

 + encargos cambiais.

 + tarifas aduaneiras.

• Preço da arremataça o.

ALÍQUOTAS

• Proporcional;
• Sera conforme grandeza econo mica tributada;

• Variam de 0% ate 365,63% (cigarros).

Imposto de Renda

COMPETÊNCIA

• Unia o;

• Artigos 153, III, da CF;

• Artigo 43 e seguintes do CTN.

TEM FUNÇÃO FISCAL

TENTA PROMOVER REDISTRIBUIÇÃO DE RENDA

SUJEITO PASSIVO

• Pessoa fí sica ou jurí dica;

• Titular de renda ou provento de qualquer natureza;

• A lei podera exigir retença o da fonte pagadora:

 Empregado = contribuinte.

 Empregador = responsa vel.

• Em caso de omissa o na retença o a fonte pagadora ira arcar com a multa.

 Mesmo sendo responsa vel = na o precisara pagar o IR.

FATO GERADOR

• Aquisiça o de disponibilidade econo mica/jurí dica de renda:

 Decorrente de capital (aplicaço es, bonificaço es);

 Do trabalho (sala rio, comisso es);

 Dos dois (lucro);

 Provento de qualquer natureza (aposentadorias, doaço es).


BASE DE CÁLCULO

• Soma dos fatores que se agregam ao patrimo nio:

 Positivos (rendas, acre scimos);

 Negativos (deduço es, dependentes, sau de).

BASE DE CÁLCULO (ART. 44, DO CTN), SERÁ O MONTANTE:

• Real (ca lculo do lucro, abatendo do faturamento as despesas permitidas)

• Arbitrado (na o epossí vel apurar lucro real, em raza o da omissa o).

 Ocorre tambe m quando o sujeito passivo na o cumpre obrigaça o

acesso ria.

• Presumida (percentual legal sobre o valor da receita bruta).

ALÍQUOTAS

• Generalidade: todos os contribuintes que pratiquem o fato;

• Universalidade: quaisquer rendas e proventos;

• Progressividade: variaça o de acordo com a base de ca lculo.

QUESTÕES DE PROVA

• Su mula 125, STJ – Na o incide IR sobre renda auferida por fe rias na o gozadas.
• Su mula 215, STJ – Na o incide sobre indenizaça o – programa de demissa o

volunta ria.

• Su mula 498, STJ – Na o incide sobre dano moral.

• Su mula 463, STJ – Incide sobre horas extraordina rias recebidas.

• Su mula 556, STJ – Na o incide IR no valor da complementaça o de previde ncia

privada = anos de 89/95.

• Su mula 447, STJ – Entes que fazem retença o sera o partes nas aço es.

IPTU

COMPETÊNCIA

• Municí pios e DF;

• Artigos156, I, da CF;

• Artigo 32 e seguintes do CTN.

MEDIANTE EDIÇÃO DE LEI ORDINÁRIA

ISENÇÃO TAMBÉM SERÁ POR LEI ORDINÁRIA

CUIDADO: Em caso de IPTU de hipote tico territo rio, a compete ncia sera da Unia o.

 Artigo 147, parte inicial, da CF.

 Unia o fara por lei Ordina ria.

COMPETÊNCIA TRIBUTÁRIA DO IPTU


• Epolí tica e indelega vel.

CUIDADO, LEMBRE-SE QUE:

 IPTU  ZONA URBANA


 ITR  ZONA RURAL

SUJEITO PASSIVO DO IPTU

• Proprieta rio (pleno com registro);

• Possuidor (posse com animus domini);

• Titular de domí nio util:

 Usufrutua rio, enfiteuta, superficia rio;

 Superficia rio (artigo 21, §3º - lei 10.257/01).

CUIDADO:

• Locata rio na o sera responsa vel pelo IPTU;

• Convença o em contrato particular e normal;

 Mas na o podera ser oposta perante fisco (art. 123).

• Assim, pelo IPTU so proprieta rio perante fisco.

• Locata rio tambe m na o tera legitimidade para:

 Impugnar lançamento;

 Solicitar repetiça o de inde bito tributa rio.

• Su mula Vinculante nº 52;

 Locaça o para terceiros – imunidades – templos.

• Esta relaça o de locata rio tambe m valera para o comodata rio.

VALE RESSALTAR QUE:

• Fazenda Pu blica podera escolher para cobrar:


 Proprieta rio;

 Titular de domí nio util;

 Possuidor com animus de domini.

• Compromisso irretrata vel de compra e venda.

 Quem vende e imune.

• Comprador pagara IPTU.

• Artigo 150, §3º da CF.

• Imo vel urbano com area de preservaça o permanente.

 Na o impedira incide ncia de IPTU sobre todo o imo vel.

FATO GERADOR

• Propriedade;

• Domí nio util;

• Posse de bem imo vel.

 Por natureza ou acessa o fí sica.

 Localizado em zona urbana.

• O que ezona urbana?

 Vide artigo 32, §1º do CTN;

 Sera definida em lei municipal

 Devera ter a presença de dois requisitos do 32, §1º, do CTN.

• Tambe m podera sofrer incide ncia as areas urbaniza veis ou de expansa o

urbana.

 Vide artigo 32, §2º do CTN;

 Previsão em lei municipal;


 Inserça o em loteamento aprovado para moradia, indu stria ou comé rcio.

CUIDADO: Imo vel situado em zona urbana, mas que explore atividade de zona rural,

como plantaça o, criaça o de galinha, sera cobrado ITR, com fundamento no artigo 15,

dl 57/66.

QUANDO OCORRERÁ O FATO GERADOR

• Espacial: municí pio do imo vel;

• Temporal: anual.

BASE DE CÁLCULO DO IPTU

• Valor venal do imo vel.

• Na o sera considerado o valor dos bens mo veis.

• Cuidado com a simples atualizaça o da base de ca lculo:

 Podera ser realizada por decreto municipal.

ALÍQUOTAS DO IPTU

• Sera progressiva;

 Lei municipal devera prever progressividade;

• Eextrafiscal (funça o social – unico imo vel);

• Efiscal (em raza o de localizaça o e uso do imo vel).

ISSQN

COMPETÊNCIA

• Municí pios e DF;

• Artigos 156, III, da CF;

• Lei complementar nº 116 de 2003.


REGRA

• O ISSQN sera pago no local do estabelecimento do prestador do serviço.

MAS TENHA MUITO CUIDADO:


• REGRA: No local do domicí lio do prestador (art. 3º da LC);
• EXCEÇÃO: Artigo 3º, e seus 22 incisos:
 Podera ser no local da prestaça o do serviço:
 Execuça o e fiscalizaça o de obras;
 Demoliça o;
 Varriça o de ruas.

QUEM PAGARÁ O ISSQN


• Quem pagara eo prestador do serviço.
 Podera ser tanto a empresa, quanto o profissional liberal.

• Na o pagara pelo serviço:


 Os que prestam serviços em relaça o de emprego;
 Diretores, membros de conselhos consultivos; e etc.

FATO GERADOR
• Ea prestaça o do serviço;
• Pela empresa ou profissional auto nomo;
• Com ou sem estabelecimento fixo;
• De serviços constantes na lista anexa da LC 16/03.

CUIDADO, NÃO TEREMOS ISSQN NOS SEGUINTES SERVIÇOS:

• Serviço feito a si pro prio;


• Taxa de serviço pelo poder público (especí fico e divisív el);
• Transporte intermunicipal e interestadual – ICMS;
• Prestaça o de serviços destinados ao exterior – isenção;

• Prestaça o de serviços entre ente pu blico – imunidade.

BASE DE CÁLCULO
• Preço bruto do serviço.
 Serviços gratuitos na o podera o ser cobrados.
• Atença o: eventuais descontos devera o ser computados.
 Juros, multas e indenizaça o = na o entram para ca lculo.

ALÍQUOTAS
• Sera fixa (profissional liberal) ou proporcional (serviço);
• A depender do sujeito passivo;
 Alí quota mí nima = 2% - artigo 88 da ADCT;
 Alí quota ma xima = 5% - artigo 8º da LC 16/03.

ATENÇÃO:
• Einconstitucional a cobrança de ISSQN sobre locaça o de bens mo veis.
 Súmula vinculante nº 31 do STF.

• ISSQN sobre software de computador:


 Software produzido em escala = ICMS;
 Software sobre encomenda = ISSQN.

• ISSQN sobre arrendamento mercantil (leasing):


 Arrendamento (tipo aluguel e no fim permite compra);
 Leasing financeiro = incidira ISSQN;
 Leasing operacional (mera locaça o) = na o incidira ISSQN.

• ISSQN sobre franquias:


 Apo s a LC 16/03 decidiu-se que havera incide ncia.
ITBI
A QUALQUER TÍTULO

POR ATO ONEROSO DE BENS IMÓVEIS (USO, USUFRUTO)

 Exceto os de garantia.

BEM COMO CESSÃO DE DIREITOS

COMPETÊNCIA

• Municí pio e DF;

• Artigos 34 ate 42 do CTN;

• Lei Ordina ria.

SUJEITO PASSIVO

• Qualquer uma das partes da operaça o de transmissa o.

• Podera ser:

 Transmitente;

 Adquirente (a regra e este).

ELEMENTO ESPACIAL

• Situaça o (localizaça o) do bem.

ELEMENTO TEMPORAL

• E o momento da transmissa o ou da cessa

FATO GERADOR

• Ocorrera mediante registro no registro de imo vel;

• Na o posso cobrar o ITBI antes do registro (cuidado).

• Mero contrato de gaveta na o enseja pagamento de ITBI.


• O ITBI na o ocorrera sobre direitos reais de garantia:

 Anticrese: entrega de bem imo vel para outro usar ate quitar.

 Hipoteca: devedor oferece bem em garantia.

 Penhor: recai sobre bens mo veis alheios.

BASE DE CÁLCULO

• Valor venal do imo vel:

 Que esta sendo transmitido;

 Que esta sendo cedido.

ALÍQUOTAS

• Sera o proporcionais, conforme lei municipal;

• Jamais podera o ser progressivas (Su mula 656 do STF);

• Progressiva somente: IR, IPTU, ITR E ITCMD.

ATENÇÃO: Na o incidira ITBI sobre transmissa o de bens imo veis incorporados a

pessoa jurí dica para realizaça o de capital, nem sobre operaço es societa rias, salvo

se as empresas tiverem finalidade de compra e venda de imo veis, locaça

o e arrendamento de imo veis. Artigo 156, §2º, da CF.

Temática: Impostos Estaduais

Imposto Transmissão Causa Mortis ou Doação

SERÁ ESTABELECIDA PELO ESTADO E DF

MEDIANTE LEI ORDINÁRIA

OCORRERÁ SOBRE TRANSMISSÃO DE QUAISQUER BENS OU DIREITOS

RECEBIDOS
• Em raza o de sucessa o causa mortis.

• Em raza o de doaça o.

INCIDIRÁ SOBRE TRANSMISSÃO NÃO ONEROSA

• Incidira sobre qualquer tipo de bem.

ATENÇÃO: No inventa rio por morte presumida, que voce na o sabe o fato gerador,

terá incidência desse imposto – Su mula 331 do STF.

COMPETÊNCIA

• Bens imo veis e respectivos direitos.

 No Estado ou DF – situaça o do bem.

• Bens mo veis, tí tulos e cre ditos:

 No estado onde se processar o inventa rio.

 No estado do domicí lio do doador.

• Doaça o por pessoa que resida no exterior.

• Bens deixados por algue m que mora no exterior.

• Bens deixados por algue m que teve inventa rio no exterior.

 Dependera de lei complementar. (Que na o existe ate hoje).

QUEM PAGARÁ O ITCMD

• Nas doaço es  Donatário dos bens;

• Nas transmisso es por morte  Herdeiro;

• Nas cesso es  O cedente.

BASE DE CÁLCULO

• Valor venal dos bens.


MAS ATENÇÃO: Sera aplicado e considerado no momento do fato gerador.

ALÍQUOTAS

• Sera definida pelo Senado Federal;

• Atualmente a alí quota ma xima e de 8% - resoluça o 9/92;

• No imposto causa mortis edevido a alí quota – da morte;

• O STF disse que as alí quotas sa o progressivas (cara ter pessoal).

IPVA

COMPETÊNCIA

• Estados e DF.

IRÁ PAGAR IPVA

• Proprieta rio de veí culo automotor.

• Paga-se anualmente.

• Exceto aeronaves e embarcaço es, segundo o STF.

SUJEITO PASSIVO

• Proprieta rio;

• Adquirente;

• Titular de domí nio util;

• Possuidor com animus domini.

ATENÇÃO: O STF ja decidiu acerca da possibilidade de serem fixadas sanço es

administrativas em caso de ause ncia de pagamento de IPVA.

BASE DE CÁLCULO
Valor venal dos veí culos;

Podera variar conforme o tipo;

Podera variar se novo ou usado.

ALÍQUOTA (CARÁTER FISCAL)

• A emenda constitucional n° 42 de 2003 estabeleceu compete ncia do Senado:

para mí nima.

• Poderemos ter alí quotas diferenciadas:

 Em raza o do tipo e utilizaça o do veí culo (art. 155, §6º).

ICMS

E PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS:

 Transporte intermunicipal e interestadual;

 Comunicaça o.

COMPETÊNCIA

• Estados e DF;

• Vide artigo 155, II, da CF;

• Vide lei complementar 87 de 1996.

SUJEITO PASSIVO

• Artigo 4º da lei complementar 87;

• Pessoas que pratiquem circulaça o de mercadorias;

• Importadores de qualquer natureza (PF ou PJ);

• Transporte intermunicipal e interestadual;

• Serviços de comunicaça o.
CONCEITO DE CIRCULAÇÃO

• Quando ocorrer mudança de titularidade do bem. O bem sai de uma

titularidade e passa para outra.

• ASSIM CUIDADO, NÃO TEREMOS ICMS:

 Em saí da de mercadoria para mostrua rio;

 Transporte de mercadoria entre matriz e filial.

CONCEITO DE MERCADORIA

• Coisa que constitua objeto de venda.

• Sa o aquelas mercadorias que sera o comercializadas.

• ASSIM CUIDADO, NÃO TEREMOS ICMS:

 Sobre mercadorias que sejam para consumo pro prio empresa rio.

PODERÁ CAIR NA PROVA

• Empresa do setor fumageiro decide vender seus carros para adquirir novos

veí culos. Assim cuidado, na o teremos ICMS:

• O objeto da empresa na o e venda de carros. Logo, se

vender ativo fixo, na o tera de pagar ICMS.

NÃO INCIDIRÁ ICMS:


• Sobre coisas corpo reas que na o sejam mercadorias;

• Na alienaça o de bens do ativo fixo ou imobilizado;

• Na simples transfere ncia de mercadorias – Su mula 166 do STJ;

• Na remessa de mercadorias para mostrua rio ou consignaça o.

CONCEITO DE TRANSPORTE INTERMUNICIPAL

• Aquele realizado entre municí pios.

CONCEITO DE TRANSPORTE INTERESTADUAL

• Aquele realizado entre Estados.

OBS: Dentro do municí pio paga-se ISSQN.

CONCEITO DE SERVIÇO DE COMUNICAÇÃO

• Prestaça o de serviços onerosos:

 De qualquer meio de comunicaça o.

 Geraça o, emissa o, retransmissa o, ampliaça o.

BASE DE CÁLCULO DO ICMS

• Valor da operaça o (circulaça o de mercadorias);

• Valor do serviço (transportes e comunicaça o);

• Valor da importaça o (do bem importado).

ALÍQUOTA DO ICMS

• Teremos internas (cada Estado fixara livremente).

 A depender do produto.
• Teremos Interestaduais (Resoluça o 22 do Senado Federal).

 Que na o tem nos Vades.

 Trata-se da Emenda Constitucional 87 de 2015.

ALÍQUOTA INTERESTADUAL

• Foi fixada pelo Senado Federal - Resoluça o 22/89.

• Previsa o legal: Art. 155, §2º, VII, VIII, da CF.

• A partir de 1990:

 Sera de 7% ou 12%  Conforme Estado de destino.

ALÍQUOTA INTERESTADUAL

• Se o Estado de destino for:

 Norte, Nordeste, Centro Oeste e Espí rito Santos = pago 7%.

• Mas se o Estado de destino for:

 Sul ou Sudeste = pago 12%.

• Tais alí quotas va o ocorrer independentemente do produto.

• Chamamos de alí quotas gene ricas.

 Assim, se a empresa Nini macha o, situada em POA-RS, vender para o Sul ou

Sudeste pagara 12% de ICMS. Ja se vender para o Norte, Nordeste, Centro Oeste ou

Espí rito Santos pagara 7% de ICMS.

MAS ATENÇÃO: Se a empresa estiver situada em Natal – RN, sempre pagara 12% de

ICMS, eis que estara na regia o Norte, Nordeste, Centro Oeste, ES. Assim, na o

interessa para onde vendera .

RESUMINDO: Operaça o de mercadoria interestadual e prestaça o de serviço


interestadual:

 Regra = pagara 12%.

 Exceça o = Se origem for do Sul, Sudeste  para Norte, Nordeste, Centro

Oeste e Espí rito Santos = pagara 7%.

• MAS A EMENDA CONSTITUCIONAL NÃO PARA POR AQUI

 A empresa Nini macha o, situada em POA-RS, acaba por vender bolachas para

NATAL – RN. Nesse caso, a empresa Nini macha o pagara 7% para o Estado do

RS, conforme o art. 155, §2º, IV, CF. Pore m, quando a bolacha chegar em Natal

– RN devera ser paga a alí quota diferencial. Eo que chamamos de DIFAL.

Logo, para calcular, epreciso saber a alí quota interna - cada Estado tera a sua.

 Vamos imaginar que em Natal – RN a alí quota interna seja de 17%. O DIFAL,

PORTANTO, SERA : 17% - 7% = 10%

QUEM VAI RECOLHER O DIFAL?

• DEPENDE!

 Se o destino for contribuinte de ICMS e estiver inscrita como recolhedora de

ICMS, sera ela que tera que recolher (art. 155, §2º, VIII, a, da CF).

 Agora, se o destinata rio, em Natal – RN, for algue m que na o seja contribuinte

de ICMS, a CF mandara a empresa Nini macha o pagar o DIFAL, conforme o

Art. 155, §2º, VIII, b, da CF.

• Tais mudanças quebraram as vendas pela internet. A maioria das vendas sa o

para na o contribuintes, no tocante as operaço es interestaduais. Logo, as lojas

devera o recolher:
 Tanto as alí quotas do envio.

 Como as alí quotas dos destinos.


• Foi por essa raza o que a Emenda Constitucional nº 87 tambe m inseriu o art.

99 da ADCT, alterando as regras de repartiço es.

 Criou-se uma regra de transiça o para que os Estados de origem na o sintam

tanto esta mudança ate 2018.

PODERÁ CAIR NA PROVA

• Voce , pessoa fí sica, resolve importar roupas dos EUA. Voce estara diante do

pagamento de ICMS?

 Sim, conforme artigo 155, §2º, IX, a, da CF.

• Na o constitui fato gerador de ICMS:

 Saí da fí sica de ma quinas, utensí lios e implementos a tí tulo de comodato.

 Su mula 573 do STF.

• Fornecimento de águapotávelpor empresa concessionárias, não e tributável.

RE 607.056 – Repercussa o Geral.

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