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HISTOLOGIA GERAL
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I. INTRODUÇÃO 05
II. NOÇÕES BÁSICAS DE TÉCNICAS HISTOLÓGICAS
2.1Roteiro 06
2.2Teoria 08
III. MICROSCÓPIO E MICROSCOPIA 24
IV. A CÉLULA 48
V. O CICLO CELULAR 65
VI. TECIDO EPITELIAL
6.1Aula Tecido Epitelial de Revestimento 68
6.2Aula Tecido Epitelial de Secreção 100
6.3Roteiro Teórico 117
6.4Tecido Epitelial de Revestimento 124
6.5Tecido Epitelial de Glandular ou Secretor 136
VII. TECIDO CONJUNTIVO
7.1Aula 141
7.2Roteiro Teórico 169
7.3Tecido Conjuntivo 172
VIII. TECIDO CARTILAGINOSO
8.1Aula 1 184
8.2Aula 2 211
8.3Roteiro Teórico 223
8.4Tecido Cartilaginoso 227
IX. TECIDO ÓSSEO
9.1Aula 236
9.2Roteiro Teórico 273
9.3Tecido Ósseo 276
X. TECIDO ADIPOSO
10.1 Aula 286
10.2 Roteiro Teórico 302
10.3 Tecido Adiposo 304
XI. SANGUE
11.1 Aula 314
11.2 Roteiro Teórico 338
11.3 Sangue 344
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XII. HEMOCITOPOIESE
12.1 Aula 353
12.2 Roteiro Teórico 370
12.3 Hemocitopoiese 374
XIII. TECIDO MUSCULAR
13.1 Aula 378
13.2 Roteiro Teórico 403
13.3 Tecido Muscular 406
XIV. TECIDO NERVOSO
14.1 Aula 414
14.2 Roteiro Teórico 439
14.3 Tecido Nervoso 441
XV. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 446
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INTRODUÇÃO
A Histologia (grego histós – tecido) é um ramo da Biologia que se destina ao estudo dos
tecidos e órgãos.
Devido à integração que existe entre a Histologia e outras ciências, como a Citologia, a
Bioquímica, a Patologia e a Fisiologia; pode-se considerá-la como uma disciplina de grande
relevância dentro das Ciências Biológicas. Havendo a necessidade de empregá-la, com o auxílio
do microscópio.
No que diz respeito ao ensino desta ciência observa-se que a mesma já é estudada nas
escolas, principalmente no 1º ano do Ensino Médio. No entanto, existe uma dificuldade muito
grande no que se refere às aulas práticas. Os professores encontram-se limitados, por falta de
materiais como lâminas histológicas e microscópios. Dessa forma, os alunos aprendem de forma
monótona e restrita a desenhos esquemáticos, algo que poderia ser mais interessante se fosse
visto na sua forma real.
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NOÇÕES BÁSICAS DE TÉCNICAS HISTOLÓGICAS
Autor: Prof. Frederico Celso Lyra Maia
7. PROCESSAMENTO DO MATERIAL.
7.1. Desidratação e diafanização.
7.2. Banho de parafina e confecção de blocos de parafina (papel e outros).
7.3. Afiação da navalha.
7.4. Corte dos blocos em micrótomo e “pescagem” em banho-maria.
7.5. Secagem da lâmina em estufa.
7.6. Coloração de rotina (H. E.).
7.7. Montagem da lâmina.
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8. NOÇÕES BÁSICAS DE ARTEFATOS NO PROCESSAMENTO DOS TECIDOS E NAS
COLORAÇÕES.
8.1. Artefatos na preparação de tecidos.
8.2. Artefatos devidos à impregnação e inclusão.
8.3. Artefatos provocados pelo corte.
8.4. Artefatos na coloração de lâminas com H. E.
8.5. Defeitos de confecção de lâminas.
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1. NOÇÕES DE FUNCIONAMENTO E SEGURANÇA NO LABORATÓRIO
O laboratório é um local especial de trabalho. Especial, porque nele, regras essenciais não
podem jamais deixar de serem observadas, sob pena de graves acidentes. O conhecimento
mínimo de seu funcionamento, o uso adequado de equipamentos e o acondicionamento e
manuseio de substâncias químicas nele utilizadas, são fundamentais para sua segurança e saúde e
a dos outros também.
Não manuseie equipamentos sem antes receber instruções sobre seu uso.
Não manuseie nem armazene substâncias químicas sem conhecimento mínimo de suas
propriedades, uso e armazenamento adequado.
Procure estabelecer normas de segurança e hábitos que devem tornar-se rotina, por
exemplo:
o Verificar se os aparelhos foram desligados ou ligados (conforme indicação).
o Verificar luzes.
o Verificar torneiras de gás.
o Verificar o posicionamento de equipamentos e substâncias químicas, etc.
Estabeleça normas de procedimentos para suas tarefas diárias.
Evite distrair-se ao executá-las.
Comunique imediatamente ao seu superior (ou responsável), qualquer alteração no
funcionamento dos equipamentos.
Lembre-se que os acidentes de laboratório são fatais ou provocam grandes danos, e que
por isso, a prevenção é fundamental e essencial.
Sacrifício
A posição ideal para abertura e colheita do material é o decúbito dorsal, ou seja, o animal
deve estar de costas para a superfície e de barriga para cima. Se o animal é de tamanho muito
pequeno pode se utilizar uma tábua com quatro pregos fixados, onde, com uma linha amarrada
em cada pata, fixa-se o animal. Assim, ele fica imóvel e permite ao operador maior mobilidade
das mãos. A abertura deve ser feita com bisturi (ou faca afiada) ou ainda com auxílio de tesoura e
pinça. As técnicas de abertura deverão ser demonstradas em aula prática. Os materiais, a forma e
o acondicionamento variam de acordo com os exames a serem realizados.
Esse material deve ser acondicionado em vidros de boca larga e o volume do fixador deve
ser no mínimo 20 vezes maior que o volume das amostras. Após a fixação completa (mínimo 24
horas) o material deverá ser novamente recortado, para em seguida ser processado.
OBS.: O material colhido deverá ser representativo da(s) lesão(ões) que se deseja estudar. O
fragmento preferencialmente deverá conter parte da área lesada e parte de área normal adjacente
à lesão.
Os materiais colhidos para exame histopatológico devem ser remetidos de tal modo que se
preserve a estrutura celular, já que será ela o objeto de estudo.
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Ao remeter-se o material, pode-se lançar mão de um meio conservante ou de uma solução
fixadora. O ideal é que seja um fixador, uma vez que este último, semelhante a uma fotografia,
manterá a estrutura celular tal como se encontrava naquele momento, não permitindo ocorrer o
desenvolvimento de fenômenos autolíticos e/ou putrefativos nas células (que ocorrem
normalmente após a morte).
Os dados que devem ser anotados constam da identificação do animal como: espécie,
idade, sexo, raça, pelagem, bem como identificação do proprietário e remetente. As informações
devem relatar detalhes sobre região anatômica de onde foi retirado o material, bem como a
consistência, coloração, aspecto e forma do mesmo e ainda considerações sobre achados de
necropsia (se o animal foi necropsiado) de importância.
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Formol em solução salina a 10%.
Solução de Bouin.
Solução de Zenker.
Carnoy.
OBS.: A escolha deve ser definida com base na necessidade de rapidez de fixação.
CONSIDERAÇÕES:
OBS:
o Soluções de formalina que não forem neutralizadas ou tamponadas podem produzir
pigmentos de hematina, vistos em área do tecido onde haja sangue. Esse pigmento possui
cor amarronzada e pode ser confundido com outros pigmentos como hemossiderina ou
lipofuscina.
o Soluções com concentrações mais fortes (solução à 20 % ou mais) tem o inconveniente de
endurecerem demais os tecidos e apenas são usadas para fixação de tecido nervoso e
tecido ósseo.
o Para fixação de tecidos pouco densos como pulmão, pele, próstata etc. pode se utilizar
solução de formalina neutra a 4 ou 5%. Evita-se o ressecamento (endurecimento)
excessivo do material.
o O material pode permanecer neste fixador por meses a anos (10 anos ou mais) sem
alterações muito significativas nos tecidos.
Formol em solução salina a 10%. É um fixador de fácil preparação para uso no campo. Possui
boa fixação e penetração. Pode ser usado como alternativa à solução anterior.
Solução de Bouin. É um fixador rápido, ideal para glândulas, testículos, pele e corpúsculos
de inclusões celulares. Como consequência dessa fixação rápida requer lavagens sucessivas
em vários álcoois a 70% por 4 a 6 horas, para poder retirar o excesso de fixador e só então se
processar o material. O excesso de fixador provoca o ressecamento e endurecimento do
material, dificultando seu processamento. O material depois de fixado e devidamente lavado
em álcoois, deve ser conservado em álcool a 70%.
Solução de Zenker. É um fixador rápido, de 6 a 24 horas, ideal para fixar medula óssea, baço,
gânglios linfáticos, hipófise e pâncreas. O material depois de fixado deve ser lavado em
álcool a 80% e conservado em álcool também a 80%. É pouco usado.
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Carnoy: De todos os fixadores é o mais rápido, requer cerca de 3 horas. Constitui-se um meio
de acelerar a fixação nos casos de urgência. Seu principal problema é a destruição das
hemácias. É pouco usado.
Fórmulas de descalcificadores
Solução A
Citrato de Sódio 50g
H2O destilada 250ml
Solução B
Ácido fórmico 125 ml
H2O destilada 125 ml
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Colocar os fragmentos de ossos a serem descalcificados em grande quantidade de
descalcificador, trocando a solução diariamente (para melhor resultado). Após totalmente
descalcificado, lavar em água corrente durante 4-8 horas, após, seguir processamento de rotina.
Álcool 80% 95 ml
Ácido Nítrico concentrado (68-70% densidade
específica 1,41) 50 ml
EDTA 5,5 g
H2O destilada 90 ml
Formol 10 ml
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OBS: A duração da coloração dos cortes é dependente de uma série de fatores como: método e
qualidade da coloração, qualidade dos reagentes e corantes utilizados, forma de utilização e
armazenamento adequado da lâmina.
Método:
Dissolver a hematoxilina no álcool. Aquecer a água sem ferver. Dissolver o alúmen na
água. Misturar as duas substâncias voltando ao fogo, mas deixando ferver rapidamente
(não ultrapassar 1 min.). Retirar do fogo e acrescentar o óxido vermelho de mercúrio
agitando com bastão. Aquecer em fogo brando sem deixar ferver (agitando c/ um bastão).
Deixar resfriar à temperatura ambiente ou resfriar em banho-maria frio com água
corrente. Colocar de 2 a 4 ml de ácido acético glacial para cada 100 ml da solução.
Guardar em local protegido da luz (frasco âmbar).
Filtrar em papel de filtro antes de usar a solução.
1º método: dissolver o alúmen em água, a frio, juntar hematoxilina, adicionar o iodato de sódio, o
ácido cítrico e o cloral, agitando-os continuamente até solução completa. A cor final deve ser
vermelho-violeta. A solução se mantém por meses. Identifica-se o vidro, inclusive a data de
preparo.
2º método: dissolver o alúmen em 500 ml de água, a quente (não ferver). Dissolver o cloral, ácido
cítrico e o iodato de sódio nos outros 500 ml de água. Dissolver a hematoxilina em 10 ml de
álcool absoluto. Misturar as 3 soluções. Guardar em vidro âmbar identificando a solução,
colocando a data de preparo da hematoxilina.
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6.1. 3 EOSINA
No momento de usar, adicionar 0,5 ml de ácido acético glacial por cada 100ml de
solução.
Albumina 50%
Glicerina líquida 50%
Colocar 1 pedra de timol para evitar fungos
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6.3.1 Preparo de álcool à 90 %, 80 %, 70 %, 60 %.
Material necessário:
o Proveta de 1000 ou 2000 ml.
o Alcoômetro.
Método: Coloca-se o álcool na proveta e adiciona-se água até a graduação desejada.
7. PROCESSAMENTO DO MATERIAL
7.1. Desidratação e diafanização (clarificação)
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- Método 2 (pelo álcool):
Mais usado, pelas facilidades de obtenção das substâncias e pelo baixo custo.
Após as passagens nas parafinas, faz-se a inclusão nos blocos, como segue abaixo:
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e) Momento antes do corte coloca-se os blocos sobre o gelo, para que a parafina fique mais
firme e facilite o corte.
O mais querido, famoso e, um dos mais competentes presidente dos Estados Unidos da
América, Abraham Lincoln, certa vez falou: “Se eu dispusesse de 9 horas para cortar uma árvore,
passaria 6 horas afiando meu machado”. Convém lembrar que o referido presidente antes havia
sido um simples machadeiro. A essência da frase nos diz que se temos uma missão a fazer
devemos gastar 2/3 do tempo nos preparando para realizá-la. Esta célebre frase também se aplica
perfeitamente ao nosso caso. Cortar uma árvore, um fragmento de tecido ou qualquer outra coisa
implica em dispor-se de um instrumento efetivamente eficiente, sob pena de se ter um enorme
desgaste para realizar tal função. É, pois, a navalha, a coisa mais importante para realização de
um corte perfeito. Lógico que a qualidade do micrótomo e a habilidade do técnico influenciam,
mas não são tão importantes quanto uma boa navalha. É esta que garante a qualidade de um bom
corte. Manter a navalha sempre amolada e afiada é função e obrigação de um bom técnico. A
navalha deve ser amolada quando apresentar dentes que são facilmente evidenciáveis nos cortes.
Para tanto, utiliza-se um amolador de navalhas automático ou amola-se manualmente em pedra
de amolar adequada. Retirados os “dentes”, passa-se para a etapa de afiação. Esta é realizada em
um instrumento com superfície de couro. O fio ideal é conseguido depois de certo tempo de
afiação. A condição ideal é testada nos cortes. Uma vez atingida esta condição ideal,
recomendamos a manutenção do fio da navalha pela afiação em couro por pelo menos 20 a 30
minutos diários. É sempre recomendável que cada técnico possua sua navalha e que só ele a
manuseie.
Navalhas descartáveis tem sido muito utilizadas e proporcionam excelentes cortes mas
apresentam a desvantagem do alto custo. São práticas, mas cegam com facilidade. As navalhas
permanentes se bem afiadas e conservadas tem longa durabilidade.
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7.5. Secagem da lâmina em estufa
Leva-se a lâmina à estufa a 580C por 15 a 20 minutos para a retirada do excesso de água e
para dissolver o excesso de parafina. Retirar da estufa e deixar secar em temperatura ambiente até
a coloração.
Obs.: Após o corte recobre-se a superfície do bloco com um banho de parafina a fim de proteger
o restante do material incluído. Em seguida arquiva-se o bloco.
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BATERIA COMPLETA C/ TEMPO SUGERIDO
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b) Artefato causado pelo congelamento- Temperaturas de congelação provocam a formação
de cristais de gelo intra e extracelulares e causam o deslocamento do tecido produzindo
vacúolos e lacunas intra e extracelulares que permanecem após o degelo. As causas mais
comuns da introdução destes artefatos são a armazenagem ou conservação em ambiente
refrigerado (temperaturas de congelação), e exposição a baixas temperaturas naturais ou
não durante o transporte.
c) Fixador de Bouin- É absolutamente indispensável que não fiquem resíduos de ácido
pícrico em tecidos tratados pelo fixador de Bouin. O ácido pícrico residual alterará o
tecido e afetará suas propriedades corantes. O material ressecado torna-se quebradiço ao
corte. Fragmenta-se, não se obtendo as fitas de tecido.
d) Fixador muito forte- Formol ou qualquer fixador em altas concentrações pode endurecer e
ressecar excessivamente o material, inviabilizando seu processamento.
e) Álcool absoluto (100%)- Quando usado como fixador-conservador desidrata
excessivamente o material tornando-o endurecido e ressecado e pode inviabilizar seu
processamento.
1) Navalha cega- As três características mais importantes de uma navalha sem fio são:
a) Os cortes não saem em fita.
b) Os cortes saem espessos.
c) Os cortes aderem ao bloco durante o curso ascendente do micrótomo.
d) Compressão microscópica das estruturas histológicas.
2) Efeito veneziana- o efeito “veneziana” (linhas horizontais espessas e delgadas de cores claras
e escuras) frequentemente observado em cortes histológicos é devido:
a) Ao uso de lâminas sem fio.
b) Inclusão de tecido duro e tecido mole no mesmo bloco.
c) Parafusos de ajustes do micrótomo mal apertados (folgados).
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d) Lubrificação deficiente das superfícies móveis do micrótomo.
3) Efeito de mordedura de traça- O aspecto se caracteriza pelo aparecimento de orifícios de
bordas irregulares no corte. O artefato é devido a exposição excessiva aos álcoois, xilol e
parafina, redundando em endurecimento excessivo do tecido. Ao cortar o bloco de parafina, a
navalha do micrótomo provoca estrição do tecido. Pode-se resolver esse problema pela
aplicação de um chumaço de algodão embebido em água à superfície de corte do bloco de
parafina.
4) Riscos no tecido– É um defeito muito frequente e caracteriza-se por mostrar riscos retilíneos
nos tecidos. É provocado por dentes na navalha. Cada dente provoca um risco.
a) Muitas vezes, a coloração desigual deve-se ao fato de não terem sido as lâminas agitadas
várias vezes, dentro da solução corante, antes de descansar durante o período de
exposição necessário.
b) A desidratação incompleta das lâminas microscópicas é caracterizada por um aspecto
cinzento e granuloso do corte histológico. Quando se abaixa o condensador do
microscópio podem-se observar bolhas de água.
c) Excesso de hematoxilina. Os cortes ficam excessivamente azuis inclusive os citoplasmas.
Tempo excessivo de exposição ao corante é a causa.
d) Excesso de eosina. Os cortes ficam excessivamente vermelhos. Tempo excessivo de
exposição ao corante é a causa.
a) Gotas de água - Ocorre por falha na desidratação na bateria de coloração ou por excesso
de água nos xilóis, especialmente no xilol de montagem, ou ainda pela presença d’água no
bálsamo do Canadá.
b) Dobra do corte - Ocorre no momento da pescagem do material no banho-maria, e tem por
causas a inabilidade do técnico ou água abaixo da temperatura ideal.
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c) Meio de montagem em excesso (entellan ou bálsamo do Canadá) - Quando se usa meio de
montagem em excesso e que se deixa engrossar, o tecido apresenta um aparência
nebulosa, quando observado em grande aumento.
d) Bolhas de ar - Ocorre durante a colocação da lamínula. Evita-se fazendo leve compressão
sobre esta, até a retirada completa das bolhas.
e) Secagem de lâminas - A secagem deficiente (temperatura ambiente) dos cortes é
caracterizada por uma coloração desigual do tecido.
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Microscópio e Microscopia
I – Introdução:
O olho humano apresenta um poder de resolução de 0,1 mm. Isso significa que ele
consegue atingir dois pontos separados por uma distância maior que 0,1mm; se a distância for
menor, nosso olho verá apenas um ponto tremido. A maioria das células tem um tamanho menor
que o poder de resolução do nosso olho e, por isso, necessitamos de aparelhos como os
microscópios para aumentá-las, permitindo a sua visualização. Existem dois tipos básicos de
microscópio: o óptico e o eletrônico. O óptico é um sistema de lentes que utiliza a luz visível,
permite a visualização de células vivas e consegue ampliações de, no máximo, 2.000 vezes. O
eletrônico opera com o mesmo princípio da televisão, utilizando feixes de elétrons e permite
ampliações superiores a 200.000 vezes, mas que, por suas características de funcionamento, não
permite a observação de células vivas. A utilização do microscópio eletrônico, a partir da década
de 50, possibilitou o estudo dos componentes celulares de um modo revolucionário, aumentando
muito nosso conhecimento sobre a célula. Praticamente, todas as informações sobre as estruturas
celulares de um modo revolucionário, aumentando muito nosso conhecimento sobre a célula.
Praticamente, todas as informações sobre as estruturas celulares – retículo endoplasmático,
aparelho de Golgi, mitocôndrias, lisossomo, cloroplastos, ribossomos e outras – só foram
possíveis com o uso do microscópio. Normalmente, as células são transparentes à luz e aos
elétrons. Por isso, utilizam-se corantes para permitir a visualização das estruturas celulares e a
observação da morfologia desses componentes. Os corantes utilizados na microscopia eletrônica,
que funciona com feixes de elétrons. Nesta última, são usados metais pesados, densos aos
elétrons e que produzem o contraste necessário à observações das diferentes partes da célula.
Tudo isso permitiu ao homem observar estruturas com ampliação maior e maior
resolução.
II - História do Microscópio:
A invenção do microscópio é atribuída aos holandeses Hans Janssen e Zacharias Janssen,
fabricantes de óculos que viveram no final do século XVI. Com as suas observações eles
descobriram que duas lentes montadas apropriadamente em um tubo, tenham capacidade de
ampliar as imagens, permitindo a observação de objetos pequenos, invisíveis a olho nu. Contudo,
não há registro de que os Janssen tenham utilizado este aparelho com finalidades científicas.
Cronologicamente até o século XVII conhecia-se bastante sobre os órgãos que constituem
os seres vivos, mas não sabiam como eram organizados e constituídos (em unidades menores, as
células) isto na época de Galileu que interessou para esse problema e fez quase um microscópio.
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Porém, já na antiguidade havia tentativas de reforçar a visão com auxílio de dispositivos
óticos. Nas escavações de Nínive foram encontrados pedaços de vidro usados como lentes.
Aristóteles refere-se claramente a uma lente, e Seneca descreveu o uso de globos de vidro para
aumentar imagens. A partir do século XIV as lentes começaram a serem usadas comumente para
corrigir defeitos de visão e como dispositivos de aumento.
Este uso atingiu seu apogeu com Leeuwenhoek, pesquisador holandês (1632-1723) que
provavelmente deve ser considerado o primeiro verdadeiro microscopista. Detentor de uma
técnica extremamente desenvolvida, levou o uso do microscópio simples (uma lente ou lupa) ao
seu nível mais alto. Seus microscópios eram individualmente feitos para cada amostra e alguns de
seus "pequenos animais" são examinados com aumentos de 300 vezes, façanha considerável
mesmo em comparação com alguns instrumentos modernos.
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Microscópios construídos por Leeuwenhoek, dotados de lente única
Comunicou as descobertas, por carta a Royal Society de Londres onde na descrição dizia
que descobriu pequenos animais (os protozoários), foi o primeiro homem a ver bactérias, e na
época considerou-se a descoberta dum 3º mundo dos microrganismos (x270). Esses animais com
fama (1676) foram designados animálculos onde havia uma péssima imagem com lentes
deficientes e com uma imagem pouco nítida e deformada.
Os cem anos entre 1650 e 1750 podem ser considerados como época do desenvolvimento
mecânico do microscópio. Em 1665 surgiu o célebre microscópio de Hooke. Examinou uma
lâmina muito fina de cortiça e coloco-a num dos 1º microscópios simples construídos, que é
constituído por uma única lente e mais tarde associaram-se duas ou mais lentes até o microscópio
composto simples que permitiram observações mais precisas das estruturas animais e vegetais. O
seu aperfeiçoamento ao longo do séc. XVII permitiria um avanço no estudo dos seres vivos. Ao
observar a cortiça com o seu microscópio composto, Hooke constatou a sua estrutura porosa
assemelhando-se a favos de mel, usando então o termo cela (do latim cellula diminutivo de cella,
pequeno compartimento) para designar cada uma das cavidades existentes na cortiça. Com
relação á ciência biológica, Hooke foi um microscopista de grandes méritos. Usava, e suas
observações, um dos melhores microscópios compostos da época e publicou seus resultados no
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livro Micrographia de 1665. Com belos desenhos de micro estruturas diversos, como esponjas,
insetos, briozoários e até penas de aves.
Da célula Hooke viu apenas as paredes esqueléticas, sem intervir na natureza real e na sua
individualidade. Os seus trabalhos, no entanto encorajaram outros cientistas a utilizarem o
microscópio na observação de material biológico. A hipótese Hooke admitiu que todos os seres
vivos são constituídos por células que eram porções de matéria que podiam ou não estar
envolvidas por uma parede, citoplasma, núcleo.
Foi preciso 150 anos para que a noção de célula adquirisse o significado que têm hoje.
Este é talvez o protótipo do microscópio moderno, não só pela sua construção, mas por
sua íntima ligação com a Micrographia, sem dúvida a mais famosa publicação de microscopia de
sua época.
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A qualidade ótica dos microscópios não acompanhou o seu desenvolvimento mecânico. O
grande problema eram as aberrações, principalmente o cromatismo. Além de só fornecer uma
pequena imagem central adequadamente focalizada, estava envolta por um halo colorido que
inviabilizava o estudo de detalhes. Nos cem anos entre 1800 e 1900 o microscópio finalmente
conheceu a maturação ótica correspondente ao seu desenvolvimento mecânico. Em 1747 Euler
desenvolveu a teoria da correção cromática. No final do século XVIII surgiram as primeiras
tentativas de lentes acromáticas, mas só em 1830 Amici e J.J.Lister avançaram substancialmente
na sua realização.
A qualidade ótica final atingiu assim o seu mais alto grau no início do século XX. A
excelente correção das lentes apocromáticas foi estendida por Boegehold a partir de 1938 às
lentes planoapocromáticas, cujo grande campo de visão corrigida as tornam especialmente
importantes para a microfotografia e metalografia. Mencionando ainda a introdução das camadas
anti-refletoras, para controle da luz difusa, vemos que em meados do século XX, o microscópio
atingiu praticamente os aumentos máximos previstos pela teoria, não sendo esperados grandes
desenvolvimentos nesta direção. Evoluções importantes ocorreram, no entanto no projeto dos
microscópios.
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III - Evolução dos microscópios:
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O limite de resolução dos microscópios ópticos é melhor que o olho humano cerca de 500
vezes. Não se consegue construir microscópios ópticos com desempenho melhor que este, pois o
fator limitante é o comprimento da onda da luz.
Para fazer uso do microscópio e medir as células ou suas pequenas estruturas internas é
necessário empregar unidades de medidas especiais, menores do que as que usamos no mundo
macroscópico. A unidade mais utilizada no mundo é o metro. Sua comodidade resulta do fato de
ser próxima do tamanho de objetos com os quais lidamos cotidianamente. Entretanto temos
grandezas maiores ou menores, o primeiro múltiplo é o quilometro (103m) e a primeira
subdivisão é o milímetro (103m). Algumas subdivisões também muito empregadas são o
centímetro (10-2m) e o angstrom (Å=10-10m).
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V - Tipos de microscópios:
Microscópio Óptico:
Os microscópios de luz ou ópticos modernos são descendentes do microscópio composto
usado por Robert Hooke. Podem, também ser chamados microscópios fotônicos (do grego
photo.= luz), pois utilizam luz em seu funcionamento. Esses aparelhos possuem dois sistemas de
lentes de vidro ou cristal (ocular e objetiva) e fornecem ampliações da imagem geralmente entre
cem e mil vezes.
O físico francês De Broglie em 1924 descobriu que os elétrons possuíam uma natureza
ondulatória e que as radiações ultravioletas tinham menor comprimento de onda. Assim sendo na
década de 30 o Prof. E. Ruska em 1933 constrói o 1º microscópio eletrônico que na sua natureza
é bastante volumoso e complexo, tendo uma mesa com todos os comandos incluindo um monitor
e com um tubo metálico com vários metros de comprimento.
Este aparelho fornece imagens ampliadas dos objetos, permitindo, portanto a observação
de estruturas invisíveis à vista desarmada. Havia vários defeitos nestes microscópios no princípio
do séc. XIX à nível de acromatismo e esfericidade que atualmente já foram corrigidos com uma
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associação de lentes fabricados com matérias especiais para esse fim, e as imagens têm vindo a
ser mais nítidas e cada vez mais pormenorizado.
Atualmente, o microscópio óptico composto é constituído por duas partes – uma parte
mecânica e uma parte óptica. Cada parte engloba uma série de componentes constituintes do
microscópio
Parte mecânica:
A parte mecânica serve para dar estabilidade e suportar a parte óptica, e é constituída por:
Pé ou Base – suporta o microscópio, assegurando a sua estabilidade.
Braço ou Coluna – peça fixa à base, na qual estão aplicadas todas as outras partes
constituintes do microscópio.
Tubo ou Canhão – cilindro que suporta os sistemas de lentes, localizando-se na
extremidade superior a ocular e na inferior o revólver com objetivas.
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Platina – peça circular, quadrada ou retangular, paralela à base, onde se coloca a
preparação a observar, possuindo no centro um orifício circular ou alongado que
possibilita a passagem dos raios luminosos concentrados pelo condensador.
Parafuso Macrométrico – engrenagem que suporta o tubo e permite a sua deslocação a da
platina. É indispensável para fazer a focagem.
Parafuso Micrométrico – imprime ao tubo ou à platina movimentos de amplitude muito
reduzida, completando a focagem. Permite explorara a profundidade de campo do
microscópio.
Revólver – disco adaptado à zona inferior do tubo, que suporta duas a quatro objetivas de
diferentes ampliações: por rotação é possível trocar rápida e comodamente de objetiva.
Parte óptica:
Neste microscópio o tipo de radiação é a luz natural ou artificial, e as amostras podem ser
constituídas por animais vivos ou mortos, tecido montado em material transparente, lâminas e
lamínulas de vidro, sobrepostas umas nas outras geralmente com amostras finíssimas. Lentes em
geral de vidros
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CARACTERÍSTICAS DA IMAGEM
O objeto a ser observado deve ser colocado muito perto do foco objeto do sistema da
objetiva, para que se forme uma imagem real, invertida, de maiores dimensões, que vai servir de
objeto em relação à ocular. Esta dá uma imagem virtual, invertida (nos dois sentidos) em relação
ao objeto a ser observado, que deve formar-se entre o ponto próximo e o ponto remoto do olho do
observador, ou seja, virtual.
Para movimentar a imagem para outras posições deve-se deslocar a lamina sempre no
sentido oposto a que queremos ir (mas atualmente há parafusos especiais na plataforma, e com
precisão para esse fim, ou seja, para movimentar a amostra) (e ainda existem atualmente
parafusos micrometros para visualizar nitidamente no mesmo plano, e parafuso macrômero para
focar a imagem).
35
sistema óptico combatem-se com sistemas de lentes, algumas das quais com papel corretor, de
modo que, as imagens sejam nítidas, planas e com pormenores bem separados.
As objetivas são formadas por uma associação de lentes inseridas num suporte metálico e
têm uma escritura na parte externa com o seu poder resolvente e de ampliação.
PROFUNDIDADE DE CAMPO:
A preparação observada continha dois cabelos cruzados, de modo que não se encontravam
num plano comum: um encontrava-se num plano mais abaixo que o outro. Esta diferença de
planos não se conseguiria detectar a olho nu, mas quando a preparação é observada ao
microscópio, são constatáveis algumas consequências dessa diferença de planos.
A operação de focagem é tanto mais delicada quanto menor for a distância focal do
sistema, ou seja, quanto maior for a ampliação, mais delicada será a focagem e menos nítido
ficará o plano que não estiver focado. Devido a isto, é importante que, durante a observação, se
proceda a uma manobra constante do parafuso micrométrico de modo a poder-se visualizar
nitidamente pormenores nos diferentes planos, visualizando todos os campos existentes, um de
cada vez.
37
detectados com pequenas ampliações. Torna-se, portanto desnecessária a montagem de grandes
fragmentos para observação microscópica. Também objetos de dimensões superiores às da área
do campo não podem ser completamente abrangidos.
Pode-se então concluir que se deve iniciar a observação microscópica utilizando pequenas
ampliações, que permitam captar uma ideia de conjunto. A preparação deve ser percorrida nos
vários sentidos a fim de se localizar a zona de maior interesse. Dessa zona seleciona-se os
elementos de maior importância, centrando-os, e só depois se deve passar a objetivas de poder
ampliador maior. Estas permitirão observar detalhadamente os pormenores desejados da
preparação em causa.
38
Desviam-se raios luminosos com uma grande intensidade, com vários graus de brilho, e
fazem-se exames de estruturas celulares em células vivas de microrganismos maiores:
leveduras, algas, protozoários e bactérias.
5. Microscópio de fluorescência:
Brilhante e corado por cor fluorescente e usa-se para técnicas diagnósticas com diferentes
organismos e com diferentes fluorescências onde vai revelar a sua própria identidade
como microrganismo.
Microscópio Eletrônico:
No microscópio eletrônico de Transmissão se observa a projeção de uma fatia muito fina
do material. Tem alta resolução e as imagens obtidas mostram uma riqueza de detalhes
surpreendente.
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Os elétrons são produzidos graças ao aquecimento no vácuo de um filamento, o catodo,
que então emite elétrons. Essas partículas são aceleradas devido a uma diferença de potencial de
60 a 100kV existente entre o filamento e o anodo, uma placa perfurada que forma um feixe de
elétrons. Esse feixe é defletido por lente eletromagnéticas, de maneira parecida ao que acontece
com a luz no microscópio óptico. O condensador focaliza o feixe de elétrons no plano do objeto,
e a objetiva forma uma imagem do objeto. Esta imagem é ampliada por uma ou duas que
projetam (lentes projetoras) a imagem sobre uma tela fluorescente ou um filme fotográfico.
Devido ao fato de serem os elétrons facilmente desviados pelo objeto, torna-se necessário
utilizar cortes muito finos de tecidos. Para isso, foi necessário desenvolver métodos especiais de
microtomia.
40
Mais recentemente, na década de 1960, surgiu o chamado microscópio eletrônico de
varredura, cuja aplicação está na observação da superfície dos materiais. Nesse aparelho, a
superfície do material é varrida ponto a ponto por um feixe de elétrons.
Desse modo, o feixe de elétrons que incide sobre o objeto (chamado feixe primário) sofre
reflexões, originando elétrons secundários, os quais são captados por detectores especiais que
geram um sinal elétrico, transferido para um monitor de vídeo.
41
Uma comparação entre os microscópios ópticos e eletrônicos de transmissão e de
varredura.
VI – Microscopia:
“Microscopia é a arte de observar através e com o microscópio, ou seja, um conjunto de
conhecimentos que se obtêm no estudo dos objetos microscópicos.” (Rui Freitas)
Existe uma limitação física, relacionada com a radiação utilizada, para a menor distância
entre dois pontos que permite distingui-los separadamente. A esta distância chama-se "limite de
resolução", e um aumento maior não revelará nenhum detalhe adicional da estrutura. O elemento
fundamental para a formação de uma imagem ampliada é a lente. Seu entendimento básico é pela
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chamada ótica geométrica, onde consideramos a luz como constituída de raios, que obedecem às
leis da reflexão e da refração. As lentes comuns, baseadas em elementos esféricos, são no entanto
sujeitas a defeitos que independem da qualidade de sua fabricação, denominados de aberrações.
Dentre estas, as mais importantes são a aberração esférica e a aberração cromática. A aberração
esférica determina que raios axiais que atravessam a lente próxima de seu eixo ótico são
focalizados em um ponto diferente daquele dos raios que passam pela periferia. Este defeito é
inerente a uma lente esférica, e para uma lente isolada, só pode ser minimizado através da
diminuição de seu diâmetro, ou seja, utilizando apenas raios paraxiais. A aberração cromática
refere-se ao comportamento com luz branca, que, como sabemos, é constituída da soma de todas
as cores do espectro luminoso. A distância focal de uma lente depende da cor da luz; e, portanto
raios de cores diferentes serão focalizados em pontos diferentes.
Estes defeitos se agravam à medida que usamos uma lente mais "forte", ou seja, com
maiores aumentos. Foi com o objetivo de minimizar esta dificuldade que surgiu o microscópio
composto, onde, pelo aumento sucessivo de duas lentes, obtemos o mesmo aumento atingido por
uma só lupa. A qualidade da imagem fornecida pelo conjunto, por exemplo, de 5 X x 10 X será
muito melhor do que a obtida por uma lente de 50 X. Estas aberrações podem ser largamente
controladas caso utilizemos, ao invés de lentes simples, combinações de lentes de diversos perfis
e com vidros de diferentes índices de refração. Da mesma maneira que em fotografia, dispomos
para microscopia de lentes com complexidade, preço e qualidades crescentes.
Os mais importantes avanços foram obtidos no século XIX, com as lentes acromáticas e
apocromáticas. Existe outro comportamento da luz que não pode ser interpretado pelas leis da
ótica geométrica: é a difração, que exige que consideremos a luz como constituída de ondas
transversais que se propagam no espaço.
Durante o século XIX, procurou-se aumentar o poder de resolução das lentes e dos
microscópios pela construção de lentes cada vez mais perfeitas, na suposição de que isto levaria a
aumentos crescentes, e supostamente, ilimitados. Em 1880, Abbe demonstrou que na verdade a
resolução de uma lente era limitada por difração, dependendo de sua abertura e do comprimento
de onda da luz, segundo:
d = 0.61 l / n . sen a,
onde l é o comprimento de onda da luz, n o índice de refração do meio, e a o ângulo de abertura
da lente. Este resultado pode ser considerado um dos mais importantes, senão a fórmula
fundamental da microscopia. Para que haja formação de uma imagem, precisamos também de
"contraste". Denominamos de contraste a capacidade de distinguir traços característicos da
estrutura sobre o plano de fundo. Além da simples absorção ou reflexão de energia pela amostra
existem vários outros mecanismos de geração de contraste em microscopia. Tudo isto resulta da
interação entre a luz, objetos e lentes, e, portanto, com a matéria. No entanto, costuma-se estudar
esta interação de maneira mais geral, analisando o efeito de todo o espectro eletromagnético
sobre a matéria incluindo o efeito de um feixe de elétrons.
De um modo geral, uma excitação incidente desencadeará na matéria uma resposta, dita
um sinal, que podemos adquirir por um sensor adequado. No caso especial de ocorrer a excitação
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por um feixe de elétrons acelerados, verifica-se a ocorrência de múltiplos sinais. Dois exemplos
são bem conhecidos de todos: a imagem luminosa de um tubo de televisão, e a radiação emanante
de um tubo de raios-X.
A carga dos elétrons determina que sejam influenciados por campos magnéticos e
eletrostáticos, que possibilita a construção de lentes. Em 1926 Busch descreveu a teoria básica de
lentes eletrostáticas, logo em seguida complementada pela descrição das lentes magnéticas. A
possibilidade de construção de um microscópio eletrônico foi imediatamente percebida por
diversos pesquisadores, principalmente de grupos em Berlin, empenhados na construção de
osciloscópios de raios catódicos. Dentre estes, Knoll e Ruska tomaram a dianteira, e rapidamente
desenvolveram o instrumento a ponto de superarem, pela primeira vez em 1931, a resolução do
microscópio ótico. Durante a década de '30, o instrumento conheceu sucessivos
aperfeiçoamentos, e à véspera da 2a. Grande Guerra, iniciava sua comercialização pela firma
Siemens.
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A absorção, de maior importância no caso de amostras biológicas ou amorfas,
corresponde em princípio ao contraste de amplitude na microscopia ótica, e resulta da absorção
diferenciada de elétrons por diversas regiões da amostra, seja por variação de espessura, seja por
interação com átomos de maior ou menor número atômico. No caso da microscopia de materiais,
este mecanismo surge como importante no caso do exame de réplicas. O contraste de fase resulta
da interação entre feixes que percorrem regiões adjacentes da amostra, e entre as quais haja
diferenças de fase provocadas por variações de espessura, estrutura cristalina, etc.; notar no
entanto que a origem clássica do contraste de fase em microscopia ótica, baseada na variação de
índice de refração, não tem equivalente no microscópio eletrônico de transmissão. O estudo da
interação entre a radiação e a matéria indica uma variação de intensidade periódica com a
espessura da amostra, e com sua estrutura cristalina. Este contraste pode ser exemplificado pela
observação de defeitos de empilhamento em cristais. Finalmente, uma vez que o comprimento de
onda dos elétrons corresponde à distância interatômica nos sólidos, a difração se apresenta como
fenômeno de importância. Aplica-se a mesma expressão de Bragg que vale para difração de
raios-X, e que resulta em espalhamento elástico coerente para determinadas orientações da malha
cristalina. A observação de discordâncias exemplifica este mecanismo.
Durante a década de 30, ocorreram dois eventos que teriam profunda influência sobre o
desenvolvimento da microscopia no século XX: o advento da televisão e do radar. Em ambos os
casos, o conceito básico é o da varredura, e a consequente modificação da relação entre o objeto e
sua imagem, de uma função geométrica para a de uma função temporal. Os pioneiros conceituais
da microscopia eletrônica de varredura foram von Ardenne, na Alemanha (1938) e Zworykin nos
EUA (1943). A realização prática de um microscópio eletrônico de varredura (MEV) só veio
muitos anos depois, através do trabalho do grupo de Oatley em Cambridge (1964).
Conclusão
O microscópio é, seguramente, o instrumento mais importante da história da medicina,
tanto na pesquisa e ensino, quanto no diagnóstico clínico. Sem ele não seria possível a
bacteriologia, a histologia (estudo dos tecidos orgânicos) e a patologia (estudo das bases
orgânicas das doenças).
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A invenção do microscópio permitiu preencher uma grande lacuna da ciência onde hoje é
possível estudar a estrutura pormenorizada dos seres vivos; e essa infinidade de coisas tão
pequenas que já se conhecem, estariam ainda no vasto campo da ignorância humana se não
existisse o microscópio. No entanto, a sua missão está ainda muito longe de se julgar cumprida e
dele muito ainda se deve esperar.
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A CÉLULA
Os átomos se reúnem formando moléculas, que, por sua vez, formam as organelas
celulares que compõe a unidade básica estrutural dos seres vivos, a célula.
Com exceção dos vírus, todos os seres vivos são formados por células, que podem ocorrer
isoladamente nos seres unicelulares ou formar os tecidos que constituem o corpo dos seres
pluricelulares. Seus constituintes fundamentais são quatro tipos de moléculas orgânicas:
carboidratos, ácidos nucléicos, proteínas e lipídios.
TEORIA CELULAR
A teoria celular foi formulada no final da década de 1830 por dois cientistas alemães,
Mathias Schleiden (1804-1881) e Theodor Schwann (1810-1882), o último resumiu as ideias
sobre a estrutura dos seres vivos da seguinte forma: “As partes elementares dos tecidos são
células, semelhantes no geral, mas diferentes em forma e função. Pode ser considerado certo
que a célula é a mola-mestra universal do desenvolvimento e está presente em cada tipo de
organismo. A essência da vida é a formação da célula”.
A partir dessa observação, pode-se afirmar que, para compreensão do fenômeno da vida, é
preciso conhecer essa estrutura. Os biólogos passaram, então, a investigar a origem das células
vivas. As opiniões foram divididas, uns acreditavam que a partir de aglomerações de
determinados tipos de substâncias químicas, espontaneamente, as células se formavam, outros
afirmavam que uma célula somente podia se originar de outra preexistente. Em 1855, a última
hipótese foi confirmada por Rudolf Virchow (1821-1902) que mais tarde recebeu o apoio do
biólogo Walter Flemming (1843-1905); este, detalhadamente, descreveu o processo de
reprodução celular.
A teoria celular passou, com isso, a girar em torno de três ideias principais:
1- As células são as unidades morfológicas dos seres vivos, ou seja, todos os seres vivos são
formados por células e seus produtos;
2- As atividades essenciais que caracterizam a vida ocorrem dentro das células, portanto elas
são as unidades morfofuncionais ou fisiológicas dos seres vivos;
3- Através da divisão celular, novas células se formam pela reprodução de outras
preexistentes.
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Os vírus, que são constituídos de uma molécula de ácido nucléico (DNA ou RNA, nunca
os dois) envolta em proteínas, são os únicos seres vivos que não apresentam estrutura celular,
mesmo assim a teoria celular se aplica a eles, pois estes precisam estar dentro de uma célula viva
para se reproduzir.
MEMBRANA CELULAR
As células de todos os seres vivos (procariontes e eucariontes) são revestidas por uma
membrana plasmática. Esta membrana possui alto poder de seletividade, ou seja, ela “decide” as
partículas e substâncias que entram ou saem da célula.
A primeira ideia que se teve sobre sua organização era a de que havia duas camadas
fosfolipídicas recobertas por moléculas de proteínas, como se formasse um “sanduíche”.
Este modelo, porém, só foi aceito até o início dos anos 70, quando estudos mais
avançados mostraram que a mesma era incorreta.
50
Hoje, admite-se o modelo do mosaico fluido, onde as moléculas de proteínas estão
aderidas em dupla camada de fosfolipídios, umas superficialmente (proteínas periféricas), outras
totalmente mergulhadas (proteínas integrais), podendo atravessar a membrana de um lado a outro
(proteínas transmembranas). As moléculas da camada dupla de lipídios estão organizadas com
suas cadeias apolares (hidrofóbicas) voltadas para o interior da membrana, enquanto as cabeças
polares (hidrofílicas) ficam voltadas para o meio extracelular ou para o citoplasma, que são meios
aquosos.
Pelo fato da membrana ser muito fina e por isso frágil, a maioria das células apresenta um
envoltório (na verdade, em sua maior parte, é uma extensão da própria membrana e não uma
camada separada) que dá uma proteção a mais e um suporte físico a ela; na maioria das células
animais, esse envoltório é o glicocálix e em células de plantas e algumas algas é a parede
celulósica.
A membrana com suas características cria condições favoráveis para o funcionamento celular que
é indispensável para a vida.
Para que a difusão passiva ocorra é necessário que essa substância consiga atravessar a
membrana e que haja diferença entre as concentrações dos meios intra e extracelular como ocorre
na entrada de O2 em nossas células, por exemplo, dentro da célula, devido ao contínuo consumo
de O2 durante sua respiração, a concentração é sempre mais baixa que no líquido extracelular que
a permeia, rico nesse gás. A membrana é permeável aos gases em geral. Como esse processo se
dá a favor do gradiente de concentração, não ocorre gasto de energia por parte da célula, portanto
recebe o nome de transporte passivo.
51
A osmose é o processo no qual, através de uma membrana semipermeável, ocorre difusão
apenas do solvente. Existem solutos que não passam livremente através da membrana plasmática,
o que faz com que a célula sofra osmose, ganhando ou perdendo água, dependendo da
concentração do líquido ao seu redor.
Água pura e soluções que possuem concentração menor que a do citoplasma celular são
chamadas hipotônicas; uma célula mergulhada nesse tipo de solução irá ganhar água tentando
igualar as concentrações entre os dois meios, podendo, a célula animal, até se romper se o
aumento de volume for muito acentuado (fenômeno conhecido como lise celular).
A difusão facilitada também é um processo de transporte passivo, porém mais rápido que
a difusão passiva. Existem, na membrana plasmática, proteínas especializadas responsáveis pelo
reconhecimento e transporte de substâncias, que de outra maneira não atravessaria facilmente a
mesma, para o meio intercelular, são as permeases. Cada uma delas é específica para determinado
tipo de substância.
Transporte em Quantidade
Algumas células são capazes de transportar substâncias em quantidade, englobando-as no
meio externo através dos fenômenos conhecidos como fagocitose e pinocitose. As diferenças
entre os dois processos são, basicamente, o modo de captura e o tamanho da partícula englobada.
Na membrana das células que realizam a fagocitose existem proteínas receptoras que
selecionam o que convém à célula capturar. As partículas selecionadas se ligam aos receptores
fazendo com que a membrana se eleve ao seu redor até englobá-las totalmente formando uma
vesícula (fagossomo), que se desprende e daí transita através do citoplasma. Diversas funções
importantes são atribuídas a esse processo. Os protozoários, por exemplo, obtêm seu alimento
fagocitando partículas presentes no meio e em seguida, no interior da célula, digerindo-as. Porém,
nos organismos multicelulares sua função está relacionada à defesa contra a invasão de vírus e
bactérias. É através de células sanguíneas denominadas leucócitos (glóbulos brancos) que esses
organismos se defendem; elas rumam rapidamente ao local infectado pelas bactérias, realizando a
diapedese (ato de atravessar, se espremendo, a parede dos capilares) em direção ao local em
52
questão, onde após sua chegada fagocitam bactérias e morrem formando o pus que é exatamente
os leucócitos mortos. A limpeza do corpo pelos macrófagos e a regressão da parede uterina logo
após o parto também são exemplos da atividade de células fagocitárias.
CITOPLASMA
O citoplasma das células eucariontes é constituído pelo citosol, citoplasma fundamental
ou matriz, que aparece sem estrutura visível mesmo quando examinado ao microscópio
eletrônico.
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ORGANELAS:
Mitocôndrias:
São organelas flexíveis, de forma alongada. A maioria das células animais possui um
grande número de mitocôndrias porque, através da via da oxidação fosforilativa, elas produzem
adenosina trifosfato (ATP), uma forma estável de armazenamento de energia, que pode ser
utilizada pela célula para as suas várias atividades, que exigem gasto de energia.
Cada mitocôndria contém uma membrana externa lisa e uma membrana interna
pregueada. As pregas da membrana interna, conhecidas como cristas, aumentam grandemente a
área de superfície da membrana interna. O número de cristas que uma mitocôndria possui está
diretamente relacionado à necessidade de energia da célula, assim, uma mitocôndria da fibra
muscular cardíaca possui mais cristas do que a mitocôndria de um osteócito. O espaço entre a
membrana interna e a externa é conhecido como espaço intermembranoso, enquanto o grande
espaço envolvido pela membrana interna é chamado espaço intercristas preenchido pela matriz
mitocondrial constituída basicamente por proteína, RNA, DNA, cálcio. O conteúdo desses dois
espaços é diferente já que o espaço intermembranoso possui constituição semelhante ao citosol.
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um gradiente eletroquímico que proporciona energia para a ação geradora de ATP de ATP
sintetase.
- Matriz:
O espaço da matriz é preenchido por um líquido denso, no qual pelo menos a metade é
composto de proteína que é o que dá a sua viscosidade. A maior parte do componente proteico da
matriz é representada por enzimas responsáveis pela degradação gradativa de ácidos graxos e
piruvato no metabólito intermediário Acetil CoA e a posterior oxidação deste intermediário no
ciclo de Krebs. Os ribossomos mitocondriais, o RNAt, o RNAm e os densos e esféricos grânulos
da matriz também estão presentes ali.
A matriz contém, também, o filamento duplo do DNA mitocondrial circular e as enzimas
necessárias para a expressão do genoma mitocondrial.
- Replicação da Mitocôndria:
As mitocôndrias se autoduplicam, pois são formadas de mitocôndrias pré-existentes. Estas
organelas aumentam de tamanho, replicam seu DNA e sofrem fissão. A divisão normalmente
ocorre através do espaço entre as cristas de uma das cristas localizadas centralmente. A
membrana mitocondrial externa das metades opostas se estendem pelo espaço intracristal, as
metades se encontram e se fundem uma com a outra. As duas novas mitocôndrias se distanciam
uma da outra e a vida média de uma mitocôndria é de cerca de 10 dias.
Ribossomos:
São partículas pequenas, formadas de proteínas e de RNA ribossomal (RNAr). Atua como
superfície para a síntese proteica. Os ribossomos são formados por uma subunidade grande e uma
pequena, que são manufaturadas no nucléolo e liberadas, como estruturas isoladas, no citosol. A
subunidade pequena tem um índice de sedimentação de 40S e é constituída de 33 proteínas e 18S
RNAr. O índice de sedimentação da subunidade grande é de 60S, e consiste em 49 proteínas e
35S RNAr.
A subunidade pequena possui um sítio de ligação para o RNAm, um sítio-P para a ligação
do polipeptídio RNAt, e um sítio A para a ligação da aminoacila RNAts. As subunidades grande
e pequena estão presentes no citosol isoladamente e não formarão um ribossomo até que se inicie
a síntese da proteína.
- Síntese Proteica:
Após a transcrição, a fita de RNAm servirá de molde para a síntese da proteína (tradução).
Nos procariontes, a síntese é realizada no citoplasma, nos eucariontes, no retículo
endoplasmático rugoso e na mitocôndria.
Para que haja a síntese proteica é necessário energia (ATP, GTP) e os componentes
constitutivos – aminoácidos.
Ela ocorre em 04 etapas:
1. Ativação dos Aminoácidos: Nesta etapa há a ligação do aminoácido ao RNAt pela
Aminoacil-RNAt-sintetase, com gasto de 1 ATP, formando o Aminoacil-RNAt.
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2. Iniciação da Cadeia Polipeptídica: Dá-se pela entrada do primeiro aminoácido (metionina
nos eucariontes). Vai haver uma separação das duas subunidades, a subunidade menor vai
se ligar a enzima FI3, que faz com que o RNAm se ligue a ela também, com isso a
subunidade menor vai receber outra enzima, a FI1 que irá permitir a entrada da FI2 que
está ligada ao GTP e ao F-met-RNAt. Com o complexo de iniciação ativado, o F-met-
RNAt estará ligado ao códon de iniciação e as enzimas FI1, FI2, FI3 junto com o GTP + Pi
serão liberados. Assim, a subunidade maior irá se juntar com a subunidade menor
formando um ribossomo funcional.
3. Alongamento: Quando o F-met-RNAt encontra-se no sítio P do ribossomo funcional,
inicia-se o alongamento, que ocorre em 03 etapas – ligação do aminoacil-tRNA que vai
entrar; formação da ligação peptídica e translocação. Para que o aminoacil-tRNA entre no
sítio A é preciso estar ligada ao complexo FAT-GTP. Quando o aminoacil se liga ao
códon, o complexo é liberado ocorrendo a formação da ligação peptídica através da
reação do F-met-tRNA, que libera o tRNA no sítio P. É quando ocorre a translocação que
é o deslocamento do ribossomo do códon seguinte. Esta fase ocorre até que o sítio A do
ribossomo coincida com uns dos códons de terminação AUG – UAA – UGA.
4. Terminação: Há um deslocamento o F-met-tRNA para o sítio P. Este sofre hidrólise da
ligação de éster com o tRNA terminal, a cadeia polipeptídica (proteína) se liberta, assim, a
fita vai se separar do ribossomo pela ação de fatores de liberação (enzimas).
Retículo Endoplasmático:
É o maior sistema de membrana da célula. O RE é um sistema de túbulos e vesículas
interconectados, cuja luz é denominada cisterna. Os processos metabólicos que ocorrem na
superfície e no interior no RE são: síntese e modificação proteica, síntese de lipídio e de
esteroide, e desintoxicação de certos compostos tóxicos, bem como a formação de todas as
membranas da célula. O Retículo Endoplasmático pode ser liso e rugoso.
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Quando a síntese proteica é destinada ao retículo endoplasmático, o RNA destas proteínas
contém uma sequência de bases na extremidade 5´ para codificação de uma sequência de 20
aminoácidos conhecida com sequência sinal. Esta sequência interage com a partícula
reconhecedora do sinal (SRP = 6 polipeptídios + RNA 7S) inibindo a transcrição gênica do
RNAm e consequentemente o alongamento da cadeia polipeptídica. Após a ligação do complexo
SRP-partícula reconhecedora do sinal com um receptor na membrana do RER, a SRP é retirada
e a síntese proteica destinada à cisterna do RER. Na cisterna o peptídeo sinal é clivado por uma
peptidase e além da síntese proteica outros processos de acabamento na proteína são realizados
como: hidroxilação, glicosilação, sulfatação e fosforilação.
Complexo de Golgi:
O complexo ou aparelho de Golgi é um sistema de membranas e vesículas localizadas na
região do citocentro. Ele é ativo no processamento de proteínas que são secretadas ou que
permanecem envolvidas por membranas no interior de uma célula, ao contrário daquelas
proteínas, como a hemoglobina e queratina, que ficam livres do citoplasma. Ele está associado
com a síntese de lipoproteína e de glicoproteína.
As proteínas formadas e empacotadas no REG seguem uma via padrão para o Complexo
de Golgi para a modificação pós transcricional e empacotamento. As proteínas destinadas a
permanecer no REG ou a irem para outro compartimento que não o Complexo de Golgi, possuem
um sinal que vai desviá-las da via padrão. À medida que as proteínas passam através do
Complexo de Golgi elas são modificadas no interior da pilha do Golgi. As proteínas que formam
os núcleos das moléculas de glicoproteínas tornam-se fortemente glicosiladas, enquanto outras
proteínas adquirem ou perdem glicose.
Os três primeiros processos são conhecidos como exocitose, pois o material sai realmente
do citoplasma. Nem a liberação imediata no espaço extracelular nem a inserção da membrana
57
celular requerem um processo regulador próprio; assim, diz-se que ambos seguem a via secretora
constitutiva. Ao contrário, as vias para lisossomos e para vesículas secretoras são conhecidas
como vias secretoras reguladas.
Lisossomos:
Sua estrutura é composta de partículas envolvidas por membranas que são ricas em
enzimas hidrolíticas. Estas organelas apresentam-se sob diversas formas e tamanhos. Na maioria
dos casos, a demonstração histoquímica de suas enzimas específicas (fosfatase ácida e
arilsulfatase) é necessária para identificar estas organelas. No microscópio óptico, alguns dos
grânulos dos basófilos, eosinófilos e neutrófilos são lisossomos, caracterizando a variação de
estrutura e de propriedades tintoriais, que são observados em diferentes estágios de formação,
maturação e atividade. Esta característica é denunciada por suas diversas configurações
morfológicas. Suas enzimas são sintetizadas no Retículo Endoplasmático Granular, armazenadas
e empacotadas no aparelho de Golgi. Alguns pesquisadores acreditam que estas organelas são
formadas no GERL (“Golgi Retículo Endoplasmático Lisossomo”), uma parte do REG associada
à face de produção do Aparelho de Golgi.
58
através deles que as células realizam suas funções protetoras. Sua identificação foi baseada na
presença de fosfatases ácidas.
Os produtos de sua hidrólise, uma vez liberados estão disponíveis para a reutilização pela
célula. Esta função levou ao equívoco de que estas organelas eram exclusivamente processadoras
de refugos – limpando, digerindo e sequestrando vários materiais durante todo o ciclo vital da
célula. As colagenases, proteases e outra hidrolases podem destruir a matriz extracelular. Os
lisossomos são responsáveis pela proteção do organismo e pela destruição da célula, respondendo
pelos processos autolíticos. Em condições normais, a morte celular rotineira (necrobiose) é
mediada através da função autolisossômica normal (autólise). Em condições patológicas, podem
responder pela morte celular anormal (necrose) via processos autolíticos.
Peroxissomos:
Também denominados micro corpos, são esféricos ou ovoides menores que as
mitocôndrias (0,2 a 1,0 m de diâmetro) envolvidas por membrana, e contêm cerca de 40
enzimas oxidativas, dentre as quais podem ser cotadas especialmente a urato oxidase, catalase e
D-aminoácido oxidase. Estas organelas podem apresentar na matriz uma região densa, núcleo ou
partícula cristaloide cuja granulação e homogeneidade foram comparadas à matriz mitocondrial.
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Proteassomos
São pequenas organelas compostas por complexos proteicos responsáveis pela proteólise
de proteínas malformadas e marcadas com ubiquitina. O “pool” de moléculas proteicas de uma
célula passa constantemente pelo ciclo de síntese, exportação e degradação. O processo de
degradação proteica é tão importante quanto o processo de síntese, senão vejamos:
a) Degradação de proteínas envolvidas na regulação dos processos metabólicos assegurando
que a resposta metabólica a um estímulo não seja muito prolongada;
b) Eliminação de proteínas desnaturadas, danificadas ou malformadas;
c) Cisão de proteínas antigênicas endocitadas por células apresentadoras de antígeno
(macrófagos) para formação de epítopos (fragmentos polipeptídicos).
Inclusões Citoplasmáticas
a) Inclusões Secretoras:
Os produtos de secreção das células são variados e inclui tais substâncias como enzimas,
ácidos, proteínas e mucossubstâncias. O aspecto morfológico dos produtos secretores são tão
diversos quanto os próprios. Os lisossomos são produtos de secreção para uso intracelular. Os
grânulos de zimogênio, pacotes de precursores enzimáticos envolvidos por membrana para uso
extracelular, tipificam muitas células secretoras de proteínas.
No caso da célula acinosa pancreática, estes produtos de secreção aparecem como
grânulos na posição subluminal. Os grânulos derivam da face de produção do Aparelho de Golgi,
amadurecem e são secretados na superfície apical da célula.
Algumas células que secretam mucosubstâncias são caracterizadas pelo citoplasma
bastante espumoso. O citoplasma é basófilo, estando o núcleo deslocado para a base. O aspecto
espumoso é atribuído aos pacotes de materiais precursores de muco contidos no citoplasma.
A secreção de materiais lipídicos está normalmente associada às células que possuem o
citoplasma vacuolizado, porém acidófilo. Este aspecto é o resultado da remoção dos lipídios do
citoplasma. As células do córtex da adrenal exemplificam este tipo de produto de inclusão
secretado.
As numerosas células ativas do tecido conjuntivo e dos tecidos de sustentação secretam
produtos (proteoglicanas, glicosaminoglicanas, glicoproteínas) que não são visíveis ao
microscópio óptico.
A secreção aquosa ou serosa, em algumas células, é acompanhada por alterações
concomitantes da superfície secretora. São tidas como exemplos as células serosas de algumas
60
glândulas, caracterizadas como células com o citoplasma granular e acidófilo e o núcleo central
ou paracentral.
b) Inclusões Nutridoras:
A maioria das células armazena substâncias de função nutridora. As principais é o
glicogênio e os lipídios.
O primeiro evidencia-se no fígado, no músculo esquelético e nas células da cartilagem.
No segundo, a maioria dos armazenamentos encontra-se nos adipócitos; no nível ultra-estrutural,
as inclusões lipídicas aparecem como corpos osmiofílicos de densidade variável.
c) Outras Inclusões:
Numerosos tipos de outras inclusões ocorrem numa ampla variedade de células. A mais
notável destas são os grânulos de pigmentos. A melanina, que é a mais conhecida, é o pigmento
marrom responsável por tal coloração em vários locais do organismo. A lipofucsina, que é um
pigmento marrom-dourado, ocorre nos corpos residuais como inclusão terminal da atividade
lisossômica; é conhecido como o pigmento da velhice por progredir com a idade. A
hemossiderina é um pigmento marrom-avermelhado, resultante da degradação da hemoglobina.
Citoesqueleto
É um tipo de organização interna das células eucarióticas formada por uma rede de
filamentos proteicos que se estende por todo o citoplasma. Tem como característica fornecer a
estrutura da célula, determinando, assim, o seu formato celular e a organização do citoplasma. É
responsável pelo movimento da célula inteira (exemplo, contração das células musculares), pelo
transporte intercelular e pelo posicionamento das organelas e outras estruturas, incluindo o
movimento dos cromossomos durante a divisão celular através do citoplasma. Apresenta-se como
uma estrutura dinâmica que se reorganiza constantemente devido ao movimento e mudança de
forma das células.
A) Filamentos Finos
Podem ser chamados também de filamentos de actina (que constitui cerca de 15% do
conteúdo proteico total das células não-musculares), por ser constituído da subunidade globular
actina G, que forma uma proteína filamentosa, assim como também de actina F.
Embora possua participação efetiva na formação de vários prolongamentos celulares, bem
como da formação de estruturas responsáveis pela mobilidade, sua composição básica é
inalterada. Devido a sua capacidade de se associar com diferentes proteínas de ligação, sendo a
miosina a mais conhecida. A actina pode desempenhar várias funções.
Dependendo da função que desempenhe em células não-musculares, os filamentos de
actina formam feixes de comprimentos variados. Estes feixes formam três tipos de associações:
feixes contráteis, redes semelhantes a gel e feixes paralelos.
61
Os feixes contráteis estão associados à miosina. Seus filamentos de actina estão
organizados frouxamente, paralelos um ao outro, com as extremidades plus e minus em direção
alternada, o que caracteriza o movimento das organelas e vesículas no interior da célula, como
também, nas atividades celulares tais como exocitose e endocitose, assim como a extensão de
filopódios e a migração celular. A miosina associada com estes feixes pode se apresentar de dois
tipos: miosina I, que tem capacidade de se ligar aos filamentos de actina e a outros componentes
citoplasmáticos, e a miosina II, que forma os filamentos espessos e que só se move pelos
filamentos de actina.
As redes semelhantes a gel caracterizam a estrutura de grande parte do córtex celular. A
proteína filamina dá a sua forma, colaborando no estabelecimento de uma rede frouxamente
organizada de filamentos de actina, que resulta em uma alta viscosidade localizada.
Os feixes paralelos possuem duas proteínas, a fimbrina e a vilina, que são responsáveis
pela formação de filamentos de actina no eixo de microespículas e microvilos, respectivamente.
Estes filamentos estão presentes na rede terminal, que é uma região do córtex da célula composta
de uma rede de filamentos intermediários e da proteína espectrina.
A actina desempenha, também, um papel importante no estabelecimento e na manutenção
de contatos focais da célula com a matriz extracelular.
B) Filamentos Intermediários:
Sua principal função é proporcionar base estrutural para a célula; sua grande força de
tensão é importante para proteger as células do estresse e da tensão. Suas categorias incluem as
queratinas, a desmina, a vimentina, a proteína ácida fibrilar glial, os neurofilamentos e as lâminas
nucleares.
Várias proteínas ligadas aos filamentos intermediários têm sido descobertas. À medida
que se ligam a esses filamentos, elas os unem numa rede tridimensional que facilita a formação
do citoesqueleto. As três proteínas mais conhecidas são: filagrina, que liga os filamentos de
queratina em feixes, e a sinamina e a plectina, que unem a desmina e a vimentina,
respectivamente, em redes intracelulares tridimensionais.
c) Microtúbulos:
São formados pela associação de dímeros proteicos dispostos em hélice; os dímeros são
constituídos por duas cadeias polipeptídicas de estruturas semelhantes chamadas tubulinas alfa e
beta.
Os microtúbulos estão em reorganização constante, crescendo por uma de suas
extremidades (extremidade mais (+)) graças à polimerização local dos dímeros de tubulina, e
diminuindo na outra extremidade (extremidade menos (-)), onde predomina a despolimerização.
Esses processos de alongamentos e encurtamento ocorrem devido ao desequilíbrio da
polimerização e da despolimerização.
A estabilidade dos microtúbulos na célula é muito variável. Por exemplo, os microtúbulos
dos cílios são muito estáveis; os do fuso mitótico se formam na mitose e desfazem com o fim
desse processo; e os que ficam dispersos ao longo do citoplasma têm vida mais curta.
Os microtúbulos participam da movimentação de cílios e flagelos, transporte intracelular
de partículas, deslocamento dos cromossomos da mitose, estabelecimento e manutenção da forma
das células.
62
63
NÚCLEO INTERFÁSICO
No período da intérfase, ou seja, no intervalo de tempo entre duas divisões celulares –
meiose e/ ou mitose –, o núcleo é chamado de interfásico.
O transporte por difusão simples de moléculas entre o citoplasma e o núcleo, que ocorre
através dos poros nucleares, dependem do tamanho da partícula, sendo assim, uma partícula
maior que 11n necessita passar por um processo de transporte mediado por receptadores onde as
moléculas com sinalizadores precisam ser reconhecidas por um dos sítios receptores do complexo
nuclear e então a passagem é liberada.
Cromatina:
O DNA situa-se no núcleo sob a forma de cromossomos que são visíveis durante a divisão
celular. Na intérfase os cromossomos estão despiralados sob a forma de cromatina. Nota-se que a
cromatina, através da microscopia eletrônica, é composta de um material filamentoso. Tais
64
filamentos podem ser despiralados, semelhantes as “contas de um colar”. As contas são
denominadas nucleossomos e o colar, que é a molécula de DNA, aparece como um filamento
fino. A configuração do nucleossomo com suas voltas de DNA representa o arranjo mais simples
do empacotamento da cromatina no núcleo.
Cromossomos:
São formados quando há um condensamento das fibras da cromatina devido à iniciação da
atividade mitótica ou meiótica.
65
informação genética codificada no DNA, que especifica a sequência primária de proteínas, do
núcleo para a maquinaria da síntese proteica do citoplasma. O RNAt possui cerca de 80
nucleotídeos e duas de suas regiões tem especial significado. Uma delas, o anticódon, reconhece
o códon no RNAm, enquanto a outra é a região que transporta o aminoácido residente na
extremidade 3´ da molécula. O RNAr é sintetizado na região fibular do nucléolo pela RNA
polimerase I.
Nucleoplasma:
É a porção do protoplasma que é envolvida pelo envoltório nuclear. É composta por
grânulos de intercromatina e pericromatina, particular de ribonucleoproteína e a matriz nuclear.
Nucléolo:
É uma estrutura densa, não membranosa, localizada no núcleo, só é observado durante a
intérfase porque se dispersa durante a divisão celular. Possui pequenas quantidades de DNA, que
é inativo, mas é rico em RNAr e proteína.
Normalmente, não existe mais de dois ou três nucléolos por célula, entretanto, seu
número, tamanho e forma estão relacionados com o tipo e a atividade de síntese da célula. Em
células malignas, o nucléolo pode se tornar hipertrófico.
Transcrição:
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67
O CICLO CELULAR
Está dividido em dois eventos: a Mitose e a Meiose.
Antes de dar início à mitose, a célula tende a aumentar o seu tamanho e seu conteúdo, e a
replicar o seu material genético no estágio da intérfase, onde está submetida em três fases: G1 (do
inglês gap, que significa intervalo), S (do inglês synthesis, que significa síntese) e G2.
A mitose comporta em várias etapas sucessivas, que se encadeiam umas nas outras; são
elas: a prófase, a metáfase, a anáfase e a telófase.
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Meiose:
A meiose é um tipo especializado de divisão celular cujo objetivo é permitir que células
diploides (com número de cromossomos 2n) reduzam a quantidade de cromossomos pela metade,
originando células-filha haploides (1n).
A meiose compreende duas divisões nucleares e celulares (meiose I e II) e um único ciclo
de replicação de DNA.
MEIOSE
Prófase I Prófase II
Leptóteno Metáfase II
Zigóteno Anáfase II
Paquíteno Telófase II
Diplóteno
Diacinese
Metáfase I
Anáfase I
Telófase I
69
Meiose I:
A primeira divisão começa com o término da intérfase – período entre duas divisões
celulares sucessivas –, onde se dá a duplicação dos cromossomos do DNA, que é dividida em três
subfases denominadas G1 (do inglês Gap = intervalo), onde o núcleo é diploide 2n, S, onde
ocorre a duplicação do DNA, e G2, onde o núcleo é tetraploide 4n. É num certo momento desse
período (G2) onde ocorre uma alteração decisiva que leva a célula a sofrer meiose.
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Prometáfase I – a condensação dos cromossomos atinge o máximo. O envoltório nuclear
fragmenta-se e os microtúbulos do fuso ligam-se ao cinetóculo dos centrômeros homólogos. As
duas cromátides irmãs movem-se em direção ao polo.
Meiose II
Também conhecida como divisão equatorial, nelas são os centrômeros que se separam. A
meiose II tem início nas células resultantes da telófase I, sem que ocorra a intérfase. Esta divisão
também é constituída por quatro fases:
Prófase II – é bem simplificada, visto que os cromossomos não perdem sua condensação durante
a telófase I. Assim, depois da formação do fuso e do desaparecimento da membrana nuclear, as
células resultantes entram logo na metáfase II.
Anáfase II – após a divisão dos centrômeros as cromátides de cada cromossomos migram para
polos opostos.
Telófase II – forma-se uma membrana nuclear ao redor de cada conjunto de cromátides. São
formados quatro núcleos haploides, cada um com um membro de um par de cromossomos
proveniente do núcleo original.
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TECIDO EPITELIAL DE REVESTIMENTO E SECREÇÃO
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118
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TECIDO EPITELIAL DE REVESTIMENTO E SECREÇÃO
IV. FUNÇÕES
Proteção
Transporte transcelular
Secreção
Absorção
Permeabilidade seletiva
Sensibilidade
V. CARACTERÍSTICAS PRINCIPAIS
Forma bastante variada (achatadas, cúbicas, cilíndricas, globosas)
Células justapostas (pouca substância fundamental)
O núcleo acompanha a morfologia celular
Não apresentam limites nítidos
Estão separados do tecido conjuntivo por uma matriz extracelular
Avascularizado
120
VI. CLASSIFICAÇÃO DOS EPITÉLIOS DE REVESTIMENTOS
Epitélio Simples
o Plano ou pavimentoso
o Cúbico
o Prismático ou cilíndrico
Epitélio Estratificado
o Pavimentoso queratinizado
o Pavimentoso não-queratinizado
o Cúbico
o Cilíndrico
Epitélio Pseudo-estratificado Cilíndrico
o Ciliado
o Não-ciliado
Epitélio Polimórfico de Transição
121
VIII. INTERFACE EPITÉLIO-CONJUNTIVA
Membrana Basal
o Lâmina Basal
Lâmina lúcida – glicoproteínas
Laminina
Entactina
Integrina
Lâmina Densa
Colágeno tipo IV
Perlecam
Fibronectina
o Lâmina Reticular
Colágeno tipo I e II
Microfibrilas
Fibrilas de ancoragem
-Definição: Os epitélios glandulares são constituídos por células que apresentam como
atividade característica a produção de secreções. Estas são armazenadas temporariamente
no citoplasma em vesículas ou grânulos de secreção.
X. GLÂNDULAS EXÓCRINAS
122
1) Classificação quanto ao número de células
a) Exócrinas unicelulares
b) Exócrinas pluricelulares – São subdivididas de acordo com a organização dos
componentes secretores, dos seus ductos e forma das unidades secretoras.
i) Quanto à organização dos componentes secretores
(1) Difusa
(2) Encapsulada
ii) Quanto à organização dos ductos
(1) Simples – os ductos não se ramificam
(2) Compostas – os ductos se ramificam
iii) Quanto à morfologia das unidades secretoras
(1) Tubular
(2) Acinosa
(3) Alveolar
(4) Túbulo-alveolar
123
XIII. METAPLASIA
Inflamação crônica
ou
Tumores
EXEMPLOS 1:
Fumantes crônicos
Epitélio pseudo-estratificado dos brônquios e da traqueia
Epitélio estratificado pavimentoso
Metaplasia pavimentosa
EXEMPLO 2:
Deficiência crônica de vitamina A
Epitélio dos brônquios e bexiga
Epitélio estratificado pavimentoso queratinizado
124
XIV. TUMORES DERIVADOS DO TECIDO EPITELIAL
Epitélio
Tumores
Benignos Malignos
Carcinomas
Células proliferam
Adenocarcinomas
Metástases
125
Classificação dos Epitélios
Tipo Forma das Exemplos de localização Funções
células
superficiais
SIMPLES
Simples Achatada Revestimento: alvéolos Membrana limitante,
pavimentoso pulmonares, alça de Henle, transporte de líquidos, troca
folheto parital da cápsula gasosa, lubrificação redução
de Bowman, ouvido médio do atrito entre as vísceras,
e interno, vasos sanguíneos membrana de revestimento
e linfáticos, cavidade
pleural e peritoneal
Simples cúbico Cúbica Ductos de muitas Secreção, absorção e
glândulas, revestimento do proteção
ovário, formação dos
túbulos renais
Simples cilíndrico Cilíndrica Revestimento: seios Transporte, absorção
paranasais, ovidutos, secreção
ductos eferentes, útero,
pequenos brônquios,
grande parte do tubo
digestivo, vesícula biliar, e
grandes ductos de algumas
glândulas
Pseudo- Todas as células Revestimento: grande parte Secreção, proteção,
estratificado repousam na da traqueia, brônquios absorção, lubrificação e
lâmina basal, primários, epidídimo, transporte.
nem todas ducto deferente, tuba
alcançam a auditiva, parte da cavidade
superfície; as timpânica, cavidade nasal,
células da saco lacrimal, uretra
superfície são masculina, ductos
cilíndricas excretores grandes
ESTRATIFICADO
Estratificado Achatada (com Revestimento: boca, Proteção e secreção
pavimentoso ñ- núcleo) epiglote, esôfago, cordas
queratinizado vocais, vagina
Estratificado Achatada (sem Epiderme Proteção
pavimentoso núcleo)
queratinizado
Estratificado Cúbica Revestimento: ductos de Absorção, secreção
cúbico glândulas sudoríparas
Estratificado Cilíndrico Conjuntiva do olho, alguns Secreção, absorção, proteção
cilíndrico ductos excretores grandes,
porções da uretra
masculina
Transição Globosa Revestimento: do trato Proteção, distensão
(relaxada), urinário desde os canis
achatada renais até a uretra
(distendida)
126
TECIDO EPITELIAL DE REVESTIMENTO
INTRODUÇÃO
O tecido epitelial é um dos quatros tecidos básicos que constituem os diversos órgãos do
corpo. É organizado por camadas de células contínuas, poliédricas, com pouca substância
fundamental entre elas, e caracteriza-se por estar sempre em associação com o tecido conjuntivo,
que lhe fornece nutrição e sustentação.
Alguns epitélios como o da pele apresenta uma camada mais superficial constituída de
células mortas, acidófilas, mais ou menos espessa denominada queratina e que exerce um papel
fundamental na proteção contra desidratação.
Alguns tipos de epitélio podem ainda apresentar células secretoras de muco (misturas de
glicoproteínas e proteoglicanas) que exerce importantes funções nas cavidades corporais, como
lubrificação bucal e vaginal, além de formar barreiras estomacais. Um exemplo deste tipo de
célula produtora de muco são as caliciformes.
ORIGEM
No desenvolvimento embrionário verifica-se a diferenciação de três camadas germinativas
que são o ectoderma, que é a camada mais externa, o endoderma que se localiza internamente, e o
mesoderma que é a camada intermediária entre o ectoderma e endoderma.
127
A origem dos epitélios se dispõe da seguinte maneira:
ECTODERMA: epitélio de revestimento externo, como a pele, boca, fossas nasais e
ânus.
ENDODERMA: epitélio de revestimento do tubo digestivo, árvore respiratória,
fígado e pâncreas.
MESODERMA: endotélio (vasos sanguíneos e linfáticos) e mesotélio (revestimento
de serosas).
CARACTERÍSTICAS
O tecido epitelial possui características bastante distintas e que são encontradas nos vários
epitélios que constituem o organismo. A justaposição de suas células com quantidade mínima de
substância fundamental é a característica básica deste tecido, determinando a formação de uma
interface entre o meio externo e o meio interno (tecido conjuntivo). Suas células apresentam a
capacidade de coesão entre elas, especialidade esta que é mais desenvolvida em epitélios sujeitos
a fortes trações e pressões, e que impede de certa forma o fluxo de moléculas e a invasão de
microrganismos.
a. Epitélio Simples
Possui uma camada de células apenas. Sendo que estas variam em sua forma, dependendo
da sua função. Este tipo de tecido confere pouca proteção contra abrasão mecânica e, portanto,
não são encontrados nas superfícies submetidas a esses estresses.
a) Plano ou pavimentoso
- Este epitélio caracteriza-se pela presença de células extremamente finas, cujo
citoplasma é visto com dificuldade ao microscópio óptico;
- Numa visão superficial, as células deste tecido são polígonos, mas elas adquirem um
aspecto fusiforme quando são cortadas perpendicularmente;
128
- Possui núcleo achatado;
- São adequadas de maneira ideal para o transporte de materiais através de uma massa
citoplasmática reduzida;
- Nos vasos sanguíneos permite a movimentação de líquidos, cristaloides e alguns
coloides (transporte de líquidos e trocas gasosas);
- Nos pulmões contribui para a formação da barreira entre o ar e o sangue;
- Atua lubrificando e reduzindo o atrito entre as vísceras.
Ocorrência:
- Revestimento do coração e vasos sanguíneos e linfáticos (endotélio);
- Revestimento das cavidades corporais (pleural, peritonial);
- Porções específicas dos túbulos renais, da cápsula de Bowman a alça de Henle;
- Labirinto membranoso do ouvido interno e médio;
- Revestimento funcional dos pulmões.
b) Cúbico
- A forma geral das células deste tecido é descrita como um cubo. As células têm o
aspecto de quadrados nos cortes perpendiculares da borda apical. Numa visão
superficial essas células podem aparecer como quadrados ou hexágonos;
- Geralmente os núcleos estão localizados numa posição central ou paracentral e são de
forma esférica;
- Este epitélio geralmente está associado à absorção e à secreção, todavia, algumas
destas células podem formar revestimentos que não secretem e nem absorvam.
Ocorrência:
- Porção secretora e ducto de numerosas glândulas;
- Superfície da íris e do cristalino;
- Epitélio pigmentar da retina;
- Túbulos específicos dos testículos e dos rins;
- Epitélio superficial dos ovários.
Ocorrência:
- Revestimento do estômago glandular; intestino grosso e delgado
- Revestimento da vesícula biliar
- Porção média da árvore respiratória
- Revestimento do útero e tubas uterinas
129
- Revestimento da porção secretora e condutora de muitas glândulas
I. Epitélio Estratificado
Possui várias camadas celulares.
a) Plano ou pavimentoso
- Caracterizado pelas várias camadas celulares que derivam de uma única camada basal;
- Este epitélio ocorre nos locais que requerem proteção para os tecidos subjacentes;
- Este tipo de tecido varia de espessura, podendo ser fino e formado por umas poucas
camadas celulares (estrato lamelar do casco do cavalo) ou pode ser espesso e
constituído por numerosas camadas celulares (mufla do bovino);
- As células tornam-se progressivamente mais achatadas no sentido da superfície apical;
- Este epitélio é dividido em:
o -Estrato basal – formado por uma única camada de células. Esta camada se
apoia sobre a membrana basal.
o -Estrato espinhoso – as células desta camada contribuem para a formação da
população de células fontes deste tecido.
Obs.: O estrato basal combinado com o espinhoso forma o estrato
germinativo. As mitoses do estrato germinativo são responsáveis pela
substituição das células descamadas na superfície apical.
o -Estrato granuloso – a granulação desta camada é atribuída aos grânulos
basófilos de querato-hialina, este contém substância precursora da queratina.
o -Estrato córneo – é uma camada bem desenvolvida de células mortas
densamente agrupadas nas regiões caracterizadas por um alto grau de
queratinização, como os coxins digitais e o casco dos equinos. O grau de
queratinização depende da intensidade das pressões e da abrasão às quais o
epitélio está submetido.
Ocorrência:
- Epitélio pavimentoso estratificado não-queratinizado
o Revestimento da boca, epiglote, esôfago e cordas vocais
o Córnea e conjuntiva
o Regiões do sistema urogenital masculino e feminino
- Epitélio pavimentoso estratificado queratinizado
o Superfície do corpo em geral
o Região anal
o Pré-estômagos dos ruminantes
130
o Vagina
b) Cúbico
Este epitélio é formado pó duas camadas celulares. A camada basal é formada por células
responsáveis pela regeneração de células perdidas. A camada superficial ou luminal é
formada por células cúbicas.
Este epitélio é limitado a alguns poucos locais, contudo é frequentemente encontrado nas
regiões de transição entre o epitélio simples e o estratificado ou pseudo-estratificado, onde ele
surge como uma transição gradual de um de tecido para outro.
Ocorrência:
- Porções específicas do sistema genital
- Ducto de glândulas sudoríparas
Este epitélio pode ser formado por duas, três ou mais camadas celulares.
Ocorrência:
- Conjuntiva dos olhos
- Ductos excretores de algumas glândulas
- Porções da uretra masculina
I. Epitélio de Transição
Este epitélio, normalmente considerado do tipo estratificado pode ser também do tipo
pseudo-estratificado.
Chamado às vezes de urotélio, uma vez que está associado apenas ao sistema urogenital.
131
No estado relaxado, pode ser formado por seis ou sete camadas. As células basais são
muito pequenas e assumem forma poliédrica e a borda apical é formada por células globosas.
Ocorrência:
- Revestimento do trato urinário desde os canais renais até a uretra.
I. Epitélio Pseudo-estratificado
Os epitélios pseudo-estratificados são do tipo simples.
Todas as células deste epitélio repousam sobre a membrana basal, porém nem todas,
chegam até a superfície apical, apenas as células prismáticas deste epitélio chegam até a
superfície luminal.
Em corte, este tipo epitelial, considerando-se o número de núcleos por unidade de área,
parece estar superpovoado de células. As porções basal e média do epitélio estão congestionadas
com os núcleos dos três tipos celulares que formam este epitélio, células basais, fusiformes e
prismáticas. Outro tipo celular também está presente em alguns locais; as células caliciformes.
A função principal deste epitélio é revestir alguns órgãos tubulares. Possui também
função de secreção, lubrificação, proteção (células caliciformes). As células caliciformes formam
uma camada muco protetora que juntamente com os cílios formam o aparelho mucociliar
(protetor).
Ocorrência:
- Revestimento do trato respiratório superior (traqueia);
- Revestimento de algumas regiões específicas do sistema urogenital;
- Ductos excretores de algumas glândulas.
132
ESPECIALIZAÇÕES DA SUPERFÍCIE CELULAR
Microvilos
As células cuja função essencial é a absorção possuem longas extensões protoplasmáticas
em sua superfície livre, denominadas de microvilos. Como os microvilos são tão numerosos e
dispostos regularmente, a superfície celular parece estriada ao microscópio óptico.
Esta observação levou ao termo borda estriada. Nas micrografias eletrônicas cada
microvilo é observado como sendo composto de citoplasma com uma parte central de finos
filamentos. Além de sua função absortiva, os microvilos contêm enzimas para a quebra de
dissacarídeos.
Embora os microvilos sejam particularmente bem desenvolvidos nas células do intestino
delgado, eles também estão presentes em praticamente todas as células envolvidas na absorção ou
reabsorção, tais como as células no epidídimo e túbulos contorcidos proximais do rim.
Glicocálix
Um revestimento superficial rico em carboidratos, o glicocálix, está presente nas
superfícies livres de todas as células epiteliais, e é particularmente bem desenvolvido nos
microvilos.
Este revestimento serve como uma camada protetora ao permitir que apenas substâncias
dissolvidas penetrem entre os microvilos.
Estereocílios
São denominados estereocílios os microvilos extremamente longos predominantes no
epitélio que reveste os túbulos no epidídimo. Esta é uma denominação errônea, porque não são
cílios, mas longas extensões protoplasmáticas. Eles aumentam a área superficial para absorção e
possivelmente têm também alguma atividade secretora.
Cílios
Os epitélios que revestem o sistema respiratório e parte dos sistemas reprodutores
masculino e femininos possuem processos móveis em suas superfícies, denominadas cílios. São
bem maiores do que microvilos e facilmente visualizados ao microscópio óptico.
Desempenham uma função protetora no sistema respiratório, e com toda probabilidade
auxiliam no movimento dos óvulos e espermatozoides através das diversas partes dos respectivos
órgãos reprodutores.
Flagelos
O flagelo, que no organismo humano só existe nos espermatozoides, tem estrutura
semelhante à dos cílios, porém são muito mais longos e, normalmente, cada espermatozoide tem
apenas um flagelo.
133
POLARIDADE E ESPECIALIZAÇÕES DAS RELAÇÕES
INTERCELULARES
As superfícies laterais das células epiteliais se modificam para manter as células unidas,
atuar como barreiras de difusão, facilitar a difusão entre as células epiteliais e permitir a
comunicação intercelular. As especializações da superfície lateral incluem alterações do
glicocálix, das membranas plasmáticas laterais e dos filamentos citoplasmáticos.
Os pontos de união entre as células epiteliais não são visíveis ao microscópio óptico. Esta
especialização apical-lateral da superfície celular foi chamada de barra terminal. Ela aparece
como uma alteração contínua, em forma de colar, que circunda completamente a célula. Ao
microscópio eletrônico, esta especialização é visualizada como um complexo de diferentes
alterações estruturais que ocorrem na junção entre células adjacentes.
Desta forma, o nome complexo juncional se aplica com mais propriedade a esta
estrutura. As unidades descontínuas dos complexos juncionais observadas em corte podem
corresponder a especializações contínuas que se estendem pelas superfícies das células vizinhas.
Essas faixas especializadas estão confinadas a três zonas diferentes; assim, elas são descritas
como sendo zonulares.
Outras podem estar dispostas como discretas áreas ou pontos de alterações, os quais são
descritos como “pontos de solda” ao longo das superfícies vizinhas. Eles são conhecidos como
alterações maculares. Os complexos juncionais podem ser formados pelos seguintes
componentes: junção de oclusão, junção de adesão, desmossomo ou junções do tipo gap.
Nessas células, as zônulas de oclusão são as junções mais apicais. Todas as zônulas são
estruturas em forma de faixa, formando um cinturão em volta da célula. As zônulas de oclusão
são caracterizadas pela íntima justaposição periódica das membranas celulares das células
vizinhas, com fusão dos folhetos externos das membranas.
A zônula de oclusão forma uma barreira que impede a passagem de moléculas por entre as
células epiteliais. Ela tem um efeito selador, não permitindo a passagem extracelular de material
contribuindo assim para a formação de compartimentos funcionais delimitados por células
epiteliais.
134
há uma discreta separação entre as membranas celulares e um pequeno acúmulo de material
elétron-denso na superfície interna dessas membranas.
Como novas junções comunicantes se formam mesmo que a síntese proteica seja
interrompida, admite-se que elas podem se formar pela aproximação de moléculas proteicas
(unidades de hexâmeros) preexistentes dispersas na membrana celular.
135
epitelial à lâmina basal subjacente e são mais frequentes onde o epitélio está sujeito a atritos
fortes.
Uma visão em conjunto das junções intercelulares mostra que elas podem ter três funções:
JUNÇÕES DE ADESÃO: zônula de adesão, desmossomos e hemidesmossomos.
JUNÇÕES IMPERMEÁVEIS: zônula de oclusão
JUNÇÕES DE COMUNICAÇÃO: junções comunicantes
A adesão entre células pode ser aumentada pela grande quantidade de interdigitações
observadas nas membranas das paredes laterais das células epiteliais vizinhas.
MEMBRANA BASAL
O tecido epitelial sempre está apoiado sobre uma lâmina de tecido conjuntivo. O tecido
conjuntivo tem como características ter as células espaçadas e ser rico em vasos sanguíneos, bem
como líquido extracelular. Nessa divisão entre os tecidos existe uma região especializada em
fornecer energia (glicose), oxigênio e promover a difusão de catabólitos para as células epiteliais
que é chamada de membrana basal. Assim os nutrientes que estão no líquido extracelular da
lâmina de tecido conjuntivo são enviados para as células do tecido epitelial pela membrana basal.
A membrana basal é a fusão de uma lâmina basal e uma lâmina fibrorreticular, atuando
como uma interface entre células parenquimatosas e os tecidos de sustentação, existindo abaixo
da superfície basal de todos os epitélios. Promove a adesão entre os tecidos e é responsável pela
nutrição dos epitélios através de difusão do tecido conjuntivo. É uma estrutura visível ao
microscópio óptico.
136
137
RENOVAÇÃO E REGENERAÇÃO DO EPITÉLIO
As camadas epiteliais, principalmente as que revestem a superfície externa do corpo e o
tubo intestinal, estão sujeitas a constantes traumatismos mecânicos e de outros tipos. Sob
condições fisiológicas, suas células morrem continuamente e são eliminadas.
Entretanto, a velocidade dessa renovação é variável, podendo ser muito rápida em certos
casos e lenta em outros. São exemplos extremos o epitélio de revestimento intestinal, que se
renova a cada 5-7 dias, e pâncreas, que leva aproximadamente 50 dias para se renovar.
As membranas epiteliais simples que são compostas por células pavimentosas, cúbicas ou
por células prismáticas que não estão altamente diferenciadas para funções secretoras e/ou
absortivas, retêm um alto potencial mitótico. Essas células são suas próprias células fontes. Isto
se aplica às células epiteliais de revestimento típicas, bem como as células endoteliais e
mesoteliais.
A localização dessas células fontes neste epitélio simples varia. A células queratinizadas
eliminadas do epitélio estratificado pavimentoso são substituídas por outras células novas que se
originam a partir da proliferação mitótica de elementos epiteliais relativamente indiferenciados,
situados nas camadas profundas, perto da base.
138
A atividade mitótica destas e das células germinativas vizinhas então se inicia. Em 48
horas, o tecido conjuntivo sob a lesão está coberto por células proliferativas. Esta atividade
ocorre debaixo da crosta da lesão. A proliferação continua, o epitélio é restaurado e a crosta de
fragmentos celulares e vasculares é eliminada em 7 dias pela epiderme substituída.
A velocidade da perda fisiológica normal e sua substituição são tão rápidas que o
revestimento epitelial das vilosidades intestinais é totalmente substituído em poucos dias.
139
TECIDO EPITELIAL GLANDULAR OU SECRETOR
GLÂNDULAS EXÓCRINAS:
As glândulas exócrinas possuem diversas formas de classificação, que podem ser:
140
o Glândulas tubuloalveolares: são glândulas que possuem os dois tipos de
unidades secretoras, tubulares e alveolares. Ex.: glândula mamária e glândula
submandibular.
o Glândulas tubuloacinosas: são glândulas que possuem os dois tipos de unidades
secretoras, tubulares e acinosas.
GLÂNDULAS ENDÓCRINAS:
141
CONTROLE GLANDULAR
142
podem ser localizadas por meio de técnicas imunocitoquímicas para os polipeptídios por
elas secretados e também por técnicas citoquímicas para a localização das aminas.
METAPLASIA
Em inflamações crônicas ou durante o desenvolvimento de tumores, um tipo de epitélio
pode transformar-se em outro, este processo reversível é denominado metaplasia. Por exemplo,
em certas condições patológicas, o epitélio pseudo-estratificado ciliado dos brônquios e o da
traqueia podem transformar-se em epitélio estratificado pavimentoso, modificação esta
denominada metaplasia pavimentosa, que ocorre em fumante crônicos devido à ação irritante do
fumo.
A metaplasia não é exclusiva dos tecidos epiteliais, podendo ocorrer em outros tecidos.
143
TUMORES DERIVADOS DO TECIDO EPITELIAL
O epitélio pode originar tumores benignos e malignos. Os malignos são geralmente
chamados carcinomas. Quando derivados de um epitélio glandular, devem ser denominados
adenocarcinomas. Os tumores malignos são constituídos por células que proliferam de modo
descontrolado e são capazes de atacar e perfurar a lâmina basal para se espalharem pelo
organismo, formando as metástases.
Em adultos, os adenocarcinomas são os tumores mais frequentes. Como nos tumores dos
outros tecidos, também nos tumores de origem epitelial o grau de diferenciação das células
tumorais é variável. Quanto mais indiferenciado o tumor, maior sua malignidade.
Muitas vezes é difícil identificar a origem dos tumores muito indiferenciados. Como
geralmente as células dos tumores do tecido epitelial contêm proteínas da família das queratinas,
a identificação dessas proteínas, por meio de técnicas imunocitoquímicas, auxilia no diagnóstico
e no planejamento do tratamento.
144
TECIDO CONJUNTIVO
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172
TECIDO CONJUNTIVO
I. Introdução
Característica Principal:
Grande quantidade de material extracelular.
Constituintes:
Fibras do conjuntivo
Substância fundamental
Células
III. Funções
Associação entre várias partes do corpo
Sustentação do corpo
Preenchimento dos espaços corpóreos
Nutrição
Defesa Substância fundamental e células
Armazenamento
Regeneração
Principais Aminoácidos:
Glicina – 33,5%
Prolina – 12%
Hidroxiprolina – 8 a 10%
173
Sequência de formação da fibra colágena:
Produção da molécula de pró-colágeno
Ligação entre moléculas de tropocolágeno
Formação das fibrilas colágenas
Formação das fibras colágenas
Características:
Argirófilas e P.A.S +
Arcabouço estrutural de órgãos
Formam trama reticular
C) Fibras Elásticas
Características:
Mais delgadas e sem estriações
Formam uma trama irregular
Coloração amarelada a fresco
Componentes:
Elastina + Fibrilina
Desmosina e Isodesmosina
V. Matriz Extracelular
Definição:
Gel incolor, muito hidratado e transparente que preenche os espaços entre as células e
fibras do conjuntivo, constituindo-se num veículo de transporte de moléculas hidrossolúveis, íons
e uma barreira à penetração de microrganismos.
174
Componentes:
Proteoglicanas – GAGs + proteína
Glicosaminoglicanas (GAGs) – polímeros de unidades disscarídicas
Glicoproteínas Adesivas
Fibronectina – constituintes do conjuntivo
Laminina – células à lâmina basal
175
TECIDO CONJUNTIVO
O tecido conjuntivo, que tem a maior variedade de células dentre todos os outros tecidos,
é originado do mesênquima embrionário. Ele possui abundante substância extracelular (ou
intercelular). Sua variedade inclui tecidos muito frágeis, como o adiposo e outros muito rígidos
como o tecido ósseo. Embora sejam bem diferentes, as características gerais são o suficiente para
incluí-los como tecidos do grupo conjuntivo.
As fibras do conjuntivo são: Colágenas, elásticas e reticulares. Todas elas são constituídas
por proteínas polimerizadas que formam estruturas alongadas. Elas se distribuem desigualmente
pelos tecidos e a presença em maior número de uma ou outra fibra é que determina o tipo e as
propriedades especiais dos tecidos de natureza conjuntiva.
176
Mesênquima:
É composto de células mesenquimais de formato irregular e com muitos processos,
geralmente longos. Estes podem estar em contato com os processos das células adjacentes e
assim formar uma rede tridimensional.
O mesênquima não contém fibras do tecido conjuntivo e a abundante substância
fundamental amorfa ocupa os amplos espaços intercelulares.
Possui importantes funções, como migração celular, fenômeno que vai dar origem às
diversas regiões e aos diversos órgãos do corpo. Auxilia na interação celular, pela sua
característica adesiva. É a responsável pela determinação das propriedades físicas do órgão
que compõe. Ainda, serve de suporte a pressões e auxilia na distribuição de nutrientes.
Glicosaminoglicanas
As glicosaminoglicanas são cadeias polissacarídicas, longas, não ramificadas, compostas
por unidades dissacarídicas repetidas. Estas unidades dissacarídicas são formadas por uma N-
acetilglicosamina ligada a um ácido urônico. A matriz de um tecido conjuntivo é a substância
fundamental amorfa e as fibras que preenchem o espaço entre as células. Os componentes da
matriz dos tecidos conjuntivo são os constituintes responsáveis pelas propriedades biomecânicas
específicas características deste tecido. As características de flexibilidade, elasticidade e
resistência ao estiramento do tecido conjuntivo frouxo estão relacionadas às fibras colágenas e
elásticas que o constituem, enquanto que a habilidade para reter água (resistência a compressão)
está relacionada às glicosaminas (GAGs) da substancia fundamental amorfa. A elasticidade do
tecido elástico denso é uma função de suas fibras elásticas. Da mesma forma, as capacidades
compressivas e tensoras da cartilagem (hialina) articular estão relacionadas às GAGs e às fibras
colágenas que a constituem.
177
As quatro principais proteínas capazes de formar fibrilas na matriz extracelular são:
Colágeno
Fibrilina
Elastina
Fibronectina
O Colágeno
Os colágenos são uma família de proteínas mais abundantes nos tecidos, havendo pelo
menos 20 tipos de cadeias que se combinam para produzir formas diferentes. É constituído
principalmente por prolina, glicina e lisina. A diferença entre um colágeno e outro se da pela
forma que os tropocolágenos, moléculas que se polimerizam para formar as fibrilas de colágenos,
se arranjam.
Apesar dos vários tipos de colágenos; nem todos são capazes de constituir fibrilas:
O colágeno tipo I organiza-se formando fibrilas, as quais se reúnem para formar fibras
espessas, classicamente denominadas de fibras colágenas. As fibras colágenas
apresentam grande resistência às forças de tensão e são inelásticas. Nos cortes
histológicos corados pela hematoxilina-eosina, as fibras colágenas se coram em rosa
pela eosina; em azul pelo tricrômico de Mallory e em verde pelo tricrômico de
Gomori.
O colágeno tipo III organiza-se formando fibrilas finas que forma uma trama frouxa
em muitos tecidos de sustentação. As fibrilas constituídas pelo colágeno tipo III são
classicamente conhecidas como fibras reticulares, e podem ser visualizadas após o
emprego de métodos especiais como a impregnação pela prata ou após a utilização do
método do PAS (ácido periódico + reativo de Schiff).
178
Atualmente sabe-se que tanto as fibras colágenas quanto às fibras reticulares são fibras
híbridas, isto é, outros tipos de colágenos podem estar associados a elas.
2. Colágenos Não-fibrilares: colágeno tipo IV, V, VI, VII, VIII, IX, X e XI.
Nestes tipos de colágenos, as suas moléculas se organizam, mas sem formarem
fibrilas.
Fibras Colágenas:
São estruturas de grande resistência à tensão e que ocorrem em grande quantidade na pele,
fáscias, ossos e cartilagem, mas de modo estruturalmente mais organizado nos tendões. Elas são
as mais frequentes no tecido conjuntivo e ao exame microscópico a fresco mostram-se brancas e
constituídas de fibrilas, tendo após coloração, aspecto ondulado quando isoladas e formando
feixes quando em maior quantidade. São bem visualizadas ao microscópio óptico com
Hematoxilina-Eosina (HE), pois o colágeno que as formam é altamente acidófilo. Ao
microscópio eletrônico as fibrilas colágenas apresentam estriações transversais periódicas e
mostram-se constituídas por conjuntos de fibras mais finas, porém com a mesma periodicidade,
denominadas de protofibrilas. O elemento fundamental destas seria o tropocolágeno (a molécula
do colágeno), que poderia ser considerada a partícula mais simples representativa da fibra
colágena. Quimicamente as fibras colágenas são formadas pelo colágeno, que é uma
glicoproteína estrutural encontrada tanto em vertebrados como em invertebrados e que possui
uma composição de aminoácidos bem característica, muito pobre em tirosina e em aminoácidos
sulfurados e muito rica em glicina (33,5%), prolina (12%) e hidroxiprolina (8-10%), que formam
dois terços dos resíduos e uma rígida fita tripla helicoidal. Quanto à hidroxiprolina, o colágeno é
a única proteína que contém uma quantidade apreciável deste aminoácido. Existem mais ou
menos 15 tipos de colágeno conhecidos. O colágeno formador de fibrilas é o do tipo I (que
associados ao do tipo V forma pele, ossos, tendões, ligamentos, TC frouxo etc.), do tipo II (forma
a cartilagem hialina e a elástica e pode associar-se com o do tipo XI) e do tipo III (que forma as
fibras reticulares). Os colágenos associados a fibrilas são os do tipo IX e XII, que fazem a ligação
entre fibrilas e entre outros componentes da matriz. Existem ainda os colágenos formadores de
redes, como o do tipo IV, que forma a lâmina basal, e o do tipo VII.
Fibras Reticulares:
Ao microscópio eletrônico elas mostram possuir microfibrilas com a mesma periodicidade
axial que as fibrilas colágenas, sendo, portanto muito semelhantes às fibrilas colágenas recém-
produzidas, também chamadas de fibras pré-colágenas. Mas as fibras reticulares são diferentes
destas últimas, pois ao se formarem elas se associam a lipídeos e glicídios que além de lhes
conferir características tintoriais próprias ainda as impede de se unirem entre si, como acontece
com as fibrilas colágenas a fim de formarem as fibras colágenas. Como estas, as fibras reticulares
são digeridas pela colagenase, porém resistem mais do que as colágenas à hidrólise ácida e
autoclavagem, sendo um pouco mais elásticas do que as outras, porém tendo uma menor
179
resistência à tensão. Quimicamente, essas fibras são constituídas pela proteína colágeno (85%),
que é principalmente do tipo III, glicídios (4,2%) e ácidos graxos (10,8%), são observadas
comumente no tecido conjuntivo frouxo, confinando-se com estruturas epiteliais, particularmente
em associação com membranas basais. Nesses locais, as delicadas fibras dispõem-se em redes ou
malhas; tendo-se assim a razão do seu nome. Existe, contudo, algo além do seu arranjo, que fez
com que merecessem consideração especial; elas se coram por técnicas especiais que não coram
as fibras colágenas. Um meio usado no passado para corá-las mais ou menos especificamente era
a utilização das técnicas de impregnação argêntica (com prata). Entretanto, também se coram pela
técnica do P.A.S. positivas (coram-se em vermelho quando submetidas à técnica do “periodic
acid” Schiff reagent), parecendo provável que a causa disto esteja no fato de que as fibras
reticulares encontram-se geralmente associadas com um tipo especial de substância intercelular
amorfa glicídica, que é o material que se cora.
Fibras Elásticas:
Elas são finas, refringentes e formam uma rede frouxa, organizando-se em uma trama
irregular, sendo formadas por glicoproteínas (microfibrilas) e elastina (que é mais resistente que o
colágeno). Esta última se caracteriza por formar fibras mais finas que aquelas formadas pelo
colágeno. Essas fibras cedem bastante à tração, mas retornam à forma original quando é cessada a
força. Essa propriedade é responsável pela manutenção da pressão sanguínea nos períodos de
diástole do ventrículo esquerdo, ou seja, quando o sangue não está saindo do coração. As fibras
elásticas contêm ainda ácidos graxos e um pigmento amarelo e pela composição em aminoácidos,
a elastina parece ser um colágeno modificado. Utilizasse a Fucsina-Resorcina e a Orceína para
destacá-las, pois elas não se coram bem com HE, existindo normalmente em estruturas
anatômicas a fresco com uma coloração amarelada (ligamento nucal). Elas podem estar presentes
em lugares como o pavilhão auditivo, o conduto auditivo externo, a trompa de Eustáquio, a
epiglote, a cartilagem cuneiforme da laringe e na parede de vasos (membranas elásticas
fenestradas). Diz-se comumente que as fibras elásticas destruídas não se regeneram, contudo foi
observada a formação de elastina nova durante a regeneração de artérias lesadas
experimentalmente.
Fibrilina
É uma glicoproteína formada por fibrilas, sendo o principal componente das microfibrilas
extracelulares de 8-12nm de diâmetro, sendo um dos constituintes das fibras elásticas. As
microfibrilas são mediadores da adesão entre os diferentes componentes da matriz extracelular.
Elastina
É uma proteína hidrofóbica quase agrega a filamentos e lâminas por ligações cruzadas,
sendo o principal componente das fibras elásticas. A elastina possui uma estrutura enovelada no
estado relaxado que pode ser estirada, mas que retorna ao estado enovelado quando ocorre o
relaxamento.
180
Fibronectina
É uma glicoproteína que desempenha várias funções e que ocorre sob três formas:
Como uma proteína circulante do plasma
Como uma proteína que se liga à superfície de muitas células
Como fibrilas insolúveis formando parte da matriz extracelular, onde seus dímeros se
interligam através de pontes dissulfeto.
Água de Solvatação
Há muitos anos que se presume haver no tecido conjuntivo outros tipos de fibras, além
das mais conhecidas colágenas, reticulares e elásticas. Foram descritas com o passar desses anos
as “microfibrilas”, muito finas e que aparecem principalmente associadas com as fibras elásticas,
as fibras contendo celulose e as fibras oxitalânicas. Estas últimas são caracterizadas por
parecerem ser fibras modificadas.
Existem diversas variedades do tecido conjuntivo, essas são formadas pelos constituintes
básicos que são: fibras, células e matriz extracelular. Os nomes dados aos diferentes tipos
refletem o componente predominante ou a organização estrutural do tecido.
A classificação do tecido conjuntivo é em: tecido conjuntivo propriamente dito, tecido
conjuntivo de propriedades estruturais, tecido cartilaginosos e tecido ósseo e suas subdivisões que
serão mostradas posteriormente.
181
o tecido chama-se denso não modelado, onde o feixe colágeno forma uma trama
tridimensional, o que confere ao tecido resistência a trações exercidas em qualquer
direção. Quando os feixes colágenos apresentam-se paralelamente diz-se tecido
conjuntivo denso modelado, onde as células orientam as fibras oferecendo o máximo de
resistência as forças. Os tendões representam um exemplo típico de tecido denso
modelado, onde apresentam uma riqueza em fibras colágenas, com pouca substância
fundamental amorfa e pequena quantidade de fibroblastos. A derme é um exemplo de
tecido conjuntivo denso não modelado.
182
funções do tecido cartilaginoso dependem principalmente da estrutura da matriz, que é
constituída por colágeno ou colágeno mais elastina, em associação com macromoléculas
de proteoglicanas e proteínas adesivas. O tecido cartilaginoso apresenta consistência
rígida com função de suporte de tecidos moles, revestimento de superfícies articulares,
formação e crescimento ósseo.
Ósseo: O osso é um tecido conjuntivo especializado formado por células e material
extracelular calcificado, a matriz óssea. As células são: osteoblastos que são produtoras da
parte orgânica da matriz, osteócitos que se situam em cavidades (lacuna) mantendo a
matriz viva e osteoclastos que são células gigantes, móveis e multinucleadas responsáveis
pela reabsorção óssea. O tecido ósseo é o constituinte principal do esqueleto, ele possui
função de suporte para partes moles, proteção dos órgãos e medula óssea, serve de apoio
aos músculos esqueléticos e é depósito de cálcio, fósforo e outros íons.
- Fibroblasto
O fibroblasto é a célula principal e mais abundante no tecido conjuntivo. É principal
célula formadora das fibras e da substância fundamental amorfa. Geralmente, apresenta-se
183
alongada e com algumas expansões citoplasmáticas, que se estendem para fora da célula. O
citoplasma é basófilo devido à intensa atividade de síntese proteica desta célula. No estado ativo,
o fibroblasto apresenta núcleo grande e citoplasma rico em retículo endoplasmático granular e
aparelho de Golgi desenvolvido. Os fibroblastos são responsáveis pela produção e manutenção da
matriz extracelular.
Fibroblasto e Fibrócito são células cuja função é sintetizar matriz extracelular. Do latim
BLASTO = muito trabalho e FIBRO = produção de fibras e substância fundamental amorfa.
Quando estas células estão muito ativas são chamadas fibroblastos, quando está com pouca
atividade produtiva, diz-se fibrócito.
O fibrócito é, na verdade, um fibroblasto adulto, que já não tem uma produção proteica
tão grande como tem o fibroblasto. Geralmente, é fusiforme e tem citoplasma acidófilo, devido à
diminuição da produção proteica. Também se encontra cercado de fibras colágenas produzidas
por ele mesmo e pelas células vizinhas.
- Macrófago
O macrófago é uma célula originada dos monócitos, que são células do sangue. Sua
principal função está relacionada à fagocitose e pinocitose de elementos estranhos ao organismo e
de células mortas. Possui morfologia muito variada, podendo ser fixo, chamado de histiócito ou
móvel, movendo-se por emissão de pseudópodos. Outra forma de macrófago fixo são as células
de Kupffer, localizadas no espaço de Disse (entre o capilar sinusoide e hepatócito no fígado).
184
Macrófago é célula muito ativa, possuidora de grande capacidade de fagocitose, isto é,
defesa do organismo; possui morfologia variável. Núcleo em forma de rim (reniforme). Os
macrófagos possuem em seus interiores diversos lisossomos (vesículas contendo enzimas),
formando os fagossomos (lisossomo + substância estranha). Os macrófagos englobam e
acumulam no citoplasma o material "ingerido". O material cujo macrófago fagocita é composto
por bactérias, partículas inertes, células cancerosas. Quando há corpos maiores que os
macrófagos há uma fusão de macrófagos formando uma célula gigante multinucleada que
acabam por capsular a partícula estranha.
- Mastócito
Mastócitos é uma célula de aspecto globoso, grande, núcleo esférico e central
acompanhando o formato da célula (normalmente ovoide). Possuem numerosas vesículas,
chamadas fármacos, contendo histamina e heparina (cuja função é a responsabilidade pelo
processo alérgico e posterior choque anafilático hipovolêmico, em casos extremos). Sua
superfície contém receptores específicos para a imunoglobulina do tipo E (IgE).
- Plasmócitos
Os plasmócitos são células originadas dos linfócitos tipo B. Têm o citoplasma basófilo,
devido à intensa síntese proteica. Os plasmócitos produzem anticorpos, também chamados de
imunoglobulinas, que são formados a partir de estímulos produzidos por moléculas estranhas ao
organismo. Este tipo de defesa chama-se Imunidade Celular.
185
quantidade nas áreas onde existe inflamação crônica. Responsável pela síntese dos anticorpos
circulantes encontrados no sangue.
- Adipócito
As células adiposas contêm enzimas para a síntese de triglicerídeos, que são a principal
reserva energética do organismo. Os triglicerídeos acumulam-se dentro da célula no interior de
uma única cavidade. Por isso, o tecido adiposo é dito unilocular. O tecido adiposo pode ser
encontrado em muitos lugares no organismo, geralmente abaixo da hipoderme.
Origina-se do lipoblasto, que por sua vez têm origem a partir de células
mesenquimatosas. Podem apresentar-se em grupos ou isoladas, mas é certo de que não se
dividem. É o depósito de gorduras do corpo. Estas gorduras são os Triglicerídeos (TG),
formado por ácido graxo e glicerol e constitui-se num lipídeo de reserva. A gota de gordura
ocupa quase todo o volume celular; é por isto que o núcleo das células adiposas é periférico.
Possuem glicocálix e vesículas pinocíticas e são inervadas pelo SNA simpático. Podem ser de 2
tipos. As uniloculares, que formam o Tecido adiposo (TA) unilocular, possuem apenas uma gota
de gordura em seu citoplasma. As multiloculares formam o TA multilocular ou pardo e possuem
várias gotículas de gordura.
- Linfócitos
Os linfócitos são células do sangue presentes no tecido conjuntivo e estão diretamente
relacionados ao sistema imunológico. Podem ser de dois tipos:
Linfócitos tipo B (Bursa de Fabrícius): diferenciam-se em plasmócitos, células-
memória (produtoras de anticorpos).
Linfócitos tipo T (Timo): diferenciam-se em células rejeitadoras de enxerto e células-
memória.
186
interleucina que induz o linfócito B a se transformar em plasmócito, que produzirá anticorpos.
Esse mecanismo é chamado de Imunidade Humoral. Os linfócitos T produzem também uma
substância chamada interferon, uma proteína produzida pelas células quando estas são agredidas
por vírus. O interferon age de modo a impedir a multiplicação do vírus dentro da célula. Além
disso, também diminui a reprodução celular, sendo utilizado no tratamento do câncer.
- Leucócitos
Além destas células próprias, o tecido conjuntivo é constantemente invadido por
leucócitos do sangue, principalmente neutrófilos. Leucócitos possuem um papel defensivo,
destruindo organismos infectantes como bactérias e vírus, além de auxiliarem na remoção de
tecidos mortos ou lesados.
Podem ser:
GRANULÓCITOS
o Neutrófilos- polimorfonucleares possuem núcleo segmentado em dois a cinco
lobos interligados por finos filamentos de cromatina. O citoplasma possui
algumas mitocôndrias e um pequeno complexo de Golgi, além de apresentar
dois tipos de grânulos diferentes, os grânulos azurófilos e os específicos. Os
neutrófilos desempenham um papel fundamental na reação inflamatória aguda.
o Eosinófilo- levemente maior que o neutrófilo, possui núcleo bilobulado. O
citoplasma contém mitocôndrias e complexo de Golgi, além de grânulos
altamente específicos. Os eosinófilos estão envolvidos na reação de
hipersensibilidade imediata, tendo um papel de regulação da reação
inflamatória alérgica.
o Basófilo- núcleo geralmente bilobulado muitas vezes obscurecidos pelos
abundantes grânulos do citoplasma. Os basófilos estão diretamente envolvidos
nas respostas alérgicas sistêmicas, uma vez que seus grânulos contêm
histamina e glicosaminoglicana sulfatada.
AGRANULÓCITOS
o Linfócito- presentes também na linfa, podem ser de dois tamanhos: os
pequenos e os grandes linfócitos. Os pequenos apresentam núcleo esférico e
grande quantidade de ribossomos; podem ser linfócitos B (medula óssea
vermelha) ou linfócitos T (timo), ambos tendo papel na resposta imune. Os
grandes linfócitos apresentam núcleo maior e arredondado, o citoplasma
possui grande quantidade de ribossomos livres, mitocôndrias, retículo
endoplasmático granular e complexo de Golgi.
o Monócito- maior tipo de leucócito. O núcleo varia desde uma forma ovoide até
em forma de ferradura. O citoplasma o apresenta ribossomos livres, complexo
de Golgi, lisossomos dispersos e pequena quantidade de retículo
endoplasmático rugoso. Podem transformar - se em macrófagos ao entrarem
nos tecidos ou então podem fundir - se e originar osteoclastos ou células
gigantes do tipo corpo estranho.
187
Além destas células próprias, o tecido conjuntivo é constantemente invadido por
leucócitos do sangue, principalmente neutrófilos.
188
TECIDO CARTILAGINOSO
Aula 1
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TECIDO CARTILAGINOSO
I. Definição
É um tecido conjuntivo especializado de matriz firme e flexível que resiste a tensões
mecânicas.
III. Constituintes
Células da cartilagem
Matriz extracelular
o Fibrilas colágenas e elásticas
o Glicosaminoglicanas
o Proteoglicanas
228
VI. Cartilagem Hialina
É o tipo mais comumente encontrado no organismo animal. O seu nome advém de sua
coloração branco-azulada e translúcida.
Histogênese e Crescimento
Células cartilaginosas
o Condrogênicas
o Condroblastos (duas origens embriológicas)
o Condrócitos
Matriz, constituintes:
o Colágeno II (IX, X, XI)
o Agrecanas (Proteoglicanas)
o Condronectina (Fibronectina)
Histofisiologia da Cartilagem
o Resistir às forças de tração e tensão nas superfícies articulares
o Nutrição (difusão)
o Ação hormonal (STH, esteroides, T3)
VIII. Fibrocartilagem
É um tecido com características intermediárias entre o tecido conjuntivo denso e
cartilagem hialina.
Localização
Diferenças histológicas
o Não possui pericôndrio
o Reduzida quantidade de matriz
o Colágeno do tipo I
o Condrócitos dispostos em fileiras
229
IX. Enxertos de Cartilagem
Auto-enxerto
Homoenxerto
Reabsorção da cartilagem morta
Aceitação do enxerto por parte do hospedeiro
X. Calcificação da Cartilagem
230
Tipos de Cartilagem, Características e Localizações.
Tipo de Características de Pericôndrio Localização
Cartilagem Identificação
Hialina Colágeno Tipo II, Pericôndrio presente Extremidades
matriz basófila, em muitos locais. articulares de ossos
condrócitos geralmente Exceto: cartilagens longos, nariz,
em grupos. articulares e epífises traqueia, brônquios,
extremidade ventral
das costelas.
Elástica Colágeno tipo II, fibras Pericôndrio presente Pavilhão auditivo,
elásticas. paredes dos canais
auditivos, tuba
auditiva, epiglote,
cartilagem
cuneiforme da
laringe.
Fibrocartilagem Colágeno do tipo I, Pericôndrio ausente Discos
matriz acidófila, intervertebrais,
condrócitos arrumados discos articulares,
em fileiras paralelas sínfise pubiana,
entre os feixes de inserções de alguns
colágeno, sempre tendões.
associados a tecido
conjuntivo denso
modelado ou a
cartilagem hialina.
231
TECIDO CARTILAGINOSO
Introdução
A cartilagem é um tecido conjuntivo de sustentação que constitui a maior parte do
esqueleto temporário do embrião. A cartilagem pode crescer de modo suficientemente rápido
para acompanhar o crescimento embrionário e fetal; desse modo, fornece um molde, dentro do
qual a maior parte dos ossos se desenvolve. A cartilagem é importante no crescimento contínuo
do comprimento dos ossos longos, que nos jovens é possibilitado por uma placa de cartilagem
proliferativa chamada de placa epifisária. A cartilagem persiste no adulto nas articulações, onde
uma cartilagem articular permite a formação de superfícies polidas. As superfícies polidas da
cartilagem articular, juntamente com as membranas sinoviais e o líquido sinovial, fornecem as
superfícies suavemente articuladas das juntas. Além disso, a cartilagem persiste no adulto em
algumas áreas.
A cartilagem é constituída por uma matriz ou substância intercelular com muitos espaços,
chamados de lacunas, que são ocupados por condrócitos (células cartilaginosas). A matriz da
cartilagem é constituída por substância fundamental e fibrilas colágenas (sobretudo do tipo II). A
substância fundamental contém três GAG: ácido hialurônico, condroitino sulfato, e queratano
sulfato. As células formadoras da matriz cartilaginosa são chamadas de condroblastos quando
estão ativas na síntese, e de condrócitos quando são circundadas por seu produto de secreção. A
natureza e a quantidade das fibras são usadas na classificação de alguns tipos de cartilagem. Os
tipos de cartilagem que podem ser distinguidos são a cartilagem hialina, a cartilagem elástica e a
fibrocartilagem.
Definição
O tecido cartilaginoso é uma forma especializada de tecido conjuntivo de consistência
rígida, porém flexível. Como os demais tipos de conjuntivo, o tecido cartilaginoso contém
células, abundante material extracelular. É um tecido avascular, sendo nutrido pelos capilares do
conjuntivo envolvente (pericôndrio) ou através do líquido sinovial.
Funções Gerais
A cartilagem é o tecido de sustentação primário do feto. Ela desempenha a função de
suporte de tecidos moles, reveste superfícies articulares onde absorve choques e facilita os
deslizamentos, e é essencial para a formação e o crescimento dos ossos longos. As estruturas de
sustentação cartilaginosa se desenvolvem em associação ao trato respiratório superior e inferior, a
orelha e o meato auditivo externo e a tuba auditiva. Estas estruturas cartilaginosas continuam a se
desenvolver durante a adolescência, sendo mantidas nos adultos. Grande parte da massa
cartilaginosa do feto e do organismo recém-nascido está envolvida intimamente com o sistema
músculo-esquelético. Algumas estruturas, como os discos fibrocartilaginosos invertebrais e as
inserções fibrocartilaginosas dos ligamentos e tendões ao osso, continuam a se desenvolver e se
232
tornam parte integral das estruturas de locomoção e sustentação do sistema músculo-esquelético.
Grande parte da cartilagem hialina dos organismos em desenvolvimento está envolvida
diretamente no desenvolvimento ósseo. A pequena quantidade de cartilagem nos organismos
adultos em crescimento e no organismo adulto não reflete a importância da cartilagem enquanto
tecido de sustentação.
Constituintes
Células da cartilagem:
A cartilagem é composta por uma população celular homogênea. As células
mesenquimatosas sejam no centro condrogênico do embrião, sejam no pericôndrio, se
diferenciam em células ativas que sintetizam e secretam grande quantidade de componentes da
matriz. Estes condroblastos se cercam pelo seu próprio produto de secreção, ficando, por fim,
isolados nas suas lacunas. Neste ponto, as células são chamadas condrócitos. Elas são as células
responsáveis pela manutenção e renovação dos materiais da matriz. Elas realizam as mesmas
funções dos condroblastos, mas o seu nível de atividade fica reduzido, quando comparado a estes
últimos. Provavelmente, a relação entre os condroblastos e os condrócitos é melhor considerada
admitindo-se que ambas são a mesma célula em diferentes estágios de seu ciclo vital. Foram
identificadas populações diferentes de condrócitos, considerando-se as propriedades
ultraestruturais e histoquímicas da matriz.
233
Componentes da matriz:
Fibras - As fibras predominantes da cartilagem são delgadas, formadas por fibras colágenas finas.
Na cartilagem hialina, estas fibras não estão ordenadas em um determinado sentido na matriz.
Nas preparações de rotina, elas raramente são observadas, devido ao seu índice de refração ser
semelhante ao da substância fundamental. Na fibrocartilagem, todavia, as fibras colágenas são
facilmente observadas, por serem os principais constituintes da cartilagem. A quantidade de
substância fundamental se reduz bastante. Este tecido tem características que são semelhantes às
da cartilagem e às do tecido conjuntivo fibroso. As fibras da cartilagem elástica incluem ambas as
fibras colágenas e elásticas. As fibras elásticas são facilmente visualizadas com as técnicas
normais de preparação, da mesma forma que com as técnicas de coloração especiais.
Origem da Cartilagem
Os locais no feto aonde a cartilagem irá se desenvolver são identificados inicialmente
como uma condensação de células mesenquimatosas. As células mesenquimatosas recolhem os
seus prolongamentos celulares, arredondam-se e formam densas populações celulares. Estes
locais de futura formação de cartilagem são chamados de centros condrogênicos. As células
mesenquimatosas se diferenciam em condroblastos. Estas células crescem e secretam a sua matriz
circundante característica. Conforme a matriz ou o material intersticial aumenta, as células se
afastam cada vez mais umas das outras, estando cada uma delas envolvida pelos seus próprios
produtos de secreção. O espaço ocupado por cada célula é chamado lacuna. O espaço ocupado
por um condrócito é semelhante ao espaço ocupado por um fibroblasto. As relações entre todas as
células do tecido conjuntivo e a matriz que as envolve são semelhantes. As lacunas associadas ao
condrócito são facilmente observadas na microscopia óptica, devido à consistência da matriz. A
lacuna é um artefato de preparação das técnicas de corte.
235
Distribuição da cartilagem:
Tipo de cartilagem Localizações
Cartilagem hialina Moldes cartilaginosos dos futuros ossos
Placa epifisária
Traqueia, brônquios
Cartilagens do joelho
Cartilagens costais (costelas)
Laringe, meato auditivo externo (em certos
lugares)
Cartilagem elástica Pavilhão da orelha
Cartilagens laríngeas; corniculada e
cuneiforme
Em alguns lugares da epiglote, do canal
auditivo externo e da tuba faringo-timpânica
Fibrocartilagem Sínfise pubiana
Discos intervertebrais
Meniscos da articulação do joelho
Discos articulares das articulações
esternoclavicular e têmporo-mandibular
Cartilagem Hialina
É o tipo mais frequentemente encontrado no corpo humano e, por isso, o mais estudado. A
fresco, a cartilagem hialina é branco-azulada e translúcida. Forma o primeiro esqueleto do
embrião, que posteriormente é substituído por um esqueleto ósseo. Entre a diáfise e a epífise dos
ossos longos em crescimento observa-se o disco epifisário, de cartilagem hialina, que é
responsável pelo crescimento do osso em extensão.
A cartilagem hialina é formada, em 40% do seu peso seco, por fibrilas de colágeno do tipo
II associadas a proteoglicanas muito hidratadas e a glicoproteínas adesivas. Nos preparados
comuns, o colágeno não se distingue porque está principalmente sob a forma de fibrilas de
dimensões submicroscópicas, e, além disso, as fibrilas têm índice de refração muito semelhante
ao das macromoléculas que as envolvem.
236
O alto conteúdo de água de solvatação das moléculas de glicosaminoglicanas atua como
um sistema de absorção de choques mecânicos, ou mola biomecânica, de grande significado
funcional, principalmente nas cartilagens articulares.
Histofisiologia da Cartilagem:
Nutrição
Todas as cartilagens hialinas, exceto as cartilagens articulares, são envolvidas por uma
camada de tecido conjuntivo, denso na sua maior parte, denominado pericôndrio. Ele repara as
lesões da cartilagem. Suas células tendem a preencher uma falha ou defeito, e as células
condrogênicas do proliferam e se diferenciam em condroblastos que secretam nova matriz. A
cartilagem é afetada por deficiências de proteínas de minerais e de vitaminas. Por exemplo, níveis
apropriados das vitaminas A, C, D e cálcio, bem como de fósforo, são necessários para o
desenvolvimento normal da cartilagem.
237
Vitaminas Efeitos sobre a cartilagem
Hipovitaminose A Reduz a largura dos discos epifisários.
Hipervitaminose A Acelera a ossificação dos discos epifisários.
Hipovitaminose C Inibe a síntese de matriz, modifica a
arquitetura do disco epifisário.
Avitaminose D Deficiência de calcificação da matriz
cartilaginosa.
Ação Hormonal:
Efeitos Hormonais sobre a Síntese pelo Condrócito
Hormônio Efeito
Hormônio do crescimento Aumento da taxa de síntese dos GAG
Tiroxina sulfatados
Testosterona
Cortisona Diminuição da taxa de síntese dos GAG
Hidrocortisona sulfatados
Estradiol
Somatomedina C (fígado) Crescimento dos condrócitos
(síntese estimulada pela somatotropina)
Cartilagem Elástica
Basicamente, é semelhante à cartilagem hialina, porém inclui, além das fibrilas de
colágeno (principalmente do tipo II), uma abundante rede de fibras elásticas finas, contínuas com
as do pericôndrio. A presença de elastina confere a esse tipo de cartilagem uma cor amarelada,
quando examinada a fresco. As fibras de elastina podem ser demonstradas por seus corantes
usuais, como a orceína.
A cartilagem elástica pode estar presente isoladamente ou formar uma peça cartilaginosa
junto com a cartilagem hialina. Como a cartilagem hialina, a elástica possui pericôndrio e cresce
principalmente por aposição. A cartilagem elástica é menos sujeita a processos degenerativos do
que a hialina. A matriz da cartilagem elástica não sofre calcificação.
Cartilagem Fibrosa
A cartilagem fibrosa ou fibrocartilagem é um tecido com características intermediárias
entre o conjuntivo denso e a cartilagem hialina. A fibrocartilagem está sempre associada a tecido
conjuntivo denso, sendo imprecisos os limites entre os dois. Muito frequentemente, os
condrócitos formam fileiras alongadas. A matriz da fibrocartilagem é acidófila, por conter grande
quantidade de fibras colágenas, facilmente identificáveis ao microscópio óptico. A substância
238
fundamental amorfa é escassa e limitada à proximidade das lacunas que contêm os condrócitos,
onde forma cápsulas basófilas, metacromáticas e P.A.S.-positivas.
Enxertos de Cartilagem
A epiderme e a cartilagem são ambas avasculares e frequentemente podem ser
transplantadas com sucesso. A cartilagem pode ser transplantada dentro do mesmo indivíduo (um
auto-enxerto). O enxerto de cartilagem entre pessoas (um homoenxerto) pode também ser bem-
sucedido, como no reparo das cartilagens do nariz ou da orelha. A cartilagem enxertada tem que
continuar viva porque a cartilagem morta será reabsorvida pelo hospedeiro. O enxerto tem que
ser bem vascularizado para que receba a nutrição necessária.
Há, provavelmente, várias razões pelas quais os enxertos de cartilagem não são
usualmente rejeitados:
A matriz da cartilagem não parece ser um antígeno muito potente.
Os condrócitos são mais potentes antigenicamente, mas são “escondidos” pela matriz das
células do hospedeiro que poderiam reconhecê-los como estranhos ou antigênicos.
Os anticorpos e os linfócitos não se deslocam facilmente pela matriz intercelular da
cartilagem.
Calcificação da Cartilagem
A calcificação sempre ocorre na cartilagem que está destinada a ser substituída por osso
em momentos precisos do crescimento de um indivíduo. Além disso, a porção da cartilagem
articular que está em contato com o osso também é calcificada. Adicionalmente, pode ocorrer
alguma calcificação da cartilagem hialina no corpo, como parte do processo de envelhecimento.
Enquanto a maioria dos futuros ossos começa como moldes cartilaginosos, e cresce
rapidamente no feto, é necessário substituir a cartilagem por osso no momento adequado. Isso é
feito bastante lentamente pela calcificação da matriz da cartilagem, que leva à morte dos
condrócitos e à lenta erosão da matriz cartilaginosa.
239
sol e a vitamina D também são importantes, pois quando insuficientes nas crianças podem fazer
com que os níveis de cálcio e fosfato caiam abaixo de um ponto crítico e pode resultar em
raquitismo. O pH é um fator importante na calcificação da matriz da cartilagem. Num pH
alcalino, o fosfato de cálcio, que é bastante insolúvel, se precipita. Inversamente, num pH ácido,
o fosfato hidrogenado de cálcio, que é mais solúvel, se precipita. Assim, a alcalinidade favorece a
calcificação, ao passo que a acidez prejudica a calcificação. Uma proteína chamada de
condrocalcina desempenha um papel na calcificação da matriz da cartilagem. Um sinal da
calcificação da matriz cartilaginosa é o crescimento ou hipertrofia que ocorre no condrócito. A
hipertrofia está associada à produção da enzima fosfatase alcalina pelo condrócito. A fosfatase
alcalina pode hidrolisar uma ampla faixa de substratos que contém fosfato orgânico; a enzima
pode causar a liberação de íons de Ca²+, bem como a de Pі do β-glicerofosfato de cálcio. A
enzima parece ser importante na elevação local do nível de íons de cálcio e fosfato,
suficientemente para que se formem cristais de cálcio. As mitocôndrias dos condrócitos podem
armazenar íons de cálcio para a liberação durante a calcificação da matriz. Os GAG sulfatados e
os proteoglicanos são capazes de fixar íons de cálcio e, desse modo participarem da calcificação;
e a proteína condrocalcina aumenta sua concentração na matriz cartilaginosa antes da
calcificação. A condrocalcina fixa Ca²+ com afinidade considerável. Quando começa a
calcificação da matriz da cartilagem, os lipídeos e o glicogênio armazenados nos condrócitos
locais são perdidos. Assim, a utilização de lipídeo e carboidrato parece ser um evento importante
na produção de um substrato adequado para a fosfatase alcalina. A calcificação da cartilagem é
uma etapa precoce importante da ossificação endocondral ou intracartilaginosa.
Para que ocorra a calcificação da matriz da cartilagem, um aumento localizado dos íons de
cálcio e fosfato é necessário. Quando fatores locais conduzem a uma elevação dos íons, aparecem
microcristais de hidroxiapatita. Uma vez que os microcristais começam a se formar, estes não
apenas continuam a crescer, mas também catalisam cristalização adicional do fosfato de cálcio.
Observou-se ao MET que na região de calcificação da matriz cartilaginosa há vesículas cercadas
por membrana na matriz, que se acredita serem formadas por brotamento a partir da superfície
dos condrócitos hipertróficos. Os cristais de hidroxiapatita se formam em íntima associação com
essas vesículas da matriz, que também são liberadas pelos osteoblastos e os odontoblastos
durante a calcificação. As vesículas da matriz parecem ser os sítios iniciais da formação de
fosfato de cálcio durante a calcificação. As vesículas da matriz isoladas contêm fosfatase alcalina
e altos níveis de ATPase. A fosfatase alcalina é uma ectoenzima da membrana da vesícula da
matriz e aparentemente atua como uma fosfato transferase sobre um substrato apropriado,
possivelmente fosfatidiletanolamina, para aumentar a concentração de Pi dentro da vesícula. A
ATPase presente nas vesículas parece ser ativa na operação de uma bomba de cálcio na
membrana da vesícula. Os condrócitos hipertróficos formam vesículas da matriz que contêm
fosfatase alcalina também em condições in vitro.
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TECIDO ÓSSEO
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TECIDO ÓSSEO
I. Definição
O osso é um tecido conjuntivo especializado, cuja matriz extracelular é calcificada,
aprisionando as células que as secretaram. Apesar de sua dureza, o tecido ósseo é dinâmico
podendo alterar a sua forma de acordo com a força a ela aplicada.
II. Funções
IV. Constituintes
V. Matriz Óssea
Classificação morfológica
Classificação macroscópica
Classificação microscópica
278
o Osso primário – caracteriza-se pela organização irregular das fibras colágenas,
sendo mecanicamente mais fraco e constitui-se numa forma imatura de tecido
ósseo.
o Osso secundário ou lamelar – caracteriza-se pelo alinhamento regular das fibras
colágenas em lâminas, sendo mecanicamente mais forte e constitui-se numa forma
madura de tecido ósseo.
Sistemas Lamelares do Osso Compacto
o Sistema lamelar circunferencial externo e interno
o Sistema de Havers (ósteons)
Canais de Havers
Canais de Volkmann
o Lamelas Intersticiais
Periósteo
Endósteo
Tendões e Ligamentos
VIII. Osteogênese
Ossificação intramembranosa (ossos chatos)
o Etapas da ossificação intramembranosa
1. Transformação das células osteoprogenitoras
2. Secreção da matriz
3. Formação de espículas
4. Confluência de espículas
5. Transformação de osso esponjoso em compacto
Ossificação Endocondral (ossos longos)
o Etapas do início da ossificação endocondral
1. Desenvolvimento do molde cartilaginoso
2. Formação do anel ósseo
3. Hipertrofia dos condrócitos
4. Calcificação da matriz
5. Erosão da matriz
6. Vascularização
Formação dos centros de ossificação
o Centro de ossificação primário
o Centro de ossificação secundário
280
TECIDO ÓSSEO
INTRODUÇÃO
O tecido ósseo é um exemplo excepcional de tecido conjuntivo especializado, constituído
para formar um tecido vivo de grande resistência e, entretanto, mínimo peso. O osso é
funcionalmente idealizado para oferecer suporte, proteção, locomoção (como alavanca e apoio
para os músculos), e atua como depositário dos tecidos hemocitopoiéticos, tanto quanto
reservatório de cálcio e fósforo.
O osso é um tecido vivo, dinâmico, sendo constantemente renovado, isto é, o osso mais
velho é reabsorvido e continuamente depositado como novo osso. Com o envelhecimento, tecido
adiposo também vai se acumulando dentro dos ossos longos, substituindo a medula vermelha que
ali existia previamente. A extrema rigidez do tecido ósseo é resultado da interação entre o
componente orgânico e o componente mineral da matriz. A nutrição das células que se localizam
dentro da matriz é feita por canais.
ORIGEM E FORMAÇÃO
Os tecidos conjuntivos como um todo são de origem mesodérmica, o tecido ósseo surge
de um molde cartilaginoso ou de uma membrana conjuntiva do corpo do animal que
gradativamente vai sofrendo ossificação até completar a substituição por tecido ósseo maduro.
Esse tecido ósseo produz uma matriz orgânica que adquire 50% de sua mineralização no início da
formação e o restante com o decorrer de sua maturação.
As células que fazem parte do tecido ósseo provem das células mesenquimatosas que dão
origem às células osteoprogenitoras. As células osteoprogenitoras assim se diferenciam formando
osteoblastos e as mesmas depois de secretarem a matriz e ficarem enclausuradas chamam-se de
osteócitos.
O osteoclasto tem origem diferente das outras células ósseas, sendo então originado dos
monócitos.
CONSTITUINTES
O tecido ósseo é formado por células e matriz mineralizadas.
Células ósseas:
Células Osteoprogenitoras: São células precursoras que se auto multiplicam, ou
diferenciam-se em células formadoras de osso. São de origem mesenquimais, encontradas
no osso e na medula óssea, e se desenvolvem em osteoclastos se novo osso estiver sendo
formado. Onde novo osso não é requerido essas células ficam quiescentes, e são
281
chamadas células que revestem a superfície óssea. Ativam-se durante uma fratura, durante
o crescimento, ou perturbações do crescimento ósseo.
Osteoblastos: células jovens com núcleo grande e claro e com prolongamentos que
formam canalículos. Derivam-se das células osteoprogenitoras. Possuem grande
quantidade de RER e Golgi, pois são responsáveis pela síntese da matriz óssea orgânica.
Regulam a maneira pela qual o osteóide se mineraliza, transformando osso primário
jovem em osso secundário adulto. Localizam-se na superfície óssea.
Osteócitos: são os osteoblastos envoltos totalmente por matriz. Ocupam lacunas de onde
partem canalículos, que nada mais são que pequenos canais ósseos preenchidos por
prolongamentos celulares que se unem a outros prolongamentos de osteócitos mais
profundos através das junções comunicantes. São responsáveis pela manutenção da matriz
orgânica (sua composição) e por não serem sintetizadores ativos de matriz, possuem
pouca quantidade de RER e Golgi, além de possuírem a cromatina condensada. Com a
idade e a redução do suprimento sanguíneo, os osteócitos podem morrer e ser substituídos
por mineral (micropetrose), tornando o osso mais quebradiço. Alternativamente, podem
ser destruídos com a remodelação óssea, através da reabsorção pelos osteoclastos.
Osteoclastos: são células móveis e gigantes com 6 a 50 núcleos. Estão localizadas nas
lacunas de Howship, depressões formadas por enzimas após digerirem o tecido ósseo,
formando os sítios de reabsorção óssea. São possivelmente originários dos monócitos
sanguíneos, fundidos pela membrana de vasos. Apresentam muitos lisossomos, pois são
responsáveis pela reabsorção do tecido ósseo para que possa ser renovado. Secretam
vários ácidos e enzimas (colagenase), que atacam a matriz e liberam Ca+2; para esta tarefa
contam ainda com receptores para calcitonina. O hormônio da paratireoide e derivados da
vitamina D estimulam a reabsorção óssea de forma indireta, uma vez que, os receptores
para estes hormônios se encontram nos osteoblastos, enquanto a calcitonina inibe
diretamente a atividade osteoclástica, ou por efeito interativo local, mediado através dos
osteoblastos.
Matriz Óssea:
Parte Inorgânica: representa cerca de 50% do peso da matriz óssea. É formada por citrato,
Mg+2, K+, Na+ e principalmente de cristais de Hidroxiapatita ao longo das fibras
colágenas. Estes cristais têm fórmula C10(PO4)6(OH)2 e possuem uma capa de hidratação
ao seu redor, formada por íons hidratados.
Parte Orgânica: 95% é colágeno do tipo I. O restante é substância fundamental amorfa,
formada por glicoproteínas e proteoglicanas (sulfato de condroitina e queratina).
ESTRUTURA ÓSSEA
Tipos:
Morfologicamente, podem ser:
o Longos
o Curtos
o Planos
Macroscopicamente, dividem-se em:
o Osso compacto (ou cortical), que não possui cavidades visíveis
282
o Osso esponjoso, com cavidades intercomunicantes.
Microscopicamente, dividem-se em:
o Primário: é caracterizado pela desorganização das fibrilas colágenas. É altamente
permeável aos raios X e são encontrados em suturas do crânio, alvéolos dentários
e pontos de inserção de tendões. Normalmente passa a ser substituído por osso
secundário.
o Secundário: a organização em lamelas é a característica marcante deste tipo de
osso, localizado principalmente nas diáfises de ossos longos de adultos. Possui o
sistema de Havers e os de circunferência interna a externa.
Na diáfise dos ossos, as lamelas ósseas se organizam num arranjo típico, constituindo os
sistemas de Havers, os circunferenciais interno e externo e os intermediários. Esses quatro
sistemas são facilmente identificáveis nos cortes transversais à diáfise,
Os canais de Havers comunicam-se entre si, com a cavidade medular e com a superfície
externa do osso, por meio de canais transversais ou oblíquos, os canais de Volkmann. Estes se
distinguem dos de Havers por não apresentarem lamelas ósseas concêntricas.
283
O revestimento das superfícies ósseas é essencial para a manutenção do tecido, pois áreas
de reabsorção óssea aparecem nos locais perderam o revestimento conjuntivo ou a camada de
osteoblastos. O periósteo é formado por tecido conjuntivo denso, muito fibroso em sua parte
externa e mais celular e vascular na porção interna, junto ao tecido ósseo.
O periósteo é unido ao tecido ósseo através das fibras de Sharpey, que são fibras
colágenas do tecido ósseo contínuas com as fibras do periósteo.
O endósteo é semelhante ao periósteo, sendo muito mais delgado. Nele não se distinguem
as duas camadas que geralmente são identificáveis no periósteo.
As principais funções do periósteo e do endósteo são nutrir o tecido ósseo, pois dos seus
vasos partem ramos que penetram nos ossos pelos canais de Volkmann, e servem de fonte de
osteoblastos para o crescimento e reparação dos ossos.
Os tendões são faixas resistentes inelásticas, mas flexíveis, que conectam determinados
músculos a diversas estruturas esqueléticas, permitindo que as forças musculares sejam exercidas
a alguma distância do corpo do próprio músculo e, em alguns casos, em uma direção diferente.
Os ligamentos são faixas densas de tecido fibroso que reforçam as cápsulas articulares e
mantêm os ossos na disposição anatômica correta. Eles são histologicamente semelhantes aos
tendões, mas possuem uma disposição menos ordenada das fibras colágenas e um conteúdo
variável de fibras elásticas.
OSTEOGÊNESE
O desenvolvimento ósseo é conhecido como ossificação ou osteogênese. Todos os ossos
são derivados do mesênquima, porém por dois diferentes processos, dependendo de que os ossos
eles irão formar:
284
estabelecimento de uma configuração de osso cortical na porção mais externa do osso
passando a apresentar uma porção fibrosa e outra mais celular (células osteoprogenitoras).
CRESCIMENTO ÓSSEO
Nos discos epifisários (são dois; um em cada epífise) os condrócitos se alinham em
colunas e representam as unidades funcionais do crescimento longitudinal do osso. São descritas
cinco camadas de células:
Zona de Repouso: Reserva de condrócitos, em transição com a cartilagem epifisária;
Zona de Proliferação: Onde os condrócitos proliferam sob ação do hormônio do
crescimento e IGF (agente mitogênico);
Zona de Maturação: Onde as células aumentam de volume e calcificam a matriz
intercelular adjacente;
Zona de Hipertrofia: Onde as células completam a mineralização da cartilagem,
preparando-se para a morte celular programada;
285
Zona de Ossificação: Capilares na metáfase trazem células osteogênicas, para depositar o
osteóide em colunas de cartilagem calcificada que serão, gradualmente, substituídas por
osso quando da remodelação.
REMODELAÇÃO ÓSSEA
Apesar de sua resistência as pressões e da sua dureza, o tecido ósseo é muito plástico
sendo capaz de remodelar sua estrutura interna em resposta a modificações nas forças a que está
submetido normalmente. Assim é que a posição dos dentes na arcada dentária pode ser
modificada por pressões laterais exercidas por aparelhos ortodônticos sobre os mesmos. Ocorrem
reabsorções ósseas no lado em que a pressão atua e deposição no lado aposto, que está sujeito a
uma tração. Desse modo, o dente praticamente caminha na espessura do maxilar, à medida que o
osso alveolar é remodelado. Essa capacidade de reconstrução não é exclusiva do osso alveolar,
sendo este apenas um exemplo da plasticidade do tecido ósseo, o que contrasta com a aparência
inerte de um osso seco.
A síntese ou formação da matriz pode ser estimulada por ação hormonal, com predomínio
de atuação para o hormônio de crescimento, o estrogênio e os hormônios tireoidianos. Outros
dois fatores importantes para a atividade sintética são uma dieta balanceada, que garanta a oferta
de cálcio e vitamina D, e um programa adequado de atividades físicas.
A reabsorção óssea envolve a atividade osteoclástica e também pode ser influenciada por
diversos fatores, tais como, baixo nível de cálcio na circulação, elevação de paratormônio
(hormônio produzido pelas glândulas paratireoides) e vida sedentária.
Como se pode constatar, a atividade metabólica dos ossos é complexa e exibe múltiplas
esferas de influência. Num processo de remodelação óssea normal, o fenômeno reabsortivo
mostra-se sempre em equilíbrio com o fenômeno de formação, o que conduz a um
desenvolvimento controlado por contínua renovação. Na infância e no início da adolescência, a
286
taxa de remodelação é elevada e com predomínio de atividade formadora. Tal circunstância
reflete-se tanto no ganho ponderal de massa óssea corpórea quanto no ganho de densidade. Na
idade adulta o crescimento ósseo cessa, mas mantém-se o processo de remodelação já
caracterizado. O avanço da idade implica frequentemente numa perda normal de massa óssea
dentro de uma faixa esperada. Tal perda reflete, em geral, um decréscimo do processo metabólico
do organismo ao longo do avançar da idade.
Numa primeira fase, os restos celulares e os coágulos sanguíneos são removidos pela ação de
macrófagos. A seguir, células do periósteo, do endósteo e do tecido mieloide (medula óssea)
diferenciam-se em células osteoprogenitoras e osteoblastos que passam a secretar o osteóide.
Após a calcificação forma-se o calo ósseo que une ou consolida os fragmentos originados pela
lesão. O tecido ósseo do calo é primário.
Por esse processo, o osso acaba adquirindo a forma que possui o adulto, além de poder
modificá-la constantemente durante a vida, principalmente devido a tensões mecânicas a que está
submetido.
Esta remodelação, para fazer frente às novas situações mecânicas, foi denominada lei de
Wolff.
HISTOFISIOLOGIA ÓSSEA
O esqueleto contém 99% do cálcio do organismo e funciona como uma reserva desse
elemento, cuja taxa no sangue (calcemia) e nos tecidos varia muito pouco. O íon cálcio é
importante para o funcionamento de diversos sistemas enzimáticos, inclusive os responsáveis
pela contração muscular e pela transmissão do impulso nervoso. No meio extracelular, o cálcio é
287
essencial para diversas funções, como a coagulação do sangue, a adesão celular e a respostas do
músculo ao estimulo nervoso.
Já que a taxa de cálcio deve ser mantida normal nos tecidos e no sangue, a carência
alimentar desse mineral causa descalcificação dos ossos, que se tornam mais permeáveis aos
raios x e predispostos a fraturas. A descalcificação óssea pode também ser devida a uma
produção excessiva de paratormônio (hiperparatireoidismo), o que provoca intensa reabsorção
óssea, aumento da taxa de cálcio no sangue e deposição anormal desse elemento em vários
órgãos, principalmente nos rins e nas paredes das artérias.
A taxa normal de cálcio no sangue é de 10 mg por 100 ml. A destruição das paratireoides
faz essa taxa baixar para 7 mg por 100 ml, indicando que a transferência iônica consegue manter
a calcemia nesse valor (7 mg/100 ml). Mas os dois mecanismos de mobilização do cálcio são
essenciais para o funcionamento normal dos órgãos, pois a remoção das paratireoides causa
também contrações espasmódicas dos músculos esqueléticos (tetânia), em consequência da
hipocalcemia. Injeções de cálcio ou de paratormônio fazem cessar essas contrações.
A falta de proteínas na dieta acarreta uma deficiência dos aminoácidos necessários para a
síntese de colágeno pelos osteoblastos, enquanto a deficiência de cálcio leva a uma calcificação
incompleta da matriz orgânica produzida. A deficiência de cálcio pode ser devida à carência
desse mineral nos alimentos ou à falta de vitamina D, que promove a absorção intestinal do
mesmo. A vitamina D atua sobre o DNA nuclear das células de revestimento do intestino
288
delgado, induzindo à produção do RNA mensageiro, responsável pela codificação da proteína
transportadora de cálcio através da membrana celular.
Outra vitamina que influencia diretamente o tecido ósseo é o ácido ascórbico ou vitamina
C, cuja deficiência dificulta a síntese de colágeno por todas as células do organismo produtoras
dessa proteína, inclusive os osteoblastos, e acarreta uma diminuição no crescimento dos ossos. A
consolidação das fraturas é prejudicada pela deficiência de vitamina C.
290
TECIDO ADIPOSO
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TECIDO ADIPOSO
I. Definição
Tecido conjuntivo de propriedades especiais, caracterizado pela predominância de células
adiposas (adipócitos). De maneira geral, essas células podem ser encontradas isoladas ou
pequenos grupos no tecido conjuntivo comum.
307
o Características histológicas (arranjo epitelioide)
o Intensa vascularização
o Inervação simpática (celular)
o Histofisiologia
Lipólise estimulada pela noradrenalina
Oxidação de ácidos graxos
Produção de calor (Termogenina)
o Histogênese
Células mesenquimatosas
Assumem características epitelioides
Tecido assemelha-se a uma glândula endócrina
Acúmulo posterior de gordura intracelular
308
TECIDO ADIPOSO
INTRODUÇÃO
O Tecido adiposo encontrado em todos os mamíferos é comumente denominado gordura.
Tal tecido é constituído por uma associação frouxa de células cheias de lipídios chamadas
adipócitos, com células associadas do estroma vascularizado presas em uma matriz de fibras
colágenas e reticulares, apresentando pouca substância intersticial (intercelular).
Uma das grandes importâncias do tecido adiposo advém de seu acúmulo de triglicerídeos
ou gorduras, pois os mesmos servem como uma forma eficiente de armazenamento de calorias
nutricionais, já que fornecem 9,3kcal/g contra 4,1kcal/g fornecidas pelo glicogênio, sendo então
uma das maiores reservas energéticas do organismo a ser utilizada entre refeições.
Além do papel energético, o tecido adiposo tem outras funções. Localizando-se embaixo
da pele, modela a superfície, sendo em parte responsável pelas diferenças de contorno entre o
corpo feminino e masculino. Aproximadamente 15% do peso corporal de um adulto normal do
sexo masculino corresponde a tecido adiposo branco e aproximadamente 22% do peso corporal
corresponde à gordura no sexo feminino. Forma também coxins absorventes de choques,
principalmente na planta dos pés e na palma das mãos.
Como as gorduras são más condutoras de calor, o tecido adiposo contribui para o
isolamento térmico do organismo. Preenchendo os espaços entre outros tecidos, auxiliando a
manter certos órgãos em suas posições normais.
309
Modeladora: Em sua localização embaixo da pele, modela a superfície, sendo em parte
responsável pelas diferenças de contorno entre o corpo da mulher e do homem. Sendo o
acúmulo de gordura devido a fatores genéticos e hormonais.
Formação de coxins: Nos coxins dos pés e nas almofadas digitais, o tecido adiposo está
associado a feixes de fibras colágenas e elásticas. Esta combinação de fibras e células
adiposas permite que o tecido adiposo reaja como uma almofada amortecedora e ao
mesmo tempo, as células são protegidas pela grande resistência das fibras colágenas à
tensão. Após a degeneração, as fibras elásticas permitem que as células adiposas voltem
ao formato normal.
Isolamento térmico: Esta propriedade reside no fato das gorduras serem más condutoras
de calor, sendo assim, o tecido adiposo contribui para o isolamento térmico do organismo.
Preenchimento dos espaços: O tecido adiposo é uma variedade especial de tecido
conjuntivo, pois, desempenha função de preenchimento de espaços entre outros tecidos,
auxiliando a manter certos órgãos em suas posições normais (estática dos órgãos).
Produção de calor: Esta propriedade é característica do tecido adiposo multilocular,
tendo papel importante nos mamíferos que hibernam. Na espécie humana, a quantidade
deste tecido só é significativa no recém-nascido, com junção auxiliar na termorregulação.
Quando ocorre estimulação e emissão de noradrenalina pelo Simpático, ocorre oxidação
dos triglicerídeos com liberação de ácidos graxos e glicerol. A oxidação dos ácidos graxos
produz calor e não ATP, como dos tecidos em geral, porque as mitocôndrias do tecido
multilocular apresentam, nas suas membranas internas, uma proteína transmembrana
chamada termogenina. Esta proteína permite a volta para a matriz mitocondrial dos
prótons transportados para o espaço intermembranoso, sem que eles passem pelo sistema
de ATPsintetase existente nos corpúsculos elementares das mitocôndrias. Em
consequência, a energia gerada pelo fluxo de prótons não é usada para sintetizar ATP,
sendo dissipada como calor. O calor aquece o sangue contido na extensa rede capilar
presente no tecido multilocular e é distribuído para todo o corpo, aquecendo os diversos
órgãos. No homem, a função deste tecido está restrita aos primeiros meses de vida pós-
natal. Durante esse tempo, o tecido adiposo multilocular produz calor, protegendo o
recém-nascido contra o frio excessivo.
Retenção de líquido: O importante papel que o tecido adiposo pode interpretar na
economia hídrica de um organismo é demonstrado espetacularmente pelas gibas do
camelo e dromedário, nos quais o citoplasma da célula adiposa é um local de
armazenamento de água. A capacidade das células adiposas de absorver água é preservada
durante certo tempo após a morte do organismo, um fenômeno mais óbvio nos animais
recém-abatidos, nos quais a lavagem frequente produz uma aparência edematosa do
tecido adiposo superficial.
310
Tecido adiposo multilocular ou pardo, onde o acúmulo lipídico celular ocorre em várias
pequenas vesículas. Esse tecido tem sua principal atuação e presença em neonatos e
animais hibernantes.
Morfologia
As células adiposas uniloculares são grandes, medindo em geral mais de 100 micrômetros
(a depender de seu acúmulo lipídico). Quando isoladas estas células apresentam-se esféricas,
tornando-se poliédricas no tecido adiposo pela compressão recíproca.
Ao nível da microscopia óptica, o citoplasma apresenta-se como uma fina faixa rodeando
a grande gotícula de lipídeo virtual, já que esta é removida pelo álcool e pelo xilol usados na
técnica histológica de rotina para fixação de tecidos. As organelas citoplasmáticas são difíceis de
se evidenciar, porém as mitocôndrias podem ser demonstradas pelo uso de corantes vitais, como
o verde janus. As mitocôndrias geralmente se localizam na parte mais espessa da margem
citoplasmática, próxima ao núcleo. Este se apresenta achatado de encontro à membrana
plasmática devido à presença de grande inclusão lipídica central.
Em microscopia eletrônica foi observado que cada adipócito possui estruturas colagenosas
extracelulares, assim como está envolvido por uma lâmina basal. Estudos mais recentes, feitos a
partir dos padrões atuais de material bem fixado, demonstraram que as células adiposas fixadas
adequadamente apresentavam membranas celulares normais: Complexos de Golgi, retículo
endoplasmáticos, membrana basal e mitocôndrias pleomórficas. Todas as organelas intracelulares
são encontradas no halo do citoplasma do adipócito.
Inervação e Vascularização
O tecido unilocular apresenta septos de conjuntivo que contém vasos e nervos. A vascularização
do tecido adiposo é muito abundante quando se considera a pequena quantidade de citoplasma
funcionalmente, o que facilita o transporte das substâncias entre o sangue e os adipócitos.
311
A relação volume do capilar sanguíneo/volume do citoplasma é maior no tecido adiposo
do que no músculo estriado. Embora o tecido adiposo branco seja considerado um tecido mal
vascularizado; na realidade cada adipócito está em contato com pelo menos um capilar. O
suprimento sanguíneo é suficiente para manter um metabolismo bastante ativo no delgado halo
do citoplasma que circunda a grande inclusão lipídica. Além disso, o fluxo sanguíneo do tecido
foi medido e demonstrou variar com o estado nutricional e peso corporal do animal. Por exemplo,
o fluxo sanguíneo por grama de tecido aumenta durante o jejum em ratos, cães e seres humanos.
A explicação para tal fato, em vista da ausência de inervação direta do adipócito, é que a
lipólise estimulada adrenergicamente resulte da liberação de noradrenalina (NA) a partir dos
plexos perivasculares e seja transportada através do plasma para os receptores de membrana dos
adipócitos. Uma vez que o adipócito em si não é inervado, os estudos feitos sobre os efeitos de
agonistas e antagonistas autônomos sobre a liberação de ácidos graxos não-esterificados (AGNE)
a partir do tecido adiposo branco deveriam ser reexaminados. Os estudos que demonstram que a
NA aumenta a velocidade de liberação dos AGNE e que os antagonistas adrenérgicos inibem a
lipólise estimulada pela catecolamina levou à proposição de que a lipólise está, em parte, sob
controle simpático direto. A interpretação mais razoável, com bases morfológicas, é que há uma
interação direta entre as substâncias e os receptores ao nível da membrana plasmática do
adipócito responsável por esses efeitos. O fato de as catecolaminas atuarem “in vitro”
estimulando a lipólise de acordo com essa interpretação.
312
tecido adiposo pardo. Os complexos de Golgi são abundantes, porém existem poucos Retículos
endoplasmáticos rugosos e depósitos de glicogênio.
O tecido multilocular é também chamado de tecido adiposo pardo, por sua cor
característica. Essa cor é devida à vascularização abundante e às numerosas mitocôndrias
presentes em suas células. Ao contrário do tecido unilocular, que é encontrado por quase todo o
corpo, o tecido pardo é de distribuição mais limitada, localizando-se em áreas determinadas.
Inervação e Vascularização
O tecido adiposo pardo difere do branco pelo fato de que os adipócitos são diretamente
inervados por neurônios simpáticos adrenérgicos, assim como os vasos sanguíneos com os quais
o tecido pardo é altamente suprido. Estes neurônios com fibras amielínicas contém vários
microtúbulos, um filamento central e algumas mitocôndrias pequenas. Além disso, seus axônios
mielínicos estão intimamente ligados aos adipócitos, geralmente circundados por invaginações da
membrana plasmática do adipócito.
Em geral esses axônios terminais contém vesículas sinápticas. Foi proposto que estas
terminações sinápticas sobre as membranas dos adipócitos sejam o local de liberação de
catecolaminas. Provavelmente são os neurônios adrenérgicos curtos que produzem a resposta
termogênica rápida do tecido adiposo pardo ao frio.
313
CRESCIMENTO PÓS-NATAL DO TECIDO ADIPOSO
Está bem estabelecido que o tamanho do tecido adiposo é função tanto do número quanto
do tamanho dos adipócitos. Durante o crescimento do tecido, existem fases bem definidas que
são caracterizadas por alterações no número de adipócitos e que ocorrem, basicamente, pela
atividade mitótica presente nas células precursoras, isto é, crescimento hiperplásico ou alterações
no tamanho dos adipócitos que ocorre primariamente por acúmulo intracelular de lipídeo, isto é,
crescimento hipertrófico. Dependendo das espécies o crescimento pós-natal imediato dá-se
principalmente por hiperplasia, o pré-puberal por hiperplasia e hipertrofia, e o adulto senescente
com tendência à hipertrofia.
A principal condição patológica do tecido adiposo, a obesidade, também pode ser descrita
com base nas alterações da celularidade, critério que preside a classificação da obesidade.
Usualmente classifica-se a obesidade em hiperplásica-hipertrófica e hipertrófica. Foi sugerido
que o tipo hiperplasia-hipertrófico ocorre primariamente nas obesidades de início precoce. A
hiperplasia dos adipócitos nos adultos pode estar associada a supernutrição ou, pelo menos, a
padrões hereditários em indivíduos geneticamente obesos. Recentemente foram estabelecidas
relações entre obesidade e produção com emissão de leptina pelo adipócito. A leptina seria um
fator controlador de acúmulo de lipídios no adipócito.
Assim, embora permaneça por se demonstrar que essas células obtidas em cultura
possuem todas as propriedades enzimáticas e hormonais encontráveis em um pré-adipócito, elas
são distintamente diferentes dos fibroblastos da pele humana.
314
Uma vez que células semelhantes também eram positivas para o glicogênio, sugeriram
que estas células fossem precursoras de células que posteriormente se tornavam osmofílicas e,
ainda mais tarde, assumiam o aspecto de adipócitos maduros. Foi demonstrado que o acúmulo de
glicogênio precede o depósito de gordura em ratos mal nutridos e bem nutridos e que,
provavelmente, ocorre no desenvolvimento e diferenciação normais do tecido adiposo. Não
obstante, ainda não existem marcadores morfológicos ou citoquímicos precisos que possam ser
usados para diferenciar as células semelhantes a fibroblastos, das que não se diferenciarão em
adipócitos. Existe controvérsia entre os investigadores sobre a relação entre o tecido adiposo
pardo e o tecido adiposo branco. Durante o desenvolvimento normal dos adipócitos, as células
são multiloculares antes de haver a coalescência das várias inclusões lipídicas pequenas,
formando uma única gotícula volumosa de triglicerídeo.
Os triglicerídeos são então liberados pelas células epiteliais intestinais para o espaço
intercelular onde eventualmente são transportadas pelos vasos linfáticos. Agora sendo chamados
quilomícrons (triglicerídeos, fosfolipídeos e colesterol numa solução proteica) circulam pelos
vasos linfáticos aonde chegarão na circulação sanguínea, de onde serão distribuídos através da
circulação; ao chegarem próximo ao adipócito, os capilares do tecido possuem uma enzima, a
lípase lipoprotéica, que libera os ácidos graxos, sendo então captados para dentro dos adipócitos e
combinados com o glicerol endógeno para serem também sintetizados nessas células a partir da
glicose e dos aminoácidos captados do sangue pelas células. A lípase dentro do adipócito pode
hidrolisar os triglicerídeos na superfície da gotícula lipídica e os ácidos graxos formados desta
maneira são liberados dentro do sistema circulatório.
315
Supõe-se que a progressão de uma célula multilocular para unilocular esteja associada ao
processo normal de lipogênese e de desenvolvimento.
316
Embora as correlações morfológicas com as alterações na citofisiologia do adipócito até
hoje relatadas sejam escassez, existem várias descrições que relacionam os locais de ligação
hormonal ao plasmalema do adipócito. Tanto a lipólise quanto a lipogênese são reguladas por
hormônios, supondo-se que ambos os hormônios, lipolíticos e antilipolíticos iniciem suas ações
ligando-se inicialmente, à membrana plasmática do adipócito. As proteínas receptoras específicas
dos hormônios existentes na membrana plasmática do adipócito ligam-se ao hormônio. A ligação
é seguida de ativação ou inibição do sistema adenilciclase na membrana. A ativação da
adenilciclase resulta no aumento da concentração intracelular de adenosina 3’,5’ -monofosfato
cíclico (AMP cíclico), que regula a ação intracelular do hormônio, de acordo com a lipólise do
“segundo mensageiro”.
Foi feito um estudo quantitativo das alterações que ocorrem na membrana plasmática do
adipócito sob a influência de um estímulo lipogênico (insulina) ou de um estímulo lipolítico
(glucagon ou epinefrina) usando a técnica de congelamento-fragmentação. Carpentier, Perrelet e
Orci (1976) relataram que o número de partículas intramembranosas observadas nas áreas
pigmentadas da membrana plasmática aumentava nas membranas dos adipócitos brancos que
haviam sido incubados com glucagon e epinefrina.
317
adenilciclase, através dos receptores adrenérgicos existentes nas membranas celulares do tecido
adiposo pardo.
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O SANGUE
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O SANGUE
I. Definição
É um tecido constituído por diversas células suspensas em um meio líquido denominado
plasma.
II. Constituintes
Matriz
Glóbulos sanguíneos
Soro
III. Funções
IV. Plasma
Composição:
H2O – 90%
Substâncias dissolvidas e sólidas – 10%
o Íons inorgânicos (Na+, K+, Cl-, HCO3-, Ca++)
o Substâncias Orgânicas (proteínas, glicerol, Ácidos. Graxos, aminoácidos)
o Hormônios, enzimas, pigmentos, vitaminas e gases dissolvidos.
V. Eritrócitos
Forma
Transporte de gases
o Oxiemoglobina
o Carboxiemoglobina
Constituintes – hemoglobina
343
VI. Plaquetas
Origem
Forma
Constituintes
o Cromômero
o Hialômero
Função
o Hemostasia
o Vasoconstricção
Coagulação:
o Agregação primária
o Agregação secundária
o Coagulação do sangue
o Retração do coágulo
o Remoção do coágulo
a) Neutrófilo
Número/mm³ = 3500-7000
% de GB = 60 – 70%
Núcleo = 2 – 5 lobos
Hipersegmentado = células envelhecidas pouca síntese proteica
RER Mitocôndria C Golgi
Grânulos Azurófilos:
o Maiores do que os grânulos específicos
o Encontrados em neutrófilos não maduros
o São lisossomos
o Composição química:
Enzimas lisossômicas
Peroxidase
Proteínas básicas
Glicosaminaglicana sulfatada
344
Grânulos Específicos:
o Composição química:
Fosfatase alcalina
Colagenase
Lactoferrina
Lisozima
Fosfolipase A2
o Função 1ª linha de defesa + macrófagos
responsável pela fagocitose de partículas estranhas
o Localização
Armazenado na medula óssea
Circulante
Substâncias Quimiotáticas:
o Toxinas de bactérias
o Produto de degradação do tecido
o Produto de reação da coagulação plasmática
b) Eosinófilos
Grânulos Específicos:
o Enzimas:
Fosfatase ácida
Peroxidase
Betaglicuronidase
Aril sulfatase (SRS – A)
Ribonuclease
Desoxiribonuclease
Histaminase (histamina)
o Função:
Fagocitose seletiva (complexo Ag – Ac)
Limita e circunscreve o processo inflamatório
Atraídos por subst. quimiotáticas produzidas pelos mastócitos e basófilos
Fagócitos fracos
Baixo poder de destruição de microrganismos
Destruição de parasitas
Enzimas hidrolíticas dos seus grânulos
Forma de oxigênio reativo
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Eosinofilia = do número de eosinófilos
Doenças alérgicas
Dermatopatias parasitárias
Infecções parasitárias
c) Basófilo
Número/mm³ = 50 – 100
% de GB = <1%
Núcleo em forma de S
Característica = apresenta grânulos que obscurecem o núcleo
Grânulos:
o Composição química:
Heparina
Histamina
Bradicinina
Serotonina
Fatore quimiotáticos para eosinófilos
SRS – A ou Leucotrienos
a. Plasmócitos
b. Linfócitos
c. Monócitos
a) Plasmócito
Encontrados no TC e circulante
Células ovoides
Núcleo periférico
Citoplasma = RER CG Ribossomos livres
Função
o Produção de imunoglobulinas
o Formação do complexo Ag – Ac
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b) Monócito
c) Linfócitos
Localização
o Linfonodos
o Tecidos linfoides
Baço
Timo
Medula óssea
347
Imunidade Celular
TIMO Antígeno
Linfócito T Linfócito T
Ativado
CÉLULA TRONCO LINFONODO
HEMATOPOIÉTICA
Linfócito B Anticorpo
FÍGADO Antígeno
MEDULA ÓSSEA
Imunidade Humoral
Antígeno Linfócito B se divide Diferencia em
plasmócito produção de anticorpos.
348
O SANGUE
INTRODUÇÃO
O sangue é um tecido constituído por diversas células suspensas em um meio líquido
denominado plasma. Ele está contido num compartimento fechado, o aparelho circulatório, que o
mantém em movimento regular e unidirecional devido essencialmente às contrações rítmicas do
coração.
A ORIGEM DO SANGUE
Nas três primeiras semanas de gestação, o embrião humano apresenta-se ao lado de uma
espécie de bolsa de grandes dimensões, o chamado saco vitelino. Nos vertebrados ovíparos, cujo
embrião se forma e se desenvolve dentro de ovos, essa bolsa tem importância fundamental.
Funciona como um enorme reservatório de material nutritivo. Para os pássaros, répteis e anfíbios,
esse estoque de alimentos é essencial, pois estes não recebem nutrição pelo sangue materno,
como acontece com os mamíferos. O saco vitelino, nesses animais ovíparos, corresponde a maior
parte da gema do ovo.
349
É no saco vitelino que se inicia a formação dos vasos sanguíneos e dos glóbulos
vermelhos do embrião. Pouco a pouco, podem ser observadas na parede externa do saco vitelino
pequenas massas celulares, formando aglomerados, dando origem a pequenas ilhotas sanguíneas,
as chamadas ilhotas de Wolff.
As células que delimitam o contorno das ilhotas vão originar as paredes dos primeiros
vasos sanguíneos, gradualmente o interior dessas ilhotas vai ficando vazio, e as células mais
internas transformam-se em glóbulos vermelhos primitivos (megaloblastos), são de origem
extraembrionária. Daí por diante quem se encarrega de fabricar novos glóbulos vermelhos para o
transporte da nutrição do organismo embrionário são as células que existem no interior dos vasos
recém-formados (células reticulares).
A PRODUÇÃO INDEPENDENTE
O saco vitelino deixa de ter qualquer função para a vida embrionária e começa a involuir,
e as células sanguíneas passam a ser produzidas no interior do próprio organismo. É no
mesoderma onde são produzidos novos vasos e glóbulos sanguíneos.
Durante o resto da vida fetal, os glóbulos vermelhos serão fabricados fora dos vasos. Após
o terceiro mês de vida fetal a formação do sangue se processa no fígado e baço, e é chamada fase
hepática de hematopoese (fabricação de sangue) fetal. Na metade da vida fetal a medula óssea
começa a desempenhar o papel de estrutura produtora de sangue. Tem início a fase mieloide (de
myelos, medula) de produção do sangue que continua até a vide extrauterina.
Em casos especiais que o organismo exige maior quantidade de sangue, o fígado e o baço.
Podem retornar a atividade de formadores de sangue. O mesmo pode ocorrer no caso de
distribuição extensa da medula óssea, por irradiação intensa, tumores ou depressão por drogas
tóxicas.
DISTRIBUIÇÃO
Setenta por cento do corpo humano é constituído por água, o sangue é o principal fator na
distribuição desta. A troca de água e sangue para os tecidos é feita por osmose. O sangue regula o
teor de acidez das células, controlando substâncias químicas simples que elas contêm, tais como
sais, bicarbonato, amônia e outras. Por meio dessas funções, o sangue mantém constantes as
350
condições internas do corpo, e por isso a medicina se serve da circulação para controlar
artificialmente várias alterações orgânicas, administrando drogas especiais com solução aquosa
de cloreto de sódio (soro fisiológico), e outras que são injetadas na corrente sanguínea para
equilibrar o meio orgânico alterado.
DEFESA
O sangue ganha importância especial na defesa da integridade do organismo. Estão
concentrados no sangue os principais meios de defesa contra o ataque de agentes externos. Os
leucócitos ou glóbulos brancos são os agentes sanitários do corpo. Moléculas especiais formadas
nos leucócitos são os anticorpos, no momento que surge um ataque, a fim de imunizar o
organismo contra a invasão dos agentes estranhos, sobretudo microrganismos patogênicos.
Também participa do controle da temperatura do corpo, eliminando o calor excessivo através de
um “desvio” do sangue aquecido às regiões mais superficiais, próximas à pele, onde o calor é
eliminado pela irradiação calorífica direta, através da pele e da transpiração. É uma variação do
tecido conjuntivo, é o único tecido líquido do corpo.
PLASMA
É a matriz transparente e fluida do sangue. É formado por 90% de água e 10% de
substâncias dissolvidas como sódio, cloro, fósforo, potássio, magnésio, cálcio, proteínas e outros.
As proteínas principais são as albuminas (sendo as mais abundantes e, desempenhando papel
fundamental na manutenção da pressão osmótica), as globulinas (relacionadas com a formação de
anticorpos e o fibrinogênio, fundamental no processo de coagulação), alfa, beta e
gamaglobulinas; além do fibrinogênio (necessário para produção de fibrina, na etapa final da
coagulação do sangue).
Dissolvidos no plasma também existem alguns gases como oxigênio, gás carbônico,
nitrogênio. Ureia, ácido úrico, creatina, glicose, gorduras e colesterol também são encontrados.
Uma das funções do plasma é a de seus componentes proteicos que auxiliam na manutenção da
pressão osmótica intravascular, no mecanismo de coagulação e na proteção do corpo pelos
anticorpos humorais (imunoglobulinas). É a fonte imediata de proteínas quando as proteínas
teciduais estão esgotadas.
Eritrócitos
São chamados também de células vermelhas do sangue, glóbulos vermelhos e hemácias.
Existem em maior quantidade no sangue. Estão altamente adaptados para sua função principal de
transporte de oxigênio e dióxido de carbono. Durante a diferenciação, são sintetizadas grandes
quantidades do pigmento respiratório contendo ferro, a hemoglobina. Antes da liberação para a
circulação geral, o núcleo do eritrócito é expulso, e por maturação, todas as organelas
351
citoplasmáticas degeneram. O eritrócito completamente diferenciado consiste então apenas em
uma membrana plasmática envolvendo a hemoglobina e contendo um número limitado de
enzimas necessárias à manutenção de integridade da membrana plasmática e às funções de
transporte de gases. A ligação, transporte e fornecimento do oxigênio pela hemoglobina não
dependem do metabolismo dos eritrócitos.
352
heme é recuperado e reciclado para nova síntese de hemoglobina ou armazenado no fígado. Outra
fração é convertida no pigmento amarelo bilirrubina, que é processado no fígado e secretado na
bile.
Leucócitos
São incolores, de forma esférica quando em suspensão no sangue, implicados nas defesas
celulares e imunocelulares do organismo. Constantemente os leucócitos deixam os capilares por
diapedese, passando entre as células endoteliais, para penetrar no tecido conjuntivo. O número de
leucócitos por milímetro cúbico de sangue no adulto é de 6.000 a 10.000. Chama-se leucocitose o
aumento e leucopenia a diminuição de leucócitos no sangue.
Granulócitos: São células brancas do sangue ou glóbulos brancos ou ainda leucócitos com
grânulos específicos e núcleos segmentados, irregulares e lobulados. São células protetoras que
agem no interior do leito vascular. Atacam e destroem bactérias, vírus e outros micróbios.
Produzem anticorpos, a histamina (que apareça nas reações alérgicas) e a heparina
(anticoagulantes), etc. De acordo com a afinidade tintorial de seus grânulos citoplasmáticos,
distinguem-se três tipos de granulócitos: neutrófilos, eosinófilo e basófilos.
353
O processo realizado pelos neutrófilos é mediado por fatores quimiotáticos
(quimiotoxinas) liberados do tecido lesado e gerados pela interação de anticorpos com
antígenos na superfície dos microrganismos. O revestimento de organismos com
anticorpos e complemento aumenta muito a atividade fagocitária dos neutrófilos, sendo o
fenômeno conhecido como opsonização. Os organismos que não geram quimiotaxia ou
tornam-se opsonizados são relativamente resistentes à fagocitose por neutrófilos e,
portanto são altamente patogênicos.
Agranulócitos: São glóbulos brancos. Possuem forma mais regular e o citoplasma não possui
granulações especificas, podendo porém, apresentar grânulos azurófilos inespecíficos, presentes
também em outros tipos celulares. São esféricos. Há dois tipos de agranulócitos: os linfócitos e os
monócitos.
354
O tempo de vida do linfócito varia de horas a anos. Acredita-se que os linfócitos B e
T de longa vida sejam células de memória.
355
Sumário dos tipos de linfócitos e suas funções
PLAQUETAS
São pequenos discos protoplasmáticos, anucleados, arredondadas ou ovais. Não são
células, mas fragmentos citoplasmáticos do megacariócito, que são células especiais da medula
óssea. Promovem a coagulação do sangue auxiliando a reparação da parede dos vasos sanguíneos
e evitando a hemorragia. Possui serotonina que são mediadores da vasoconstrição. Ligando-se à
bactérias, atuam como oponinas, auxiliando a fagocitose. As plaquetas dos mamíferos são
chamadas de trombócitos. Normalmente, existem de 200.000 a 400.000 plaquetas por milímetro
cúbico de sangue. Esses corpúsculos vivem aproximadamente 10 dias.
356
Quando um vaso sanguíneo sofre lesão em sua parede, inicia-se um processo denominado
hemostasia, que visa impedir a perda do sangue. A hemostasia é um fenômeno complexo que
envolve a musculatura lisa do vaso lesado, as plaquetas e diversos fatores do plasma sanguíneo,
que promovem a coagulação do sangue. A contração do músculo liso é estimulada pela
serotonina liberada pelas plaquetas.
HEMOSTASIA
É um processo no qual uma série complexa de interações desencadeiam na interrupção da
perda de sangue após a injúria vascular.
Resposta vascular – A vasoconstrição que ocorre após a ruptura ou secção de um vaso,
pode ser por vários fatores. Os compostos vasoconstritores podem manter a
vasoconstrição por 20 a 60 minutos depois da injúria. Isto reduz a perda de sangue e
facilita o acúmulo de plaquetas. As células lesadas liberam difosfato de adenosina (ADP),
o que facilita a agregação das plaquetas.
Função plaquetária – As plaquetas que se agregam na lesão se transformam em estruturas
viscosas e com pseudópodes que se estendem para o interior da lesão. A agregação
provoca uma reação secretora, onde as plaquetas secretam produtos armazenados, como
ADP, serotonina, histamina, etc. O processo reversível de formação do tampão
plaquetário cessa a perda de sangue da lesão.
COAGULAÇÃO
É uma série complexa de interações onde o sangue perde suas características de fluido,
convertendo em massa semissólida. Ocorre em três estágios:
1. Formação de um fator que converte a protrombina;
2. Conversão da protrombina em trombina pelo fator de conversão da protrombina;
3. Indução da formação de fibrina pela trombina, a partir de fibrinogênio.
Correlações funcionais
357
O fígado é essencial para os mecanismos normais de coagulação. A coagulação adequada
depende dos hepatócitos. A função exócrina dos hepatócitos é essencial para a coagulação
normal. A regulação da coagulação é para prevenir o efeito da retroalimentação positiva, Os
anticoagulantes mais importantes são os que removem a trombina.
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HEMOCITOPOIESE
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HEMOCITOPOIESE
As células do sangue têm uma vida breve e estão sempre sendo renovadas pela
proliferação mitótica de células localizadas nos órgãos Hemocitopoiéticos.
Tipos de Células
Células Fonte - Originam células filhas que seguem dois destinos: umas continuam
sendo células fonte e outras se diferenciam.
Células Fonte Pluripotentes - Todas as células do sangue derivam de um único tipo
celular da medula óssea.
Células Progenitoras e Células Precursoras - A proliferação das células fonte
pluripotentes origina células filhas com potencialidade menor. Estas células filhas são
as progenitoras uni ou bipotentes que produzem as células precursoras (blastos).
376
Principais Estimuladores de Colônias Hemocitopoiéticas
Fator Estimulador Célula Produtora Atividade Biológica
Macrófago Formação de granulócitos
Granulócito G-CSF Endotélio Metabolismos de granulócitos
Fibroblasto Células leucêmicas
Granulócito + Macrófago Linfócito T Formação de granulócitos e
GM-CSF macrófagos
Macrófago Formação de Macrófagos
Macrófago M-CSF Endotélio Combate a células cancerosas
Fibroblasto
Interleucina 3 (IL 3) Linfócito T Células mieloides
Eritropoetina Córtex renal Produção de hemácias
377
Etapas da Maturação dos Eritrócitos:
Diminuição do volume celular
Condensação de cromatina e desaparecimento do nucléolo
Expulsão do núcleo
Diminuição dos polirribossomos
Aumento de hemoglobina
Diminuição das mitocôndrias
Eritron
Tem como função suprir o meio interno com o oxigênio necessário ao metabolismo dos
tecidos. Além disso, participa do transporte de CO2, gás que também é transportado em solução
no plasma.
O metamielócito caracteriza-se por possuir núcleo com chanfradura profunda, que indica
o início do processo de formação de dos lóbulos.
COMPARTIMENTOS ANATOMO-FUNCIONAIS:
A cinética dos neutrófilos é mais bem conhecida do que a dos outros granulócitos,
principalmente porque são mais numerosos no sangue. Durante esse processo de maturação os
neutrófilos passam por diversos compartimentos.
1) Compartimento medular de formação
2) Compartimento medular de reserva
3) Compartimento circulante
4) Compartimento de marginação
378
Maturação dos Linfócitos e Monócitos
Os linfócitos originam-se nos órgãos linfoides, a partir de células trazidas da medula óssea
pelo sangue.
Linfoblasto é a maior célula da série linfocítica. Tem forma esférica, com citoplasma
basófilo e sem granulações azurófilas.
Prolinfócitos é menor do que a célula anterior; tem o citoplasma basófilo, podendo conter
granulações azurófilas.
A hemocitopoese intrauterina passa por três períodos mal definidos, que são:
1) Período primordial ou pré-hepático (eritropoese megaloblástica).
2) Período hepatoesplênico- tímico
3) Período medular-linfoide ou definitivo
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HEMOCITOPOIESE
MEDULA ÓSSEA
As células do sangue tem vida curta e são constantemente renovadas pela proliferação
mitótica de células localizadas nos órgãos hemocitopoéticos.
Na vida pós-natal, a medula óssea origina todas as células do sangue. Conforme o tipo de
célula formada, o processo recebe os seguintes nomes: eritropoese, granulocitopoiese,
linfocitopoiese, monocitopoiese e megacariocitopoiese.
Células fonte originam células filhas que seguem dois destinos: umas permanecem
como células fonte, mantendo esta população, e outras se diferenciam em outros tipos celulares
com características específicas.
A medula óssea é encontrada no canal medular dos ossos longos e nas cavidades dos
ossos esponjosos. Distinguem-se a medula óssea vermelha, hematógena, que deve sua cor a
presença de numerosos eritrócitos em diversos estágios de maturação e a medula óssea amarela,
rica em células adiposas e que não produz células sanguíneas.
Tanto na medula óssea vermelha como na amarela podem ocorrer pequenos acúmulos de
tecido linfoide, sob a forma de nódulos linfáticos. A medula óssea não tem vasos linfáticos.
A hemocitopoese intrauterina passa por três períodos mal definidos, que são os seguintes:
Período primordial ou pré-hepático; período hepatoesplênico-tímico e período medular linfoide
ou definitivo. Quando um período se inicia, os processos que predominavam no período anterior
ainda persistem por algum tempo, desaparecendo gradualmente.
380
alongados de células mesenquimatosas. As células mais superficiais de cada ilhota dão origem ao
endotélio dos primeiros vasos, enquanto as mais internas tornam-se esféricas e se diferenciam nas
primeiras células sanguíneas.
381
LEUCÓCITOS: Enquanto os glóbulos vermelhos realizam suas principais suas principais
funções no sangue, os glóbulos brancos deixam o sangue e se movem para o interior dos tecidos
para realizar suas funções. O número total de leucócitos é bem menor que o de eritrócitos e varia
nas diferentes espécies animais. Num mesmo animal ocorrem grandes flutuações na contagem de
leucócitos devido a alguma forma de tensão, influencias circadianas, exercício, alimentação,
idade, raça e uma ampla variedade de outras condições. Os cinco diferentes tipos reconhecíveis
de leucócitos estão classificados em dois grupos principais, baseados na presença ou ausência de
grânulos citoplasmáticos específicos. Os que contem grânulos citoplasmáticos específicos são os
granulócitos, e os que não possuem tais grânulos são os agranulócitos.
Granulócitos:
Agranulócitos:
382
A medula óssea é o local essencial para a produção de eritrócitos, granulócitos,
agranulócitos e trombócitos nos animais adultos. O timo é ativo na linfopoese durante a gestação
e nos animais imaturos e embora linfócitos sejam formados nos nodos linfáticos e no baço,
poucos deles alcançam a corrente sanguínea. Qualquer condição súbita que exija uma produção
excessiva de novas células pode fazer com que as células precursoras do fígado e do baço
participem da hemopoese mieloide ou extra medular.
A medula óssea é um órgão composto de vasos sanguíneos com células fixas e livres
mantidas num estroma de tecido conjuntivo.
Por ocasião do parto, a medula óssea é a principal fonte de células mieloides, contudo,
alguma mielopoese extramedular persiste no fígado e no baço por algumas semanas após o
nascimento, diminuindo gradativamente a seguir. A medula vermelha é encontrada em todo os
ossos dos animais recém-nascidos e é gradativamente substituída por gordura até que apenas as
extremidades dos ossos longos, o esterno, as vértebras as costelas e os ílios contenham a medula
vermelha ativa dos animais adultos. Qualquer tensão, tal como a inanição ou grave perda de
sangue faz com que a medula gordurosa ou amarela reverta para medula vermelha.
As células jovens e indiferenciadas são maiores que as formas maduras, não contêm
nenhum grânulo possuem um núcleo grande e pequena quantidade de citoplasma. Em resumo,
essas mudanças na maturação são as seguintes: as células ficam menores ao amadurecer; as
células jovens possuem núcleos relativamente maiores que os das células mais velhas, os núcleos
nas células muito imaturas possuem dois ou mais nucléolos, a cromatina nuclear nas células
imaturas está dispersa e a tendência da mesma aumentar com a maturidade celular.
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TECIDO MUSCULAR
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TECIDO MUSCULAR
I. Introdução
Origem Embriológica
Tipos de Tecido Muscular
o Músculo estriado esquelético
o Músculo estriado cardíaco
o Músculo liso
Componentes celulares
Contração Muscular
o Despolarização da membrana
o Sistema de túbulos transversais
o Retículo sarcoplasmático
o Formação de Tríades
409
Eficiência da fibra muscular – quantidade de trabalho com menor
quantidade de ATP.
Fadiga Muscular.
o Definição – redução da produção da força máxima do músculo e caracterizada
pela capacidade reduzida de realiza um trabalho.
o Condições determinantes da fadiga:
Esforço submáximo longo – depleção de glicose e da liberação do Ca+2.
Esforço máximo de curta duração – aumento de fosfato inorgânico, quebra
de creatina fosfato, aumento do K+ no fluído extracelular dos túbulos T,
diminuição da liberação do Ca+2.
Características gerais
Discos intercalares
o Zônula de Adesão
o Desmossomo
o Junções Comunicantes
Sistema de túbulos transversais
o Formação de díades
Características ultraestruturas
o Fibras contrácteis
o Fibras condutoras
o Fibras secretoras
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IV. Músculo Liso
Características gerais
Ultraestrutura
Contração muscular
o Contração e Relaxamento do Músculo liso
Contração
Entrada de Ca+2 nas fibras musculares lisas:
o Canais voltagem-dependentes
o Canais ativados por estiramento
o Canais abertos quimicamente
Liberação adicional de Ca+2 do retículo sarcoplasmático
Ligação do cálcio a calmodulina
Ativação da miosina cinase de cadeia leve (MCCL)
Fosforilação das cadeias leves da miosina
Miosina fosforilada = contração muscular
Relaxamento
Remoção do fosfato da miosina (miosina fosfatase)
Remoção do cálcio do citosol (antiporte e Ca+2- ATPase).
Calmodulina libera o Ca+2 = Inativação da MCCL.
Tipos de músculo liso
o Músculo visceral ou de unidade simples – células musculares acopladas por
numerosas junções comunicantes.
o Músculo liso multiunitário – células não estão acopladas eletricamente. Permite a
ativação seletiva de fibras individuais
Capacidade de síntese
o Colágeno III
o Fibras elásticas
o Proteoglicanas
Inervação
411
TECIDO MUSCULAR
INTRODUÇÃO
Os tecidos musculares produzem movimentos organizados e direcionados. As células de
outros tipos de tecidos também são capazes de se movimentar, mas há pouco movimento
integrado. Somente células especializadas, produzem contração forte e em conjunto,
essencialmente numa direção.
O músculo esquelético tem origem diferente dos outros tipos de músculos. Estudos
realizados mostraram que os primeiros mioblastos neste músculo surgem de uma região
específica de cada somito mesodérmico, o miótomo. Como a cabeça não possui somitos os
músculos esqueléticos desta região surgem diretamente do mesênquima que migra para o interior
desta área. Curiosamente os músculos da região encefálica são derivados da crista neural. Este
componente embrionário deriva-se do neuroectoderma. A formação do músculo estriado
esquelético independente de sua origem embriológica mesodérmica ou neuroectodérmica (crista
neural), desperta maiores atenções. Isto se deve ao fato que a organização estrutural de uma fibra
muscular bem diferenciada se dá pela fusão de vários mioblastos. A etapa seguinte à fusão
caracteriza-se pelo preenchimento do citoplasma com miofibrilas, constituídas por proteínas
motoras, e o deslocamento do núcleo para periferia celular. O crescimento da fibra em
comprimento, durante esta fase, se deve à presença de células reserva, mais conhecidas como
células satélites. Em indivíduos adultos estas células podem ser responsabilizadas pelo
crescimento e regeneração do músculo.
412
Nos demais tipos musculares, não ocorre a fusão mioblástica, nem existe célula satélite, o
que justifica as diferenças morfofuncionais entre os diferentes tipos de músculos, como também a
capacidade regenerativa.
As fibras musculares que formam a musculatura lisa possuem apenas um núcleo central e
não apresentam estrias longitudinais. As fibras que formam a musculatura estriada esquelética e
estriada cardíaca apresentam estrias transversais. São as estrias transversais que distinguem
morfologicamente o músculo liso do estriado. As fibras da musculatura estriada esquelética são
multinucleadas e as fibras estriadas cardíacas são mononucleadas.
Além dessa diferença morfológica, há uma importante diferença fisiológica entre tais
tecidos. O tecido liso realiza contração independentemente de nossa vontade (controlada pelo
sistema nervoso autônomo). É encontrado em órgãos viscerais ocos ou tubulares tais como:
esôfago, estômago, intestinos e artérias. Portanto, dentro deste contexto, o resultado da contração
de um grupo de fibras musculares lisa e o esvaziamento de uma víscera.
O diâmetro das fibras varia com a idade, sexo, estado de nutrição e treinamento físico.
Elas são envoltas por camadas de tecido conjuntivo – o endomísio, que envolve cada fibra; o
perimísio, que envolve um grupo de feixe de fibras; e o epimísio, que envolve os grupos de feixes
(músculo). Esse tecido conjuntivo mantém as fibras musculares unidas, favorecendo a contração.
Cada fibra apresenta perto do centro uma terminação nervosa, a placa motora; e o citoplasma
apresenta-se preenchido, em sua maior parte, por fibrilas paralelas, as miofibrilas (onde suas
unidades morfofuncionais são os sarcômeros).
413
anisotrópica ou banda A (no centro de cada banda I aparece uma linha transversal escura
denominada linha Z e no centro de cada banda A há uma zona mais clara, denominada banda H).
CONTRAÇÃO MUSCULAR
A contração do músculo esquelético tem início na placa motora, aonde o potencial de ação
chega à região pré-sináptica onde é liberada a acetilcolina (ACh). A ativação dos receptores
culmina na geração de potenciais na placa motora, os quais resultam na transmissão do potencial
de ação a partir desse local, ao longo da membrana celular e para o interior da célula. Esta
interiorização da onda de despolarização provoca a liberação do cálcio do retículo
sarcoplasmático iniciando a contração.
414
Retículo Sarcoplasmático - Regula o fluxo do íon cálcio, necessário para a realização rápida dos
ciclos de contração e relaxamento. Quando a membrana do retículo sarcoplasmático é
despolarizada pelo estimulo nervoso, os íons Ca2+ concentrados nas cisternas do reticulo
sarcoplasmático são liberados passivamente e atingem os filamentos finos e grossos da
vizinhança, ligando-se a troponina e permitindo a formação de pontes entre a actina e a miosina.
Quando cessa a despolarização, o reticulo sarcoplasmático por processo ativo transporta
novamente o Ca2+ para dentro das cisternas, o que interrompe a atividade contrátil.
Sistema de túbulos transversais - É responsável pela contração uniforme de cada fibra muscular
esquelética. A despolarização da membrana do reticulo sarcoplasmático, que resulta na liberação
de íons Ca2+, inicia-se na placa motora. A despolarização iniciada na superfície teria de se
difundir através da espessura da fibra para efetuar a liberação de Ca2+ nas cisternas profundas do
reticulo sarcoplasmático. Nas fibras musculares mais calibrosas isto levaria a uma onda de
contração lenta. Em cada lado de cada túbulo T existe uma expansão ou cisterna terminal do
retículo sarcoplasmático. Este complexo formado de um túbulo T e duas expansões do reticulo
sarcoplasmático é conhecido como tríade. Na tríade, a despolarização dos túbulos T, derivados do
sarcolema, é transmitida ao reticulo sarcoplasmático.
TIPOS DE FIBRAS
Três tipos de fibras musculares podem ser identificadas com base nas suas características
metabólicas demonstráveis por técnicas histoquímicas:
Tipo I contração lenta, oxidativa;
Tipo IIa contração rápida, oxidativa-glicolítica;
Tipo IIb contração rápida, glicolítica.
415
contração. Esta fosforilação é catalisada pela enzima creatinafosfoquinase (CPK). Enquanto o
fornecimento adequado de oxigênio for mantido durante o exercício, o alto rendimento de ATP
do metabolismo aeróbico e dos ácidos tricarboxílicos carrega continuamente a creatina e forma a
FC. A FC é a reserva mais prontamente disponível de ATP. Durante o exercício extenuante o
fornecimento de oxigênio é inadequado para suprir o ciclo. O metabolismo muscular então se
desvia para o mecanismo de respiração anaeróbica.
MÚSCULO CARDÍACO
O músculo cardíaco (miocárdio) é o músculo estriado do coração. Ele também está
presente nas grandes veias junto ao coração.
416
revestidas por uma delicada bainha de tecido conjuntivo, que contém uma abundante rede de
capilares sanguíneos.
Faixas escuras bem definidas, de orientação transversal estão dispersas por todo o
músculo cardíaco, os discos intercalares. Estes discos intercalares são pontos de contato entre as
extremidades das fibras musculares contínuas que aparecem como linhas retas ou exibem um
aspecto em escada.
417
A regulação nervosa apresenta muitos nervos amienilínicos, derivados principalmente do
nervo vago (X par craniano) e do plexo cervical, que terminam perto dos nodos. A ação destes
nervos modifica a velocidade e a força da contração intrínseca ao músculo cardíaco.
O músculo cardíaco não se regenera. Nas lesões isquêmicas do coração, como nos enfartes, por
exemplo, as partes destruídas são invadidas por fibroblastos que produzem fibras de colágenos,
formando um tecido cicatricial que posteriormente se calcifica.
Histologicamente a fibra lisa possui menor acidofilia em relação às demais fibras, sua
contração é lenta e sustentada, e não estão sujeitas à vontade da pessoa, de onde deriva o seu
nome de involuntária. Esse músculo reveste ou forma parte das paredes dos órgãos ocos tais
como a traqueia, o estômago, o trato intestinal, a bexiga, o útero e os vasos sanguíneos. Como um
exemplo de sua função, podemos dizer que os músculos lisos comprimem o conteúdo dessas
cavidades, intervindo desta maneira em processos tais como a regulação de pressão arterial, a
digestão etc. No tubo digestivo, o esforço conjunto da musculatura circular e da longitudinal
impulsiona o conteúdo do tubo produzindo ondas de constrição chamadas movimentos
peristálticos. Além desses conjuntos organizados, também se encontram células musculares lisas
no músculo liso eretor do pelo, músculos intrínsecos do olho, entre outros.
A regulação da atividade contráctil da fibra muscular lisa é realizada pelo sistema nervoso
autônomo e hormônios circulantes. A contração é completamente diferente das fibras musculares
418
estriadas esqueléticas e cardíacas. De maneira geral a contração muscular segue a seguinte
sequência:
Contração
o Entrada de Ca+2 nas fibras musculares lisas através de:
Canais voltagem-dependentes
Canais ativados por estiramento
Canais abertos quimicamente
o Liberação adicional de Ca+2 do retículo sarcoplasmático
o Ligação do cálcio a calmodulina
o Ativação da miosina cinase de cadeia leve (MCCL)
o Fosforilação das cadeias leves da miosina
o Miosina fosforilada = contração muscular
Relaxamento
o Remoção do fosfato da miosina (miosina fosfatase)
o Remoção do cálcio do citosol (antiporte e Ca+2- ATPase).
o Calmodulina libera o Ca+2 = Inativação da MCCL.
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TECIDO NERVOSO
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TECIDO NERVOSO
I. Definição
É um tecido amplamente distribuído pelo organismo, interligado a vários tecidos e órgãos,
que constitui o principal sistema de integração do organismo, o Sistema Nervoso.
II. Funções
V. Neurônios
Componentes
o Dendritos
o Corpo Celular Pericário
o Axônio (telodendro)
Classificação Morfológica
o Quanto ao número de prolongamentos
o Quanto à forma do pericárdio
Classificação funcional
o Quanto ao destino do impulso elétrico
o Quanto ao destino da neurossecreção
VI. Sinapses
Definição
o São estruturas formadas pela interação de um terminal axônico e a membrana
celular de uma célula alvo.
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Componentes
o Membrana pré-sináptica
o Fenda sináptica
o Membrana pós-sináptica
Classificação Morfofuncional
o Quanto à relação dos componentes neuronais
o Quanto à velocidade de condução do impulso
o Quanto à indução da despolarização
VII. Neuroglia
Definição
o São células especializadas na sustentação do Sistema Nervoso e denominadas
coletivamente de glia.
Classificação quanto ao tamanho celular
o Macróglia
Astrócitos
Oligodendrócitos
Ependimócitos
o Micróglia – Sistema Mononuclear Fagocitário
Classificação quanto à localização no SNC
o Glia Central
Astrócitos
Oligodendrócitos
Ependimócitos
Micróglia
o Glia Periférica
Células de Schwann
Anfícitos (satélites)
No SNC (oligodendrócito)
No SNP (célula de Schwann)
Importância funcional
446
TECIDO NERVOSO
INTRODUÇÃO
É um tecido amplamente distribuído pelo organismo, interligado a vários tecidos e órgãos,
que constitui o principal sistema de integração do organismo, o Sistema Nervoso. Sua função é
receber estímulos de ambientes internos e externos que são então analisados e integrados para
produzir respostas apropriadas, coordenadas em vários órgãos efetores. Para que tal função seja
desempenhada, ela dependerá de uma propriedade fundamental dos neurônios, denominada
excitabilidade.
Neurônios:
Células altamente especializadas, cujas propriedades de excitabilidade e condução são a
base das funções do sistema. Pode-se distinguir nela um corpo celular no qual se acham os
diversos orgânulos. São eles: RER em abundância, neurosomos (mitocôndrias), complexo de
Golgi, substância basófila de Nissl (ergatoplasma), neurofibrilas, Corpúsculo de Nissl
(ribossomos em conjunto + cisternas), inclusões (melanina e lipídios) e um núcleo volumoso, que
no sexo feminino apresenta cromatina sexual (X condensado).
448
SINAPSES:
A transmissão de um impulso nervoso é realizada através de uma região chamada de
sinapse, podendo ser axodendríticas (o axônio de um neurônio faz sinapse com um dendrito de
outro neurônio); axossomáticas (o axônio de um neurônio faz sinapse com o corpo celular de
outro neurônio); dendrodendríticas (sinapses entre dendritos) e axoaxônicas (sinapses entre
axônios). Para uma determinada sinapse, a condução de um impulso é unidirecional, mas a
resposta pode ser excitatória ou inibitória, dependendo da natureza funcional específica da
sinapse e sua localização.
As sinapses podem ser químicas ou elétricas. A grande maioria das transmissões é pelas
sinapses químicas, através de um neurotransmissor - este age sobre as proteínas receptoras do
neurônio seguinte, estes neurotransmissores podem ser acetilcolina, norepinefrina, histamina,
serotonina, GABA entre muitos outros. A sinapse elétrica a eletricidade é conduzida de uma
célula para outra. Deve haver junções do tipo GAP (mais comum) ou outros tipos de
especializações para que haja movimento iônico. Estas junções também chamadas de abertas
estão em abundância no músculo cardíaco (discos intercalares) e músculo liso (corpos densos).
As sinapses químicas transmitem em uma só direção o impulso (tecido alvo). Sua direção
segue o seguinte padrão: Neurônio pré-sináptico (secretor do neurotransmissor) Neurônio pós-
sináptico (receptor do neurotransmissor). A membrana pós-sináptica contém muitas proteínas
receptoras.
449
a esta entrada de cálcio na membrana pré-sináptica, há liberação do neurotransmissor
na fenda sináptica (proporção de 1:1).
Quando o íon cálcio entra na membrana pré-sináptica ao mesmo tempo ocorre fusão
do neurotransmissor na membrana interna sendo excitada para a fenda sináptica.
FIBRAS NERVOSAS:
As fibras nervosas são constituídas por axônios e suas bainhas envoltórias. Grupos de
fibras nervosas formam os feixes do SNC e os nervos do SNP. Todos os axônios do tecido
nervoso são envolvidos por dobras únicas ou múltiplas formados por uma célula envoltória, onde
no SNP encontra-se a célula de Schwann, e no SNC, os oligodendrócitos.
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A fibra nervosa está envolvida por tecido conjuntivo denso (Epineuro, Perineuro e
Endoneuro). O Epineuro é a camada mais externa de constituição fibrosa, ele reveste o nervo e
preenche os espaços entre os feixes de fibras nervosas. O perineuro, bainha de várias camadas de
células achatadas e justapostas, reveste cada um dos feixes. O endoneuro é constituído
principalmente de fibras reticulares e envolve o axônio junto com as células de Schwann.
MIELINA E MIELINIZAÇÃO
A mielina é totalmente formada por células de Schwann no SNP. Estas células são
correspondentes periféricos da neuroglia do SNC e, da mesma forma que elas, são derivadas do
neuroectoderma da crista neural. Entretanto, cada delas pode mielinizar somente um segmento de
um único axônio, de modo que é necessária uma longa série de células de Schwann para
mielinizar cada axônio. Da mesma forma que ocorre no SNP, a bainha de mielina é interrompida
por nodos de Ranvier, os quais se encontram entre células de Schwann consecutivas e são locais
onde os axônios mielínicos podem se ramificar.
DEGENERAÇÃO E REGENERAÇÃO
O neurônio não se divide, entretanto seus prolongamentos, dentro de certos limites,
podem regenerar-se devido à atividade sintética dos respectivos pericárdios, desde que estes não
sejam lesados. As células da neuroglia e as células satélites são dotadas de grande capacidade de
proliferação, assim os espaços deixados pelas células e fibras destruídas são preenchidos por
células da neuroglia. No nervo lesado deve-se distinguir a parte da fibra que se desligou do seu
neurônio (parte distal) e a parte que continua unida ao neurônio (parte proximal). O segmento
proximal, por manter contato com o pericário, que é centro trófico, frequentemente é regenerado,
enquanto o segmento distal degenera totalmente e acaba por ser absolvido.
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