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PRESCRIÇÃO

 Conceito e Natureza Jurídica.

A palavra “Prescrição”, no sentido comum pode ser definida como “Ato ou efeito de
prescrever, de estabelecer claramente algo”, enquanto que no sentido jurídico, significa
a perda de um direito em face de seu não exercício dentro de um certo prazo de tempo.
Prescrição penal como um tipo específico pode ser descrita como “A perda da
pretensão punitiva do Estado pelo decurso do tempo sem o seu exercício”

A prescrição constitui causa de extinção da punibilidade nos temos do art. 107, IV do


CP. Fazendo desaparecer o direito do Estado de punir o transgressor da norma penal.

Quanto a natureza jurídica da prescrição, trata-se de um instituto de direito material,


pois é causa de extinção da punibilidade. Entretanto existem controvérsias, pois alguns
defendem que as normas que regulam a prescrição são de direito substantivo ou de
natureza processual. Os que sustentam que a prescrição é instituto de direito processual
penal, entendem que ela suspende ou impede o desenrolar do processo. É um obstáculo
ao início ou prosseguimento da persecução criminal. Para os que defendem que a
prescrição possui natureza penal, esses creem que ela tem fundamento na essência e no
fim da pena, extinguindo o poder de punir do Estado.

Além disso, existe uma teoria eclética que diz que a prescrição possui caracteres
materiais e processuais. Onde a prescrição, por um lado, representa a perda do interesse
na perseguição e no castigo, porque, com o decurso do tempo, desaparecem as razões
que justifiquem a pena. E por outro lado, a prescrição impede o desenrolar do processo.

 Fundamentos

a) Inconveniência: Aplicação da pena muito tempo após a prática da infração penal.

b) Combate à ineficiência: Estado deve ser compelido a agir dentro de prazos


determinados por lei.

 Reconhecimento da prescrição
a) Se a condenação tiver transitado em julgado para a acusação, o
tribunal, antes de examinar o mérito do recurso da defesa, declara extinta a
punibilidade pela prescrição.
b) se a acusação tiver recorrido, o tribunal julga em primeiro lugar o seu recurso.
Se lhe negar provimento, antes de examinar o mérito do recurso da defesa,
reconhece a prescrição

 Imprescritibilidade

Em regra, a prescrição, seja da pretensão punitiva, seja da executória, alcança todas as


infrações penais. Nos termos da Constituição Federal, porém, não se aplica aos crimes
de :

a) Crimes de racismo (Lei 7.716/89 e art. 5°, XLII, CF)


b) As ações de grupos armados, civis ou militares, contra a ordem
constitucional e o Estado Democrático, assim definidas na Lei n .
7.170/83, a chama da nova Lei de Segurança Nacional (art. 5°, XLIV, CF)

 Momento de declaração da prescrição

Nos termos do Art 61 CPP, a prescrição pode ser declarada a qualquer momento do
processo mediante requerimento ou de ofício.

Obs: Com a prolação da sentença condenatória, o juiz que condenou não poderá
declarar a prescrição, uma vez que estará esgotada a sua competência.

 Impossibilidade de exame do mérito

O reconhecimento da prescrição impede o exame do mérito, uma vez que seus efeitos
são tão amplos quanto os de uma sentença absolutória.

 Prescrição da Pretensão Punitiva e suas subespécies

Prescrição penal é a perda da pretensão punitiva ou executória pelo Estado, em razão do


decurso do tempo.

Na prescrição da pretensão punitiva, que ocorre antes do trânsito em julgado da


condenação, também chamada de prescrição da ação penal, o Estado perde o direito de
punir, em razão do decurso dos prazos das penas em abstrato, regulados pelo artigo 109,
do Código Penal; não implica responsabilidade ou culpabilidade do agente, não lhe
marca os antecedentes, nem gera futura reincidência.

A prescrição intercorrente ou superveniente, subespécie da prescrição da pretensão


punitiva (art. 110, § 1º, CP), é aquela que ocorre entre a data da sentença condenatória e
o transito em julgado do processo. Seu prazo é calculado com base na pena concreta
fixada na sentença pelo juiz. Para o reconhecimento desta prescrição é necessário o
transito em julgado para a acusação ou o improvimento do recurso da acusação, no
momento em que ela começa a correr.

A prescrição retroativa (art. 110, §§ 1º e 2º, CP) também concerne à pretensão punitiva
e se baseia na pena concretizada na sentença e no trânsito em julgado para a acusação,
mas seu prazo é contado para trás (ex-tunc), levando em conta as causas interruptivas do
artigo 117, do Código Penal.

A prescrição da pretensão punitiva propriamente dita ou abstrata, é aquela calculada


com base na maior pena para o tipo legal (pena em abstrato).

A prescrição da pretensão punitiva virtual, perspectiva, projetada ou antecipada. É


aquela que reconhecia antecipadamente os efeitos da prescrição, mesmo na fase
extrajudicial, tomando por base a provável pena que seria imposta em uma possível
condenação pelo juiz. A doutrina e a jurisprudência são predominantes em não aceitar o
reconhecimento dessa prescrição

Termos iniciais da prescrição da pretensão punitiva.

Consoante com oque dispõe o Art 111 do CP, a prescrição da pretensão punitiva
começa a correr:

a) Do dia em que o crime se consumou


b) No caso de tentativa, do dia em que cessou a atividade criminosa
c) Nos crimes permanentes, do dia em que cessou a permanência
d) Nos de bigamia (art 5) e nos de falsificação ou alteração de assentamento de
registro civil ( art 299, parágrafo único), da data em que o fato se tornou
conhecido
e) Nos crimes contra a dignidade sexual cometidos contra criança ou adolescente,
previstos ou não no CP, a prescrição somente será contada da data em que a
vitima completar 18 anos, salvo se a esse tempo já houver sido proposta a ação
penal.

 Prescrição da pretensão punitiva executória

Ocorre quando o Estado perde o seu poder-dever de executar uma sanção penal já
definitivamente imposta pelo Poder Judiciário em razão de não ter agido nos prazos
previstos em lei.

A prescrição da pretensão executória da pena privativa de liberdade é calculada com


base na pena concreta, fixada na sentença ou no acórdão, que já transitou em julgado e,
portanto, não pode mais ser alterada.

Termos iniciais da prescrição da pretensão executória.

Dispõe o Art 112 do CP que a prescrição da pretensão executória começa a correr:

a) Do dia em que passa em julgado a sentença condenatória para a acusação, ou a


que revoga a suspensão condicional da pena ou o livramento condicional.
b) Do dia em que se interrompe a execução, salvo quando o tempo da interrupção
deva computar-se na pena.

 Causas suspensivas da prescrição

São aquelas que sustam o prazo prescricional fazendo com que recomece a correr
apenas pelo que restar, aproveitando o tempo anteriormente decorrido, Ou seja, volta a
correr pelo tempo que faltar.

Nos termos do Art 116 do CP, são elas :

a) Enquanto não resolvida, em outro processo, questão que dependa o


conhecimento da existência do crime.
b) Enquanto o agente cumpre pena no estrangeiro por qualquer motivo.
c) Na hipótese de suspensão parlamentar do processo.
d) Durante prazo de suspensão condicional do processo.
e) Se o acusado citado por edital não comparecer nem constituir advogado, ficarão
suspensos o processo e o curso do prazo prescricional até seu comparecimento.
f) Estando o acusado no estrangeiro, em lugar sabido, será citado mediante carta
rogatória, suspendendo-se o prazo prescricional até seu cumprimento.
g) Nos crimes contra a ordem econômica os acordos de leniência.

Obs: As causas suspensivas possuem o rol taxativo. É necessário frisar que o incidente
de insanidade mental previsto no Art 149 do CPP não é causa suspensiva da prescrição.

 Causas interruptivas da prescrição

O legislador prevê as causas impeditivas ou suspensivas como distintas das causas


interruptivas. Na suspensão o tempo decorrido antes da causa é computado no prazo. Na
interrupção o tempo decorrido antes da causa não é computado no prazo, que recomeça
a correr por inteiro.

Dispõe o art 117 do CP que curso da prescrição interrompe-se :

a) Pelo recebimento da denuncia ou da queixa.


b) Pena pronuncia.
c) Pela decisão confirmatória da pronuncia.
d) Pela publicação da sentença ou acordão condenatórios recorríveis.
e) Pelo inicio ou continuação do cumprimento da pena.
f) Pela reincidência.

Obs. No caso da reincidência, a interrupção da prescrição ocorre na data em que o


novo crime é praticado e não na data em que transita em julgado a sentença
condenatória pela prática desse novo crime.

 Prescrição da pena de multa

De acordo com o art. 114 do Código Penal Brasileiro, a prescrição da pena de


multa ocorrerá em 2 anos, quando a multa for a única cominada ou aplicada ou
no mesmo prazo estabelecido para prescrição da pena privativa de liberdade,
quando a multa for alternativa ou cumulativamente cominada ou
cumulativamente aplicada.
A prescrição retroativa também se aplica à pena de multa nesta hipótese, já que,
sendo aplicável às sanções mais severas, não se justificaria a exclusão de tal
sistemática às penas mais brandas, como é a de multa.

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