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Técnicas de Regência – Emanuel Martinez

14. DINÂMICA
A dinâmica depende diretamente da energia, velocidade e tamanho do gestual. Em
muitos casos podemos associar todos esses elementos, dependendo da frase musical,
das articulações, das características da música, do conteúdo do tecido musical e da
acústica.
Esta técnica da regência segue as informações contidas na partitura, mas sua aplicação
pode variar de acordo com o contexto musical e o contexto acústico do local da
apresentação. Ela está diretamente ligada à energia e ao tamanho aplicado ao gestual.
Em muitos casos há a necessidade de mesclar várias técnicas. A escolha que influencia
a opção por um determinado gesto está, portanto subordinada a uma somatória de
fatores que passam por todas as indicações do contexto musical, associado a outros
elementos: a maneira como está apresentada uma frase, a importância de um efeito
harmônico ou rítmico, entre outros fatores. O gesto deve estar sempre a serviço da
música.
Falar em dinâmica, como mais ou menos... forte ou fraco, é um erro inaceitável. Há na
música uma grande graduação de dinâmicas.
A relação individual de uma determinada intensidade varia de pessoa para pessoa. Se
solicitarmos a diversos músicos que toquem um determinado som em mf, por
exemplo, cada um terá uma intensidade diferente. Isso vai depender de vários fatores,
como: do instrumento a ser utilizado, o local e até da formação acadêmica obtida.
Outros pontos podem ser levados em consideração para a escolha da graduação de
determinada intensidade seguindo uma indicação escrita na partitura: como nos
acompanhamos de cantores ou instrumentistas solistas, a dinâmica utilizada por um
músico solista, a dinâmica empregada em um tutti instrumental num grupo sinfônico,
numa banda e na música de câmara.
Num metrônomo podemos estabelecer com exatidão o tempo de uma execução
musical, mas essa exatidão não se aplica à dinâmica. Não há uma gama pré-definida de
intensidades, até na física isso pode ser determinado, mas na academia essas
definições seguem outros parâmetros. Temos na música sim, uma escala de
graduações pré-estabelecidas de forma crescente ou descendente, mas que se limitam
a indicar de alguma forma uma determinada intensidade, que é subjetiva e que por
proporções, pode ser associada a cada uma dessas graduações.
Ainda para complicar um pouco mais, há uma série de variantes que vão reforçar
certas intenções sobre determinada dinâmica escrita, como expressões explicativas
mais pormenorizadas que ajudam a revelar as verdadeiras intenções do compositor,
como por exemplo: piano expressivo; forte pesante; piano suave, entre muitas outras
expressões complementares. Isso abre um leque quase que infinito de opções de
interpretações da dinâmica.
Ao maestro cabe estabelecer nos grupos instrumentais ou vocais a escala de
intensidades conforme a indicação escrita no contexto musical. É nesse ponto que
observamos a sensibilidade, o senso crítico e o equilíbrio (entre os naipes e as partes),
da leitura feita na obra de arte.
A escala base da dinâmica é a seguinte:
Técnicas de Regência – Emanuel Martinez

ppp pp p mp mf f ff fff
No gestual, as diferentes graduações da dinâmica podem ser obtidas a partir do tamanho, altura,
energia e tensão do gesto.

Deve ficar claro que a expressão ‘dinâmica’ está ligada à ‘força’ e à ‘intensidade’ e
nada tem que ver com ‘tempo’, que é associado a ‘velocidade’ da música. Assim um
pianíssimo pode ser realizado em movimento rápido indicado na mão direita com
gestos pequenos, enquanto a mão esquerda reforça a informação com a palma da mão
virada para baixo.
A mão esquerda ao indicar uma determinada intensidade, elimina de sua função a
marcação dos tempos do compasso, deixando essa prerrogativa apenas para a mão
direita numa clara independência das funções em cada mão e em cada gesto.
Resumindo: em geral, as duas mãos podem se complementar mesmo com funções
adversas. Em casos especiais, as mãos podem indicar dinâmicas diferentes para naipes
ou vozes diferentes, caso isso esteja claro na partitura.
REFORÇANDO A DINÂMICA
Os gestos devem se adaptar às indicações da partitura; gestos mínimos com pouca
energia para uma dinâmica muito suave, por exemplo, em ppp e gestos
proporcionalmente maiores e muito mais enérgicos para dinâmicas em fff. Outros
elementos podem ser adicionados para reforçar as intenções, como por exemplo,
expressões faciais e físicas, maior ou menor vigor do gestual. Tudo isso somado ajuda a
induzir à dinâmica desejada.
O princípio gerador da dinâmica deve ser exibido dentro de um espaço contido entre
duas linhas imaginárias (vide figura abaixo), uma localizada perto da altura dos olhos e
outra perto da linha da cintura.
O encontro da linha vertical central do corpo e da linha horizontal inferior do corpo,
cria um vértice ao qual se chama de ictus1, lugar este que deve focar todo o gesto
associado ao primeiro tempo do compasso e o limite (tamanho) do gesto.

1
Ictus: Refiro-me ao ponto da regência que indica a localização de um determinado tempo musical. Pelo
menos o tempo “um” SEMPRE deverá está localizado nesse ponto.
Técnicas de Regência – Emanuel Martinez

Linha imaginária na altura dos olhos

Linha imaginária na altura do ventre

Ictus

No ponto do Ictus são indicados obrigatoriamente todo o primeiro tempo de um compasso e o fim
vertical da descida da mão.

Veja como podemos indicar variações de dinâmica de forma progressiva:


1. Crescendo: o gestual (vide ilustração abaixo) vai progressivamente ficando mais
expansivo na medida em que a intensidade vai aumentando:

o oo o
p f
2. Decrescendo: o gestual (vide ilustração abaixo) vai progressivamente ficando
mais contido na medida em que a intensidade vai diminuindo:

o oo o

f p

Ainda outras variantes gestuais podem auxiliar o maestro na comunicação da


dinâmica, provendo uma maior compreensão na graduação das intensidades:
movimentos circulares, como visto acima e movimentos lineares (horizontais) em
diversos tamanhos e graduações de energia.
O comentário abaixo é uma informação genérica e que deve ser adequada a cada
situação, a cada contexto, ou a cada passagem da partitura:
Técnicas de Regência – Emanuel Martinez

1. Quanto mais energia, quanto maior, quanto mais afastado do corpo e alto for o
gesto, maior será a intensidade alcançada. A energia muitas vezes pode falar
mais que o tamanho do gestual.
2. Quanto menor a energia, quanto menor, quanto mais próximo do corpo e baixo
for o gesto, menor será a intensidade alcançada. Também neste caso a
graduação da energia vai interferir mais no resultado sonoro que o tamanho do
gestual.
Quero chamar a atenção que jamais você obterá um piano se o gesto for tenso e
grande. Por vezes um gesto suave pode ser obtido com os braços afastados do corpo
mas em gestos pequenos que devem se concentrar sobre a mão e o pulso.
MUDANÇA BRUSCA DA DINÂMICA
A técnica da mudança brusca de intensidades é realizada sempre de forma antecipada,
ou seja, a partir do “rebote” do tempo anterior à mudança brusca da dinâmica. Isto
significa que dentro de um mesmo tempo poderemos ter duas informações distintas.
Quando se vem de uma intensidade forte e se passa para um piano súbito, deve haver
quase que uma interrupção acompanhada pela mudança brusca do tamanho do
gestual, indicando dessa forma a mudança repentina na intensidade.
No inverso, quando se passa de uma passagem suave repentina para uma intensidade
forte da mesma forma este gesto deverá ser antecipado, com uma pequena respiração
entre o gesto suave e a antecipação no rebote, já com as características novas da nova
dinâmica sugerida. Isso quer dizer que num mesmo gesto teremos duas funções e
estas deverão ser claramente indicadas – do piano para o forte.
Aqui não temos mudanças progressivas, e sim mudanças repentinas de dinâmica que
galgam diretamente para algum ponto da escala da dinâmica.
ACENTOS E SFORZATOS
Os acentos e os sforzatos sobre um som traduzem um incremento na intensidade
dessa nota, dessa figura musical. Executam-se como se tratasse de uma mudança
súbita de dinâmica, onde há uma graduação súbita do forte para o piano numa mesma
figura musical. Na direção, a regência antecipada continua sempre sendo a melhor
forma de informar e neste caso a indicação antecipada de um acento e de um
sforzatos fica mais claro quando utilizado no rebote.

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