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2012
Copyright © UNIASSELVI 2012
Elaboração:
Prof.ª Ângela da Veiga Beltrame
Prof. Ricardo Wagner Ad-Víncula Veado
910
B546p Beltrame , Ângela da Veiga.
Biogeografia/ Ângela da Veiga Beltrame [e]
Ricardo Wagner Ad-Víncula Veado. Centro
Universitário Leonardo da Vinci –: Indaial, Grupo
UNIASSELVI, 2012.x ; 308.p.: il
Inclui bibliografia.
ISBN 978-85-7830-334-1
III
NOTA
O conteúdo continua na íntegra, mas a estrutura interna foi aperfeiçoada com nova
diagramação no texto, aproveitando ao máximo o espaço da página, o que também
contribui para diminuir a extração de árvores para produção de folhas de papel, por exemplo.
Todos esses ajustes foram pensados a partir de relatos que recebemos nas pesquisas
institucionais sobre os materiais impressos, para que você, nossa maior prioridade, possa
continuar seus estudos com um material de qualidade.
IV
V
VI
Sumário
UNIDADE 1 – A BIOGEOGRAFIA, A BIOSFERA, O CLIMA, O SOLO
E OS SERES VIVOS...................................................................................................... 1
TÓPICO 3 – A BIOSFERA....................................................................................................................... 23
1 INTRODUÇÃO...................................................................................................................................... 23
2 CONCEITO E LIMITES DA BIOSFERA........................................................................................... 23
3 AS FONTES DE ENERGIA DA BIOSFERA..................................................................................... 24
4 OS FLUXOS DE ENERGIA E NUTRIENTES NA BIOSFERA:
OS CICLOS BIOGEOQUÍMICOS..................................................................................................... 25
RESUMO DO TÓPICO 3 ....................................................................................................................... 31
AUTOATIVIDADE.................................................................................................................................. 33
TÓPICO 4 – A ATMOSFERA.................................................................................................................. 35
1 INTRODUÇÃO...................................................................................................................................... 35
2 O SIGNIFICADO DO CLIMA............................................................................................................ 35
3 OS PADRÕES CLIMÁTICOS E AS PLANTAS............................................................................... 36
4 OS EFEITOS DO CLIMA SOBRE OS SERES VIVOS................................................................... 38
RESUMO DO TÓPICO 4 ....................................................................................................................... 40
AUTOATIVIDADE.................................................................................................................................. 41
VII
6.1 CLASSIFICAÇÃO DOS SOLOS DO MUNDO............................................................................. 54
6.2 CLASSIFICAÇÃO DOS SOLOS DO BRASIL .............................................................................. 56
6.2.1 Horizontes diagnósticos......................................................................................................... 57
6.2.2 Tipos de Solos do Brasil ......................................................................................................... 59
LEITURA COMPLEMENTAR................................................................................................................ 62
RESUMO DO TÓPICO 5 ....................................................................................................................... 64
AUTOATIVIDADE.................................................................................................................................. 66
TÓPICO 1 – A PALEOBIOGEOGRAFIA............................................................................................. 69
1 INTRODUÇÃO...................................................................................................................................... 69
2 O ESTUDO DAS MUDANÇAS CLIMÁTICAS E A SUA IMPLICAÇÃO
NA BIOGEOGRAFIA........................................................................................................................... 69
3 ELEMENTOS DE APOIO PARA A RECONSTITUIÇÃO DE ÉPOCAS PASSADAS.............. 71
3.1 PALEOSSOLOS E SEDIMENTOS.................................................................................................. 72
3.2 ANÁLISE POLÍNICA OU PALINOLOGIA.................................................................................. 72
3.3 DATAÇÃO RADIOMÉTRICA ....................................................................................................... 73
3.4 PALEONTOLOGIA.......................................................................................................................... 73
3.5 DENDROCRONOLOGIA............................................................................................................... 74
3.6 VARVES EM VARVITOS ................................................................................................................ 74
3.7 REFÚGIOS FLORESTAIS................................................................................................................. 74
3.8 PALEOMAGNETISMO .................................................................................................................. 74
3.9 FÓSSEIS VIVOS ............................................................................................................................... 74
4 A DERIVA CONTINENTAL E O SEU SIGNIFICADO BIOGEOGRÁFICO............................ 75
5 BREVE DESCRIÇÃO DA EVOLUÇÃOBIOGEOGRÁFICA NAS ERAS GEOLÓGICAS..... 76
5.1 O ARQUENO.................................................................................................................................... 76
5.2 PROTEROZOICO OU PRÉ-CAMBRIANO................................................................................. 77
5.3 A ERA PALEOZOICA...................................................................................................................... 79
5.3.1 Cambriano................................................................................................................................ 79
5.3.2 Ordoviciano ............................................................................................................................. 80
5.3.3 Siluriano ................................................................................................................................... 81
5.3.4 Devoniano . .............................................................................................................................. 82
5.3.5 Carbonífero . ............................................................................................................................ 85
5.3.6 Permiano .................................................................................................................................. 87
5.4 A ERA MESOZOICA........................................................................................................................ 89
5.4.1 Triássico ................................................................................................................................... 90
5.4.2 Jurássico.................................................................................................................................... 92
5.4.3 Cretáceo . .................................................................................................................................. 94
5.5 A ERA CENOZOICA....................................................................................................................... 98
5.5.1 Terciário . .................................................................................................................................. 98
5.5.2 Paleoceno ................................................................................................................................. 98
5.5.3 Eoceno ...................................................................................................................................... 98
5.5.4 Oligoceno ................................................................................................................................. 99
5.5.5 Mioceno . ................................................................................................................................ 100
5.5.6 Plioceno .................................................................................................................................. 100
5.5.7 Pleistoceno ............................................................................................................................. 101
5.5.8 Holoceno ............................................................................................................................... 103
RESUMO DO TÓPICO 1 ..................................................................................................................... 104
AUTOATIVIDADE................................................................................................................................ 107
VIII
TÓPICO 2 – ORIGEM E EVOLUÇÃO DOS SERES VIVOS ........................................................ 109
1 INTRODUÇÃO.................................................................................................................................... 109
2 AS PRIMEIRAS IDEIAS SOBRE O APARECIMENTO DA VIDA.......................................... 109
3 A QUIMIOSSÍNTESE: UMA TEORIA MODERNA SOBRE A ORIGEM DA VIDA............ 114
3.1 A ATMOSFERA PRIMITIVA......................................................................................................... 114
3.2 O AMBIENTE NA TERRA PRIMITIVA...................................................................................... 115
3.3 SURGE A FOTOSSÍNTESE............................................................................................................ 116
3.4 A TEORIA DA EVOLUÇÃO: O DARWINISMO E O NEODARWINISMO -
A SELEÇÃO NATURAL E A ORIGEM DAS ESPÉCIES........................................................... 117
3.5 O DARWINISMO, O NEODARWINISMO E AS IDEIAS MODERNAS
DA EVOLUÇÃO............................................................................................................................. 118
3.6 A ADAPTAÇÃO............................................................................................................................. 120
3.7 O ISOLAMENTO GENÉTICO E GEOGRÁFICO...................................................................... 123
RESUMO DO TÓPICO 2 ..................................................................................................................... 126
AUTOATIVIDADE................................................................................................................................ 129
IX
3.8 BIOMA DE FLORESTAS PLUVIAIS EQUATORIAIS .............................................................. 215
RESUMO DO TÓPICO 1 ..................................................................................................................... 221
AUTOATIVIDADE................................................................................................................................ 224
X
UNIDADE 1
A BIOGEOGRAFIA, A BIOSFERA, O
CLIMA, O SOLO E OS SERES VIVOS
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
Ao final desta unidade você será capaz de:
PLANO DE ESTUDOS
Esta Unidade está organizada em cinco tópicos, sendo que em cada
um deles você encontrará atividades para uma maior compreensão das
informações apresentadas.
TÓPICO 3 – A BIOSFERA
TÓPICO 4 – A ATMOSFERA
1
2
UNIDADE 1
TÓPICO 1
1 INTRODUÇÃO
A Biogeografia ocupou, durante certo tempo, um lugar secundário
na Geografia. As primeiras abordagens biogeográficas, desde o século XIX até
meados do século XX, apoiavam-se na Biologia e na Ecologia.
2 OBJETO E OBJETIVOS
O termo Biogeografia causa alguma confusão ainda hoje – é muito
comum confundir-se Biogeografia com Ecologia – e vice-versa. Camargo (1988,
p.98) aponta que “[...] muitos trabalhos, apesar de se referirem ou terem por
tema “Biogeografia”, apresentam uma abordagem completamente diferente
da dos geógrafos, em função da formação profissional destes cientistas e,
principalmente, por causa dos objetivos diferentes”.
3
UNIDADE 1 | A BIOGEOGRAFIA, A BIOSFERA, O CLIMA, O SOLO E OS SERES VIVOS
Dansereau (1957, p. 323 e 1999, p.128) definiu a Ecologia como “o estudo das
reações das plantas e animais ao seu ambiente imediato, o seu hábitat (e não à sua
localização geográfica)”. Em 1966, com base nesta mesma definição, argumentou
que, “de acordo com este enunciado, a ecologia não chega a abranger o estudo do
ambiente como um todo, assumindo em suas dimensões últimas o que constituiria
o domínio da Biogeografia. Esta última integra neste sentido a geografia das plantas
e animais históricos + bioclimatologia + autoecologia + sinecologia + uso do solo [...].
Mas valorizo a distinção entre Ecologia e Biogeografia, e mantenho pelo menos que
necessitamos desta sólida estrutura conceitual para fazer avançar a ciência ambiental.
Vejo-me também compelido a enfatizar que a ecologia forma o seu pivô [...]”.
4
TÓPICO 1 | OBJETO, OBJETIVOS E CONCEITO DA BIOGEOGRAFIA
Cox & Moore (1994, p.1) definem a Biogeografia como “o estudo das
coisas vivas num contexto espacial e temporal”.
Cox & Moore (1994, p.1) enumeram várias questões básicas que os
biogeógrafos procuram responder: por que há tantos seres vivos? Por que eles se
encontram distribuídos segundo os padrões atuais? Ocuparam eles, no passado,
os mesmos padrões de distribuição de hoje? As atividades humanas alteram esses
padrões e, se os alteram, o que acontecerá no futuro?
5
UNIDADE 1 | A BIOGEOGRAFIA, A BIOSFERA, O CLIMA, O SOLO E OS SERES VIVOS
6
TÓPICO 1 | OBJETO, OBJETIVOS E CONCEITO DA BIOGEOGRAFIA
As relações dos organismos com o meio em que vivem e com os outros seres
vivos se dão no campo sociológico e biológico, daí, a dificuldade de mapeá-las.
Consideremos, por exemplo, a polinização das flores por pássaros, insetos ou pelo
vento. O mecanismo da polinização é biológico, mas também implica num aspecto
geográfico – graças a ele, a planta pode se expandir e ocupar o espaço geográfico. A
polinização não pode ser mapeada, mas seus resultados podem ser colocados em
tabelas e gráficos. A expansão da vegetação, por seu lado, pode ser mapeada. Este
fato evidencia a interligação da Ecologia com a Biogeografia e com a Geografia, o
que mostra que as noções de ecossistema e de geossistema se completam.
7
UNIDADE 1 | A BIOGEOGRAFIA, A BIOSFERA, O CLIMA, O SOLO E OS SERES VIVOS
8
TÓPICO 1 | OBJETO, OBJETIVOS E CONCEITO DA BIOGEOGRAFIA
Esse estudo deveria ser integrado, mas a complexidade dos dois campos
e a preferência do biogeógrafo por um ou outro direcionam as pesquisas, o que
não invalida o outro campo.
9
UNIDADE 1 | A BIOGEOGRAFIA, A BIOSFERA, O CLIMA, O SOLO E OS SERES VIVOS
Por esta razão é importante conhecer pessoas que vivam nas proximidades
desses biótopos. Elas, de modo geral, têm algum conhecimento dos hábitos dos
animais. Os lugares mais indicados para se encontrar um animal ou ave são os
ecótonos, uma faixa de transição entre ecossistemas diferentes – que não deve ser
confundido com zonas de conflito ou de tensão ecológica, quando uma ou mais
espécies tentam se impor sobre outras, em clara competição pelo espaço.
10
RESUMO DO TÓPICO 1
Neste tópico você estudou que:
• Para Mielke (1988, p. 1), a Biogeografia “é o estudo científico dos padrões globais
dos animais e das plantas”.
11
• A Biogeografia é dividida em dois ramos: a Fitogeografia, que estuda a distribuição
espacial e as formas de dispersão das plantas na biosfera; e a Zoogeografia, que
analisa as formas de distribuição e dispersão dos animais.
12
AUTOATIVIDADE
A sequência CORRETA é:
a) ( ) V – V – V – V – V.
b) ( ) F – V – F – V – V.
c) ( ) V – F – V – V – F.
d) ( ) V – V – V – F – V.
13
14
UNIDADE 1
TÓPICO 2
1 INTRODUÇÃO
Neste tópico estudaremos assuntos relacionados ao ecossistema e ao
geossistema.
2 ECOSSISTEMA E GEOSSISTEMA
A unidade funcional da biosfera na visão da Ecologia é o ecossistema.
Na visão geográfica, o espaço acha-se integrado à biosfera e é constituído por
geossistemas (DUVIGNEAUD, 1980, p. 99; TROPPMAIR, 2002, p.100), formados
por um mosaico de ecossistemas.
15
UNIDADE 1 | A BIOGEOGRAFIA, A BIOSFERA, O CLIMA, O SOLO E OS SERES VIVOS
3 O ENFOQUE SISTÊMICO
O objetivo deste tópico é servir como um ponto de partida e apoio para
a compreensão dos processos e mecanismos integrados, que se verificam na
biosfera e que nortearão a linha filosófica do Caderno de Estudos.
16
TÓPICO 2 | A POSIÇÃO DA BIOGEOGRAFIA NA CIÊNCIA GEOGRÁFICA
17
UNIDADE 1 | A BIOGEOGRAFIA, A BIOSFERA, O CLIMA, O SOLO E OS SERES VIVOS
18
TÓPICO 2 | A POSIÇÃO DA BIOGEOGRAFIA NA CIÊNCIA GEOGRÁFICA
19
RESUMO DO TÓPICO 2
Neste tópico você estudou que:
20
AUTOATIVIDADE
21
22
UNIDADE 1
TÓPICO 3
A BIOSFERA
1 INTRODUÇÃO
Caro(a) acadêmico(a), neste tópico abordaremos temas referentes à
Biosfera, como: conceito, limites, fontes de energia, fluxos de energia e nutrientes
(ciclos biogeoquímicos).
23
UNIDADE 1 | A BIOGEOGRAFIA, A BIOSFERA, O CLIMA, O SOLO E OS SERES VIVOS
Atmosfera
Atmosfera Hidrosfera
Litosfera Hidrosfera
FONTE: Os autores
Eis alguns dados sobre a energia solar (TUBELIS & NASCIMENTO, 1984,
p. 31; AYOADE, 1994, p. 23):
- 56 x 1026 calorias são irradiadas pelo Sol por minuto nas formas seguintes:
- radiação ultravioleta (comprimento de onda menor que 0,4 µm) - total de 9%
recebido pela Terra;
24
TÓPICO 3 | A BIOSFERA
- como matéria orgânica morta, que vai ser degradada pelos decompositores,
na forma de restos vegetais, e na forma de outros produtos exportados (pólen,
sementes, gases, líquidos etc.);
- serapilheira, restos vegetais decompostos, que serão transformados em húmus
pelos saprófagos – isto constitui o ciclo curto;
- transformação dessa matéria orgânica em nutrientes por fungos e bactérias.
26
TÓPICO 3 | A BIOSFERA
27
UNIDADE 1 | A BIOGEOGRAFIA, A BIOSFERA, O CLIMA, O SOLO E OS SERES VIVOS
28
TÓPICO 3 | A BIOSFERA
29
UNIDADE 1 | A BIOGEOGRAFIA, A BIOSFERA, O CLIMA, O SOLO E OS SERES VIVOS
30
RESUMO DO TÓPICO 3
Neste tópico você estudou que:
31
• A ciclagem dos nutrientes é mais conhecida como ciclos biogeoquímicos,
porque neles fazem parte tanto componentes bióticos quanto abióticos. Os
ciclos biogeoquímicos são de dois tipos: ciclos gasosos, cujo reservatório é a
atmosfera, e ciclos sedimentares, em que a crosta terrestre é o reservatório.
32
AUTOATIVIDADE
a) ( ) V – V – V – F – V.
b) ( ) V – V – V – V – V.
c) ( ) F – V – F – V – V.
d) ( ) V – F – V – V – F.
33
34
UNIDADE 1
TÓPICO 4
A ATMOSFERA
1 INTRODUÇÃO
Neste tópico trataremos sobre o significado do clima, os padrões climáticos
e as plantas, e os efeitos do clima sobre os seres vivos.
2 O SIGNIFICADO DO CLIMA
O clima é o mais ativo fator da natureza. Ele influencia o bem-estar do
homem, desde efeitos diretos do tempo meteorológico às mudanças climáticas.
Todos os seres vivos dependem diretamente do clima.
35
UNIDADE 1 | A BIOGEOGRAFIA, A BIOSFERA, O CLIMA, O SOLO E OS SERES VIVOS
Por esta razão, os físicos propõem que os termos efeito estufa e gases do
efeito estufa sejam trocados para efeito da atmosfera. Além disso, consideram
injustificado supor que o homem pode proteger o clima controlando quantidades-
traço de dióxido de carbono e outros gases na atmosfera. Essa teoria moderna ainda
não está incluída nos anais da ciência atual, porque a contesta flagrantemente.
Mas é vista com atenção pelos cientistas.
NOTA
Prezado (a) Acadêmico (a), para aprofundar os seus estudos, acesse o site:
<http://freenet-homepage.de/klima/indexe.htm, 2003
Thieme, Heinz – Greenhouse Gás Hypothesis Violates Fundamentals of Physics. Disponível
em: <http://freenet-homepage.de/klima/indexe.htm, 2003>. Acesso em: 13 jul. 2010.
36
TÓPICO 4 | A ATMOSFERA
37
UNIDADE 1 | A BIOGEOGRAFIA, A BIOSFERA, O CLIMA, O SOLO E OS SERES VIVOS
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TÓPICO 4 | A ATMOSFERA
39
RESUMO DO TÓPICO 4
Neste tópico você estudou que:
● A altitude afeta os climas. A temperatura do ar, como vimos, cai 0,6º C para
cada 100 metros de ascensão.
40
AUTOATIVIDADE
3 Por que razão os físicos têm proposto que os termos efeito estufa e gases do
efeito estufa sejam trocados por efeito da atmosfera?
41
42
UNIDADE 1
TÓPICO 5
1 INTRODUÇÃO
O solo é o substrato que sustenta grande parte da vida na Terra.
Corresponde à parte superficial não consolidada do manto de intemperismo.
O estudo da origem e formação dos solos teve início na escola russa, onde
se destacou o geólogo V. V. Dokuchaiev (1846-1903), com estudos realizados
entre 1882 e 1900 sobre os cinco fatores de formação do solo (clima, vegetação,
material de origem, topografia e tempo). Seus estudos foram estendidos por
outro pesquisador russo, K. D. Glinka (1867-1927), no início do séc. XX, quando
conceituou os distintos horizontes do perfil de solo (STRAHLER & STRAHLER,
1994; GUERRA, 1989, p. 399; WALTER, 1986, p. 227).
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UNIDADE 1 | A BIOGEOGRAFIA, A BIOSFERA, O CLIMA, O SOLO E OS SERES VIVOS
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TÓPICO 5 | O SOLO E OS SERES VIVOS
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UNIDADE 1 | A BIOGEOGRAFIA, A BIOSFERA, O CLIMA, O SOLO E OS SERES VIVOS
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TÓPICO 5 | O SOLO E OS SERES VIVOS
4 O PERFIL DE SOLO
À medida que os fatores de formação do solo interagem e a pedogênese
se desenvolve, o material de origem vai sofrendo diferenciações, mais ou menos
paralelas à superfície. Definem-se camadas ou horizontes pedológicos. O conjunto
destes, compreendidos numa sequência vertical desde a superfície até o material
de origem, denomina-se perfil de solo.
HORIZONTE DESCRIÇÃO
Camada de húmus superficial; matéria orgânica
pouco fragmentada, na qual as estruturas
Oi
vegetais originais são diferenciáveis.
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UNIDADE 1 | A BIOGEOGRAFIA, A BIOSFERA, O CLIMA, O SOLO E OS SERES VIVOS
48
TÓPICO 5 | O SOLO E OS SERES VIVOS
a) Relevo regional: observar formas de topos das elevações, forma e largura dos
vales, forma e extensão das vertentes, amplitude de variação dos declives e,
quando houver, descrever microrrelevos.
b) Declividade média do local onde se insere o perfil, que pode ser retirada com
clinômetro e trena.
c) Litologia e material originário: observando-se possíveis afloramentos,
pedregosidade (tipo de proporção), presença de cascalhos e matacões.
d) Sinais de erosão: descrever, se ocorrer, erosão superficial e subsuperficial,
se laminar e/ou em sulcos e/ou em voçorocas, caracterizar suas frequências e
profundidades.
e) Drenagem: caracterizar a drenagem interna do perfil e, se possível, a
profundidade do lençol freático.
f) Vegetação original: de que tipo e se foi retirada, há quantos anos se deu etc.
g) Uso atual: informar se há quantos anos está sob aquele uso e que perturbações
sofre (queimadas, pastoreio, mecanização etc.).
h) Tipo de perfil em análise: corte de estrada, barranco, trincheira, tradagens, etc.
49
UNIDADE 1 | A BIOGEOGRAFIA, A BIOSFERA, O CLIMA, O SOLO E OS SERES VIVOS
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TÓPICO 5 | O SOLO E OS SERES VIVOS
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UNIDADE 1 | A BIOGEOGRAFIA, A BIOSFERA, O CLIMA, O SOLO E OS SERES VIVOS
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TÓPICO 5 | O SOLO E OS SERES VIVOS
e) Caráter distrófico: é identificado quando a saturação por bases (V%) for inferior
a 50% ou quando a saturação em alumínio estiver entre 10% e 50% (quando
maior que 50% será denominado distrófico e álico). É difícil de ser corrigido com
adubação e calagem se abaixo do horizonte superficial (LEPSCH, 1983, p. 80).
53
UNIDADE 1 | A BIOGEOGRAFIA, A BIOSFERA, O CLIMA, O SOLO E OS SERES VIVOS
Ordens
Subordens
Grandes Grupos
Subgrupos
Famílias
Séries
54
TÓPICO 5 | O SOLO E OS SERES VIVOS
e) Molissolos (moll/mole, macio): são solos com horizontes bem definidos, alta
concentração de carbonato de cálcio (portanto, são básicos), parte superior
escura com concentração média a alta de matéria orgânica. Desenvolvem-se
geralmente sob cobertura de campos ou pastagens de latitudes médias, em
condições semiáridas ou subúmidas. Predominam nas áreas das pradarias
norte-americanas, dos pampas sul-americanos e das estepes da Europa e Ásia.
55
UNIDADE 1 | A BIOGEOGRAFIA, A BIOSFERA, O CLIMA, O SOLO E OS SERES VIVOS
56
TÓPICO 5 | O SOLO E OS SERES VIVOS
UNI
Caro(a) acadêmico(a)!
Para auxiliar nos seus estudos, acesse o site. <http://www.iac.sp.gov.br/
OAgronomico/531/53108-10_it_solos.pdf>. Acesso em: 10 jul. 2010.
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UNIDADE 1 | A BIOGEOGRAFIA, A BIOSFERA, O CLIMA, O SOLO E OS SERES VIVOS
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TÓPICO 5 | O SOLO E OS SERES VIVOS
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UNIDADE 1 | A BIOGEOGRAFIA, A BIOSFERA, O CLIMA, O SOLO E OS SERES VIVOS
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TÓPICO 5 | O SOLO E OS SERES VIVOS
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UNIDADE 1 | A BIOGEOGRAFIA, A BIOSFERA, O CLIMA, O SOLO E OS SERES VIVOS
LEITURA COMPLEMENTAR
EROSÃO DO SOLO
Como a formação dos solos envolve um longo tempo, eles não podem
ser renovados rapidamente depois de terem sido erodidos. Há certo equilíbrio
entre a erosão natural moderada dos solos, feita pelo escoamento da água e
pelos ventos, e a lenta formação de novos solos. Se o solo se forma e erode em
taxas aproximadamente semelhantes, sua espessura permanece constante. Se ele
erode mais lentamente do que se forma, sua espessura aumenta. Se erode muito
mais rapidamente do que se forma, o novo solo não tem oportunidade de se
desenvolver e o solo existente é rapidamente perdido.
62
TÓPICO 5 | O SOLO E OS SERES VIVOS
Fonte: PRESS, F., et al. Para Entender a Terra.Trad. Rualdo Menegat et al. 4.ed. Porto Alegre:
Bookman, 2006, p. 187.
63
RESUMO DO TÓPICO 5
Neste tópico você estudou que:
● Os cinco fatores responsáveis pela formação do solo, ou seja, relevo, clima, geologia,
organismos, tempo, agem de forma simultânea, gerando combinações diferentes e,
consequentemente, uma grande diversidade de tipos diferentes de solos.
● A classificação dos solos não é tarefa fácil. Requer muito conhecimento teórico
interdisciplinar e prática de campo, já que o solo é produto da combinação
de cinco fatores, em diversas intensidades. A classificação será tanto mais
generalista quanto menos detalhada for a escala de estudos.
64
III) Solos Azonais: não possuem características bem definidas, pois são muito
jovens. Podem se localizar em terrenos íngremes.
65
AUTOATIVIDADE
I - O estudo da origem e formação dos solos teve início na escola russa, onde se
destacou o geólogo V. V. Dokuchaiev (1846-1903), com estudos realizados
entre 1882 e 1900 sobre os cinco fatores de formação do solo.
II - O estudo do solo se faz pela Pedologia, ciência que enfoca os materiais
existentes a partir da superfície até a rocha intemperizada, a alterita.
III - A formação do solo se dá em função de cinco fatores: relevo, clima,
geologia, organismos, tempo.
IV- À medida que os fatores de formação do solo interagem e a pedogênese
se desenvolve, o material de origem vai sofrendo diferenciações, mais ou
menos paralelas à superfície.
V - A partir dos mecanismos de formação (adições; transformações; transportes
para o interior; movimentos mecânicos e perdas) desenvolvem-se fenômenos
específicos de formação do solo, denominados processos pedogenéticos.
66
UNIDADE 2
A PALEOBIOGEOGRAFIA, EVOLUÇÃO
E DISTRIBUIÇÃO DOS SERES VIVOS
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
Ao final desta unidade você será capaz de:
PLANO DE ESTUDOS
Esta unidade está organizada em três tópicos, sendo que em cada um de-
les você encontrará atividades para uma maior compreensão das informa-
ções apresentadas.
TÓPICO 1 – A PALEOBIOGEOGRAFIA
67
68
UNIDADE 2
TÓPICO 1
A PALEOBIOGEOGRAFIA
1 INTRODUÇÃO
As causas da presente distribuição dos seres vivos não estão apenas
nos fatores atuais, mas também são encontradas na evolução da Terra ao
longo das eras geológicas. Devemos considerar dois aspectos no estudo da
evolução dos seres vivos:
69
UNIDADE 2 | A PALEOBIOGEOGRAFIA, EVOLUÇÃO E DISTRIBUIÇÃO DOS SERES VIVOS
O estudo dos climas do passado tem que ser feito tomando como base
as condições ambientais atuais, para permitir comparações. Uma espécie atual
exige condições ambientais que lhe sejam adequadas. Desta forma, projetando-
se para o passado, os cientistas concordam que uma espécie ancestral também
exigia condições adequadas para sobreviver. Este princípio, chamado de
uniformitarismo, regula vasta variedade de estudos geológicos e climáticos que
envolvam os fósseis do passado.
Cada ano de vida de uma árvore é indicado nos anéis. O anel mais externo
aponta a idade atual do espécime. Os anéis refletem as condições climáticas de
uma determinada época. Temperatura e umidade adequadas indicam uma longa
estação de crescimento, o que resulta em anéis largos. Períodos de seca e de frio
indicam anéis estreitos e um curto período de crescimento.
70
TÓPICO 1 | A PALEOBIOGEOGRAFIA
Por outro lado, sabemos que épocas secas estão, em geral, relacionadas
com climas frios, e épocas úmidas, com climas quentes.
71
UNIDADE 2 | A PALEOBIOGEOGRAFIA, EVOLUÇÃO E DISTRIBUIÇÃO DOS SERES VIVOS
72
TÓPICO 1 | A PALEOBIOGEOGRAFIA
FONTE: O autor
3.4 PALEONTOLOGIA
O estudo dos fósseis desvenda muita coisa do passado da Terra. Por
exemplo, pode-se identificar o clima da época em que vivia o fóssil, desde que
se conheçam as suas características. No Estado do Acre, estudando fósseis de
animais pastadores dos gêneros Tapirus (anta), Tayassu (cateto ou queixada),
Glyptodon (gliptodonte, um ancestral do atual tatu), Toxodon (preguiça) e Dasypus
(tatu), Ranzi (2000) identificou um ambiente de savana de idade pleistocênica
onde hoje cresce a floresta amazônica.
73
UNIDADE 2 | A PALEOBIOGEOGRAFIA, EVOLUÇÃO E DISTRIBUIÇÃO DOS SERES VIVOS
3.5 DENDROCRONOLOGIA
O estudo dos anéis de crescimento de árvores permite conhecer a sua
idade e as condições climáticas a que estiveram elas submetidas durante o
período de crescimento. As sequoias são as mais longevas espécies de plantas
da Terra – a sua idade pode ultrapassar 5 mil anos. A Sequoia sempervirens é uma
dessas decanas da natureza (SALGADO-LABOURIAU, 2001, p. 50). Molion
(1995), mostrou um jacarandá amazonense de 600 anos, cujos anéis indicavam
todas as variações climáticas ocorridas nesse período.
3.8 PALEOMAGNETISMO
Quando as rochas magmáticas se resfriam, deixam marcados nelas
vestígios da direção do campo magnético terrestre. Rochas magmáticas com mais
de 1 bilhão de anos permitiram indicar a posição do território brasileiro no Pré-
Cambriano. (BICUDOI, 2002).
74
TÓPICO 1 | A PALEOBIOGEOGRAFIA
Ele não elaborou, contudo, uma boa explicação para o deslocamento dos
continentes, o que lhe valeu muitas críticas e a sua teoria foi quase que esquecida.
Entretanto, a moderna teoria da tectônica de placas, surgida nos anos 60, a reviveu.
75
UNIDADE 2 | A PALEOBIOGEOGRAFIA, EVOLUÇÃO E DISTRIBUIÇÃO DOS SERES VIVOS
5.1 O ARQUENO
A era mais antiga da Terra é o Pré-Cambriano. Foi dividida em dois
períodos: Arqueano, que começou há 4,6 bilhões de anos e terminou há 2,5 bilhões
de anos, e o Proterozoico, que se estendeu de 2,5 bilhões a 540 milhões de anos. O
Arqueano corresponde a 45,66% do tempo geológico total.
76
TÓPICO 1 | A PALEOBIOGEOGRAFIA
77
UNIDADE 2 | A PALEOBIOGEOGRAFIA, EVOLUÇÃO E DISTRIBUIÇÃO DOS SERES VIVOS
78
TÓPICO 1 | A PALEOBIOGEOGRAFIA
5.3.1 Cambriano
A transgressão marinha do período anterior indica o começo deste período
há cerca de 570 MA, o que corresponde a 1.3% do tempo geológico total. A fauna
marinha invadiu as plataformas rasas inundadas na transgressão e, daí, bem mais
tarde, deixaria os oceanos para colonizar as terras baixas.
79
UNIDADE 2 | A PALEOBIOGEOGRAFIA, EVOLUÇÃO E DISTRIBUIÇÃO DOS SERES VIVOS
5.3.2 Ordoviciano
Segundo período da era Paleozoica, durou de 505 milhões a 438 milhões
de anos (1,57% do tempo geológico).
NOTA
Prezado(a) acadêmico(a)!
Para conhecer mais sobre as primeiras espécies, acesse o site:
<http://freenet-homepage.de/klima/indexe.htm, 2003>. Acesso em: 13 jul. 2010.
80
TÓPICO 1 | A PALEOBIOGEOGRAFIA
5.3.3 Siluriano
O Siluriano iniciou-se há 438 milhões de anos e terminou há 410 milhões de
anos, tempo equivalente a 0,6% do tempo geológico. Cerca de 400 milhões antes deste
período, os continentes de Laurência, Sibéria e Báltica iniciaram um movimento que
os levou a coalescer e, no final do Siluriano, dar origem à Laurásia. Esse mecanismo
foi chamado de orogênese caledoniana (FONT-ALTABA & ARRIBA, 1964) e
resultou nas montanhas Caledonianas, na Escandinávia, as terras altas escocesas, a
Groenlândia e os Apalaches. O movimento orogenético prosseguiu até o Devoniano.
81
UNIDADE 2 | A PALEOBIOGEOGRAFIA, EVOLUÇÃO E DISTRIBUIÇÃO DOS SERES VIVOS
NOTA
Prezado(a) Acadêmico(a)!
Para aprofundar seus estudos, acesse o site: <http://freenet-homepage.de/klima/indexe.htm,
2003>. Acesso em: 13 jul. 2010.
O final do período foi marcado por uma crescente aridez, que substituiu
a umidade até então reinante.
5.3.4 Devoniano
Durou de 410 mihões até 350 milhões de anos. Foi, talvez, o mais
importante período do ponto de vista biogeográfico – plantas vasculares e animais
invertebrados deixaram em definitivo a proteção dos oceanos e ganharam as
terras baixas litorâneas. O Devoniano é chamado de a idade dos peixes, porque,
nele, os peixes tiveram importante desenvolvimento.
82
TÓPICO 1 | A PALEOBIOGEOGRAFIA
As plantas enfrentaram falta de água nas rochas secas, sob intensa luz
solar, enorme perda de água pela transpiração excessiva, acelerada pelo vento
constante. (MCALLESTER, 1871, p. 81). Os animais se viram obrigados a
desenvolver estruturas para respirar o oxigênio do ar. A reprodução assexuada
viu-se em perigo – na água os gametas podiam ser liberados sem muitos
problemas, mas nas rochas nuas e quentes eles corriam perigo de dessecação.
Mas nem tudo era fator limitante nas zonas litorâneas – havia luz em
abundância, oxigênio e comida existiam em quantidades suficientes, desde que
as plantas se adaptaram muito bem às condições subaéreas.
83
UNIDADE 2 | A PALEOBIOGEOGRAFIA, EVOLUÇÃO E DISTRIBUIÇÃO DOS SERES VIVOS
84
TÓPICO 1 | A PALEOBIOGEOGRAFIA
5.3.5 Carbonífero
Iniciou-se há 355 milhões de anos e prevaleceu até 270 milhões de anos. No
Carbonífero Inferior, a glaciação, iniciada no período anterior, atingiu as latitudes
médias de todo o globo terrestre. No Carbonífero Superior, Gondwana chocou-se
com Laurásia (ou Laurência) e Báltica, e se uniram para formar o supercontinente
de Pangea (SALGADO-LABOURIAU, 1994, p. 102). Disso resultaram os montes
Apalaches, na América do Norte, e os Urais, na Rússia.
85
UNIDADE 2 | A PALEOBIOGEOGRAFIA, EVOLUÇÃO E DISTRIBUIÇÃO DOS SERES VIVOS
86
TÓPICO 1 | A PALEOBIOGEOGRAFIA
5.3.6 Permiano
O Permiano transcorreu entre 270 milhões até 220 milhões de anos,
correspondendo a 0,87% do tempo geológico. O fato que marcou o período foi a
grande extinção ocorrida ao seu fim.
87
UNIDADE 2 | A PALEOBIOGEOGRAFIA, EVOLUÇÃO E DISTRIBUIÇÃO DOS SERES VIVOS
88
TÓPICO 1 | A PALEOBIOGEOGRAFIA
UNI
Para você conhecer mais sobre os animais, sugiro que você, acadêmico(a),
acesse os sites: <http://www.palaeos.com/Paleozoic/Permian/Permian.htm> e <http://
hannover.park.org/Canada/Museum/extinction/permass.html>. Acesso em: 13 jul. 2010.
89
UNIDADE 2 | A PALEOBIOGEOGRAFIA, EVOLUÇÃO E DISTRIBUIÇÃO DOS SERES VIVOS
5.4.1 Triássico
O primeiro período dessa era durou de 220 milhões de anos a 180 milhões
de anos. Foram 60 milhões de anos de constantes inovações. As mais importantes
dessas novidades foram o desmantelamento de Pangea e o reflorescimento da
vida no planeta, depois da extinção do Permiano. No Triássico Inferior o clima
era seco e frio, os oceanos estavam recuados e os continentes ainda eram áridos.
90
TÓPICO 1 | A PALEOBIOGEOGRAFIA
UNI
Prezado(a) acadêmico(a)!
Para auxiliar seus estudos, acesse os sites: <http://www.ace.mmu.ac.uk/resources/gcc/5-2-
2-2.html> e <http://www.palaeos.com/Vertebrates/Units/270Archosauromorpha/270.000.
html>. Acesso em: 13 jul. 2010.
91
UNIDADE 2 | A PALEOBIOGEOGRAFIA, EVOLUÇÃO E DISTRIBUIÇÃO DOS SERES VIVOS
A chegada dos répteis gigantes pode ter sido uma das causas de uma
grande extinção da fauna de pequeno e médio portes, característica do Triássico,
no final do período. Os grandes dinossauros começavam a dominar a Terra.
5.4.2 Jurássico
Durou 180 mihões a 135 milhões de anos. Na entrada do Jurássico, o clima
umedeceu e aqueceu e o planeta tomou uma feição tropicalizada. O clima era
quente e úmido, o que favoreceu rápida expansão da fauna e da flora. Os pequenos
mamíferos adaptaram-se com grande facilidade às alterações ambientais. Não
podiam enfrentar os grandes répteis e, por isto, agiam nas sombras – tinham
hábitos noturnos, em sua maioria.
92
TÓPICO 1 | A PALEOBIOGEOGRAFIA
93
UNIDADE 2 | A PALEOBIOGEOGRAFIA, EVOLUÇÃO E DISTRIBUIÇÃO DOS SERES VIVOS
5.4.3 Cretáceo
Durou de 135 milhões a 70 milhões de anos. Período de intensas mudanças
geológicas e biogeográficas na Terra. A separação da América do Sul e da África
interrompeu a dispersão da flora e da fauna no sentido longitudinal. Com o
movimento da África para o norte, o mar de Thetys desapareceu.
94
TÓPICO 1 | A PALEOBIOGEOGRAFIA
95
UNIDADE 2 | A PALEOBIOGEOGRAFIA, EVOLUÇÃO E DISTRIBUIÇÃO DOS SERES VIVOS
96
TÓPICO 1 | A PALEOBIOGEOGRAFIA
UNI
Prezado(a) acadêmico(a)!
Para aprofundar seus estudos, sugiro que você acesse os sites: <http://web.ukonline.co.uk/a.
buckley/dino.htm> e <http://www.solarnavigator.net/archaeology/dinosaurs.htm> e <http://
www.solarnavigator.net/archaeology/dinosaurs.htm>. Acesso em: 13 jul. 2010.
A teoria de Alvarez & Alvarez, embora sofra críticas, é a mais aceita para
explicar o súbito desaparecimento dos dinossauros.
97
UNIDADE 2 | A PALEOBIOGEOGRAFIA, EVOLUÇÃO E DISTRIBUIÇÃO DOS SERES VIVOS
5.5.1 Terciário
O Terciário é formado por cinco épocas: Paleoceno (70-54 milhões de anos),
Eoceno (54-34 mihões de anos), Oligoceno (34-22 milhões de anos), Mioceno (22-
11 milhões de anos) e Plioceno (11-2 milhões de anos). O Quaternário tem duas
épocas: Pleistoceno (2-1 milhão de anos) e o Holoceno (1 milhão de anos).
5.5.2 Paleoceno
Iniciou-se há 70-65 milhões de anos até 54 milhões de anos. Os nichos
vazios por causa da extinção do Cretáceo foram preenchidos, graças ao clima de
temperaturas e umidade elevadas. Grandes cadeias de montanhas surgiram nessa
época – os Andes, as Rochosas, os Alpes, os Cárpatos, os Pirineus e o Himalaia. A
Antártica e a Austrália ainda se achavam ligadas à América do Sul. No hemisfério
Norte, o Atlântico Norte começava a avançar sobre Laurásia, o que resultaria na
separação da América do Norte e da Europa.
5.5.3 Eoceno
Durou de 54 milhões a 34 milhões de anos. O surgimento da América do
Norte e da Europa obrigou ao Atlântico Norte dirigir-se para o sul, levando água
fria para o sul. O clima ainda era quente e úmido. A separação da América do Sul
e da Antártica abriu o Atlântico Sul e água quente tropical movimentou-se para o
sul e provocou um aumento da temperatura do ar entre 10º C e 18º C. Esse clima
quente perdurou por 2 mil anos (COX; MOORE, 1994, p. 198). Por causa desse
aumento da temperatura, cerca de 150 gêneros de plantas tropicais expandiram
para o norte e alcançaram a região de Londres – fósseis de plantas tropicais foram
encontrados junto ao rio Tâmisa.
98
TÓPICO 1 | A PALEOBIOGEOGRAFIA
5.5.4 Oligoceno
Durou de 34 milhões a 22 milhões de anos. Marcou essa época a
orogenia dos Andes, que desenhou novas paisagens no oeste da América do Sul
e alterou todo o clima do hemisfério Sul. A Austrália libertou-se da Antártica e
navegou para sudoeste e abriu caminho para que águas frias polares chegassem
ao extremo sul da América do Sul, o que ampliou a queda da temperatura e
originou uma forte glaciação.
99
UNIDADE 2 | A PALEOBIOGEOGRAFIA, EVOLUÇÃO E DISTRIBUIÇÃO DOS SERES VIVOS
5.5.5 Mioceno
Iniciado há 22 milhões de anos, terminou há 5,3 milhões de anos. O clima
atravessava um período de extremo dinamismo. Ao separar-se da Antártica, a
Austrália barrou as águas quentes do Pacífico, o que resfriou mais ainda o clima
antártico, até então, subtropical. Correntes frias invadiram os oceanos Atlântico,
Pacífico e Índico até o hemisfério Norte.
Os campos, que se expandiam por causa do clima frio, eram povoados por
grandes herbívoros. O estreito de Bhering tornou-se importante rota de trânsito
entre a América do Norte e a Eurásia. Os mamutes, vindos da África, cruzaram
a Sibéria e estabeleceram-se na América do Norte. O Caribe era salpicado de
incontáveis pequenas ilhas, que foram povoadas por animais e por pássaros.
5.5.6 Plioceno
Última época da era Cenozoica, o Plioceno durou de 5 milhões até 2 milhões
de anos. O clima continuou esfriando, o que culminaria na grande glaciação do
Pleistoceno. Finalmente, com o recuo do mar, o istmo centro-americano surgiu
das águas e ligou as duas Américas.
100
TÓPICO 1 | A PALEOBIOGEOGRAFIA
5.5.7 Pleistoceno
Primeira época da era Cenozoica, o Pleistoceno iniciou-se há 1,6 milhão
de anos e durou até 12 mil-10 mil anos, no fim da última glaciação. A fauna e a
flora da Terra eram muito semelhantes às atuais, exceto pelo porte. O Pleistoceno
teve uma sucessão de glaciações intercaladas com interglaciais. Quatro grandes
glaciações sucederam-se durante essa época e foram denominadas de Gunz,
Mindel, Riss e Würm.
101
UNIDADE 2 | A PALEOBIOGEOGRAFIA, EVOLUÇÃO E DISTRIBUIÇÃO DOS SERES VIVOS
UNI
Prezado(a) acadêmico(a)!
Informações importantes sobre Peter Wilhelm Lund.
Acesse o site: <http://pt.wikipedia.org/wiki/Peter_Wilhelm_Lund>. Acesso em: 13 jul. 2010.
102
TÓPICO 1 | A PALEOBIOGEOGRAFIA
5.5.8 Holoceno
É a época atual, que começou no fim da glaciação, há 12.000-10.000 anos.
A temperatura continua em ascensão e as florestas úmidas podem expandir-se
em latitudes maiores. Não há, por enquanto, o período de extinção de seres vivos
e as que ocorrem hoje devem-se, em sua maior parte, ao homem.
103
RESUMO DO TÓPICO 1
Neste tópico você estudou que:
● O estudo dos climas do passado tem que ser feito tomando como base as
condições ambientais atuais, para permitir comparações. Uma espécie atual
exige condições ambientais que lhe sejam adequadas.
● O estudo dos climas do passado tem que ser feito tomando como base as
condições ambientais atuais, para permitir comparações. Uma espécie atual
exige condições ambientais que lhe sejam adequadas.
● Um claro retrato dos climas pretéritos está impresso nos anéis de crescimento
de algumas espécies de árvores de climas temperados. Neles, o desenrolar das
estações do ano pode ser acompanhado ano a ano.
● Os anéis de crescimento ilustram até períodos de 3 mil anos nas árvores atuais
e mais de 5 mil anos em fósseis de plantas.
104
● O deslocamento dos continentes teve reflexos em todo o planeta e mudou a
sua face, ao originar oceanos e mares, alterar o clima mundial e levar a uma
incomensurável mudança nas formas de vida em todo o mundo.
● O final do período siluriano foi marcado por uma crescente aridez, que substituiu
a umidade até então reinante.
105
● Ao passo que as plantas vasculares invadiam as terras emersas, nos mares
vazios esponjas e corais – de idade cambriana e ordoviciana –, junto com os
braquiópodos, ocupavam os nichos vazios.
● O surgimento de Pangea alterou o clima em todo o planeta, o que pode ter sido
a causa principal das extinções no final do período. Recuos e avanços do mar
foram comuns e, nas regressões, a flora marinha, exposta à radiação solar, foi
exterminada. Sem as plantas, muitas espécies de animais se extinguiram.
● O Permiano Médio foi dominado por um clima seco, quando muitos pântanos
costeiros secaram.
106
AUTOATIVIDADE
a) ( ) V – F – V – V – F.
b) ( ) F – V – F – V – V.
c) ( ) V – V – V – F – V.
d) ( ) V – V – V – V – V.
107
108
UNIDADE 2 TÓPICO 2
1 INTRODUÇÃO
Neste tópico abordaremos temas relacionados à origem e evolução dos
seres vivos; o aparecimento da vida, a quimiossíntese, a atmosfera primitiva, o
ambiente na Terra primitiva e a fotossíntese. Estudaremos também a teoria da
Evolução (Darwinismo e o Neodarwinismo), as ideias modernas da evolução, a
adaptação e o isolamento genético e geográfico.
Não obstante, existe uma corrente muito forte de cientistas que apoia
essa ideia. O brasileiro Freire-Maia (1988, p. 66) dizia que “[...] Não há evidências
da ação direta de forças transcendentes [...] nos vários passos da evolução, mas,
pode-se aceitar que a matéria tenha sido criada como um ‘impulso evolutivo’ de
Deus, há talvez 20 bilhões de anos. Isto significa que a matéria tem propriedades
que [...] a levaram a produzir vida [...]”.
109
UNIDADE 2 | A PALEOBIOGEOGRAFIA, EVOLUÇÃO E DISTRIBUIÇÃO DOS SERES VIVOS
110
TÓPICO 2 | ORIGEM E EVOLUÇÃO DOS SERES VIVOS
O mais correto, por conseguinte, é aceitar que a vida evoluiu aqui mesmo.
As provas, que apoiam essa ideia, são inúmeras, como veremos.
111
UNIDADE 2 | A PALEOBIOGEOGRAFIA, EVOLUÇÃO E DISTRIBUIÇÃO DOS SERES VIVOS
Apesar de todo o seu saber, Cuvier foi o principal responsável por uma não
muito breve estagnação da ciência no século XVIII. Ele explicava a existência dos
fósseis graças a catástrofes, como o dilúvio, que exterminaram todos os animais.
Findo o período da catástrofe, a criação divina repovoava a Terra. Sua ideia foi
chamada de catastrofismo e também teve muitos adeptos. Cientistas renomados
seguiam as pegadas de Cuvier, como o biólogo suíço-americano Louis Agassiz
(1797-1873), o paleontólogo francês Alcide d’Orbigny (1802-1857), o zoólogo
inglês Richard Owen (1804-1892) e muitos outros.
112
TÓPICO 2 | ORIGEM E EVOLUÇÃO DOS SERES VIVOS
113
UNIDADE 2 | A PALEOBIOGEOGRAFIA, EVOLUÇÃO E DISTRIBUIÇÃO DOS SERES VIVOS
O teor de dióxido de carbono era 600 vezes maior que o atual (Krauskopf,
1972, p. 215), o que tornava a atmosfera primitiva redutora. Provavelmente,
os oceanos também se formaram a essa época, pelo mesmo processo e pelas
atividades vulcânicas.
114
TÓPICO 2 | ORIGEM E EVOLUÇÃO DOS SERES VIVOS
Miller sugeriu então que, sob certas condições e contando com uma fonte
de energia permanente, esses gases, na Terra primitiva, reagiam e formavam
moléculas mais complexas. As chuvas encarregavam-se de levar para os oceanos
as moléculas formadas na atmosfera.
115
UNIDADE 2 | A PALEOBIOGEOGRAFIA, EVOLUÇÃO E DISTRIBUIÇÃO DOS SERES VIVOS
116
TÓPICO 2 | ORIGEM E EVOLUÇÃO DOS SERES VIVOS
TUROS
ESTUDOS FU
Prezado(a) acadêmico(a)!
No estudo da evolução é preciso considerar os aspectos genéticos e as transformações
que se sucederam nos ambientes antigos, porque estes são uma das causas das mudanças
ocorridas nos organismos, como veremos à frente.
117
UNIDADE 2 | A PALEOBIOGEOGRAFIA, EVOLUÇÃO E DISTRIBUIÇÃO DOS SERES VIVOS
A teoria darwinista não explica como uma nova espécie surge, tampouco
a neodarwinista clareia os fatos. Para Gould (1992, p.13), devem existir outros
fatos além da explicação neodarwinista para solucionar os mistérios da evolução.
118
TÓPICO 2 | ORIGEM E EVOLUÇÃO DOS SERES VIVOS
Portanto, as ideias de Darwin não tinham qualquer base científica. Mas tal
era a sua coerência, que serviu de modelo para o desenvolvimento da Biologia.
119
UNIDADE 2 | A PALEOBIOGEOGRAFIA, EVOLUÇÃO E DISTRIBUIÇÃO DOS SERES VIVOS
Mas Kimura sustentava que a substituição dos alelos era neutra e que a
seleção natural não tinha uma participação tão importante. Para ele, os alelos
flutuavam numa população de forma aleatória, isto é, ao acaso. Desta forma, a
seleção natural não tinha fundamento. Ademais, todos os alelos tinham o mesmo
peso e nenhum era mais eficaz que o outro.
3.6 A ADAPTAÇÃO
A adaptação é a resposta de uma população às condições ambientais em
que vive, graças à pressão exercida pela seleção natural, de acordo com o que
sustenta o neodarwinismo.
120
TÓPICO 2 | ORIGEM E EVOLUÇÃO DOS SERES VIVOS
121
UNIDADE 2 | A PALEOBIOGEOGRAFIA, EVOLUÇÃO E DISTRIBUIÇÃO DOS SERES VIVOS
ATENCAO
Mas as mutações genéticas podem se dar sem que haja influência ambiental.
A adaptação do organismo a novas condições tem tanto origem genética quanto
comportamental. Muitas vezes, a velocidade e a capacidade de adaptação salvam
a espécie. Muitas plantas, por exemplo, nascem em solos estéreis de zonas de
mineração. Se a adaptação é lenta, a espécie pode se ajustar ao novo ambiente.
122
TÓPICO 2 | ORIGEM E EVOLUÇÃO DOS SERES VIVOS
A fauna das ilhas Galápagos contém várias espécies de aves, uma de rato
– possivelmente levada pelos primeiros navios que lá aportaram, no início da
colonização –, uma espécie de morcego, uma de tartaruga gigante – em espanhol,
galápago, que deu nome ao arquipélago –, várias espécies de insetos e lesmas. Não
existem anfíbios.
123
UNIDADE 2 | A PALEOBIOGEOGRAFIA, EVOLUÇÃO E DISTRIBUIÇÃO DOS SERES VIVOS
124
TÓPICO 2 | ORIGEM E EVOLUÇÃO DOS SERES VIVOS
125
RESUMO DO TÓPICO 2
Neste tópico você estudou que:
● A criação especial é a ideia defendida pela religião cristã. Nesse ponto de vista,
a vida foi criada por um ser sobrenatural, não houve qualquer tipo de evolução
e os animais de hoje são exatamente como eram no momento da criação. Essa
ideia não tem qualquer fundamento científico e não se apoia na ciência.
126
● A primeira atmosfera da Terra era formada por amônia (NH3), metano (CH4),
dióxido de carbono (CO2), ácido clorídrico (HCl), gás sulfídrico (H2S), dióxido
de enxofre (SO2) e vapor d'água. A volatilização dos compostos, antes retidos
nos interstícios dos planetesimais, foi chamada de desgaseificação.
127
● Populações que vivam no mesmo hábitat trocam informações genéticas e as
características da espécie são resguardadas. O isolamento interrompe essa
troca. É o primeiro passo para o aparecimento de uma nova espécie. Ilhas
exercem importante participação no processo da especiação. É esse o caso dos
fringilídeos (os tentilhões) das Galápagos, estudados por Darwin.
128
AUTOATIVIDADE
III - Geração espontânea, uma ideia que durou por quase dois mil anos,
garantia que a vida podia surgir da matéria inanimada. Essa ideia apoiava-
se apenas na observação e tirava conclusões apressadas, conjugadas com
uma fertilíssima imaginação, movida, sobretudo, pela superstição e pela
pressão da Inquisição.
129
130
UNIDADE 2 TÓPICO 3
1 INTRODUÇÃO
Neste tópico estudaremos a distribuição dos seres vivos, as espécies e
suas formas de dispersão, as espécies exóticas, as interações entre os seres vivos,o
relevo, as teorias, os ciclos climáticos e os refúgios brasileiros atuais ( importância
da preservação).
131
UNIDADE 2 | A PALEOBIOGEOGRAFIA, EVOLUÇÃO E DISTRIBUIÇÃO DOS SERES VIVOS
132
TÓPICO 3 | A DISTRIBUIÇÃO DOS SERES VIVOS
Uma espécie dotada dessa habilidade poderá ocupar vastas áreas, porque
seu genótipo lhe permite. É chamada de cosmopolita.
133
UNIDADE 2 | A PALEOBIOGEOGRAFIA, EVOLUÇÃO E DISTRIBUIÇÃO DOS SERES VIVOS
134
TÓPICO 3 | A DISTRIBUIÇÃO DOS SERES VIVOS
135
UNIDADE 2 | A PALEOBIOGEOGRAFIA, EVOLUÇÃO E DISTRIBUIÇÃO DOS SERES VIVOS
136
TÓPICO 3 | A DISTRIBUIÇÃO DOS SERES VIVOS
Cerca de 60% das espécies haviam sido transportados pelo mar, 32% por
correntes aéreas e 8% por pássaros. (MOTTERSHEAD, 1984, p. 16).
Outro exemplo ocorreu na ilha de Surtsey (Islândia), uma ilha de 2,5 km2
e com 172 metros na parte mais alta, surgida na erupção de um vulcão submarino
em 14 de novembro de 1963. Cinco anos mais tarde, 1968, a população de animais
e plantas já era considerável.
137
UNIDADE 2 | A PALEOBIOGEOGRAFIA, EVOLUÇÃO E DISTRIBUIÇÃO DOS SERES VIVOS
138
TÓPICO 3 | A DISTRIBUIÇÃO DOS SERES VIVOS
139
UNIDADE 2 | A PALEOBIOGEOGRAFIA, EVOLUÇÃO E DISTRIBUIÇÃO DOS SERES VIVOS
140
TÓPICO 3 | A DISTRIBUIÇÃO DOS SERES VIVOS
141
UNIDADE 2 | A PALEOBIOGEOGRAFIA, EVOLUÇÃO E DISTRIBUIÇÃO DOS SERES VIVOS
142
TÓPICO 3 | A DISTRIBUIÇÃO DOS SERES VIVOS
143
UNIDADE 2 | A PALEOBIOGEOGRAFIA, EVOLUÇÃO E DISTRIBUIÇÃO DOS SERES VIVOS
144
TÓPICO 3 | A DISTRIBUIÇÃO DOS SERES VIVOS
145
UNIDADE 2 | A PALEOBIOGEOGRAFIA, EVOLUÇÃO E DISTRIBUIÇÃO DOS SERES VIVOS
146
TÓPICO 3 | A DISTRIBUIÇÃO DOS SERES VIVOS
147
UNIDADE 2 | A PALEOBIOGEOGRAFIA, EVOLUÇÃO E DISTRIBUIÇÃO DOS SERES VIVOS
Alguns lugares nos cumes das montanhas ficaram livres do gelo durante as
eras glaciais e tornaram-se refúgios para animais e plantas. São chamados de nunataks
(MIELKE, 1989, p. 185) e mantêm espécies de animais e plantas que se diferenciaram
de outras áreas. Muitos invertebrados e coleópteros sobreviveram nos nunataks.
Como toda teoria, esta também recebe críticas, pela não aceitação de
indicadores de interpretações de dados e modelos por parte de alguns autores,
conforme exposto por Haffer e Prance (2002, p. 205) e Viadana (2002, p. 46).
Entretanto, este último salienta que nenhuma crítica apresenta sustentação teórica
e científica convincente.
148
TÓPICO 3 | A DISTRIBUIÇÃO DOS SERES VIVOS
149
UNIDADE 2 | A PALEOBIOGEOGRAFIA, EVOLUÇÃO E DISTRIBUIÇÃO DOS SERES VIVOS
150
TÓPICO 3 | A DISTRIBUIÇÃO DOS SERES VIVOS
Um refúgio é uma ilha, não no sentido usual de ilha, mas no ponto de vista
biogeográfico – uma ilha biogeográfica, porque, neles, as espécies estão isoladas,
ilhadas, sujeitas a condições ambientais específicas.
151
UNIDADE 2 | A PALEOBIOGEOGRAFIA, EVOLUÇÃO E DISTRIBUIÇÃO DOS SERES VIVOS
Damuth; Fairbridge (1970), citados por Leite; Klein (1990, p. 114), indicam
alguns fatores decorrentes de um dessecamento e resfriamento do clima na
América do Sul, embora acentuem não se tratar de um fato generalizado, mas,
talvez localizado, devido ao relevo local.
São eles:
152
TÓPICO 3 | A DISTRIBUIÇÃO DOS SERES VIVOS
153
UNIDADE 2 | A PALEOBIOGEOGRAFIA, EVOLUÇÃO E DISTRIBUIÇÃO DOS SERES VIVOS
De acordo com Müller (1971, citado por Bigarella et all., 1975, p. 450), os
centros de dispersão são tipos especiais de refúgios onde, ao cessar as pressões
que levaram ao isolamento, ocorre a expansão territorial das espécies vegetais e
animais antes retraídas. Assim, um refúgio não é necessariamente um centro de
dispersão, embora o contrário seja verdadeiro. Por conta da existência dos centros
de dispersão, certos biomas se conservam durante períodos que lhe são adversos.
Müller (1979, p. 175), reforça essa ideia ao dizer que uma área só terá
importância como centro de dispersão se as condições ambientais em seu interior
não provocarem a extinção das comunidades que a habitam. E completa: “[...] as
áreas de dispersão são zonas de refúgio em sua origem”.
154
TÓPICO 3 | A DISTRIBUIÇÃO DOS SERES VIVOS
155
UNIDADE 2 | A PALEOBIOGEOGRAFIA, EVOLUÇÃO E DISTRIBUIÇÃO DOS SERES VIVOS
157
UNIDADE 2 | A PALEOBIOGEOGRAFIA, EVOLUÇÃO E DISTRIBUIÇÃO DOS SERES VIVOS
Nesta mesma direção, Bigarella et al. (1975, p. 460) adverte sobre a ocupação
de grandes áreas na Amazônia, sendo que a sua fragilidade, conhecida nos meios
científicos, é “[...] praticamente ignorada por parte dos responsáveis pelos programas
pseudodesenvolvimentistas não assessorados e não controlados cientificamente”.
158
TÓPICO 3 | A DISTRIBUIÇÃO DOS SERES VIVOS
159
RESUMO DO TÓPICO 3
Neste tópico você estudou que:
● A dispersão feita pelo homem sempre foi importante. Em todos os lugares para
onde foi ele levou consigo não só espécies domesticadas – cão, aves, gato, gado
etc. – e plantas diversas, mas também espécies selvagens, como o pardal, ou
comensais (que convivem com ele), como o rato e a barata.
160
● A propagação da abelha africana Apis mellifera adansonii no Brasil deveu-se a
um acidente. Em 1956, 70 rainhas africanas foram levadas para a cidade de
Rio Claro (SP), com a finalidade de melhorar a produção de mel, que é alta na
espécie. No ano seguinte, um funcionário deixou cair ao chão uma colmeia e
as abelhas se dispersaram. Em poucos anos, cruzaram fronteiras e invadiram
todos os países das Américas do Sul e Central. No início dos anos 80, haviam
invadido os EUA, onde se encontram até hoje.
● A Teoria dos Refúgios foi desenvolvida por Edward Forbe, em 1846. É este
um dos temas principais na Biogeografia atual. No entanto, apenas a partir da
década de 1930 é que ela passou a ser considerada com mais profundidade,
quando se realizaram estudos na África, na Austrália, na Malásia, na Nova
Guiné e na América do Sul.
161
AUTOATIVIDADE
III - Como toda teoria, a Teoria dos Refúgios também recebeu críticas, pela não
aceitação de indicadores de interpretações de dados e modelos por parte
de alguns autores.
V - A teoria dos refúgios florestais no Brasil foi esboçada por Ab'Sáber a partir de
observações iniciadas em 1957, junto com o geomorfólogo francês Jean Tricart.
162
UNIDADE 3
TERRITÓRIOS BIOGEOGRÁFICOS,
BIOMAS E A AÇÃO DO HOMEM
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
Ao final desta unidade você será capaz de:
PLANO DE ESTUDOS
Esta unidade está organizada em quatro tópicos e em cada um deles você encon-
trará atividades para uma maior compreensão das informações apresentadas.
163
164
UNIDADE 3
TÓPICO 1
1 INTRODUÇÃO
Os seres vivos se movimentam e se distribuem na biosfera. Os padrões de
distribuição não são aleatórios, mas dependem de vários fatores abióticos e bióticos,
que interagem atualmente ou que interagiram no passado, para constituir conjuntos
de hábitats. Por causa dessas interações, esses conjuntos podem apresentar certas
correspondências nos limites territoriais de distribuição dos seres vivos. Em outras
palavras, podemos dizer que pode existir coincidência no limite de distribuição dos
hábitats, o que é indicado pelo nível de endemicidade dos seres vivos, que se dá em
diversas categorias ou nívies taxonômicos: ordem, família, gênero e espécie.
2 TERRITÓRIOS BIOGEOGRÁFICOS
Os territórios biogeográficos possuem extensões continentais e se distinguem
pelo número elevado de endemismos, geralmente em nível de ordens e de famílias.
Os reinos subdividem-se em Regiões Biogeográficas, com endemismos ao nível
de subfamílias e de gêneros. Por sua vez, as regiões biogeográficas subdividem-
se em Domínios ou Províncias Biogeográficas, compreendendo áreas com elevado
número de endemismo ao nível de gêneros e espécies. Os domínios subdividem-
se em Setores ou Distritos Biogeográficos, que correspondem a territórios restritos
com elevado número de endemismos ao de espécies ou de gêneros, se estes últimos
possuírem poucas espécies (LACOSTE; SALANON, 1973; VALDÉS, 1985).
165
UNIDADE 3 | TERRITÓRIOS BIOGEOGRÁFICOS, BIOMAS E A AÇÃO DO HOMEM
166
TÓPICO 1 | OS REINOS BIOGEOGRÁFICOS E OS BIOMAS
167
UNIDADE 3 | TERRITÓRIOS BIOGEOGRÁFICOS, BIOMAS E A AÇÃO DO HOMEM
1 - Holártico 3 - Australiano
1a - Região Paleártica 3a - Região Australiana
2b - Região Neártica 3b - Região Oceânica Os reinos biogeográficos,
3c - Região Neozelandesa segundo MÜLLER (1979).
2 - Paleotropical 3d - Região Havaiana Sem escala
2a - Região Etiópica
2b - Região Malgache 4 - Netropical
2c - Região Oriental 5 - Arquinótico
Faixas de transição
168
TÓPICO 1 | OS REINOS BIOGEOGRÁFICOS E OS BIOMAS
Como foi dito antes, o problema dos limites suscita muitas discussões, eles
são bem definidos apenas quando existem acidentes geográficos como montanhas,
desertos e oceanos, que também atuam como barreiras (TROPPMAIR, 2002, p. 131).
169
UNIDADE 3 | TERRITÓRIOS BIOGEOGRÁFICOS, BIOMAS E A AÇÃO DO HOMEM
170
TÓPICO 1 | OS REINOS BIOGEOGRÁFICOS E OS BIOMAS
171
UNIDADE 3 | TERRITÓRIOS BIOGEOGRÁFICOS, BIOMAS E A AÇÃO DO HOMEM
172
TÓPICO 1 | OS REINOS BIOGEOGRÁFICOS E OS BIOMAS
“Os incêndios naturais são comuns nas florestas mistas com eucaliptos e
nas savanas. Muitas espécies só florescem após um incêndio WALTER” (1986, p.
179) relaciona vários gêneros pirófilos nas savanas.
NOTA
Prezado(a) acadêmico(a)!
Para conhecer mais sobre espécies de plantas vasculares, acesse o site: <http://en.wikipedia.
org/wiki/Australasia_ecozone>. Acesso em: 13 jul. 2010.
173
UNIDADE 3 | TERRITÓRIOS BIOGEOGRÁFICOS, BIOMAS E A AÇÃO DO HOMEM
174
TÓPICO 1 | OS REINOS BIOGEOGRÁFICOS E OS BIOMAS
UNI
Para conhecer mais sobre os animais, sugiro que você, acadêmico(a), acesse
os sites:
<http://www.animalliberation.org.au/feralint.html.>
<http://www.wwwins.net.au/dingofarm/02.htm l> e
<http://www.abs.gov.au>. Acesso em: 13 jul. 2010.
175
UNIDADE 3 | TERRITÓRIOS BIOGEOGRÁFICOS, BIOMAS E A AÇÃO DO HOMEM
“No século XVII, a Austrália foi denominada Terra psittacorum, por causa
do grande número de periquitos” (MÜLLER, 1979, p. 72). Dentre as famílias
endêmicas de aves citam-se Dromiceidae (Dromaeus, emu, na Nova Guiné e ilhas),
Casuaridae (Casuarius, casuar), Dinornitidae (moas, na Nova Guiné), Apterygydeae
(Apteryx, quivis), Psittacidae (muitas famílias, pagagaios e periquitos), Cacatuidae
(cacatuas) etc. Existem 91 famílias com 826 espécies de aves na Austrália. “Na
Nova Caledônia existem 68 espécies de aves, das quais uma é endêmica. Partindo
da Austrália, 18 espécies invadiram a Nova Caledônia e evoluíram pela radiação
adaptativa”. (MÜLLER, 1979, p. 73).
“Na Nova Zelândia, muitas famílias têm afinidades com as famílias das
ilhas do Pacífico e com a América do Sul” (MÜLLER, 1979, p. 74). A Nova Zelândia
separou-se de Gondwana e ficou isolada por 80 milhões de anos, o que permitiu
que 90% dos insetos e moluscos marinhos, 80% das árvores, fetos e angiospermas,
25% das espécies de pássaros, todas as 60 espécies de répteis, quatro espécies de
sapos e duas espécies de morcegos sejam endêmicas.
UNI
Prezado(a) acadêmico(a)!
Para auxiliar seus estudos, acesse os sites:< http://www.deh.gov.au/biodiversity/abrs/online-
resources/abif/fauna/afd/stats-est.html - Australian Faunal Directory. Estimated Numbers of
Australian Fauna>
< http://www.deh.gov.au/biodiversity/abrs/publications/fauna-of-australia/pubs/volume2a/
ar22ind.pdf> e
<http://www.deh.gov.au/biodiversity/abrs/online-resources/abif/fauna/afd/stats-est.html -
Australian Faunal Directory. Estimated Numbers of Australian Fauna>. Acesso em: 13 jul. 2010.
176
TÓPICO 1 | OS REINOS BIOGEOGRÁFICOS E OS BIOMAS
UNI
Prezado(a) acadêmico(a)!
Para conhecer mais sobre o termo Arquinótico, acesse o site: <http://www.inach.cl/portal_
educa/antartica/antartica.html>. Acesso em: 13 jul. 2010.
Da mesma forma que no Polo Norte, a Antártica não tem um ciclo diário
dividido em 24 horas. De setembro a março, o Sol paira sobre o horizonte, o
que corresponde ao verão austral – o dia no Polo Sul. De março a setembro ele
desaparece lentamente, à medida que o outono avança e o inverno o sucede.
Quando a primavera retorna, ele ascende no horizonte para clarear nos próximos
seis meses. O Sol nunca fica no zênite nos polos e nunca sobe muito além do
horizonte. Por essa razão, os polos recebem muito pouca radiação solar e este é
um dos fatores das baixas temperaturas.
177
UNIDADE 3 | TERRITÓRIOS BIOGEOGRÁFICOS, BIOMAS E A AÇÃO DO HOMEM
178
TÓPICO 1 | OS REINOS BIOGEOGRÁFICOS E OS BIOMAS
E
IMPORTANT
Prezado(a) acadêmico(a)!
Para auxiliar nos estudos e conhecer mais sobre as baixas temperaturas na Antártica, acesse o
site: <http://www.iespana.es/natureduca/ant_indice.htm>. Acesso em: 13 jul. 2010.
179
UNIDADE 3 | TERRITÓRIOS BIOGEOGRÁFICOS, BIOMAS E A AÇÃO DO HOMEM
180
TÓPICO 1 | OS REINOS BIOGEOGRÁFICOS E OS BIOMAS
DICAS
Prezado(a) acadêmico(a)!
Quanto às espécies, acesse o site: <http://www.inach.cl/portal_educa/antartica/antartica.
html> e <http://www.inach.cl/portal_educa/antartica/antartica.html>.Acesso em: 13 jul. 2010.
181
UNIDADE 3 | TERRITÓRIOS BIOGEOGRÁFICOS, BIOMAS E A AÇÃO DO HOMEM
DICAS
Prezado(a) acadêmico(a)!
Quanto às espécies de baleias, acesse o site: <http://www.antarcticconnection.com/antarctic/
wildlife/whales/index.shtml> Acesso em: 13 jul. 2010.
182
TÓPICO 1 | OS REINOS BIOGEOGRÁFICOS E OS BIOMAS
As massas de ar que atuam nos climas das baixas latitudes têm regiões-
fonte variadas: podem ser continentais tropicais, tropicais marítimas e equatoriais
marítimas e continentais. As regiões-fonte encontram-se tanto nas zonas tropicais
quanto nas subtropicais e incluem a zona de convergência intertropical, o cinturão
dos ventos alísios e partes das células subtropicais de alta pressão.
183
UNIDADE 3 | TERRITÓRIOS BIOGEOGRÁFICOS, BIOMAS E A AÇÃO DO HOMEM
184
TÓPICO 1 | OS REINOS BIOGEOGRÁFICOS E OS BIOMAS
3 OS BIOMAS
Os reinos biogeográficos compreendem os biomas, embora os critérios de
delimitação estejam baseados mais na forma das plantas submetidas a um tipo
climático existente atualmente do que propriamente no nível de endemismo, na
sua evolução e nas áreas de dispersão dos seres vivos.
186
TÓPICO 1 | OS REINOS BIOGEOGRÁFICOS E OS BIOMAS
E
IMPORTANT
Urzes são plantas da família Ericaceae, típicas de solos pobres, ácidos e mal
drenados. As Ericáceas têm 82 gêneros com mais de 2.500 espécies, que aparecem nas
regiões temperadas e subtropicais dos dois hemisférios. São plantas lenhosas, arbustivas,
com folhas esclerófilas e flores muito vistosas. No Brasil, é muito comum nos jardins o
Rhododendron spp, a azaleia, que floresce no inverno, e a Erica spp. Na Europa, cachimbos
de boa qualidade são feitos de madeira de Erica spp. O nome urze foi introduzido pelos
portugueses (Joly, 1991, p. 535).
187
UNIDADE 3 | TERRITÓRIOS BIOGEOGRÁFICOS, BIOMAS E A AÇÃO DO HOMEM
E
IMPORTANT
188
TÓPICO 1 | OS REINOS BIOGEOGRÁFICOS E OS BIOMAS
189
UNIDADE 3 | TERRITÓRIOS BIOGEOGRÁFICOS, BIOMAS E A AÇÃO DO HOMEM
A forma cônica das árvores impede que a neve se acumule nos galhos.
Isso evita que quebrem com seu peso. Se houver água suficiente, a fotossíntese
se faz sempre, exceto no inverno, quando a água congela. A forma acicular das
folhas diminui a superfície de contato com o ar, o que reduz a evapotranspiração
no verão e na primavera preserva a água nas células. (SIMMONS, 1982, p. 130).
190
TÓPICO 1 | OS REINOS BIOGEOGRÁFICOS E OS BIOMAS
191
UNIDADE 3 | TERRITÓRIOS BIOGEOGRÁFICOS, BIOMAS E A AÇÃO DO HOMEM
Para os carnívoros, não falta comida. O lobo (Canis lupus) caça animais
grandes, como o alce e o boi almiscarado. O lince (Lynx spp), a doninha (Mustela
nivalis) e a marta (Martes martes) atacam pequenos mamíferos e aves.
193
UNIDADE 3 | TERRITÓRIOS BIOGEOGRÁFICOS, BIOMAS E A AÇÃO DO HOMEM
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TÓPICO 1 | OS REINOS BIOGEOGRÁFICOS E OS BIOMAS
195
UNIDADE 3 | TERRITÓRIOS BIOGEOGRÁFICOS, BIOMAS E A AÇÃO DO HOMEM
196
TÓPICO 1 | OS REINOS BIOGEOGRÁFICOS E OS BIOMAS
Sapos, rãs, salamandras e tritões vivem nos alagadiços, nos rios e nos lagos.
As salamandras alimentam-se de minhocas, caracóis e artrópodos. De coloração
berrante, algumas espécies excretam uma toxina que bloqueia o sistema nervoso
e pode matar animais grandes. Por isso não são predadas, ocupando o topo da
cadeia alimentar (STORER et al., 1991, p. 639).
197
UNIDADE 3 | TERRITÓRIOS BIOGEOGRÁFICOS, BIOMAS E A AÇÃO DO HOMEM
198
TÓPICO 1 | OS REINOS BIOGEOGRÁFICOS E OS BIOMAS
199
UNIDADE 3 | TERRITÓRIOS BIOGEOGRÁFICOS, BIOMAS E A AÇÃO DO HOMEM
A fauna, originalmente muito rica, praticamente não existe mais, por causa
das atividades humanas, em que se inclui caça predatória desmedida realizada
nos séculos XIX e XX. Reservas biológicas foram criadas na América do Norte e
Eurásia com o fim de proteger o que restou da fauna e da flora.
O uso intensivo e mal planejado do solo nas pradarias foi a origem de muitos
desastres ambientais, como na estepe siberiana e, sobretudo, na destruição de
milhares de hectares de terras no centro-oeste americano na década de 30, quando
a região ficou conhecida como Dust Bowl (Bacia da Poeira). John Steinbeck, em
1930, escreveu um soberbo relato, As Vinhas da Ira, sobre as vicissitudes enfrentadas
pela população sem terras durante a escassez de trabalho, agravadas ainda mais
pela depressão econômica. A Dust Bowl é uma vasta região no centro dos EUA,
intensamente arada pelos fazendeiros, numa época de grandes chuvas, durante a
200
TÓPICO 1 | OS REINOS BIOGEOGRÁFICOS E OS BIOMAS
década de 1920, o que lhes rendeu ótimas safras de trigo. No entanto, a década de
1930 começou com um período de seca, que se alastrou por todo o centro-oeste. Os
fazendeiros continuaram arando e plantando. As colheitas foram enfraquecendo
até chegar a zero. Removido pela aração, o solo arenoso era varrido por ventos que
alcançavam 100 quilômetros/hora. Gigantescas nuvens de poeira cobriam tudo e
chegavam a soterrar as fazendas. Empobrecida, a população emigrou, formando
nas estradas, conforme narra Steinbeck, intermináveis filas de calhambeques, que
transportavam a mudança, ao lado de milhares de pessoas que levavam às costas
os seus bens, esfomeadas, doentes, sem esperança. “O aumento da aridez atraiu
plantas típicas dos desertos, que invadiram a região, como os cactos e a acácia”
(Prosopis spp) (FURLEY; NEWEY, 1986, p. 260). “Em 1934, um único tornado
transportou 300 milhões de toneladas de solo”. (HARE, 1995, p. 73).
201
UNIDADE 3 | TERRITÓRIOS BIOGEOGRÁFICOS, BIOMAS E A AÇÃO DO HOMEM
202
TÓPICO 1 | OS REINOS BIOGEOGRÁFICOS E OS BIOMAS
203
UNIDADE 3 | TERRITÓRIOS BIOGEOGRÁFICOS, BIOMAS E A AÇÃO DO HOMEM
As adaptações das plantas contra os fatores limitantes nem sempre são de ordem
fisiológica. Entre elas, citam-se as seguintes: plantas esparsas reduzem a competição entre
si; produção de substâncias químicas para afastar herbívoros e impedir o crescimento
de outras espécies no hábitat, o que também reduz a competição; o creosoto (Larrea
spp) libera um odor característico, que espanta os pastadores; a espirradeira (Nerium
olander, que também aparece na floresta Atlântica) é venenosa; algumas substâncias
dão paladar estranho à planta, como o látex de algumas Euphorbiaceae, ou o tanino
e as resinas secretadas pelas folhas, pela casca da Cassia e outras espécies (FURLEY;
NEWEY, 1986, p. 315). “O gênero Euphorbia, o maior da família Euphorbiaceae, tem 2.300
espécies, das quais muitas são xerófilas, afilas (sem folhas), cactáceas, típicas das regiões
áridas da África”. (JOLY, 1991, p. 404).
O uso da terra nas regiões vizinhas aos desertos tem trazido inúmeros
problemas ambientais. Na África, as populações saarianas praticaram, ao longo
dos séculos, agricultura e pecuária primitivos, cujos reflexos transformaram-
se, hoje, em processos de desertificação. Uma das regiões mais atingidas pelo
avanço do deserto é o Sahel. A pecuária pode estar na base da desertificação desta
porção do Saara. O uso intensivo do pastoreio pelas populações nômades levou
à destruição da vegetação, que era de savanas. As grandes secas das décadas de
1970 e 1980 aceleraram o processo de desertificação. Problemas político-tribais e
a agricultura ao sul impediam a criação de gado nas suas áreas. “Desprovido de
vegetação, o albedo do solo aumentou e a temperatura aumentou, promovendo o
processo de desertificação”. (HARE, 1995, p. 120).
204
TÓPICO 1 | OS REINOS BIOGEOGRÁFICOS E OS BIOMAS
“Os solos mais comuns nos desertos são regossolos, rendzinas e vertissolos,
além das dunas” (TROPPMAIR, 2002, p. 89), é solo mais rocha fragmentada
na fração areia. Os regossolos são pouco desenvolvidos, possuem excesso de
areia, são pobres em bases, muito drenados devido à areia, ácidos, têm perfil
pouco desenvolvido e são muito susceptíveis à erosão. “Os vertissolos são solos
com elevado teor de argila” (VIEIRA, 1975, p. 362). Os solos do tipo rendzinas
são típicos de pradarias, provenientes da decomposição de rochas calcárias.
(BUCKMAN; BRADY, 1976, p. 362).
205
UNIDADE 3 | TERRITÓRIOS BIOGEOGRÁFICOS, BIOMAS E A AÇÃO DO HOMEM
Walter (1986) e Rizzini (1976) concordam que a maioria das plantas dos
desertos é mesófita e não xerófita. Há plantas que evitam a seca e as que resistem à
seca, com menor ou maior capacidade (WALTER, 1986). “O que distingue o xerófito
do mesófito é a capacidade que ele tem de utilizar a água, diz Rizzini” (1976, p. 262).
206
TÓPICO 1 | OS REINOS BIOGEOGRÁFICOS E OS BIOMAS
solos salinos, nos troncos e galhos de árvores, nas montanhas, nos polos etc. As
halófitas são suculentas e são típicas de ambientes salinos. Dependem mais do solo
do que do clima local. São, pois, de caráter edáfico. Plantas efêmeras germinam
quando há água e sobrevivem nas estiagens na forma de sementes ou frutos.
207
UNIDADE 3 | TERRITÓRIOS BIOGEOGRÁFICOS, BIOMAS E A AÇÃO DO HOMEM
rato marsupial cego (Notoryctes typhlops) nada sob a areia como se estivesse na
água e raramente sai à superfície. Os gekos (Nephrurus spp) e os escorpiões são
noctívagos. Os ratos saltadores mantêm a toca úmida por meio da transpiração.
Bebem a urina dos filhotes e retiram água das fezes, espremendo-as entre as
patas. À noite, eles caçam insetos e se alimentam de brotos de plantas.
DICAS
Prezado(a) acadêmico(a)!
Para conhecer mais sobre o desenvolvimento e adaptação das plantas, acesse o site: <
http://farrer.riv.csu.edu.au/ASGAP/APOL16/dec99-5.html - Australian plants on line>. Acesso
em: 13 jul. 2010.
208
TÓPICO 1 | OS REINOS BIOGEOGRÁFICOS E OS BIOMAS
“As folhas são coriáceas (grossas), têm pelos e poucos estômatos. Estão
preparadas para suportar meses secos reduzindo a transpiração ao mínimo, ou
fechando os estômatos (almécega, Pistacia lentiscus) ou adotando a microfilia
(junco bravo, Adenostoma fasciculatum)”. (FURLEY; NEWEY, 1986, p. 265).
209
UNIDADE 3 | TERRITÓRIOS BIOGEOGRÁFICOS, BIOMAS E A AÇÃO DO HOMEM
210
TÓPICO 1 | OS REINOS BIOGEOGRÁFICOS E OS BIOMAS
Walter (1986, p. 76) define a savana como uma "[...] comunidade vegetal
homogênea, do ponto de vista ecológico, caracterizada pela presença de vegetais
lenhosos esparsos, em meio a prados relativamente secos". É bom frisar que o
termo seco não se aplica ao cerrado brasileiro.
O clima das savanas tem dois períodos bem marcados – chuvas de verão e
estiagem no inverno. No reino Paleotropical, a savana aparece nos dois hemisférios.
Portanto, tem dois regimes de chuvas – no verão do Hemisfério Norte (junho, julho
e agosto/setembro), com as chuvas concentradas em agosto (360 mm); o inverno
(dezembro, janeiro e fevereiro/março) é seco. A estação das chuvas começa em
março e avoluma-se na direção do meio do ano. No Hemisfério Sul o verão é
chuvoso – dezembro, janeiro e fevereiro/março – e o inverno é seco – junho, julho e
agosto/setembro. O período das chuvas inicia-se em setembro/outubro.
211
UNIDADE 3 | TERRITÓRIOS BIOGEOGRÁFICOS, BIOMAS E A AÇÃO DO HOMEM
212
TÓPICO 1 | OS REINOS BIOGEOGRÁFICOS E OS BIOMAS
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UNIDADE 3 | TERRITÓRIOS BIOGEOGRÁFICOS, BIOMAS E A AÇÃO DO HOMEM
214
TÓPICO 1 | OS REINOS BIOGEOGRÁFICOS E OS BIOMAS
“A precipitação média nas florestas tropicais pluviais varia entre 2.000 e 3.000
mm/ano. Contudo, no sudoeste de Camarões ou nas montanhas de Khasi, na Índia,
as chuvas ultrapassam os 10.000 mm/ano”. (FURLEY; NEWEY 1986, p. 275). As
médias de temperatura ficam por volta dos 20º C e raramente são superiores a 30º C.
As árvores são sempre altas, de troncos lisos, sem galhos, que só aparecem
no topo para formar as copas, sempre largas. As raízes, normalmente, são
tabulares e servem para a sustentação da árvore e para absorver prontamente
os nutrientes provindos da reciclagem da matéria orgânica. As folhas são largas,
com uma nervura central bem definida, que ajuda no escoamento da água.
215
UNIDADE 3 | TERRITÓRIOS BIOGEOGRÁFICOS, BIOMAS E A AÇÃO DO HOMEM
competição pela luz e pela sombra feita pelas árvores maiores. O quinto estrato
é o herbáceo, e a sombra impede o seu desenvolvimento pleno – são ervas, fetos,
gramíneas e rebentos de árvores, que aparecem aonde alguma claridade chega até
a superfície do solo, e que ficam à espera da eventual abertura da clareira.
A luz diminui à medida que se desce para a superfície. Isto cria uma inversão
térmica: a temperatura era de 32º C na copa das emergentes e, no solo, caiu para 27º C,
na floresta do Banco, na Costa do Marfim (CACHAN; DUVAL, 1963, apud DAJOZ,
1973, p. 73). A umidade relativa passou de 30% nas copas para 80% na superfície.
A iluminação era de 100.000 luxes no topo e caiu para 100 luxes no solo. O vento
tinha uma velocidade de 7 m/min. no topo e desapareceu no solo. A temperatura
no solo variava entre 25º C e 27º C nos dias quentes e, como as trocas de nitrogênio
entre a planta e o solo se fazem melhor à temperatura de 25º C “[...] compreende-se
assim, a razão pela qual a floresta pode conservar-se em um solo pobre, que, quando
desembaraçado das árvores, só dará fracas colheitas”. (DAJOZ, 1973, p. 73).
216
TÓPICO 1 | OS REINOS BIOGEOGRÁFICOS E OS BIOMAS
A dispersão dos frutos é complexa e vai desde aquele que explode ao cair
no chão e espalha suas sementes, aos que podem flutuar, como as cabaças, e atingir
longas distâncias. A participação de animais e aves na dispersão é considerável. A
dispersão horizontal depende dos tipos de solo, do relevo, da presença ou escassez
de água no solo, das relações com animais, insetos e aves polinizadores, das
relações entre as plantas entre si em associações vegetais. Essas últimas organizam
os indivíduos segundo as características sociológicas e fisiológicas de cada um. As
clareiras interrompem bruscamente um contínuo e criam outros tipos de dinâmica.
217
UNIDADE 3 | TERRITÓRIOS BIOGEOGRÁFICOS, BIOMAS E A AÇÃO DO HOMEM
218
TÓPICO 1 | OS REINOS BIOGEOGRÁFICOS E OS BIOMAS
219
UNIDADE 3 | TERRITÓRIOS BIOGEOGRÁFICOS, BIOMAS E A AÇÃO DO HOMEM
TUROS
ESTUDOS FU
220
RESUMO DO TÓPICO 1
221
● O que mais chama a atenção no reino Australiano é a sua fauna endêmica,
consequência do isolamento desde o Mesozoico Inferior. O reino inclui a
Austrália, Nova Caledônia, Tasmânia, o centro-norte da Nova Zelândia,
Nova Guiné, Polinésia e Havaí. O reino Australiano é um dos mais ricos em
formações fitogeográficas, abrangendo quase todas as formações do planeta
– desertos, estepes e pradarias, savanas, floresta temperada decídua, floresta
tropical úmida e o chaparral.
● Localizada ao sul da tundra, entre as latitudes de 45o e 75o graus, a taiga forma
um cinturão contínuo entre a América do Norte (Canadá e Alaska, uma estreita
faixa no extremo oeste americano e pequenas manchas no norte dos EUA), o
norte da Europa (norte da Escócia e Escandinávia), atravessava toda a Sibéria,
e chega até o Japão. Na Sibéria, a taiga alcança a sua maior extensão norte-sul,
estendendo-se por 1.600 quilômetros de território.
● Ao sul da floresta boreal, a floresta semidecídua ocupa uma área menor que a
Taiga. Situada entre 50º e 30º de latitude norte, na zona temperada da América
do Norte, do leste da Ásia, da Europa Ocidental e Central. No Hemisfério Sul
ela aparece no litoral do Chile, na Patagônia, numa estreita faixa no litoral
sudeste da Austrália, na Nova Zelândia e no extremo sul da África do Sul.
222
● Nas costas ocidentais dos continentes, nas latitudes de 30o e 45o, entre a floresta
temperada decídua e os desertos quentes, a vegetação de certas regiões é dita
mediterrânea não necessariamente por estar à margem do Mar Mediterrâneo,
mas porque guardam entre si uma similaridade acentuada quanto à topografia,
clima e elementos biogeográficos. São apenas cinco regiões em todo o mundo,
que apresentam características tão marcantes que constituem uma transição
entre aqueles dois biomas... As regiões mediterrâneas aparecem no litoral do
Mar Mediterrâneo, na Califórnia, no sul do Chile e nos extremos meridionais
da África do Sul e da Austrália.
223
AUTOATIVIDADE
1 Reino Holártico.
2 Reino Paleotropical.
3 Reino Australiano.
4 Reino Neotropical.
5 Reino Arquinótico.
224
( ) Pinguim-imperador; pinguim-de-adélia; Deschampsia Antactica;
Colobanthus crassifolius.
( ) Macacos; saguis; tamanduás; lhama; vicuña; guanaco; beija-flores; perdizes;
tucanos; cactos; bromélias; seringueira.
( ) Ornitorrinco; canguru; coala; casuar; Gênero Eucalyptus.
( ) Girafa; hipopótamos; hiena; gorila; chimpanzé; leão; elefante; zebras;
avestruz; gerânios; ébano; árvore produtora de alcaloide; galinhola.
( ) Ursos; cães; lobos; coiotes; cervos e alces; búfalo; bisão; castores; ouriço;
gambás; quatis; saracura; urogalo; papagaio-do-mar; cegonha; cucos;
rouxinóis; abutres; esturjão; perca; salmão e truta; arbustos e árvores como
as avelanzeiras; choupo; álamo; ranúnculos; amoreiras.
a) ( ) 1 – 2 – 3 – 4 – 5.
b) ( ) 5 – 4 – 3 – 2 – 1.
c) ( ) 3 – 4 – 5 – 2 – 1.
d) ( ) 4 – 5 – 3 – 2 – 1.
225
226
UNIDADE 3
TÓPICO 2
1 INTRODUÇÃO
Todo o complexo mecanismo climático, edáfico e geomorfológico
anteriormente descrito foi a mola que empurrou e manteve a evolução das
paisagens nos trópicos. A paisagem geográfica integrada resulta de um jogo de
fatores interconectados, que estendem a sua influência por uma área de tamanho
variado ao longo de um tempo determinado. A evolução da paisagem depende
tanto de fatores locais, quanto de fatores externos a ela.
227
UNIDADE 3 | TERRITÓRIOS BIOGEOGRÁFICOS, BIOMAS E A AÇÃO DO HOMEM
3 – a maioria das espécies alcança o lençol, enquanto outras não o atingem, mas suas
raízes descem além de 10 metros, onde há água abundante nos poros do solo;
4 – os estômatos da maior parte das plantas permanecem abertos durante o dia,
mesmo na estiagem, e elas transpiram livremente.
229
UNIDADE 3 | TERRITÓRIOS BIOGEOGRÁFICOS, BIOMAS E A AÇÃO DO HOMEM
230
TÓPICO 2 | AS PAISAGENS FITOGEOGRÁFICAS DO REINO NEOTROPICAL
Alonso (1977, p. 91), enfatiza que “nas encostas voltadas para leste e
sul das serras do Mar e Mantiqueira, a floresta é pluvial, mas nos seus reversos
(sombra de chuva, a sotavento), a floresta é subcaducifólia”.
233
UNIDADE 3 | TERRITÓRIOS BIOGEOGRÁFICOS, BIOMAS E A AÇÃO DO HOMEM
Segundo Rizzini (1979, p. 73), “muitas espécies são comuns à floresta dos
níveis mais altos – floresta ombrófila densa montana – e à floresta dos níveis mais
baixos – floresta ombrófila densa baixo-montana”.
234
TÓPICO 2 | AS PAISAGENS FITOGEOGRÁFICAS DO REINO NEOTROPICAL
Não apenas o porte é afetado, mas a composição florística também muda com
a latitude. A quantidade de espécies reduz-se, ao passo que o número de indivíduos
por espécie cresce. As famílias das Lauraceae e Myrtaceae predominam no sul
(KLEIN, 1978, p. 4). As epífitas aparecem em grande densidade, representadas pelas
familias Bromeliáceas, Orquidáceas, Aráceas, Piperáceas, Gesneriáceas, samambaias
(Pteridófitas), as lianas lenhosas Bignoniáceas, Hipocrateáceas e Sapindáceas.
235
UNIDADE 3 | TERRITÓRIOS BIOGEOGRÁFICOS, BIOMAS E A AÇÃO DO HOMEM
236
TÓPICO 2 | AS PAISAGENS FITOGEOGRÁFICAS DO REINO NEOTROPICAL
237
UNIDADE 3 | TERRITÓRIOS BIOGEOGRÁFICOS, BIOMAS E A AÇÃO DO HOMEM
238
TÓPICO 2 | AS PAISAGENS FITOGEOGRÁFICAS DO REINO NEOTROPICAL
239
UNIDADE 3 | TERRITÓRIOS BIOGEOGRÁFICOS, BIOMAS E A AÇÃO DO HOMEM
Floresta de araucária dos rios Iguaçu e Negro e do alto vale dos afluentes
do rio Uruguai – Compunha uma formação uniforme com imbuia (Ocotea porosa),
sapopema (Sloanea lasiocoma) e a erva-mate (Ilex paraguariensis) como principais
espécies da submata. Muitas famílias de árvores grandes compunham o restante
da flora – Lauráceas (em que se destacam as canelas Ocotea e Nectandra, e a
citada imbuia), Mirtáceas, Sapindáceas, Compostas, Leguminosas, Meliáceas,
Cunoniáceas, Verbenáceas, Rosáceas, Aquifoláceas e Caneláceas. O estrato das
arvoretas não é denso e o número de espécies é diminuto, com destaque para
a erva-mate (Ilex paraguariensis), pelo seu valor econômico – e, por isso mesmo,
quase inexistente em sua forma nativa, predominando as monoculturas de
caráter comercial. Taquaras (Merostachys multiranea, taquara-mansa) formam um
emaranhado de touceiras muito densas, que recobre o solo.
240
TÓPICO 2 | AS PAISAGENS FITOGEOGRÁFICAS DO REINO NEOTROPICAL
Esta fase da sucessão da araucária mostra que ela está, aos poucos, sendo
substituída pela floresta pluvial subtropical. Klein (1978, p. 13) enfatizava que "Na
submata destes pinhais, o pinheiro não apresenta possibilidades de regeneração.
Tudo indica que estamos assistindo a uma lenta, mas segura expansão da floresta
subtropical em detrimento dos pinhais, que, paulatinamente, vêm perdendo
terreno". Em 1960, Klein (Klein, 1960, p. 38) já chamava a atenção para esse fato
ao observar que "[...] em grandes extensões as associações da mata pluvial vêm
subindo pelos vales dos rios, substituindo todas as espécies características do
pinheiro [...] (que) cairá também, vítima da invasão da mata pluvial".
241
UNIDADE 3 | TERRITÓRIOS BIOGEOGRÁFICOS, BIOMAS E A AÇÃO DO HOMEM
Para Reitz & Klein (1966, p. 24), “o vento e a queda do pinhão têm pouca
participação na germinação”. No entanto, Mattos (1994, p. 130), afirma que o vento
é importante na fecundação: caso os pinheiros masculinos e femininos estejam bem
localizados, uns em relação aos outros, os grãos de pólen terão boas probabilidades
de cair sobre os estróbilos femininos, desde que a velocidade do vento seja de 7
km/h. Acima e abaixo dessa velocidade, dificilmente haverá fecundação.
242
TÓPICO 2 | AS PAISAGENS FITOGEOGRÁFICAS DO REINO NEOTROPICAL
243
UNIDADE 3 | TERRITÓRIOS BIOGEOGRÁFICOS, BIOMAS E A AÇÃO DO HOMEM
Por ser a paisagem mais comum no Planalto Meridional, é, por isto mesmo,
a mais ocupada e descaracterizada pelas atividades do homem. Queimadas,
pecuária intensiva e extensiva, agricultura, reflorestamentos, desmatamentos,
esgotamento dos solos pelo excesso de uso, deterioração da águas dos rios,
como o Peixe, em Santa Catarina, uso de agrotóxicos e fertilizantes químicos são
algumas das incontáveis atividades exercidas pelo homem na região.
244
TÓPICO 2 | AS PAISAGENS FITOGEOGRÁFICAS DO REINO NEOTROPICAL
Klein afirma que a flora dos campos e a temperada estão em desacordo com
o atual período interglacial, úmido e quente. A sucessão vegetal se faz, por isso, do
litoral, mais quente, para o interior, mais frio. Entretanto, há espécies da floresta
ombrófila densa que não suportam temperaturas demasiado baixas, ao passo que
outras conseguem galgar as escarpas das serras Geral e do Mar (LEITE).
245
UNIDADE 3 | TERRITÓRIOS BIOGEOGRÁFICOS, BIOMAS E A AÇÃO DO HOMEM
246
RESUMO DO TÓPICO 2
247
● As condições ecológicas e biogeográficas da floresta ombrófila densa, que se
encontra no litoral, e a floresta tropical do interior, são inteiramente diferentes
e ambas as formações não podem ser tomadas como uma comunidade única.
248
● A paisagem do geofácies Planalto Central é distinguida por áreas aplainadas
recobertas por vegetação campestre, cercadas por vertentes em degraus, nas
quais a floresta ombrófila mista avança sobre os campos, migrando desde os
vales recobertos pelas matas de galeria.
249
AUTOATIVIDADE
1 Quais são os Domínios Morfoclimáticos Brasileiros, conforme Ab’Sáber (1976)?
a) ( ) V – F – V – F – F.
b) ( ) V – V – V – V – V.
c) ( ) F – F – V – V – V.
d) ( ) F – F – V – F – V.
( ) Tem clima sazonal, com chuvas de verão, que mantêm uma drenagem
perene. A estiagem dura de quatro a cinco meses, predominantemente no
inverno. As chuvas variam entre 1.100 e 1.600 mm/ano.
( ) Estende-se na região equatorial e subequatorial, ocupando uma superfície
de mais de 2,5 milhões de km2. São planícies de inundação labirínticas e
meândricas, tabuleiros de vertentes convexas e morros mamelonares baixos,
que aparecem nos relevos cristalinos, juntamente com relevos residuais de
pães-de-açúcar, inselbergs no Quaternário.
250
( ) São recobertos pela conífera Araucaria angustifolia, com altitudes entre
500 e 1.300 metros, clima subtropical úmido, verões brandos e invernos
suaves, com neve eventual e rara. A amplitude térmica anual é acentuada.
As temperaturas são fortemente influenciadas pelas altitudes.
( ) A paisagem é aplainada, com encostas suaves e longas, tendo nos vales
florestas-galerias subtropicais. Os solos são variados: paleossolos claros
desenvolvidos em climas frios e paleossolos vermelhos evoluídos em
climas quentes, o que gerou uma grande quantidade de tipos de solos,
destacando-se as classes brunizem, grumossolo e planossolo.
( ) Este domínio corresponde à região dos mares de morros de origem
ígnea e metamórfica, forma uma faixa que se estende ao longo do litoral
oriental do reino Neotropical e ocupa uma área de mais de 1 milhão de
quilômetros quadrados.
( ) É considerada uma região de contrastes. O Nordeste brasileiro começa a
mostrar a sua complexidade no clima, que é "[...] o que mais se destaca,
não só por conferir individualidade à região, como também, por ser o
principal elemento do qual decorrem as demais características do relevo,
da vegetação e da rede fluvial" (SILVA, 1972, p. 215). A tudo isso somam-
se os aspectos humanos, estreitamente ligados e praticamente dependentes
do clima semiárido.
a) ( ) 1 – 2 – 3 – 4 – 5 – 6.
b) ( ) 1 – 4 – 5 – 6 – 2 – 3.
c) ( ) 2 – 3 – 4 – 1 – 5 – 6.
d) ( ) 6 – 1 – 5 – 3 – 4 – 2.
251
252
UNIDADE 3
TÓPICO 3
1 INTRODUÇÃO
Os fatores físicos e bióticos interferem na vida dos organismos e estes
também intervêm nas variáveis naturais. Para Margalef (1989, p. 738), duas forças
atuam simultaneamente nesse sistema natural-antrópico. Uma força age fora das
relações ecossistêmicas e, sobre ela, os seres vivos não têm qualquer controle. Mas,
no interior do ecossistema, outra força intefere diretamente nas suas atividades
e, consequentemente, nos seres vivos. Graças à ação conjunta dessas forças, o
ecossistema evolui e é palco de mudanças dirigidas por elas.
Uma das mais importantes mudanças que se dão nos ecossistemas e nos
geossistemas é a sucessão vegetal ou ecológica. Do ponto de vista biogeográfico,
a sucessão ecológica dirige a expansão espacial das plantas e da fauna que as
acompanha. É, na verdade, um processo muito complexo, que procura levar os
ecossistemas e os geossistemas a um equilíbrio final. Temos duas forças atuando
na sucessão – uma, de origem biológica, alicerçada nas relações ecossistêmicas,
e outra, de origem geográfica, que leva as plantas a ocupar o espaço geográfico e
dar-lhe uma forma.
253
UNIDADE 3 | TERRITÓRIOS BIOGEOGRÁFICOS, BIOMAS E A AÇÃO DO HOMEM
O hábitat também pode ser o galho de uma árvore, sobre o qual vive uma
comunidade de plantas, como epífitas, lianas, parasitas e variados animais. O
hábitat é composto por lugares específicos com propriedades específicas. Rizzini
(1977, p. 8) os chama de substrato – substratro rochoso, arenoso etc. Em cada um
deles desenvolve-se uma sucessão diferente.
254
TÓPICO 3 | DINÂMICA DA VEGETAÇÃO: SUCESSÃO E CLÍMAX
A base dos biomas é a resposta que as associações vegetais dão aos grandes
regimes climáticos – precipitação, luz, temperatura e ventos. Já estudamos os biomas.
255
UNIDADE 3 | TERRITÓRIOS BIOGEOGRÁFICOS, BIOMAS E A AÇÃO DO HOMEM
256
TÓPICO 3 | DINÂMICA DA VEGETAÇÃO: SUCESSÃO E CLÍMAX
Úmida
Savanas
Espinhosa
Climático tropical
Biomas Continental Estrutural Classes -
Savana
Semideserto
Manguezais e
Alagados
Tundra
Pradaria
Pradarias
(campos)
Estepe
Tundra
herbácea
Deserto seco
Desertos
Tundra ártica
Ecológico e
Formações
geográfico Regional Estrutural Várias - - Várias
fitogeográficas
(espacial)
Micros-
Microclimá-
-sociedade
Biótopos tico e Nichos Microedáfico - - -
ou
biológico
agregação
Microtopo-
Comunidades
gráfico e Local Sociológico Associação - - -
vegetais
microedáfico
Microclimá- Camadas
Sinúsias Sociológico Várias - - -
tico verticais
Topográfico
Hábitats Local Sociológico Associação - - -
e edáfico
FONTE: O autor
257
UNIDADE 3 | TERRITÓRIOS BIOGEOGRÁFICOS, BIOMAS E A AÇÃO DO HOMEM
258
TÓPICO 3 | DINÂMICA DA VEGETAÇÃO: SUCESSÃO E CLÍMAX
259
UNIDADE 3 | TERRITÓRIOS BIOGEOGRÁFICOS, BIOMAS E A AÇÃO DO HOMEM
Fidelidade 4 – são espécies seletivas, que podem ser vistas numa comunidade,
mas também aparecem em outras, embora com alguma raridade. Na floresta de
araucária ocorrem quatro espécies: Ocotea pulchella (canela lageana), O. Puberula
(canela guáica ou canela sebo), Nectandra grandiflora (canela fedida ou canela amarela)
e o Acutifolia (canela branca). O. pulchella é a espécie mais típica neste grupo, e, depois
da imbuia, é a que caracteriza mais fortemente a mata de araucária.
260
TÓPICO 3 | DINÂMICA DA VEGETAÇÃO: SUCESSÃO E CLÍMAX
261
UNIDADE 3 | TERRITÓRIOS BIOGEOGRÁFICOS, BIOMAS E A AÇÃO DO HOMEM
A sucessão vegetal ocorre em três tipos de habitats – numa rocha exposta, num
solo recém-desenvolvido ou recém-exposto às intempéries ou numa área desmatada.
262
TÓPICO 3 | DINÂMICA DA VEGETAÇÃO: SUCESSÃO E CLÍMAX
Há, pois, uma progressão da cobertura mais simples até a mais complexa,
de uma camada de plantas a várias camadas e de uma comunidade instável a
uma mais estável. O número de espécies de animais e de plantas aumenta ao
passo que a sucessão prossegue. A produtividade da comunidade também cresce
no mesmo sentido.
263
UNIDADE 3 | TERRITÓRIOS BIOGEOGRÁFICOS, BIOMAS E A AÇÃO DO HOMEM
264
TÓPICO 3 | DINÂMICA DA VEGETAÇÃO: SUCESSÃO E CLÍMAX
maior porte das etapas finais, porque o lençol aquífero a abastece relativamente
bem de água até que as chuvas retornem ao seu ritmo normal. A vegetação de
maior porte está bem assentada no hábitat e convive relativamente bem com
as condições naturais que lhe são oferecidas. É claro que ela tem um limite de
resistência. Quando o limite for ultrapassado – e ele é frágil, por mais complexo
que seja o ecossistema –, toda a comunidade poderá ser destruída e substituída
por outra. Essa substituição inclui a vegetação plantada pelo homem.
Flutuações e ritmos
FONTE: Margalef (1989)
265
UNIDADE 3 | TERRITÓRIOS BIOGEOGRÁFICOS, BIOMAS E A AÇÃO DO HOMEM
266
TÓPICO 3 | DINÂMICA DA VEGETAÇÃO: SUCESSÃO E CLÍMAX
267
UNIDADE 3 | TERRITÓRIOS BIOGEOGRÁFICOS, BIOMAS E A AÇÃO DO HOMEM
268
TÓPICO 3 | DINÂMICA DA VEGETAÇÃO: SUCESSÃO E CLÍMAX
269
RESUMO DO TÓPICO 3
● Uma das mais importantes mudanças que se dão nos ecossistemas e nos
geossistemas é a sucessão vegetal ou ecológica. Do ponto de vista biogeográfico,
a sucessão ecológica dirige a expansão espacial das plantas e da fauna que as
acompanha. É, na verdade, um processo muito complexo, que procura levar os
ecossistemas e os geossistemas a um equilíbrio final. Temos duas forças atuando
na sucessão – uma, de origem biológica, alicerçada nas relações ecossistêmicas,
e outra, de origem geográfica, que leva as plantas a ocupar o espaço geográfico
e dar-lhe uma forma.
270
● A substituição de uma comunidade por outra é chamada de sucessão vegetal
ou sucessão ecológica e a sequência de mudanças pelas quais as comunidades
passaram é conhecida por sere. Uma sere é considerada completa somente
quando a comunidade alcançou uma forma estável, que apresenta a mais alta
forma de vida vegetal que o hábitat pode conter. A comunidade clímax. Nesse
momento, a comunidade atingiu o seu ponto de equilíbrio com o meio natural
e não ocorrem mais mudanças. Alguns ecossistemas podem levar milhares de
anos para atingir o clímax. Mas em alguns casos, a sucessão completa pode levar
cerca de um século ou menos para atingir o estágio de equilíbrio dinâmico, um
estado estável ou estado estacionário.
271
AUTOATIVIDADE
272
IV - A evolução da cobertura vegetal prosseguirá até o clímax dominante.
V - A tendência da sucessão é alcançar um estado mais provável, ou o estado
estacionário, no clímax.
VI - Se a comunidade de plantas não estiver em equilíbrio com o clima, o
clímax será determinado pelo solo, pelo relevo, pelo fogo ou pela ação do
homem. Portanto, há um policlímax, explicado pela teoria policlimácica.
VII - A hierarquia das comunidades está relacionada ao porte da planta. A
maior comunidade é chamada de bioma.
273
274
UNIDADE 3
TÓPICO 4
A SOCIEDADE HUMANA
1 INTRODUÇÃO
A população humana é muito menor que a população da maior parte dos
seres vivos, mas a sua capacidade de modificação na dinâmica ambiental é tão
grande que atinge toda a biosfera. Sua importância hoje é de tal magnitude que,
para entender o funcionamento dos ecossistemas e geossistemas, é necessário
atentar para o papel do homem na natureza e avaliar os seus resultados.
Há, pelo menos, duas maneiras com que se pode enfocar o estudo
ecológico do homem na natureza (MARGALEF 1989, p. 789): “considerar a espécie
humana como um componente das cadeias tróficas ou supor o homem como um
subsistema da natureza, por um lado, e o restante da natureza de outro, como
outro subsistema, mas interagindo ambos”.
275
UNIDADE 3 | TERRITÓRIOS BIOGEOGRÁFICOS, BIOMAS E A AÇÃO DO HOMEM
276
TÓPICO 4 | A SOCIEDADE HUMANA
277
UNIDADE 3 | TERRITÓRIOS BIOGEOGRÁFICOS, BIOMAS E A AÇÃO DO HOMEM
278
TÓPICO 4 | A SOCIEDADE HUMANA
Não existe cura para os problemas do mercúrio, uma vez ele instalado
no organismo. Durante a ocorrência da intoxicação em Minamata se tentou
uma grande variedade de terapias para apressar a eliminação do mercúrio do
organismo, todas em vão.
279
UNIDADE 3 | TERRITÓRIOS BIOGEOGRÁFICOS, BIOMAS E A AÇÃO DO HOMEM
280
TÓPICO 4 | A SOCIEDADE HUMANA
os casos, os seres vivos se encontram nas condições de meio que lhes são mais
favoráveis. É oportuno lembrar aqui a observação de Bodenheime (1932): ‘não é
certo acreditar que cada animal é sempre conduzido por seus órgãos dos sentidos
à procura das condições ótimas”. Condições perfeitas só são encontradas nos
laboratórios, criadas pelos cientistas.
281
UNIDADE 3 | TERRITÓRIOS BIOGEOGRÁFICOS, BIOMAS E A AÇÃO DO HOMEM
282
TÓPICO 4 | A SOCIEDADE HUMANA
Portanto, mesmo num ecossistema complexo, por mais difícil que seja
a propagação de elementos estranhos às redes alimentares, sempre haverá um
transporte “para cima” desses elementos. Não obstante a sua complexidade,
os ecossistemas e, pois, as cadeias alimentares, são dotadas de um equilíbrio
muito delicado.
283
UNIDADE 3 | TERRITÓRIOS BIOGEOGRÁFICOS, BIOMAS E A AÇÃO DO HOMEM
Mas a série de fatos insólitos e descabidos não parou por aí. A segunda
etapa do combate aos mosquitos, patrocinado pela OMS, foi a destruição da
mosca doméstica, que era predada por lagartixas, que viviam nas casas. O DDT
passou das moscas para as lagartixas, que entraram a morrer envenenadas e
caíam dos tetos e paredes. Uma vez no chão, mortas ou agonizando, as lagartixas
eram devoradas pelos gatos das casas. Os gatos começaram a morrer.
284
TÓPICO 4 | A SOCIEDADE HUMANA
Madeira dos
DDT Mosquitos Vespas Lagartas
tetos das
casas
Aumento da
população
Moscas domésticas Lagartixas Gatos
de ratos
domésticos
e do campo
Competição
com a
população
humana
4 A GEOGRAFIA MÉDICA
A difusão de epidemias e doenças tem um componente biogeográfico
muito forte. O contato do homem com animais e insetos pode ser vetor da
transmissão e expansão de muitas epidemias. O ar está repleto de micro-
organismos que podem transmitir doenças diversas – Pasteur comprovou isto
na sua famosa experiência. A poluição do ar por gases e particulados é causa
de doenças respiratórias e muitas atividades praticadas pelo homem tornam-lhe
prejudiciais, devido à falta de cuidados e de profilaxia adequados.
286
TÓPICO 4 | A SOCIEDADE HUMANA
UNI
Prezado(a) acadêmico(a)!
Para conhecer mais sobre a doença de Lyme, acesse o site: <http://www.cdc.gov/ncidod/
dvbid/lyme//>. Acesso em: 10 jul. 2010.
A gênese da doença, contudo, não está no caso narrado. Têm causas muito
mais antigas e começa com a chegada dos colonos ingleses à América do Norte, no
século XVII. Muitas áreas florestais foram derrubadas para a implantação de culturas,
pastos, indústrias caseiras etc. Jazidas de minério de ferro induziram à instalação
de pequenas fundições, que precisavam de lenha para os fornos. As florestas foram
devastadas totalmente para abastecer os fornos, a tal ponto que, no final do século
XIX, não havia mais florestas na região e a madeira tinha que ser importada. A fauna
fugiu com quantas pernas tinha para outras regiões e para o Canadá.
288
TÓPICO 4 | A SOCIEDADE HUMANA
UNI
Prezado(a) acadêmico(a)!
Para conhecer mais sobre A doença sagrada, acesse o site: <http://www.medicina.ufmg.
br/90anos/hipocrates.htm >. Acesso em: 10 jul. 2010.
289
UNIDADE 3 | TERRITÓRIOS BIOGEOGRÁFICOS, BIOMAS E A AÇÃO DO HOMEM
LEITURA COMPLEMENTAR
BIODIVERSIDADE E BIOGEOGRAFIA
Denis Richter
Outro fator a ser considerado é o espaço que o nicho possui, esse fator
demonstra que a diversidade pode ser maior quando o espaço local aumenta.
Entende-se isso de maneira simples, onde esse espaço irá permitir uma maior
quantidade de espécies e assim resultando numa cadeia alimentar diversa, o que
constitui a diversidade do ambiente.
290
TÓPICO 4 | A SOCIEDADE HUMANA
291
RESUMO DO TÓPICO 4
● O homem não atua em todos os sistemas da biosfera. Alguns sistemas têm pequena
capacidade de regeneração, por serem muito simples e por causa da fragilidade de
seus elementos. Quanto mais simples os sistemas naturais, mais frágeis serão.
293
AUTOATIVIDADE
a) ( ) V – V – V – V – V – V.
b) ( ) V – F – V – F – F – V.
c) ( ) F – F – V – V – V – F.
d) ( ) F – F – V – F – V – V.
294
REFERÊNCIAS
AB’SÁBER, Aziz N. O domínio morfoclimático amazônico: USP, Geomorfologia
n. 1, 1966.
295
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17, jul. 1965, p. 85-116.
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298
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