Vous êtes sur la page 1sur 7

EXCELENTÍSSIMO (A) SR.

(A) JUIZ (ÍZA) FEDERAL DA ______ VARA DO TRABALHO


DE GOVERNADOR VALADARES/MG.

Autos n.º

MARCOS DA SILVA, casado, brasileiro, frentista, portador


do PIS 0230546789, C.I M-6.442.342 SSP/MG, CPF nº 123456789-12 e CTPS nº
234567 Série 002, nascido em 02.04.1982, filho de Maria da Silva, residente e
domiciliado na Rua Coqueiro, nº 100, Bairro Palmeiras, Governador Valadares-
MG, CEP: 35000-000, por seu advogado infra-assinado, vem, respeitosamente,
propor RECLAMATÓRIA TRABALHISTA em face de POSTO VENDE MUITO LTDA,
empresa inscrita no CNPJ sob o nº 222333555-0001-65, empresa com sede na
Rua dos Aimorés, nº 34, Bairro Centro, Governador Valadares-MG, CEP:
35020.000.

Pelos seguintes fatos e fundamentos jurídicos:

1. PRELIMINARMENTE

1.1. Dos benefícios da justiça gratuita:

Inicialmente, por ser o Requerente pessoa carente na


acepção jurídica do termo, não tendo condições de arcar com o pagamento das
custas processuais e honorários advocatícios, sem prejuízo de seu próprio
sustento, bem como de sua família, conforme declaração anexa e com fulcro no
art. 790, § 3º, da CLT – inteligência da Súmula 463/TST, se requer a concessão de
justiça gratuita.
Em face do que foi anteriormente relatado, faz-se
relevante respaldar o pedido nos diplomas legais, sendo os mesmos, a
Constituição Federal, que em seu artigo 5º, inciso LXXIV, garante o acesso à
justiça gratuita aos que comprovarem insuficiência de recursos, e também a Lei
1.060/50, que rege todo o instituto da assistência judiciária..

1.2. Dos fatos:

O reclamante foi admitido pela empresa reclamada em 01


de julho de 2017, como frentista, sendo dispensado em 02 de julho de 2018, sem
justo motivo, recebendo como maior e última remuneração para fins rescisórios,
conforme consta seu TRCT, a quantia de R$ 1.200 (mil e duzentos reais). No
tempo em que trabalhou como frentista não recebeu nenhum adicional; recebeu
a destempo suas verbas rescisórias na data de 02 de setembro 2018.

1.3. Do direito:

a) Do adicional de periculosidade:

O reclamante era frentista, nas dependências da


reclamada, em um Posto de Gasolina, a fim de abastecer os veículos de seus
clientes.

A exposição do trabalhador à agentes inflamáveis, como é

o caso dos autos, está previsto no art. 193, § 1º da CLT garantindo ao

trabalhador um adicional de 30% (trinta por cento) do valor de seu salário.


O autor tinha contato direto com os produtos inflamáveis,
e ficava, durante toda a sua jornada, localizado entre as bombas de combustível.
Nas palavras do doutrinador Carlos Henrique Bezerra (2017):

O trabalho realizado em condições (CLT, art. 193) consideradas


perigosas confere ao empregado o direito ao recebimento do
adicional de periculosidade na base de 30% sobre a sua
remuneração (...) uma vez que o art. 193, § 1º, da CLT, a nosso
sentir, deve ser interpretado, no tocante à base de cálculo do
adicional em tela, conforme o art. 7º, XXIII, do Código Supremo.
(Curso de Direito do Trabalho, 2017, Saraiva, p. 444)

Nesses termos a Súmula 212 do Supremo Tribunal Federal


(STF):

‘‘Súmula 212: Tem direito ao adicional de serviço perigoso o


empregado de posto de revenda de combustível líquido.’’

Sob o mesmo prisma, a Súmula 39 do Tribunal Superior do


Trabalho (TST):

PERICULOSIDADE (mantida) - Res. 121/2003, DJ 19, 20 e


21.11.2003
Os empregados que operam em bomba de gasolina têm direito
ao adicional de periculosidade (Lei nº 2.573, de 15.08.1955).
Histórico: Redação original - RA 41/1973, DJ 14.06.1973

É inimaginável o estrago a ser feito, caso houvesse uma


explosão no local de trabalho do autor.

A jurisprudência já decidiu:
ADICIONAL DE PERICULOSIDADE. De acordo com a
jurisprudência sedimentada na Súmula 364 do TST, o trabalho
exercido em condições perigosas, ainda que de forma
intermitente, enseja o pagamento do adicional de
periculosidade. (TRT da 3.ª Região; PJe: 0011032-
91.2016.5.03.0079 (RO); Disponibilização: 10/07/2017; Órgão
Julgador: Decima Turma; Relator: Convocado Leonardo Passos
Ferreira)

RECURSO ORDINÁRIO. ADICIONAL DE PERICULOSIDADE. POSTO DE

COMBUSTÍVEL. LABOR NA ÁREA DE ABASTECIMENTO. Constatando-


se, do exame pericial, que as atividades desempenhadas pelo
Reclamante são desenvolvidas em área de risco acentuado, afigura-se

devido o pagamento do adicional de periculosidade, em observância

aos preceitos contidos na Portaria n. 3.214/78 (NR 16 - Anexo n. 2).


Não apenas o contato direto com produtos inflamáveis, mas, também,
a permanência no local arriscado, ainda que de modo intermitente,

assegura ao empregado o direito ao recebimento do referido

adicional. Recurso Ordinário ao qual se nega provimento. (Processo:

RO - 0000874-94.2016.5.06.0013, Redator: Eneida Melo Correia de


Araújo, Data de julgamento: 21/01/2019, Segunda Turma, Data da
assinatura: 21/01/2019)

Apesar de toda a exposição do autor ao risco de trabalhar


em local considerado pela legislação vigente perigoso, o réu jamais efetuou
qualquer pagamento do adicional previsto no art. 193, § 1º, da CLT, conforme faz
prova os recibos de salário em anexo.

Diante disso, requer o reconhecimento do direito do autor


ao adicional de periculosidade que diz o art. 193 da CLT, e caso seja necessário,
a confecção de laudo pericial, a ser feito por perito indicado pelo juízo, para
comprovação do estado de perigo (art. 195 da CLT).

Dos reflexos de adicional de periculosidade de 30 % sobre


o aviso prévio, férias + 1/3, 13º salário, FGTS + 40% e repouso semanal
remunerado.

Apesar de anteriormente discutido, hoje é pacífico na


jurisprudência que a natureza do adicional de periculosidade é de salário, sendo
devidos os seus reflexos sobre as demais verbas trabalhistas, conforme se
verifica:

ADICIONAL DE PERICULOSIDADE. NATUREZA SALARIAL.


REFLEXOS EM VERBAS RESCISÓRIAS. Considerando-se a
natureza salarial do adicional de periculosidade, este deve incidir
sobre o salário base e refletir sobre os valores rescisórios. (TRT
17ª R., ROPS 0001406-69.2014.5.17.0001, 1ª Turma, Rel.
Desembargador José Luiz Serafini, DEJT 24/01/2017).

Por isso, pleiteia o autor que seja o réu condenado a


efetuar o pagamento de todos os reflexos incidentes sobre o adicional de
periculosidade, quais sejam 13º salário, férias, FGTS, INSS e aviso prévio, cujos
valores deverão ser estabelecidos na fase de liquidação de sentença.

b) Da multa do art. 477, § 6º, da CLT:

O autor foi demitido em 02 julho de 2018, e somente em


02 de setembro foi quitados os seus direitos rescisório, ou seja, após 52
(cinquenta e dois) dias; portanto, resta patente que, suas verbas resilitórias foram
pagas a destempo, em descompasso com a lei trabalhista.
Conforme a Jurisprudência pátria:

MULTA DO ART. 477, §8º DA CLT (atraso no pagamento da


rescisão). Estabelece o art. 477, §6º da CLT, que o pagamento
das parcelas rescisórias constantes do instrumento de rescisão
ou recibo de quitação deverá ser efetuado, "a) até o primeiro
dia útil imediato ao término do contrato", sob pena de aplicação
de multa, quando não houver cumprimento no prazo previsto
na norma. Recurso da reclamada conhecido e não provido.
(Processo: 0010117-38.2013.5.11.0010; Data Disponibilização:
28/02/2014; Órgão Julgador Colegiado: 2ª Turma; Relator(a):
RUTH BARBOSA SAMPAIO)

Diante disso, deve o réu ser condenado ao pagamento da


multa imposta pelo atraso do pagamento em favor do autor, (art. 477, § 8º, da
CLT), em valor equivalente ao seu salário contratual.

IV- DO PEDIDO

Ante o exposto, REQUER:

a) Que seja realizada perícia técnica para verificar as


condições laborais do obreiro, para assim ser reconhecido o direito ao
pagamento do adicional de periculosidade.........................................R$3.960,00
a.1) Reflexos sobre 13º salário............................R$330,00
Férias+1/3...........................R$306,66
FGTS+40%.........................R$443,52
Aviso prévio.........................R$360,00
b) Pagamento da multa prevista no art. 477, § 8º, da CLT,
tendo em vista o atraso na quitação das verbas rescisórias...............R$1.200,00
c) Concessão dos benefícios da justiça gratuita, nos termos
das leis nº 1.060/50 e 5.587/70, por se tratar, o autor, de pessoa que não possui
condições de arcar com as custas e despesas processuais, sem o prejuízo do
próprio sustento;

d) notificação do réu para, querendo, comparecer à


audiência de conciliação a ser designada, e, se desejar, apresentar defesa nos
termos legais, sob pena de revelia;

Provar o alegado por todos os meios de prova admitidos,


notadamente a documental anexa, testemunhal, principalmente depoimento
pessoal do réu, na pessoa de seu representante legal, sob pena de confesso,
pericial, e demais que se fizerem necessárias ao deslinde do feito.

Dá à causa o valor de R$ 6.600,18 reais.

Nestes termos,

Pede e espera DEFERIMENTO.

Governador Valadares/MG, 24 de março de 2019.

Advogado
OAB/MG XXX.000

Vous aimerez peut-être aussi