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PRÊMIO PIPA PIPA PRIZE 2018

A JANELA PARA ARTE


CONTEMPORÂNEA BRASILEIRA

THE WINDOW INTO BRAZILIAN


CONTEMPORARY ART

2018
ano 9
year 9

Algumas imagens apresentadas nesta


publicação, por sua natureza artística e
dentro de um contexto diverso do que estão
acostumados, podem ofender pessoas
sensíveis à utilização de símbolos religiosos
ou de natureza sexual, não sendo
aconselháveis para menores de 18 anos.

Due to their artistic nature and within a context


that is different to the one to which they are
usually associated, some images presented
in this publication may offend people who are
sensitive to the utilization of religious or
sexual symbols, and are, therefore,
not recommended for persons under 18.
2018 Anúncio dos artistas indicados
19 - 23 fevereiro
ano 9
year 9 Anúncio dos finalistas
15 junho
premiopipa.com
pipaprize.com Anúncio dos mais votados do PIPA Online
6 agosto

Exposição dos finalistas


Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro
1 setembro - 27 outubro

Término da votação do PIPA Voto Popular Exposição


30 setembro

Anúncio dos vencedores do PIPA


e do PIPA Voto Popular Exposição
19 outubro

Lançamento do catálogo 2018


27 outubro

Nominated artist’s announcement


February 19th - 23rd

Finalist’s announcement
June 15th

PIPA Online top voted artist’s announcement


August 6th

Finalist’s Exhibition
Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro
September 1st - October 27th

End of the voting for PIPA Popular Vote exhibition


October 30th

PIPA and PIPA Popular Vote Exhibition Winners announcement


October 19th

Lauching of the PIPA 2018 catalogue


October 27th
Foram indicados no total 78 artistas, SUMÁRIO CONTENTS
70 participantes constam nesta publicação.
Fotos e vídeos, currículos completos e mais
informações sobre os artistas participantes
podem ser acessados em premiopipa.com
Prêmio PIPA 2018 Artistas participantes
Algumas imagens apresentadas nesta PIPA Prize 2018 Participating artists
publicação, por sua natureza artística
e dentro de um contexto diverso do que 6 Sobre o PIPA 80 Alvaro Seixas 158 Marcia Thompson
estão acostumados, podem ofender About PIPA 82 Ana Dias Batista 160 Marcone Moreira
pessoas sensíveis à utilização de símbolos
84 Ana Elisa Egreja 162 Maria Laet
religiosos ou de natureza sexual, não sendo
8 Instituto PIPA 86 Ana Prata 164 Maria Noujaim
aconselháveis para menores de 18 anos.
88 Ana Ruas 166 Maura Grimaldi
10 Museu de Arte Moderna 90 André Griffo 168 Mercedes Lachmann
do Rio de Janeiro 92 Anna Costa e Silva 170 Paula Krause
94 Babu 78 172 Paulo Meira
12 Fluxograma 96 Bruno Faria 174 Pedro França
Fluxorama 98 Cecília Bona 176 Rafael Adorján
100 Coletivo Irmãos Guimarães 178 Rafael Alonso
14 Estatísticas 2010 - 2018 102 Dalton Paula 180 Rafael RG
Statistics 2010 - 2018 104 Daniel Albuquerque 182 Randolpho Lamonier
106 Daniel Escobar 184 Raquel Nava
18 Prêmio PIPA 2018 108 David Almeida 186 Raquel Versieux
There were 78 nominees, 70 participating
artists are shown in this publication. For PIPA Prize 2018 110 Débora Bolsoni 188 Regina Parra
subtitled videos, complete profiles, photos, 112 Desali 190 Rodrigo Linhares
and more information on the participating 20 Conselho Prêmio PIPA 114 Deyson Gilbert 192 Rommulo Vieira Conceição
artists in English, visit pipaprize.com. Conselheiros Convidados 116 Eduardo Berliner 194 Thiago Martins de Melo
PIPA Prize Board 118 Gervane de Paula 196 Thomaz Rosa
Due to their artistic nature and within a
Invited Board Members 120 Gisele Camargo 198 Tiago Sant’Ana
context that is different to the one to which
Comitê de Indicação 122 Gokula Stoffel 200 Tiago Tebet
they are usually associated, some images
Nominating Committee 124 Grupo EmpreZa 202 Tiago Tosh
presented in this publication may offend
people who are sensitive to the utilization 126 Gustavo Torres 204 Vanderlei Lopes
of religious or sexual symbols, and are, 128 Gustavo Torrezan 206 Yuli Yamagata
therefore, not recommended for persons 130 Ícaro Lira 208 Yuri Firmeza
under 18. Finalistas 132 Ío ( Laura Cattani e Munir Klamt) 210 Zé Carlos Garcia
Finalists 134 Íris Helena
136 Ismael Monticelli
24 Arjan Martins 138 Jaime Lauriano
34 avaf 140 Juliana Notari Prêmio PIPA 2017
44 Romy Pocztaruk 142 Laercio Redondo PIPA Prize 2017
54 Vivian Caccuri 144 Lais Myrrha
146 Laura Andreato 212 Obras doadas
64 Exposição 148 Laura Belém Donated Works
Exhibition 150 Luciana Magno
152 Luiz Olivieri
154 Luiz Roque
156 Manoela Medeiros
ABOUT PIPA AWARDS PIPA 2018 nominees are running for the SOBRE O PIPA PREMIAÇÃO Os artistas indicados ao PIPA 2018
PIPA Prize – is a partnership between There are no entries to compete in the following prizes: O Prêmio PIPA é uma parceria da Não há inscrições para o prêmio. concorrem aos prêmios:
PIPA Global Investments and the prize. All participants are nominated, PIPA Global Investments e do Museu Todos os participantes são indicados
Museum of Modern Art of Rio de each year, by the Nominating PIPA de Arte Moderna do Rio de Janeiro, a cada ano pelo Comitê de Indicação, PIPA
Janeiro – MAM Rio, coordinated Committee composed of about 30 The winner is chosen among the four coordenado e patrocinado pelo formado por aproximadamente 30 O vencedor é escolhido, dentre
and sponsored by PIPA Institute experts in Brazilian contemporary art finalists by the Award Jury. Receiving Instituto PIPA sem incentivos fiscais. diferentes especialistas em arte os 4 finalistas, pelo Júri de Premiação.
exempt of tax benefits. from all regions of Brazil and abroad, a donation suming R$130,000 (R$12,000 contemporânea brasileira de todas Recebe uma doação no valor total de
seeking for a comprehensive overview. of which was received when nominated MISSÃO regiões do Brasil e também do R$130.000 (dos quais R$12.000 quando
MISSION finalist) and part of this sum is used to Divulgar a arte, artistas no Brasil, exterior, buscando uma visão da nomeação como finalista; uma parte
Promote Brazilian artists and MAM Rio, The Board selects 4 finalists, having as fund a three-months artistic residency e o MAM Rio, estimular a produção abrangente. do valor ainda é utilizada para financiar
encourage domestic production of parameters the number of nominations programme at Residency Unlimited, nacional de arte contemporânea, uma residência artística de 3 meses
contemporary art, support and award received, participation in other editions, New York. motivar, apoiar e premiar artistas O Conselho seleciona 4 finalistas, no programa Residency Unlimited
emerging artists. It is also to be an recent works and the artist’s page at em ascensão. Além de servir como tendo como parâmetros o número em Nova York.
alternative blueprint for the third sector. PIPA website. PIPA Popular Vote Exhibition uma alternativa de modelo para o de indicações recebidas, participações
The winner is chosen among the four terceiro setor. em outras edições, trabalhos recentes PIPA Voto Popular
GOAL The four finalists receive, each, R$12,000 finalists by the public during the course e página do artista no site. Exposição
PIPA aims to reward artists that have and show their works in an exhibition of the exhibition at MAM Rio. Receives OBJETIVO O vencedor é escolhido, dentre
already been highlighted for their at MAM Rio. In addition they receive a monetary donation of R$24,000 O objetivo do PIPA é premiar Os 4 finalistas recebem cada um os 4 finalistas, pelos visitantes da
artwork, and are already known in the R$1,500 each to invite a critic of their (R$12,000 added up to R$12,000 e consagrar artistas que já vem R$12.000 e apresentam seus trabalhos exposição no MAM Rio. Recebe
Brazilian art circuit. It is not to reveal choice to write a text about their work, received as a finalist). se destacando por seus trabalhos, em uma exposição no MAM Rio. Além uma doação de R$24.000 (R$12.000
new talents. It is an award. published here in this catalog. já conhecidos no mercado de arte disso recebem R$1.500,00 cada um para somados aos R$12.000 recebidos
PIPA Online brasileiro e não descobrir novos convidar um crítico de sua escolha para como finalista).
Award open to all nominees. The two talentos totalmente desconhecidos. escrever um texto sobre seu trabalho,
artists with the highest number of votes É uma premiação. publicado aqui neste catálogo. PIPA Online
on premiopipa.com and pipaprize.com Categoria aberta a todos artistas
websites receive R$10,000 and participantes desta edição.
R$5,000 respectively. Os dois artistas mais votados nos
sites premiopipa.com e pipaprize.com
This year, the online category of the recebem respectivamente R$10.000
Prize required the voting in at least three e R$5.000.
artists. As a result, an extra incentive of
R$2,000 was offered to the third most Este ano, a categoria online do Prêmio
voted artist. estabeleceu o voto em pelo menos três
artistas. Em função da novidade, foi in-
cluído um incentivo extra para o terceiro
artista mais votado no valor de R$ 2.000.

6 premiopipa.com pipaprize.com 7
The PIPA Prize has reached its ninth This year, PIPA online, seeking always to model for stimulating Brazilian cultural O Prêmio PIPA chega a sua nona edição O PIPA online, procurando sempre ga- modelo original de estímulo à produção
edition in partnership with MAM Rio. ensure openness and to give greater vis- production. The partnership with Resid- em parceria com o MAM-Rio. Bom per- rantir a lisura e dar mais visibilidade cultural brasileira. A parceria com a Re-
It has been good to observe and follow ibility to artists from more marginal cir- ency Unlimited of New York, where the ceber e acompanhar de perto este pe- aos artistas de circuitos mais periféricos sidency Unlimited de NY, onde o artista
close up this small chapter in the history cuits who are nominated for the award, winning artist will stay for 3 months re- queno capítulo da história da arte con- que são indicados ao prêmio, introdu- vencedor fica por 3 meses pesquisando
of Brazilian contemporary art. In addi- has introduced a requirement for votes searching and developing new projects, temporânea brasileira. Além do prêmio, ziu este ano a necessidade do voto ser e desenvolvendo novos projetos, é mais
tion to the award, with it and developing to be cast by at least three artists. As a is another aspect that merits attention junto a ele e desdobrando-se dele, temos dado a pelo menos três artistas. Assim, um dado a ser destacado e que existe
out of it, we also have the PIPA website result, more artists will have their pages and which has existed since the start. o site do PIPA com as mais de 400 pági- mais artistas têm suas páginas visitadas. desde o começo. Mesmo sabendo-se
with over 400 pages for each nominated visited. It is important to highlight the Even though we know that, from 2010 nas para cada artista indicado, material Sempre importante ressaltar o valor que de 2010 para cá o papel das resi-
artist, critical material, and videos – in value of this online category, princip- to the present, the role of the residencies crítico, vídeos, enfim, uma soma de ma- desta categoria online, principalmente dências transformou-se bastante, é uma
short, a quantity of material that helps ally for the nominated artists that live has changed substantially, it remains an terial de pesquisa que ajuda a qualificar para artistas indicados que vivem fora oportunidade de troca importante para
to contextualize the information about outside the Rio-São Paulo axis, who re- opportunity for important exchanges for a informação sobre nossos artistas mais do eixo Rio-SP, que enxergam no PIPA o artista vencedor. Um agradecimento
our more recent artists, who began their gard PIPA Online as an opportunity to the winning artist. A special thanks to recentes, que iniciaram suas trajetórias, Online uma oportunidade de mostrar especial aos indicadores deste ano e aos
careers, the majority of them, at the turn show their work beyond the borders of this year’s nominators and to the mem- a grande maioria deles, na virada para seus trabalhos além das fronteiras da membros do Conselho do Prêmio – Flá-
of this millennium. As we have insisted their local scene. It may seem like a small bers of the Prize Board – Flávio Pinheiro, este milênio. Como insistimos desde o sua cena local. Parece pouco, mas é mui- vio Pinheiro, Moacir dos Anjos e Kiki
since the start, PIPA is a prize, but it is thing but it matters a lot given the ef- Moacir dos Anjos and Kiki Mazzucchelli começo, o PIPA é um prêmio, mas tam- to, haja vista a procura da imprensa de Mazzucchelli – que, junto aos represen-
also more than this, inasmuch as it pro- forts of the press from Brasília and Mato – who together with the representatives bém mais do que isso, na medida em Brasília e do Mato Grosso em divulgar o tantes do Instituto PIPA e do MAM-
poses to build a platform of bilingual re- Grosso to publicize the work of the artists of the PIPA Institute and MAM-Rio have que se propõe a construir uma plata- trabalho dos artistas dessas regiões que -Rio, participam da definição dos fina-
search that circulates internationally. All from these regions who participated in taken part in selecting the finalists and forma de pesquisa bilíngue, que circu- participaram do PIPA Online este ano, listas e da escolha do Júri de Premiação.
done with care, without hurry and with PIPA Online this year, producing special choosing the Prize Jury. la internacionalmente. Tudo feito com produzindo artigos especiais.
a capacity for sustainability. Continuity articles. cuidado, com vagar e com capacidade O Instituto PIPA, criado em 2009, tem o
is part of its strength. PIPA Institute, established in 2009, has de sustentação. A continuidade é parte Os quatro artistas finalistas desta edição Prêmio como primeira iniciativa e tem
The four artist-finalists of this edition – PIPA Prize as its first initiative and has da sua força. – Arjan Martins, avaf, Romy Pocztaruk, estado mais ativo nos últimos anos atra-
In this edition, as always, there are some Arjan Martins, avaf, Romy Pocztaruk, been more active in recent years through Vivian Caccuri – sublinham o compro- vés de aquisições, comissionamentos de
innovations, bearing in mind our con- Vivian Caccuri – underline the PIPA’s acquisitions, commissioning of projects Nesta edição, como sempre, há algu- misso do PIPA com a cena ampliada da projetos e exposições de acervo num es-
tinuous striving for improvement. The commitment to the expanded Brazilian and exhibitions of the Institute’s per- mas novidades, tendo em vista o esforço arte brasileira. Da rasurada presença paço que mantém na Villa Aymoré, no
catalog will continue the innovation of art scene. From the excised presence of manent collection at Villa Aymoré, Rio contínuo de aprimoramento. O catálo- da África em nosso imaginário visual, Rio de Janeiro. A formação da coleção
last year and be released at the end of Africa in our visual imaginary, to the de Janeiro. The collection focuses on the go seguirá a novidade do ano passado indo até a exploração escultórica do segue o tema “Deslocamento”, focando
the exhibition – not at the opening, as in sculptural exploration of sound, passing topic of “Displacement” and is composed e sairá no final da exposição – e não na som, passando pela confluência entre em obras de artistas que já foram indi-
the editions prior to 2017 – so that it will through the confluence between art and by works by artists who have particip- inauguração, como nas edições ante- arte e ciência, experimentação poética cados ao Prêmio PIPA, a fim de incenti-
include all the information and images science, poetic experimentation and pop- ated in PIPA Prize, in order to encour- riores a 2017 – para já incluir todas as e energia popular, a arte contemporâ- var e manter o vínculo desse grupo com
relating to the Finalists’ Exhibition of ular energy, Brazilian contemporary art age and maintain the bond between this informações e imagens referentes à Ex- nea brasileira arrisca-se por territórios o Instituto e suas ações.
this year. In addition to this, each of the ventures over broad territories and does group and the Institute and its actions. posição dos Finalistas deste ano. Além alargados e não se limita nos modos de
four finalists will invite a critic/writer not limit itself in its modes of expression. disso, cada um dos quatro finalistas con- expressão. O que importa é sua capaci-
to write an essay about their work and What matters is its capacity to make us vida um crítico/escritor para escrever dade de fazer pensar e nos surpreender.
career. The idea, as previously stated, is think and surprise us. Luiz Camillo Osorio um ensaio sobre sua obra e trajetória. A Luiz Camillo Osorio
to add critical density to the catalog and Curator of PIPA Institute ideia, como já foi dito, é acrescentar den- Seguimos convictos que o Prêmio PIPA Curador do Instituto PIPA
make this graphic element more of a re- We are satisfied that the PIPA Award sidade crítica ao catálogo e fazer desta e o Instituto PIPA são fruto de um tra-
search document about Brazilian art at and PIPA Institute are the fruit of seri- Lucrecia Vinhaes and Roberto Vinhaes peça gráfica mais um material de pes- balho sério e continuado, realizado in- Lucrecia Vinhaes e Roberto Vinhaes
the beginning of the 21st century. In ad- ous and continuous work, fully realized Board Members of PIPA Institute quisa sobre a arte brasileira deste começo tegralmente com capital privado (sem Conselheiros do Instituto PIPA
dition to this, we are seeking in this way, with private capital (without tax exemp- de século XXI. Além disso, procuramos renúncia fiscal), que procura gerar um
to honor the four finalists, independently tions), which seeks to create an original com isso prestigiar os quatro finalistas,
of the winner. independentemente do vencedor.

8 premiopipa.com pipaprize.com 9
The PIPA Institute and the Museum of Several artworks have been incorporated Thanks to the variety of artistic trends O Instituto PIPA e o MAM Rio, acerta- Foram incorporados ao acervo do Pela pluralidade de tendências artísticas
Modern Art of Rio de Janeiro (MAM into the MAM Rio’s collection through- and content quality of this project, which damente, criaram em 2010 seu prêmio MAM Rio nesses anos, por meio de e qualidade do conteúdo deste projeto,
Rio) wisely created in 2010 their art out these years, thanks to donations was already born victorious, the Mu- de arte, o Prêmio PIPA, transformando- doações dos artistas finalistas, traba- que já nasceu vitorioso, o Museu de
award, PIPA Prize, transforming it in made by the following finalist artists in seum of Modern Art of Rio de Janeiro -o numa de suas ações decisivas para o lhos de: Arte Moderna do Rio de Janeiro par-
one of their most important projects partnership with PIPA Institute: participates, once again, of the process of desenvolvimento e o sucesso de sua es- ticipa, mais uma vez, intensamente do
when it comes to the development and renovating, creating and reflecting about tratégia cultural. Renata Lucas, processo de renovação, da criação e do
success of their cultural strategy. Renata Lucas, visual arts in the country. We are sure Marcelo Moscheta, pensamento das artes visuais no país.
Marcelo Moscheta, that PIPA Prize is already known in the A parceria com a iniciativa privada é Cinthia Marcelle, Temos a certeza de que o prêmio já é
The partnership with the private sector Cinthia Marcelle, artistic scene as one of the most repres- fundamental para o êxito desse projeto. Marcius Galan, reconhecido na cena artística como um
was, and is, fundamental for the success Marcius Galan, entative of our contemporary art. A sensibilidade do PIPA Global Invest- Tatiana Blass, dos mais representativos da nossa arte
of this project. PIPA Global Investments’ Tatiana Blass, ments nos permitiu viabilizá-lo fazendo Jonathas de Andrade, contemporânea.
sensibility allowed us to make PIPA Jonathas de Andrade, valer o conceito de cidadania empresa- Eduardo Berliner,
Prize viable, putting to test the concept Eduardo Berliner, Carlos Alberto Gouvêa Chateaubriand rial e contribuindo para o desenvolvi- André Komatsu,
of corporate citizenship and contributing André Komatsu, President mento de nossa cultura. Matheus Rocha Pitta, Carlos Alberto Gouvêa Chateaubriand
to development of Brazilian culture. Be- Matheus Rocha Pitta, Museu de Arte Moderna Rodrigo Braga, Presidente
sides serving as a way to value art and Rodrigo Braga, Rio de Janeiro Além da valorização e incentivo aos no- Thiago Rocha Pitta, Museu de Arte Moderna
to stimulate the formation of new artists, Thiago Rocha Pitta, vos artistas, estabelecendo um diálogo Berna Reale, Rio de Janeiro
establishing a continuous dialogue Berna Reale, permanente entre a população e a cena Cadu, Camila Soato,
between the public and the contem- Cadu, contemporânea, o Prêmio PIPA dá o Laercio Redondo,
porary art scene, PIPA Prize also gives Camila Soato, exemplo de uma política de formação Alice Miceli,
the example when it comes to a collec- Laercio Redondo, de acervo. Daniel Steegmann Mangrané,
tion-building strategy. Alice Miceli, Thiago Martins de Melo,
Daniel Steegmann Mangrané, Wagner Malta Tavares,
Thiago Martins de Melo, Virginia de Medeiros,
Wagner Malta Tavares, Leticia Ramos,
Virginia de Medeiros, Marina Rheingantz,
Leticia Ramos, Cristiano Lenhardt,
Marina Rheingantz, Gustavo Speridião,
Cristiano Lenhardt, Luiza Baldan,
Gustavo Speridião, Paulo Nazareth,
Luiza Baldan, Clara Ianni,
Paulo Nazareth, Bárbara Wagner,
Clara Ianni, Carla Guagliardi,
Bárbara Wagner, Antônio Obá
Carla Guagliardi, e Éder Oliveira
Antônio Obá and
Éder Oliveira que formam um amplo e significativo
panorama da arte contemporânea bra-
These works represent a broad and sub- sileira.
stantial panorama of Brazilian contem-
porary art.

10 premiopipa.com pipaprize.com 11
gênero vezes que participou number of times participating
gender

58 54

39

46

2-8

feminino female masculino male outros


others

faixa etária representado por galeria? has gallery representation?


age range

55 68
4

sim
+ 60 outros
yes
others

20

13
8

20 - 30 31 - 40 41 - 50 51 - 60

2018 2016 2014 2012 2010

2017 2015 2013 2011

em porcentagem in percentage

14 premiopipa.com pipaprize.com 15
16 premiopipa.com pipaprize.com 17
PIPA PRIZE 2018 FINALISTS WINNERS Prêmio PIPA 2018 FINALISTAS VENCEDORES

EXHIBITION Arjan Martins PIPA EXPOSIÇÃO Arjan Martins PIPA


MUSEU DE ARTE MODERNA avaf Arjan Martins MUSEU DE ARTE MODERNA avaf arjan martins
DO RIO DE JANEIRO Romy Pocztaruk Elected by the Award Jury 2018 DO RIO DE JANEIRO Romy Pocztaruk Escolhido pelo Júri de Premiação 2018
Vivian Caccuri based on the artist’s portfolio, Vivian Caccuri de acordo com os seguintes critérios:
SEPTEMBER 1st - october 27th the exhibition at MAM Rio and 1 SETembro - 27 outubro portifólio do artista, exposição no
on the relevance of the award MAM Rio e importância do prêmio e da
AWARD JURY and the international residency JÚRI DE PREMIAÇÃO residência artística internacional para a
programme for the winner’s career carreira do vencedor.
Fernando Cocchiarale Fernando Cocchiarale
Artist, art critic, curator and professor Artista, crítico, curador e professor
PIPA POPULAR VOTE - EXHIBITION PIPA Voto Popular Exposição
Luiz Camillo Osorio arjan martins Luiz Camillo Osorio arjan martins
Art critic, curator and professor 527 votes out of 1,346 during Crítico, curador e professor 527 votos de um total de 1346
the exhibition na exposição
Iole de freitas Iole de Freitas
Sculptor, engraver and multimedia artist Escultora, gravadora e artista multimídia
PIPA ONLINE PIPA ONLINE
Michelle SomMer Open to all 2018 participating artists Michelle SomMer Aberto a todos os artistas
Architect, art critic, curator Arquiteta, crítica, curadora e professora participantes de 2018
and professor Íris Helena
Most voted artist on the internet, Paulo Miyada Íris Helena
Paulo Miyada receiving 1,659 votes on the 2nd round Crítico, curador e pesquisador de arte Artista mais votada na internet,
Art critic, curator and contemporary contemporânea com 1.659 votos no 2º turno
art researcher Babu 78
Second most voted artist on the Babu 78
internet, receiving 1,217 votes on the Segundo artista mais votado na
2nd round internet, com 1.217 votos no 2º turno

Daniel Escobar Daniel Escobar


Third most voted artist on the internet, Terceiro artista mais votado
receiving 1,179 votes on the 2nd round na internet, com 1.179 votos
no 2º turno
CONSELHO PRÊMIO PIPA CONSELHEIROS CONVIDADOS COMITÊ DE INDICAÇÃO
PIPA PRIZE BOARD INVITED BOARD MEMBERS NOMINATING COMMITTEE

Roberto Vinhaes Flavio Pinheiro Ana Elisa Cohen Fersen Lamas Lambranho Júlia Rebouças
Sócio fundador da IP Capital Partners, PIPA Superintendente Executivo do Galerista | Sudeste Colecionador | Sudeste Crítica e curadora | Sudeste
Global Investments e Instituto PIPA Instituto Moreira Salles Gallerist | Southeast Collector | Southeast Critic and curator | Southeast
Founding Partner of IP Capital Partners, PIPA Executive Superintendent of
Global Investments and PIPA Institute Instituto Moreira Salles Aline de Figueiredo Espínola Francisco Dalcol Leda Catunda
Crítica e curadora | Centro-Oeste Crítico e curador | Sul Artista | Sudeste
Lucrecia Vinhaes Kiki Mazzucchelli Critic and curator | Centre West Critic and curator | South Artist | Southeast

Conselheira e coordenadora do Instituto PIPA Curadora e crítica independente


Board member and coordinator of PIPA radicada em Londres André Severo Gabriela Davies Marc Pottier
Institute Independent critic and curator Crítico, curador e artista | Sul Crítica e curadora | Sudeste Crítico e curador | Sudeste
based in London Critic, curator and artist | South Critic and curator | Southeast Critic and curator | Southeast

Luiz Camillo Osorio


Curador do MAM Rio 2009-2015, Moacir dos Anjos Bernardo José de Souza Gê Orthof Marta Mestre
diretor do Departamento de Filosofia Coordenador de Artes Plásticas da Crítico e curador | Sul Artista | Centro-Oeste Curadora | Sudeste
da PUC-Rio e curador do Instituto PIPA Fundação Joaquim Nabuco Critic and curator | South Artist | Centre West Curator | Southeast
Former curator of MAM Rio 2009-2015, Visual Arts coordinator at
Head of Philosophy Department of PUC Rio Fundação Joaquim Nabuco Bernardo Mosqueira Germano Dushá Orlando Maneschy
and Curator of PIPA Institute Crítico e escritor | Sudeste Crítico e curador | Sudeste Crítico e curador | Norte
Critic and writer | Southeast Critic and curator | Southeast Critic and curator | North
Luiz Motta
Sócio fundador do PIPA Global Investments Carlos Eduardo Bitu Cassundé Heloisa Espada Raphael Fonseca
Founding partner of PIPA Global Investments Crítico e curador | Nordeste Crítica e curadora | Sudeste Crítico e curador | Sudeste
Critic and curator | Northest Critic and curator | Southeast Critic and curator | Southeast
Carlos Alberto Gouvêa
Chateaubriand Catalina Lozano Hena Lee Renata Azambuja
Presidente do MAM Rio Crítica e curadora | México Crítica e curadora | Inglaterra Crítica e curadora | Sudeste
President of MAM Rio Critic and curator | Mexico Critic and curator | England Critic and curator | Southeast

Fernando Cocchiarale Felipe Scovino Jailson de Souza Rosângela Rennó


Curador do MAM Rio Crítico, curador e professor | Sudeste Crítico e curador | Sudeste Artista | Sudeste
Curator of MAM Rio Critic, curator and professor | Southeast Critic and curator | Southeast Artist | Southeast

Fernanda Brenner Jaqueline Martins Sérgio Bruno Martins


Crítica e curadora | Sudeste Galerista | Sudeste Crítico e curador | Sudeste
Critic and curator | Southeast Gallerist | Southeast Critic and curator | Southeast

Fernando Oliva José Rufino


Crítico e curador | Sudeste Artista | Nordeste
Critic and curator | Southeast Artist | Northeast

20 premiopipa.com pipaprize.com 21
finalistas FINALISTS Arjan Martins
avaf
Romy Pocztaruk
Vivian Caccuri

22 premiopipa.com 23
Arjan Martins

VENCEDOR
Prêmio PIPA 2018
PIPA Voto Popular Exposição
MUSEU DE ARTE MODERNA
DO RIO DE JANEIRO

WINNER
PIPA PRIZE 2018
PIPA POPULAR VOTE - EXHIBITION
MUSEU DE ARTE MODERNA
DO RIO DE JANEIRO

24 premiopipa.com 25
Arjan Martins
Rio de Janeiro, rj, brasil, 1960 | vive e trabalha no Rio de Janeiro, rj Rio de Janeiro, Brazil, 1960 | Lives and works in Rio de Janeiro, Brazil
A Gentil Carioca, rio de janeiro, rj A Gentil Carioca, rio de janeiro, brazil
Finalista do Prêmio PIPA 2018 | Indicado ao Prêmio PIPA 2010, 2011, 2014, 2016, 2017 e 2018 PIPA Prize 2018 Finalist | PIPA Prize 2010, 2011, 2014, 2016, 2017 and 2018 Nominee

A obra de Arjan Martins aborda a 2017). O artista participou de ex- Etcetera, 2016, acrílica sobre tela.
questão da diáspora africana e das posições coletivas como: “Abre Alas” (A Cortesia: o artista e A Gentil Carioca
migrações afro-atlânticas ocorridas Gentil Carioca, RJ, 2009); “Do Valongo Etcetera, 2016, acrylic on canvas.
na época colonial brasileira. Em seus à Favela” (MAR, RJ, 2014); “Novas Courtesy: the artist e A Gentil Carioca
trabalhos, o artista elabora pinturas Aquisições” (2014) e “Arte Brasileira
cartográficas nas quais as rotas mi- Hoje” (2015), ambas no MAM Rio. Em
gratórias tomam a forma de grandes 2005, recebeu o Prêmio Projéteis de Arte
caravelas, sextantes e globos terrestres, Contemporânea, da Funarte. No ano Sem título, 2018, díptico, acrílica sobre tela,
como se transportassem todo o peso seguinte, 2006, participou da “Bienal 160 x 240 cm (juntas).
dos escravos deportados. As imagens de de Dakar” e, em 2007, do “Haiti Sculp- Cortesia: o artista e A Gentil Carioca
imigrantes e de descendentes africanos ture”. Em 2017, Arjan foi contemplado Untitled, 2018, diptych, acrylic on canvas,
são parte fundamental do repertório do com um prêmio de residência artística 62,9 x 97,4 inches (together).
artista, que os retrata em ações cotidi- na África, promovido pelo Instituto Courtesy: the artist e A Gentil Carioca
anas, desde sua chegada ao novo contin- Goethe na cidade de Lagos, Nigéria. Em
ente até os dias atuais. 2018, participou da mostra “Fratura” no Sem título, 2018, díptico, acrílica sobre tela,
Instituto Tomie Ohtake, com curadoria 241 x 160,5 x 4 cm (juntas).
Arjan realizou sua primeira ex- de Paulo Myiada; integrou a exposição Cortesia: o artista e A Gentil Carioca
posição individual em 2002, “Desen- itinerante “Ex-África”, promovida pelo Untitled, 2018, diptych, acrylic on canvas,
hos”, no Museu da República, Rio de CCBB, com curadoria de Alfons Hug e 94,8 x 63,1 x 1,5 inches (together).
Janeiro. Dentre suas exposições in- participou da 11º Bienal do Mercosul. Courtesy: the artist e A Gentil Carioca
dividuais, destacam-se: “Américas”,
com curadoria de Paulo Sérgio Duarte Suas obras estão nas seguintes coleções:
(MAM Rio, 2014); “Et Cetera” (A Gen- Pinacoteca de São Paulo, Instituto
til Carioca, RJ, 2016) e “O Estrangeiro” PIPA, Itaú Cultural e Perez Art Mu-
(Brasilea Foundation, Basel, Suíça, seum Miami (PAMM).

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Américas, 2016, acrílica sobre tela.
Cortesia: o artista e A Gentil Carioca
Américas, 2016, acrylic on canvas.
Courtesy: the artist e A Gentil Carioca

Sem título, 2016, acrílica sobre tela.


Cortesia: o artista e A Gentil Carioca
Untitled, 2016, acrylic on canvas.
Arjan Martins’ production addresses de Janeiro, Brazil, 2009); “Do Valongo Sem título, 2018, díptico, acrílica sobre tela,
Courtesy: the artist e A Gentil Carioca
the issue of the African diaspora and the à Favela” (MAR, Rio de Janeiro, Brazil, 241 x 160,5 x 4 cm (juntas).
Afro-Atlantic migrations that occurred 2014); “Novas Aquisições” (2014) e “Arte Cortesia: o artista e A Gentil Carioca
in the Brazilian colonial period. In his Brasileira Hoje” (2015), both at MAM Untitled, 2018, diptych, acrylic on canvas,
works, the artist produces cartographic Rio, Rio de Janeiro, Brazil. In 2005, he 94,8 x 63,1 x 1,5 inches (together).
paintings in which the migratory circuits received the “Projéteis de Arte Contem- Courtesy: the artist e A Gentil Carioca
take the form of large caravels, sextants porânea Prize” (Funarte). In the follow-
and globes, as if carrying all the weight ing year, 2006, he participated in the
of the deported slaves. The images of im- Bienal de Dakar and, in 2007, in the
migrants and African descendants are “Haiti Sculpture”. In 2017, Arjan was
an important part of the artist’s reper- awarded an artistic residency in Africa,
toire. These characters are depicted in promoted by the Goethe Institute in La-
daily actions, since their arrival in the gos, Nigeria. In 2018, he participated in
new continent to the present day. the show “Fratura”, at Instituto Tomie
Ohtake, curated by Paulo Myiada; in-
Arjan held his first solo show in 2002, tegrated the itinerant exhibition “Ex-Á-
“Desenhos”, at Museu da República, Rio frica”, promoted by the CCBB, curated
de Janeiro, Brazil. Amongst his main solo by Alfons Hug and participated in the
shows are: “Américas”, curated by Paulo 11th Mercosul Biennial.
Sérgio Duarte (MAM Rio, Rio de Janeiro,
Brazil, 2014); “Et Cetera” (A Gentil His works are part of various Art Insti-
Carioca, Rio de Janeiro, Brazil, 2016) e tutions’ collections, such as: Pinacoteca
“O Estrangeiro” (Brasilea Foundation, de São Paulo, São Paulo, Brazil; PIPA
Basel, Switzerland, 2017). The artist has Institute, Rio de Janeiro, Brazil; Itaú
also participated in group shows, such Cultural, Brazil and Perez Art Museum
as: “Abre Alas” (A Gentil Carioca, Rio Miami (PAMM), USA.

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Arjan, um modo de ser
Angelus novus

O nome Argentino Mauro Martins Ma- cadernos achados no lixo: “parece que na Paulino e Arjan Martins. Os artistas “Girl”, Kinkaid instrui uma menina a se minados em coordenadas geográficas,
noel homenageia a avó Argentina, nome vim ao mundo predestinada a catar. Só afrodescendentes aportam consciência comportar na presença de homens des- planisférios, rosa dos ventos desorienta-
de país. Mauro se refere ao “de pele es- não cato felicidade,” lamentou. O lixão, crítica à arte para se inscreverem no de- conhecidos, que não poderão identificar da, navio adernado. O jogo foi lançado
cura”, do latim Mauru para “mouro”, depósitos a céu aberto dos despejos das bate identitário. a galinha (slut) “que lhe adverti para não por Stuart Hall: a identidade pode ser
daí Mauritânia. Das quatro filhas da cidades, foi objeto da arte de Lucinha se tornar”. Arjan, como Kinkaid, pensa ganhada ou perdida nas estruturas de
avó materna, três receberam nome de Gomes, depois de Vik Muniz e Berna Na fenomenologia de Merleau-Ponty, a delicadeza do trato dos assuntos espi- classe e nas políticas da diferença.
cidades belgas: Liége (sua mãe), An- Reale. A diferença escatológica está no Arjan se desloca de O olho e o espírito nhosos, se propõe ao “caminho que se
tuérpia e Namur. Há, entre elas, uma discurso ético versus a cultura do es- (o pintor empresta seu corpo à pintura) deve trilhar com cuidado conceitual.” Arjan evoca o martinicano Frantz Fa-
cidade inomeada. Essa geografia remete petáculo, a espetacularização do lixo, para A prosa do mundo: “o destino cor- A Escola de Artes Visuais propiciou a non, responde a seus conceitos de Les
Arjan a Heart of Darkness, no qual Jo- entre o cinismo e a denúncia. O termo poral, de aventuras pessoais e aconteci- Arjan superar fronteiras do sistema de damnés de la Terre (1961), que marca-
seph Conrad sintetiza as atrocidades do escatologia se diferencia em inglês: es- mentos históricos se organiza no ato de arte, adotada “como lugar de pesquisa, ram Helio Oiticica, Barrio e Abdias
regime colonial numa inomeação. Um chatology, do grego éskhatos trata do pintar. Assim, o pintor cessa de isolar-se trocas e encontros.” Ali, “a gente tem do Nascimento em Genocídio do negro
personagem se lembrava da cidade dos destino último das coisas nos sistemas num laboratório secreto”. No Brasil são que saber lidar com a ideia de liberda- brasileiro. Fanon aborda os excluídos
sepulcros brancos, sem enunciar seu espirituais (Arjan alinha-se ao 2 éskha- milhares de pessoas submetidas à con- de.” Assumiu a condição de “pardo”, da Terra, não apenas os vitimados pela
nome: Bruxelas, a capital belga, reduzi- tos); schatology, do grego skatós, indica dição de escravos, na classificação da para organizar sua pauta afro-brasilei- escravização. Reconhecia que a indepen-
da a laboratório da morte. O inomeado excremento em medicina e psicanálise. ONU, da Amazônia à capital paulista. ra, virada que não lhe veio da EAV. “Me dência auto-determinante trazia com-
é o fantasma geográfico de Arjan – a Muitas mulheres pontuaram a infância “No dia 13 de maio de 1958 eu lutava vejo pertencente à comunidade afro- pensação moral aos povos colonizados e
metrópole comanda a conquista como de Arjan: a mãe Liége, as tias maternas, contra a escravatura atual – a fome!”, descendente.” Nesse crux ético, desen- idealizava que estabeleceriam sua digni-
máquina de matar. E a vontade geográ- a tia de consideração Carmen Aires, as acusa Carolina. volveu a vontade de potência transfor- dade. Romântico, argumentava que ain-
fica persistiu ao construir seu nome au- irmãs. Uma fotografia no Parque Lage madora. Nem queixoso nem vitimista, da não tinham tido tempo para elaborar
toral. “Pensei em ar e em minha cidade, na infância lhe recordou passeios da Arjan passou à sintaxe onde encontra- “queria compartilhar ideias.” Sou par- uma sociedade e construir valores.
Rio de Janeiro: Arjan.” Essa fantasmá- tia Carmen, também ao Museu da Re- rá sua unidade de sujeito da linguagem do, sou negro (depoimento ao autor),
tica reemergirá como terror náutico so- pública, por coincidência, local de sua formada em confronto com adversida- formado por camadas de história, re- Sem expectativas a não ser explicitar
bre um abismo: a travessia do Atlântico primeira exposição individual (2012). des sócio-étnicas. Arjan não é Tarsila, motas ou obliteradas, que reconstruo eventuais vínculos, estendo a brasilei-
no processo de escravização. Tal entra- Sua matriz feminina abarca outros nascida em 1886 como herdeira de es- por memórias pessoais, coletivas. Sou ros a indagação de Cornel West sobre “a
nhamento no inconsciente político de modelos afetivos da mulher. Em La cravos na oligarquia rural. Ele não bes- corpo vivido. Percebo o neo-escravismo principal tarefa do filósofo afro-ameri-
Arjan estava recalcado: “eu desconhecia domination masculine, Pierre Bordieu tializa o negro como ela em Vendedor de que me solicita ação dialética. Exacerbo cano”, que seria “manter viva a ideia” de
a agenda afro-brasileira”. Desconhecê- aborda a “des-historicização” entre mu- frutas, não cristianiza como em Anjos, potências simbólicas; polissêmica, uma um “futuro melhor diferente do presen-
-la, porém, não o livrou das adversidades lheres berberes. No habitus, socialmente não exotiza como em Santa Irapitinga corda resgata e salva; antagonicamente, te deplorável.” No corpus de Arjan, o es-
como afro-descendente. Órfão de pai e pré-determinado, certas tarefas femi- do Segredo, não idealiza como em Morro aprisiona e escraviza. Seu paradigma cravizado toma forma de etnias à deri-
caçula de três irmãs, concluiu o ginasial, ninas seriam naturalizadas, em direção da Favela, não sexualiza em oferta eró- naval, o Cutty Sark, veleiro britânico, va, fronteiras fechadas, errâncias. Para
mas interrompeu os estudos para ajudar essencialista. Abundam desmandos, tica como A negra porque formas de na- operava no comércio do chá das colô- Carolina de Jesus, “se o branco sente
à família. Trabalhou como servente de como cortar a palavra das mulheres ou turalizar a escravidão, capturar a mulher nias asiáticas. Comprado por portugue- fome, o negro também. A natureza não
obras, com britadeira, em abatedouro de atribuir-lhes nervo fraco. Arjan “reisto- negra como objeto sexual e rebaixar a ses, fez a rota de Moçambique e Angola, seleciona ninguém.” Assim, o pequeno
aves até o serviço militar aos 17 anos. riciza”, malgrado o patriarcado escra- memória do cativeiro. “Não é só escravi- extensão colonial lusa. Arjan sabe, com sírio Aylan Kurdi, jacente morto no Me-
vocrata, a decisiva liderança da mulher dão. Não sei se o modernismo deu conta Octave Mannoni em Caliban (anagra- diterrâneo, é índice trágico do naufrágio
A trajetória de Arjan esteve / constitui- negra provedora: mães de santo, amas desta agenda,” suspeita Arjan. ma de canibal), que a escravidão não é de todo navio de exilados e escravizados.
-se a contrapelo do prevalecente na arte de leite, cozinheiras, tias dos terreiros do um contrato social entre duas civiliza- Arjan deslocou a história escravista para
afro-brasileira, pois havia explorado samba. Cada uma delas é uma anti-A Ne- Sem xenofobia ou etnocentrismo, Arjan ções, mas regra do poder subjugante. além da diáspora africana. A pintura
signos materiais sem referências étni- gra de Tarsila. trabalhou a imagem da menina da capa Para Mannoni, o processo colonial e indaga o lugar das imagens digitais na
cas. Seu foco eram as condicionantes do disco Girl Talk de Oscar Peterson, seu personagem Prospero carecem da formação da consciência política. Aylan
da linguagem, próximo do Manifesto A virada afro-brasileira se propõe à vio- fotografada por Josef Werkmeister, até consciência da existência do Outro, “de seria a pequena Phan Thị Kim Phúc, in-
do 3º Mundo (1969) de Arthur Barrio lentação da violência (Foucault) e à his- convertê-la em emblema da infância um mundo em que os Outros devem ser cendiada por napalm pelas tropas ame-
(contra o uso de materiais considera- tória dos vencidos (Benjamin), incluin- negra atemporal e desterritorializada. respeitados”. É a passagem de Arjan, do ricanas no Vietnam na foto de Nick Ut
dos caros, para “minha realidade, num do o retorno dos recalques da memória, Aquele olhar interrogante, perplexo, descendente de escravos para os Outros que, nas páginas de jornais e telas de tele-
aspecto sócio-econômico do 3º mundo a urgência de lembrar, transhistórias brota sob as resistências do apartheid oprimido, acompanhando Édouard visão em 1972, mudou os rumos da guer-
[a criação não pode estar condiciona- africanas, diagramas de alteridade, norte-americano, no ano do assassi- Glissant de Traité du tout-monde nos ra. Hoje, o poder, com seus crimes contra
da, tem de ser livre] partindo desse discursos de gênero, o sistema de vio- nato de Luther King (1968). Talvez ela impasses de horizonte. A 4 mundia- a humanidade, está imunizado pela indi-
aspecto sócio-econômico, faço uso dos lências na Amazônia, as resistências da fosse as tias ou irmãs de Arjan. Poderia lização, conjunção das histórias dos ferença diante da comoção pública com
materiais perecíveis”). Arjan recorreu democracia. O Angelus novus de Paul ser a antiguana Jamaica Kinkaid, voz povos, segundo Glissant, solicita aos as tragédias que provoca. Arjan cumpre
a papéis rejeitados, paredes ociosas. Klee conduziu Benjamin ao modelo da de contidas reflexões ambíguas, que poetas novas maneiras de revelar a crise sua parte neste enfrentamento.
“Trabalhei com madeira coletada nas história, que desvela o passado de bar- desafia seus leitores entre sua condição em discursos sem generalizações redu-
ruas. Pude ser parcimonioso.” Carolina báries e se arrasta para o futuro incerto. afro-descendente, de escritora teste- cionistas. A simbologia de Arjan com- Paulo Herkenhoff
Maria de Jesus escreveu seus diários em Ele transita entre projetos, entre Rosa- munhal e o rebaixamento social. Em preenderá distopias e clivagem dos do- Rio de Janeiro, agosto de 2018

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Arjan, an Angelus Novus
way of being

The name Argentino Mauro Martins collected from the streets. I could afford violence in the Amazon, the resistance of (1968). That girl could well be one of Ar- sant’s Traité du Tout-Monde in the dead- against humanity, has its immunity
Manoel honors his grandmother, Argen- to be thrifty”. Carolina Maria de Jesus democracy. Paul Klee’s Angelus Novus jan’s aunts or sisters. She could be the locks ahead. Globalization, the connec- traced back to indifference in the face of
tina, who was named after a country. wrote her journals in notebooks found led Benjamin to his historical model, Antiguan Jamaica Kinkaid, the voice of tion of the stories of peoples, according to public commotion with the tragedies it
“Mauro” refers to “dark-skinned,” from in the trash: “It seems I have come to the which unveils the past of barbarism and contained ambiguous reflections, who Glissant, requires from poets new ways causes. Arjan fulfills his part in this con-
the Latin word Mauru, meaning “moor,” world predestined to gather stuff. Hap- creeps into an uncertain future. It trans- challenges its readers with her African to reveal the crisis in a language with frontation.
hence Mauritania. Of the four daughters piness, though, is the one thing I cannot itions between projects, between Rosana condition, the witness writer and social no reductionist generalizations. Arjan’s
of the maternal grandmother, three were gather”, she regretted. Large garbage Paulino and Arjan Martins. Afro-des- degrading. In “Girl,” Kinkaid instructs a symbology will comprise dispositions Paulo Herkenhoff
named after Belgian cities: Liège (his dumps, where city trash was disposed, cendant artists grant critical awareness girl to behave in the presence of unknown and cleavage of the dominated in geo- Rio de Janeiro, August 2018
mother), Antwerp, and Namur. There were the object of the art of Lucie Gomes, of art to enroll in the debate Identity. men, who will not be able to identify the graphical coordinates, planispheres, dis-
are, among them, an unnamed city. This after Vik Muniz and Berna Reale. The slut “I´ve warned you not to become.” orientated wind rose, ship. Stuart Hall
geography refers Arjan to Heart of Dark- eschatological difference is in the ethical In the Merleau-Ponty phenomenology, Arjan, as Kinkaid, who considers ap- launched the game: The identity can be
ness, in which Joseph Conrad synthes- discourse versus the culture of the spec- Arjan moves from O olho e o espírito proaching thorny subjects with delicacy, won or lost in the class structures and the
izes the atrocities of the colonial regime tacle, the spectacularizing of garbage, (the painter lends his body to the paint- proposes the “path that must be treated politics of the difference.
in the practice of unnamming. A char- between cynicism and accusation. ing) to A prosa do mundo: “the fate of with conceptual care.” The Escola de
acter remembered the city of the white Eschatology and scatology have different the body, of personal adventures and his- Artes Visuais (EAV) allowed Arjan to Arjan evokes Martinican Frantz Fanon,
sepulchers, without stating its name: meanings in English: the word eschato- torical events is organized in the act of overcome the frontiers of the art system, responds to his concepts from Les dam-
Brussels, the Belgian capital, reduced logy, from the Greek éskhatos, is the ul- painting. Thus, the painter is no longer and was adopted “as a place of research, nés de la Terre (1961), which marked
the laboratory of death. The unnamed timate fate of things in the spiritual sys- isolated in a secret laboratory”. In Brazil, exchange, and encounters.” There, “we Helio Oiticica, Barrio and Abdias do
is Arjan´s geographical ghost – the Met- tems (Arjan aligns itself with éskhatos); from the Amazon to the city of São have to know how to deal with the idea Nascimento in O genocídio do negro
ropolis commands the conquest as a scatology, from the Greek skatós, means Paulo, thousands of people are subjected of freedom.” He assumed the condi- brasileiro. Fanon addresses all people
killing machine. And the geographical excrement, especially in medicine and to conditions analogous to slavery, in the tion of “mulatto,” to organize his Afro- excluded from the Earth, not just the
will persisted when choosing his name as psychoanalysis. Arjan’s childhood was classification of the UN. “On May 13th, Brazilian agenda, a move that did not victims of slavery. He recognized that
an author. “I thought of air and my city, filled with women: his mother, Liège, the 1958, I fought against the current form come from EAV. “I see myself as a part self-determinant independence brought
Rio de Janeiro, thus Arjan.” This ghostly maternal aunts, Carmen Aires, his fake of slavery – famine!”, accuses Carolina. of the Afro-descendant community.” In moral compensation to the colonized
background reemerges as nautical terror aunt, his sisters. A photograph taken in Arjan has gone to the syntax where he this ethical crux, he developed the will of peoples and idealized that they would es-
over an abyss: the crossing of the Atlantic Parque Lage during his childhood re- will find his unit of as a subject in the a transforming power. Neither plaintiff tablish their dignity. A romantic, Fanon
during the process of enslavement. Such minded him of outings with Aunt Car- language formed in confrontation with nor victim, he “wanted to share ideas.” I argued that they had not yet had time to
innards in Arjan’s political unconscious men to the Museu da República, where, socio-ethnic adversities. Arjan is not am mulatto; I am black (in a testimony to draw up a society and build values.
was repressed: “I was not aware of the coincidently, his first solo exhibition Tarsila, born in 1886 as heiress of slaves the author), formed by layers of history,
Brazilian agenda.” Not knowing it, how- (2012) was to be held. His female mat- from the rural oligarchy. He does not remote or obliterated, which I rebuild by With no other expectation than to clarify
ever, did not spare him from adversity of rix encompasses other women’s affective turn the black into a beast as in Ven- personal and collective memories. I’m a potential links, lets extend to the Brazili-
being of African origin. His father died, models. In La domination masculine, dedor de Frutas (Fruit Seller), does not living body. I sense the neo-slavery that ans Cornel West’s question about “the
leaving him as the youngest of three sis- Pierre Bourdieu addresses the issue of Christianize them as in Anjos (Angels), calls for dialectic action. I exacerbate main task of the Afro-American philo-
ters; he completed junior high, but had to “de-historization” among Berber wo- does not exotify them as in Santa Irap- symbolic powers; polysemic, a rope can sopher,” whose answer would be “to keep
quit school to help support the family. He men. In the socially predetermined itinga do Segredo, does not idealize them rescue and save, but it can also imprison alive the idea” of a “ future better than
worked as a construction servant, with habitus, some feminine tasks would be as in Morro da Favela (Hill of the favela), and enslave. Its naval paradigm, Cutty the deplorable present.” In Arjan corpus,
a jackhammer, in a poultry slaughter- naturalized, point at an essentialist dir- does not sexualizes in erotic offer as in A Sark, the British sailboat, operated in the enslaved takes the form of ethnicities
house, until the military service, at the ection. Acts such as cutting off women’s Negra (The Negress), because they are the tea trade of the Asian colonies. Pur- adrift, closed borders, nomads. For Car-
age of 17. speech, abuse, or stating they are emo- ways to naturalize slavery, capture black chased by the Portuguese, it traced the olina of Jesus, “if the white gets hungry,
tionally feeble, abound. Arjan “re-his- women as a sexual object and discredit- route of Mozambique and Angola, the so does the negro. Nature chooses no
Arjan’s trajectory runs against the pre- torizes,” in spite of the slave-based pat- ing the memory of captivity. “It’s not just Portuguese colonial extension. Arjan one”. Thus, the little Syrian Aylan Kurdi,
vailing approaches in Afro-Brazilian art riarchate system, the decisive leadership slavery. I don’t know if modernism real- knows, with Octave Mannoni in Caliban found dead in the Mediterranean, is a
because it explored the material signs role of the black woman and as a pro- ized such agenda”, suspected Arjan. (anagram for cannibal), that slavery is tragic symbol of the shipwreck of every
without ethnic references. His focus vider: mães-de-santo, wet nurses, cooks, not a social contract between two civiliz- exiled and enslaved ship. Arjan moves
was the constraints of language, close “aunts” from the samba terreiros. Each Without xenophobia or ethnocentrism, ations, but rather the rule of subjugating the slave story beyond the African dia-
to Arthur Barrio’s Third World Mani- one of them is an anti-Negra, by Tarsila. Arjan worked the image the girls in the power. spora. His painting questions the place
festo (1969) (against the use of materials cover Oscar Peterson’s album Girl Talk, of digital images in the development of
considered expensive, for “my reality, The Afro-Brazilian turn is related to photographed by Josef Werkmeister, For Mannoni, the colonial process and political consciousness. Aylan would be
in a socio-economic aspect of the Third the violation of violence (Foucault) and until converting it into the symbol of Prospero, his character, lack the aware- the little Phan Thị Kim Phúc, burned
World [creation cannot be conditioned, the history of the vanquished (Ben- timeless and non-territorialized black ness of the someone else’s existence, by napalm by American troops in Viet-
must be free] is based on this socio-eco- jamin), including the return of repressed childhood. That interrogative, perplexed “ from a world in which others must be nam in the photo of Nick Ut which, de-
nomic aspect, I make use of perishable memory, the urgency of remembering, look, sprouts under the resistance to respected.” It is Arjan’s transition from picted on newspaper’s pages and televi-
materials”). Arjan resorted to discarded African trans-stories, diagrams of al- the North-American apartheid in the the descendant of slaves to the oppressed sion screens in 1972, changed the course
paper, idle walls. “I’ve worked with wood terity, gender discourse, the system of year Martin Luther King was murdered Other, accompanying Édouard Glis- of war. Today, power, with its crimes

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avaf
Rio de Janeiro, rj, 1968 | vive e trabalha entre São Paulo, sp; e nova York, EUA Rio de Janeiro, Brazil, 1968 | Lives and works between São Paulo, Brazil; and New York, USA
Casa Triângulo, São Paulo, sp Casa Triângulo, são paulo, brazil
Finalista do Prêmio PIPA 2018 | Indicado ao Prêmio PIPA 2018 PIPA Prize 2018 Finalist | PIPA Prize 2018 Nominee
assumevividastrofocus.com assumevividastrofocus.com

amoroso vagabundo axila fedida (em A democratização da tecnologia facili- Tempo e espaço são multifacetados e Questionamos intolerância, exclusivis- abstracto viajero andinos fetichizados,
colaboração com o artista Alex Ceverny), tou a propagação do conhecimento – e tem multicamadas – e a nossa percep- mo, direitos autorais e censura e incen- 2017, instalação multimídia, tapeçarias
2017, instalação multimídia, pinturas, isso nos trouxe emancipação e auto-em- ção/experiência do mundo está final- tivamos generosidade e participação tecidas com lã de alpaca, hastes metálicas
desenhos, tapeçaria, puff, almofada, pulôver, poderamento. Conhecimento é poder: mente indo na mesma direção. Nossas através de alicerces conceituais funda- pintadas, motor, papel de parede, escadas
estrutura de ripa de madeira, papel de poder de questionar, lutar, desvendar e mentes e sonhos estão à frente da polí- mentados em políticas de liberdade de de madeira pintadas e laqueadas, adesivo de
parede, plantas. Vista da instalação do stand direcionar sua própria vida. tica, leis, códigos sociais, ética e mesmo expressão, direitos civis e identidade de piso, trilha-sonora. MATE, Lima, Peru
da Casa Triângulo na Semana de Arte, Hotel da tecnologia. Ao mesmo tempo temos gênero. abstracto viajero andinos fetichizados,
Unique, São Paulo, SP Atualmente ideias e informações são hoje em dia um gosto mais vívido desses 2017, multi-media installation, alpaca wool
amoroso vagabundo axila fedida (in disseminadas rapidamente, de uma for- sonhos por causa da maior dissemina- Nossas crenças têm como fundamento: woven rugs, metal poles, motor, wallpaper,
collaboration with Alex Ceverny), 2017, ma infinita e acumulativa. Nós somos ção do conhecimento. liberdade de compartilhar, difundir, lacquered wooden staircases, floor vinyl,
multi-media installation, paintings, framed bombardeados diariamente por uma absorver, assumir, contaminar, ser con- soundtrack, MATE, Lima, Peru
drawings, rug, bean bag, pillow, sweater, quantidade de informação sem prece- Expressão pessoal, prazer e joie de vivre taminado, inseminar, ser inseminado,
wood stud structure, wallpaper. Installation dentes. Com frequência temos a sensa- são elementos geralmente enfatizados e devorar, ser devorado. Transgeométrica #4, 2013, tinta Krink e
view at Casa Triangulo’s booth at Semana de ção de estarmos sendo devorados por estimulados nos nossos projetos – onde o pintura automotiva sobre MDF, 183 x 163 x 10
Arte Moderna, São Paulo, Brazil um buraco negro de dados abstratos e espectador é sempre a peça central (cen- cm (detalhe da instalação multimídia alisabel
incomensuráveis. terpiece). Usamos a cor como ferramenta viral apagão fenomenal na Casa Triângulo,
de concentração e condução de energia e São Paulo, Brasil)
Entretanto essas novas formas de com- também como instrumento de comuni- Transgeométrica #4, 2013, krink paint and
partilhar informação aprimoraram ex- cação com o público. A explosão visual e automotive paint on MDF, 183 x 163 x 10 cm
ponencialmente não só o nosso acesso sensorial dos nossos trabalhos tem como (detail of the multi-media installation ‘alisabel
ao conhecimento como também as nos- intuito unificar espectador e nossas ins- viral apagão fenomenal’ showcased at Casa
sas capacidades de percepção, comuni- talações em um único “corpo”. Triângulo, São Paulo, Brazil)
cação e expressão.

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affektert veggmaleri akselererende The democratization of technology has Self-expression, pleasure, and joie de avalanches volcanoes asteroids floods,
faenksap, 2009, instalação multimídia, facilitated the propagation of knowledge vivre are elements we generally emphas- 2016, instalação multimídia, impressão sobre
tobogã inflável customizado. The National – and that has brought emancipation ize and stimulate in our projects – al- tapetes de diversos tamanhos, pinturas
Museum of Art, Architecture and Design, and self-empowerment. Knowledge is ways making the viewer the centerpiece. de parede, projeção de vídeo. Museum of
Oslo, Noruega power: the power to question, to fight, to We use color to focus the mind and chan- Contemporary Art (MCA), Santa Barbara, EUA
expose, and to guide one’s own life. nel energies and also as an instrument avalanches volcanoes asteroids floods,
affektert veggmaleri akselererende for communicating with the public. The 2016, multi-media installation, printed rugs,
faenksap, 2009, mixed-media installation, The rapid spread and accumulation of visual and sensorial explosion of our wallpainting, video projection. Museum of
inflatable slide. The National Museum of Art, information today knows no bounds. works is designed to unite the viewer with Contemporary Art (MCA), Santa Barbara, USA
Architecture and Design, Oslo, Norway Day after day, we are bombarded with our installations into a single “body.”
unprecedented quantities of inform- assume vivid astro focus IX, 2004, adesivo
ation. We are often left feeling as if we We interrogate intolerance, exclusiv- de piso sobre rinque de patinação, cabine de
were being sucked into a black hole of ism, copyright, and censorship, and we DJ, música,. Projeto de arte pública parte do
abstract, incommensurable data. encourage generosity and participation programa do Public Art Fund In The Public
through conceptual frameworks rooted Realm (em conjunto com a 2004 Whitney
Even so, these new ways of sharing in- in the politics of freedom of expression, Biennial). Skate Circle’s Rink, Central Park,
formation have massively enhanced not civil rights, and gender identity. New York, EUA
just our ability to access knowledge, but assume vivid astro focus IX, 2004, floor
also our capacity for perception, commu- Our beliefs are based on: the freedom to sticker on dance skate rink, DJ booth, music.
nication, and expression. share, to divulge, to absorb, to assume, to Public art project part of Public Art Fund’s
contaminate, to be contaminated, to in- program In The Public Realm in conjunction
Time and space are multifaceted and seminate, to be inseminated, to devour, with the 2004 Whitney Biennial, Skate Circle’s
multilayered – and our perception/ex- to be devoured. Rink, Central Park, New York, USA
perience of the world is finally going
in the same direction. Our minds and
dreams run ahead of politics, laws, so-
cial codes, ethics, and even technology,
and at the same time we now also have
a more vivid sense of these dreams be-
cause of the increased dissemination of
knowledge.
38 premiopipa.com pipaprize.com 39
Uma breve história do avaf

A trajetória do avaf, acrônimo de assu- um outdoor que exibia a imagem de pós-9/11 e, por outro, a emergência do a sensibilidade do pioneiro Fiorucci que eram apresentadas. O caráter alta- obras que exigiam um envolvimento
me vivid astro focus, começa bem antes uma travesti nua dentro de um automó- culto à figura do artista contemporâneo Made Me Hardcore (1999) de Mark Lec- mente experimental dessas obras, com tão intensivo e que esbarravam cons-
desse “coletivo de um homem só” ter vel. O trabalho foi assinado sob o pseu- como celebridade, impulsionada pelo key. Porém, enquanto o primeiro, com sua exuberância formal desacanhada tantemente em obstáculos financeiros e
sido batizado oficialmente, no início da dônimo Diamantino, uma opção que se crescimento financeiro do setor. Diante seus “meros” quinze minutos de dura- aliada a um programa multidisciplinar logísticos foi gradualmente dando lugar
década de 2000. Em 1991, após ter com- deveu mais à inserção clandestina des- desse cenário, a opção de adotar nova- ção, buscava capturar a energia extática de ativação do espaço, imediatamente a uma abordagem mais introspectiva.
pletado uma graduação em cinema no ses cartões nas bancas de jornais para mente um pseudônimo foi tanto uma das pistas de dança desde o northern capturou o interesse do mundo da arte, Hoje, Sudbrack trabalha sozinho, tendo
Rio de Janeiro, sua cidade natal, trans- que circulassem como postais “oficiais” escolha consciente para escapar às ar- soul dos anos 1970 até o acid house uti- embora, por outro lado, tenha gerado adotado uma prática mais tradicional
feriu-se para São Paulo, onde começou a do que ao seu conteúdo subjacente. Essa madilhas do egocentrismo marqueteiro lizando clips de gravações caseiras, o uma série de impasses junto às insti- de ateliê que lhe permite revisitar deta-
freqüentar um curso de fotografia com foi a primeira vez em que Sudbrack op- quanto obra do acaso. Foi num brechó avaf, por outro lado, partiu da energia tuições que as recebiam. Na instalação lhes de trabalhos anteriores, desenvol-
Rubens Mano. A partir daí, Mano se tor- tou por renegar a ideia de autoria, além da cidade que o vendedor o abordou extática encontrada nos bailes de Vogue Homocrap #1, apresentada na coletiva vendo uma pesquisa em torno da cor.
naria uma espécie de mentor e parceiro de marcar um importante momento inesperadamente, tendo lhe confundi- no Harlem freqüentados pelo artista Ecstasy: In and About Altered States O que antes aparecia como elemento
intelectual de Eli Sudbrack no grupo de gênese do uso do imaginário trans do com um conhecido maquiador local naquele período para produzir uma es- (MOCA, Los Angeles, 2005), a propos- narrativo dentro obras de caráter tópi-
Panoramas da Imagem (1992-1998), do como símbolo de transformação e des- chamado “Astro”. O nome inusitado, pécie de colagem expandida que inclui ta inicial consistia em transformar uma co, agora é transformado em composi-
qual faziam parte ainda os fotógrafos truição do status quo pequeno burguês que apontava para diversas manifesta- manifestações análogas ao fenômeno das salas do museu numa boate que ções abstratas que apostam no potencial
Everton Ballardin e José Fujocka Neto. que permearia toda a obra do avaf. ções da cultura popular - do herói do libertário das pistas em filmes de artis- funcionaria durante todo o período da expressivo da cor como dado universal
Partindo de um interesse comum pela manga japonês Astroboy à telenovela tas, videoclips, programas de televisão, exposição. Após muita negociação com que prescinde da linguagem verbal para
idéia de “fotografia expandida”, o Pano- No final de 1998, Sudbrack transfere- brasileira dos anos 1970 – foi imediata- entre outros. Por trás dessa necessida- a diretoria, ficou acordado que a festa se comunicar com o outro. Em última
ramas funcionou como uma plataforma -se para Nova York para cursar o ICP mente selecionado para compor um tí- de de compilar esses momentos havia aconteceria apenas na noite de abertura, instância, o avaf permanece fiel à cren-
de discussões, workshops e exposições (International Center of Photography), tulo que evocasse a sonoridade absurda também uma vontade de compartilhar sendo que a participação da performer ça na possibilidade de criar um espaço
que visava ampliar as possibilidades da onde vai gradualmente sendo toma- do Exploding Plastic Inevitable, de Andy um material cujo acesso era ainda mui- “intersex” Vaginal Davis acabou sendo de comunhão entre indivíduos com
produção fotográfica para além de seu do por um desinteresse pela fotogra- Warhol. As palavras assume, vidid e fo- to restrito: os filmes de artistas, por vetada pela instituição. Embora muitas diferentes históricos e experiências de
próprio nicho num momento em que, fia. Nessa época, começa a freqüentar cus, que viriam a completar o pseudôni- exemplo, podiam ser vistos apenas em vezes interpretadas sob a chave do car- vida, algo que está presente desde o seu
no âmbito nacional, surgiam artistas a biblioteca de imagens da New York mo, foram encontradas em capas de LPs exposições pontuais por quem tivesse navalesco ou do tropicalista, - ambas as primórdio. Mais do que isso: a figura
cuja produção começava gradualmente Public Library, onde passava horas a fio exibidas numa mostra organizada por a oportunidade de visitá-las. Assim, os alusões remontam, sem dúvida, a uma simbólica da trans como disparadora de
a ocupar o campo das artes visuais. pesquisando referências que eram xe- Carlo McCormick na hoje extinta Exit mais de duzentos clips que compunham visão simplista que implica uma relação transformações e da demolição do sta-
rocadas e minuciosamente redesenha- Art. Escolhidos por sua “conotação utó- a primeira versão de Butch Queen Real- causal entre a nacionalidade do artista tus quo atua agora como uma força que
Para Sudbrack, a participação no Pano- das em folhas de acetato. Lançando-se pica”, segundo o próprio Sudbrack, es- ness foram incansavelmente amealha- e o uso da cor em seus trabalhos - as lhe impulsiona a desconstruir as suas
ramas significou uma primeira expe- numa busca mais livre por tudo aquilo ses termos conjuravam ainda uma série dos por Sudbrack com a ajuda de cole- obras do avaf produzidas nesse perío- certezas em relação ao próprio trabalho,
riência prolongada de trabalho coletivo que de alguma forma lhe atraía, Sud- de atitudes e posicionamentos de outros cionadores que possuíam cópias piratas do são sobretudo interessantes no sen- lançando-o mais uma vez em direção a
que envolvia o diálogo intenso tanto brack reuniu centenas de imagens pro- artistas que viriam a ser incorporados de todo o tipo de material, numa espécie tido de sua constante desestabilização um experimentalismo sem garantias,
com artistas mais experientes quanto venientes dos registros da alta e baixa por ele em sua obra nos anos seguintes. de YouTube artesanal que precedeu a dos códigos institucionais. Em casos até o momento em que tudo será demo-
com jovens recém-formados que rece- cultura: detalhes retirados da célebre Esse encadeamento caleidoscópico de criação dessa plataforma em 2005. mais extremos, como o ocorrido no lido de novo.
biam acompanhamento crítico e tinham tapeçaria medieval A dama e o unicór- referências não ficaria restrito apenas veto da participação de Vaginal Davis
a oportunidade de realizar suas primei- nio, elementos de objetos de design do à construção do pseudônimo assume Mais relevante do que a presciência no MOCA, fica claro que não se trata Kiki Mazzucchelli
ras exposições públicas. Nesse período, Memphis Group, fragmentos de obras vivid astro focus mas, pelo contrário, se dos trabalhos produzidos na primeira apenas dos aspectos práticos de apre-
a colaboração com seus pares se restrin- de outros artistas. Cada um desses de- tornaria uma das características mais metade dos anos 2000 em relação aos sentação da obra, mas de uma postura 1 Dentre outras atividades, o Panoramas da
gia às atividades relacionadas ao Pano- senhos era então escaneado e manipula- marcantes de sua metodologia de traba- avanços da tecnologia digital, é a ma- institucional conservadora de controle Imagem organizou uma série de exposições
ramas, desenvolvendo em paralelo uma do digitalmente a fim de criar composi- lho nos anos seguintes. neira inovadora e transgressora com de conteúdo e manutenção de valores intituladas Novíssimos, reunindo trabalhos
prática individual. Suas primeiras sé- ções intricadas, em cores vibrantes, que que o avaf posicionou sua obra no cir- morais não divulgados publicamente. de jovens recém-formados que recebiam
ries de trabalhos já demonstravam um eram impressas como grandes papéis de Vale lembrar que, no início dos anos cuito da arte desde o início. Bebendo acompanhamento crítico do grupo.
interesse pelas questões queer que viria parede. Num momento em que o hoje 2000, a Internet tal qual a conhecemos em múltiplas fontes simultaneamente, o Até a virada da década de 2010, o avaf
a desenvolver com mais profundidade ubíquo Google Images estava ainda em hoje ainda estava em fase de formação, grupo herdou de Felix Gonzalez-Torres produziu uma série de grandes insta-
na década seguinte. O convívio com o seus primórdios - a ferramenta foi lan- o que significa que a acessibilidade e a vontade de compartilhar o trabalho lações extremamente elaboradas que
universo transgressor da comunidade çada em 2001 -, essa metodologia era a disponibilidade de material digitali- com o público, ao mesmo tempo em que contaram com a participação de inúme-
LGBT nos clubes noturnos de São Pau- altamente artesanal e, no entanto, ex- zado em circulação naquele momento incorporou os elementos subversivos da ros colaboradores e geraram centenas
lo serviu como inspiração para a série tremamente presciente do que viria a eram ainda bastante limitadas. Nes- cultura e do estilo de vida da comuni- de arquivos de imagens digitais, props,
de cartões postais (São Paulo Turística, ser nossa relação com as imagens duas se contexto, um trabalho como Butch dade trans. Ao longo dessa década, suas máscaras, neons, papéis de parede e
1998) que retrata locais inconspícuos e décadas mais tarde. Queen Realness With a Twist In Pastel grandes instalações imersivas - que in- muitos outros elementos que compu-
pouco glamourosos da cidade, como as Colors (2004), um programa de vídeos corporavam colaborações de músicos, nham esses fabulosos gesamtkunstwerk.
vistas das avenidas Francisco Morato Segundo Sudbrack, esse período de re- de quatro horas de duração, é o resul- performers, DJs e artistas convidados A energia despendida por Eli Sudbrack
e Rebouças. Em meio aos edifícios que invenção do trabalho foi marcado por tado de uma pesquisa extraordinária - foram ganhando um corpo e uma e por Christophe Hamaide-Pierson –
compunham essas paisagens urbanas, duas grandes forças: por um lado, o con- que compartilha, tanto em sua escolha complexidade expressiva, sempre em membro permanente do coletivo entre
Sudbrack inseria, quase imperceptível, servadorismo persecutório da era Bush temática quanto em sua metodologia, diálogo próximo com o contexto em 2005 e 2016 - na organização dessas

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A Brief History of avaf

The trajectory of avaf - an acronym for clandestine insertion of the cards in the unexpectedly approached by a sales per- vision shows, among others. Underlying performer Vaginal Davis ended up being trans as a trigger for transformation and
assume vivid astro focus - begins well newsstands to circulate as “official” post- son, who mistook him for a well-known the need to compile such moments, there vetoed by the institution. Although often demolition of the status quo now acts as
before this “one-man collective” was of- cards than to its underlying content. It local makeup artist called “Astro.” The was also a willingness to share a mate- interpreted under the umbrella of car- a driving force that leads him to decons-
ficially baptized in the early 2000’s. In was the first time Sudbrack chose to re- unusual name, which pointed to several rial whose access was still very restricted: nival or tropicalist - both allusions are truct his certainties about his own work,
1991, after graduating in film-making in nounce to the idea of authorship; it also manifestations of the popular culture - the films of artists, for example, could undoubtedly traced back to a simplistic starting him once again in a path of ex-
Rio de Janeiro, his hometown, Sudbrack stands out as an important moment of from Astroboy, the hero of the Japanese be seen only in punctual exhibitions, by view that implies a causal relationship perimentalism with no guarantee, until
moved to São Paulo, where he started to genesis of the use of trans imaginary as mangá, to the 1970’s Brazilian soap ope- those who had the opportunity to visit between the nationality of the artist and the moment when everything will be de-
attend a photography course with Ru- a symbol of transformation and destruc- ra, O Astro – was immediately selected them. So, the more than 200 videoclips the use of color in his works - the works molished again.
bens Mano. From then on, Mano would tion of the petit bourgeois status quo to compose a title evoking the absurd that comprised the first version of Butch of avaf produced during this period are
become a kind of mentor and intellectual that would pervade the work of avaf. sound of Exploding Plastic Inevitable, Queen Realness were relentlessly gathe- particularly interesting in that they re- Kiki Mazzucchelli
partner of Eli Sudbrack in the group Pa- by Andy Warhol. The words assume, vi- red by Sudbrack with the help of collec- present a constant destabilization of ins-
noramas da Imagem (1992-1998), which By the end of 1998, Sudbrack moved to vid, and focus that would later complete tors who owned pirate copies of all kinds titutional codes. In more extreme cases, 1 Among other activities, Panoramas da
also included the photographers Ever- New York to attend the ICP (Interna- the pseudonym were found on the covers of material, in a kind of handmade You- such as the veto of the participation of Imagem organized a series of exhibitions
ton Ballardin and José Fujocka Neto. tional Center of Photography); he then of albums exhibited in a show organized Tube that preceded the creation of this Vaginal Davis in the MOCA, it is clear intitled Novíssimos, gathering works of young
Based on a common interest in the idea gradually lost his interest in photogra- by Carlo McCormick in today’s extinct platform in 2005. that it involves not only the practical as- graduates who received the group’s critical
of ‘expanded photography ‘, Panoramas phy. At the time, he began to attend the Exit Art. Chosen because of its “utopian pects of presentation of the work but also follow-up
worked as a platform for discussions, image library of the New York Public connotation,” according to Sudbrack Even more relevant than the forek- a conservative institutional control atti-
workshops and exhibitions that aimed Library, where he would spend hours on himself, such terms also evokes a series nowledge of the work produced in the tude towards content and maintenance
to broaden the possibilities of photogra- end researching references that were co- of attitudes and stances of other artists first half of the 2000’s about advances in of moral values not overtly publicized.
phic production beyond its own niche at pied and minutely redesigned on aceta- who would be incorporated into his work digital technology is the innovative and
a time when, at the national level, artists te sheets. Delving into a broader search in the following years. This kaleidosco- transgressive way in which avaf positio- Until the turn of the 2010’s, avaf pro-
arose whose production gradually began for everything that somehow attracted pic chain of references would not only ned his work within the art circuit since duced a series of large and extremely
to occupy the field of visual arts. him, Sudbrack gathered hundreds of be restricted to the construction of the the beginning. Drinking from multiple sophisticated installations that had the
images from the records of high and low pseudonym assume vivid astro focus; on sources simultaneously, the collective participation of countless contributors
For Sudbrack, being part of the Panora- culture: details taken from the celebra- the contrary, it would become one of the inherited from Felix Gonzalez-Torres the and generated hundreds of digital ima-
mas group was his first extended collecti- ted medieval tapestry The Lady and the most striking characteristics of his work willingness to share the work with the ge files, props, masks, neons, wallpapers
ve work experience, involving an intense Unicorn, elements of design objects from methodology in the following years. public, while incorporating the subversi- and many other elements that composed
dialogue with both more experienced ar- the Memphis Group, fragments of works ve elements of the culture and the lifesty- these fabulous gesamtkunstwerk. The
tists and young graduates who received by other artists. Each of these drawings It is worth noting that, in the early le of the trans community. Throughout energy spent by Eli Sudbrack and Chris-
critical follow-up and had the opportu- was then scanned and digitally treated to 2000’s, the Internet as we know it today that decade, his large immersive facili- tophe Hamaide-Pierson - who was a per-
nity to carry out their first public exhibi- create intricate compositions, in vibrant was still in its infancy, which means that ties - which incorporated collaborations manent member of the collective between
tions.1 During this period, collaboration colors, which were printed as large-size the accessibility and availability of digi- of musicians, performers, DJs, and guest 2005 and 2016 - in the organization of
with peers was restricted to activities wall papers. At a time when the today´s tized material at that time were still qui- artists - were gaining body and expres- works that required such an intensive
related to the Panoramas group, and ubiquitous Google Images was still in its te limited. In this context, a work such sive complexity, in close dialogue with involvement and constant financial and
he developed in parallel an individual infancy - the tool was launched in 2001 - as Butch Queen Realness with a Twist the context in which they were presented. logistical obstacles gradually gave way to
practice. Since his first series of works, he this methodology was highly crafted and, in Pastel Colors (2004), a 4-hour video, The highly experimental characteristic of a more introspective approach. Today,
had shown an interest in the queer issues yet, extremely prescient of what would is the result of extraordinary research these works, with its formal exuberant Sudbrack works alone, having adopted
that he would further develop over the come to be our relationship with the ima- sharing, both in its thematic choice and recklessness, combined with a multi- a more traditional studio practice that
following decade. The interaction with ges two decades later. in its methodology, the sensitivity of the disciplinary space activation program, allows him to revisit details of previous
the transgressing universe of the LGBT pioneer Fiorucci Made Me Hardcore immediately captured the eyes of the art works, developing research around the
community in the São Paulo nightclubs According to Sudbrack, this period of re- (1999), by Mark Leckey. However, while world, although, on the other hand, it color. What previously appeared as a
served as an inspiration for the series of invention of the work was characterized the first, which lasted “mere” 15 minutes, generated a series of deadlocks with the narrative element within works of topic
postcards (São Paulo Turística, 1998) by two great forces: on the one hand, the sought to capture the ecstatic energy of institutions that received them. In the nature is now transformed into abstract
portraying inconspicuous and unglamo- persecutory conservatism of the post-9/11 the northern soul dance floors from the Homocrap #1 installation, presented at compositions that bet on the expressive
rous sights of the city, such as the views Bush era and, on the other, the emergen- 1970’s to acid house using clips of ho- the collective Ecstasy: In and About Al- potential of color as universal data that
of the Francisco Morato and Rebouças ce of the cult to the figure of the contem- memade recordings, avaf, on the other tered States (MOCA, Los Angeles, 2005), need no verbal language to communi-
Avenues. Amid the buildings that made porary artist as a celebrity, driven by the hand, departed from the ecstatic energy the initial proposal was to turn one of the cate with one another. Ultimately, avaf
up these urban landscapes, Sudbrack in- financial growth of the industry. Against found at the Harlem balls, which the ar- museum’s rooms into a nightclub that remains true to the belief in the possi-
serted, almost imperceptibly, a billboard this landscape, the option to adopt, one tist attended at the time, to produce a would operate all throughout the exhibi- bility of creating a space of communion
displaying the image of a naked tran more, a pseudonym was both a conscious kind of expanded collage that includes tion period. After much negotiation with between individuals with different his-
person in an automobile. The work was choice to escape the pitfalls of a market- manifestations analogous to the liber- the board, it was agreed that the party tories and life experiences, something
signed under the pseudonym Diamanti- -driven egocentrism and a work of chan- tarian phenomenon of the dance floor would take place only on the opening that is present since the very beginning.
no, an option that was more due to the ce. At a thrift store in the city, he was in films of artists, videoclips, and tele- night, and the participation of “intersex” More than that: the symbolic figure of

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Romy Pocztaruk

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Romy Pocztaruk
Porto Alegre, rs, 1983 | vive e trabalha em Porto Alegre, rs Porto Alegre, brazil, 1983 | lives and works in Porto Alegre, brazil
Zipper Galeria, são paulo, sp; Galeria Gestual, porto alegre, rs; e Anita Schwartz Galeria de Arte, rio de janeiro, rj Zipper Galeria, são paulo; Galeria Gestual, porto alegre; and Anita Schwartz Galeria de Arte, rio de janeiro, brazil
Finalista do Prêmio PIPA 2018 | Indicada ao Prêmio PIPA 2015, 2017 e 2018 PIPA Prize 2018 Finalist | PIPA prize 2015, 2017 and 2018 nominee
romypocz.com romypocz.com

Bombrasil - Argonauta, 2017, Romy Pocztaruk, é mestre em Poéti- sul (Porto Alegre, 2018); Panorama da Bombrasil - Argonauta, 2017,
fotografia digital, 100 x 150 cm cas Visuais pela Universidade Federal Arte Brasileira (MAM SP, 2017); “Uma fotografia digital, 100 x 150 cm
Bombrasil - Argonauta, 2017, do Rio Grande do Sul. Seu trabalho coleção particular” (Pinacoteca de São Bombrasil - Argonauta, 2017,
digital photography, 100 x 150 cm lida com simulações e com a posição Paulo, 2015); 31ª Bienal de São Paulo digital photography, 100 x 150 cm
a partir da qual o artista interage com (2014); “BRICS” (Oi Futuro Flamengo,
diferentes lugares, e com as relações RJ, 2014); “Convite à Viagem – Rumos A última aventura - Rurópolis I, 2011,
possíveis a partir do cruzamento de Artes Visuais” (Itaú Cultural, São Pau- fotografia digital, 110 x 165 cm
diferentes campos e disciplinas (como lo/Rio de Janeiro/ Goiânia, 2011-13); The Last Adventure - Rurópolis I, 2011,
ciência e comunicação) com o campo 9ª Bienal do Mercosul (Porto Alegre, digital photography, 110 x 165 cm
da arte, gerando resultados poéticos em 2013).
diferentes meios e suportes. Realizou
exposições individuais no CDF Centro Também realizou residências no Bronx
de Fotografia de Montevideo (2016), Museum (Nova York), pela Bolsa Iberê
Centro Cultural São Paulo (2015), SIM Camargo de residências artísticas; Chi-
Galeria (2014), Galeria Gestual (2014) e na (Sunhoo Creatives in Residency),
Instituto Goethe POA (2013). Entre as Berlim (Takt Kunstprojektraum) e Ins-
principais mostras coletivas das quais tituto Sacatar na Bahia.
participou estão: 11ª Bienal do Merco-

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Romy Pocztaruk holds a Master degree (Porto Alegre, Brazil, 2013). Pocztaruk A última aventura - Rurópolis II, 2011,
in Visual Poetics from Universidade has participated in several group shows, fotografia digital, 110 x 165 cm
Federal do Rio Grande do Sul. Her work such as: 11th Bienal do Mercosul (Porto The Last Adventure - Rurópolis II, 2011,
deals with simulations and the positions Alegre, Brazil, 2018); Panorama da arte digital photography, 110 x 165 cm
from which the artist interacts with dif- brasileira (MAM SP, Brazil, 2017); “Uma
ferent places and with the possible rela- coleção particular” (Pinacoteca do Es-
tions from the intersection of different tado de São Paulo, Brazil, 2015); 31st
fields and disciplines (such as science Bienal de São Paulo (2014), BRICS (Oi
and communication) with the field of futuro flamengo, Rio de Janeiro, Brazil,
art, producing poetic results in different 2014); “Convite à Viagem – Rumos
media. Artes Visuais” (Itaú Cultural - itinerant,
Brazil, 2011-13); 9ª Bienal do Mercosul
She has held solo shows at CDF Centro (Porto Alegre, Brazil, 2013). The artist
de Fotografia de Montevideo (Uruguay, has also participated in artistic resid-
2016), Centro Cultural São Paulo (Brazil, encies at New York (Bronx Museum);
2015), SIM Galeria (Curitiba, Brazil, China (Sunhoo Creatives in Residency),
2014), Galeria Gestual (Porto Alegre, Berlin (Takt Kunstprojektraum) and In-
Brazil, 2014) and Instituto Goethe POA stituto Sacatar (Bahia, Brazil).

Red Sand, 2012, fotografia digital, 100 x 85 cm


Red Sand, 2012, digital photography, 100 x 85 cm

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Brasil, quando é o futuro?

As temporalidades parecem ter sazona- balhos que abordam: a materialidade do rismos fascistas, os documentos nos vacidade e a agudez de seu olhar para o
lidades. O passado como um patrimô- abandono presente em construções his- assombram pela fantasmagoria de algo mundo tem colocado-a num rol muito
nio a ser escrutinado e preservado foi tóricas que serviram de hospitais, bases que nunca deixou de ser e de ter esta- particular de artistas latino-americanos
criado no século XIX com o advento militares e instalações de grandes even- do sempre presente, latente, à espreita, que estão escavando as fontes docu-
da história como ciência moderna e da tos esportivos, a exemplo de Traumberg mesmo nos dias que julgávamos mais mentais ligadas ao passado recente, que
consequente noção de preservação. O (2010), Crossing Islands (2011), Red Sand ensolarados e alegres. ainda não se assentou como história
futuro, como sinônimo de culminância (2012), Olympia (2013) e Beelitz (2013); universalizada, a exemplo da disputa
da progressiva capacidade racional e in- os métodos, imagens, displays e pressu- Em seu minucioso estudo de campo, a de narrativas sobre as ditaduras mili-
ventiva da humanidade, foi invenção do postos das ciências modernas aborda- artista deparou-se com um acervo de tares, para criar acessos de visibilidade
século XX. Como rescaldo das vertigi- das como ficções científicas, como em registros de exposições pedagógicas e inteligibilidade, empreendendo quase
nosas experiências vividas pelas socie- Tropical (2010), Feira de Ciências (2014), realizadas pela CNEN durante várias como que uma descolonização do futu-
dades nos últimos 200 anos, restou para Carnaval dos animais (2015), Scientific décadas Brasil afora, num projeto edu- ro. É uma nova volta ao real, um des-
o século atual o presente, ou melhor, um Amusements (2015) e Hillingar (2012); cativo para popularizar a ciência no dobramento conceitual da arte política
presente contínuo consciente da fluidez os projetos de modernidade propostos país e sensibilizar a opinião pública a na época da fake news e do capitalismo
e da precariedade destas construções para o Brasil durante a ditadura militar respeito da importância do programa informacional. A postura artística de
temporais, abrindo caminho para enca- que, travestidos de progresso, perpetua- nuclear nacional. Observar estas ima- Romy é de resistência sensível ao estado
rarmos a história e o tempo como ma- ram o genocídio negro e indígena e a co- gens e situá-las numa época em que das coisas, sem perder de vista o rigor
térias flexíveis. O desencantamento e a lonialidade, nos trabalhos Suíte Trans- a pedagogia emancipadora de Paulo da materialização de suas ideias. Seus
reflexividade acumulados durante esta brasil (2011)/ A última aventura (2011), Freire ganhava notoriedade em países trabalhos assemelham-se a pontes que
jornada da modernidade evidenciaram Para frente Brasil (2013) e Bombrasil democráticos, mas era (e volta a ser) interligam tempos e territórios e que
as dinâmicas de invenção de discursos, (2017); e por fim obras que apontam perseguida no seu território de origem nos ajuda ao mesmo tempo a enxergar
de estruturas, de mentalidades e de es- para novas frentes de investigação so- amplifica a dramaticidade da emprei- as fictícias pontes para o antigo futuro.
tratégias de controle e de subjugação bre assuntos sociais da maior urgência tada. Nota-se a usual tentativa de “neu- Sua trajetória está mais próxima da cor-
numa escala global. no Brasil e no mundo, a saber, a fluidez tralizar” os atos e as intenções, apre- renteza de um rio caudaloso do que de
das identidades de gênero e sexuais e o sentando “imparcialmente” o projeto um brilhante meteoro, fenômeno cada
Concomitantemente, a compreensão silenciamento de expressões culturais militar como algo incontornável, bené- vez mais comum no mundo da arte
do projeto calcado na colonidade, no de matriz africana em Orquestra de Fal- fico, patriótico e triunfante, bem ao gos- contemporânea. Não podemos esquecer
patriarcado e nas lógicas de (in)visi- cões e Safira, ambos de 2018. Tratam-se to de regimes ditatoriais. O boomerang que nem tudo o que brilha é ouro.
bilidade tem gerado a emergência de de pesquisas de longo termo e de gran- fantasmagórico retorna num contexto
uma reimaginação política e social em de fôlego investigativo que demandam de total desinvestimento na investiga- E, afinal, Brasil, quando é o futuro? Ele
que o arquivo, as imagens e as palavras grandes deslocamentos e que muitas ção científica brasileira¹, no desejo de realmente existe?
tem sido questionados e reinventados. vezes ocorrem em paralelo devido à sua privatização da Eletrobrás e na reafir-
Como reação ao nascimento do novo, complexidade, mas sem nunca perder o mação da continuidade da construção Cristiana Tejo
o passado e o velho futuro reaparecem timing para suas enunciações. da Usina Angra III. Generais são acla- Lisboa, cidade do autoexílio, agosto de 2018
como fantasmas que performam o mo- mados para ajudar a “pacificar” o país
mento presente, nos levando a indagar Bombrasil, trabalho apresentado nes- e a reinstalar o ambiente de ordem e de 1 Em carta aberta de 01 de agosto de 2018,
em que ano ou década estamos. E como ta edição do Prêmio Pipa, traz à tona progresso vividos durante o período de o presidente da CAPES Abílio Abaeta Neves
a arte responde a isso? Talvez a única o projeto de desenvolvimento de tec- chumbo da ditadura, um claro sintoma afirmou que todas as bolsas de investigação
resposta possível a esta pergunta numa nologia para enriquecimento de urâ- da desinformação histórica de grande de todos os níveis (graduação, mestrado e
época de grande complexidade seja: re- nio, construção da bomba atômica e parte da sociedade brasileira. doutorado) de todas as áreas serão suspensas
visitando suas premissas e seu papel no de um submarino atômico brasileiros em 2019 devido à ausência de orçamento.
mundo e questionando seus agentes. É conduzido secretamente pela ditadura Estas informações e reflexão sobre o
um processo ainda tímido e tratado de militar no âmbito da corrida armamen- projeto nuclear brasileiro são trazidas
forma superficial, mas incontível e in- tista nuclear durante a Guerra Fria. A à esfera pública não pelos veículos de
contornável. investigação empreendida nos arqui- comunicação, peças fundamentais da
vos da CNEN (Comissão Nacional de engrenagem da desinformação e da ma-
Tudo isso veio-me à mente ao analisar o Energia Nuclear), no reator Argonauta e nipulação, o contrário de sua função so-
corpo de trabalhos de Romy Pocztaruk, nas usinas nucleares de Angra dos Reis cial, mas por meio de um projeto artís-
uma artista investigadora que trabalha descortina em imagens e manchetes tico. Se no início de seu percurso Romy
na e com a densidade dos tempos, evi- de jornal um imaginário que julgáva- Pocztaruk debruçava-se sobre questões
denciando a racionalidade dos abando- mos circunscrito num tempo-espaço mais amplas da modernidade, nos últi-
nos e dos investimentos como sintomas já encerrado. Ao serem reapresentados mos tempos seu escopo tem se voltado
das grandes narrativas e estruturas so- num momento de reativação de medos à tópicos brasileiros, que escapam do
ciais. Este conjunto de questões é alicer- e de ameaças de novos enfrentamentos provincianismo, reverberando assuntos
çado em quatro grandes grupos de tra- bélicos e de reemergência de autorita- de grande interesse internacional. A vi-

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Brazil, when is the future?

Temporalities seem to be seasonal. The berg (2010), Crossing Islands (2011), Red pedagogical exhibitions carried out by a conceptual unfolding of political art at
past as a heritage to be both scrutinized Sand (2012), Olympia (2013) and Beelitz CNEN for several decades throughout a time of fake news and informational
and preserved was a 19th century crea- (2013); the methods, images, displays Brazil, in an educational project desig- capitalism. Romy’s artistic stance is that
tion, with the advent of history as a mo- and assumptions of modern sciences ned to popularize science in the country of resistance to the state of things; none-
dern science and the resulting notion of addressed as scientific fiction, as in Tro- and educate public opinion on the impor- theless, she does not lose sight of the rigor
preservation. The future, as synonymous pical (2010), Feira de Ciências (2014), tance of the national nuclear program. of the materialization of her ideas. Her
with the summit of Humanity’s progres- Carnaval dos Animais (2015), Scienti- Observing such images and placing them works remind me of bridges that connect
sive rational and inventive ability, was a fic Amusements (2015), and Hillingar at a time when the emancipatory peda- times and territories and simultaneously
20th century invention. As the aftermath (2012); the modernity projects proposed gogy of Paulo Freire gained notoriety in help us see the fictitious bridges to the
of the dizzying experiences society has to Brazil during the military dictatorship democratic countries, but was (and is old future. Her trajectory is closer to the
witnessed over the past 200 years, the that, disguised as progress, perpetuated now, once more) persecuted in its terri- stream of a raging river than to that of
present, or rather a continuous present, the genocide of the Black and Indige- tory of origin, amplifies the drama of the a brilliant meteor, an increasingly com-
conscious of the fluidity and precarious- nous peoples and the colonial mindset task. One can notice the usual attempt mon phenomenon in the contemporary
ness of such temporal constructions, is in the works Transbrazil Suite (2011)/ to “neutralize” acts and intentions, “im- art world. We must not forget that all
left for the current century, paving the The Last Adventure (2011), Para Frente partially” presenting the military project that glitters is not gold. And, after all,
way for facing history and time as fle- Brasil (2013), and Bombrasil (2017); and as something inescapable, beneficial, Brazil, when is the future? Does it really
xible matters. The disenchantment and finally works that point to new research patriotic and triumphant, well-suited to exist?
reflexivity accumulated along this jour- fronts on quite urgent social issues in the taste of dictatorial regimes. The ghos-
ney of modernity highlighted the dyna- Brazil and the world, namely the fluidity tly boomerang returns in a context of to- Cristiana Tejo
mics of invention of speeches, structures, of gender and sexual identities and the tal disinvestment in Brazilian scientific Lisbon, city of auto exile, August 2018
mindsets and strategies for control and silencing of cultural expressions of Afri- research,1 in the desire for the privatiza-
subjugation on a global scale. can origin in Orquestra de Falcões and tion of Eletrobrás and the reaffirmation 1 In an open letter dated August 1st,
Safira, both of 2018. These are long-term of the continued construction of the An- 2018, Mr. Abílio Abaeta Neves, president
At the same time, the understanding of investigative surveys that, due to their gra III nuclear plant. Generals are called of CAPES, said that research grants for
a project based on colonization, patriar- complexity, demand large displacements upon to help “pacify” the country and re- the undergraduate, master and doctorate
chy and the logic of (in)visibility resulted and often occur in parallel but never install an environment of order and pro- programs in all areas will be cut off in 2019
in the emergence of a political and social miss the timing of their enunciations. gress supposedly lived during the leaden due to lack of funds in next year’s budget.
reimagining in which archives, images, years of military rule, in a clear symptom
and words have been questioned and re- Bombrasil, the work presented in this of the historical misinformation by a lar-
invented. As a reaction to the birth of the edition of the Pipa Prize, brings out a ge part of the Brazilian society.
new, the past and the old future reappear project of technology development for
as ghosts, shaping the present moment uranium enrichment, the building of Such information and consideration
and making us question what year or de- an atomic bomb and a Brazilian ato- about the Brazilian nuclear project are
cade we are living. And how does art res- mic submarine secretly developed by brought to light not by the media - a
pond to that? Perhaps the only possible the military dictatorship within the nu- crucial part of the disinformation and
answer to this question in a time of great clear arms race during the Cold War. manipulation gear, quite the opposite of
complexity is: art responds revisiting its The investigation carried out in the ar- its social function - but rather using an
assumptions and its role in the world, chives of the CNEN (Comissão Nacio- artistic project. If at the beginning of her
questioning its agents. The process is a nal de Energia Nuclear - the National journey Romy Pocztaruk leaned on broa-
very shy one, very much in its infancy, Nuclear Energy Commission), about der issues related to modernity, in recent
and treated in a superficial, but unstop- the Argonaut reactor and the nuclear times, the scope of her work included
pable and inescapable way. power plants of Angra dos Reis reveals Brazilian topics, which escape from pro-
in images and newspaper headlines an vincialism, reverberating matters that
It all came to mind when I analyzed the imaginary that we thought circumscri- are of great international interest. The
work of Romy Pocztaruk, an investigati- bed in a time-space already gone. When vivacity and sharpness of her gaze into
ve artist who works in and with the den- reintroduced at a time of reactivation of the world has placed her in a very par-
sity of times, showing the rationality of fears and threats of new conflicts and ticular group of Latin American artists
abandonment and investments as symp- the reemergence of fascist authoritaria- who are scrutinizing documental sources
toms of the great narratives and social nism, such documents haunt us with the linked to the recent past, which has not
structures. This set of issues is based on phantasmagoria of something that has yet been settled as universal history - for
four large groups of works addressing the never ceased to be and has always been instance, the dispute of narratives about
materiality of the abandonment present present, latent, lurking, even in days we military dictatorships - in order to create
in historical constructions that served as considered sunnier and more cheerful. accesses of visibility and intelligibility,
hospitals, military bases and venues for In her meticulous field study, the artist nearly carrying out a decolonization of
major sport events, for instance, Traum- came across a collection of records of the future. It is a new return to the real,

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Vivian Caccuri

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Vivian Caccuri
São Paulo, sp, 1986 | vive e trabalha no Rio de Janeiro, rj São Paulo, brazil, 1986 | lives and works in Rio de Janeiro, brazil
Galeria Leme, são paulo, sp; e A Gentil Carioca, rio de janeiro, rj Galeria Leme, são paulo; and A Gentil Carioca, rio de janeiro, brazil
Finalista do Prêmio PIPA 2018 | Indicada ao Prêmio PIPA 2014, 2016 e 2018 PIPA Prize 2018 Finalist | PIPA prize 2014, 2016 and 2018 nominee
viviancaccuri.net viviancaccuri.net

Odebrecht, 2016, soundsystem de baile funk, Vivian Caccuri utiliza o som como veí- Ao longo de sua carreira, colaborou TabomBass, 2016, madeira, alto falantes, amplificadores, velas, áudio mono.
amplificadores, alumínio, vidro semi-relfexivo, culo para cruzar experimentos de per- com diversos músicos como Arto Lind- Foto Luiza Sigulem
225 x 240 x 58 cm. Foto Vivian Caccuri cepção em questões relacionadas a con- say (USA/BR), Gilberto Gil (BR), Faus- TabomBass, 2016, wood, speakers, sound amplifiers, candles, mono audio.
Odebrecht, 2016, funk music soundsystem, dicionamentos históricos e sociais. Por to Fawcett (BR), Panji Anoff (Ghana) e Photo Luiza Sigulem
sound amplifiers, aluminium, semi-reflecting meio de objetos, instalações e perfor- seus trabalhos sonoros e composições
glass, 225 x 240 x 58 cm. Photo Vivian Caccuri mances, seus trabalhos criam situações já foram transmitidas em diversas rá- Oratório, 2017, soundsystem (221 x 135 x 63 cm), instalação de tamanho variável, subwoofers,
que desorientam a experiência diária e, dios como Resonance FM (Londres), velas, amplificadores, livro, fotografia, partitura e texto. Foto Serge Illin
por consequência, interrompem signi- Kunstradio (Viena) e Mirabilis (Rio de
ficados e narrativas aparentemente tão Janeiro). Seu livro “O que Faço é Mú- Oratório, 2017, soundsystem (221 x 135 x 63 cm), installation of variable dimension, subwoofers,
entranhadas como a própria estrutura sica”, investigando os primeiros discos candles, amplifiers, book, photography, partiture and text. Photo Serge Illin
cognitiva. Vivian já desenvolveu pro- de vinil feitos por artistas plásticos no
jetos em diversas cidades do Brazil e Brasil foi vencedor do Prêmio Funar-
exterior, incluindo Amazônia, Accra, te de Produção Crítica em Música em
Detroit, Helsinki, Novo México, Vie- 2013.
na, Veneza, Kiev, Valparaíso, Sul da
Índia, entre outras.

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Vivian Caccuri uses sound as the vehicle Throughout her career she has collab- Seaweed Irregular, 2017, rede de proteção,
to cross experiments in sensory percep- orated with several musicians such as 160 x 217 cm
tion with issues related to history and Arto Lindsay (USA/BR), Gilberto Gil Seaweed Irregular, 2017, protection net,
social conditioning. Through objects, in- (BR), Fausto Fawcett (BR), Panji Annoff 160 x 217 cm
stallations, and performances, her pieces (Ghana) and and her sound works and
create situations that disorient everyday compositions have been broadcasted in Impróprio, 2018, performance, 150’,
experience and, by extension, disrupt radio stations such as Resonance FM equipamentos de som abandonados,
meanings and narratives seemingly as (London), Kunstradio (Vienna) and Rá- carros de som equipados, DJs, narrador de
ingrained as the cognitive structure itself. dio Mirabilis (Rio de Janeiro). Her first comércio, som estéreo, retroescavadeira, rolo
Vivian has developed projects in many book “Music is What I Make” (2012), compressor, lona, destroços
cities in Brazil and abroad, including published in Brazil was awarded the Inappropriate, 2018, performance, 150’,
the Amazon, Accra, Detroit, Helsinki, Funarte Prize of Critical Production in abandoned sound equipment, equipped
Vienna, Veneza, Kiev, Valparaíso, New Music in 2013. sound cars, DJs, salesman, stereo sound,
Mexico, South India and more. backhoe, roller, tarp, wreckage

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Vivian Caccuri,
no Prêmio Pipa 2018

Graças aos mistérios do Universo, so- desenvolve instalações, performances importante de conhecimento, mas tam- da música erudita e popular eleva em e cristãos arianos. Ambrósio foi tam- A experiência visual determina uma or-
mos seres com corpos. É por meio de e objetos que nos oferecem maneiras bém que ela nos traz impressões que po- consideração o fato de que o mecanismo bém um dos patrocinadores na Igreja da ganização de corpos no espaço. A expe-
nossos corpos que temos a experiência alternativas de analisar e refletir sobre dem significar e nos levar a pensamen- da indústria da música de hoje em dia é ideia da “Virgindade Perpétua de Ma- riência sonora, por sua vez, se relaciona
surpreendente e extraordinária de es- o mundo a partir de experiências sono- tos inéditos que não seriam alcançáveis extremamente mais aberto e descentra- ria”, afirmando que a mãe de Jesus era com impressões seguidas na dimensão
tar no mundo. É por meio dos sentidos ras. Este programa da artista vislumbra de outra forma. lizado do que no começo do século XX. especial por ser virgem antes, durante e temporal. Buscando os fantasmas, as
que recebemos as informações relati- uma audição para além da funcionali- Ela não condena a música popular como todo o tempo depois do parto de Jesus. repetições, as formas sobreviventes, os
vas à realidade da qual fazemos parte dade verbal e da fruição musical. Sua es- De cada um dos processos ambulativos distração (como faz a parte mais elitis- Porém, para conter a intensificação do ocultos na profundidade das experiên-
e, a partir dessa coleção de impressões, tratégia principal é auxiliar o aumento das “Caminhadas Silenciosas”, Caccuri ta e conservadora da crítica de música), culto popular a Maria como uma divin- cias sonoras contemporâneas, Caccuri
podemos conceber nossas noções de dos processos de diferença pela escuta, recolheu diversas descobertas de sensa- mas entende que as formas de perceber dade feminina, deixou claro que esta era abre portais temporais na própria ex-
mundo. Desde que nascemos, aprende- diminuindo dessa forma as surdezes ções, pensamentos, relações, materiais. o som podem ser “distraídas”. Em seu o “Templo de Deus”, mas não era Deus. periência cadente do som. Operando no
mos de nossos contextos culturais for- e os esquecimentos. Caccuri tem uma Em uma dessas experiências, a artistas trabalho, Caccuri compreende que tudo campo da estética para além do univer-
mas de duvidar ou confiar em nossos importante prática como pesquisadora se deparou com uma tela plástica que o que faz som pode significar, pode ser Nesta exposição, uma peça derivada da so restrito da arte, ela deseja contribuir
sentidos como fontes de verdades. Des- nas áreas de estética, história da músi- protegia um canteiro de obra. Esse ma- potente em pregnância simbólica, pode série de Pagodes, cuja forma faz alusão para a construção de uma sociedade em
sa maneira, cada cultura (e, em última ca, teoria musical, crítica da cultura e terial foi recolhido, estudado, trabalha- nos forçar a pensar de novas formas. aos “paredões” de som utilizados em que as pessoas sentiriam, pensariam, se
análise, cada indivíduo) tem sua pró- tecnologia. É importante ressaltar que do e se tornou a base da série “Pagode” festas de música popular, é repetido nas relacionariam a partir de outro regime
pria forma de experimentar e entender a obra desta artista não tem como ob- (2014-). Com o auxílio de um instru- Estando entre os 4 artistas selecionados obras inéditas Pagode Gabriel e Ossada de valores para as percepções. Segundo
a percepção. jeto de interesse principal o som em si, mento cirúrgico, a artista descobriu pelo Prêmio Pipa 2018 e, por isso, con- Vestida. Na primeira, este elemento está Vladimir Safatle, Theodor Adorno, após
mas sim as relações entre o som e a vida como desfiar o tecido plástico e criar vidada a fazer uma pequena exposição em relação a um texto escrito pela ar- audição da peça Concerto para Piano de
O processo da percepção está impreg- contemporânea. Com obras que inves- formas com as diferentes densidades da individual no MAM Rio, Caccuri de- tista diretamente sobre a parede em que John Cage, voltou para casa e escreveu
nado de questões culturais e ideológi- tigam e descondicionam os processos trama. Nos fios soltos pelo processo, a cidiu exibir um conjunto formado por narra uma cena fantástica e excitante do “Eu não sei exatamente o que pensar”. O
cas e o modo pelo qual os sentidos são relativos à sonoridade, Caccuri desvela artista pendura outros materiais des- 3 trabalhos. Se estas obras estão reuni- encontro com um contemporâneo Anjo trabalho de Caccuri, em seu programa
entendidos determina a maneira como relações entre cultura, epistemologia e cobertos nas Caminhadas Silenciosas, das com a intenção de evocar relações Gabriel. Na segunda obra, o elemento por uma pedagogia da audição radical,
as pessoas se relacionam com o mun- colonialismo. como frações de barras de metal usadas entre as histórias das origens da música repousa sobre uma fotografia do túmulo nos ensina a possibilidade de termos
do. A cultura hegemônica no ocidente para fazer grades de prédios e cacos de ocidental, a Igreja Católica e as perver- de Ambrósio em Milão, que exibe seus essa sensação significativa de assombro
é oculocentrista, tem sua epistemologia Na ilustre série de Caminhadas Silen- garrafa de vidro como os que são ci- sões, isso é resultado do cruzamento de ossos vestindo o opulente traje episco- com qualquer sonoridade. Ouvindo o
fortemente ligada a uma determinada ciosas (2012-16), Caccuri decidiu inves- mentados sobre muros com o intuito de duas pesquisas. A primeira delas, sobre pal. O terceiro trabalho é Oratório, cuja passado vivo no presente, os ecos e ruí-
forma de entender e desenvolver a ex- tigar a experiência de audição do mun- evitar invasões. Dessa forma, Caccuri a relação entre Igreja e perversões, teve estrutura formada por caixas de som e dos latentes na dimensão mnemônica,
periência visual. Relegando os demais do para além do sistema linguístico. constrói objetos para serem tocados, como estopim algumas memórias da velas acesas esteve presente na Future Vivian Caccuri inspira o uso do corpo
sentidos a categorias inferiores, gerou- Para tal, a artista reunia grupos de no instrumentos musicais afinados e ins- artista que, ainda adolescente, observou Generation Art Prize 2017 em Veneza como um recurso crítico integral, im-
-se com o tempo a perda das habilidades máximo 20 pessoas para caminharem pirados pelo carrilhão, característicos e viveu situações sexuais intensas den- e Kiev. Desta vez, ele ressoa no MAM plementando formas alternativas para
de perceber e descrever sensações não- juntas em silêncio por um determinado dos grupos de pagodes dos anos 1990 e tro da Igreja. A segunda se iniciou com Rio uma composição de faixa eletrônica alcançar a consciência do mundo.
-visuais. As forças ocultas da natureza, trajeto inusitado por até 8 horas. O de- 2000. Todos esses materiais (tela, grade, o desejo de encontrar a origem das par- baseada em partitura escrita por San-
invisíveis, imensuráveis e inverificáveis senrolar da experiência desse trabalho vidro etc.) são utilizados na cidade com tituras musicais escritas e, deparando- to Ambrósio, mas com aproximações Bernardo Mosqueira, setembro de 2018
por meio da visão atravessa a linha aos poucos ia alterando as dinâmicas da a função de impedir o livre movimento. -se por acaso a figura histórica de Santo ao dub e ao hip-hop. Com o pulsar da
do pensamento abissal e se tornaram percepção dos caminhantes, provocan- Nessa série, a artista nos proporciona, Ambrósio, tomou novos rumos. Am- música, o ar em frente às caixas de som
“inexistentes” segundo a epistemologia do uma forma alternativa de atenção, com certo humor, a experiência fan- brósio foi um bispo de Mediolano (atual é deslocado em lufadas e, com isso, as
hegemônica. A visão se tornou a fonte o que parecia ser um estado mais me- tástica de poder ser agente do som que região de Milão) no século IV, mui- chamas “dançam” ao ritmo do que é ou-
fidedigna e privilegiada do conheci- ditativo de relação com os ambientes. seria gerado pela fragmentação destas to influente na Europa, e é conhecido vido. Como se o fogo aceso nos revelas-
mento. A ciência moderna, por exem- Os participantes eram paulatinamente barreiras. por ser o responsável por se apropriar sem um segredo do som, este trabalho
plo, observou planetas em telescópios, convertidos em investigadores audien- de técnicas musicais de origem greco- nos mostra mais uma vez como a sono-
células em microscópios, funções em tes, percebendo e dando novos signifi- Na pesquisa de Vivian Caccuri há de- -judaicas para tornar os rituais cristãos ridade é capaz de nos afetar de maneira
gráficos. Como seria uma sociedade cados às coisas a partir de descobertas monstrações de um interesse recorrente mais capazes de conquistar fiéis. Na his- independente à visualidade. A reunião
que busca compreender o real por meio no campo sonoro. Por estimular a busca sobre o espaço que a música ocupa na tória da música ocidental, ele é reconhe- destas obras, que é dedicada por Cac-
da escuta atenta das estrelas, bactérias e pela compreensão das relações sonoras vida das pessoas, sobretudo organizan- cido por ser o primeiro compositor da curi a todas as pessoas que descobriram
relações? (não mediadas pela fala) entre os ele- do atividades coletivas e comunidades Igreja, tendo sido autor das “antífonas”, a sexualidade frequentando igrejas,
mentos do mundo, a experiência deste em torno da produção ou difusão. Por composições para dois corais que can- aponta para o questionamento de como
O trabalho da artista Vivian Caccu- trabalho causava sensação de constante isso, há em trabalhos diferentes aproxi- tam juntos ou alternados em resposta. as imagens sonoras podem sobreviver.
ri investiga as estruturas e dinâmicas de surpresa e descobrimento mesmo em mação do azonto, da cumbia villera, do O sucesso desta estratégia e a influência De que maneira a produção musical de
das culturas contemporâneas a partir relação a coisas cotidianas. Sobretudo, funk, do kwaito, do pagode, do raggae- de Ambrósio eram tamanhas que esse Ambrósio (certamente indissociável de
do perscrutar do som, da música e das o que esse trabalho sinalizou foi como ton, do rap, do trap e das músicas que santo é definido como um dos quatro seu trabalho político e religioso) perfu-
formas de composição, produção, difu- nossos corpos são capazes de serem tocam nas rádios livres e nos carros “Doutores da Igreja”. Porém, Santo Am- rou as camadas de tempo e está latente e
são e percepção dos mesmos. Devotada mais sensíveis e inteligentes em relação modificados. A forma como Caccuri brósio foi também um político de gestos viva nas sonoridades atuais, no mundo
à construção de uma espécie de pro- ao fenômeno sonoro. Mostrou como a encara este assunto vai muito além da violentos, tendo influenciado impera- de hoje?
grama pedagógico da escuta, Caccuri audição pode ser não apenas uma fonte construção frankfurtiana dos campos dores para perseguirem pagãos, judeus

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Vivian Caccuri,
at the Pipa Prize 2018

Thanks to the mysteries of the Universe, riences. This program of the artist consi- From each of the ambulatory processes In her work, Caccuri understands that In this exhibition, a piece derived from other based on another system of values
we are beings with bodies. It is through ders hearing beyond verbal functionality of the Silent Walks, Cacurri accumula- everything that makes sound can signify, the Pagodes series, whose shape alludes for perception. According to Vladimir
our bodies that we enjoy the surprising and musical enjoyment. Her principal ted different discoveries of sensations, can be powerful with symbolic pregnancy, to the “walls” of sound used in popular Safatle, after hearing the piece “Concert
and extraordinary experience of being in strategy is to help increase processes of thoughts, relationships and materials. and can force us to think about new forms. music parties, is repeated in the origi- for Piano” by John Cage, Theodor Ador-
the world. It is through the senses that we differentiation by listening, thus redu- In one of these experiences, the artist nal works Pagode Gabriel and Dressed no went home and wrote “I don’t know
receive information about the reality of cing deafness and forgetting. Caccuri has encountered a plastic screen which was As one of the 4 artists selected for the Bones (Ossada Vestida). In the first, exactly what to think”. Caccuri’s work,
which we form a part and, from this se- an important practice as a researcher protecting a construction site. This ma- Pipa Prize 2018 and, as a result, invited this element is shown in relation to a in her program for a pedagogy of radi-
ries of impressions, we can conceive our in the fields of aesthetics, the history of terial was removed, studied, worked on to stage a small solo exhibition at MAM text written by the artists directly onto cal hearing, teaches us the possibility
notions of the world. From the moment music, musical theory, and as a critic of and became the basis for the series Pa- Rio, Caccuri decided to exhibit a series the wall where she describes a fantasti- of having this meaningful sensation of
we are born, we learn from our cultural culture and technology. It is important to gode (2014-). With the help of a surgical composed of 3 works. If these works are cal and exciting scene about a meeting wonder at any sound. Hearing the past
contexts ways of doubting or trusting our emphasize that the work of this artist is instrument, the artist discovered how brought together with the intention of with the modern day Angel Gabriel. In alive in the present, and the echoes and
senses as sources of truth. In this way, not primarily interested in sound itself, to unravel the plastic fabric and create evoking relationships between the histo- the second work, the element rests on a sounds latent in the mnemonic dimen-
every culture (and, in the final analysis, but rather in the relationships between shapes with different densities of weave. ries of the origins of western music, the photograph of Ambrose’s tomb in Milan, sion, Vivian Caccuri inspires us to use
every individual) has his or her own way sound and contemporary life. Through On the threads loosened by the process, Catholic Church and perversions, this which exhibits his bones dressed in opu- the body as an integral critical resource,
of experiencing and understanding per- works that investigate and de-condition the artist hangs other materials disco- is the result of the overlapping of two lent Episcopal clothing. The third work is implementing alternative ways of acces-
ception. processes relating to sound, Caccuri re- vered on the Silent Walks, such as bits studies. The first of these, about the rela- Oratory, whose structure, formed of loud sing the consciousness of the world.
veals relationships between culture, epis- of metal bars used to make the gratings tionship between the Chuch and perver- speakers and lit candles, appeared at the
The process of perception is impregnated temology and colonialism. of buildings and shards of glass bottles sion, had as its inspiration some of the Future Generation Art Prize 2017 in Ve- Bernardo Mosqueira, September 2018
into cultural and ideological questions, which are cemented into the tops of walls artist’s memories, who, as an adolescent, nice and Kiev. This time, at MAM Rio,
and the way in which the senses are In the notable series Silent Walks (Ca- with the aim of preventing invasions. In observed and experienced intense sexual it plays a composition of an electronic
understood determines the manner in minhadas Silenciosas) (2012-16), Caccu- this way, Caccuri builds objects to be relationships within the Church. The se- track based on a score written by Saint
which people relate to the world. Hege- ri decided to investigate the experience touched, musical instruments tuned and cond began with a desire to discover the Ambrose, but with references to dub and
monic culture in the west is oculocentric: of hearing in the world beyond linguistic inspired by the carillon, characteristics origin of written musical scores and, ha- hip-hop. With the beat of the music, the
its epistemology is strongly linked to a systems. To this end, the artist brought of the ‘pagode’ bands of the 1990s and ving encountered the historical figure of air in front of the speakers is jolted into
certain way of understanding and deve- together groups of a maximum of 20 peo- 2000s. All these materials (screen, gra- Saint Ambrose by chance, took on new gusts and, as a result, the flames “dan-
loping the visual experience. Relegating ple to walk together in silence on a given ting, glass etc.) are used in the city with directions. Ambrose was a bishop of Me- ce” to the rhythm of what is heard. As if
the other senses to inferior categories has unknown route for up to 8 hours. The the purpose of preventing free movement. diolanum (modern day Milan) in the 4th the burning fire were revealing a secret of
led, over time, to a loss of the capacity to unfolding of the experience of this work In this series, the artist offers us, with a century, who was highly influential in the sound to us, this work shows us once
perceive and describe non-visual sensa- gradually altered the dynamics of the certain sense of humour, the fantastical Europe, and who is known for being res- again how sound is capable of affecting
tions. The hidden forces of nature – in- perception of the walkers, giving rise to experience of being able to be an agent of ponsible for appropriating musical tech- us independently of visuality. The com-
visible, immeasurable and unverifiable an alternative form of attention, which the sound created by the fragmentation niques of Greco-Judaic origin to render bining of these works, which is dedicated
by sight – have crossed the line of unfa- resembled a more meditative state of re- of these barriers. Christian rituals better able to attract by Caccuri to all those who discovered
thomable thought and become “nonexis- lating to the environment. followers. In the history of western mu- sexuality when attending churches, high-
tent” according to hegemonic epistemo- In Vivian Caccuri, there are demonstra- sic, he is recognized as being the first lights the question of how sound images
logy. Vision has become the trusted and The participants were gradually trans- tions of a recurring interest in the spa- composer of the Church, and the author can survive. How did Ambrose’s musical
privileged source of knowledge. Modern formed into listening investigators, per- ce that music occupies in people’s lives, of the “antiphons”, compositions for two production (which is clearly indissoluble
science, for example, observes planets ceiving and according new meanings to above all organizing collective activities choirs that sing together or alternate from his political and religious work)
through telescopes, cells in microscopes, things based on discoveries in the field and communities around production or in response. The success of this strategy pierce the layers of time, and remain la-
functions in graphics. What would a so- of sound. To stimulate the search for an diffusion. To this end, different works and Ambrose’s influence were such that tent and alive in modern sounds and in
ciety be like which sought to understand understanding of sonorous relationships bring together azonto, cumbia villera, this saint is known as one of the four the world today?
the real through attentive listening to (not measured by speech) between the funk, kwaito, pagode, raggaeton, rap, “Doctors of the Church”. However, Saint
stars, bacteria and relationships? elements of the world, the experience of trap and music played on free radio and Ambrose was also a politician given to Visual experience determines the orga-
this work created the sensation of cons- in customized cars. The way that Caccuri violent gestures, who encouraged empe- nization of bodies in space. Sonorous ex-
The work of the artist Vivian Caccuri tant surprise and discovery even in rela- addresses this subject goes far beyond the rors to persecute pagans, Jews and Arian perience, in turn, concerns impressions
investigates the structures and dynamics tion to everyday things. Above all, what Frankfurtian construction of fields of eru- Christians. Ambrose was also one of the pursued in the temporal dimension.
of contemporary cultures by scrutinizing this work signalled was how our bodies dite and popular music, and takes into ac- sponsors, in the Church, of the idea of Seeking out ghosts, repetitions, surviving
sound, music and forms of the composi- are capable of being more sensitive and count the fact that the mechanism of the the “Perpetual Virginity of Mary”, sta- forms, those hidden in the depths of con-
tion, production, diffusion and percep- intelligent in relation to the phenomenon music industry today is much more open ting that the mother of Jesus enjoyed temporary sound experiences, Caccuri
tion thereof. Dedicated to the construc- of sound. It showed how hearing may not and decentralized than at the start of the special status as a virgin before, during opens up temporal doors in the cadent
tion of a kind of pedagogical program of only be an important source of knowled- 20th century. She does not dismiss popular and for all time after Jesus’s birth. Howe- experience of sound itself. Working in
listening, Caccuri creates installations, ge, but also that it brings us impressions music as a distraction (as the more elitist ver, in order to contain the intensification the field of aesthetics beyond the universe
performances and objects which offer us that can signify and lead us to original and conservative element of music criti- of the popular cult of Mary as a feminine restricted to art, she wishes to contribu-
alternative ways of analyzing and reflec- thoughts that would not be accessible in cism does), but understands that the ways divinity, he made it clear that she was the te to the construction of a society where
ting on the world based on audible expe- other ways. of perceiving sound may be “distracted”. “Temple of God”, but that she was not God. people might feel, think and relate to each

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exposição exhibition

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indicados Nominees Alvaro Seixas Laura Andreato
Ana Dias Batista Laura Belém
Ana Elisa Egreja Luciana Magno
Ana Prata Luiz Olivieri
Ana Ruas Luiz Roque
André Griffo Manoela Medeiros
Anna Costa e Silva Marcia Thompson
Babu78 Marcone Moreira
Bruno Faria Maria Laet
Cecília Bona Maria Noujaim
Coletivo Irmãos Guimarães Maura Grimaldi
Dalton Paula Mercedes Lachmann
Daniel Albuquerque Paula Krause
Daniel Escobar Paulo Meira
David Almeida Pedro França
Débora Bolsoni Rafael Adorján
Desali Rafael Alonso
Deyson Gilbert Rafael RG
Eduardo Berliner Randolpho Lamonier
Gervane de Paula Raquel Nava
Gisele Camargo Raquel Versieux
Gokula Stoffel Regina Parra
Grupo EmpreZa Rodrigo Linhares
Gustavo Torres Rommulo Vieira Conceição
Gustavo Torrezan Thiago Martins de Melo
Ícaro Lira Thomaz Rosa
Ío (Laura Cattani e Munir Klamt) Tiago Sant’Ana
Íris Helena Tiago Tebet
Ismael Monticelli Tiago Tosh
Jaime Lauriano Vanderlei Lopes
Juliana Notari Yuli Yamagata
Laercio Redondo Yuri Firmeza
Lais Myrrha Zé Carlos Garcia
Alvaro Seixas
Rio de Janeiro, RJ, 1982 | Vive e trabalha no Rio de Janeiro, RJ Rio de Janeiro, Brazil, 1982 | Lives and works in Rio de Janeiro, Brazil
Galeria Cavalo, rio de janeiro, rj; Galeria Dotart, belo horizonte, mg; e Roberto Alban Galeria, salvador, ba Galeria Cavalo, rio de janeiro; Galeria Dotart, belo horizonte; and Roberto Alban Galeria, salvador, brazil
Indicado ao Prêmio PIPA 2018 PIPA Prize 2018 Nominee
alvaroseixas.com alvaroseixas.com

Desde 2004, Alvaro Seixas explora as


possibilidades da pintura na contem-
poraneidade e o uso da abstração em
particular. Nessas obras, o artista con-
cilia materiais tradicionais com outros
recentes, estabelecendo um diálogo
entre a organicidade/herança da tinta
a óleo com a artificialidade/atualidade
de certas tintas e artefatos industriais.
Alvaro começou a produzir desenhos
em 2016 e, mais recentemente, pinturas
figurativas. Esses novos trabalhos são
carregados de humor ácido, geralmente
atacando os principais personagens do
sistema de arte e assim criando também
um embate crítico com suas próprias
pinturas abstratas.

Since 2004, Alvaro Seixas has been ex-


ploring the possibilities of painting in
contemporary time and the use of ab-
straction in particular. In these works,
the artist conciliates traditional ma-
terials with recent ones, establishing a
dialogue between the organicity/her-
itage of oil paint with the artificiality/
up-to-dateness of some industrial paints
and artifacts. Seixas started producing
drawings in 2016 and, more recently, fig-
urative paintings. These recent works are
loaded with acid humor, usually attack-
ing the main characters of the art system Muito Romântico Tour, 2017,
and thereby also engaging in a critical individual na Galeria Cavalo, RJ
battle with his own abstract paintings. Muito Romântico Tour, 2017, solo exhibition
at Galeria Cavalo, Rio de Janeiro, Brazil

Sem Título (Byron em Ravenna), 2017,


acrílica sobre linho, 30 x 20 cm
Untitled (Dear Artists), 2017, acrílica sobre linho, 60 x 50 cm Untitled (Byron in Ravenna), 2017,
Untitled (Dear Artists), 2017, acrylic on linen, 60 x 50 cm acrylic on linen, 30 x 20 cm

Sem título, 2016,


marcador sobre papel, 30 x 22 cm
Untitled, 2016,
marker on paper, 30 x 22 cm

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Ana Dias Batista
São Paulo, SP, 1978 | Vive e trabalha em São Paulo, SP São Paulo, Brazil, 1978 | Lives and works in São Paulo, Brazil
Galeria Marília Razuk, são paulo, sp Galeria Marília Razuk, são paulo, brazil
Indicada ao Prêmio PIPA 2018 PIPA Prize 2018 Nominee
anadiasbatista.com anadiasbatista.com

Errata, 2017, pintura sobre um trecho da


fachada, com o desenho de um muro de
pedras encomendado a um grafiteiro. O
grafite se sobrepõe parcialmente a uma série
de marcas já existentes sobre a fachada.
Obstáculos viários de concreto, comumente
chamados “tartarugas”, pintados com o
mesmo padrão da pintura da fachada. As
peças são distribuídas pelo pátio do edifício,
que é aberto ao espaço público mas funciona
como estacionamento privado. Ao longo
da exposição, progressivamente deixam
a galeria, movendo-se pelo bairro. Vista
de “Situ # 7”, Galeria Leme, SP. Foto Filipe
Berndt
Erratum, 2017, painting over a segment of the
façade of the gallery building, with the design
of a stone wall commissioned to a graffiti
artist. The graffiti partially overlaps a series
of marks (distinctive street writing found in
Brazilian cities) that already existed on the
façade. Concrete roadblocks, commonly
called “turtles”, painted with the same
pattern of the façade’s graffiti. The pieces are
distributed all over the building’s courtyard,
which is open to public space but functions as
a private parking. Throughout the exhibition,
they progressively move from the gallery to
different settings around the neighborhood.
View of “Situ # 7”, Galeria Leme, Brazil. Photo
Filipe Berndt

Faça aqui, 2015, o piso da calçada do


Ateliê397 foi substituído por um piso de
cimento com chaves encrustadas distribuídas
em linhas paralelas. Entre as chaves
encrustadas na calçada, estava a que abria as
portas do Ateliê397. O trabalho incluiu ainda
um piso no corredor interno do espaço, onde
as chaves foram distribuídas aleatoriamente.
Vista de “Faça Aqui”, Ateliê 397, SP, foto
O repertório de Ana Dias Batista é Ana Dias Batista singles out everyday Edouard Fraipont
formado por objetos cotidianos, cujas objects and fabricates works that either Made Here, 2015, the original paving of the
formas, usos, lastros e história a artis- incorporate them or adopt their shapes sidewalk in front of Ateliê397 was replaced
ta incorpora em seus trabalhos. Seus and behaviors. Her arrangements in- by a concrete floor with embedded keys.
arranjos envolvem operações como volve operations such as re-scaling, mim- Among the keys embedded in the sidewalk,
redimensionamento, imitação, espe- icry, mirroring, duplication, reversal lied the one that opened the front door from
lhamento, duplicação, reversão e reite- and reiteration, aiming at investigating Ateliê397. View of “Made Here”, Ateliê 397,
ração, com o objetivo de investigar as the conditions under which meaning is Brazil, photo Edouard Fraipont
condições sob as quais o significado é constructed. A critical sense emerges
construído. Um senso crítico emerge from the ambiguity generated by the art
da ambiguidade gerada pelo objeto de object in relation to the finality of the
arte em relação à finalidade dos objetos original objects, now re-arranged and
originais, agora rearranjados e re-con- re-contextualized.
textualizados.

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Ana Elisa Egreja
São Paulo, SP, 1983 | Vive e trabalha em São Paulo, SP São Paulo, Brazil, 1983 | Lives and works in São Paulo, Brazil
Galeria Leme, são paulo, sp Galeria Leme, são paulo, brazil
Indicada ao Prêmio PIPA 2018 PIPA Prize 2018 Nominee

Ana Elisa Egreja pesquisa ativamente


a representação na pintura. Marcadas
pela composição complexa e a reprodu-
ção minuciosa de materiais e texturas,
suas telas materializam cenas fantásti-
cas e dão curso a investigações diversas,
frequentemente relacionadas a ideias de
domesticidade, à presença arquitetôni-
ca e a gêneros clássicos da história da
arte. Formada em Artes Plásticas pela
FAAP, participou de mostras no Ins-
tituto Tomie Ohtake, SP; 20º Festival
Sesc_Videobrasil, SP; entre outras.
Suas obras integram os acervos do
MAM-BA; Museu de Arte do Rio de
Janeiro, RJ; e Pinacoteca do Estado de
São Paulo, SP.

Ana Elisa Egreja actively researches rep-


resentation in painting. Marked by com-
plex compositions and the meticulous
reproduction of materials and textures,
her canvases materialize fantastic scenes
and give rise to diverse investigations,
often related to the ideas of domesticity,
the architectural presence and classic
genres of art history. Graduated in Fine
Arts from FAAP, she participated in ex-
hibitions at the Tomie Ohtake Institute,
20th Festival of Contemporary Art Sesc_
Videobrasil, among others. Her works
integrate the collections of MAM-BA,
Museu de Arte do Rio and Pinacoteca do
Estado de São Paulo. Copa, 2017, óleo sobre tela, 190 x 270 cm
Copa, 2017, oil on canvas, 190 x 270 cm

Sorte, 2014, óleo sobre tela, 190 x 290 cm


Sorte, 2014, oil on canvas, 190 x 290 cm

Poça II, 2017, óleo sobre tela, 250 x 400 cm


Poça II, 2017, oil on canvas, 250 x 400 cm

Natureza morta com produtos e objetos brancos, 2016, óleo sobre tela, 40 x 50 cm
Natureza morta com produtos e objetos brancos, 2016, oil on canvas, 40 x 50 cm

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Ana Prata
Sete Lagoas, MG, 1980 | Vive e trabalha em São Paulo, SP Sete Lagoas, Brazil, 1980 | Lives and works in São Paulo, Brazil
Galeria Millan, são paulo, sp Galeria Millan, são paulo, brazil
Indicada ao Prêmio PIPA 2017 e 2018 PIPA Prize 2017 and 2018 Nominee
anaprata.net anaprata.net

Ana Prata entende a pintura como meio


de experimentação e linguagem. Seus
trabalhos possuem variação formal e
se apresentam em diferentes escalas,
temas e materiais. Cada novo trabalho
é um nova combinação de técnicas,
fórmulas e temas comuns ao seu reper-
tório ou da própria história da arte; os
elementos recombinados levam a novas
leituras. Formada em Artes Plásticas
pela ECA/USP, realizou individuais
em galerias como a Galeria Millan, SP,
e Pippy Houldsworth Gallery, Londres.
Participou de mostras no Instituto To-
mie Ohtake, SP; IMS, RJ; CCSP; Festival
de Arte Contemporânea SESC_Video-
brasil, SP; Beijing Minsheng Art Mu-
seum, China; entre outros.

Ana Prata understands painting as a


medium for experimentation and lan- Vento, 2017, óleo e tinta spray
guage. Her works are very varied form- sobre tela, 200 x 150 cm
ally and present themselves in different Wind, 2017, oil and spray paint
scales, themes and materials. Each new on canvas, 200 x 150 cm
work is a combination of techniques, for-
mulas and themes which either belong to Miss Natural IV, 2017,
the artist’s repertoire or to art history it- óleo sobre tela, 200 x 150 cm
self; recombined, the same elements can Miss Natural IV, 2017,
lead to new interpretations. Holding a oil on canvas, 200 x 150 cm
degree in Fine Arts from ECA/USP, she
presented solo exhibitions at Galeria
Millan and Pippy Houldsworth Gallery.
She also participated in group shows at
Instituto Tomie Ohtake, Instituto Mor-
eira Salles, Centro Cultural São Paulo,
Festival de Arte Contemporânea SESC_
Videobrasil, Beijing Minsheng Art Mu-
Hippie I, 2017, óleo sobre feltro, 30 x 24 cm seum, among others.
Hippie I, 2017, oil on felt, 30 x 24 cm

Hippie II, 2017, óleo, tinta spray e pedra


sobre feltro, 30 x 24 cm
Hippie II, 2017, oil, spray paint and rock
on felt, 30 x 24 cm

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Ana Ruas
Machadinho, RS, 1966 | Vive e trabalha em Campo Grande, MS Machadinho, Brazil, 1966 | Lives and works in Campo Grande, Brazil
Vencedora do PIPA Online 2015 | Indicada ao Prêmio PIPA 2018 PIPA Online 2015 Winner | PIPA Prize 2018 Nominee
anaruas.com.br anaruas.com.br

A obra de Ana Ruas como um todo se


elabora a partir de questões próprias
da linguagem da pintura, às quais a
artista busca resolver ora preenchendo
pequenas ou grandes telas em séries,
ora recobrindo superfícies de alvenaria
com suas intervenções em ambientes
externos ou em ambientes internos de
museus e galerias. Tem como pesquisa,
num repertório conceitual, a relação do
espaço e do lugar habitado. Em 2016,
surgiu a série “Floresta Encantada”,
com pinturas feitas sobre lona em gran-
des dimensões, com a coparticipação de
crianças.

Ana Ruas’ work takes as starting point


the specificities of the painting medium,
which the artist seeks to resolve at times
through series of small or large canvases,
at times covering wall surfaces with out-
door interventions. These interventions
can also occur indoors, in museums and
galleries. Her research encompasses,
within a conceptual repertoire, the space
and the inhabited place. In 2016, she
began the series “Enchanted Forest”,
consisting of large-scale paintings on
canvases featuring the participation of
children.

Processo do trabalho Floresta Encantada I, 2017, acrílica sobre lona, 500 cm x 500 cm
Process of the work Enchanted Forest I, 2017, acrylic on canvas, 500 cm x 500 cm

Floresta Encantada II (detalhe), 2018


Enchanted Forest II (detail), 2018

90 premiopipa.com pipaprize.com 91
André Griffo
Barra Mansa, RJ, 1979 | Vive e trabalha no Rio de Janeiro, RJ Barra Mansa, Brazil, 1979 | Lives and works in Rio de Janeiro, Brazil
Athena Contemporânea, Rio de janeiro, rj Athena Contemporânea, Rio de janeiro, brazil
Indicado ao Prêmio PIPA 2014 e 2018 PIPA Prize 2014 and 2018 Nominee
andregriffo.blogspot.com.br andregriffo.blogspot.com.br

André Griffo é formado em Arquitetura


e Urbanismo pela Universidade Santa
Úrsula e dedica-se às artes visuais desde
2009. Sua prática artística está centrada
principalmente na pesquisa de espaços
e objetos de diferentes contextos que,
através da pintura, do desenho e da ins-
talação, são explorados a partir de seu
potencial enquanto imagem. Dentre
suas exposições individuais, destacam-
-se “Objetos sobre Arquitetura Gasta”,
Centro Cultural São Paulo, SP, em 2017;
e “Intervenções Pendentes em Estrutu-
ras Mistas”, Palácio das Artes, MG, em
2015. Também participou das coletivas
“Ao Amor do Público I – Doações da
ArtRio (2012-2015)”, Museu de Arte do
Rio, RJ, em 2016, e de “Instabilidade Es-
tável”, Paço das Artes, SP, em 2014.

André Griffo holds a degree in Architec-


ture and Urbanism and has been work-
ing in the visual arts field since 2009.
His artistic practice is mainly centered
in researching spaces and objects origin-
ating from different contexts and time
frames which, through the languages of
painting, drawing and installation, are
explored in terms of image potential.
Among his solo shows are “Objetos sobre
Arquitetura Gasta”, Centro Cultural São
Paulo, in 2017; and “Intervenções Pen-
dentes em Estruturas Mistas”, Palácio
das Artes, in 2015. He also took part in
the group shows “Ao Amor do Público I – Impressões sobre arquitetura fria, 2017, óleo sobre tela, 194 x 268,5 cm
Doações da ArtRio (2012-2015)”, Museu Impressions on Brutalist Architecture, 2017, oil on canvas, 194 x 268,5 cm
de Arte do Rio, in 2016, and “Instabilid-
ade Estável”, Paço das Artes, in 2014. Uma cor para cada erro cometido, 2017, óleo sobre lona, 147,5 x 110 cm
One Color for Every Mistake Made, 2017, oil on canvas, 147,5 x 110 cm

Percorrer tempos e ver as mesmas coisas, 2017, óleo sobre tela, 194 x 290 cm
Go Through Times and See the Same Things, 2017, oil on canvas, 194 x 290 cm

Back to Olympia, 2017 óleo e carvão sobre tela, 198,5 x 156 cm


Back To Olympia, 2017, oil and charcoal on canvas, 198,5 x 156 cm

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Anna Costa e Silva
Rio de Janeiro, RJ, 1988 | Vive e trabalha no Rio de Janeiro, RJ Rio de Janeiro, Brazil, 1988 | Lives and works in Rio de Janeiro, Brazil
Galeria Superfície, são paulo, sp Galeria Superfície, são paulo, brazil
Indicada ao Prêmio PIPA 2018 PIPA Prize 2018 Nominee
annacostaesilva.com annacostaesilva.com

Práticas de estar com, 2012 - 2018,


situação construída para 2 pessoas
Practices of Being with, 2012 - 2018,
Assíntotas, 2014, videoinstalação em 3 canais, duração 45’, dimensões variáveis
constructed situation for 2 people
Asymptotes, 2014, 3-channels video installation, duration 45’, variable dimensions

Ofereço Companhia, 2016, ação


I Offer Company, 2016, action

Anna Costa e Silva trabalha a partir Anna Costa e Silva works with construc-
de situações construídas entre pessoas, ted situations between people, proposing
propondo reformulações dos tecidos so- reformulations of the social and affective
ciais e afetivos tendo o encontro como tissues. Her projects happen in the inter-
principal matéria. Seus projetos aconte- sections between visual arts, perform-
cem nas interseções entre artes visuais ance, relational practices and cinema,
e cênicas, práticas relacionais e cinema, and materialize – or not – as installa-
e se materializam, ou não, em insta- tions, films or ephemeral situations. She
lações, filmes ou situações efêmeras. holds an MFA in Visual Arts from the
Mestre em Artes Visuais pela School of School of Visual Arts in New York, and
Visual Arts em Nova York, recebeu os received awards such as FOCO Bradesco
prêmios FOCO Bradesco ArtRio, Bolsa ArtRio, Funarte Grant for Artistic Pro-
Funarte de Estímulo à Produção Artís- duction and American Austrian Found-
tica e American Austrian Foundation ation Prize for Fine Arts.
Prize for Fine Arts.

94 premiopipa.com pipaprize.com 95
Babu78
Cuiabá, MT, 1978 | Vive e trabalha em Cuiabá, MT Cuiabá, Brazil, 1978 | Lives and works in Cuiabá, Brazil
Galeria Mirante das Artes, cuiabá, MT Galeria Mirante das Artes, cuiabá, brazil
Indicado ao Prêmio PIPA 2018 PIPA Prize 2018 Nominee

Coração Sodréliano, 2016, acrílica sobre tela,


65 x 50 cm. Foto Rai Reis
Coração Sodréliano, 2016, acrylic on canvas,
65 x 50 cm. Photo Rai Reis

Mensagem, 2016, acrílica sobre tela,


Grafiteiro, desenhista e artista visual, 65 x 50 cm. Foto Rai Reis
BABU78 (Adão Silva Segundo) também Mensagem, 2016, acrylic on canvas,
atua como arte-educador em oficinas de 65 x 50 cm. Photo Rai Reis
grafite. Atualmente, sua produção é di-
vidida entre os murais de rua e as pintu-
ras, desenhos e ilustrações produzidas
em seu estúdio.

BABU78 (Adão Silva Segundo) is a


draughtsman, graffiti and visual artist,
and also an art educator in graffiti
workshops. Currently, BABU78’s pro-
duction is divided between street mur-
als and studio paintings, drawings and
illustrations.

Coração Cuiabano, 2016, acrílica sobre tela, 65 x 50 cm. Foto Rai Reis
Coração Cuiabano, 2016, acrylic on canvas, 65 x 50 cm. Photo Rai Reis

Mergulho, 2016, acrílica sobre tela, 118 x 68 cm. Foto Rai Reis
Mergulho, 2016, acrylic on canvas, 118 x 68 cm. Photo Rai Reis

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Bruno Faria
Recife, PE, 1981 | Vive e trabalha em Recife, PE Recife, Brazil, 1981 | Lives and works in Recife, Brazil
Periscópio Arte Contemporânea, belo horizonte, mg Periscópio Arte Contemporânea, belo horizonte, brazil
Indicado ao Prêmio PIPA 2012 e 2018 PIPA Prize 2012 and 2018 Nominee
brunofaria.org brunofaria.org

Bruno Faria é um artista multidiscipli-


nar e sua criação se equilibra em dife-
rentes suportes, como desenho, escultu-
ra, instalação, intervenção e publicação.
Sua obra é primordialmente focada na
vida cotidiana das cidades, e surge de
um intenso processo de pesquisa dos
arquivos arquitetônicos e históricos de
cada uma delas. Seu processo criativo
refere-se a eventos marcantes que de
alguma maneira tenham alterado ou
marcado a vida dessas cidades. O re-
sultado é um corpo de trabalho crítico
e renovador, que de alguma forma rein-
venta a vivência da cidade sobre a qual
incide cada projeto.

Bruno Faria is a multidisciplinary artist


whose production is based on various
media, such as drawing, sculpture, in-
stallation, intervention and publica-
tion. His oeuvre is mainly focused on the
urban day-by-day life, and each work
parts from an intense process of research
in architectural and historical archives.
His creative process is intrinsically
linked to important events which have
somehow altered or marked the memory
of cities. The result is a work always crit-
ical and renovating, which somehow
reinvents the experience in the city on
which the project is based on.
Brasilia, 2018, instalação
Brasilia, 2018, installation

Introdução à História da Arte Brasileira


1960/90, 2015, instalação
Introduction to Brazilian Art History
1960/90, 2015, installation

The End, 2014, vídeo


The End, 2014, video

Volta pra Trás, 2017, escultura


Volta pra Trás, 2017, sculpture

98 premiopipa.com pipaprize.com 99
Cecília Bona
Brasília, DF, 1979 | Vive e trabalha em Brasília, DF Brasília, Brazil, 1979 | Lives and works in Brasília, Brazil
Alfinete Galeria, brasília, df Alfinete Galeria, brasília, brazil
Indicada ao Prêmio PIPA 2018 PIPA Prize 2018 Nominee
ceciliabona.com ceciliabona.com

Cecília Bona é Bacharel em Design e


mestre em Artes pela UnB. Em seu tra-
balho propõe objetos e instalações que
promovem a experiência de fenômenos
perceptivos e imensuráveis. Sua pesqui-
sa, direcionada pelo interesse na luz,
no tempo e no espaço, explora a mate-
rialidade como potencial para dialogar
com dimensões incertas. Contemplada
individualmente com o prêmio Funarte Fogos de Artifício, 2012, instalação,
de Arte contemporânea 2013 e coletiva- lâmpadas halógenas, potes plásticos
mente em 2016, esteve em residências variados, mdf, 2,5 x 1,2 x 2 m
artísticas na Islândia e no Canadá. Fireworks, 2012, installation, halogen bulbs,
varied plastic bowls, mdf, 2,5 x 1,2 x 2 m
Cecília Bona holds a Bachelor’s Degree
in Design and a Master of Arts from Uni- Dois, 2012, instalação, asas de cigarra,
versity of Brasília. Her work deals with linha de costura e luz, dimensões variáveis
objects and installations that promote Two, 2012, installation, cicadas wings,
the experience of perceptual and im- sewing thread, variable dimensions
measurable phenomena. Her research,
driven by the interest in light, time and
space, explores materiality as a poten-
tial for observations on uncertain di-
Sem título (ampulheta), 2015, objeto, vidro e pedras, 8 x 20 cm mensions. Individually awarded with
Untitled (Hourglass), 2015, object, glass e stones, 8 x 20 cm the Funarte prize for Contemporary Art
2013 and collectively in 2016, Cecília
Aferidor de sombras, 2013, fotografia e objeto, dimensões variáveis Bona has been in art residencies in Ice-
Aferidor de sombras, 2013, photograph and object, variable dimensions land and Canada.

100 premiopipa.com pipaprize.com 101


Coletivo Irmãos Guimarães
Brasília, DF, 1989 | Vive e trabalha entre Brasília, DF, e Rio de Janeiro, RJ Brasília, Brazil, 1989 | Lives and works between Brasília and Rio de Janeiro, Brazil
Indicado ao Prêmio PIPA 2018 PIPA Prize 2018
coletivoirmaosguimaraes.com coletivoirmaosguimaraes.com

“Nos trabalhos dos Irmãos Guimarães,


o corpo, o grande protagonista da arte
contemporânea, aparece emblemático,
como forma de percepção de nós mes-
mos e da sociedade dos nossos dias.
Em suas performances, peças e insta-
lações, o corpo dos atores e do público
está sempre envolvido em jogos de re-
gulação e controle, nos quais as ações
humanas são vistas como um ciclo de
repetições inúteis, cujo resultado é a fa-
lha ou o fracasso.”
Trecho de “Zona de Interstício”, por Daniela
Bousso, 2004, publicado no catálogo “Todos
que caem”

“In the works by the Irmãos Guimarães


collective, the body, the greatest protag-
onist of contemporary art, appears as
emblematic, representing both a form of
perceiving ourselves and the society we
live in. In its performances, plays and in-
stallations, the actors’ and the audience’s
bodies are always involved in games of
regulation and control, in which human
actions are understood as a cycle of use-
less repetitions, whose result is necessar-
ily failure.”
Extract from “Zona de Interstício”, text by
Daniela Bousso, 2004, published in the
catalogue of “Todos que caem” Quadrado, 2014, performance, em
colaboração de Giselle Rodrigues, com
participação de Edson Beserra, Lavinia
Bizzotto, Leandro Menezes, Lina Frazão,
Rafael Alves e Valéria Rocha
Quadrado, 2014, performance, in
collaboration with Giselle Rodrigues, with
the participation of Edson Beserra, Lavinia
Bizzotto, Leandro Menezes, Lina Frazão,
Rafael Alves and Valéria Rocha

Respiração mais, 2002, performance, participação de Leandro Menezes e Mateus Ferrari


99 a 1, 2015, performance,
Respiração mais, 2002, performance, with the participation of Leandro Menezes and Mateus Ferrari
participação de Emanuel Aragão
99 to 1, 2015, performance,
Ar, 2011, projeção sobre o edifício do Oi Futuro Ipanema, mostra “Transperformance”
with the participation of Emanuel Aragão
Ar, 2011, screening on the Oi Futuro Ipanema building, exhibition “Transperformance”

102 premiopipa.com pipaprize.com 103


Dalton Paula
Brasília, DF, 1982 | Vive e trabalha em Goiânia, GO Brasília, Brazil, 1982 | Lives and works in Goiânia, Brazil
Sé Galeria, são paulo, sp Sé Galeria, são paulo, brazil
Indicado ao Prêmio PIPA 2017 e 2018 PIPA Prize 2017 and 2018 Nominee
daltonpaula.com daltonpaula.com

O artista discute o silenciamento do The artist discusses the silencing of the Boiadeiro, 2017, óleo e folha de prata sobre tela,130 x 296 cm. Foto Paulo Rezende
corpo negro por meio de sua ausência black body through its absence and Boiadeiro, 2017, oil and silver leaf on canvas,130 x 296 cm. Photo Paulo Rezende
e presença. Elabora um jogo ritual e sa- presence. He elaborates a sacred ritual
grado composto por elementos dispos- game made of elements disposed and Enfia a faca na bananeira, 2017, óleo e folha de prata sobre tela, 130 x 296 cm. Foto Paulo Rezende
tos e organizados de forma deslocada organized in an unusual way. From the Enfia a faca na bananeira, 2017, oil and silver leaf on canvas, 130 x 296 cm. Photo Paulo Rezende
do uso habitual. A partir de representa- representation of objects, Dalton works
ções de objetos, Dalton trabalha veladu- glazes as layers of meaning. Nuances as Pedrinha Miudinha, 2017, óleo sobre tela, 130 x 296 cm. Foto Paulo Rezende
ras como camadas de sentidos, nuanças possibilities that articulate the invisible Pedrinha Miudinha, 2017, oil on canvas, 130 x 296 cm. Photo Paulo Rezende
como possibilidades que articulam o vi- and the visible. That way he explores
sível e o não-visível. Dessa forma, explo- the ambivalence and the movements in Vassourinha, 2017, óleo e folha de prata sobre tela, 130 x 296 cm. Foto Paulo Rezende
ra as ambivalências, os trânsitos entre a between cure and illness. Vassourinha, 2017, oil and silver leaf on canvas, 130 x 296cm. Photo Paulo Rezende
cura e a enfermidade.

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Daniel Albuquerque
Rio de Janeiro, RJ, 1983 | Vive e trabalha em Rio de Janeiro, RJ Rio de Janeiro, Brazil, 1983 | Lives and works in Rio de Janeiro, Brazil
Indicado ao Prêmio PIPA 2018 PIPA Prize 2018 Nominee

O ser humano age pela sua intuição e


percepção, não apenas por condições
racionais. E o processo do artista é sobre
isso. Nas peças de tricô, se interessou
pela possibilidade de construir um teci-
do a partir de apenas um fio, procedi-
mento que levou a uma pesquisa proces-
sual, topológica e material. Alguns anos
depois do primeiro tricô, ele percebeu
que estava criando diálogos com a his-
tória da pintura e, recentemente, notou
que a memória da avó está relacionada
aos tricôs. Em outras obras, o corpo
humano se torna a referência, mas não
literalmente. Às vezes fragmentado e ir-
realista. É como tirar a humanidade do
corpo para reconfigurar a profundidade
de seu significado em uma obra de arte.

The human being proceeds after


intuition and perception, not only by
rational conditions. His process is all
about that. On the knitting pieces, the Paleta, 2016, cerâmica esmaltada,
artist is curious about how to build a cera e tinta acrílica, 22,5 x 15 x 5 cm.
fabric out of one thread, a procedure Foto Everton Ballardin
that led to a processual, topological and Palette, 2016, glazed ceramic,
material research. A few years after the wax and acrylic paint, 22,5 x 15 x 5 cm.
first knitting piece, he realized he was Photo Everton Ballardin
creating dialogues with painting History.
And recently, Daniel noticed that the Sem título, tinta spray e tricô,180 x 180 cm.
memory of his grandmother is weaved Foto Eduardo Fraipoint
in the knitting works. In other works, Untitled, spray paint and knitting,
the human body becomes the reference, 180 x 180 cm. Photo Eduardo Fraipoint
not literally. Sometimes scattered and
unrealistic. It is like taking the humanity Guirlanda, 2016, cerâmica esmaltada,
out of the body to reconfigure the depth 26,5 x 28 x 4 cm. Foto Everton Ballardin
of its meaning in an artwork. Garland, 2016, glazed ceramic,
26,5 x 28 x 4 cm. Photo Everton Ballardin
Papapop, 2016, site specific projeto Permanências & Destruições
Papapop, 2016, site specific project, Permanências & Destruições

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Daniel Escobar
Santo Ângelo, RS, 1982 | Vive e trabalha em Porto Alegre, RS Santo Ângelo, Brazil, 1982 | Lives and works in Porto Alegre, Brazil
Zipper galeria, são paulo, sp; galeria Celma Albuquerque, belo horizonte, mg; e Galeria Gestual, porto alegre, rs Zipper galeria, são paulo; galeria Celma Albuquerque, belo horizonte; and Galeria Gestual, porto alegre, brazil
Indicado ao Prêmio PIPA 2014 e 2018 PIPA Prize 2014 and 2018 Nominee
danielescobar.com.br danielescobar.com.br

Acervo nº20 (Coleção Particular), 2017, acrílico com recorte e


gravação a laser sobre página de revista de decoração, 30,5 x 24 cm.
Coleção Museu de Arte do Rio (MAR)
Daniel Escobar é graduado em Artes Vi- Daniel Escobar graduated in Visual Vista da exposição RSXXI, curadoria
Acervo nº20 (Private Collection), 2017, perforated acrylic and laser
suais pelo Instituto de Artes da UFRGS. Arts from Instituto de Artes da UFRGS, de Paulo Herkenhoff. Santander Cultural
marking applied in a decoration magazine, 30,5 x 24 cm. Museu de
Sua obra aborda as paisagens do desejo Brazil. His research addresses questions Porto Alegre, RS. Na foto: à direita “A arte
Arte Moderna (MAR) Collection
criadas pelo consumo e pelo entreteni- related to the multiple devices of capital- da conversação”, 2012/2018, negociação
mento, com uma pesquisa conduzida ism (publicity, real estate capital, turism e apropriação temporária de letras de
Acervo nº28 (Coleção Particular), 2017, acrílico com recorte e
por questões relacionadas ao capital e market, fake news and the idea of con- fachadas comerciais, dimensões variáveis, e à
gravação a laser sobre página de revista de decoração, 30,5 x 24 cm
suas múltiplas hipóteses (indústria da nection) by creating a visual landscape esquerda: “Coleção Particular”, 2017, acrílico
Acervo nº28 (Coleção Particular), 2017, perforated acrylic and laser
publicidade, capital imobiliário, mer- inhabited by desires and consumption com recorte e gravação a laser sobre página
marking applied in a decoration magazine, 30,5 x 24 cm
cado turístico, capital simbólico, fake dreams. Some of his works are part of de revista de decoração
news e rede). Possui obras em coleções institutional collections, such as Museu 30,5 x 24 cm (cada)
Acervo nº32 (Coleção Particular), 2017, acrílico com recorte e
institucionais incluindo Museu de Arte de Arte do Rio (Rio de Janeiro, Brazil) , View of the exhibition RSXXI, curated by
gravação a laser sobre página de revista de decoração, 30,5 x 24 cm
do Rio (Rio de Janeiro, RJ) , MAM-SP MAM-SP (São Paulo, Brazil), Coleção de Paulo Herkenhoff. Santander Cultural Porto
Acervo nº32 (Coleção Particular), 2017, perforated acrylic and laser
(São Paulo, SP), Coleção de Arte da Arte da Cidade de São Paulo (São Paulo, Alegre, Brazil. In the picture: on the right
marking applied in a decoration magazine, 30,5 x 24 cm
Cidade de São Paulo (São Paulo, SP), Brazil), Museu de Arte da Pampulha “A arte da conversação”, 2012/2018,
Museu de Arte da Pampulha (Belo Ho- (Belo Horizonte, Brazil), MARGS (Porto negotiation and temporary appropriation
rizonte, MG), MARGS (Porto Alegre, Alegre, Brazil), MAC-RS (Porto Alegre, of a single letter from signs displayed in
RS), MAC-PR (Curitiba, PR), MAC-RS Brazil), MAC-PR (Curitiba, Brazil), storefronts, variable dimensions, and on the
(Porto Alegre, RS), Casa de Velazquez Casa de Velazquez (Madrid), amongst left: “Coleção Particular”, 2017, perforated
(Madri), entre outros. others. acrylic and laser marking applied in a
decoration magazine, 30,5 x 24 cm (each)

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David Almeida
Brasília, DF, 1989 | Vive e trabalha entre Brasília, DF e São Paulo, SP Brasília, Brazil, 1989 | Lives and works between Brasília and São Paulo, Brazil
Indicado ao Prêmio PIPA 2018 PIPA Prize 2018 Nominee
avidalmeida.art.br avidalmeida.art.br

Conduta de Risco #8, 2017,


óleo sobre tela, 180 x 180 cm
Risky Behavior #8, 2017,
oil on canvas, 180 x 180 cm

Sem título, 2017,


óleo sobre tela, 180 x 180 cm
Untitled, 2017,
oil on canvas, 180 x 180 cm

Sua pesquisa se desenvolve por meio de The artist’s research develops through
múltiplas linguagens como desenho, multiple languages like drawing, object, Conduta de Risco #10, 2017, óleo sobre tela, 120 x 180 cm
objeto, fotografia, instalação, perfor- photography, installation, performance Risky Behavior #10, 2017, oil on canvas,
mance e, sobretudo, a pintura. Sua pro- and, above all, painting. His production 120 x 180 cm
dução tem como eixo as problemáticas has as its axis the problems of space and
do espaço e do corpo em percurso, ex- body in transit, exploring the visual- Conduta de Risco #7, 2016, óleo sobre tela, 180 x 180 cm
plorando a visualidade do espaço inti- ity of the intimate space, the studio, the Risky Behavior #7, 2016, oil on canvas, 180 x 180 cm
mo, do ateliê, da cidade e da paisagem city and the natural landscape. He in-
natural. Investiga os limites entre pre- vestigates the boundaries between pres-
sença e ausência, o espaço pictórico, ence and absence, the pictorial space,
elementos da pintura e sua semântica elements of the painting and its narrat-
narrativa engendrando conceitos de ive semantics engendering concepts of
clausura, fantasmagoria, rigidez social cloister, phantasmagoria, social rude-
da arquitetura dos grandes centros e de- ness of the architecture of the great urban
riva como método de estudo de lugares centers and the drift as method of study
marginais e da paisagem. of marginal places and the landscape.

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Débora Bolsoni
Rio de Janeiro, RJ, 1975 | Vive e trabalha em São Paulo, SP Rio de Janeiro, Brazil, 1975 | Lives and works in São Paulo, Brazil
Athena Contemporânea, Rio de janeiro, rj; e Bendana-Pinel art contemporain, paris Athena Contemporânea, Rio de janeiro, brazil; and Bendana-Pinel art contemporain, paris, france
Indicada ao PRêmio PIPA 2010, 2011, 2015, 2016 e 2018 PIPA Prize 2010, 2011, 2015, 2016 and 2018 Nominee

Débora pensa suas obras como cenas in- Most of the time I think about my art- Hexagrama 11, 2015, intervenção urbana.
terrompidas onde materiais, conceitos e work as an interrupted scene where Esta obra incorpora a sinalização de trânsito
palavras se comportam como corpos materials, concepts and words behave na criação de um hexagrama retirado de um
surpreendidos em seus movimentos, like moving bodies which were surprised dos livros mais antigos do mundo, o I-ching,
tornados objetos antes que chegassem before arriving at their proper places, or o livro clássico das mutações. Utilizado como
ao lugar ou função para onde se diri- before they reached the place they were oráculo, este livro oferece respostas a partir
giam. Este corte abrupto é útil para es- headed to. While this is happening, I de imagens que se formam na combinação
preitá-los fora do fluxo ao qual perten- can peek in deliberate amusement, relin- de linhas contínuas ou interrompidas. O uso
ciam. É como se, com isso, pudéssemos quishing control and surprising them by da pista de rodagem como suporte para a
recolher uma amostra do tempo deles making an abrupt and unexpected cut, fixação de uma imagem oracular potencializa
para estudo e análise dos seus contex- as if I was collecting a time-sample for a ideia de que a cidade é uma escritura.
tos. A produção de desenhos, instala- study and analysis. Drawing, installa- Hexagram 11, 2015, urban intervention.
ções, site specific e objetos é a prática tion, site specific, sculpture and object is This piece incorporates the traffic sign in the
palpável da artista. my palpable practice. creation of a Hexagram taken from one of the
world’s oldest books, the I-ching, the classic
No name, but names, 2016, instalação, No name, but names, 2016, book of mutations. Used as Oracle, this book
dimensões variáveis. Instalação de desenhos installation,variable dimensions. Installation provides answers from images that form in
sobre cartão parafinado expostos em of waxed card drawings on iron trolleys. the combination of continuous or interrupted
carrinhos de ferro. O título da obra é um The piece’s title is a game between the idea lines. The use of the asphalt as support
jogo entre a ideia de título como nome. of title as name. It calls for the desire of for the establishment of an oracular image
Neste sentido conclama para o desejo de individuation of the objects, and therefore of enhances the idea of the city as a scripture.
individuação dos objetos, e por conseguinte beings.
dos seres.

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Desali
Contagem, MG, 1983 | Vive e trabalha em Belo Horizonte, MG Contagem, Brazil, 1983 | Lives and works in Belo Horizonte, Brazil
Indicado ao Prêmio PIPA 2017 e 2018 PIPA Prize 2017 and 2018 Nominee
desali.com desali.com

Transitando por múltiplas linguagens,


como a pintura, a fotografia, a ação per-
formativa e o vídeo, a obra de Desali
é marcada pela subversão das hierar-
quias, tanto artísticas quanto sociais.
Os resíduos da cidade e as memórias
mais ínfimas podem ter valor artístico,
assim como a figura do artista é vista
com ironia e tratada de modo comum.
Promove contato entre a periferia, os Tratar direto com o proprietário, 2015, concepção e performance por Desali e Manuel
grupos desfavorecidos, e o universo da Carvalho. A partir do envolvimento e amizade criada com freqüentadores de um bar próximo
arte, questionando as instituições e as da residência, foram criadas pinturas e retratos, presenteamos as pinturas para cada um deles,
contaminando com a energia da rua. transformando o estabelecimento em uma galeria de arte. Colecionadores foram convidados a
estabelecer um diálogo de venda dessas obras com seus verdadeiros donos.
Moving through multiple languages, Deal with the Owner, 2015, conceived and performed by Desali and Manuel Carvalho. A series
such as painting, photography, perform- of portraits were made of the customers of a bar located in the neighborhood of the residence.
ance and video, Desali’s work is charac- The paintings were given to those portrayed and shown at the bar, transforming it into an art
terized by the subversion of hierarchies, gallery. Art collector were invited to the venue to buy these works from their real owners.
Aula do dia, 2014, vídeo instalação, 6’ both artistic and social. The waste of
Today’s Class, 2014, video installation, 6’ the city and the smallest memories can Retrato, 2018, acrílica sobre tela, 60 x 50 cm
have artistic value, just as the figure of Portrait, 2018, acrylic on canvas, 60 x 50 cm
Canteiro de Obras, 2017, concepção e performance por Desali, Loreno Ross e Paula Lanza. the artist is seen with irony and treated
Construção de um alojamento de madeira para possibilitar diversas ações desde performances in a common way. He promotes contact
e criações de objetos efêmeros. between the suburbs, disadvantaged
Construction Site, 2017, conceived and performed by Desali, Loreno Ross and Paula Lanza. groups, and the art world, questioning
A wooden warehouse is built in order to make possible different actions such as performances the institutions and contaminating them
and construction of ephemeral objects. with the street’s energy.

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Deyson Gilbert
São José do Egito, PE, 1985 | Vive e trabalha em São Paulo, SP São José do Egito, Brazil, 1985 | Lives and works in São Paulo, Brazil
Mendes Wood DM, são paulo, sp Mendes Wood DM, são paulo, brazil
Indicado ao Prêmio PIPA 2012 e 2018 PIPA Prize 2012 and 2018 Nominee

Fantasia, da série “Economia da imagem”,


2012, tela, veludo, madeira, papel e
radiografia, 200 x 120 x 120 cm
Fantasy, from the “Economy of the image”
series, 2012, painting, velvet, wood, paper
and x-ray, 200 x 120 x 120 cm

Economia do transe, 2011, cadeira, bandeira,


maleta de arquivos, bloco de gelo e copo
dimensões variáveis. A obra é remontada
PROUN p/ vinagre e gás lacrimogêneo,
diariamente utilizando um novo bloco de
15+20+15 (OTO), 2015, tijolos, vinagre, imã,
gelo, no qual todas as demais peças se
tonfa, telescópio, pau de selfie, sargentos,
equilibram. Ao final do dia, uma vez que este
tubos de pvc, carabina, garrafas, metal,
se encontra parcialmente derretido, toda a
tecido, madeira, vaporizador, rádio, plástico,
estrutura inexoravelmente colapsa.
isopor, borracha, linha e etc, dimensões
Economy of Trance, 2011, chair, flag,
variáveis
document file briefcase, ice block and glass
PROUN to vinegar and tear gas, 15+20+15
variable dimensions. The piece is daily
Graduado em Artes Visuais pela Uni- B.A in Fine Arts by Universidade de (OTO), 2015, bricks, vinegar, magnet, tonfa,
reassembled using a new ice block, over
versidade de São Paulo, Deyson inte- São Paulo, Deyson is part of a research telescope, selfie stick, metal grip, pvc pipe,
which all other elements are balanced. At the
grou o Grupo de Estudos de Crítica e group focused on curatorship and critic, rifle, bottles, metal, fabric, wood, nebulizer,
end of the day, when the ice block is partially
Curadoria, sob orientação de Tadeu under Tadeu Chiarelli’s orientation. As radio, plastic, polystyrene, rubber, line, etc,
melted, the entire structure inexorably
Chiarelli. Como artista, participou de an artist, he was present in the 33º Pan- variable dimensions
collapses.
mostras como o 33º Panorama da Arte orama da Arte Brasileira in 2013, MAM
Brasileira, MAM SP, a XVI Bienal de SP, Brazil; the XVI Yogyakarta Bien- Faixa-PROUN, 15+20+15 (OTO, Opacidade
Yogyakarta, Indonésia, e “Mitologias/ nale, Indonesia, and “Mitologias/Myth- Transitiva para Ocupação), 2014,
Mythologies”, com curadoria de Kiki ologies”, curated by Kiki Mazzucchelli, ação-intervenção na reedição de cinquenta
Mazzucchelli, na Cité Internationale at Cité Internationale des Arts, Paris, anos da Marcha com Deus pela Família em
des Arts, Paris, França. Também foi France. He also participated in Delfina São Paulo
participante do programa de residên- Foundation artistic residence program PROUN-flag, 15+20+15 (OTO, Occupation
cias artísticas da Delfina Foundation, in London, UK. He is founder and editor by Transitive Opacity), 2014, action-
Londres, Inglaterra. Fundador e editor of “Dazibao”, an art magazine. intervention in the new edition of the
da revista de crítica de arte Dazibao. conservative brazilian march for a coup d’état

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Eduardo Berliner
Rio de Janeiro, RJ, 1978 | Vive e trabalha em Rio de Janeiro, RJ Rio de Janeiro, Brazil, 1978 | Lives and works in Rio de Janeiro, Brazil
Casa Triângulo, são paulo, sp Casa Triângulo, são paulo, brazil
Finalista do Prêmio PIPA 2011 | Indicado ao Prêmio PIPA 2010, 2014 e 2018 PIPA Prize 2011 Finalist | PIPA Prize 2010, 2014 and 2018 Nominee

Iniciou sua formação artística em 1998


com cursos ministrados por Charles
Watson. É formado em Desenho Indus-
trial/Comunicação Visual pela PUC-
-Rio e tem mestrado em Tipografia
pela University of Reading (Inglaterra).
Entre as coletivas que já participou,
destacam-se: 30ª Bienal de São Paulo
(SP, 2012); “E se quebrarem as lentes
empoeiradas?” (Instituto Tomie Ohta-
ke, SP, 2015); “Dark Mirror- Arte lati-
no americana desde 1968” (Wolfsburg
Kunstmuseum, Alemanha, 2015/16). Já
realizou mostras individuais no CCBB
RJ (Rio de Janeiro, 2013), Galeria Triân-
gulo (São Paulo, 2010), Galeria Durex
(Rio de Janeiro, 2008) e Galeria Laura
Marsiaj (Rio de Janeiro, 2005). Foi ven-
cedor do prêmio Marcantonio Vilaça
em 2010.

Eduardo Berliner started his artistic


studies in 1998 in Charles Watson’s
classes. He graduated in Industrial
Design / Visual Communication from
PUC-Rio and holds a Master’s degree in
Typography from University of Reading
(England). Among his group shows are:
30th Bienal de São Paulo (Brazil, 2012);
“E se quebrarem as lentes empoeiradas?”
(Instituto Tomie Ohtake, Brazil, 2015);
“Dark Mirror- Arte latino americana
desde 1968” (Wolfsburg Kunstmuseum,
Germany, 2015/16). He has also held
solo shows at CCBB RJ (Rio de Janeiro,
Brazil, 2013), Galeria Triângulo (São
Sem título, 2015, óleo sobre tela, 42 x 35 cm Paulo, Brazil, 2010) Galeria Durex (Rio Nariz Vermelho, 2017, óleo sobre tela,

Untitled, 2015, oil on canvas, 42 x 35 cm de Janeiro, Brazil, 2008) and Galeria 230 x 190 cm
Laura Marsiaj (Rio de Janeiro, Brazil, Red Nose, 2017, oil on canvas, 230 x 190 cm
2005). Berliner was the winner of Mar-
cantonio Vilaça Prize in 2010. Maçã, 2017, óleo sobre tela, 140 x 160 cm
Apple, 2017, oil on canvas, 140 x 160 cm

Cabelo Verde, 2016, óleo sobre tela,


150 x 200 cm
Green Hair, 2016, oil on canvas, 150 x 200 cm

118 premiopipa.com pipaprize.com 119


Gervane de Paula
Cuiabá, MT, 1961 | Vive e trabalha em Cuiabá, MT Cuiabá, Brazil, 1961 | Lives and works in Cuiabá, Brazil
Indicado ao Prêmio PIPA 2018 PIPA Prize 2018 Nominee
gervanedepaula.blogspot.com.br gervanedepaula.blogspot.com.br

Atenção, 2018, instalação, plastico, tijolo e


cimento, dimensão variada
Attention, 2018, installation, plastic, brick
and cement, variable dimensions
Gervane de Paula integrou a “Geração
80”, movimento artístico brasileiro de Arte aqui eu mato (Fé cega, faca amolada),
grande relevância às artes plásticas, e 2018, instalação, materiais diversos
desde então vem participando de mos- Blind faith, sharp knife, 2018, installation,
tras individuais e coletivas em Museus various materials
do Brasil e exterior. Sua obra tem sua
natureza na cultura de massa, popular
e religiosa, trata do realismo social fa-
lando sobre as diversas formas de vio-
lência urbana, parte do cenário local
para retratar o mundo em que vive. Sua
produção está situada entre a pintura,
desenho, objeto e instalação, utilizando
diversos suportes e materiais.

Gervane de Paula integrated “The 80s


Generation”, a Brazilian artistic move-
ment of big relevance to the visual arts,
since then, he has been participating in
individual and collective exhibitions at
museums in Brazil and overseas. His
Deus Apis, suas esposas e seu rebanho, 2016, instalação, materiais diversos, dimensão variada
work of art has its nature in religious and
The God Apis, two wives and their herd, 2016, installation, various materials, variable dimensions
popular culture, it represents the social
realism that illustrates several kinds of
Garrote, 2018, escultura em madeira, 140 x 100 cm
street violence, a local setting of the world
Ox, 2018, sculpture on wood, 140 x 100 cm
in which we live. His used techniques
involves painting, drawing, objects and
installations, using lots of different sup-
ports and materials.

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Gisele Camargo
Rio de Janeiro, RJ, 1970 | Vive e trabalha no Rio de Janeiro, RJ Rio de Janeiro, Brazil, 1970 | Lives and works in Rio de Janeiro, Brazil
Central Galeria, são paulo, sp; Luciana Caravello Arte Contemporânea, rio de janeiro, rj; and Periscópio arte contemporânea, belo horizonte, mg Central Galeria, são paulo; Luciana Caravello Arte Contemporânea, rio de janeiro; and Periscópio arte contemporânea, belo horizonte, brazil
Indicada ao Prêmio PIPA 2012, 2013, 2014, 2015 e 2018 PIPA Prize 2012, 2013, 2014, 2015 and 2018 Nominee

Graduada pela EBA-UFRJ em 1997,


estudou filosofia por cinco anos para-
lelamente à faculdade, com o professor
Claudio Ulpiano. O homem e a relação
dele com a paisagem é a questão básica
do trabalho que vem realizando por es-
ses 27 anos, e que tem a pintura como
meio de ação. Atualmente acaba de se
mudar do Rio de Janeiro para Serra do
Cipó, interior de Minas Gerais, para
explorar outras camadas desse contato Luas e sóis, 2018, acrílica e esmalte sintético
homem/paisagem e pretende criar uma sobre madeira, 0,70 x 1,50 m
residência artística em que submeta os Luas e sóis, 2018, acrylic and synthetic
artistas participantes a essa imersão. enamel on wood, 0,70 x 1,50 m

Brutos, 2017, acrílica e óleo sobre madeira, 1,70 x 1,70 m Graduated from EBA-UFRJ in 1997, Bruto noturno, 2018, acrílica, esmalte
Brutos, 2017, acrylic and oil on wood, 1,70 x 1,70 m Gisele Camargo studied Philosophy for sintético e óleo sobre madeira, 0,40 x 0,50 m
five years in parallel to college with the Bruto noturno, 2018, acrylic, synthetic
Brutos, 2017, acrílica e óleo sobre madeira, 1,70 x 1,70 m professor Claudio Ulpiano. The Man enamel and oil on wood, 0,40 x 0,50 m
Brutos, 2017, acrylic and oil on wood, 1,70 x 1,70 m and his relationship with the landscape
is the main question to the work she has
been developing over this 27 years, which
considers the panting as a way of action.
She has just moved from Rio de Janeiro
to Serra do Cipó, Minas Gerais coun-
tryside, to explore other layers of this
contact, Man/Landscape. She aims to
create an artistic residence with the in-
tention of making the artists go through
this immersion.

122 premiopipa.com pipaprize.com 123


Gokula Stoffel
Porto Alegre, RS, 1988 | Vive e trabalha em São Paulo, SP Porto Alegre, Brazil, 1988 | Lives and works in São Paulo, Brazil
Indicada ao Prêmio PIPA 2018 PIPA Prize 2018 Nominee
gokulastoffel.com gokulastoffel.com

Em sua prática, Gokula Stoffel inves- In her practice, Gokula Stoffel investigates Arquejo, 2017, concreto, alumínio, aço e óleo Madona Ansiosa, 2016, óleo sobre tela, 65 x 40 cm
tiga os desdobramentos possíveis do the possible unfoldings of the “pictorial” sobre tela de nylon, 301 x 313 x 545 cm Anxious Madonna, 2016, oil on canvas, 65 x 40 cm
“pictórico” em objetos e no espaço. Sua through objects and in the space. Her Gasping, 2017, concrete, aluminum, steel and
inquietação com o lugar e a função da inquiry about the function of the image oil on nylon canvas, 301 x 313 x 545 cm Deriva, 2018, aquarela sobre camurça sintética, 192 x 142 cm
imagem na atualidade se evidencia em at the present is clear in her pictures, that Drift, 2018, watercolor on synthetic suede, 192 x 142 cm
suas pinturas, que são na verdade cola- are, in fact, spatial collages of unusual
gens espaciais de materiais inusitados e materials or sculptures that mimic the Naufrágio, Espuma e Delírio, 2017,
em esculturas que replicam a dinâmica scroll movement of the digital screens. acrílica, pastel, lã, látex, bambu e latão sobre algodão, 127 x 111 cm
do “scroll” das telas digitais. Wreck, Spume and Delirium, 2017,
acrylic, pastel, wool, latex, bamboo and brass on cotton, 127 x 111 cm

124 premiopipa.com pipaprize.com 125


Grupo EmpreZa
Goiânia, GO, 2001 | Vive e trabalha em Goiás, Distrito Federal, Rio de Janeiro e São Paulo Goiânia, Brazil, 2001 | Lives and works between Goiás, Distrito Federal, Rio de Janeiro and São Paulo, Brazil
Indicado ao Prêmio PIPA 2013 e 2018 PIPA Prize 2013 and 2018 Nominee
grupoempreza.com grupoempreza.com

Eu Como Você I Eat You/ Just Like You

Não abriremos mão da nossa natureza fim de nos fortalecermos, resgataremos #2 Serão Performático, Vesúvio - Terra We won’t give up our wild nature. An- those are conquered-yielded, we oughta #2 Serão Performático, Vesúvio - Terra
selvagem. A antropofagia é inerente a a nossa potência. Podemos nos nutrir Comunal, 2015, Sesc Pompéia, São Paulo. thropophagy is inherent to us, even when eat it. At times, a disturbing nausea will Comunal, 2015, Sesc Pompéia, São Paulo.
nós, mesmo quando ela se manifesta em com tudo o que outro ser pode nos ofe- Foto Victor Takayama it manifests itself in its most subtle ways, befall on us, but we won’t waste even the Photo Victor Takayama
suas formas mais sutis, onde o que nos recer e, uma vez conquistado-cedido, when the food consists simply on words tiniest part of such a body-food – bile
serve de alimento são apenas as pala- devemos consumir. Ora uma náusea and on the passive presence of another will take care of the digestion –, at times
vras e a presença passiva de outro corpo. angustiante nos afligirá, mas não des- body. By eating and tasting the flavour we will only feed on what benefits us,
Consumindo e experimentando o sabor perdiçaremos uma só mínima parte of other beings, we manage to add spice spitting out whatever is intolerable and,
daquilo que vem de outro ser, nos tem- desse corpo-alimento – a bile se en- to ourselves, to realize what is missing, amidst the exasperation, we will expose
peramos, percebemos o que nos falta, carregará de auxiliar na digestão –, ora to suppress our (many times insatiable) such residues-bodies right next to ours –
o que nos satura. Muitas das vezes esse consumiremos somente aquilo que nos hunger. Civility has made us almost in- I want food, and I EAT it. When we nur-
consumo precisa ser conspícuo, e nos convém, o intolerável cuspiremos de nocuous, and has presented to us types of ture from one another, we come together.
retemos, suprimimos a fome, que mui- volta e, em meio à amargura, expostos food and flavors which alienate us from Multiple beings, in one body only, with
tas das vezes é insaciável. A civilidade estarão aqueles corpos-resíduos juntos our innate cannibal desire. By tracing multiple powers. As a BEING, I nurture
nos deixou quase inanes, nos apresen- aos meus – quero alimento e COMO. back our origins, by giving in and sol- myself, and therefore I EAT you. Just like
tou outras formas de alimentos, e seus Ao nos nutrirmos uns dos outros nos emnly serving each other as food in or- you.
sabores nos alienam do desejo endoca- unimos. Seres múltiplos, num corpo só, der to grow stronger, we will recover our
nibal. Ao retomarmos nossas origens, com múltiplos poderes. Como SER eu power. We can nurture ourselves with
nos cedermos, nos servirmos uns aos me nutro, assim COMO você. whatever other beings can offer and, once
outros como alimento, solenemente, a

126 premiopipa.com pipaprize.com 127


Gustavo Torres
Rio de Janeiro, RJ, 1987 | Vive e trabalha no Rio de Janeiro, RJ Rio de Janeiro, Brazil, 1987 | Lives and works in Rio de Janeiro, Brazil
Indicado ao Prêmio PIPA 2018 PIPA Prize 2018 Nominee
gustavoxtorres.com gustavoxtorres.com

Estamos indo para lugar nenhum #1, 2015, Deve-se vaticinar o fim, ver o dia che- One must predict the end, see the day Estamos indo para lugar nenhum #3, 2016,
projetor e filme 16mm em loop. gar, sobreviver a ele e então marcar uma come, outlive it and then set a new date. gravador, fita magnética e coluna.
Foto Pedro Agilson nova data. Deve-se vaticinar o fim, ver o One must predict the end, see the day Foto Rafael Salim
Estamos indo para lugar nenhum #1, 2015, dia chegar, sobreviver a ele e então mar- come, outlive it and then set a new date. Estamos indo para lugar nenhum #3, 2016,
projector and 16mm film in loop. Photo Pedro car uma nova data. Deve-se vaticinar o One must predict the end, see the day tape recorder, magnetic tape and column.
Agilson fim, ver o dia chegar, sobreviver a ele e come, outlive it and then set a new date. Photo Rafael Salim
então marcar uma nova data. Deve-se One must predict the end, see the day
Estamos indo para lugar nenhum #2, 2015, vaticinar o fim, ver o dia chegar, so- come, outlive it and then set a new date.
espelho e adesivo vinil. Foto Elisa de Paula breviver a ele e então marcar uma nova One must predict the end, see the day
Estamos indo para lugar nenhum #2, 2015, data. Deve-se vaticinar o fim, ver o dia come, outlive it and then set a new date.
mirror and vinyl tape. Photo Elisa de Paula chegar, sobreviver a ele e então marcar One must predict the end, see the day
uma nova data. Deve-se vaticinar o fim, come, outlive it and then set a new date.
ver o dia chegar, sobrevi. One must predict the

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Gustavo Torrezan
Piracicaba, SP, 1984 | Vive e trabalha em São Paulo e Piracicaba, SP Piracicaba, Brazil, 1984 | Lives and works between São Paulo and Piracicaba, Brazil
Indicado ao Prêmio PIPA 2018 PIPA Prize 2018 Nominee
gustavotorrezan.com gustavotorrezan.com

Gustavo Torrezan é artista, pesquisa- Gustavo Torrezan is an artist, researcher Rádio Livre, 2018, transmissor FM,
dor, educador. Seus trabalhos, marca- and educator. His works seek to form- antena de 1/4 de onda, mesa de som,
dos pela experimentação de síntese de alize and synthesize his conceptual re- microfone, micro controlador, player de cd,
formalização e pesquisas conceituais, search, and invite viewers to reflect on dimensões variáveis
convidam a refletir sobre as estrutu- the structures of power at work in the Rádio Livre, 2018, FM transmitter, 1/4 wave
ras de poder em dispositivos do siste- art system, investigating topics such as antenna, sound table, microphone, micro-
Americano, 2016, terra do povo Guarani que vive no Pico do Jaraguá em São Paulo ma das artes, fazendo uso de questões archive and memory, spaces and places, controller, cd player, variable dimensions
e copo, 5 x 10 cm sobre o arquivo e a memória, espaço e and government and power. His hybrid
Americano, 2016, land of the Guarani people living in the Jaraguá Peak (São Paulo, Brazil) and lugar, Estado e poder. Realiza práticas practices utilise different languages and
glass, 5 x 10 cm híbridas nas quais se vale de diferentes materials to evidentiate relations of
linguagens e materiais para evidenciar power and control from which the pro-
Comensalidade, 2018, placa controladora, dispositivo de wifi, linguagem de programação e relações de poder e de controle com cesses of subjectivation in society derive,
script de uma pirate box construído coletivamente, dimensões variáveis as quais se modulam os processos de and use concepts belonging to the fields
Comensalidade, 2018, controller board, wifi device, programming code and script from a pirate subjetivação da sociedade, partindo de of art history and culture to tension polit-
box collectively built, variable dimensions noções de história da arte e da cultura ical, social and cultural matters, which
para tensionar questões políticas, so- eventually converge in the art world.
Estado, 2016, bandeira oficial do Estado de São Paulo, mastro confeccionado por trabalhador ciais e culturais que convergem no cam-
de empresa terceirizada durante suas horas livres, aproximadamente 6,20 x 2,40 x 0,30 m po da arte.
Estado, 2016, official flag of the state of São Paulo, flagpole produced by worker from third-
party company during his free time, approximately 6,20 x 2,40 x 0,30 m

130 premiopipa.com pipaprize.com 131


Ícaro Lira
Fortaleza, CE, 1986 | Vive e trabalha entre Fortaleza, CE, e São Paulo, SP Fortaleza, Brazil, 1986 | Lives and works between Fortaleza and São Paulo, Brazil
Galeria Jaqueline Martins, são paulo, sp Galeria Jaqueline Martins, são paulo, brazil
Indicado ao Prêmio PIPA 2015, 2016 e 2018 PIPA Prize 2015, 2016 and 2018 Nominee
cargocollective.com/icarolira cargocollective.com/icarolira

Em seus trabalhos, Ícaro Lira investi- In his production, Ícaro Lira investig- Museu do Estrangeiro, 2015, Oficina Cultural
ga as implicações e os desdobramentos ates the implications and the develop- Oswald de Andrade, São Paulo, SP
de atos políticos e históricos da Histó- ment of political and historical events Museu do Estrangeiro, 2015, Oficina Cultural
ria Brasileira através de um trabalho of Brazilian history through a docu- Oswald de Andrade, São Paulo, Brazil
documental, arquivista, arqueológico mental, archivist, archeological and
e de ficção. Para o artista, a história é fictional work. To the artist, History is
matéria viva constantemente esmagada a living body constantly crushed by the
pelo peso das narrativas oficiais, escri- weight of the official narratives, told by
tas pelos mais poderosos. Em busca de the powerful ones. Searching for coun-
contra-narrativas, o artista coleta obje- ternarratives, he gathers objects, texts,
tos, textos, relatos, imagens e fragmen- stories, images etc of social conflicts.
tos de lugares de conflito social. A partir With this material, he creates works that
destes, cria pequenos museus ao exibir present a similar structure to ‘museums’
esses fragmentos do passado, revelando by displaying these fragments from the
uma versão particular, documental e past, revealing a particular, documental
ficcional, da História. Estudou Cinema yet fictional, version of the History. Lira
e Vídeo na Casa Amarela-UFC, Forta- studied Cinema and Video at Casa Am-
leza (CE), Montagem e Edição de Som, arela-UFC, Fortaleza, Installation and
pelo Instituto de Cinema Darcy Ribeiro Sound Editing, at Instituto de Cinema
(RJ) e na Escola de Artes Visuais do Par- Darcy Ribeiro, Rio de Janeiro and at
que Lage (RJ). Escola de Artes Visuais do Parque Lage,
Rio de Janeiro, Brazil

132 premiopipa.com pipaprize.com 133


Ío (Laura Cattani e Munir Klamt)
Vivem e trabalham em Porto Alegre, RS Live and work in Porto Alegre, Brazil
Galeria de arte Mamute, porto alegre, rs Galeria de arte Mamute, porto alegre, brazil
Indicado ao Prêmio PIPA 2018 PIPA Prize 2018 Nominee
io.art.br io.art.br

Ío é o duo de artistas formado por Lau- Ío is the artist duo Laura Cattani and Demônio Pessoal, 2015, escultura, aço, A Extinção É a Norma da Vida (Meus
ra Cattani e Munir Klamt, respectiva- Munir Klamt, respectively doctoral stu- mecanismo de acionamento, alumínio e vidro, Sonhos São Todos Violentos), 2015, vidro
mente doutoranda e doutor em Poéticas dent and doctor in Visual Poetics by 80 x 75 x 30 cm e 2000 kg de sal, 200 x 230 x 340 cm
Visuais pela UFRGS. Desde a sua cria- UFRGS. Since its creation in 2003, Ío Personal Demon, 2015, sculpture, stainless Extinction Is The Rule of Life (All My
ção em 2003, a Ío tem realizado obras has carried out works and exhibitions steel, spring mechanism, aluminium, glass, 80 Dreams Are Violent), 2015, glass and 2000
e exposições que nascem de reflexões that come from reflections covering x 75 x 30 cm kg of salt, 200 x 230 x 340 cm
abarcando áreas como astronomia, areas such as astronomy, biology and
biologia e mitologia. Sua poética oscila mythology. Ío’s poetics oscillates between Princípios do Mundo: Nostalgia, 2014,
entre Tânatos e Eros, e as obras tomam Thanatos and Eros, and the works take escultura, vidro, aço inox e chocolate branco,
forma por meio de desenhos, fotogra- shape through drawings, photographs, dimensões totais variáveis,
fias, vídeos e instalações com materiais videos and installations with symbolic aprox. 50 x 230 x 120 cm
simbólicos como sal, alumínio, borra- materials such as salt, aluminum, rub- Principles of The World: Nostalgia, 2014,
cha e chocolate. Realizou exposições e ber and chocolate. Ío has held exhibi- sculpture, glass, stainless steel and white
projetos multimídia em diversas cida- tions and multimedia projects in several chocolate, overall, variable dimensions,
des do Brasil, bem como no Uruguai, na cities in Brazil, as well as Uruguay, Ar- approx. 50 x 230 x 120 cm
Argentina e na França. gentina and France.
Arachne, 2018, escultura, mármore e aço,
medidas variáveis
Arachne, 2018, sculpture, marble and steel,
variable dimensions

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Íris Helena
João Pessoa, PB, 1987 | Vive e trabalha em Brasília, DF João Pessoa, Brazil, 1987 | Lives and works in Brasília, Brazil
Portas Vilaseca Galeria, rio de janeiro, rj Portas Vilaseca Galeria, rio de janeiro, brazil
Indicada ao Prêmio PIPA 2018, Vencedora do PIPA Online 2018 PIPA Prize 2018 Nominee, PIPA Online 2018 winner
cargocollective.com/irishelena cargocollective.com/irishelena

Íris Helena é uma artista multidis-


ciplinar, graduada em Artes Visuais
pela Universidade Federal da Paraíba,
Mestre em Artes - Poéticas Contem-
porâneas e doutoranda em Métodos e
Processo em Arte Contemporânea pela
Universidade de Brasília. Sua pesquisa
caracteriza-se pela investigação crítica,
filosófica, estética e poética da paisa-
gem urbana a partir de uma abordagem
dialógica entre a imagem da cidade e
as superfícies/suportes escolhidos para
Imaginário Cartográfico de uma Cidade
materializá-la. Os suportes precários e
Brasileira, 2017, impressão a jato de tinta
ordinários são muitas vezes retirados de
sobre 50 pedaços de cascas de parede de
seu consumo cotidiano e possibilitam a
casas e ruínas variadas, dimensões variáveis
(re)construção da memória atrelada ao
Imaginário Cartográfico de uma Cidade
risco, a instabilidade, sobretudo, ao de-
Brasileira, 2017, inkjet print on 50 pieces
sejo do apagamento.
of wall peels of houses and various ruins,
variable dimensions
Íris Helena is a multidisciplinary artist.
She holds a BA in Visual Arts by Uni-
versidade Federal da Paraíba, a MA in
Série Aliança, 2016, impressão UV, P&B e colorida sobre madeiras articuladas com dobradiças
Contemporary Poetics by Universidade
de aço, 21 unidades de dimensões variadas
de Brasília, and a Ph.D. in Methods and
Série Aliança, 2016, UV printing, B&W and color print on wood pieces attached by steel hinges,
Processes in Contemporary Art by the
21 units of various dimensions
same institution. Her research is based
on a critic, philosophic, aesthetic and po-
Imaginário Cartográfico de uma Cidade Brasileira, 2017, impressão a jato de tinta sobre 50
etic investigation of the urban landscape
pedaços de cascas de parede de casas e ruínas variadas, dimensões variáveis
through an approach between the images
Imaginário Cartográfico de uma Cidade Brasileira, 2017, inkjet print on 50 pieces of wall peels
of the city and the surfaces/media chosen
of houses and various ruins, variable dimensions
to materialize it. Many times precarious,
common materials are taken away from
their common use by the artist to become
a medium for her work, enabling the (re)
construction of memory tied to the risk,
the instability and, above all, the desire
136 premiopipa.com of erasure typical of the urban scenario. pipaprize.com 137
Ismael Monticelli
Porto Alegre, RS, 1987 | Vive e trabalha entre Cachoeirinha, RS, e Rio de Janeiro, RJ Porto Alegre, Brazil, 1987 | Lives and works between Cachoeirinha and Rio de Janeiro, Brazil
Portas Vilaseca Galeria, rio de janeiro, rj Portas Vilaseca Galeria, rio de janeiro, brazil
Indicado ao Prêmio PIPA 2018 PIPA Prize 2018 Nominee
ismaelmonticelli.com ismaelmonticelli.com

Partindo da observação sensível do co-


tidiano, tanto em contextos domésticos
quanto de ambientes e dinâmicas ins-
titucionais, Ismael Monticelli procura
apresentar espaços, objetos e materiais
sob uma nova ótica. Seu trabalho se de-
senvolve através de diversos suportes, Sala 3 - Le petit musée, 2016, imagens e
como objeto, instalação e fotografia, plástico bolha, dimensão variável
sem se restringir a uma única técnica ou Sala 3 - Le petit musée, 2016, images and
meio. Já expôs em instituições como o bubble wrap, variable dimension
Instituto Tomie Ohtake, São Paulo, SP;
Museu da Imagem e do Som (MIS), São Mundo fulgurante, 2014, madeira, vidros,
Paulo, SP; e o CCBB Brasília, DF. placas de metal gravadas e poeira doméstica,
dimensão variável. Foto Fabio Del Re
Ismael Monticelli’s works part from Mundo fulgurante, 2014, wood, glass,
sensitive observation of the day-by-day engraved metal plates and household dust,
life in both the domestic and the institu- variable dimension. Photo Fabio Del Re
tional environments in order to resignify
its spaces, objects and materials. His
work develops through various media,
such as installation, photography, video
O deserto dos Tártaros, 2012 - 2014, fotografia impressa sobre papel Moab Slickrock Metallic and object, without restricting itself to
Silver, 100 x 150 cm (cada) a single technique. He has presented ex-
O deserto dos Tártaros, 2012 - 2014, photograph printed on paper Moab Slickrock Metallic hibitions in institutions such as Instituto
Silver, 100 x 150 cm (each) Tomie Ohtake, São Paulo, Brazil; Museu
da Imagem e do Som (MIS), São Paulo,
Sala 1 - Le petit musée, 2016, molduras, dimensão variável Brazil and Centro Cultural Banco do
Sala 1 - Le petit musée, 2016, frames, variable dimension Brasil (CCBB) Brasília, Brazil.

138 premiopipa.com pipaprize.com 139


Jaime Lauriano
São Paulo, SP, 1985 | Vive e trabalha em São Paulo, SP São Paulo, Brazil, 1985 | Lives and works in São Paulo, Brazil
Galeria Leme, são paulo, sp Galeria Leme, são paulo, brazil
Indicado ao Prêmio PIPA 2016 e 2018 PIPA Prize 2016 and 2018 Nominee
jaimelauriano.com jaimelauriano.com

Com trabalhos marcados por um exer-


cício de síntese entre suas pesquisas e
estratégias de formalização, Jaime Lau-
riano nos convoca a examinar as estru-
turas de poder contidas na produção
da História. Lauriano evidencia, assim,
como as violentas relações mantidas en-
tre instituições de poder e controle do
Estado – como polícias, presídios, fron-
teiras – e sujeitos moldam os processos
de subjetivação da sociedade. Assim,
sua produção busca trazer à superfície
traumas históricos relegados ao passa-
do, aos arquivos confinados, em uma
proposta de revisão e reelaboração co-
letiva da História.

In works marked by an exercise of syn-


thesis of the content of his researches and
formalization strategies, Jaime Lauri-
ano calls us to examine the structures
of power contained in the production
of history. In audiovisual pieces, objects
and critical texts, Lauriano shows how Experiência concreta #1 (diálogo de mãos),
violent relations maintained between the 2017, impressão de imagens extraídas de
institutions of power and State control – jornais digitais, catálogo de exposições de
such as the police, prisons, embassies, artes visuais, manuais de sobrevivência e
borders and subjects shape the subjective caixa de compensado naval, 60 x 60 x 4 cm.
processes of society. Thus, his production Experiência concreta #1 (diálogo de mãos)
seeks to bring to the surface historical Foto Filipe Berndt
traumas relegated to the past, confined Concrete Experience #1 (Hand Dialogue),
files, in a proposal to collectively revise 2017, printing of images extracted from
and rework history. digital newspapers, catalog of exhibitions of
visual arts and manuals of survival and box of
naval hardboard, 60 x 60 x 4 cm.
Photo Filipe Berndt

Combate #1, 2017, martelos, machadinha,


facão, picareta, machado, rastelo, pás, foice,
enxadas, tridente e serrote, 550 x 200 cm.
Pedras Portuguesas #1, 2017, pedras portuguesas, caixa de ferro e cimento, 100 x 150 x 10 cm. Foto Filipe Berndt
Foto Filipe Berndt Combate (Combat) #1, 2017, hammers,
Pedras Portuguesas (Portuguese Stones) #1, 2017, portuguese stones, iron box and cement, hatchet, machete, pick ax, rake, shovels,
100 x 150 x 10 cm. Photo Filipe Berndt sickle, hoes, trident and saw, 550 x 200 cm.
Photo Filipe Berndt
Trabalho, 2017, objetos que retratam a naturalização da escravidão no Brasil (calendários,
camisetas, cartões postais, cédulas de dinheiro, cesto de lixo, escultura, porcelana, tapeçarias
e quebra-cabeça); gravação a laser da lista de profissões com maior incidência de pessoas
negras no Brasil; depoimentos que relatam o racismo estrutural no Brasil, 250 x 500 x 35 cm
Foto Filipe Berndt
Trabalho (Work), 2017, objects that portray the naturalization of slavery in Brazil (calendars,
t-shirts, postcards, money bills, garbage basket, sculpture, porcelain, tapestries and jigsaw);
laser engraving of, the list of professions with the highest incidence of black people in Brazil;
statements that, report structural racism in Brazil, 250 x 500 x 35 cm. Photo Filipe Berndt

140 premiopipa.com pipaprize.com 141


Juliana Notari
Recife, PE, 1975 | Vive e trabalha entre Recife, PE; Rio de Janeiro, RJ; e Belém, PA Recife, Brazil, 1975 | Lives and works between Recife, Rio de Janeiro and Belém, Brazil
Indicada ao Prêmio PIPA 2018 PIPA Prize 2018 Nominee
juliananotari.com juliananotari.com

Juliana Notari é mestre e doutoran- Juliana Notari holds a master’s degree


da em Artes Visuais pela UERJ, 2016. and a PhD in Visual Arts from UERJ. In
Trabalha com múltiplas linguagens vi- recent years, has explored the interac- Soledad, 2014, video performance, 15’
suais com abordagem multidisciplinar. tions between multiple visual languages Soledad, 2014, video performance, 15’
Nos últimos anos tem se dedicado as such as performance, video and experi-
interações entre a Arte Contemporânea, mental cinema through a multidiscip- Mimoso, 2014, video performance, 05’06’’
em especial a performance, o vídeo e o linary approach. In 2001, the artist from Mimoso, 2014, video performance, 05’06”
cinema experimental. Em 2001, realiza Pernambuco held her first solo exhibi-
sua primeira individual “Assinalações” tion “Assinalações” at the Abolition Mu-
no Museu da Abolição em Recife, PE. seum in Recife. Since then, she has par-
Desde lá a artista pernambucana reali- ticipated in several residencies, collective
zou várias exposições individuais, par- and solo shows, and received awards in
ticipou de diversas mostras no Brasil e Brazil and abroad.
no exterior e recebeu prêmios.

Symbebekos, 2011-, performance, cacos de


vidro e luz, duração variável
Symbebekos, 2011-, performance, glass
shards and light, variable duration

142 premiopipa.com pipaprize.com 143


Laercio Redondo
Paranavai, PR, 1967 | Vive e trabalha no Rio de Janeiro, RJ e em Estocolmo, Suécia Paranavai, Brazil, 1967 | Lives and works between Rio de Janeiro, Brazil; and Stockholm, Sweden
Silvia Cintra + Box4, rio de janeiro, rj Galeria Silvia Cintra + Box4, rio de janeiro, brazil
Finalista do Prêmio PIPA 2013 | Indicado ao Prêmio PIPA 2012 e 2018 PIPA Prize 2013 Winner | PIPA Prize 2012 and 2018 Nominee
laercioredondo.com laercioredondo.com

Para mirar al sur – After Untitled / Perfect


Lovers, 2007, fotografia, aprox. 70 x 100cm
(série de oito imagens) e serigrafia sobre
papel, 25 x 56 cm. Foto Sergio Araújo
Para mirar al sur – After Untitled / Perfect
Lovers, 2007 photographic prints,
70 x 100 cm approx. (series of eight images)
and silkscreen on paper, 25 x 56 cm.
Photo Sergio Araújo

Untitled after Giotto, 2016, serigrafia sobre A pesquisa de Laercio Redondo envolve Laercio Redondo’s artistic research en-
feltro, 95 x 46 cm (série de 8) a memória coletiva e seus apagamentos gages extensively with collective memory
Untitled after Giotto, 2016, silkscreen on na sociedade. Suas obras são muitas ve- and its erasure in society. The works
felt, 95 x 46 cm (series of 8) zes baseadas na interpretação de even- are often based on the interpretation of
tos específicos relacionados à cidade, specific events related to the city, archi-
arquitetura e representações históricas tecture and historical representation in
em relação ao presente. Seu trabalho relation to the present. His production
busca sempre novos significados para searches for new meanings to forgotten
aspectos esquecidos de um léxico cujo aspects of a conflictive lexicon of which
movimento interno à história e sua nar- the internal movement to history is
Las Meninas, 2001-2017, fotografia & vídeo, dimensões variadas. Foto Jaime Acioli rativa é discutida. O artista cria insta- discussed. He creates installations that
Las Meninas, 2001-2017, photography & video, various dimensions. Photo Jaime Acioli lações que emergem de pesquisas sobre emerge from a deep research into cul-
dinâmicas culturais, que tomam como tural dynamics that takes Brazilian ar-
Desvios, 2015, videoinstalação, vídeo de 60’ em loop, display de madeira, samambaia, luz fria e ponto de partida a arquitetura e seus chitecture and its practitioners as central
2 cortinas de tecido, dimensões variadas. (Detalhe da cortina que guarda semelhanças com as criadores como figuras centrais. figures.
vigas de construção do telhado da Casa Samambaia). Foto Birger Lipinski
Detour, 2015, video installation, 60’ video in loop, wooden display, fern, fluorescent light and
2 fabric curtains, various dimensions. (Detail of curtain resembling the roof beams of Casa
Samambaia). Photo Birger Lipinski

144 premiopipa.com pipaprize.com 145


Lais Myrrha
Belo Horizonte, MG, 1974 | Vive e trabalha em São Paulo, SP Belo Horizonte, Brazil, 1974 | Lives and works in São Paulo, Brazil
Athena Contemporânea, Rio de janeiro, RJ Athena Contemporânea, Rio de janeiro, brazil
Indicada ao PIPA 2010, 2012, 2013, 2015, 2016 e 2018 PIPA Prize 2010, 2012, 2013, 2015, 2016 and 2018 Nominee

Mestre em 2007 e doutoranda desde Descontinuidade pelo tempo, 2017, linha


2015, na Escola de Belas Artes, da Uni- contínua escavada em um segmento formado
versidade Federal de Minas Gerais. Em por 4 placas de materiais que apresentam
2011, integrou a 8ª Bienal do Mercosul, níveis distintos de resistência, basalto,
Porto Alegre. Em 2013 participou da ex- mármore, taipa e cimento, 210 x 50 cm.
posição “Blind Field” no Karnnet Mu- Imagem cortesia da Athena Contemporânea
seum, Illinois, EUA. Em 2014, realizou Discontinuity through Time, 2017, line
o “Projeto Gameleira 1971” no Pivô, São excavated in a follow-up formed by four
Paulo. Em 2016, apresentou uma obra plates of materials that present distinct levels
para um espaço público no “New Cities of resistance, basalto, marble, rammed earth
Future Ruins”, Dallas, EUA e participou and concrete, 210 x 50 cm. Image as cortesy
da 32ª Bienal de São Paulo com o tra- of Athena Contemporânea
balho comissionado, “Dois pesos, duas
medidas”. Em 2017, participou da ex- Dois pesos, duas medidas, 2016, terra
posição coletiva “Avenida Paulista”, no compactada, toras de madeira, bambu e
MASP, São Paulo, com o vídeo comis- piaçava / concreto, metal, tijolo, argamassa,
sionado “Delírio” e ainda da exposição madeira, canos de PVC, conduítes,
coletiva “Condemned To Be Modern”, fios e vidro, 8 x 2,90 x 2,90 m. Trabalho
parte do Festival Pacific Standard Time: comissionado pela Fundação Bienal de São
LA/LA, realizado pela Getty Founda- Paulo. Foto Everton Ballardin
tion, Los Angeles, EUA. Double Standard, 2016, compacted soil,
wood, bamboo and palm fiber / concrete,
Master (2007) and Ph.D. student (since metal, brick, mortar, wood, roof tile, PVC
2015) at the Escola de Belas-Artes, Fed- tubes, conduits, wires and glass. Work
eral University of Minas Gerais. In 2011 commissioned by the São Paulo Biennale
participated in the 8th Biennial of Mer- Foundation. Photo Everton Ballardin
cosul. In 2013 she took part in the group
show “Blind Field” at the Karnnet Mu-
seum, Illinois, USA. In 2014 presented
the “Projeto Gameleira 1971” at Pivô,
São Paulo. In 2016 presented a work for
a public space at “New Cities Future Ru-
ins”, Dallas/USA and participated in the
32nd Biennial of Art of São Paulo with
a commissioned work, “Double Stand-
ard”. In 2017, she took part in the group
show “Avenida Paulista” at MASP (São
Paulo) with a commissioned video, “De-
lirium” and was most recently included
in the group exhibition, “Condemned To
Be Modern”, as part of the Getty’s PST:
LA/LA.

Cálculo das diferenças, instalação, 2017, quatro módulos de vidro, dois contendo tijolos e
dois contendo madeira, tijolo, madeira, cinzas e vidro. Todos os módulos apresentam o mesmo
volume, um de matéria preservada e o outro de matéria arruinada, 1,76 x 0,88 m (módulo).
Foto Everton Ballardin
Differences of Calculation, installation, 2017, four glass modules, two containing bricks and
two containing wood, brick, wood, ash and glass. All modules have the same volume, one of
preserved matter and the other of ruined matter, 1,76 x 0,88 m (module). Photo Everton Ballardin

146 premiopipa.com pipaprize.com 147


Laura Andreato
São Paulo, SP, 1978 | Vive e trabalha em São Paulo, SP São Paulo, Brazil, 1978 | Lives and works in São Paulo, Brazil
Indicada ao Prêmio PIPA 2018 PIPA Prize 2018 Nominee
laurandreato.com laurandreato.com

Laura Andreato é artista visual e edu- Laura Andreato is a visual artist and Socorro.otf, 2017, fonte tipográfica e
cadora formada em artes visuais pela educator graduated in fine arts by the lambe-lambe, fonte tipográfica criada em
ECA-USP com mestrado em Poéticas University of São Paulo and had her colaboração com passageiros do ônibus
Visuais pela mesma instituição. Atua Master’s degree in the same institution. da linha 6414-20 (Socorro). Foto Ignacio
também como cenógrafa e figurinista. Through various procedures, her work Aronovich / Lost Art
Por meio de procedimentos diversos, mainly comments on the daily life and Socorro.otf, 2017, typographic font and
seu trabalho comenta sobretudo o co- the context of which she is a part of. In wheat-paste poster, typographic font created
tidiano e o contexto no qual se insere. the last few years, the artist has been in collaboration with passengers of bus line
Nos últimos anos, vem pesquisando a investigating the issue of landscape rep- 6414-20 (Socorro). Photo Ignacio Aronovich
questão da representação da paisagem e resentation and its visual presence in big / Lost Art
sua presença visual nas grandes cidades. cities. The urbanscape is also a reference
A paisagem urbana também é referên- and field of action of the artist, who is
cia e campo de atuação da artista, que interested in visual communication and,
se interessa pela comunicação visual e, specifically, the inclusion of words in this
mais especificamente, pela inserção da ambience.
palavra neste ambiente.

Pensamiento Salvaje, 2017, instalação, imagem de Laura Andreato


Pensamiento Salvaje, 2017, installation, mixed media, image by Laura Andreato

148 premiopipa.com pipaprize.com 149


Laura Belém
Belo Horizonte, MG, 1974 | Vive e trabalha em São Paulo, SP, e Belo Horizonte, MG Belo Horizonte, Brazil, 1974 | Lives and works between São Paulo and Belo Horizonte, Brazil
Athena Contemporânea, Rio de janeiro, RJ; galeria Luisa Strina, são paulo, sp; e galeria Celma Albuquerque, belo horizonte, mg Athena Contemporânea, Rio de janeiro; galeria Luisa Strina, são paulo; and galeria Celma Albuquerque, belo horizonte, brazil
Indicada ao Prêmio PIPA 2018 PIPA Prize 2018 Nominee
laurabelem.com.br laurabelem.com.br

Laura Belém é Bacharel em Artes pela Laura Belém attended a BA at Escola Ilha Restaurante, 2015, neon, cortinas de
Escola de Belas Artes da UFMG (1996) de Belas Artes of UFMG, in Belo Hori- camurça e de malha, fitas metalóide, cadeiras
e Mestre em Artes Plásticas pelo Cen- zonte, Brazil (1996) and a Master of Arts de madeira, globo de espelhos, estacas,
tral Saint Martins College of Art, Lon- in Fine Arts at Central Saint Martins papel jornal impresso, pedra, 245 m2.
dres (2000). Recebeu a Bolsa Pampulha, College of Art, London, UK (2000). She Foto Eduardo Eckenfels
do Museu de Arte da Pampulha (Belo was granted the Pampulha Scholar- Island Restaurant, 2015, installation, neon,
Horizonte, 2003), assim como o CIFO ship from Museu de Arte da Pampulha, suede and mesh curtains, metallic tape,
Grants and Commissions Program da (Belo Horizonte, 2003), as well as CIFO wooden chairs, mirror ball, wooden poles,
Cisneros Fontanals Art Foundation Grants and Commissions Program from paper printed with newsprint, rock, 245 m2.
(Miami, 2011) e o Prêmio CNI SESI The Cisneros Fontanals Art Founda- Photo Eduardo Eckenfels
O Templo dos Mil Sinos, 2010, instalação, Marcantônio Vilaça para Artes Plásti- tion (Miami, 2011), and the CNI SESI
mil sinos de vidro, fios de nylon, sistema cas (Brasília, 2011). Cria trabalhos nos Marcantonio Vilaça Visual Arts Award Reconstrução, 2017, fotografia,
de som 5.1, iluminação, 120 m2, duração do campos da instalação, da escultura, da (Brasília, 2011). Laura works with In- 40 x 51 cm cada (série de 11 fotografias).
áudio: 8’02”. Foto Alex Wolkowicz fotografia e do desenho. stallation, sculpture, photography and Foto Laura Belém
The Temple of a Thousand Bells, 2010, drawing. Reconstruction, 2017, photography,
installation, one thousand glass bells, nylon 40 x 51 cm each (series of 11 photos).
strings, 5.1 sound surround and lighting, Photo Laura Belém
120 m2, audio duration: 8’02”.
Photo Alex Wolkowicz

Anekdota, 2015, instalação, construção em


técnica mista, telhas de vidro, terra, grama e
plantas naturais , 160 m2.
Foto Everton Balardin
Anekdota, 2015, installation, construction
of mixed media, glass tile, earth, natural grass
and natural plants, 160 m2.
Photo Everton Balardin

150 premiopipa.com pipaprize.com 151


Luciana Magno
Belém, PA, 1987 | Vive e trabalha entre Belém, PA e São Paulo, SP Belém, Brazil, 1987 | Lives and works between Belém and São Paulo, Brazil
Vencedora do PIPA Online 2015 | Indicada ao Prêmio PIPA 2018 PIPA Online 2015 Winner | PIPA Prize 2018 Nominee
lucianamagno.com lucianamagno.com

O ponto de vista está no corpo, da Graduada em Artes Visuais e Tecnologia


série Imaginário do eu e do outro, 2018, da Imagem pela Universidade da Ama-
performance direcionada para vídeo e zônia, Belém, e mestre em Artes pela
fotografia Universidade Federal do Pará, na mesma
O ponto de vista está no corpo, from the cidade. Trabalha com performance, fre-
series Imaginário do eu e do outro, 2018, quentemente direcionada para fotogra-
video and photography directed performance fia e vídeo, objeto e website. Com uma
pesquisa focada no corpo e em ações
Figueira Selvagem, 2014, performance performáticas, aborda questões políticas,
direcionada para vídeo e fotografia, 3’02’’ sociais e antropológicas, relacionadas ao
Figueira Selvagem, 2014, performance for impacto do desenvolvimento da região
video and photography, 3’02’’ amazônica. A integração do corpo à pai-
sagem e ao entorno é um elemento deter-
minante e recorrente em suas obras.

Graduated in Visual Arts and Image


Technology by the Universidade da
Amazônia, Belém, Brazil, Magno holds
Belterra, 2014, performance direcionada para vídeo e fotografia, 2’44’’
a Master’s degree from the Universidade
Belterra, 2014, performance for video and photography, 2’44’’
Federal do Pará, located in the same city.
She works with performance, often dir-
Si, 2016, performance direcionada para vídeo e fotografia, 84’55’’
ected to photography, video, object and
Si, 2016, performance for video and photography, 84’55’’
website recording. Her research is based
on the body and its performative actions,
and investigates political, social and an-
thropological matters connected to the
impact of development in the Amazonian
region. The integration of the body to the
landscape and its surroundings is a defin-
152 premiopipa.com
ing and recurring element in her works. pipaprize.com 153
Luiz Olivieri
Brasília, DF, 1980 | Vive e trabalha em Brasília, DF Brasília, Brazil, 1980 | Lives and works in Brasília, Brazil
Alfinete Galeria, brasília, df Alfinete Galeria, brasília, brazil
Indicado ao Prêmio PIPA 2018 PIPA Prize 2018 Nominee
lolivieri.com lolivieri.com

Bacharel em Artes Visuais, Mestre em


Poéticas Contemporâneas e doutoran-
do em Métodos e Processos em Arte
pelo PPG-UnB, Luiz Olivieri trabalha
com arte sonora, videoarte e escultura,
utilizando essas linguagens para criar
experiências sensoriais. Suas obras se
dão com a transposição e a amplificação
de espaços e buscam provocar resso-
nâncias nas fronteiras espaço-corpo, re-
configurações do cotidiano. É também
artista-pesquisador integrante do gru-
po de pesquisa “vaga-mundo: poéticas
nômades”. Em 2017, realizou a exposi-
ção individual “Espaço Ressonante”, na Antena de Altitudes, 2015, vídeo, 4’08’’
Alfinete Galeria, em Brasília. Altitude Antenna, 2015, video, 4’08’’

Bachelor’s degree in Visual Arts, Mas- Escuta, 2015, objeto sonoro interativo,
ter’s degree in Contemporary Poetics and 30 x 20 x 50 cm
Doctorate in Methods and Processes in Escuta, 2015, interactive sound object,
Art by PPG-UnB, Luiz Olivieri works 30 x 20 x 50 cm
with sound art, video art and sculpture,
using this languages to create sensory
experiences. His works get along with
transposition and spaces amplification
and try to provoke echoes at the space-
body boundaries, daily reconfigurations.
Also a researcher-artist member of the
research group “vaga-mundo: poéticas
Caixa nº 1 (espaço ressonante), 2017, escultura sonora imersiva, 150 x 120 x 60 cm nômades”. In 2017, performed the indi-
Caixa nº 1 (Resonant Space), 2017, immersive sound sculpture, 150 x 120 x 60 cm vidual exhibition “Espaço Ressonante”,
at the Alfinete Galeria, in Brasilia.

154 premiopipa.com pipaprize.com 155


Luiz Roque
Cachoeira do Sul, RS, 1979 | Vive e trabalha em São Paulo, SP Cachoeira do Sul, Brazil, 1979 | Lives and works in São Paulo, Brazil
Mendes Wood DM, são paulo, sp Mendes Wood DM, são paulo, brazil
Indicado ao Prêmio PIPA 2014, 2015, 2016 e 2018 PIPA Prize 2014, 2015, 2016 and 2018 Nominee

Luiz Roque é um artista visual que tra-


balha com fotografia, escultura, filme
e vídeo. “Interessado na plasticidade
da imagem, sua superfície e potencial
icônico, o artista frequentemente uti-
liza tecnologias analógicas para so-
brepor camadas de tempo”, escreve o
curador Bernardo de Souza. Entre suas
exposições individuais mais recentes,
destacam-se: “HEAVEN” (Tramway,
Glasgow, 2017); “The Modern Years”
(Mendes Wood DM, Bruxelas, 2017)
e “Ancestral” (CCSP, São Paulo, 2016).
Também participou de coletivas na-
cionais e internacionais como: “Aveni-
da Paulista” (MASP, São Paulo, 2017);
32ª Bienal de São Paulo (2016); “Mark
Leckey: Containers and Their Drivers”
(MoMA PS1, Nova York, 2016), e 9ª Bie-
nal do Mercosul (Porto Alegre, 2009).

Luiz Roque is a visual artist that works


with photography, sculpture, film and
video. “Interested in the plasticity of the Rio de Janeiro, 2017, 16mm transferido para vídeo
image, its surface and iconic potential, Rio de Janeiro, 2017, 16mm film transferred to video
the artist often uses analogue technolo-
gies to superimpose layers of time on his
films”, writes the curator Bernardo de
Souza. Recent solo exhibitions include:
“HEAVEN” (Tramway, Glasgow, 2017);
“The Modern Years” (Mendes Wood DM,
Brussels, 2017) e “Ancestral” (CCSP, São
Paulo, 2016). He has also participated in
national and international group shows,
such as: “Avenida Paulista” (MASP, São
Paulo, 2017); 32nd São Paulo Biennial
(2016); “Mark Leckey: Containers and
Their Drivers” (MoMA PS1, New York,
2016), and 9th Mercosul Biennial (Porto
Alegre, Brazil, 2009).

156 premiopipa.com pipaprize.com 157


Manoela Medeiros
Rio de Janeiro, RJ, 1991 | Vive e trabalha no Rio de Janeiro, RJ Rio de Janeiro, Brazil, 1991 | Lives and works in Rio de Janeiro, Brazil
Indicada ao Prêmio PIPA 2018 PIPA Prize 2018 Nominee
manoelamedeiros.com manoelamedeiros.com

Em sua pesquisa, Manoela Medeiros


utiliza diferentes mídias, essencial-
mente: escultura, pintura e instalações.
Já apresentou seu trabalho na Galeria
Thaddaeus Ropac (Paris), Fundação
Iberê Camargo (Porto Alegre), Fortes
D’Aloia & Gabriel (São Paulo), Caixa
Cultural (Rio de Janeiro), Le Beffroi
(Paris) entre outros. Dentre suas expo-
sições individuais recentes destacam- Nature Morte (Natureza Morta), 2017,
-se “Poeira Varrida” na galeria Fortes concreto, pigmento e gesso, dimensões
D’Aloia & Gabriel (São Paulo, Brasil), variáveis
2017 e “Falling Walls” Double V Gallery Still Life, 2017, concrete, pigment and plaster,
(Marselha, França), 2017. variable dimensions

In her research, Manoela Medeiros uses Poeira Varrida, 2017, Declíve, Fronteira
different medias, essentially: sculpture, e Território, vista da exposição na Fortes
painting and installations. Manoela D’Aloia & Gabriel
has already presented her work at the Swept Dust, 2017, Declíve, Border and
Thaddaeus Ropac Gallery (Paris), Iberê Territory, exhibition view at Fortes D’Aloia &
Camargo Foundation (Porto Alegre), Deslocamento de Espaço, 2016, fragmentos de parede e gesso, dimensões variáveis
Gabriel
Fortes D’Aloia & Gabriel (São Paulo), Space Displacement, 2016, wall fragments and plaster, variable dimensions
Caixa Cultural (Rio de Janeiro), Le Bef-
froi (Paris) and others. Her recent solo Indício de Paisagem, 2015, escavação, dimensões variáveis
exhibitions include “Poeira Varrida” at Landscape Clue, 2015, excavation, variable dimensions
Fortes D’Aloia & Gabriel (São Paulo,
Brazil), 2017 and “Falling Walls” Double
V Gallery (Marseille, France), 2017.

158 premiopipa.com pipaprize.com 159


Marcia Thompson
Rio de Janeiro, RJ, 1968 | Vive e trabalha em Londres, Inglaterra Rio de Janeiro, Brazil, 1968 | Lives and works in London, England
Mercedes Viegas Arte Contemporânea, rio de janeiro, rj; e Janaina Torres Galeria, são paulo, sp Mercedes Viegas Arte Contemporânea, rio de janeiro; e Janaina Torres Galeria, são paulo, brazil
Indicada ao Prêmio PIPA 2018 PIPA Prize 2018 Nominee
marciathompson.com marciathompson.com

As pinturas de Marcia Thompson são


fundamentadas na expansão. A cor por
si mesma é encenada como um evento.
Somos confrontados com corpos de cor
com linho no meio. A tinta se torna
pele, se torna carne. O ponto central da
poética de Marcia Thompson é instau-
rar um grau zero da pintura, restando
como que somente um DNA da pintura.

Marcia Thompson’s paintings are pre-


dicated on expansion. The color itself is Sem título, 2016, jornal em caixa de acrílico,
staged as an event. We are confronted 2x (10 x 10 x 10 cm)
with bodies of color with a canvas core. Untitled, 2016, newspaper in acrylic box,
The paint turns into skin, becomes flesh. 2x (10 x 10 x 10 cm)
The central point of Marcia Thompson’s
poetic is to establish a zero-degree of Sem título, 2014, pintura a óleo em caixa
painting, what remains is nothing more de acrilico, 26 x 25 x 21 cm
than a DNA of the painting. Untitled, 2014, oil painting and acrylic box,
26 x 25 x 21 cm

Sem título, 2017, pintura a óleo em vaso, 32 x 13 ø cm


Untitled, 2017, oil painting and glass vase, 32 x 13 ø cm

Sem título, 2015, óleo sobre linho, 26 x 26 x 11 cm


Untitled, 2015, oil on linen, 26 x 26 x 11 cm

160 premiopipa.com pipaprize.com 161


Marcone Moreira
Pio XII, MA, 1982 | Vive e trabalha em Belo Horizonte, MG Pio XII, Brazil, 1982 | Lives and works in Belo Horizonte, Brazil
Periscópio Arte Contemporânea, belo horizonte, mg Periscópio Arte Contemporânea, belo horizonte, brazil
Indicado ao Prêmio PIPA 2012, 2013, 2014, 2016 e 2018 PIPA Prize 2012, 2013, 2014, 2016 and 2018 Nominee

Tabuleiro, 2016, tabuleiros de jogos,


dimensões variáveis. Foto Mário Grisolli
Tabuleiro [Game Board], 2016, game board,
variable dimensions. Photo Mário Grisolli

Visualidade ambulante, 2016, isopores


revestidos com fitas adesivas, Paço Imperial,
Rio de Janeiro, RJ, dimensões variáveis.
Foto Mário Grisolli
Visualidade ambulante [Street-Vendor
Look], 2016, Styrofoam boxes covered with
adhesive tape, Paço Imperial, Rio de Janeiro,
Brazil, variable dimensions. Photo Mário
Grisolli

Iniciou suas experimentações artísticas


no final dos anos 90. A partir de então,
participou de diversas exposições pelo
país e no exterior. Sua obra abrange
várias linguagens, como a produção de
pinturas, esculturas, vídeos, objetos,
fotografias e instalações. Seu trabalho
está relacionado à memória de materiais
gastos e impregnados de significados
culturalmente construídos, desenvol-
vendo uma metodologia de trabalho em
que interessa a apropriação, o desloca-
mento e a troca simbólica de materiais.

Marcone Moreira began his artistic ex-


perimentations in the late 1990s. Since
then, he participated in a number of
exhibitions in Brazil and abroad. His
Sem título, 2016, Conjunto de trabalhos feitos com apropriação de madeiras de carroceria e oeuvre encompasses various artistic
embarcação, dimensões variáveis. Foto Mário Grisolli languages, such as painting, sculpture,
Untitled, 2016, Set of artworks made with the appropriation of truck sideboards and wood from video, objects, photography and install-
boats, variable dimensions. Photo Mário Grisolli ation. His work is related to the memory
of used materials, imbued with cultur-
Série Expansão, 2016, estrutura de embarcação, dimensões variáveis. Foto Mário Grisolli ally constructed meanings, developing
Série Expansão [Expansion series], 2016, boat structure, variable dimensions. a work method based on appropriation,
Photo Mário Grisolli displacement and the symbolic exchange
of materials.

162 premiopipa.com pipaprize.com 163


Maria Laet
Rio de Janeiro, RJ, 1982 | Vive e trabalha no Rio de Janeiro, RJ Rio de Janeiro, Brazil, 1982 | Lives and works in Rio de Janeiro, Brazil
A Gentil Carioca, rio de janeiro, rj; 3 + 1 arte contemporânea, lisboa; e Galeria Marilia Razuk, são paulo, sp A Gentil Carioca, rio de janeiro, brazil; 3 + 1 arte contemporânea, lisboa, portugal; and Galeria Marilia Razuk, são paulo, brazil
Indicada ao Prêmio PIPA 2010, 2011, 2012, 2016, 2017 e 2018 PIPA Prize 2010, 2011, 2012, 2016, 2017 and 2018 Nominee
marialaet.com marialaet.com

“A obra de Maria Laet propõe uma sus-


pensão no tempo. Somos levados para
um estado de suavidade e delicadeza que
em muitos momentos nos parece estar
faltando em nossas vidas. Diante de um
acúmulo frenético de informações que
cada vez se tornam mais disponíveis, a
obra de Laet nos encaminha para as sin-
gelezas do mundo. A escala do mundo
inverte-se: voltamos para aquilo que era
dado como supostamente imperceptí-
vel, menor ou desprezível. Costurar a
areia da praia ou a neve, criar um estado
de hipnose no espectador ao ponto dele
emocionar-se com o ritmo lírico do leite
escorrendo por uma pequena fresta na
calçada ou ainda atentar ao movimento
e ao som da maré são atributos da deli-
cadeza e desse regime anti-espetaculoso
que Laet promove”.
Trecho de texto curatorial por Felipe Scovino.

“Maria Laet’s work suggests a suspen- Sem título (Casa), 2013-2018, fotogravura
sion in time. We’re taken to a smoothness sobre papel de algodão, 98,5 x 65,5 cm
and finesse that in many moments seems Untitled (Home), 2013-2018, photogravure
to us to be missing in our lives. Before a on cotton paper, 98,5 x 65,5 cm
frenetic information pile that each time
becomes more available, Laet’s work Sobre o que não se contém, 2013,
drives us to the world’s simplicities. The papel sobre tinta, 100 x 70 cm
world’s scale turns over: we get back to Sobre o que não se contém, 2013,
what was given as supposedly impercept- paper on paint, 100 x 70 cm
ible, tiny or despicable. To sew the beach
sand or the snow, to create a hypnotic
state in the spectator to the point where
he’s touched by the lyric rhythm of the
milk flowing through a little interstice at
the sidewalk or even to pay attention to
the movement and the sound of the tide
are traits of the delicacy and anti-spec-
Neblina, 2014, impressão a jato de tinta sobre papel algodão, 106 x 160 cm tacle method that Laet promotes.”
Neblina, 2014, inkjet printing on cotton paper, 106 x 160 cm Curatorial text by Felipe Scovino.

Leito (-22.9617723,-43.2176653 -04), 2013, vídeo, 3’50”


Leito (-22.9617723,-43.2176653 -04), 2013, video, 3’50”

164 premiopipa.com pipaprize.com 165


Maria Noujaim
Rio de Janeiro, RJ, 1986 | Vive e trabalha no Rio de Janeiro, RJ Rio de Janeiro, Brazil, 1986 | Lives and works in Rio de Janeiro, Brazil
Galeria Jaqueline Martins, são paulo, sp Galeria Jaqueline Martins, são paulo, brazil
Indicada ao Prêmio PIPA 2018 PIPA Prize 2018 Nominee

Ideograma, 2018, documentação


de Performance
Ideogram, 2018, performance documentation

Linguagem nenhuma, 2018, documentação


de performance
None Language, 2018, performance
documentation

Palíndromo, 2018, documentação Sem título#1, da série “Registro Vertigem, A artista comenta sobre seu trabalho: “o The artist comments on her work: “the
de performance Gagueira, Repetição”, 2016, impressão interesse mais amplo que move o traba- broader interest that drives the work is
Palindrome, 2018, performance fotográfica em papel algodão, 90 x 64 cm lho é a coincidência entre desenho e lin- the coincidence between drawing and
documentation No title#1, from the series “Register Vertigo, guagem. Essa questão é infinita, encon- language. This question is infinite; it is
Stuttering, Repetition”, 2016, photographic tra-se na poesia, na retórica clássica, na found in poetry, in classical rhetoric, in
impression on cotton paper, 90 x 64 cm morfologia de Goethe, nos jogos de lin- Goethe’s morphology, in Wittgenstein’s
guagem de Wittgenstein, etc. No caso language games, and so on. In the case of
das minhas investigações particulares, my private investigations, there is an in-
há um interesse na linguagem gestual, terest in sign language, possibly the signs
eventualmente dos sinais de comunida- of deaf communities, as well as signs
des surdas, além de sinais criados por created by me. In this process, I seek to
mim. Neste processo, eu vou buscando refine these relationships between form,
refinar estas relações entre forma, lin- language and metrics”.
guagem e métrica”.

166 premiopipa.com pipaprize.com 167


Maura Grimaldi
São Paulo, SP, 1988 | Vive e trabalha em Lisboa, Portugal São Paulo, Brazil, 1988 | Lives and works in Lisbon, Portugal
Indicada ao Prêmio PIPA 2018 PIPA Prize 2018 Nominee
mauragrimaldi.com mauragrimaldi.com

Nascida em São Paulo, Maura Grimaldi Micro Centro de Estudos em Projeções


mantém um trabalho como pesquisa- – Lanterna ótica, 2016, madeira, lentes, e
dora e artista, abordando assuntos rela- alumínio, sistema de ventilação e iluminação
cionados à fantasmagoria, ao invisível, através de led, 20 x 15 x 20 cm Ronda – Parte 1 (com Flora Leite), 2015,
às tecnologias obsoletas, e aos disposi- Micro Centro de Estudos em Projeções fotografia 120mm a partir do projeto “Ronda
tivos que nos remetem a experiências – Lanterna ótica, 2016, wood, lenses, and – Parte 1”, que tratou-se da construção de um
imersivas e contemplativas (panoramas, aluminium, ventilation system and led light, farol e seu deslocamento para uma cadeia de
câmaras escuras, lanterna mágica, e ou- 20 x 15 x 20 cm montanhas em Minas Gerais, dimensões variáveis
tros aparatos óticos) para refletir sobre Ronda - Parte 1 (with Flora Leite), 2015,
uma concepção ampla de imagem. Micro Centro de Estudos em Projeções – 120mm photography from the project “Ronda
Apresentação Cavernas óticas, 2016, aula- – Parte 1”, about a beacon construction and
Born in São Paulo, Maura Grimaldi performance, apresentação do slide-show e it’s displacement to a mountain range in
works as both an artist and researcher, leitura do livreto Cavernas Óticas Minas Gerais, variable dimensions
investigating subjects linked to phant- Micro Centro de Estudos em Projeções
asmagoria, the invisible and obsolete – Apresentação Cavernas óticas, 2016, Aparições: Painel de controle / Documentos
photographic technologies, as well as performance-class, slide-show presentation / Morel / Abadiânia, 2015, construção de
devices that allow immersive, contem- and “Cavernas Óticas” book reading painel de controle para três projetores e
plative experiences (panoramas, dark- sistema de reprodução de imagens em
rooms, magic lanterns and other optical dispositivos, dimensões variáveis
devices) in order to propose a broadened, Aparições: Painel de controle /
comprehensive concept of image. Documentos / Morel / Abadiânia, 2015,
construction of control panel for three
projectors and reproduction system for
images in devices, variable dimensions
168 premiopipa.com pipaprize.com 169
Mercedes Lachmann
Rio de Janeiro, RJ, 1964 | Vive e trabalha no Rio de Janeiro, RJ Rio de Janeiro, Brazil, 1964 | Lives and works in Rio de Janeiro, Brazil
Indicada ao Prêmio PIPA 2018 PIPA Prize 2018 Nominee
mercedeslachmann.com mercedeslachmann.com

Sua pesquisa se dá primordialmente no Boca, 2017, Sacos plásticos, ar e água, Área de Emergência, 2014, casco de
campo da escultura e da instalação em dimensões variáveis madeira de um barco naufragado, 40
grandes dimensões. O processo de cria- Boca, 2017, Plastic bags, air and water, toneladas de restolho, 1000 x 320 x 240 cm,
ção acontece a partir das relações entre variable dimensions foto Luciana Whitaker
as especificidades do lugar, as formas e Área de Emergência, 2014, wooden hull of a
os materiais que se apresentam. O dese- Manto, 2013, sistema de sisal, tinta branca, sunken ship, 40 tons of stubble,
jo da artista é ativar o espaço e o corpo estrutura de ferro, 640 x 750 cm (base) 1000 x 320 x 240 cm, photo Luciana Whitaker
dos espectadores simultaneamente. A x 400 x 500 cm (topo)
água tem sido um material recorrente Manto, 2013, sisal system, white paint, iron
na minha poética, remetendo a questões structure, 640 x 750 cm (base) x 400
como a efemeridade da vida, a tensão x 500 cm (top)
entre o que permanece e o que desapa-
rece, e as transformações da matéria.

Her research occurs primarily in the field


of sculpture and large-scale installation.
The work is developed from the relations
between the specificities of the place, the
forms and the materials available. The
artist’s desire is to activate the space
and the body of the spectators simul-
taneously. Water has been a recurrent
material in my poetics, referring to sub-
jects such as the ephemerality of life, the
tension between what remains and what
disappears, and the transformation of

170 premiopipa.com pipaprize.com 171


Paula Krause
Canela, RS, 1977 | Vive e trabalha em Canela, RS Canela, Brazil, 1977 | Lives and works in Canela, Brazil
Indicada ao Prêmio PIPA 2016 e 2018 PIPA Prize 2016 and 2018 Nominee

There’s is a crack in everything There’s is a crack in everything “Paula’s voice”, 2018, fotografia
That’s how the light gets in That’s how the light gets in “Paula’s voice”, 2018, photography

Me vi em um espelho. Vi meu rosto, mi- I saw myself in a mirror. My face, my fig-


nha figura. Não me reconheci. ure. I didn’t recognize.
Minha imagem, um vulto perdido atra- My image, a shadow lost through a
vés de um vidro embaçado, era uma lem- blurred glass, was a memory, a reminder
brança, uma memória que se desfazia no which would dissolve in time and mix
Paula’s voice, 2018, fotografia tempo e se misturava com o ambiente, o with the environment, the anterior, the
Paula’s voice, 2018, photography anterior, o posterior, o interno, o externo. ulterior, the internal, the external. Flesh,
Flesh, blood, wood. Fogo. Silêncio. Meus blood, wood. Fire. Silence. My bones were
Mato, da série Paula’s voice, 2018, fotografia ossos eram agora feitos da mesma estru- now made of the same structure stained
Mato, from the series Paula’s voice, 2018, photography tura das paredes marcadas pelo tempo, by time, and would grit. My tongue
e rangiam. Minha língua dançava entre danced between my jaws, sliding through
minhas mandíbulas, deslizando pelos my teeth, feeling the taste of wood.
dentes, sentindo o gosto da madeira. I found, in the middle of the stains and
Encontrei, entre as manchas e traços que traces which compose me, a dark, black
me compunham, um buraco, escuro, ne- hole. With the impulse of my glance, I
gro. Com o impulso de meu olhar, pro- projected a dive into myself. I smelled
jetei um mergulho para dentro de mim the dirt, the dark wet green of my flesh.
mesma. Senti o cheiro da terra, do verde A light was coming through a grimy
escuro e úmido de minha carne. Uma luz window, lightening trees, grass, bushes.
entrava por uma janela suja, iluminando It was like the sun of a just born day.
as árvores, a grama, o mato. Era como o Sounds, cracks, awakening life. Ants.
sol de um dia recém amanhecido. Sons, Enlightened, my skin turned to a pink or-
estalos, a vida acordando. Formigas. ange tone. I walked through the woods,
Iluminada, minha pele ganhou um tom felt my hands touching slightly the fresh
rosa-alaranjado. Caminhei pela mata, air. I freeze and saw my naked body,
senti minha mãos tocando levemente o alive, moving towards me. I touched my
ar fresco. Parei e vi meu corpo, nu, vivo, exposed flesh, penetrated the dark hole. I
se movimentando em minha direção. got out of myself.
Toquei a carne exposta, penetrei o bu-
raco escuro. Saí de mim.
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Paulo Meira
Arcoverde, PE, 1966 | Vive e trabalha em Recife, PE Arcoverde, Brazil, 1966 | Lives and works in Recife, Brazil
Amparo 60, recife, pe Amparo 60, recife, brazil
Indicado ao Prêmio PIPA 2013, 2016 e 2018 PIPA Prize 2013, 2016 and 2018 Nominee

Explorar o universo radiofônico no Exploring the radiophonic universe mensagens sonoras, 2016, frame do vídeo,
campo das artes visuais vem sendo, in the visual arts field has been, in the vídeo instalação, vídeo projeção, torre de
nos últimos três anos, um dos prin- last three years, one of the main artific madeira, orelhas de gesso e transmissão de
cipais agenciadores das minhas ações in my artistic actions. The pursuit of rádios, MAMAM, Recife, PE
artísticas. A busca de uma experiência an aesthetic experience that activates mensagens sonoras, 2016, video frame,
estética ativadora de uma percepção an expanded perception, not centered video installation, video projection, wood
ampliada, não centrada na recepção vi- in the visual reception of the work, but tower, plaster ears and radio transmissions,
sual da obra, mas também, amplificada also, amplified by the awakening of other MAMAM, Recife, Brazil
pelo despertar de outros sentidos, me senses, took me initially to the experi-
levou, inicialmente, ao uso experimen- mental use of radio transmission at an Rádio Catimbó, 2016-2018, rádio escultura,
tal de rádio transmissão em uma vídeo video installation in 2013, at the artistic aço e alumínio, 30 x 5 x 5 m, estúdio de
instalação no ano de 2013 na residência residency “Poemas aos homens do nosso gravação e transmissão com raio de alcance
artística “Poemas aos homens do nosso tempo”, Campinas, Brazil. Since then de 10km, Usina de Arte, Água Preta, PE
tempo”, Campinas, SP. Desde então, me I got involved with researcher’s ideas Rádio Catimbó, 2016-2018, radio sculpture,
envolvi com ideias de pesquisadores que that investigate a post-midiatic aesthet- steel and aluminum, 30 x 5 x 5 m, recording
esboçam uma estética pós-midiática ics that announces of a new era for the and radio transmission studio within 10 km
anunciadora de uma nova época do ou- listening, as well as a “listening culture”, radius, art Power plant, Água Preta, Brazil
vir, bem como de uma “cultura do ou- different from the “visual culture” with
A.N.D.A., 2017, frame do vídeo, 12’ vir”, diferente da “cultura visual” com it’s naturally shorter timing and much
A.N.D.A., 2017, video frame, 12’ seu tempo naturalmente mais curto e faster than the audio flow timing.
muito mais veloz do que o tempo do flu-
Ouvidoria, 2018, escultura, madeira, xo auditivo.
aço e gesso esmaltado
Ouvidoria, 2018, sculpture, wood, steel and
enamelled plaster

174 premiopipa.com pipaprize.com 175


Pedro França
Rio de Janeiro, RJ, 1984 | Vive e trabalha em São Paulo, SP Rio de Janeiro, Brazil, 1984 | Lives and works in São Paulo, Brazil
Indicado ao Prêmio PIPA 2016, 2017 e 2018 PIPA Prize 2016, 2017 and 2018 Nominee

Pedro França é artista e membro da Cia Archichroma (detalhe) 2017, Trienal Frestas,
teatral Ueinzz. Desde 2011, tem traba- Sorocaba, SP
lhado com desenhos, colagens, filmes Archichroma (detail), 2017, Frestas Triennial,
e instalações, tendo feito exposições Sorocaba, Brazil
individuais e coletivas como “Trienal
Frestas” (2017); “Rumos Itaú Cultural” Eclipse, 2017, Jacarandá, Rio de Janeiro, RJ
(2015); “Strip” (Fredric Snitzer Gallery, Eclipse, 2017, Jacarandá, Rio de Janeiro, Brazil
EUA, 2015); “Objeto da Natureza” (Paço
das Artes, 2014); “É preciso confrontar as Environ, 2017, Galeria Fortes Vilaça, São Paulo, SP
imagens vagas com gestos claros” (Ofici- Environ, 2017, Galeria Fortes Vilaça, São Paulo, Brazil
na Oswald de Andrade, 2012).

Pedro França is an artist and member


of Cia teatral Ueinzz. Since 2011, the
artist has worked with drawing, col-
lage, installations and films, and has
participated in several national and
international shows, such as: “Trienal
Frestas” (Brazil, 2017); “Rumos Itaú
Cultural” (Brazil, 2015); “Strip” (Fredric
Snitzer Gallery, USA, 2015); “Objeto da
Natureza” (Paço das Artes, Brazil, 2014);
“É preciso confrontar as imagens vagas
com gestos claros” (Oficina Oswald de
Andrade, Brazil, 2012).
176 premiopipa.com pipaprize.com 177
Rafael Adorján
Rio de Janeiro, RJ, 1982 | Vive e trabalha em Rio de Janeiro, RJ Rafael Adorján
Galeria da Gávea, rio de janeiro, rj Rio de Janeiro, Brazil, 1982 | Lives and works in Rio de Janeiro, Brazil
Indicado ao Prêmio PIPA 2018 Galeria da Gávea, rio de janeiro, brazil
rafaeladorjan.com PIPA Prize 2018 Nominee
rafaeladorjan.com

Fotógrafo e artista visual, o artista cur- RELIGARE, 2014, 30 x 45 cm MSV432, 2017, 95 x 120 cm
sou Licenciatura em Educação Artística RELIGARE, 2014, 30 x 45 cm MSV432, 2017, 95 x 120 cm
e Mestrado em Artes, ambos pela UERJ.
Sua produção é voltada para experi- Desdidática, 2018, 75 x 50 cm
mentações relacionadas à questão do Desdidática, 2018, 75 x 50 cm
suporte no campo da imagem, sobretu-
do a impressa. Publicações independen-
tes e livros-objetos destacam-se dentro
de sua pesquisa, voltada para a criação
de narrativas a partir de jornadas que
abrangem períodos de imersão e convi-
vência em lugares determinados.

Photographer and visual artist, the artists


holds a License’s Degree in Artistic edu-
cation and Master’s Degree in Arts, both
by UERJ. His production is about experi-
ments related to question the support sub-
ject in the image field, specially printing.
Independent publishing and object-books
stand-out in his research, that focus on
the creation of narratives from journeys
that embrace periods of immersion and
coexisting in determined places.
178 premiopipa.com pipaprize.com 179
Rafael Alonso
Niterói, RJ, 1983 | Vive e trabalha no Rio de Janeiro, RJ Rafael Alonso
Galeria Millan, são paulo, sp; e A Gentil Carioca, rio de janeiro, rj Niterói, Brazil, 1983 | Lives and works in Rio de Janeiro, Brazil
Indicado ao Prêmio PIPA 2018 Galeria Millan, são paulo; and A Gentil Carioca, rio de janeiro, brazil
rafaelalonso.net PIPA Prize 2018 Nominee
rafaelalonso.net

É graduado em Pintura e atualmente


é doutorando em Linguagens Visuais
pela Escola de Belas Artes da UFRJ. Em
Don’t You (Forget about Me), 2017, suas obras propõe negociações entre seu
impressão digital sobre papel, cotidiano e sua prática artística - in-
130 x 100 cm cada vestiga as possibilidades de articulação
Don’t You (Forget about Me), 2017, entre a experiência do dia-a-dia e a pin-
digital printing on paper, 130 x 100 cm each tura. Alonso experimenta campos de
atuação para a cor, para a forma e para
Hypervenon Liquid Diamond, 2015, o gesto ao mesmo tempo em que não re-
acrílica sobre compensado, 120 x 120 cm tira a pintura do seu modelo crítico de
Hypervenon Liquid Diamond, 2015, refletir sobre o seu tempo e lugar.
acrylic on plywood, 120 x 120 cm
Rafael Alonso has a BFA in Painting and
is currently pursuing a PhD in Visual
Languages at the School of Fine Arts
of UFRJ, Rio de Janeiro, Brazil. In his
works, he proposes negotiations between
his daily life and his artistic practice –
investigates the possibilities of articula-
tion between day-to-day experience and
painting. Alonso experience fields of ac-
tion for colour, shape and gesture at the
same time in which he does not remove
the painting from his critical model of Lone Sunset Rival, 2015, acrílica sobre compensado, 70 x 50 cm
reflecting on his time and place. Lone Sunset Rival, 2015, acrylic on plywood, 70 x 50 cm

Escolinha, 2017, acrílica sobre compensado, dimensões variadas


Escolinha, 2017, acrylic on plywood, variable dimensions

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Rafael RG
Guarulhos, SP, 1986 | Vive e trabalha entre Belo Horizonte, MG; e Salvador, BA Guarulhos, Brazil, 1986 | Lives and works between Belo Horizonte and Salvador, Brazil
Sé Galeria, são paulo, sp; e Periscópio Arte Contemporânea, São Paulo, SP Sé Galeria, and Periscópio Arte Contemporânea, São Paulo, brazil
Indicado ao Prêmio PIPA 2012, 2015 e 2018 PIPA Prize 2012, 2015 and 2018 Nominee
cargocollective.com/rafaelrg cargocollective.com/rafaelrg

Rafael RG é artista visual e escritor. Re-


lações afetivas e sexuais e suas implica-
ções políticas, as formas de representa-
ção do amor na literatura e nas artes e
questões de identidade racial tem sido
suas áreas de interesse atuais. Essas
pesquisas geralmente se desdobram em
workshops, instalações, textos perfor-
mativos, publicações e objetos. RG cos-
tuma trazer duas fontes para constru-
ção de seus trabalhos: uma documental
e outra afetiva, em geral por meio do
uso de documentos garimpados em ar-
quivos institucionais ou pessoais asso-
ciados a narrativas que podem envolver
sua pessoa ou um alter ego.

Rafael RG is a visual artist and writer.


His practice focuses on sexual and af-
fective relationships and their political
implications, and also racial identity Estamos calmamente esperando pelo desaparecimento do que designamos nós, a história
issues. His researches are usually trans- de nós dois, 2016, performance. Foto Miguel Aun
formed into workshops, installations, We Are Quietly Waiting for the Disappearance of what we call ‘us’, the Story of the Two of
performative texts, publications and Us, 2016, performance. Photo Miguel Aun
objects. RG tends to bring together two
sources to construct his works: one doc- Confisco, 2012, o trabalho é composto pela exibição de 3 cardenetas de poupança e a quantia
umental and the other affective. In gen- aproximada de 150 mil Cruzados/Cruzeiros novos, e de um poster com imagens e depoimentos
eral, his materials are documents collec- de pessoas que tiveram os bens pessoais confiscados.
ted in institutional or personal archives Confisco [Confiscation], 2012, the work consists of the exhibition of 3 savings books and the
associated with narratives that might approximate amount of 150,000 NCZ $/ CZ$, and a poster with images and testimonials of
involve his own person or an alter ego. people who have had personal property confiscated

Il Guarany, 2017, Performance e Capa (fac-smilar), partitura original da ópera “O Guarany”


de Carlos Gomes e flechas de madeira.
Il Guarany, 2017, Performance and Cover (fac-smilar), “O Guarany” Carlos Gomes Opera’s
original partiture and wooden arrows.

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Randolpho Lamonier
Contagem, MG, 1988 | Vive e trabalha em Belo Horizonte, MG Contagem, Brazil, 1988 | Lives and works in Belo Horizonte, Brazil
Periscópio Arte Contemporânea, São Paulo, sp Periscópio Arte Contemporânea, São Paulo, brazil
Indicado ao Prêmio PIPA 2018 PIPA Prize 2018 Nominee
randolpholamonier.com randolpholamonier.com

Entre a periferia industrial de sua ci-


dade natal, Contagem, e os grandes
centros urbanos, Randolpho Lamonier
desenvolve sua pesquisa visual a partir
de diversas mídias e processos, num
acúmulo de signos e gestos que refle-
tem sobre a urgência na construção de
identidades individuais e coletivas. Nos
cruzamentos entre a vida íntima e os as-
suntos de ordem pública, se define uma
articulação entre micro e macro polí-
tica, um estado constante de reflexão e
insurgência que faz presente no menor
dos gestos uma postura crítica sobre o
estado de normalidade.

From the industrial suburbs of his ho-


metown to major cities, Randolpho La-
monier develops his visual research us-
ing many different media and processes.
His work brings together an accumula-
tion of elements and gestures which re-
flect upon the construction of individual
and collective identities. The interleaving
between intimacy and public matters ar-
ticulates the micro and macro politics, a
continuous state of reflection and insur-
gency. Even the tiniest gesture depicted
in these works reveals a critical percep-
tion about the state of normality.

Vigília (detalhe), 2017, instalação, fotografias, lâmpadas, jornais, objetos, 12 x 2 m aprox.


Vigília [Vigil] (detail), 2017, installation, photographies, fluorescent lamps, newspapers and
objects, 12 x 2 m approx.

Série Profecias, 2018, costura e bordado em tecido, 155 x 185 cm


Prophecies series, 2018, sewing and embroidery on fabric, 155 x 185 cm

Uma promessa, 2018, instalação, tecidos, espuma e lã, 10 x 6 m aprox.


Uma promessa [A promise], 2018, installation, fabric, synthetic foam and wool, 10 x 6 m approx.

Diários em combustão, 2013, fotografia 35mm, 60 x 40 cm


Diários em combustão [Burning Diaries], 2013, 35mm photography, 60 x 40 cm

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Raquel Nava
Brasília, DF, 1981 | Vive e trabalha em Brasília, DF Brasília, Brazil, 1981 | Lives and works in Brasília, Brazil
Portas Vilaseca galeria, rio de janeiro, rj; e Alfinete Galeria, brasília, df Portas Vilaseca galeria, rio de janeiro; and Alfinete Galeria, brasília, brazil
Indicada ao Prêmio PIPA 2018 PIPA Prize 2018
raquelnava.net raquelnava.net

Escombro, 2016, porquinho-da-índia A medida de todas as coisas #1, 2015, Raquel Nava investiga o ciclo da matéria Raquel Nava investigates the cycle of or-
taxidermizado e resto de entulho, 32 x 17 x 10 cm impressão fotográfica sobre papel algodão, orgânica e inorgânica em relação aos de- ganic and inorganic matter in relation
Rubble, 2016, taxidermied guinea pig and 100 x 143 cm sejos e hábitos culturais, usando taxider- to cultural desires and habits. She uses
rubble, 32 x 17 x 10 cm The Measurement of All Things #1, 2015, mia e restos biológicos de animais justa- taxidermy and the biological remains of
photo print on cotton paper, 100 x 143 cm postos à materiais industrializados em animals juxtaposed with industrialized
Tripas, série Besta fera pop fauna, 2016- suas instalações, objetos e fotografias. A materials in her installations, objects
2017, ossos de cachorro, tripa, porcelana variação cromática com a qual trabalha and photographs, where the chromatic
fria, massinha caseira, lã e passarinho nos objetos e fotografias se aproxima da variation she works with approaches the
taxidermizado, 86 x 19 x 19 cm paleta utilizada na sua produção de pin- palette used in her production of paint-
Guts, Besta Fera pop fauna series, 2016-2017, tura. A diversidade de sua produção está ings. The diversity present in her produc-
dog bones, gut, cold porcelain, homemade nos experimentos com técnicas e mate- tion comes from her experiments with
dough, wool and taxidermied bird, riais, mas sempre surge uma referência techniques and materials, but there is al-
86 x 19 x 19 cm aos órgãos ou aos organismos. ways a reference to organs or organisms.

A natureza ama esquecer-se #1, 2015,


impressão fotográfica sobre papel algodão,
70 x 47 cm
Nature Loves to Forget #1, 2015, photo print
on cotton paper, 70 x 47 cm

186 premiopipa.com pipaprize.com 187


Raquel Versieux
Belo Horizonte, MG, 1984 | Vive e trabalha em Crato, CE Belo Horizonte, Brazil, 1984 | Lives and works in Crato, Brazil
Athena Contemporânea, Rio de janeiro, rj Athena Contemporânea, Rio de janeiro, brazil
Indicada ao Prêmio PIPA 2015 e 2018 PIPA Prize 2015 and 2018 Nominee
raquelversieux.com raquelversieux.com

Raquel Versieux, artista visual mineira


radicada no cariri cearense, aborda em
sua trajetória a representação da paisa-
gem ou daquilo que por convenção se
chamou natureza. Atuando principal-
mente através da fotografia, da escul-
tura, da escrita e da instalação, a ar-
tista busca mapear afetivamente o que
em seu processo a mesma denominou
“erosão-ereção”, espécie de molécula
conceitual que permite diversas aproxi-
mações ao estado de constante dúvida
da humanidade, de onde viemos e para
onde vamos.

Raquel Versieux, a visual artist from


Minas Gerais based in the Cariri region
of Ceará, approaches in her trajectory
the representation of the landscape or of
what by convention was called nature.
Acting mainly through photography,
sculpture, writing and installation, she
seeks to affectionately map what in her
process she called “erosion-erection”, a
kind of conceptual molecule that allows
various approaches to the state of con-
stant doubt of humanity, where we came
from and where we are going to.

Da série sumidouro olhodágua, 2017 –


presente, fotografia em diapositivo / chrome,
dimensões variáveis
From the series sumidouro olhodágua,
2017 – present, slide / chrome photography,
variable dimensions

188 premiopipa.com pipaprize.com 189


Regina Parra
São Paulo, SP, 1981 | Vive e trabalha em São Paulo, SP São Paulo, Brazil, 1981 | Lives and works in São Paulo, Brazil
Galeria Millan, são paulo, sp Galeria Millan, são paulo, brazil
Indicada ao Prêmio PIPA 2010, 2017 e 2018 PIPA Prize 2010, 2017 and 2018 Nominee

7.536 passos (por uma geografia da


proximidade), 2012, vídeo (frame)
7.536 passos (por uma geografia da
proximidade), 2012, video (frame)
Pintura, vídeo e performance são os Painting, video and performance are the Not waving, 2017, óleo sobre papel,
instrumentos poéticos principais que main poetic media Regina Parra uses to 70 x 50 cm cada
O cansaço, a espera, mesmo o desespero,
Regina Parra usa para abordar pro- address issues like resistance and sub- Not waving, 2017, oil on canvas,
são atitudes do corpo, 2017,
blemas como resistência e subversão. version. Recently, the artist has been in- 70 x 50 cm each
óleo sobre papel
Recentemente, o corpo começou a de- vestigating the body, that has started to
O cansaço, a espera, mesmo o desespero,
sempenhar um papel mais central nas play a more central role in her research Not waving, 2017, óleo sobre papel,
são atitudes do corpo, 2017, oil on canvas
suas pesquisas e preocupações. Ela foca and concerns. She focuses on the social 70 x 50 cm cada
no corpo social das mulheres como um body of women as a place of affirma- Not waving, 2017, oil on canvas,
lugar de afirmação e poder potencial. tion and potential power. At the same 70 x 50 cm each
Mas, ao mesmo tempo, Regina percebe time, Regina perceives human bodies as
o corpo humano como vulnerável e frá- vulnerable and fragile, and works, pre-
gil e trabalha, precisamente, com a pos- cisely, with the possibility of overcoming
sibilidade de superar suas limitações, its constraints, investigating how move-
investigando como movimentos podem ments can be transformed and adapted
ser transformados e adaptados - algo a — something she refers as physical clev-
que ela se refere como sabedoria física erness or malleability.
ou maleabilidade.

190 premiopipa.com pipaprize.com 191


Rodrigo Linhares
Santa Maria, RS, 1977 | Vive e trabalha em São Paulo, SP Santa Maria, Brazil, 1977 | Lives and works in São Paulo, Brazil
Indicado ao Prêmio PIPA 2018 PIPA Prize 2018 Nominee
rodrigo-linhares.com rodrigo-linhares.com

Algorab (retratos) #03, 2017, impressão Formado em Artes Visuais pela Univer- Graduated in Visual Arts from Univer-
digital sobre papel pergamenata, 100 x 70 cm sidade Federal de Santa Maria, Rodri- sidade Federal de Santa Maria, Rodrigo
Algorab (Portraits) #03, 2017, printing on go Linhares transita entre a fotografia, Linhares works mainly with photo-
pergamenata paper, 100 x 70 cm pintura e desenho, pesquisa os limites graphy, painting and drawing and his
discursivos da linguagem visual. Além research concerns the discursive limits
Three Rooms of Melancholy (série 1) #26, das exposições “[DIS]Trópicos” na Fu- of visual language. Besides the exhibi-
2018, nanquim sobre papel algodão, narte SP e “Retrotopias” no espaço in- tions “[DIS]Trópicos” at Funarte SP and
38 x 28 cm dependente edifício Magdalena Laura “Retropias” at the independent space
Three Rooms of Melancholy (Room 1) #26, no centro de São Paulo (2018), das in- Magdalena Laura building at São Paulo
2018, indian ink on cotton paper, 38 x 28 cm dividuais no Museu de Arte de Ribeirão downtown (2018), the solo shows at
Preto (2018), Adelina Galeria (2017) e Museu de Arte de Ribeirão Preto (2018),
Projeto Fidalga (2016), também partici- Adelina Galeria (2017) and Projeto
pou da 8ª edição do Prêmio Diário Con- Fidalga (2016), the artist has also par-
temporâneo de Fotografia no Pará e foi ticipated in the 8th edition of “Prêmio
premiado no 42º SARP – Salão de Arte Diário Contemporâneo de Fotografia
de Ribeirão Preto (2017). no Pará”, and was awarded at the “42º
SARP – Salão de Arte de Ribeirão Preto”
(2017).

Algorab #10, 2017, impressão digital sobre papel algodão, 200 x 140 cm
Algorab #10, 2017, printing on cotton paper, 200 x 140 cm

Algorab, 2017, impressão digital sobre papel 24 folhas de pergamenata, 600 x 240 cm
Algorab, 2017, printing on 24 pergamenata paper leaves, 600 x 240 cm

192 premiopipa.com pipaprize.com 193


Rommulo Vieira Conceição
Salvador, BA, 1968 | Vive e trabalha entre Porto Alegre, RS; e Salvador, BA Salvador, Brazil, 1968 | Lives and works between Porto Alegre and Salvador, Brazil
Galeria Gestual, porto alegre, rs Galeria Gestual, porto alegre, brazil
Indicado ao Prêmio PIPA 2010, 2011 e 2018 PIPA Prize 2010, 2011 and 2018 Nominee
rommulo.com rommulo.com

Artista visual, trabalha com instalação, A Fragilidade dos negócios humanos é


objetos, desenho, fotografia e vídeo. Ex- um espaço de cor incontestável, 2015,
plora a percepção do espaço na contem- instalação, 4 x 3 x 1,9 m Série Tudo que é sólido desmancha no ar,
poraneidade e as relações do homem A Fragilidade dos negócios humanos é 01, 2017, desenho e fotografia,
contemporâneo no espaço. Participou um espaço de cor incontestável, 2015, impressão em aço inox, 130 x 95 cm
de exposições e residências artísticas no installation, 4 x 3 x 1,9 m From the series Tudo que é sólido
Brasil, Argentina, Austrália, Japão, Es- desmancha no ar, 01, 2017, drawing and
tados Unidos, Finlândia e Kuwait. Pos- Entre, 2011, instalação, madeira, laca e metal photography, stainless steel printing,
sui trabalhos em acervos do MAC-USP, Entre, 2011, installation, wood, lacquer and 130 x 95 cm
Pinacoteca-USP, MACRS, MARGS e metal
Museu Afro Brasil. Série Tudo que é sólido desmancha no ar,
04, 2017, desenho e fotografia,
Working with installation, objects, impressão em aço inox, 130 x 95 cm
drawing, photography and video, the From the series Tudo que é sólido
visual artist explores the perception of desmancha no ar, 04, 2017, drawing and
space in contemporaneity, as well as photography, stainless steel printing,
the relations of contemporary men with 130 x 95 cm
space. He has participated in exhibitions
and artistic residencies in Brazil, Argen-
tina, Australia, Japan, the United States,
Finland and Kuwait. His works are part
of the collections of MAC-USP, Pin-
acoteca-USP, MACRS, MARGS, Museu
Afro Brasil. He is represented by the Ga-
leria Gestual of Porto Alegre.
194 premiopipa.com pipaprize.com 195
Thiago Martins de Melo
São Luís, MA, 1981 | Vive e trabalha em São Luís, MA São Luís, Brazil, 1981 | Lives and works in São Luís, Brazil
Mendes Wood DM, são paulo, sp; e Gamma Galería, guadalajara, méxico Mendes Wood DM, são paulo; and Gamma Galería, guadalajara, mexico
Finalista do PIPA 2014 | Indicado ao Prêmio PIPA 2011, 2012, 2016 e 2018 PIPA Prize 2014 Finalist | PIPA Prize em 2011, 2012, 2016 and 2018 Nominee

Em seus trabalhos, Thiago Martins de


Melo costuma abordar temas como a
imagem do corpo, sexualidade, tumul-
tos sociais e convulsões políticas, mes-
clando em suas telas cenas autobiográ-
ficas com acontecimentos públicos da
história do brasil. Entre a exposições
que participou estão o “Queermuseu:
Cartografias da Diferença na Arte Bra-
sileira” (Porto Alegre e Rio de Janei-
ro, Brasil, 2017, 2018), “New Shamans
– Contemporary Brazilian Arts from
the Rubell Family Collection” (Miami,
EUA, 2016); Biennale de Dakar (Sene-
gal, 2016); 10ª Bienal do Porto Alegre,
Brasil; 31ª Bienal de São Paulo.

Thiago Martins de Melo addresses, in


his work, themes such as body image,
sexuality, social turmoils and political
convulsions, combining autobiograph-
ical scenes and public events belonging
Brazilian history. He has participated
in national and international shows,
such as: “Queermuseu: Cartografias
da Diferença na Arte Brasileira” (Porto
Alegre and Rio de Janeiro, Brazil, 2017,
2018), “New Shamans - Contemporary
Brazilian Arts from the Rubell Family
Collection” (Miami, USA, 2016); Bien-
nale de Dakar (Senegal, 2016); 10º Bienal
do Porto Alegre, Brazil; 31ª Bienal de São Martírio, 2014, instalação,
Paulo, Brazil. 31ª Bienal de São Paulo
Martírio, 2014, installation,
31th Bienal de São Paulo

Moiras amazônicas, 2016,


óleo sobre tela, 51 x 41 x 4,5 cm
Moiras amazônicas, 2016,
oil on canvas, 51 x 41 x 4,5 cm

O liberal Mammon invade Pindorama sob


o signo do corte azimutal do mundo, 2014,
óleo sobre tela, ferro e resina de poliéster e
poliuretano, 320 x 180 x 100 cm
Coluna que anda sobre garras, 2016, óleo sobre fibra de vidro resinado, poliuretano e dois O liberal Mammon invade Pindorama sob o
monitores de TV de 22” com animação stop motion, 245 x 197 x 70 cm signo do corte azimutal do mundo, 2014, oil
Coluna que anda sobre garras, 2016, oil on fiberglass, resin, polyurethane and two 22” TV on canvas, iron, polyester and polyurethane
monitors with stop motions animations, 245 x 197 x 70 cm resin, 320 x 180 x 100 cm

196 premiopipa.com pipaprize.com 197


Thomaz Rosa
São Caetano do Sul, SP, 1989 | Vive e trabalha em São Paulo, SP São Caetano do Sul, Brazil, 1989 | Lives and works in São Paulo, Brazil
Castiglioni Fine Arts, milão, Itália Castiglioni Fine Arts, milan, italy
Indicado ao Prêmio PIPA 2018 PIPA Prize 2018 Nominee

Momento: Needle in the Hay, 2017,


óleo, fita e metal sobre linho, 185 x 140 cm
“Linhas, grafismos, gestos reflexivos, Momento: Needle in the Hay, 2017,
composições a partir de pontos e formas oil, tape and metal on linen, 185 x 140 cm
concretas, analogias verbais de ima-
gens: marcas presentes na obra de Tho- Momento: Dossel, 2017, óleo sobre tela,
maz Rosa. Seus trabalhos são pensados 22 x 16 cm
como construções autônomas capazes Moment: Dossel, 2017, oil on canvas,
de descrever a sensação do processo 22 x 16 cm
criativo- entre um idealismo românti-
co e um planejamento racional diante a
tradição moderna”.
Trecho de texto da curadora Luiza Teixeira
de Freitas

“Lines, graphics, reflexive gesture, com-


positions based on points and concrete
forms, verbal analogies of images: traits
present in Thomaz Rosa’s production.
His works are thought as autonomous
Plissada, 2015, óleo sobre tela, 40 x 30 cm constructions capable of describing sen-
Pleated”, 2015, oil on canvas, 40 x 30 cm sation of the creative process- between
romantic idealism and rational planning
Momento: Sobre o vermelho e o azul, 2017, óleo e lápis sobre tela, 29,7 x 21 cm in modern tradition”.
Moment: About Red and Blue, 2017, oil and pencil on canvas, 29,7 x 21 cm Excerpt from text by curator Luiza Teixeira de
Freitas

198 premiopipa.com pipaprize.com 199


Tiago Sant’Ana
Santo Antônio de Jesus, BA, 1990 | Vive e trabalha em Salvador, BA Santo Antônio de Jesus, Brazil, 1990 | Lives and works in Salvador, Brazil
Indicado ao Prêmio PIPA 2018 PIPA Prize 2018 Nominee
tiagosantanaarte.com tiagosantanaarte.com

É artista da performance cuja pesqui- Tiago Sant’Ana is a performance artist Da série “Passar em branco”, 2018,
sa é atravessada pelas discussões sobre whose research addresses the debates fotografia, 110 x 160 cm
identidades afro-brasileiras. Desenvol- about Afro-Brazilian identities. He de- From the series “Passar em branco”, 2018,
ve projetos que recorrem a elementos velops projects that evoke elements from photography, 110 x 160 cm
intimamente relacionados ao período the Brazilian colonial period – such as
colonial brasileiro - como o açúcar e sugar, and the ruins of old plantations
as ruínas de antigos engenhos - pro- – to discuss the permanence of the colo-
pondo discutir uma permanência das nial wounds, especially the exploitation
chagas coloniais, sobretudo, no que and subjugation of the black population.
tange a exploração e subjugação da po- Born at the region of the Recôncavo da
pulação negra. Nordestino, oriundo do Bahia, Sant’Ana is currently pursuing a
Recôncavo da Bahia, faz doutorado em PhD in Culture and Society at the Uni-
Cultura e Sociedade na Universidade versidade Federal da Bahia.
Federal da Bahia.

Refino #2, 2017, vídeo, 7’1’’


Refino #2, 2017, video, 7’1’’

Da série “Açúcar sobre capela”, 2018, fotografia, 160 x 110 cm


From the series “Açúcar sobre capela”, 2018, photography, 160 x 110 cm

Apagamento #1, 2017, vídeo, 1’17”


Apagamento #1, 2017, video, 1’17”
200 premiopipa.com pipaprize.com 201
Tiago Tebet
São Paulo, SP, 1986 | Vive e trabalha em São Paulo, SP São Paulo, Brazil, 1986 | Lives and works in São Paulo, Brazil
Luciana Brito Galeria, são paulo, sp Luciana Brito Galeria, são paulo, brazil
Indicado ao Prêmio PIPA 2018 PIPA Prize 2018 Nominee
lucianabritogaleria.com.br/artists/35 lucianabritogaleria.com.br/artists/35

supersupersucker, 2017, acrílica sobre tela,


O artista se apropria de imagens arqui-
190 x 130 cm
tetônicas de cunho popular que geral-
supersupersucker, 2017, acrylic on canvas,
mente são encontradas em áreas perifé-
74.80 x 51.18 in
ricas da cidade para dar outro sentido
a coisas funcionais. Um exemplo seria a
Mark Gator Rogowisk, 2017, técnica mista
pintura de uma paisagem do litoral com
sobre tela, 190 x 130 cm
ondas do mar e o sol aplicada sobre a
Mark Gator Rogowisk, 2017, mixed media on
superfície do portão de aço, lembrando
canvas, 74.80 x 51.18 in
uma natureza já não mais encontrada
na cidade. Ao utilizar técnicas comuns
a ofícios do mestre de obra, o artista
propõe a aplicação de alguns elementos
ali presentes, como a praticidade, fun-
cionalidade e a economia de recursos.

The artist appropriates popular archi-


tectural images that are usually found in
marginalized areas of the city to give an-
other meaning to functional things. One
example would be the painting of the
beach landscape with sea waves and the
sun, applied on the surface of the steel
gate, evoking a nature no longer found
objetoabstratoestrutural, 2017, óleo, areia e cola sobre tela, 190 x 130 cm
in the city. By using techniques common
objetoabstratoestrutural, 2017, oil, sand and glue on canvas, 74.80 x 51.18 in
to the master of the work, the artist pro-
poses the application of some key values
CholoNacional, 2017, óleo e massa plástica sobre tela, 190 x 130 cm
in the craft, such as practicality, func-
CholoNacional, 2017, oil and plaster on canvas, 74.80 x 51.18 in
tionality and economy of resources.

202 premiopipa.com pipaprize.com 203


Tiago Tosh
São Paulo, SP, 1981 | Vive e trabalha no Rio de Janeiro, RJ São Paulo, Brazil, 1981 | Lives and works in Rio de Janeiro, Brazil
Indicado ao Prêmio PIPA 2018 PIPA Prize 2018 Nominee
facebook.com/etnograffiti facebook.com/etnograffiti

“Conheci o trabalho de Tiago - o TOSH -


na Oficina de Gravura da EAV em 2014.
Desde então acompanho sua trajetória
e sua coerência, seu envolvimento com
a natureza e o espiritual. Seu trabalho
tem uma carga simbólica muito forte e
como ele mesmo se define, é “um artista
com a consciência em expansão, co-
nectado com a floresta.” que transmite
através de intervenções urbanas todo o
conhecimento adquirido em suas vivên-
cias com os povos da floresta”.
Bia Amaral, professora da Escola de Artes
Visuais do Parque Lage (EAV), Rio de Janeiro, RJ

“I met Tiago’s work - TOSH - at the EAV


Engraving Workshop in 2014. Since then,
I have followed his path and his coher-
ence, his involvement with nature and
the spiritual. His work has a very strong
symbolic charge and as he himself defines
himself, he is ‘an artist with an expand-
ing consciousness, connected with the
forest’. He transmits through urban in-
terventions all the knowledge acquired in
his experiences with the forest peoples”.
Bia Amaral, teaching at Escola de Artes
Visuais do Parque Lage (EAV), Rio de Janeiro, RJ.

Intervenção urbana, graffiti, encontro


internacional de graffiti (Meeting of Styles)
Comunidade da Vila Operaria Duque de
Caxias, Baixada Fluminense, RJ
Urban Intervention, graffiti, International
meeting of graffiti (Meeting of Styles)
Community of Vila Operaria Duque de Caxias
Baixada Fluminense, RJ

Intervenção urbana, graffiti, no evento


“Adeus convida” na comunidade do morro
do Adeus Bonsucesso, Rio de Janeiro, RJ
Consciência Verde, 2017, técnica mista sobre tela, 50 x 60 cm
Urban intervention, graffiti, event “Goodbye
Green Consciousness, 2017, mixed techniques on canvas, 50 x 60 cm
invites” in the community of the hill of Adeus
Bonsucesso, Rio de Janeiro, RJ
A Terra Seja Minha Testemunha, da série Da Terra ao Astral, 2017-2018,
aquarela e nanquim sobre papel canson (Moulin du Roy) 300g, 21,0 x 29,7 cm
The Earth Be My Witness, from the series From Earth to Astral, 2017-2018,
watercolor and ink on canson paper (Moulin du Roy) 300g, 21,0 x 29,7 cm

Alquimia das Folhas, 2017, técnica mista sobre tela, 70x60 cm


Alchemy of Leaves, 2017, technique mixed on canvas, 70x60 cm

204 premiopipa.com pipaprize.com 205


Vanderlei Lopes
Terra Boa, PR, 1973 | Vive e trabalha em São Paulo, SP Terra Boa, Brazil, 1973 | Lives and works in São Paulo, Brazil
Athena Contemporânea, Rio de janeiro, rj; Galeria Marilia Razuk, são paulo, sp; e galeria Celma Albuquerque, belo horizonte, mg Athena Contemporânea, Rio de janeiro; Galeria Marilia Razuk, são paulo; and galeria Celma Albuquerque, belo horizonte, brazil
Indicado ao Prêmio PIPA 2012, 2014, 2016 e 2018 PIPA Prize 2012, 2014, 2016 and 2018 Nominee
vanderleilopes.com.br vanderleilopes.com.br

Artista que atua nos limites entre diver-


sas linguagens como desenho, fotogra-
fia, escultura, vídeo, etc. Vanderlei Lo-
pes tem se dedicado a explorar questões
da tradição, reposicionando-as a partir
de sentidos atuais. Lida com ideias de
percepção e transitoriedade, herança
e fugacidade. O artista é formado em
artes plásticas pela UNESP e realizou
diversas exposições no Brasil e no ex-
terior. Seu trabalho está em coleções
como Instituto Figueiredo Ferraz, Ri-
beirão Preto; Museu de Arte Moderna,
Rio de Janeiro; Museu de Arte Moder-
na, São Paulo; Pinacoteca do Estado de
São Paulo, São Paulo.

Vanderlei Lopes is an artist who defies the


boundaries between diverse languages,
such as drawing, photography, sculpture,
video, sound, etc. He explores the notion
of tradition, rethinking it based on con-
temporary social context. His production
addresses the ideas of perception and
transience, heritage and fugacity. The
artist graduated in Fine Arts from UN-
ESP and has already been in national
and international exhibitions. His works
are are part of the collections of institu-
tions like Instituto Figueiredo Ferraz,
Ribeirão Preto; Museu de Arte Moderna,
Rio de Janeiro; Museu de Arte Moderna,
São Paulo; Pinacoteca do Estado de São
Paulo, São Paulo, Brazil.

Domo, 2017, ferro, madeira e barro, 10 x 4,5 m


Domo, 2017, iron, wood and clay, 10 x 4,5 m

Domo, (desenhos) 2017, desenhos, guache, grafite e lápis de cor sobre bronze,
dimensões variáveis
Domo, (drawings) 2017, drawings, gouache, graphite and color pencil on bronze,
variable dimensions

206 premiopipa.com pipaprize.com 207


Yuli Yamagata
São Paulo, SP, 1989 | Vive e trabalha em São Paulo, SP São Paulo, Brazil, 1989 | Lives and works in São Paulo, Brazil
Indicada ao Prêmio PIPA 2018 PIPA Prize 2018 Nominee
yuliyamagata.com yuliyamagata.com

Yuli Yamagata é artista visual graduada


em 2015 pela USP, bacharel em escultu-
ra. Através de esculturas feitas em dife-
rentes mídias, como tecido e cerâmica,
investiga cultura urbana por um viés
da moda, mobiliário e pintura. Entre
suas principais exposições estão “Tro-
pical Extravaganza: Paola e Paulina” e
“Honra ao mérito”, individuais, e entre
as coletivas, “Disfarce” e “Arranjos”.
Participou do programa de exposições
do CCSP, e do projeto de Individuais si-
multâneas no MARP.

Yuli Yamagata holds a BFA in sculpture


from the USP. She works with different
media, such as fabrics and ceramics,
investigating urban culture through
objects related to fashion, furniture or
Paola e Paulina, 2017, tecido, chassi, fibra
painting. Among her main solo exhibi-
siliconada, 110 x 250 x 45 cm
tions are “Tropical Extravaganza: Paola
Paola and Paulina, 2017, fabric, chassis,
and Paulina” and “Mention of Honor
silicone fiber, 110 x 250 x 45 cm
“. Among other relevant exhibitions are
“Disguise” and “Arrangement” She also
Troféu, 2017, lycra, espuma, ferro, madeira,
participated in the program of indi-
tecido estampado, 65 x 120 x 700 cm
vidual exhibitions at CCSP and exhib-
Trophy, 2017, lycra, foam, iron, wood, printed
ited at several opportunities at MARP.
fabric, 65 x 120 x 700 cm

Tropical Extravaganza: Paola e Paulina,


2017, SESC Niterói, RJ
Tropical Extravaganza: Paola and Paulina,
2017, SESC Niterói, Brazil

Poltrona I, 2017, poltrona, tecido, cola spray,


fibra siliconada, 80 x 11580 cm
Armchair I, 2017, armchair, fabric, spray glue,
silicone fiber, 80 x 11580 cm

208 premiopipa.com pipaprize.com 209


Yuri Firmeza
São Paulo, SP, 1982 | Vive e trabalha em Fortaleza, CE São Paulo, Brazil, 1982 | Lives and works in Fortaleza, Brazil
Casa Triângulo, são paulo, sp; e Athena Contemporânea, rio de janeiro, rj Casa Triângulo, são paulo; and Athena Contemporânea, rio de janeiro, brazil
Indicado ao Prêmio PIPA 2011, 2012, 2013, 2016 e 2018 PIPA Prize 2011, 2012, 2013, 2016 and 2018 Nominee

Yuri Firmeza é Mestre em Artes Vi-


suais pela ECA/USP e graduado em
Artes Visuais pela Faculdade Grande
Fortaleza. Dentre as exposições indi-
viduais destacam-se: “Projeto Ruínas”
(Casa Triângulo, SP, 2014); Frieze 2014
(Nova Iorque, EUA, 2014); “Turvações
Estrátigráficas” (Museu de Arte do
Rio, RJ, 2013); “Voragem” (Demolden
Video Project em Santander, Espanha,
2013). Dentre as exposições coletivas:
“Entre nós: a figura humana no acervo
do MASP” (CCBB 2017); 31ª Bienal de
São Paulo (2014); 33º Panorama da Arte
Brasileira: Formas Únicas de Continui-
dade no Espaço”, MAM-SP.

Yuri Firmeza is graduated in Visual


Arts from Faculdade Grande Fortaleza
and holds a Master’s degree – also in
Visual Arts – from ECA/USP. Amongst
his main solo shows are: “Projeto
Ruínas” (Casa Triângulo, Brazil, 2014);
Frieze 2014 (Nova Iorque, USA, 2014);
“Turvações Estrátigráficas” (Museu de
Arte do Rio, Brazil, 2013); “Voragem”
(Demolden Video Project em Santander,
Spain, 2013). Amongst his main group
shows are: “Entre nós: a figura humana
no acervo do MASP” (CCBB, Brazil,
2017); 31ª Bienal de São Paulo (Brazil,
2014); 33º Panorama da Arte Brasileira:
Formas Únicas de Continuidade no Es-
paço” (MAM-SP, Brazil, 2013).

A cidade do artista invasor, matéria do


jornal O Globo, 2006
A cidade do artista invasor, article from
O Globo, 2006
Forte e grande você é, 2011, caixa de música
de madeira e fotografia, 20 x 15 x 20 cm
Forte e grande você é, 2011, wooden music
box and photography, 20 x 15 x 20 cm

Frame de Nada É, 2014, vídeo, 31’37”


Frame of Nada É, 2014, video, 31’37”

Ruína #7, 2014, impressão em jato de tinta


sobre papel de algodão, 80 x 120 cm
Ruína #7, 2014, inkjet print on cotton paper,
80 x 120 cm

210 premiopipa.com pipaprize.com 211


Zé Carlos Garcia
Aracaju, SE, 1973 | Vive e trabalha no Rio de Janeiro, RJ Aracaju, Brazil, 1973 | Lives and works in Rio de Janeiro, Brazil
Cassia Bomeny Galeria, rio de janeiro, rj Cassia Bomeny Galeria, rio de janeiro, brazil
Indicado ao Prêmio PIPA 2018 PIPA Prize 2018 Nominee
zecarlosgarcia.com.br zecarlosgarcia.com.br

As esculturas de Zé Carlos Garcia se


apresentam como entes insólitos que
podem tomar a forma de insetos ima-
ginários, uma vez que resultam de uma
combinação de membros de diferentes
espécies, ou ainda da mescla de plu-
mas e partes de mobiliário de madeira. Bandeira, 2015, madeira torneada e crina de
Dessa junção originam-se híbridos que, cavalo, mastro: 280 x 15 cm, crina: dimensões
além de conservar os significados das variáveis. Exposição “Finca”, curadoria de
partes que os compõem, geram uma Raphael Fonseca, Galeria Amarelo Negro, Rio
curiosidade mórbida em relação à sua de Janeiro, RJ. Foto Rafael Adorján
natureza. Garcia parece assim eviden- Bandeira, 2015, turned wood and horse
ciar certa perversidade do público, re- hair, pole: 280 x 15 cm, horse hair: variable
fém, entre estranhamento e fascínio, dimensions. Exhibition “Finca”, curated by
de seu próprio voyeurismo diante de Raphael Fonseca, Galeria Amarelo Negro, Rio
corpos dilacerados, por mais fictícios de Janeiro, Brazil. Photo Rafael Adorján
que sejam.
Trecho do texto publicado no catálogo da Busto, 2017, escultura em pedra, 40 x 35 x 25
exposição “Frestas Trienal de Arte”, por cm. Foto Mario Grisolli
Olívia Ardui, 2017 Busto, 2017, rock sculpture, 40 x 35 x 25 cm.
Photo Mario Grisolli

Zé Carlos Garcia’s sculptures present


themselves as unusual entities that could
take the shape of imaginary insects, a
breed born from different species, or a
mix of plumes and parts of wooden fur-
niture. The hybrids that originate from
this blend, although conserving part of
Cadeira, 2009, escultura em penas e mobiliário, 100 x 80 x 100 cm. Foto Mario Grisolli. their original meanings, generate a mor-
Cadeira, 2009, feather sculpture and furniture, 100 x 80 x 100 cm. Photo Mario Grisolli. bid curiosity concerning their nature.
Using this logic, Garcia highlights the
Alísio, 2012, escultura em penas, 180 x 120 x 100 cm. Foto Mario Grisolli. public’s perversity, made hostage of their
Alísio, 2012, feather sculpture, 180 x 120 x 100 cm. Photo Mario Grisolli. own voyeurism and caught between as-
tonishment and fascination in front of
ripped-apart bodies, as fictional as they
may be.
Excerpt from the text published in the catalog
of the exhibition “Frestas Trienal de Arte”, by
Olívia Ardui, 2017
212 premiopipa.com pipaprize.com 213
Obras doadas Donated works

Bárbara wagner
Finalista Prêmio PIPA 2017
PIPA Prize 2017 Finalist
Vencedora Prêmio PIPA 2017
PIPA Prize 2017 Winner

RISE, 2018
Bárbara Wagner e Benjamin de Burca, still de
filme, 20’, 2K, colour, 5.1 sound
Filmado em Toronto, Canadá, junho de
2018. Comissionado pelo Art Gallery of York
University (AGYU) com o apoio de Toronto
Transit Commission (TTC) e Instituto PIPA,
Rio de Janeiro, Brasil. Produzido com o
apoio de R.I.S.E. (Reaching Intelligent Souls
Everywhere) EDUTAINMENT, Liaison of
Independent Filmmakers of Toronto (LIFT) e
Department of Cinema & Media Arts of York
University. Pós produzido com o apoio de
Film/Video Studio at the Wexner Centre for
the Arts, Ohio e Portomídia, Recife, Brasil.
Coleção Instituto Pipa, doação do artista e
Prêmio PIPA 2017
RISE, 2018
Bárbara Wagner and Benjamin de Burca, film
still, 20’, 2K, colour, 5.1 sound.
RISE was shot in Toronto, Canada, in June
2018. The film was commissioned by the
Art Gallery of York University (AGYU)
with the support of the Toronto Transit
Commission (TTC) and PIPA Institute, Rio
de Janeiro, Brazil. Produced with support
of R.I.S.E. (Reaching Intelligent Souls
Everywhere) EDUTAINMENT, the Liaison of
Independent Filmmakers of Toronto (LIFT), Carla Guagliardi
and Department of Cinema & Media Arts Finalista Prêmio PIPA 2017
of York University. Post-Production support PIPA Prize 2017 Finalist
was provided by the Film/Video Studio at
the Wexner Centre for the Arts, Ohio and Fuga (II), 2017, série Fuga, blocos de concreto, tubos de cobre e um único fio de corda elástica;
Portomídia, Recife, Brazil. 280 x 630 x 604 cm. Coleção MAM Rio, doação da artista e Prêmio PIPA 2017. Foto Vicente de Mello
Pipa Institute Collection, gift of the artist and Fugue (II), 2017, Fugue series; concrete blocks, copper tubes and a single elastic cord,
PIPA Prize 2017 280 x 630 x 604 cm. MAM Rio Collection, gift of the artist and PIPA Prize 2017. Photo by Vicente de Mello

A Corte, 2013, jato de tinta sobre papel,


103,5 x 68,7 cm (cada), ed. 1/3. Coleção MAM
Rio, doação da artista e Prêmio PIPA 2017
The Cortege, 2013, inkjet on paper, 103,5 x
68,7 cm (each), ed. 1/3. MAM Rio Collection,
gift of the artist and PIPA Prize 2017

214 premiopipa.com pipaprize.com 215


Obras doadas Donated works

Éder Oliveira
Vencedor PIPA Voto Popular Exposição 2017
PIPA Popular Vote Exhibition 2017 winner

Sem título, 2018, série Pixel,


óleo sobre tela, 190 x 160 cm
Coleção Instituto Pipa, doação do artista e
Prêmio PIPA 2017
Untitled, 2018, Pixel series,
oil on canvas, 190 x 160 cm,
Pipa Institute Collection, gift of the artist and
PIPA Prize 2017

Musa Michelle Mattiuzzi


Segunda colocada PIPA Online 2017
PIPA Online 2017 second place

Para fora do armário? Get in out, 2013,


fotografia, 1,65 x 1,10 m, Coleção Instituto
Pipa, doação do artista e Prêmio PIPA 2017,
foto Alex Oliveira
Para fora do armário? Get in out, 2013,
photograph, 1,65 x 1,10 m,
Pipa Institute Collection, gift of the artist and
PIPA Prize 2017, photo by Alex Oliveira Jorge Luis Fonseca
Vencedor PIPA Online 2018
PIPA Online 2018 Winner

Tá esperando o quê?, 2015, bordados sobre voile, algodão natural tingido e cristais, 80 x 80 cm.
Coleção Instituto Pipa, doação do artista e Prêmio PIPA 2017
Tá esperando o quê?, 2015, embroidery on fabric, natural dyed cotton and crystals, 80 x 80 cm.
Pipa Institute Collection, gift of the artist and PIPA Prize 2017

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Museu de Arte Moderna Instituto PIPA catálogo Catalogue Exposição Exhibition
Rio de Janeiro
Conselho Board Design Gráfico Graphic Design Curadoria Curatorship
Av Infante Dom Henrique 85 Presidente President Roberto Vinhaes Carla Marins Fernando Cocchiarale
Parque do Flamengo
Carlos Alberto Gouvêa Chateaubriand Lucrecia Vinhaes Mariana Boghossian Fernanda Lopes
Rio de Janeiro RJ Brasil Luiz Motta Luiz Camillo Osorio
Vice-Presidente Vice President Revisão Proofreading
mamrio.org.br
João Maurício de Araujo Pinho Filho Curador Curator Lucrécia Vinhaes Produção Production
facebook/museudeartemoderna-
Luiz Camillo Osorio Thaysa Paulo Hugo Bianco
doriodejaneiro
Diretor Director Patrícia Bello Julliana dos Santos Silva
twitter/mam_rio
Luiz Schymura Coordenação Executiva Mariana Casagrande Lucia Meneghini
instagram/mam.rio
Executive Coordination
youtube/mamriodejaneiro Conselho Consultivo Advisory Board Lucrécia Vinhaes Tradução Translation Museologia Museology
Carlos Alberto Gouvêa Chateaubriand Thaysa Paulo Ana Beatriz Rodrigues Cátia Louredo
Mantenedores Sponsors Eugênio Pacelli de Oliveira Pires dos Santos Clara Balbi Fátima Noronha
Rede D’Or São Luiz Gilberto Chateaubriand Assistente de Coordenação Thaysa Paulo Veronica Cavalcante
Petrobras Gustavo Martins de Almeida Coordination Assistant Chris Burden
Organização Techint Heitor Reis Patrícia Bello Design
Hélio Portocarrero Carla Marins
Parceiros Partners Henrique Luz Estagiários Trainees Mariana Boghossian
ABC – Associação Brasileira de Cine- João Maurício de Araujo Pinho Guilherme Coelho Omar Holman
matografia João Maurício de Araujo Pinho Filho Mariana Casagrande
Bolsa de Arte Joaquim Paiva Fotografia Photography
EAV Parque Lage José Olympio Pereira Colaboradores Collaborators Jayme Accioli
PIPA Global Investments Kátia Mindlin Leite Barbosa Clara Balbi
Salta Elevadores Luis Antonio de Almeida Braga Natália Mansur Iluminação Light Design
Luiz Carlos Barreto Danielle Medeiros
Apoio de Mídia Media Support Luiz Roberto Sampaio Organização Organised by Claudio Roberto
Clube O Globo Luiz Guilherme Schymura de Oliveira PIPA Global Investments Luiz Behar
JB FM Nelson Eizirik Museu de Arte Moderna
M2U Digital Paulo Albert Weyland Vieira do Rio de Janeiro Fotografias da abertura da exposição
MetrôRio Instituto Invepar Paulo Roberto Ribeiro Pinto Photos from the exhibition’s opening
Revista Piauí Realização Production Marco Rodrigues
Curadorias Curatorship Instituto PIPA Thaysa Paulo
Lei de Incentivo à Cultura Fernando Cocchiarale Artes Visuais Visual Arts
Ministério da Cultura Fernanda Lopes Assistente Assistant Website
Ricardo Cota Cinemateca Film Archive Luiz Motta
Elizabeth Catoia Varela Pesquisa e Documentação Research and Documentation
Tulio Mariante Design Vídeos Videos
Luiz Pizarro Educação e Arte Education and Art Do Rio Filmes
Ricardo Cota Curador Curator
Design Logotipo Logo Design
Roberta Vinhaes

Administração Management
Camila Góes
Eleina Coutinho

Assistente de Produção
Production Assistant
Marival Fontes dos Santos
Foi utilizado o papel couché matte 115g/m2 no miolo e o cartão triplex 350g/m2
na capa. Composto com os tipos Minion e Avenir. Tiragem de 2.300 exemplares.

Printed on matte coated paper 115g/m2 in the body and the triplex card 350g/m2
on the cover. Minion and Avenir typefaces. Edition of 2,300 copies.
PRÊMIO PIPA PIPA PRIZE 2018

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