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NEUROPSICOPEDAGOGO INSTITUCIONAL E CLÍNICO –

Artigo Comentado
SBNPp - Sociedade Brasileira de Neuropsicopedagogia

NEUROPSICOPEDAGOGO INSTITUCIONAL E CLÍNICO

Artigo Comentado. (Art. 29 do Código de Ética Técnico Profissional)

Definições e proposições de diferenças na atuação Neuropsicopedagógica.

Para que possamos entender o trabalho do Neuropsicopedagogo Clínico, faz-se necessário


descrever a definição e o campo de atuação da Neuropsicologia e da Psicopedagogia no sentido de
esclarecer que a Neuropsicopedagogia Clínica não é uma especialização dessas duas áreas.

A Neuropsicopedagogia Clínica, embora estude o funcionamento do cérebro e o comportamento


humano, tem os alicerces de sua prática nas teorias de aprendizagem e nas estratégias para o
ensino-aprendizagem.

A Neuropsicologia, enquanto ciência, foi oficialmente reconhecida no Brasil, em 1988, com a


fundação da Sociedade Brasileira de Neuropsicologia (Ortiz et al, 2008); enquanto
profissionalização, surgiu em 2004 com a publicação da Resolução º 002/2004 do Conselho Federal
de Psicologia, que regulamentou a prática da Neuropsicologia como especialidade para Psicólogos
(Andrade & Santos, 2004. Conselho Federal de Psicologia, 2004).

Segundo a Resolução CFP 002/2004, a Neuropsicologia “atua no diagnóstico no tratamento e na


pesquisa da cognição, das emoções, da personalidade e do comportamento sob o enfoque da relação
entre estes aspectos e o funcionamento cerebral”.

Utiliza, para isso, conhecimentos teóricos angariados pelas neurociências e pela prática clínica com
metodologia estabelecida experimental ou clinicamente.

A Neuropsicologia faz uso de instrumentos especificamente padronizados para a avaliação das


funções neuropsicológicas envolvendo principalmente habilidades de atenção, percepção,
linguagem, raciocínio, abstração, memória, aprendizagem, habilidades acadêmicas, processamento
da informação, visuoconstrução, afeto, funções motoras e executivas. Na sua atuação, estabelece
parâmetros para a emissão de laudos com fins clínicos, jurídicos ou de perícia, assim como
complementa o diagnóstico na área do desenvolvimento e da aprendizagem.

Além do diagnóstico, a Neuropsicologia e sua área interligada de Reabilitação Neuropsicológica


visam realizar as intervenções necessárias junto aos pacientes, para que possam melhorar,
compensar, contornar ou se adaptar às dificuldades; junto aos familiares, para que atuem como
coparticipantes do processo reabilitativo; junto a equipes multiprofissionais e instituições
acadêmicas e profissionais, promovendo a cooperação na inserção ou reinserção de tais indivíduos
na comunidade, quando possível, ou ainda, na adaptação individual e familiar quando as mudanças
nas capacidades do paciente forem mais permanentes ou a longo prazo.

Além disso, fornece dados objetivos e formula hipóteses sobre o funcionamento cognitivo, atuando
como auxiliar na tomada de decisões de profissionais de outras áreas, fornecendo dados que
contribuam para as escolhas de tratamento medicamentoso e cirúrgico, excetuando-se as
psicocirurgias, assim como em processos jurídicos nos quais estejam em questão o desempenho

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intelectual de indivíduos e a capacidade de julgamento e de memória. Na interface entre o trabalho
teórico e prático, seja no diagnóstico ou na reabilitação, também desenvolve e cria materiais e
instrumentos, tais como testes, jogos, livros e programas de computador que auxiliem na avaliação e
reabilitação dos pacientes.

O Neuropsicólogo desenvolve atividades em instituições acadêmicas, realizando pesquisa, ensino e


supervisão; em instituições hospitalares, forenses, clínicas, consultórios privados e atendimentos
domiciliares, realizando diagnóstico, reabilitação, orientação à família e trabalho em equipe
multiprofissional. São muitos os teóricos que definem a Neuropsicologia Clínica. Utilizaremos neste
capítulo a definição postulada pelo professor de Neurologia, Roger Gil, que diz: A neuropsicologia
tem por objeto o estudo dos distúrbios cognitivos e emocionais, bem como o estudo dos distúrbios de
personalidade provocados por lesões no cérebro, que é o órgão do pensamento e, portanto, a sede
da consciência (Gil,2007:1);

É da prática do Neuropsicólogo enfatizar que o exame neuropsicológico é inseparável do exame


neurológico e do exame geral. Eles não se substituem e sim se complementam.

A Psicopedagogia surgiu na França e posteriormente na Argentina, introduzindo-se no Brasil na


década de 70, para atender à grande demanda de crianças com dificuldades de aprendizagem.

Segundo a definição descrita no Código de Ética da Psicopedagogia, da ABPp-SP – Associação


Brasileira de Psicopedagogia – ela é definida como “um campo de atuação em Educação e Saúde que
se ocupa do processo de aprendizagem considerando o sujeito , a família, a escola, a sociedade e o
contexto sócio-histórico utilizando processos próprios, fundamentados em diferentes referenciais
teóricos”.

A Psicopedagogia é de natureza inter e transdisciplinar e utiliza métodos, instrumentos e recursos


próprios para a compreensão do processo de aprendizagem, cabíveis na intervenção (Artigo 2, do
Código de Ética da ABPp).

A especialização lato sensu em Neuropsicopedagogia contempla duas áreas de atuação: a

Neuropsicopedagogia Institucional e a Neuropsicopedagogia clínica.

Segundo a SBNPp (art.29), o Neuropsicopedagogo, com formação na área Institucional, atua


exclusivamente em ambientes escolares e/ou instituições de atendimento coletivo.

Na área Institucional fará parte da equipe técnica-pedagógica e do corpo de professores visando à


construção de projetos de trabalho nas áreas de conhecimento formal; na orientação de estudos; e
na prevenção da qualidade de vida por meio de campanhas internas relacionadas à saúde, à
educação e ao lazer.

Em espaços do terceiro setor, que apresentam projetos relacionados às dificuldades de


aprendizagem, o Neuropsicopedagogo atua em equipe multidisciplinar, fazendo triagens para
encaminhamentos aos profissionais da saúde quando necessários; inserindo as crianças e/ou
adolescentes em oficinas pedagógicas; e acompanhando o desempenho desses no projeto e na
escola.

Para a SBNPp, a atuação do Neuropsicopedagogo na área Institucional, ou de educação especial, de


educação inclusiva deve contemplar:

1. a) Observação, identificação e análise do ambiente escolar nas questões relacionadas ao


desenvolvimento humano do aluno nas áreas motoras, cognitivas e comportamentais;

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2. b) Criação de estratégias que viabilizem o desenvolvimento do processo ensino-aprendizagem
do aluno;
3. c) Encaminhamento do aluno a outros profissionais quando o caso for de outra área de
atuação/especialização.

O Neuropsicopedagogo Clínico atua em equipe multiprofissional em consultórios, clínicas, posto de


saúde, terceiro setor, etc., fazendo avaliação e intervenção em crianças e adolescentes com
dificuldades escolares. Para tanto, necessitará de supervisão clínica.

Na avaliação neuropsicopedagógica, o Neuropsicopedagogo clínico, além de aplicar testes e escalas


padronizadas para a população brasileira, utiliza a observação clínica, lúdica, e do material escolar
para a elaboração da hipótese diagnóstica. O contato com a escola, com a família, com demais
membros que residem com o sujeito; e com os demais profissionais que atuam no caso, torna-se
relevante para a compreensão do quadro e do projeto de intervenção.

O arcabouço teórico que sustenta a formação do Neuropsicopedagogo Institucional e Clínico está


relacionado à Neurociência e à Educação.

Luria, Piaget, Vygotsky, Wallon são alguns dos teóricos estudados pelo Neuropsicopedagogo Clínico
e Institucional.

Compreender o funcionamento do cérebro, a plasticidade cerebral, os transtornos do


neurodesenvolvimento, as síndromes, as metodologias de ensino e aprendizagem direcionam o
Neuropsicopedagogo no seu campo de atuação, que é voltado à aprendizagem e suas dificuldades.

O Plano Nacional da Educação – PNE, a Legislação da Educação Inclusiva, o Estatuto da Criança e


do Adolescente, entre outros, devem fazer parte da compreensão do Neuropsicopedagogo Clínico
e/ou Institucional no sentido de estabelecer diálogos, visando à qualidade educacional, e de
pertencimento.

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