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Sumário:
• Importância da poda
• Conceitos básicos
• Tipos e Sistemas de poda
• Resultados obtidos na EVAG
Ø Importância da poda
• Rejuvenescimento da videira
• Regularização da produção
• Qualidade da produção
Ø Conceitos básicos
•Carga à poda
•Olho vs gomo
•Escalas de poda
•Dominância apical
•Unidades de poda
É importante referir alguns conceitos básicos associados à técnica da poda, para que
usemos a mesma linguagem, dentro e fora da região.
A intensidade de poda identifica-se com o conceito de carga à poda que não é mais do
que o nº de olhos que se deixam por sarmento ou vara, por videira, por metro linear ou
ainda por unidade de área (m2 ou ha).
Assim, far-se-ia uma ‘poda a 2 tempos’, isto é, primeiro podava-se a videira ‘por alto’
(pré-poda), pesava-se a lenha de poda correspondente, e depois com esse valor entrava-
se na curva tipo da casta e interpolava-se a carga ideal a aplicar.
Todavia este método só é usado na investigação, mas pretende aproximar-se com rigor,
da carga que um podador experimentado deixaria empiricamente em função do vigor de
cada cepa.
Vejamos as consequências da atribuição de cargas incorrectas, perante determinado
estado de vigor da videira:
Finalmente, se se atribuir uma carga demasiado alta, isso implica logo à partida deixar
varas mais compridas, que abrolharão preferencialmente os olhos latentes superiores -
dominância apical ou acrotonia – devido aos muitos olhos deixados. Acarreta portanto a
uma diminuição do índice de abrolhamento, ou pode originar mais varas dos que as que
suportaria e portanto mais fracas, o que se repercutirá na infertilidade das mesmas no
ano seguinte.
Há depois duas regras importantes na poda que dizem respeito à orientação e
afastamento das unidades de poda. Estas identificam-se grosso modo com as unidades
de frutificação, que não são mais do que conjunto de varas e/ou talões distribuídos ao
longo do cordão. Uma boa distribuição destas unidades de frutificação, provoca
‘buracos’ na futura sebe, permitindo maior recepção de luz e calor e maior drenagem
atmosférica ao nível do coberto (melhora a frutificação e a maturação e evita problemas
sanitários nomeadamente a podridão dos cachos). Numa poda mista, optar pelo
princípio Guyot, isto é, formar uma unidade de poda por uma vara e um talão
imediatamente abaixo da vara, favorece um distanciamento ideal da ordem dos 30 a 40
cm entre unidades.
Pode-se disciplinar logo à poda a disposição das futuras sebes, orientando as varas de
poda nos sentidos ascendente e/ou retombante, economizando futura mão-de-obra na
orientação da vegetação propriamente dita.
É vulgar haver alguma confusão entre os conceitos de tipos de poda, sistemas de poda e
mesmo sistemas de condução. Só há 2 tipos de poda: curta ou longa, admitindo a poda
curta só talões até 3 olhos e a poda longa pelo menos 1 vara de 4 olhos.
Quanto aos sistemas de poda, referir- nos-emos apenas a sistemas aplicáveis a cordões,
dado que é a forma de condução mais generalizada na região. Entre os sistemas de poda,
a poda mista (vara livre e talão) é a mais utilizada, tendo em conta que a função da vara
que leva em média 4-5 olhos (poda longa) é para a produção de uvas, e a do talão
vulgarmente com 2 olhos (poda curta) é para a renovação da poda do ano seguinte,
investindo o talão mais em varas de madeira do que de fruto. A poda mista aplica-se
quer em sebes ascendentes quer retombantes.
A poda Cazenave (vara inclinada 45º e talão) é uma poda mista, segue o princípio
Guyot, não pressupõe necessariamente que a vara seja atada a um arame superior ao
nível do cordão, e cria apenas sebes ascendentes.
A poda Sylvoz, é a mais longa, admitindo varas de 8 a 10 olhos empadas sobre um
arame inferior ao nível do cordão. Aplica-se a sebes ascendentes-retombantes (CAR) e
dispensa os talões pois os olhos latentes da base abrolham devido à empa, servindo para
a poda de renovação do ano seguinte.
Finalmente a poda Royat (varas curtas e livres) é uma poda curta, só para sebes
ascendentes e é das mais facilmente mecanizáveis em termos de poda.
Pode-se então, estar perante o mesmo sistema de condução (Cordão Ascendente e
Retombante), o mesmo tipo de poda (longa: empada ou livre) e aplicar dois sistemas de
poda (poda Sylvoz ou poda mista), como se pode apreciar na figura seguinte:
5,0
8 a
7 4,0
6 b F/V
5 3,0
4
2,0
3
2 1,0
1
0 0,0
Mista Curta Mista Curta
F V F/V
Não se verificaram diferenças com significado estatístico, mas a reacção à Poda Curta
foi diferente consoante a casta: o Loureiro diminui a produção e aumenta o vigor e a
casta Pedernã tem comportamento inverso, sendo significativo o aumento da relação
F/V na casta Pedernã.
No entanto, com a poda Curta foi revelada para as 2 castas uma tendência de melhoria
de qualidade: melhor grau e menor acidez total dos mostos, comparativamente com a
Poda Mista.
Em 2004 tentou-se perceber o distinto comportamento das 2 castas, e verificou-se que
ao nível do peso dos ramos ladrões e respectiva fertilidade, o Loureiro revela uma maior
percentagem de ramos ladrões e com um IFP superior na poda Curta, em relação à
Pedernã. Por outro lado, segundo Ramadas (1985) a Pedernã é a única das brancas que
diminui a fertilidade até ao 4º olho, mantendo-se constante no 5º e 6º e aumentando
depois até ao ápice da vara.
Em resumo : a) na casta Loureiro a poda curta pode beneficiar- lhe a qualidade
controlando a produtividade, desde que se proceda a um esladroamento criterioso e não
Na grande gama de densidades de plantação deste ensaio, a produção média por videira
pode ser muito próxima, todavia a produção por hectare depende essencialmente da
densidade de plantação, conforme se pode apreciar no gráfico seguinte:
Média de 10 anos
25 3000
Uvas (t/ha;kg/cepa)
20 2500
2000
15
1500
10
1000
5 500
0 0
CAR-
GDC Lira CSOB1 CSOB2 CAR CSR R5C
Sylvoz
30
25
20
Uvas (t/ha) 15
10
0
GDC Lira CSOB1 CSOB2 CAR CAR- CSR R5C
carga variável 75000 olhos/ha Sylvoz
É de referir que, o aumento de carga implica deixar varas mais compridas. Com o
aumento de carga ao 1ºano (1994), verificou-se: uma diminuição IA e do vigor (olhos a
mais provocam menor rebentação e maior nº de varas, mas mais fracas); um aumento
do IFP e da produção (maior nº varas implicam mais inflorescências e maior produção,
embora cachos mais pequenos); um aumento da relação F/V (ou Índice Ravaz, que
traduz um desequilíbrio); uma tendência para diminuir a % álcool e uma diminuição da
taxa de podridão (deslocação da rebentação para os olhos das extremidades, afastando-
as do eixo principal e tornando as sebes menos densas, com mais arejamento na zona
dos cachos).
Com a aplicação de cargas elevadas, ao 3ºano (1996), verificou-se que o efeito
cumulativo (3 anos sobre as mesmas videiras) provocou a desvitalização das videiras
com maiores cargas (100 000 olhos/ha), com significativo decréscimo do peso lenha e
do peso médio/vara, com consequências na dificuldade da poda seguinte e na fertilidade
das varas, não se tendo verificado ao 2º e 3º anos a relação directa entre o nº de cachos e
a produção. O que leva a concluir que, uma carga mais ‘exagerada’ pode ser aplicada
mas pontualmente, isto é, não em anos consecutivos, o que depende também da
fertilidade do solo. Por outro lado, os efeitos foram distintos consoante os sistemas de
condução: o CAR mais produtivo (o nível de produção da carga C2 foi superior ao da
carga C3 do CSR) e mais vigoroso (+ 50% que o CSR); no CSR o efeito da carga
intensa foi mais desvitalizante e a taxa de podridão de cachos maior (18% vs 9,5%).
Assim, ao 4º ano no CAR foi ainda possível aplicar as mesmas cargas C1 e C2,
enquanto no CSR só o nível da carga C1 (50 000 olhos/ha). Nenhum dos 2 sistemas
permitiu aplicar os 100 000 olhos/ha. Em termos conclusivos, a casta Pedernã no CAR
suportou os 75 000 olhos/ha e no CSR 50 000 olhos/ha, para as condições deste ensaio.
90 1,4
80
Nº sarmentos (x103/ha)
Peso do sarmento (g)
A 1,2
Indice abrolhamento
70 B a 1
60 b C
50 c 0,8
40 a 0,6
30 b b 0,4
20
10 0,2
0 0
C1= 60 000 C2= 80 000 C3=100 000
Olhos/ha
120 310
Nº cachos (x10 /ha)
A
Peso médio cacho
100 300
Produção (t/ha);
b
ab
3
A
80 290
a
60 280
(g)
B
40 270
20 260
0 250
C1= 60 000 C2= 80 000 C3=100 000
Olhos/ha
De 2001 a 2004, aplicou-se a carga que se revelou mais bem adaptada, isto é, 80 000
olhos/ha. O objectivo é para cada sistema, encontrar a carga que se traduza no melhor
equilíbrio F/V (peso de uvas / peso de lenha); por exemplo, para a casta Loureiro a
razão F/V pode variar entre 5,0 e 11,0, sendo normal o valor de 7,5.
A distribuição dos resultados destes 4 anos segundo seis classes de rendimento e cinco
intervalos de grau álcool, revela que perto de 40% dos casos considerados com teores
em álcool provável de 10 a 12,5% encontram-se nas classes de rendimento entre 18 e 30
t/ha.
40
35
30
Occurrance (%)
25 15
20
3
15 4
9
4 4
10 11 0
4 3
5
0
0
<11 11 a 18 18 a 24 24 a 30 30 a 36 >36
classes de rendement (t/ha)
alcool<9% 9 a 10% 10 a 11,5% 11,5 a 12,5% >12,5%
Atendendo ao limite legal regional definido por 11,0 t/ha, estes resultados provam que é
possível produzir em quantidade superior.
Ø Bibliografia consultada
• CASTRO, R. et al, 2005 - Yield and quality potential of Lys training system, for
different prunning levels in cv. Loureiro in ‘Vinhos Verdes’ region. 14ªs Jornadas
GESCO:358-363, Vol.2. Geisenheim. Alemanha.
• GARRIDO et al, 1995 - Influência da carga e do sistema de condução na
produtividade, qualidade e sanidade das uvas. cv. Pedernã. (sin.Arinto) 8ªs
Jornadas GESCO :24-30.Vairão. Vila do Conde. Portugal.
• GARRIDO et al, 1998 - Efeito cumulativo da carga e da condução na produtividade
da casta Pedernã (sin. Arinto). Três anos consecutivos. 4º Simpósio de
Vitivinicultura do Alentejo: 77-81. ATEVA. Évora. Portugal.
• LOPES, C. & CASTRO, R. (1988)- Princípios fundamentais a considerar em
estudos sobre sistemas de condução da vinha. Parâmetros biométricos e técnicas
instrumentais. 16pp, I Simpósio de Ciência e Tecnologia em Vitivinicultura, EVN /
INIA, Dois Portos.
• MOTA, 1992 – Sistemas de Condução da Vinha. Alternativas para a Região dos
Vinhos Verdes Tese de Mestrado em Produção Vegetal do ISA. 66pp. Lisboa.
Portugal.
• MOTA et al, 1999 - Étude sur systèmes de conduite de la vigne à la région des
'Vinhos Verdes': résultats de 10 années 11ªs Jornadas GESCO:486-492. Vol.2.
Marsala. Itália.
• MOTA, T., 2005 – Potencialidades e condicionalismos da Condução LYS. Cv.
Loureiro. Região dos Vinhos Verdes. Tese de Doutoramento- ISA –Lisboa
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Sumário:
§ Factores que interferem na mecanização da poda
§ Factores que influenciam o rendimento da poda
§ Alguns resultados sobre poda mecanizada noutras regiões vitícolas
§ Resultados preliminares na EVAG
Dado que a mecanização integral na região é ainda uma utopia, os meios existentes para
a realização da operação poda são o recurso a tesouras de poda (tesouras tradicionais e
tesouras assistidas) e o recurso ou não à realização da pré-poda.
Relativamente às tesouras assistidas existem três sistemas: tesouras pneumáticas,
hidraúlicas e eléctricas.
3.1 – Tesouras Pneumáticas
O sistema pneumático é constituído por um compressor de ar, accionado por um fonte
de energia, que fornece ar sob pressão às tesouras, através de mangueiras. Requerem um
tractor, cuja tomada de força acciona o compressor, sendo montado nos 3 pontos do
tractor. Estes compressores podem alimentar conjuntos até 20 tesouras.
3.2 – Tesouras Hidraúlicas
O sistema hidraúlico apresenta um funcionamento idêntico ao sistema anterior, todavia,
em vez do compressor de ar, o sistema dispõe de uma bomba de óleo que fornece óleo
sob pressão às tesouras, também através de mangueiras próprias para o efeito.
3.3 - Tesouras Eléctricas
Dado que não se conhecem resultados de técnicas anteriormente referidas na região, isto
é, pelo menos não existem documentos escritos, focamos de seguida como orientação,
alguns resultados registados noutras regiões vitícolas.
Freire et al.(1992) constataram que a utilização da pré-podadora contribuiu para facilitar
a poda e a simplificação do destroçamento das varas. Os autores referem que a
introdução da poda mecânica (com tesouras pneumáticas – 8 mulheres/máquina) baixou
o nº de dias mulher/ha, sem prejuízo da eficiência técnica da operação. Por outro lado,
face à área da vinha (235ha) a utilização da poda mecânica foi o meio mais eficaz de se
conseguir realizar a poda em tempo útil.
Mestrinho & Madeira (1988) verificaram que a poda com tesouras pneumáticas
permitiu consideráveis aumentos de rendimento (+ 45% mulheres; + 32% homens).
Já foi referido anteriormente, que na região onde estamos inseridos, existe pouca
informação (escrita) sobre tempos de poda nas diferentes formas de condução. Aliás, na
bibliografia, a informação que existe refere-se apenas a algumas formas de condução,
actualmente pouco usadas e recomendadas para uma viticultura mais moderna.
5.1 - Mão-de-obra (horas/ha) na Po da + Atar, em sistemas tradicionais
No quadro seguinte pode-se apreciar além do tempo da poda e do atar das varas, o
tempo dispendido (nº horas) na mudança da escada e na preparação dos atilhos na
Ramada e no Festão, quantificado por Lourenço & Alves (1968).
Segundo R. Amador (1985) cit. por Mota et al. (1989), os tempos de poda, expressos
em mão-de-obra (horas/ha) do Enforcado, Latada, Bardo Alto e da Cruzeta Foram os
seguintes:
Forma de condução Poda (horas / ha) Apanha da lenha da poda
Enforcado 475.5 133..5
Latada 214.0 42.0
Bardo Alto 220.0 40.0
Cruzeta 108.0 33.0
Fonte: Amador, R. (1985) cit. por Mota et al. (1989)
Todavia, dados externos revelam maiores rendimentos com tesouras eléctricas devido
ao menor esforço físico e à capacidade de executar cortes maiores (menor uso de
serrote);
• Verificou-se menor tempo de execução da poda (quer com tesoura tradicional
quer com a tesoura eléctrica) no CSA relativamente ao CSR (em média, menos 10
segundos / videira). As razões para estes resultados devem-se certamente a uma maior
comodidade do operador na poda do CSA (altura do cordão =1,35m) vs CSR (altura do
cordão entre 1,70-1,80m) e a uma melhor visualização das unidades de poda.
Constatou-se pois, com alguma frequência, que o sol perturbava a visão no CSR (cordão
+ alto) obrigando o podador a passar de um lado para o outro do cordão.
6.2 - Poda com ou sem retirar a lenha dos arames no CSA
Não esquecendo, que estávamos perante uma amostragem demasiado pequena (10
videiras) e um podador com muita pratica de poda, os resultados obtidos revelaram
maior eficiência em podar e simultaneamente retirar a lenha dos arames, do que
realizar as duas operações em separado.
O podador ao retirar a lenha em simultâneo com o acto de cortar, visualiza melhor a
poda que vai realizando, e fá- lo mesmo em simultâneo, isto é, com a mão esquerda
retira a lenha e com a direita corta.Fica todavia a opção de se fazerem as duas operações
separadamente, sempre que haja uma distinta valorização do podador e de quem
recolhe a lenha de poda.
6.3 - Influência do número de arames ascendentes no rendimento da poda
Comparou-se o tempo de poda exigido em duas formas de condução, com a vegetação
ascendente: o Cordão Simples Ascendente (CAR) e a Lira.
De igual modo se verificou em ambos os sistemas ascendentes, um menor
rendimento em fazer as operações de podar e retirar a lenha separadamente. Contudo,
na Lira que tem uma sebe + alta (1 arame duplo + 2 simples) a remoção da lenha levou
+ 13% do tempo que no CSA (2 arames duplos).
6.4 - Relação do tempo de poda com o vigor
Para além da contagem do tempo da poda foi pesada a lenha de poda videira a videira
nos vários ensaios anteriormente referidos. Os resultados permitiram observar uma
correlação positiva (R2 =0,46) entre o tempo de poda e o vigor das videiras.
2,000
Lenha de Poda
1,500
(kg/vid)
1,000
0,500 y = 1061,9x + 0,035
2
- R = 0,456
Naturalmente, situações onde exista maior número de varas, varas mais vigorosas e com
mais gavinhas, o tempo de poda será superior.
6.5 - Tempo de poda no Cordão Sobreposto
40%
A diferença de tempo na poda dos dois cordões deve-se à baixa capacidade ergonómica
desta forma de condução, particularmente do cordão de cima; tendo-se registado que e m
15 metros do cordão de cima o podador muda em média 8 vezes o escadote.
6.6 – Tempo de poda em função da casta
Foi temporizado o tempo de poda das castas Loureiro e Pedernã no Cordão Sobreposto.
Os resultados obtidos revelaram que a casta Loureiro demorou em média + 18% do
tempo a podar que a casta Pedernã.
Dado que ambas as castas estão sujeitas às mesmas condições edafo-climáticas, as
razões ficam a dever-se às características inerentes às próprias castas. De facto, a casta
Loureiro é uma casta mais vigorosa, apresenta maior tendência para emissão de ramos
ladrões e de rebentações duplas, e apresenta ainda maior dureza da vara; isso
naturalmente fá- la ser mais exigente no tempo da poda que a casta Pedernã, que por sua
vez neste local apresenta as varas menos longas e vigorosas.
6.7 - Influência da empa no rendimento da poda
Este estudo foi feito na casta Vinhão e comparou-se o tempo de execução da operação
poda no Cordão Ascendente e Retombante (CAR) sujeito a dois sistemas de poda: poda
Sylvoz (poda longa, com empa) e poda de vara e talão. A amostra foi de 10 videiras
para ambas as situações.
Relativamente ao CAR com poda Sylvoz, na poda de 10 videiras realizaram-se 51
empas (cerca de 5 empas por videira) operação que implicou cerca de +1,8
min/videira, comparativamente ao CAR com poda de vara e talão; ou seja, a
diferença de tempo traduzida por hectare foi cerca de + 60 horas.
6.8 - Tempo de poda no sistema LYS
O LYS é uma forma de condução formada por um cordão sobreposto bilateral com
sebes repartidas no sentido ascendente e retombante, como se pode apreciar no esquema
visto lateralmente:
O tempo efectivo de poda nesta forma de condução foi muito interessante: 38 horas/ha.
Claro que estamos a falar de uma vinha com os cordões completamente formados e que
o tempo obtido na execução da poda no LYS foi optimizado pelo facto de ter sido
podado em duas fases: em 1º lugar o cordão de baixo (no sentido N-S) e depois o
cordão de cima (no sentido S-N). Deste modo, respeitou-se a orientação do cordão que é
bilateral, e também se libertou o operador da lenha do cordão inferior, facilitando deste
modo a poda do cordão superior. O tempo dispendido na poda do cordão inferior é cerca
de 45% e na poda do cordão superior de 55%.
Em conclusão, as medidas a adoptar com efeitos na redução dos custos com a poda,
terão que obrigatoriamente passar por:
Ø 9 – Bibliografia consultada
- Araújo, J., Freire, J., Pimenta, F., Rosário, F. (1995). Estudo da evo lução da poda
numa moderna vinha alentejana e análise comparativa dos seus efeitos em
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Sumário:
• Possíveis destinos a dar à lenha de poda
• Caso da destruição pelo fogo
• Caso da incorporação da lenha no solo
Ø 1 – Introdução
Uma vez a vinha podada há que dar um destino ao sub-produto que a poda gera: a lenha
de poda.
Segundo resultados de vários anos na EVAG, a quantidade de lenha de poda produzida
num hectare de vinha, com a casta Loureiro conduzida em cordão ascendente (CSA),
varia de acordo com o ano entre 1,6 a 2,0 toneladas por hectare.
Sabe-se também que, a produção de Matéria Seca de um hectare de vinha e sua
distribuição pelos diferentes órgãos da videira (uvas, folhas e varas) é segundo Fregoni
(1980), a seguinte:
Uvas Folhas Varas
As uvas constituem os órgãos com maior % de matéria seca, seguidas das varas e
posteriormente das folhas; as primeiras são vindimadas, as últimas são facilmente
degradáveis e ‘recicladas’ em termos nutricionais, ficando a situação das varas para
resolver: recolha não económica e de degradação lenta.
Por outro lado, a quantidade (kg) de Nutrientes Extraídos por tonelada de lenha de poda,
nomeadamente, de azoto, fósforo, potássio, cálcio, magnésio e de boro, é igualmente
conhecida; segundo Pacheco et al. (2004) na região dos Vinhos Verdes e concretamente
na EVAG, a casta Loureiro extrai as seguintes quantidades que se comparam com a
extracção média de várias castas da região do Oeste.
Castas Azoto Fósforo Potássio Cálcio Magnésio Boro
Loureiro
EVAG 2.7 0.4 2.0 3.1 0.5 0.0055
Várias Castas
Oeste 2.7 0.5 3.0 3.4 0.8 0.005
Fonte: Pacheco et al. (2004), LQARS
Podem ser vários os destinos a dar à lenha de poda, dos quais destacamos:
- Recolha para utilizar como combustível de uso doméstico.
- Recolha para uso nas camas do gado.
- Recolha para produção de estrume por compostagem em silos.
- Recolha e queima da lenha na margem da vinha.
- Trituração e incorporação no solo da vinha.
Ø 5– Bibliografia consultada
• FREGONI, M. (1980) – Nutrizione e Fertilizzazione della vite.
• PACHECO, C. et al. (2004) – Efeito da aplicação do azoto, fósforo e potássio à
Vitis vinifera L., cv. Loureiro, sobre a lenha de poda e a sua composição mineral. X
Simpósio Ibérico de Nutrição Mineral das Plantas: 270-276. Lisboa.