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GOMES, Paulo. Artes plásticas no Rio Grande do Sul: uma panorâmica.

 O autor apresenta três focos:

- O primeiro é a questão de uma identidade visual do gaúcho.


- O segundo é a construção de uma identidade visual através não do homem, mas
através da paisagem.
- O terceiro é a construção de uma identidade artística.

 A questão das artes plásticas no RS começa tardiamente.


 Vamos ter um começo dessa questão das artes plásticas no momento em que há um
artista que efetivamente consegue consolidar ou congregar uma expectativa e os seus
meios manuais, ou seja, o seu talento para fazer isso.
 Pedro Weingärtner e a pintura Tempora Mutantur.
 Weingärtner é um artista de origem alemã que faz sua formação no RS e vai para
Alemanha estudar.
 Ele trabalha com as etnias que são formativas do RS, esses grupos como os italianos,
como no caso de Tempora Mutantur, os alemães que ele vai mostrar na pintura Kerb e
também em outros trabalhos. Também vai mostrar o homem que trabalha no campo,
esse homem que não está ligado nem aos italianos nem aos alemães, mas que é o
próprio gaúcho.
 É importante ressaltar que essa é uma iniciativa individual do artista e ele começa a
construir isso, exatamente através dessa associação da paisagem com o homem, ou
seja, não é uma iniciativa de um grupo ou do Estado.
 Ao mesmo tempo em que constrói seu trabalho, está também construindo uma
trajetória das artes do RS e está dando para os gaúchos também esta possibilidade de
se verem através da arte.
 Os retratos dos gaúchos se dão no período imediatamente posterior à proclamação da
república.

 O segundo momento desse processo se dá por volta da primeira década do século XX


quando há a necessidade de uma nova identidade para o BR, depois de muitas
décadas de monarquia.
 Através de uma iniciativa pública, se contrata artistas para vir pintar no RS.
 Um desses artistas é Antônio Parreiras, que vem pintar exatamente esse novo herói
da República: Tiradentes.
 Outro artista é Lucílio de Albuquerque, que também é contratado pelo Estado.
 Quando o quadro de Lucílio foi pintado foi chamado de Retirada da Laguna e depois,
quando veio para o RS ele mudou de nome para Seival.

 O terceiro caminho que está sendo construído, é a criação do Instituto Livre de Belas
Artes, ou seja, o atual IA da UFRGS que é de 1908.
 Em 1910 começa o curso de artes plásticas.
 É feita uma opção de construir uma identidade do RS através da paisagem.
 Essa paisagem vem desde a paisagem rural de Pedro Weingärtner que é chamada
Solidão, também conhecida como Garças.
 Depois, vem a obra de Libindo Ferrás, que mostra uma região próxima de Camaquã.
Depois essas paisagens vão se urbanizando, na medida em que o Estado vai deixando
sua origem rural, agrícola e pastoril e vai se tornando um Estado industrializado e
urbano. Essa mudança se dá em menos de 50 ou 60 anos, entre 1890 até 1950...
 Depois vem João Fahrion, com uma imagem da praça da Alfândega em 1924.
 Também Benito Castañeda, Luis Maristany de Trias e Ângelo Guido.
 Esses artistas, com exceção de Fahrion e Weingärtner são todos estrangeiros. Essa
construção de identidade se dá exatamente por aqueles que não são nativos.
 Na década de vinte, o Estado faz uma nova encomenda para decorar o Palácio Piratini
e essa encomenda é feita ao Augusto Luis de Freitas, que é gaúcho. Uma das telas é A
tomada da Ponte da Azenha. A outra é a Chegada dos Casais Açorianos.
 Isso é o que chamamos de pintura de história, ou seja, o contrário do Weingärtner
que pintava as etnias e a terra.
 A visão histórica encomendada era mais uma visão histórica voltada para a questão da
inclusão do RS dentro do BR.
 O Estado vai ter uma interferência muito grande nesse processo de construção da
identidade visual, dessa identidade através das artes plásticas.
 Em um período do BR onde é estimulada a ideia das identidades regionais, surgem as
capas da Revista do Globo.
 Francis Pelichek é um artista de origem tchecoslovaca que veio para o RS entre 1910 e
1912 e faleceu aqui em 1937.
 Um artista importante para nós, um artista profundamente competente, e ele, junto
com Lutzenberger e Benito Castañeda são esses artistas que vêm da Europa e se
colocam aqui para trabalhar e se estabelecer.
 Pelichek vai olhar para aquilo que nunca tinha sido visto pelos próprios artistas, o
gaúcho, a lida, o trabalhador. Seus cadernos de desenho têm o bolicho, têm um
gaúcho puxando...são observações do cotidiano.
 Antônio Caringi vai ser importante no processo de estímulo às identidades locais. Vai
fazer várias esculturas que são representações de trabalhadores, de figuras que não
são históricas ou mitológicas e, sim, tipos locais. (estão em Pelotas)
 Na sequência desse processo o que veremos é o Estado Novo de Getúlio Vargas. O
Estado Novo começa em 1936, provoca uma ruptura dessa construção das identidades
regionais e isso vai explodir na famosa cerimônia de queima de bandeiras, onde se
queimas todas as bandeiras dos estados e se eleva a bandeira do país.
 Quando há a ruptura com esse período, com o final da guerra e fim do governo de
Getúlio Vargas, o RS entra no processo e atualização das suas expectativas.
 Dois artistas serão considerados ou vão ser tratados como artistas oficiais do RS.
 Em torno da década de 50 são instituídos muitos marcos culturais importantes.
 Nesse período o RS contrata dois artistas: ALDO LOCATELLI e ANTONIO CARINGI.
 Quando Locatelli é convidado para decorar o Palácio, ele é convidado a tratar de mito:
a lenda do Negrinho do Pastoreio. É mitologia. O Estado faz uma opção: ao invés de
história, o mito. Essa inversão de identidade vai ser alimentada desde então.
 Há uma reação neste período que vem do CLUBE DA GRAVURA. Esse grupo opta por
mostrar o trabalhador comum, o homem que trabalha nas minas, o homem que
trabalha com o gado. Há uma opção pela figuração, pelo real RS. Não tem nada de
heroico ou glorificador, ao contrário, é uma observação dura da realidade.
 A série das Xarqueadas do Danúbio Gonçalves, 1952, são imagens importantíssimas
que vão fazer escola e vão fundar movimentos em todo BR. Exatamente em um
momento em que o BR está começando a optar por linguagens abstratas.
 Esse grupo de gaúchos vai fundar o NOVO REGIONALISMO, ou seja, o novo olhar para
si próprio, não vinculado às linguagens plásticas estrangeiras, mas uma linguagem
plástica que seja de acessibilidade para todos, que é a ideia da gravura.
 Laçador de Antonio Caringi, foi encomendado para fazer parte das comemorações do
quarto centenário de SP.

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