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Gabriela Barbosa
Publicado em 02/2018. Elaborado em 02/2018.
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BIODIREITO
EUTANÁSIA
Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza,
garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade
do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade[...]. (:
BRASIL, 1988)
O direito à vida é inato; quem nasce com vida, tem direito a ela...Em relação
às leis e outros atos, normativos, dos poderes públicos, a incolumidade da vida é
assegurada pelas regras jurídicas constitucionais e garantida pela decretação da
inconstitucionalidade daquelas leis ou atos normativos...O direito à vida é direito
ubíquo: existe em qualquer ramo do direito, inclusive no sistema jurídico
supraestatal...O direito à vida é inconfundível com o direito à comida, às vestes, a
remédios, à casa, que se tem de organizar na ordem política e depende do grau de
evolução do sistema jurídico constitucional ou administrativo...O direito à vida passa
à frente do direito à integridade física ou psíquica...o direito de personalidade à
integridade física cede ao direito de personalidade à vida e à integridade psíquica
[...]. (MIRANDA, 1971, p.14-29)
Sendo assim o direito à vida se tornou uma matéria muito discutida em todos
os aspectos e preceitos que englobam o Direito Brasileiro, não obstante, de suma
importância no direito fundamental reconhecido pelo Direito Internacional.
Porém somente apenas no século VXII que surgia a ideia de que os direitos
naturais do homem eram inalienáveis, sendo difundindo em várias obras e autores
de grande relevo como holandês Hugo Grócio, o alemão Samuel Pufendorf (1632-
1694) e dos ingleses John Milton (1608-1674) e Thomas Hobbes (1588-1679). Que,
inclusive, influenciaram também os autores iluministas daquele século.
No momento em que essas teorias são acolhidas pela primeira vez por um
legislador, o que ocorre com as Declarações de Direitos dos Estados Norte-
americanos e da Revolução Francesa (um pouco depois), e postas na base de uma
nova concepção de Estado - que não é mais absoluto e sim limitado, que não é mais
fim em si mesmo e sim meio para alcançar fins que são postos antes e fora de sua
própria existência – a afirmação dos direitos do homem não é mais expressão de
uma nobre exigência, mas o ponto de partida para a instituição de um autêntico
sistema de direitos no sentido estrito da palavra, isto é, enquanto direitos positivos e
efetivos. (BOBBIO, 1992, p.28)
Para Moraes
A dignidade é um valor espiritual e moral inerente à pessoa, que se manifesta
singularmente na autodeterminação consciente e responsável da própria vida e que
traz consigo a pretensão ao respeito por parte das demais pessoas. Sendo este
valor invulnerável devendo todo estatuto jurídico assegurar, de modo que, somente
em excepcional a alguns fatos que possam ser feitas determinadas limitações ao
exercício dos direitos fundamentais, porém sempre será necessário respeitar a
estima que merecem todas as pessoas enquanto seres humanos. (MORAES, 2002,
p.128)
a legislação não pode apreciar norma que atende contra a vida humana,
sendo considerada inconstitucional, uma vez que, a vida deve ser protegida contra
qualquer um ou qualquer coisa que o ameace, pois se trata de um direito
personalíssimo, ou seja intransferível e inalienável. (DINIZ, 2009)
Cretella Júnior identifica que o termo direito à vida possui dois sentidos:
No bojo desta discussão Lenza (2011, p.872) menciona que “O direito à vida,
previsto de forma genérica no art. 5º, caput, abrange tanto do direito de não ser
morto, privado da vida, portanto, o direito de continuar vivo, como também de ter
uma morte digna”. A vida sempre será considerada o supremo direito de todos,
protegido por todas as constituições e tratados.
Em virtude do que foi mencionado, torna-se necessário dizer que, o Estado não
permite a praticada da morte provocada, assim chamada de Eutanásia, posto que
este procedimento é visivelmente tratado como uma ameaça a este direito tão
consagrado.
Sarlet (2006) menciona que os princípios do direito à vida e da dignidade da pessoa
humana não podem e nem devem ser interpretados ou aplicados de forma isolada,
tendo tratamento hermenêutico sempre como meio de harmonizar os princípios entre
si.
Nesse sentido Bento (2008) reitera que “o conceito de morte evoluiu até
1960, com a constatação da morte por parada cárdica e respiratória, que atualmente
não se resulta somente nisto”, entretanto, hoje os sinais vitais são diferentes dos
verificados antigamente.
Pessini (2007) afirma através dos seus estudos que:
na antiguidade para se constatar a morte, a aparência das pessoas, como por
exemplo palidez e falta de respiração, e outros requisitos. Nos tempos atuais o
diagnostico parte de um exame de eletroencefalograma, que verifica os estímulos
cerebrais, considerando morte, a inércia de vibração do cérebro. (PESSINI, 2007)