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A CRIANÇA QUE NÃO COME - 5 passos para vencer a resistência em experimentar novos alimentos

Copyright 2018 | Dra. Fabíola Flabiano Almeida


A CRIANÇA QUE NÃO COME - 5 passos para vencer a resistência em experimentar novos alimentos

Dra. Fabíola Flabiano Almeida


CRFa 2-12120

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A CRIANÇA QUE NÃO COME - 5 passos para vencer a resistência em experimentar novos alimentos

Introdução
A resistência para experimentar novos alimentos é uma queixa muito comum
de pais de crianças do mundo todo. As pesquisas mostram que o medo ou receio
de experimentar novos alimentos é relativamente frequente em crianças pequenas
e costuma ficar mais evidente a partir do primeiro ano de vida1.
Ao oferecermos apenas uma variedade restrita de alimentos que a criança
aceita, com a boa intenção de garantir a ingestão de uma quantidade suficiente,
estamos (muitas vezes sem perceber) reforçando e contribuindo para a seletividade
alimentar ou neofobia (esse medo de experimentar novos alimentos).
Em termos nutricionais, sabe-se que a variedade de alimentos que a criança
ingere é muito mais importante do que a quantidade. Em outras palavras, para
garantir o suprimento das necessidades nutricionais da criança, é preferível que
ela coma uma quantidade pequena, mas de alimentos variados; do que um prato
imenso de macarrão ao alho e óleo, por exemplo, preparado sempre da mesma
maneira, todos os dias.
É normal que a criança demonstre resistência para comer um alimento novo
na primeira exposição. Isso não significa que ela não goste ou não aceite aquele
alimento de forma definitiva. Na maioria das vezes, é apenas uma forma de
expressar sua cautela e ansiedade frente ao alimento novo.
Então, quando você oferecer um alimento novo e a criança disser logo um
“eca!” ou trancar os lábios e virar o rosto para fugir da colher, entenda como um
“Eu não sei o que é isso e não me sinto seguro para comer esse alimento que você
quer que eu coma”. Não desista logo nas primeiras tentativas!

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Um estudo recente2 demonstrou que as crianças até dois anos de idade


geralmente necessitam de cinco a 10 exposições, enquanto as crianças entre três
e quatro anos podem precisar de 15 exposições até aceitarem um novo alimento.

Comer um alimento novo desconhecido pode ser muito difícil num primeiro
contato e isso não vale apenas para as crianças. Lembre-se de você quando
começou a comer comida japonesa ou outra de sabor e textura muito diferentes
do que você estava acostumado. Quantas vezes você precisou ficar exposto àquela
comida até se sentir seguro para comê-la e aprender a gostar dela? Provavelmente,
pelo menos umas duas ou três vezes. Mas se você for oriental, provavelmente não
teve dificuldades em comer comida japonesa, talvez nem se lembre de quando a
experimentou pela primeira vez, pois você provavelmente foi exposto a ela desde
pequeno.
Além disso, nós adultos temos uma vantagem sobre as crianças que torna
esse processo um pouco mais tranquilo para nós: Somos capazes de prever como
será a textura e a sensação de determinado alimento em nossa boca, antes de
experimentá-lo. Portanto, para a criança, um alimento novo pode parecer ainda
mais estranho e assustador do que para nós.
Nesse sentido, a criança dificilmente aceitará colocar em sua boca aquilo que
ela não conhece ou que não lhe é familiar. Ao expormos a criança de forma repetida
a um mesmo alimento, ela passa a se acostumar com a presença, o aspecto, o
cheiro, e se torna mais aberta para interagir com ele.
Assim, os cinco passos que descrevo a seguir devem ser entendidos como
parte de um processo de familiarização e desenvolvimento de uma relação positiva
com a situação de alimentação, cujo resultado será o aumento do interesse e da
motivação interna da criança para conhecer e experimentar novos alimentos.

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Passo 1

Seja o exemplo!


As crianças nos observam o tempo todo e tendem a reproduzir os modelos
que têm em casa. Portanto, dar o exemplo é fundamental para que a criança
sinta a segurança e a motivação necessárias para experimentar e comer novos
alimentos. Em outras palavras, não adianta ficar falando para a criança comer
frutas, legumes e verduras porque é bom para a saúde, se você não come. Se
este argumento não é suficiente para motivar você a comer esses alimentos,
porque você acha que com a criança será diferente?
Quando você fala para a criança comer alguma coisa porque faz bem à saúde,
mas você mesmo não come, ela imediatamente vai inferir que aquele alimento
tem um gosto ruim, que é preciso fazer um sacrifício para comê-lo.
Então, o primeiro passo é comer na frente da criança os alimentos que
você gostaria que ela experimentasse. Apenas sente na frente dela e coma o
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alimento. Comente como é crocante, como desmancha na boca, como tem


um cheiro diferente, como faz um barulho engraçado quando você mastiga. A
ideia é apenas despertar a curiosidade da criança pelo alimento. Não ofereça
nem pergunte se ela quer experimentar. Espere ela vir até você! Mesmo que
ela demonstre interesse pelo alimento e peça para vê-lo, cheirá-lo ou tocá-lo,
não caia na tentação de falar para que ela coma ou experimente. A decisão de
experimentar deve ser dela!

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Passo 2

Convide a criança a
conhecer mais sobre o
alimento

As crianças são naturalmente curiosas sobre as coisas do mundo que as


cercam e a curiosidade abre novas possibilidades de interagir e se relacionar com
a comida. Se a criança demonstrou algum interesse pelo alimento que viu você
comendo, convide-a para ir à feira ou ao supermercado com você no dia seguinte e
compre o mesmo alimento junto com ela. Mostre que é o mesmo que você estava
comendo, o nome do alimento, aponte suas características e propriedades (super

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poderes). Diga, por exemplo, que o super poder da cenoura é fazer com que a gente
enxergue melhor. Conte para a criança que a cenoura pode se transformar em
sopa, bolo, purê, quadradinho, cabelinho etc. Quanto mais a criança se interessar
em conhecer o alimento, menos receio ela terá de experimentá-lo.

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Passo 3

Faça um jogo ou
brincadeira com o
alimento alvo

O objetivo do passo 3 é que a criança se familiarize com os alimentos por meio


de uma atividade lúdica e divertida que envolva a exploração sensorial (toque,
cheiro, manipulação etc.). Para isso, faça alguma brincadeira usando o alimento
alvo fora dos horários das refeições. Você pode montar uma casinha com tiras de
legumes, fazer uma piscina de bolinhas de ervilha e milho, brincar de esmagar a
banana ou outra fruta, entre outras.
Além da experiência sensorial com o alimento, a criança terá oportunidade
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de vivenciar momentos divertidos e prazerosos, sem a pressão de ter que comê-


lo. Dessa forma, conexões positivas com o alimento novo vão sendo construídas
e a criança vai gradativamente aumentando sua curiosidade e diminuindo sua
ansiedade e resistência. Use a imaginação e divirta-se! A bagunça e a sujeira fazem
parte desse processo! Portanto, procure relaxar e aproveitar essa oportunidade
para viver momentos de conexão com seu filho.

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Passo 4

Cozinhe junto com a


criança

Ao cozinhar junto com a criança, estaremos criando várias oportunidades de


exposição sensorial ao alimento novo. Além disso, estaremos dando a ela mais uma
oportunidade de estabelecer uma relação positiva com a situação de alimentação.
Cozinhar geralmente é uma atividade que deixa as crianças entusiasmadas e
motivadas, dado o seu caráter mágico de transformação dos alimentos (a massa
do bolo que cresce, o alimento duro que amolece, o alimento que muda de cor ou
assume uma nova forma). Todas essas experiências geralmente levam a criança a
querer experimentar e comer a comida que ela mesma preparou. Até porque, ao
seguir todos os passos anteriores, aquele alimento novo que ela não sabia o que
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era e não se sentia segura para experimentar, agora já não é mais um desconhecido.

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Passo 5

Modifique a forma de
apresentação
Se mesmo depois de seguir os quatro primeiros passos, a criança ainda não tiver
se interessado em experimentar ou experimentou, mas não gostou do alimento da
forma que vocês cozinharam, varie as receitas com o mesmo alimento, partindo
de coisas que a criança já gosta e aceita. Por exemplo, se a criança não gostou de
cenoura cozida, faça cenoura refogada ou cenoura crua ralada. Pode ser que você
tenha que começar pelo bolo de cenoura que a criança terá mais facilidade em
aceitar.

É importante explicar para a criança que podemos não gostar de um alimento


da primeira vez que provamos, mas que podemos mudar de ideia com o tempo.

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As pesquisas mostram que nossa sensibilidade gustativa vai se modificando


com a exposição repetida e com a idade. Por isso, é muito comum passarmos a
gostar mais tarde de determinado alimento que não gostávamos na infância.
Além disso, explique para a criança que se preparado de outro jeito, com
outros temperos ou molhos, esse alimento pode ficar muito gostoso. Convide
então a criança a fazer essas experiências na cozinha com você. Deixe-a sugerir
quais ingredientes podem deixar tal alimento mais gostoso.

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Considerações
Finais
Agora que você já sabe os Cinco Passos para vencer a resistência da
criança em experimentar novos alimentos, é hora de colocar em prática
tudo o que você aprendeu!
Porém, não se esqueça de que para algumas crianças, o processo de
aceitação de novos alimentos pode ser mais difícil do que para outras.
Respeite o tempo e o processo da sua criança. Segure a ansiedade e não
tente acelerar as coisas.
EXPOR A CRIANÇA AO ALIMENTO NÃO SIGNIFICA FAZÊ-LA
EXPERIMENTÁ-LO. Lembre-se que a decisão de experimentar ou não
deve ser da criança e não sua!

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Para o sucesso da inclusão de novos alimentos, é fundamental


que se elimine todo e qualquer tipo de pressão para que a
criança coma ou experimente. A ideia é que ela vá, aos poucos,
estabelecendo uma relação de confiança e prazer com os alimentos.

A paciência é o principal
ingrediente da receita do sucesso!

REFERÊNCIAS:
1. Cooke, L. The importance of exposure for healthing eating in
childhood: a review. Journal of Human Nutrition and Dietetics. 2007;
20(4): 294-301.
2. Howard A, Mallan K, Byrne R, Margarey A, Daniels L. Toddlers’
food preferences: the impact of novel food exposure, maternal
preferences and food neophobia. Appetite. 2012; 59(3):818-825.

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Sobre a autora

A Dra. Fabíola Flabiano Almeida é


fonoaudióloga, formada há 18 anos pela
USP, com especialização e ampla experiência
clínica nas áreas de desenvolvimento infantil,
distúrbios da deglutição e dificuldades
alimentares.
Em 2010, recebeu o título de Doutora em Ciências da Reabilitação pela
Faculdade de Medicina da USP, com parte do Doutorado realizado nos Estados
Unidos (Colorado State University).
É autora do Protocolo de Avaliação Clínica da Disfagia Pediátrica (PAD-
PED) e de mais quatro capítulos de livros da área, além de diversos artigos e
trabalhos científicos publicados em Revistas e Anais de Congressos Nacionais e
Internacionais.
É mãe do Bruno e da Laís, suas maiores fontes de motivação e aprendizado.

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