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PROCESSO Nº TST-ED-RR-1401-98.2015.5.02.

0431

A C Ó R D Ã O
3ª Turma
GMAAB/nat/ct/smf

EMBARGOS DE DECLARAÇÃO EM RECURSO DE


REVISTA. APOSENTADORIA. MANUTENÇÃO DO
PLANO DE SAÚDE. AUSÊNCIA DE
CONTRIBUIÇÃO DO EMPREGADO DURANTE O
VÍNCULO DE EMPREGO. ART. 31 DA LEI
N.º
9.656/98. Não prospera a alegada
omissão quanto à interpretação da
legislação de regência da matéria,
pois esta Turma foi explícita ao
adotar a tese de que "a lei exige
que o custeio integral, pelo
beneficiário, se dê após a
aposentadoria. Não se depreende que
esta integralidade se refira ao
custeio durante a vigência do
contrato de emprego" – pág. 377. O
acórdão deste Órgão deixa claro
também que "a liberalidade da
empresa em custear integralmente o
benefício durante a vigência do
contrato de trabalho não pode ser
fator obstativo à manutenção do
benefício" – pág. 377. Contudo, no
que se refere ao valor da condenação,
os embargos declaratórios merecem ser
providos apenas para sanar omissão,
com efeito modificativo, a fim de
acrescentar o arbitramento do valor
da condenação em R$ 150.000,00.
Embargos de declaração conhecidos e
parcialmente providos, com efeito
modificativo.

Vistos, relatados e discutidos estes autos de


Embargos de Declaração em Recurso de Revista n° TST-ED-RR-1401-
98.2015.5.02.0431, em que é Embargante REDE D'OR SÃO LUIZ S.A. e
Embargado JOSÉ CARLOS DE GREGÓRIO.

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Trata-se de embargos de declaração opostos pela


reclamada em face do acórdão desta c. 3ª Turma que conheceu do
recurso de revista do empregado para condenar a empresa a proceder à
manutenção do plano de saúde do autor, nas mesmas condições de
cobertura assistencial de que gozava quando da vigência do contrato
de trabalho, desde que o reclamante assuma o pagamento integral das
mensalidades.
Sustenta que o julgado padece de omissão quanto ao
valor da condenação e à "interpretação conjugada dos arts. 30 e 31 da Lei 9.656/1998 c/c
a Resolução Normativa 279/2011 da ANS que dispõem que o beneficiário deve contribuir com valor
fixo mediante desconto mensal em folha de pagamento, excluindo-se do conceito de contribuição a
co-participação eventual a título de utilização do plano de saúde" – pág. 387, para fins
de prequestionamento.
Notificado para se manifestar, o embargado
apresentou impugnação aos embargos de declaração.
É o relatório.

V O T O

1 – CONHECIMENTO

Os embargos de declaração são tempestivos e


possuem representação processual regular. CONHEÇO.

2 - MÉRITO

Nas razões de embargos de declaração, a empresa


alega que o julgado foi omisso ao deixar de arbitrar o valor da
condenação, inviabilizando a quantificação do depósito recursal
necessário ao exercício do direito de defesa, através de eventual
recurso de embargos ou recurso extraordinário.
Alega que esta Turma deve se manifestar também
acerca da "interpretação conjugada dos arts. 30 e 31 da Lei 9.656/1998 c/c a Resolução
Normativa 279/2011 da ANS que dispõem que o beneficiário deve contribuir com valor fixo mediante
desconto mensal em folha de pagamento, excluindo-se do conceito de contribuição a co-participação
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eventual a título de utilização do plano de saúde" – pág. 387, para fins de


prequestionamento.
Esta Turma deu provimento ao recurso de revista do
autor, para condenar a empresa a proceder à manutenção do plano de
saúde do autor, conforme os fundamentos in verbis:

A lide versa sobre a possibilidade de manutenção do plano de saúde


após a aposentadoria do empregado.
A Corte Regional negou provimento ao recurso ordinário do autor,
corroborando a sentença que indeferiu a manutenção do plano de saúde, ao
fundamento de que o empregado nunca contribuiu para este durante a
vigência do contrato de trabalho.
Aquela Corte entendeu que, diante da ausência de participação do
empregado no custeio do benefício durante o pacto laboral, não faz jus o
autor à sua manutenção após a jubilação.
Com efeito, o art. 31 da Lei 9.656/98 dispõe que:

Ao aposentado que contribuir para produtos de que tratam o inciso I


e o § 1º do art. 1º desta Lei, em decorrência de vínculo empregatício, pelo
prazo mínimo de dez anos, é assegurado o direito de manutenção como
beneficiário, nas mesmas condições de cobertura assistencial de que
gozava quando da vigência do contrato de trabalho, desde que assuma o
seu pagamento integral.
§ 1º Ao aposentado que contribuir para planos coletivos de
assistência à saúde por período inferior ao estabelecido no caput é
assegurado o direito de manutenção como beneficiário, à razão de um ano
para cada ano de contribuição, desde que assuma o pagamento integral do
mesmo." (destaquei).

Conforme se depreende do referido dispositivo, os requisitos exigidos


para a manutenção do benefício em questão são a contribuição para o plano
de saúde durante 10 anos da vigência do vínculo de emprego e o custeio
integral, pelo aposentado, após a sua jubilação.

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A lei exige que o custeio integral, pelo beneficiário, se dê após a


aposentadoria. Não se depreende que esta integralidade se refira ao custeio
durante a vigência do contrato de emprego.
Ademais, a liberalidade da empresa em custear integralmente o
benefício durante a vigência do contrato de trabalho não pode ser fator
obstativo à manutenção do benefício.
Ademais, tendo o benefício aderido ao contrato de trabalho do autor,
por força do art. 468 da CLT, nada impede que, mesmo após a extinção do
vínculo de emprego decorrente da aposentadoria, se mantenham
determinados benefícios quando a própria lei preveja a sua manutenção,
como é o caso.
A lei em questão prevê a manutenção do plano de saúde, após
cumpridos determinados requisitos, "nas mesmas condições de cobertura
assistencial de que gozava quando da vigência do contrato de trabalho".
Saliente-se, ainda, que quando se refere às mesmas condições da
vigência do contrato de trabalho se refere à cobertura assistencial e não à
forma de custeio. Daí conclui-se, e esta parece ser a intenção do legislador,
que a forma de custeio durante a vigência do contrato de trabalho é irrelevante
para a manutenção do benefício. A exigência é que o empregado esteja
vinculado a um determinado plano de saúde quando da vigência do contrato de
trabalho.
A Resolução Normativa 279, de 24/11/2011, da Agência Nacional de
Saúde, que regulamenta os arts. 30 e 31 da Lei nº 9.656/98 sobre o direito à
manutenção do plano de saúde após a aposentadoria, dispõe em seu art. 1º que:
"Esta Resolução regulamenta o direito de manutenção da condição de
beneficiário para ex-empregados demitidos ou exonerados sem justa causa e
aposentados que contribuíram para os produtos de que tratam o inciso I e o § 1º
do artigo 1º da Lei nº 9.656, de 3 de junho de 1998."
Esta Resolução regulamenta o direito de manutenção da condição de
beneficiário para ex-empregados demitidos ou exonerados sem justa causa e
aposentados que contribuíram para os produtos de que tratam o inciso I e o § 1º
do artigo 1º da Lei nº 9.656, de 3 de junho de 1998.
O melhor sentido para a expressão contribuição é de o empregado
engajar-se, "estar vinculado mediante contribuição" a um plano de saúde. A
maneira como é custeada, ou seja, a origem dos recursos para a referida
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contribuição, se paga pela empresa ou pelo próprio empregado, independe para


a vinculação e consequente contribuição para o plano.
Contribuição no sentido de que esteja vinculado ao plano. Se a empresa
custeia a parte que caberia ao trabalhador, isto não significa dizer que ele não
foi contribuinte, por meio de valor satisfeito pelo próprio empregador.
Ressalte-se, ainda, que muitas empresas oferecem o benefício em
questão como contraprestação pelo trabalho, não havendo, dessa forma, o
pagamento direto pelo empregado, mas este se dá de forma indireta.
Assim, conclui-se que a contribuição direta do empregado no custeio do
plano de saúde durante a vigência do contrato de trabalho não é condição
essencial para obter o direito à manutenção do benefício, após a aposentadoria,
nas mesmas condições de cobertura da vigência do vínculo de emprego.
Nesse sentido, cito precedentes desta Corte, inclusive de minha lavra:

I - AGRAVO DE INSTRUMENTO EM RECURSO DE REVISTA.


MANUTENÇÃO DO PLANO DE SAÚDE APÓS A APOSENTADORIA.
EXIGIBILIDADE DE CONTRIBUIÇÃO DA EMPREGADA DURANTE O
VÍNCULO EMPREGATÍCIO. Diante de possível violação do art. 31 da Lei
9.656/1998, deve-se dar provimento ao agravo de instrumento, para
melhor exame do recurso de revista. Agravo de instrumento conhecido e
provido. II - RECURSO DE REVISTA. CARGO DE CONFIANÇA.
"GERENTE". CONFIGURAÇÃO DA HIPÓTESE PREVISTA NO ART. 224,
§ 2º, DA CLT. A Corte Regional, a partir do conjunto fático-probatório,
reconheceu que a autora efetivamente estava inserida na exceção do artigo
224, § 2º, da CLT, correspondendo a cargo de confiança bancária a função
por ela desempenhada, tendo expressamente ressaltado que "A reclamante,
em depoimento pessoal à fl. 118, atribuiu-se funções e responsabilidades
que denotam fidúcia especial da reclamada ...". O depoimento da própria
paradigma, constante do acórdão do Regional, confirma o exercício de
atribuições de confiança pela reclamante: "... a reclamante gerenciava
atividades do setor e atendia solicitações de órgãos externos... era
responsável pela confecção de termo de retirada em parte... acompanhava
a transferência de fundo para o Bradesco Previdência... tratava de
processo de encerramento da entidade, também de forma parcial... era
também responsável pela equalização de benefícios... tais atividades
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também eram desenvolvidas pela depoente, ora paradigma... reclamante e


paradigma tinham comO subordinadas Meire, Rose, Marli e Daniela... a
análise das regras de concessão de benefício e retirada de patrocínio era
feita em conjunto com paradigma e reclamante, sendo que o fechamento
incumbia à depoente...". O Regional registrou, ainda, o recebimento de
gratificação pela função exercida, superior a 1/3 do salário do cargo
efetivo. Diante do quadro fático constata-se que, de fato, a reclamante
exercia funções com fidúcia especial, e não meramente burocráticas de um
simples bancário, visto que atuava em área de maior complexidade e
responsabilidade, além de possuir subordinados e remuneração
diferenciada, circunstâncias que se inserem na exceção do § 2º do art. 224
da CLT. No que se refere aos arestos paradigmas, não atendem à exigência
da Súmula 337, I, "a", do TST. Recurso de revista não conhecido, no
particular. APOSENTADORIA. MANUTENÇÃO DO PLANO DE SAÚDE.
AUSÊNCIA DE CONTRIBUIÇÃO DA EMPREGADA DURANTE O
VÍNCULO DE EMPREGO. A lide versa sobre a possibilidade de
manutenção do plano de saúde após a aposentadoria da autora. A Corte
Regional deu provimento ao recurso ordinário da empresa para excluir a
sua condenação referente à manutenção do plano de saúde, ao fundamento
de que durante a vigência do contrato de trabalho o benefício era custeado
integralmente pela empresa. Conforme se depreende dos termos do art. 31
da Lei 9.656/98, os requisitos exigidos para a manutenção do benefício em
questão são a contribuição para o plano de saúde durante 10 (dez) anos da
vigência do vínculo de emprego e o custeio integral, pelo aposentado, após
a sua jubilação. A lei exige que o custeio integral, pelo beneficiário, se dê
após a aposentadoria. Não se depreende que esta integralidade se refira ao
custeio durante a vigência do contrato de emprego, como entendeu o
Regional. Ademais, a liberalidade da empresa em custear integralmente o
benefício durante a vigência do contrato de trabalho não pode ser vista
como fator obstativo à manutenção do benefício. Ademais, tendo o
benefício aderido ao contrato de trabalho da autora, por força do art. 468
da CLT, nada impede que, mesmo após a extinção do vínculo de emprego
por força da aposentadoria, se mantenham determinados benefícios
quando a própria lei preveja a sua manutenção, como é o caso. A lei em
questão prevê a manutenção do plano de saúde, após cumpridos
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determinados requisitos, "nas mesmas condições de cobertura assistencial


de que gozava quando da vigência do contrato de trabalho". Saliente-se,
ainda, que quando se refere às mesmas condições da vigência do contrato
de trabalho, a lei remete à cobertura assistencial e não à forma de custeio.
Daí conclui-se, e esta parece ser a intenção do legislador, que a forma de
custeio durante a vigência do contrato de trabalho é irrelevante para a
manutenção do benefício. A exigência, portanto, é de que a empregada
esteja vinculada a um determinado plano de saúde quando da vigência do
contrato de trabalho. A Resolução Normativa 279, de 24/11/2011, da
Agência Nacional de Saúde, que regulamenta os arts. 30 e 31 da Lei nº
9.656/98 sobre o direito à manutenção do plano de saúde após a
aposentadoria, dispõe em seu art. 1º que: "Esta Resolução regulamenta o
direito de manutenção da condição de beneficiário para ex-empregados
demitidos ou exonerados sem justa causa e aposentados que contribuíram
para os produtos de que tratam o inciso I e o § 1º do artigo 1º da Lei nº
9.656, de 3 de junho de 1998. " O melhor sentido para a expressão
contribuição é de o empregado engajar-se, "estar vinculado mediante
contribuição" a um plano de saúde, durante o pacto laboral. A maneira
como é custeada, ou seja, a origem dos recursos para a referida
contribuição, se paga pela empresa ou pelo próprio empregado, é
irrelevante para configurar a vinculação. Contribuição no sentido de que
esteja vinculado ao plano. Se a empresa custeia a parte que caberia ao
trabalhador, isto não significa dizer que ele não foi contribuinte, por meio
de valor satisfeito pelo próprio empregador. Ressalte-se, ainda, que muitas
empresas oferecem o benefício como contraprestação pelo trabalho. Assim,
conclui-se que a contribuição direta do empregado no custeio do plano de
saúde durante a vigência do contrato de trabalho não é condição essencial
para obter o direito à manutenção do benefício, após a aposentadoria, nas
mesmas condições de cobertura da vigência do vínculo de emprego. Nesse
sentido há um recente precedente desta Corte. A lei tem o sentido de
garantia aos aposentados que se veem frente à extinção do vínculo de
emprego, evitando que sejam jogados no mercado como se estivessem
contratando o plano de saúde pela primeira vez, já que os valores de uma
nova contratação costumam ser elevados, especialmente considerando a
idade daqueles que se aposentaram. Recurso de revista provido para
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condenar a empresa a proceder à manutenção do plano de saúde do autor,


nas mesmas condições de cobertura assistencial de que gozava quando da
vigência do contrato de trabalho, desde que assuma o pagamento integral
das mensalidades. Recurso de revista conhecido por violação do art. 31 da
Lei 9.656/98 e provido. Conclusão: recurso de revista parcialmente
conhecido e provido. (RR - 263-88.2011.5.02.0382, Relator Ministro:
Alexandre de Souza Agra Belmonte, Data de Julgamento: 29/04/2015, 3ª
Turma, DEJT 08/05/2015)

(...) RECURSO DE REVISTA. APOSENTADO. PLANO DE SAÚDE.


MANUTENÇÃO NAS MESMAS CONDIÇÕES E COM IDÊNTICA
COBERTURA ASSISTENCIAL QUANDO DA VIGÊNCIA DO CONTRATO
DE TRABALHO. VIOLAÇÃO AO ARTIGO 31, DA LEI 9.656/98. Em face
do teor do artigo 31, da Lei 9.656/98, o aposentado tem direito à
manutenção de sua condição de beneficiário do plano de saúde, nas
mesmas condições de cobertura assistencial de que gozava na vigência do
contrato de trabalho, se o vínculo empregatício perdurou pelo prazo
mínimo de dez anos, desde que assuma o pagamento integral,
independentemente da natureza do plano (co-participativo ou não).
Recurso de revista conhecido e provido. (RR - 1865-64.2012.5.05.0134
Data de Julgamento: 18/03/2015, Relator Desembargador Convocado:
Cláudio Armando Couce de Menezes, 2ª Turma, DEJT 31/3/2015)

A lei tem o sentido de garantia aos aposentados que se veem frente à


extinção do vínculo de emprego, evitando que sejam jogados no mercado
como se estivessem contratando o plano de saúde pela primeira vez, já que
os valores de uma nova contratação costumam ser elevados, especialmente
considerando a idade daqueles que se aposentaram.
Quanto ao atendimento do requisito temporal, imperioso invocar o
art. 941, §3º, do CPC/15, o qual versa que o voto vencido será
necessariamente declarado e considerado parte integrante do acórdão para
todos os fins legais, inclusive o prequestionamento. No voto vencido,
transcrito no bojo do recurso de revista para atendimento da Lei
13.015/2014, foi expressamente registrado o cumprimento do período

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mínimo de 10 anos de duração do vínculo empregatício, nos seguintes


termos (fl. 285):
No caso em estudo, é incontroverso que o reclamante prestou
serviços para a reclamada por mais de vinte anos, de 02/07/1990 a
01/08/2013, aposentando-se por tempo de contribuição.
Diante desse contexto, entendo preenchidos os requisitos legais para a
manutenção do plano de saúde do autor.

Pois bem.
Não prospera a alegada omissão quanto à
interpretação da legislação de regência da matéria, pois esta Turma
foi explícita ao adotar a tese de que "a lei exige que o custeio
integral, pelo beneficiário, se dê após a aposentadoria. Não se
depreende que esta integralidade se refira ao custeio durante a
vigência do contrato de emprego" – pág. 377.
O acórdão deste Órgão deixa claro também que "a
liberalidade da empresa em custear integralmente o benefício durante
a vigência do contrato de trabalho não pode ser fator obstativo à
manutenção do benefício" – pág. 377.
Além desses excertos, para sanar qualquer dúvida,
impende trazer a fundamentação da decisão embargada a partir do
exame da Resolução Normativa 279/2011 da ANS e dos arts. 30 e 31 da
Lei 9.656/98, consubstanciada nos seguintes trechos:

A Resolução Normativa 279, de 24/11/2011, da Agência Nacional de


Saúde, que regulamenta os arts. 30 e 31 da Lei nº 9.656/98 sobre o direito à
manutenção do plano de saúde após a aposentadoria, dispõe em seu art. 1º
que: "Esta Resolução regulamenta o direito de manutenção da condição de
beneficiário para ex-empregados demitidos ou exonerados sem justa causa
e aposentados que contribuíram para os produtos de que tratam o inciso I e
o § 1º do artigo 1º da Lei nº 9.656, de 3 de junho de 1998."
Esta Resolução regulamenta o direito de manutenção da condição de
beneficiário para ex-empregados demitidos ou exonerados sem justa causa
e aposentados que contribuíram para os produtos de que tratam o inciso I e
o § 1º do artigo 1º da Lei nº 9.656, de 3 de junho de 1998.
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O melhor sentido para a expressão contribuição é de o empregado


engajar-se, "estar vinculado mediante contribuição" a um plano de saúde. A
maneira como é custeada, ou seja, a origem dos recursos para a referida
contribuição, se paga pela empresa ou pelo próprio empregado, independe
para a vinculação e consequente contribuição para o plano.
Contribuição no sentido de que esteja vinculado ao plano. Se a
empresa custeia a parte que caberia ao trabalhador, isto não significa dizer
que ele não foi contribuinte, por meio de valor satisfeito pelo próprio
empregador.
Ressalte-se, ainda, que muitas empresas oferecem o benefício em
questão como contraprestação pelo trabalho, não havendo, dessa forma, o
pagamento direto pelo empregado, mas este se dá de forma indireta.
Assim, conclui-se que a contribuição direta do empregado no custeio
do plano de saúde durante a vigência do contrato de trabalho não é
condição essencial para obter o direito à manutenção do benefício, após a
aposentadoria, nas mesmas condições de cobertura da vigência do vínculo
de emprego.

Desse modo, ao   proceder­se   à   leitura   das   razões


dos   embargos   declaratórios,   diante da alegação da embargante no
sentido de que esta c. Turma teria se olvidado de se manifestar
sobre a omissão do Tribunal Regional na análise das razões
recursais, conclui-se que a embargante busca rediscutir a tese
adotada no acórdão, à margem, todavia, da finalidade dos embargos de
declaração, disposta nos arts. 897-A da CLT e 1.022 do NCPC, não
havendo omissão a ser sanada nesse aspecto.
Contudo, verifica-se que a primeira condenação à
manutenção do plano de saúde do empregado se deu no âmbito desta
Turma, que deu provimento ao recurso de revista do autor, sem, de
fato, arbitrar o valor da condenação.
Dessa forma, acolho os embargos de declaração para
sanar omissão a fim de acrescentar o valor da condenação, o qual
arbitro provisoriamente em R$ 150.000,00 e custas em R$ 3.000,00.
Assim, dou provimento aos embargos de declaração
para que, na parte dispositiva, leia-se: "I) conhecer e dar
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provimento ao agravo de instrumento, para melhor exame do recurso de


revista; II) conhecer do recurso de revista, apenas quanto ao tema
"APOSENTADORIA - MANUTENÇÃO DO PLANO DE SAÚDE – AUSÊNCIA DE
CONTRIBUIÇÃO DO EMPREGADO DURANTE O VÍNCULO DE EMPREGO", por
violação do art. 31 da Lei n° 9.656/98 e, no mérito, dar-lhe
provimento para condenar a empresa a proceder à manutenção do plano
de saúde do autor, nas mesmas condições de cobertura assistencial de
que gozava quando da vigência do contrato de trabalho, desde que o
autor assuma o pagamento integral das mensalidades. Invertido o ônus
da sucumbência, custas, pelo reclamado, no importe de R$ 3.000,00,
calculadas sobre o valor da condenação, provisoriamente arbitrada em
R$ 150.000,00".

ISTO POSTO

ACORDAM os Ministros da Terceira Turma do Tribunal


Superior do Trabalho, por   unanimidade,  conhecer   e   dar   parcial
provimento aos embargos de declaração para sanar omissão, com efeito
modificativo, para que, na parte dispositiva, leia­se:  "I) conhecer
e dar provimento ao agravo de instrumento, para melhor exame do
recurso de revista; II) conhecer do recurso de revista, apenas
quanto ao tema "APOSENTADORIA - MANUTENÇÃO DO PLANO DE SAÚDE –
AUSÊNCIA DE CONTRIBUIÇÃO DO EMPREGADO DURANTE O VÍNCULO DE EMPREGO",
por violação do art. 31 da Lei n° 9.656/98 e, no mérito, dar-lhe
provimento para condenar a empresa a proceder à manutenção do plano
de saúde do autor, nas mesmas condições de cobertura assistencial de
que gozava quando da vigência do contrato de trabalho, desde que o
autor assuma o pagamento integral das mensalidades. Invertido o ônus
da sucumbência, custas, pelo reclamado, no importe de R$ 3.000,00,
calculadas sobre o valor da condenação, provisoriamente arbitrada em
R$ 150.000,00"
Brasília, 20 de fevereiro de 2019.

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ALEXANDRE AGRA BELMONTE
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