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SEEC/RN
Professor - Pedagogia
Anos Iniciais
ÍNDICE
LÍNGUA PORTUGUESA
Compreensão e interpretação de textos ........................................................................................................................................................... 01
Denotação e conotação .................................................................................................................................................................................... 30
Figuras .............................................................................................................................................................................................................. 30
Coesão e coerência ......................................................................................................................................................................................... 01
Tipologia textual ................................................................................................................................................................................................ 01
Significação das palavras ................................................................................................................................................................................. 01
Emprego das classes de palavras .................................................................................................................................................................... 09
Sintaxe da oração e do período ........................................................................................................................................................................ 25
Pontuação ........................................................................................................................................................................................................ 27
Concordância verbal e nominal ........................................................................................................................................................................ 28
Regência verbal e nominal ............................................................................................................................................................................... 29
Estudo da crase ............................................................................................................................................................................................... 28
Semântica e estilística ...................................................................................................................................................................................... 30
Apostila Digital Licenciada para PETRÚCIO DE LIMA FERREIRA - jornalistapetrucioferreira@hotmail.com (Proibida a Revenda)
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
História da Educação Infantil; Criança e infância: conceito de infância, tipos de famílias e suas historicidades ............................................. 01
Visão histórica e critica das principais concepções de infância, criança e educação infantil na contemporaneidade ..................................... 02
Bases legais sobre a oferta da Educação Infantil no contexto brasileiro. O direito a educação: a legislação educacional brasileira ............. 05
Lei de Diretrizes e bases e suas alterações posteriores .................................................................................................................................. 06
Proposta curricular CBC (Conteúdos Básicos Curriculares) – Ciclo da Alfabetização e Ciclo Complementar. Parâmetros curriculares
nacionais e Proposta Curricular ........................................................................................................................................................................ 16
Conhecimentos da Pratica de Ensino: processos e conteúdos do ensino e da aprendizagem; conhecimento na escola; a organização do
tempo e do espaço e a avaliação escolar; projetos de trabalho e a interdisciplinaridade; cotidiano escolar: relações de poder na escola;
currículo e cultura; tendências pedagógicas na pratica escolar. Contribuições da psicologia, da sociologia e da antropologia para
compreensão da infância e das praticas cotidianas. Socialização, interação, cultura, múltiplas linguagens e práticas sociais de educação,
currículo, espaço/tempo, avaliação, planejamento e atividades ....................................................................................................................... 34
As concepções de ludicidade: o jogo, brinquedo e brincadeira e suas aplicações no processo de aprendizagem; Contribuições da
brincadeira, das interações e da linguagem no processo de aprendizagem e desenvolvimento da criança. Desenvolvimento da escrita,
audição e leitura, métodos, técnicas e habilidades, Instrumentos; Estratégias metodológicas e indicadores para a ação pedagógica nos
diferentes contextos educativos ........................................................................................................................................................................ 61
A linguagem e a criança: aquisição da linguagem; relações entre escrita, oralidade, linguagem verbal e não verbal .................................... 80
Ética profissional ............................................................................................................................................................................................... 90
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APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
APOSTILAS OPÇÃO
• Sequência dos fatos (enredo): Enredo é a sequência dos fatos, a No discurso direto é frequente o uso dos verbo de locução ou descendi:
trama dos acontecimentos e das ações dos personagens. No enredo po- dizer, falar, acrescentar, responder, perguntar, mandar, replicar e etc.; e de
demos distinguir, com maior ou menor nitidez, três ou quatro estágios travessões. Porém, quando as falas das personagens são curtas ou rápidas
progressivos: a exposição (nem sempre ocorre), a complicação, o climax, o os verbos de locução podem ser omitidos.
desenlace ou desfecho.
• Discurso Indireto: Consiste em o narrador transmitir, com suas
Na exposição o narrador situa a história quanto à época, o ambiente, próprias palavras, o pensamento ou a fala das personagens.
as personagens e certas circunstâncias. Nem sempre esse estágio ocorre, Exemplo:
na maioria das vezes, principalmente nos textos literários mais recentes, a “Zé Lins levantou um brinde: lembrou os dias triste e passa-
história começa a ser narrada no meio dos acontecimentos (“in média”), ou dos, os meus primeiros passos em liberdade, a fraternidade
seja, no estágio da complicação quando ocorre e conflito, choque de inte- que nos reunia naquele momento, a minha literatura e os me-
resses entre as personagens. nos sombrios por vir”.
O clímax é o ápice da história, quando ocorre o estágio de maior ten- • Discurso Indireto Livre: Ocorre quando a fala da personagem se
são do conflito entre as personagens centrais, desencadeando o desfecho, mistura à fala do narrador, ou seja, ao fluxo normal da narração.
ou seja, a conclusão da história com a resolução dos conflitos. Exemplo:
• Os fatos: São os acontecimentos de que as personagens partici- “Os trabalhadores passavam para os partidos, conversando
pam. Da natureza dos acontecimentos apresentados decorre o gê- alto. Quando me viram, sem chapéu, de pijama, por aqueles
nero do texto. Por exemplo o relato de um acontecimento cotidiano lugares, deram-me bons-dias desconfiados. Talvez pensassem
constitui uma crônica, o relato de um drama social é um romance que estivesse doido. Como poderia andar um homem àquela
social, e assim por diante. Em toda narrativa há um fato central, hora , sem fazer nada de cabeça no tempo, um branco de pés
que estabelece o caráter do texto, e há os fatos secundários, rela- no chão como eles? Só sendo doido mesmo”.
cionados ao principal. (José Lins do Rego)
• Espaço: Os acontecimentos narrados acontecem em diversos lu-
gares, ou mesmo em um só lugar. O texto narrativo precisa conter TEXTO DESCRITIVO
informações sobre o espaço, onde os fatos acontecem. Muitas ve- Descrever é fazer uma representação verbal dos aspectos mais carac-
zes, principalmente nos textos literários, essas informações são terísticos de um objeto, de uma pessoa, paisagem, ser e etc.
extensas, fazendo aparecer textos descritivos no interior dos textos
narrativo. As perspectivas que o observador tem do objeto são muito importantes,
• Tempo: Os fatos que compõem a narrativa desenvolvem-se num tanto na descrição literária quanto na descrição técnica. É esta atitude que
determinado tempo, que consiste na identificação do momento, vai determinar a ordem na enumeração dos traços característicos para que
dia, mês, ano ou época em que ocorre o fato. A temporalidade sa- o leitor possa combinar suas impressões isoladas formando uma imagem
lienta as relações passado/presente/futuro do texto, essas relações unificada.
podem ser linear, isto é, seguindo a ordem cronológica dos fatos,
ou sofre inversões, quando o narrador nos diz que antes de um fa- Uma boa descrição vai apresentando o objeto progressivamente, vari-
to que aconteceu depois. ando as partes focalizadas e associando-as ou interligando-as pouco a
pouco.
O tempo pode ser cronológico ou psicológico. O cronológico é o tempo Podemos encontrar distinções entre uma descrição literária e outra téc-
material em que se desenrola à ação, isto é, aquele que é medido pela nica. Passaremos a falar um pouco sobre cada uma delas:
natureza ou pelo relógio. O psicológico não é mensurável pelos padrões • Descrição Literária: A finalidade maior da descrição literária é
fixos, porque é aquele que ocorre no interior da personagem, depende da transmitir a impressão que a coisa vista desperta em nossa mente
sua percepção da realidade, da duração de um dado acontecimento no seu através do sentidos. Daí decorrem dois tipos de descrição: a subje-
espírito. tiva, que reflete o estado de espírito do observador, suas preferên-
• Narrador: observador e personagem: O narrador, como já dis- cias, assim ele descreve o que quer e o que pensa ver e não o
semos, é a personagem que está a contar a história. A posição em que vê realmente; já a objetiva traduz a realidade do mundo objeti-
que se coloca o narrador para contar a história constitui o foco, o vo, fenomênico, ela é exata e dimensional.
aspecto ou o ponto de vista da narrativa, e ele pode ser caracteri- • Descrição de Personagem: É utilizada para caracterização das
zado por : personagens, pela acumulação de traços físicos e psicológicos,
- visão “por detrás” : o narrador conhece tudo o que diz respeito às pela enumeração de seus hábitos, gestos, aptidões e temperamen-
personagens e à história, tendo uma visão panorâmica dos acon- to, com a finalidade de situar personagens no contexto cultural, so-
tecimentos e a narração é feita em 3a pessoa. cial e econômico .
- visão “com”: o narrador é personagem e ocupa o centro da narra- • Descrição de Paisagem: Neste tipo de descrição, geralmente o
tiva que é feito em 1a pessoa. observador abrange de uma só vez a globalidade do panorama,
- visão “de fora”: o narrador descreve e narra apenas o que vê, para depois aos poucos, em ordem de proximidade, abranger as
aquilo que é observável exteriormente no comportamento da per- partes mais típicas desse todo.
sonagem, sem ter acesso a sua interioridade, neste caso o narra- • Descrição do Ambiente: Ela dá os detalhes dos interiores, dos
dor é um observador e a narrativa é feita em 3a pessoa. ambientes em que ocorrem as ações, tentando dar ao leitor uma
• Foco narrativo: Todo texto narrativo necessariamente tem de visualização das suas particularidades, de seus traços distintivos e
apresentar um foco narrativo, isto é, o ponto de vista através do típicos.
qual a história está sendo contada. Como já vimos, a narração é • Descrição da Cena: Trata-se de uma descrição movimentada,
feita em 1a pessoa ou 3a pessoa. que se desenvolve progressivamente no tempo. É a descrição de
um incêndio, de uma briga, de um naufrágio.
Formas de apresentação da fala das personagens • Descrição Técnica: Ela apresenta muitas das características ge-
Como já sabemos, nas histórias, as personagens agem e falam. Há rais da literatura, com a distinção de que nela se utiliza um vocabu-
três maneiras de comunicar as falas das personagens. lário mais preciso, salientando-se com exatidão os pormenores.
Língua Portuguesa 2 A Opção Certa Para a Sua Realização
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APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
É predominantemente denotativa tendo como objetivo esclarecer Sendo a argumentação o procedimento que tornará a tese aceitável, a
convencendo. Pode aplicar-se a objetos, a aparelhos ou mecanis- apresentação de argumentos atingirá os seus interlocutores em seus objeti-
mos, a fenômenos, a fatos, a lugares, a eventos e etc. vos; isto se dará através do convencimento da persuasão. Os mecanismos
da coesão e da coerência serão então responsáveis pela unidade da for-
TEXTO DISSERTATIVO mação textual.
Dissertar significa discutir, expor, interpretar ideias. A dissertação cons-
ta de uma série de juízos a respeito de um determinado assunto ou ques- Dentro dos mecanismos coesivos, podem realizar-se em contextos
tão, e pressupõe um exame critico do assunto sobre o qual se vai escrever verbais mais amplos, como por jogos de elipses, por força semântica, por
com clareza, coerência e objetividade. recorrências lexicais, por estratégias de substituição de enunciados.
A dissertação pode ser argumentativa - na qual o autor tenta persuadir Um mecanismo mais fácil de fazer a comunicação entre as pessoas é a
o leitor a respeito dos seus pontos de vista ou simplesmente, ter como linguagem, quando ela é em forma da escrita e após a leitura, (o que ocorre
finalidade dar a conhecer ou explicar certo modo de ver qualquer questão. agora), podemos dizer que há de ter alguém que transmita algo, e outro
que o receba. Nesta brincadeira é que entra a formação de argumentos
A linguagem usada é a referencial, centrada na mensagem, enfatizan- com o intuito de persuadir para se qualificar a comunicação; nisto, estes
do o contexto. argumentos explanados serão o germe de futuras tentativas da comunica-
ção ser objetiva e dotada de intencionalidade, (ver Linguagem e Persua-
Quanto à forma, ela pode ser tripartida em : são).
• Introdução: Em poucas linhas coloca ao leitor os dados funda-
mentais do assunto que está tratando. É a enunciação direta e ob- Sabe-se que a leitura e escrita, ou seja, ler e escrever; não tem em sua
jetiva da definição do ponto de vista do autor. unidade a mono característica da dominação do idioma/língua, e sim o
• Desenvolvimento: Constitui o corpo do texto, onde as ideias colo- propósito de executar a interação do meio e cultura de cada indivíduo. As
cadas na introdução serão definidas com os dados mais relevan- relações intertextuais são de grande valia para fazer de um texto uma
tes. Todo desenvolvimento deve estruturar-se em blocos de ideias alusão à outros textos, isto proporciona que a imersão que os argumentos
articuladas entre si, de forma que a sucessão deles resulte num dão tornem esta produção altamente evocativa.
conjunto coerente e unitário que se encaixa na introdução e de-
sencadeia a conclusão. A paráfrase é também outro recurso bastante utilizado para trazer a um
• Conclusão: É o fenômeno do texto, marcado pela síntese da ideia texto um aspecto dinâmico e com intento. Juntamente com a paródia, a
central. Na conclusão o autor reforça sua opinião, retomando a in- paráfrase utiliza-se de textos já escritos, por alguém, e que tornam-se algo
trodução e os fatos resumidos do desenvolvimento do texto. Para espetacularmente incrível. A diferença é que muitas vezes a paráfrase não
haver maior entendimento dos procedimentos que podem ocorrer possui a necessidade de persuadir as pessoas com a repetição de argu-
em um dissertação, cabe fazermos a distinção entre fatos, hipótese mentos, e sim de esquematizar novas formas de textos, sendo estes dife-
e opinião. rentes. A criação de um texto requer bem mais do que simplesmente a
- Fato: É o acontecimento ou coisa cuja veracidade e reconhecida; é junção de palavras a uma frase, requer algo mais que isto. É necessário ter
a obra ou ação que realmente se praticou. na escolha das palavras e do vocabulário o cuidado de se requisitá-las,
- Hipótese: É a suposição feita acerca de uma coisa possível ou bem como para se adotá-las. Um texto não é totalmente auto-explicativo,
não, e de que se tiram diversas conclusões; é uma afirmação so- daí vem a necessidade de que o leitor tenha um emassado em seu histórico
bre o desconhecido, feita com base no que já é conhecido. uma relação interdiscursiva e intertextual.
- Opinião: Opinar é julgar ou inserir expressões de aprovação ou
desaprovação pessoal diante de acontecimentos, pessoas e obje- As metáforas, metomínias, onomatopeias ou figuras de linguagem, en-
tos descritos, é um parecer particular, um sentimento que se tem a tram em ação inseridos num texto como um conjunto de estratégias capa-
respeito de algo. zes de contribuir para os efeitos persuasivos dele. A ironia também é muito
utilizada para causar este efeito, umas de suas características salientes, é
O TEXTO ARGUMENTATIVO que a ironia dá ênfase à gozação, além de desvalorizar ideias, valores da
Baseado em Adilson Citelli oposição, tudo isto em forma de piada.
A linguagem é capaz de criar e representar realidades, sendo caracte-
rizada pela identificação de um elemento de constituição de sentidos. Os Uma das últimas, porém não menos importantes, formas de persuadir
discursos verbais podem ser formados de várias maneiras, para dissertar através de argumentos, é a Alusão ("Ler não é apenas reconhecer o dito,
ou argumentar, descrever ou narrar, colocamos em práticas um conjunto de mais também o não-dito"). Nela, o escritor trabalha com valores, ideias ou
referências codificadas há muito tempo e dadas como estruturadoras do conceitos pré estabelecidos, sem porém com objetivos de forma clara e
tipo de texto solicitado. concisa. O que acontece é a formação de um ambiente poético e sugerível,
capaz de evocar nos leitores algo, digamos, uma sensação...
Para se persuadir por meio de muitos recursos da língua é necessário
que um texto possua um caráter argumentativo/descritivo. A construção de Texto Base: CITELLI, Adilson; “O Texto Argumentativo” São Paulo SP,
um ponto de vista de alguma pessoa sobre algo, varia de acordo com a sua Editora ..Scipione, 1994 - 6ª edição.
análise e esta dar-se-á a partir do momento em que a compreensão do
conteúdo, ou daquilo que fora tratado seja concretado. A formação discursi- Reconhecimento de tipos e gêneros textuais.
va é responsável pelo emassamento do conteúdo que se deseja transmitir,
ou persuadir, e nele teremos a formação do ponto de vista do sujeito, suas A todo o momento nos deparamos com vários textos, sejam eles
análises das coisas e suas opiniões. Nelas, as opiniões o que fazemos é verbais e não verbais. Em todos há a presença do discurso, isto é, a ideia
soltar concepções que tendem a ser orientadas no meio em que o indivíduo intrínseca, a essência daquilo que está sendo transmitido entre os
viva. Vemos que o sujeito lança suas opiniões com o simples e decisivo interlocutores.
intuito de persuadir e fazer suas explanações renderem o convencimento Esses interlocutores são as peças principais em um diálogo ou em um
do ponto de vista de algo/alguém. texto escrito, pois nunca escrevemos para nós mesmos, nem mesmo
falamos sozinhos.
Na escrita, o que fazemos é buscar intenções de sermos entendidos e
desejamos estabelecer um contato verbal com os ouvintes e leitores, e É de fundamental importância sabermos classificar os textos dos quais
todas as frases ou palavras articuladas produzem significações dotadas de travamos convivência no nosso dia a dia. Para isso, precisamos saber que
intencionalidade, criando assim unidades textuais ou discursivas. Dentro existem tipos textuais e gêneros textuais.
deste contexto da escrita, temos que levar em conta que a coerência é de Comumente relatamos sobre um acontecimento, um fato presenciado
relevada importância para a produção textual, pois nela se dará uma se- ou ocorrido conosco, expomos nossa opinião sobre determinado assunto,
quência das ideias e da progressão de argumentos a serem explanadas.
Mas como toda escrita perfaz-se de uma técnica para compô-la, é Os textos literários que conhecemos como obras de teatro (dramas,
extremamente importante que saibamos a maneira correta de produzir esta tragédias, comédias, etc.) vão tecendo diferentes histórias, vão desenvol-
gama de textos. À medida que a praticamos, vamos nos aperfeiçoando vendo diversos conflitos, mediante a interação linguística das personagens,
mais e mais na sua performance estrutural. Por Vânia Duarte quer dizer, através das conversações que têm lugar entre os participantes
nas situações comunicativas registradas no mundo de ficção construído
O Conto pelo texto. Nas obras teatrais, não existe um narrador que conta os fatos,
mas um leitor que vai conhecendo-os através dos diálogos e/ ou monólogos
É um relato em prosa de fatos fictícios. Consta de três momentos per- das personagens.
feitamente diferenciados: começa apresentando um estado inicial de equilí-
brio; segue com a intervenção de uma força, com a aparição de um conflito, Devido à trama conversacional destes textos, torna-se possível encon-
que dá lugar a uma série de episódios; encerra com a resolução desse trar neles vestígios de oralidade (que se manifestam na linguagem espon-
conflito que permite, no estágio final, a recuperação do equilíbrio perdido. tânea das personagens, através de numerosas interjeições, de alterações
da sintaxe normal, de digressões, de repetições, de dêiticos de lugar e
Todo conto tem ações centrais, núcleos narrativos, que estabelecem tempo. Os sinais de interrogação, exclamação e sinais auxiliares servem
entre si uma relação causal. Entre estas ações, aparecem elementos de para moldar as propostas e as réplicas e, ao mesmo tempo, estabelecem
recheio (secundários ou catalíticos), cuja função é manter o suspense. os turnos de palavras.
Tanto os núcleos como as ações secundárias colocam em cena persona-
gens que as cumprem em um determinado lugar e tempo. Para a apresen- As obras de teatro atingem toda sua potencialidade através da repre-
tação das características destes personagens, assim como para as indica- sentação cênica: elas são construídas para serem representadas. O diretor
ções de lugar e tempo, apela-se a recursos descritivos. e os atores orientam sua interpretação.
Um recurso de uso frequente nos contos é a introdução do diálogo das Estes textos são organizados em atos, que estabelecem a progressão
personagens, apresentado com os sinais gráficos correspondentes (os temática: desenvolvem uma unidade informativa relevante para cada conta-
travessões, para indicar a mudança de interlocutor). to apresentado. Cada ato contém, por sua vez, diferentes cenas, determi-
nadas pelas entradas e saídas das personagens e/ou por diferentes qua-
A observação da coerência temporal permite ver se o autor mantém a dros, que correspondem a mudanças de cenografias.
linha temporal ou prefere surpreender o leitor com rupturas de tempo na
apresentação dos acontecimentos (saltos ao passado ou avanços ao Nas obras teatrais são incluídos textos de trama descritiva: são as
futuro). chamadas notações cênicas, através das quais o autor dá indicações aos
atores sobre a entonação e a gestualidade e caracteriza as diferentes
A demarcação do tempo aparece, geralmente, no parágrafo inicial. Os cenografias que considera pertinentes para o desenvolvimento da ação.
contos tradicionais apresentam fórmulas características de introdução de Estas notações apresentam com frequência orações unimembres e/ou
temporalidade difusa: "Era uma vez...", "Certa vez...". bimembres de predicado não verbal.
Os tempos verbais desempenham um papel importante na construção O Poema
e na interpretação dos contos. Os pretéritos imperfeito e o perfeito predo-
minam na narração, enquanto que o tempo presente aparece nas descri- Texto literário, geralmente escrito em verso, com uma distribuição es-
ções e nos diálogos. pacial muito particular: as linhas curtas e os agrupamentos em estrofe dão
relevância aos espaços em branco; então, o texto emerge da página com
O pretérito imperfeito apresenta a ação em processo, cuja incidência uma silhueta especial que nos prepara para sermos introduzidos nos miste-
chega ao momento da narração: "Rosário olhava timidamente seu preten- riosos labirintos da linguagem figurada. Pede uma leitura em voz alta, para
dente, enquanto sua mãe, da sala, fazia comentários banais sobre a histó- captar o ritmo dos versos, e promove uma tarefa de abordagem que pre-
ria familiar." O perfeito, ao contrário, apresenta as ações concluídas no tende extrair a significação dos recursos estilísticos empregados pelo
passado: "De repente, chegou o pai com suas botas sujas de barro, olhou poeta, quer seja para expressar seus sentimentos, suas emoções, sua
sua filha, depois o pretendente, e, sem dizer nada, entrou furioso na sala". versão da realidade, ou para criar atmosferas de mistério de surrealismo,
A apresentação das personagens ajusta-se à estratégia da definibilida- relatar epopeias (como nos romances tradicionais), ou, ainda, para apre-
de: são introduzidas mediante uma construção nominal iniciada por um sentar ensinamentos morais (como nas fábulas).
artigo indefinido (ou elemento equivalente), que depois é substituído pelo O ritmo - este movimento regular e medido - que recorre ao valor sono-
definido, por um nome, um pronome, etc.: "Uma mulher muito bonita entrou ro das palavras e às pausas para dar musicalidade ao poema, é parte
apressadamente na sala de embarque e olhou à volta, procurando alguém essencial do verso: o verso é uma unidade rítmica constituída por uma série
impacientemente. A mulher parecia ter fugido de um filme romântico dos métrica de sílabas fônicas. A distribuição dos acentos das palavras que
anos 40." compõem os versos tem uma importância capital para o ritmo: a musicali-
O narrador é uma figura criada pelo autor para apresentar os fatos que dade depende desta distribuição.
constituem o relato, é a voz que conta o que está acontecendo. Lembramos que, para medir o verso, devemos atender unicamente à
distância sonora das sílabas. As sílabas fônicas apresentam algumas
diferenças das sílabas ortográficas. Estas diferenças constituem as chama-
Língua Portuguesa 4 A Opção Certa Para a Sua Realização
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das licenças poéticas: a diérese, que permite separar os ditongos em suas A Notícia
sílabas; a sinérese, que une em uma sílaba duas vogais que não constitu-
em um ditongo; a sinalefa, que une em uma só sílaba a sílaba final de uma Transmite uma nova informação sobre acontecimentos, objetos ou
palavra terminada em vogal, com a inicial de outra que inicie com vogal ou pessoas.
h; o hiato, que anula a possibilidade da sinalefa. Os acentos finais também As notícias apresentam-se como unidades informativas completas, que
incidem no levantamento das sílabas do verso. Se a última palavra é paro- contêm todos os dados necessários para que o leitor compreenda a infor-
xítona, não se altera o número de sílabas; se é oxítona, soma-se uma mação, sem necessidade ou de recorrer a textos anteriores (por exemplo,
sílaba; se é proparoxítona, diminui-se uma. não é necessário ter lido os jornais do dia anterior para interpretá-la), ou de
A rima é uma característica distintiva, mas não obrigatória dos versos, ligá-la a outros textos contidos na mesma publicação ou em publicações
pois existem versos sem rima (os versos brancos ou soltos de uso frequen- similares.
te na poesia moderna). A rima consiste na coincidência total ou parcial dos É comum que este texto use a técnica da pirâmide invertida: começa
últimos fonemas do verso. Existem dois tipos de rimas: a consoante (coin- pelo fato mais importante para finalizar com os detalhes. Consta de três
cidência total de vogais e consoante a partir da última vogal acentuada) e a partes claramente diferenciadas: o título, a introdução e o desenvolvimento.
assonante (coincidência unicamente das vogais a partir da última vogal O título cumpre uma dupla função - sintetizar o tema central e atrair a
acentuada). A métrica mais frequente dos versos vai desde duas até de- atenção do leitor. Os manuais de estilo dos jornais (por exemplo: do Jornal
zesseis sílabas. Os versos monossílabos não existem, já que, pelo acento, El País, 1991) sugerem geralmente que os títulos não excedam treze
são considerados dissílabos. palavras. A introdução contém o principal da informação, sem chegar a ser
As estrofes agrupam versos de igual medida e de duas medidas dife- um resumo de todo o texto. No desenvolvimento, incluem-se os detalhes
rentes combinadas regularmente. Estes agrupamentos vinculam-se à que não aparecem na introdução.
progressão temática do texto: com frequência, desenvolvem uma unidade A notícia é redigida na terceira pessoa. O redator deve manter-se à
informativa vinculada ao tema central. margem do que conta, razão pela qual não é permitido o emprego da
Os trabalhos dentro do paradigma e do sintagma, através dos meca- primeira pessoa do singular nem do plural. Isso implica que, além de omitir
nismos de substituição e de combinação, respectivamente, culminam com a o eu ou o nós, também não deve recorrer aos possessivos (por exemplo,
criação de metáforas, símbolos, configurações sugestionadoras de vocábu- não se referirá à Argentina ou a Buenos Aires com expressões tais como
los, metonímias, jogo de significados, associações livres e outros recursos nosso país ou minha cidade).
estilísticos que dão ambiguidade ao poema. Esse texto se caracteriza por sua exigência de objetividade e veracida-
TEXTOS JORNALÍSTICOS de: somente apresenta os dados. Quando o jornalista não consegue com-
provar de forma fidedigna os dados apresentados, costuma recorrer a
Os textos denominados de textos jornalísticos, em função de seu por- certas fórmulas para salvar sua responsabilidade: parece, não está descar-
tador ( jornais, periódicos, revistas), mostram um claro predomínio da tado que. Quando o redator menciona o que foi dito por alguma fonte,
função informativa da linguagem: trazem os fatos mais relevantes no mo- recorre ao discurso direto, como, por exemplo:
mento em que acontecem. Esta adesão ao presente, esta primazia da
atualidade, condena-os a uma vida efêmera. Propõem-se a difundir as O ministro afirmou: "O tema dos aposentados será tratado na Câmara
novidades produzidas em diferentes partes do mundo, sobre os mais varia- dos Deputados durante a próxima semana .
dos temas. O estilo que corresponde a este tipo de texto é o formal.
De acordo com este propósito, são agrupados em diferentes seções: Nesse tipo de texto, são empregados, principalmente, orações
informação nacional, informação internacional, informação local, sociedade, enunciativas, breves, que respeitam a ordem sintática canônica. Apesar das
economia, cultura, esportes, espetáculos e entretenimentos. notícias preferencialmente utilizarem os verbos na voz ativa, também é
A ordem de apresentação dessas seções, assim como a extensão e o frequente o uso da voz passiva: Os delinquentes foram perseguidos pela
tratamento dado aos textos que incluem, são indicadores importantes tanto polícia; e das formas impessoais: A perseguição aos delinquentes foi feita
da ideologia como da posição adotada pela publicação sobre o tema abor- por um patrulheiro.
dado. A progressão temática das notícias gira em tomo das perguntas o quê?
Os textos jornalísticos apresentam diferentes seções. As mais comuns quem? como? quando? por quê e para quê?.
são as notícias, os artigos de opinião, as entrevistas, as reportagens, as O Artigo de Opinião
crônicas, as resenhas de espetáculos.
Contém comentários, avaliações, expectativas sobre um tema da atua-
A publicidade é um componente constante dos jornais e revistas, à lidade que, por sua transcendência, no plano nacional ou internacional, já é
medida que permite o financiamento de suas edições. Mas os textos publi- considerado, ou merece ser, objeto de debate.
citários aparecem não só nos periódicos como também em outros meios
amplamente conhecidos como os cartazes, folhetos, etc.; por isso, nos Nessa categoria, incluem-se os editoriais, artigos de análise ou pesqui-
referiremos a eles em outro momento. sa e as colunas que levam o nome de seu autor. Os editoriais expressam a
posição adotada pelo jornal ou revista em concordância com sua ideologia,
Em geral, aceita-se que os textos jornalísticos, em qualquer uma de enquanto que os artigos assinados e as colunas transmitem as opiniões de
suas seções, devem cumprir certos requisitos de apresentação, entre os seus redatores, o que pode nos levar a encontrar, muitas vezes, opiniões
quais destacamos: uma tipografia perfeitamente legível, uma diagramação divergentes e até antagônicas em uma mesma página.
cuidada, fotografias adequadas que sirvam para complementar a informa-
ção linguística, inclusão de gráficos ilustrativos que fundamentam as expli- Embora estes textos possam ter distintas superestruturas, em geral se
cações do texto. organizam seguindo uma linha argumentativa que se inicia com a identifica-
ção do tema em questão, acompanhado de seus antecedentes e alcance, e
É pertinente observar como os textos jornalísticos distribuem-se na pu- que segue com uma tomada de posição, isto é, com a formulação de uma
blicação para melhor conhecer a ideologia da mesma. Fundamentalmente, tese; depois, apresentam-se os diferentes argumentos de forma a justificar
a primeira página, as páginas ímpares e o extremo superior das folhas dos esta tese; para encerrar, faz-se uma reafirmação da posição adotada no
jornais trazem as informações que se quer destacar. Esta localização início do texto.
antecipa ao leitor a importância que a publicação deu ao conteúdo desses
textos. A efetividade do texto tem relação direta não só com a pertinência dos
argumentos expostos como também com as estratégias discursivas usadas
O corpo da letra dos títulos também é um indicador a considerar sobre para persuadir o leitor. Entre estas estratégias, podemos encontrar as
a posição adotada pela redação. seguintes: as acusações claras aos oponentes, as ironias, as insinuações,
as digressões, as apelações à sensibilidade ou, ao contrário, a tomada de
distância através do uso das construções impessoais, para dar objetividade
Quando o pronome vem determinando o substantivo, restringindo a ex- 1. Os pronomes pessoais do caso reto (EU, TU, ELE/ELA, NÓS, VÓS,
tensão de seu significado, dizemos tratar-se de pronome adjetivo. ELES/ELAS) devem ser empregados na função sintática de sujeito.
• Esta casa é antiga. (esta) Considera-se errado seu emprego como complemento:
• Meu livro é antigo. (meu) Convidaram ELE para a festa (errado)
Receberam NÓS com atenção (errado)
Classificação dos Pronomes EU cheguei atrasado (certo)
Há, em Português, seis espécies de pronomes: ELE compareceu à festa (certo)
• pessoais: eu, tu, ele/ela, nós, vós, eles/elas e as formas oblíquas
de tratamento: 2. Na função de complemento, usam-se os pronomes oblíquos e não os
• possessivos: meu, teu, seu, nosso, vosso, seu e flexões; pronomes retos:
• demonstrativos: este, esse, aquele e flexões; isto, isso, aquilo; Convidei ELE (errado)
• relativos: o qual, cujo, quanto e flexões; que, quem, onde; Chamaram NÓS (errado)
• indefinidos: algum, nenhum, todo, outro, muito, certo, pouco, vá- Convidei-o. (certo)
rios, tanto quanto, qualquer e flexões; alguém, ninguém, tudo, ou- Chamaram-NOS. (certo)
trem, nada, cada, algo.
• interrogativos: que, quem, qual, quanto, empregados em frases in- 3. Os pronomes retos (exceto EU e TU), quando antecipados de preposi-
terrogativas. ção, passam a funcionar como oblíquos. Neste caso, considera-se cor-
reto seu emprego como complemento:
PRONOMES PESSOAIS Informaram a ELE os reais motivos.
Pronomes pessoais são aqueles que representam as pessoas do dis- Emprestaram a NÓS os livros.
curso: Eles gostam muito de NÓS.
1ª pessoa: quem fala, o emissor.
Eu sai (eu) 4. As formas EU e TU só podem funcionar como sujeito. Considera-se
Nós saímos (nós) errado seu emprego como complemento:
Convidaram-me (me) Nunca houve desentendimento entre eu e tu. (errado)
Convidaram-nos (nós) Nunca houve desentendimento entre mim e ti. (certo)
2ª pessoa: com quem se fala, o receptor. Como regra prática, podemos propor o seguinte: quando precedidas de
Tu saíste (tu) preposição, não se usam as formas retas EU e TU, mas as formas oblíquas
Vós saístes (vós) MIM e TI:
Convidaram-te (te) Ninguém irá sem EU. (errado)
Convidaram-vos (vós) Nunca houve discussões entre EU e TU. (errado)
3ª pessoa: de que ou de quem se fala, o referente. Ninguém irá sem MIM. (certo)
Ele saiu (ele) Nunca houve discussões entre MIM e TI. (certo)
Eles sairam (eles)
Convidei-o (o) Há, no entanto, um caso em que se empregam as formas retas EU e
Convidei-os (os) TU mesmo precedidas por preposição: quando essas formas funcionam
como sujeito de um verbo no infinitivo.
Os pronomes pessoais são os seguintes: Deram o livro para EU ler (ler: sujeito)
Deram o livro para TU leres (leres: sujeito)
NÚMERO PESSOA CASO CASO OBLÍQUO
RETO Verifique que, neste caso, o emprego das formas retas EU e TU é obri-
singular 1ª eu me, mim, comigo gatório, na medida em que tais pronomes exercem a função sintática de
2ª tu te, ti, contigo sujeito.
3ª ele, ela se, si, consigo, o, a, lhe
plural 1ª nós nós, conosco 5. Os pronomes oblíquos SE, SI, CONSIGO devem ser empregados
2ª vós vós, convosco somente como reflexivos. Considera-se errada qualquer construção em
3ª eles, elas se, si, consigo, os, as, que os referidos pronomes não sejam reflexivos:
lhes
Querida, gosto muito de SI. (errado)
PRONOMES DE TRATAMENTO Preciso muito falar CONSIGO. (errado)
Na categoria dos pronomes pessoais, incluem-se os pronomes de tra- Querida, gosto muito de você. (certo)
tamento. Referem-se à pessoa a quem se fala, embora a concordância Preciso muito falar com você. (certo)
deva ser feita com a terceira pessoa. Convém notar que, exceção feita a
você, esses pronomes são empregados no tratamento cerimonioso. Observe que nos exemplos que seguem não há erro algum, pois os
pronomes SE, SI, CONSIGO, foram empregados como reflexivos:
Veja, a seguir, alguns desses pronomes: Ele feriu-se
PRONOME ABREV. EMPREGO Cada um faça por si mesmo a redação
Vossa Alteza V. A. príncipes, duques O professor trouxe as provas consigo
Vossa Eminência V .Ema cardeais
Vossa Excelência V.Exa altas autoridades em geral 6. Os pronomes oblíquos CONOSCO e CONVOSCO são utilizados
Vossa Magnificência V. Mag a reitores de universidades normalmente em sua forma sintética. Caso haja palavra de reforço, tais
Vossa Reverendíssima V. Revma sacerdotes em geral pronomes devem ser substituídos pela forma analítica:
Vossa Santidade V.S. papas
Vossa Senhoria V.Sa funcionários graduados Queriam falar conosco = Queriam falar com nós dois
Vossa Majestade V.M. reis, imperadores Queriam conversar convosco = Queriam conversar com vós próprios.
Quando se trata do primeiro dia do mês, deve-se dar preferência ao No primeiro exemplo, a palavra E liga duas palavras da mesma oração: é
emprego do ordinal. uma conjunção.
Hoje é primeiro de setembro
Não é aconselhável iniciar período com algarismos No segundo a terceiro exemplos, as palavras E e QUANDO estão ligando
16 anos tinha Patrícia = Dezesseis anos tinha Patrícia orações: são também conjunções.
A título de brevidade, usamos constantemente os cardinais pelos ordi- Conjunção é uma palavra invariável que liga orações ou palavras da
nais. Ex.: casa vinte e um (= a vigésima primeira casa), página trinta e dois mesma oração.
(= a trigésima segunda página). Os cardinais um e dois não variam nesse
caso porque está subentendida a palavra número. Casa número vinte e um, No 2º exemplo, a conjunção liga as orações sem fazer que uma dependa
página número trinta e dois. Por isso, deve-se dizer e escrever também: a da outra, sem que a segunda complete o sentido da primeira: por isso, a
folha vinte e um, a folha trinta e dois. Na linguagem forense, vemos o conjunção E é coordenativa.
numeral flexionado: a folhas vinte e uma a folhas trinta e duas.
No 3º exemplo, a conjunção liga duas orações que se completam uma à
ARTIGO outra e faz com que a segunda dependa da primeira: por isso, a conjunção
QUANDO é subordinativa.
Artigo é uma palavra que antepomos aos substantivos para determiná-
los. Indica-lhes, ao mesmo tempo, o gênero e o número. As conjunções, portanto, dividem-se em coordenativas e subordinativas.
Conjunções subordinativas 8) Proporcionais: à proporção que, à medida que, ao passo que, quanto
As conjunções subordinativas ligam duas orações, subordinando uma à mais... (tanto mais), quanto mais... (tanto menos), quanto menos... (tan-
outra. Com exceção das integrantes, essas conjunções iniciam orações que to mais), quanto mais... (mais), (tanto)... quanto.
traduzem circunstâncias (causa, comparação, concessão, condição ou À medida que se vive, mais se aprende.
hipótese, conformidade, consequência, finalidade, proporção, tempo). À proporção que subíamos, o ar ia ficando mais leve.
Abrangem as seguintes classes: Quanto mais as cidades crescem, mais problemas vão tendo.
1) Causais: porque, que, pois, como, porquanto, visto que, visto como, já Os soldados respondiam, à medida que eram chamados.
que, uma vez que, desde que.
O tambor soa porque é oco. (porque é oco: causa; o tambor soa: Observação:
efeito). São incorretas as locuções proporcionais à medida em que, na medida
Como estivesse de luto, não nos recebeu. que e na medida em que. A forma correta é à medida que:
Desde que é impossível, não insistirei. "À medida que os anos passam, as minhas possibilidades diminuem."
(Maria José de Queirós)
2) Comparativas: como, (tal) qual, tal a qual, assim como, (tal) como, (tão 9) Temporais: quando, enquanto, logo que, mal (= logo que), sempre
ou tanto) como, (mais) que ou do que, (menos) que ou do que, (tanto) que, assim que, desde que, antes que, depois que, até que, agora que,
quanto, que nem, feito (= como, do mesmo modo que), o mesmo que etc.
(= como). Venha quando você quiser.
Ele era arrastado pela vida como uma folha pelo vento. Não fale enquanto come.
O exército avançava pela planície qual uma serpente imensa. Ela me reconheceu, mal lhe dirigi a palavra.
"Os cães, tal qual os homens, podem participar das três categorias." Desde que o mundo existe, sempre houve guerras.
(Paulo Mendes Campos) Agora que o tempo esquentou, podemos ir à praia.
"Sou o mesmo que um cisco em minha própria casa." "Ninguém o arredava dali, até que eu voltasse." (Carlos Povina Caval-
(Antônio Olavo Pereira) cânti)
"E pia tal a qual a caça procurada."
(Amadeu de Queirós) 10) Integrantes: que, se.
"Por que ficou me olhando assim feito boba?" Sabemos que a vida é breve.
(Carlos Drummond de Andrade) Veja se falta alguma coisa.
Os pedestres se cruzavam pelas ruas que nem formigas apressadas.
Nada nos anima tanto como (ou quanto) um elogio sincero. Observação:
Os governantes realizam menos do que prometem. Em frases como Sairás sem que te vejam, Morreu sem que ninguém o
chorasse, consideramos sem que conjunção subordinativa modal. A NGB,
3) Concessivas: embora, conquanto, que, ainda que, mesmo que, ainda porém, não consigna esta espécie de conjunção.
quando, mesmo quando, posto que, por mais que, por muito que, por Locuções conjuntivas: no entanto, visto que, desde que, se bem que,
menos que, se bem que, em que (pese), nem que, dado que, sem que por mais que, ainda quando, à medida que, logo que, a rim de que, etc.
(= embora não). Muitas conjunções não têm classificação única, imutável, devendo, por-
Célia vestia-se bem, embora fosse pobre. tanto, ser classificadas de acordo com o sentido que apresentam no contex-
A vida tem um sentido, por mais absurda que possa parecer. to.
- Assindética:
Preposições são palavras que estabelecem um vínculo entre dois ter-
Aquela que é independente e aparece separada por uma vírgula ou ponto e
mos de uma oração. O primeiro, um subordinante ou antecedente, e o
vírgula.
segundo, um subordinado ou consequente.
Chegou, olhou, partiu.
Exemplos:
A oração coordenada sindética pode ser:
Chegaram a Porto Alegre.
Discorda de você.
1. ADITIVA:
Fui até a esquina.
Expressa adição, sequência de pensamento. (e, nem = e não), mas,
Casa de Paulo.
também:
Ele falava E EU FICAVA OUVINDO.
Preposições Essenciais e Acidentais
Meus atiradores nem fumam NEM BEBEM.
As preposições essenciais são: A, ANTE, APÓS, ATÉ, COM, CONTRA,
A doença vem a cavalo E VOLTA A PÉ.
DE, DESDE, EM, ENTRE, PARA, PERANTE, POR, SEM, SOB, SOBRE e
ATRÁS.
2. ADVERSATIVA:
Ligam orações, dando-lhes uma ideia de compensação ou de contraste
Certas palavras ora aparecem como preposições, ora pertencem a ou-
(mas, porém, contudo, todavia, entretanto, senão, no entanto, etc).
tras classes, sendo chamadas, por isso, de preposições acidentais: afora,
A espada vence MAS NÃO CONVENCE.
conforme, consoante, durante, exceto, fora, mediante, não obstante, salvo,
O tambor faz um grande barulho, MAS É VAZIO POR DENTRO.
segundo, senão, tirante, visto, etc.
Apressou-se, CONTUDO NÃO CHEGOU A TEMPO.
INTERJEIÇÃO 3. ALTERNATIVAS:
Ligam palavras ou orações de sentido separado, uma excluindo a outra (ou,
Interjeição é a palavra que comunica emoção. As interjeições podem ou...ou, já...já, ora...ora, quer...quer, etc).
ser: Mudou o natal OU MUDEI EU?
- alegria: ahl oh! oba! eh! “OU SE CALÇA A LUVA e não se põe o anel,
- animação: coragem! avante! eia! OU SE PÕE O ANEL e não se calça a luva!”
- admiração: puxa! ih! oh! nossa! (C. Meireles)
- aplauso: bravo! viva! bis!
- desejo: tomara! oxalá! 4. CONCLUSIVAS:
- dor: aí! ui! Ligam uma oração a outra que exprime conclusão (LOGO, POIS,
- silêncio: psiu! silêncio! PORTANTO, POR CONSEGUINTE, POR ISTO, ASSIM, DE MODO
- suspensão: alto! basta! QUE, etc).
Ele está mal de notas; LOGO, SERÁ REPROVADO.
Vives mentindo; LOGO, NÃO MERECES FÉ.
3. PAGAR - transitivo direto e indireto 16. IMPLICAR - no sentido de acarretar, resultar, exige objeto direto:
Já paguei um jantar a você. O amor implica renúncia.
• no sentido de antipatizar, ter má vontade, constrói-se com a preposição
4. PERDOAR - transitivo direto e indireto. COM:
Já perdoei aos meus inimigos as ofensas. O professor implicava com os alunos
• no sentido de envolver-se, comprometer-se, constrói-se com a preposi-
5. PREFERIR - (= gostar mais de) transitivo direto e indireto ção EM:
Prefiro Comunicação à Matemática. Implicou-se na briga e saiu ferido
11. OBEDECER e DESOBEDECER - constrói-se com objeto indireto b) assonância: consiste na repetição ordenada de sons vocálicos
Devemos obedecer aos superiores. idênticos.
Desobedeceram às leis do trânsito. “Sou um mulato nato no sentido lato
mulato democrático do litoral.”
12. MORAR, RESIDIR, SITUAR-SE, ESTABELECER-SE
• exigem na sua regência a preposição EM c) paronomásia: consiste na aproximação de palavras de sons pare-
O armazém está situado na Farrapos. cidos, mas de significados distintos.
Ele estabeleceu-se na Avenida São João. “Eu que passo, penso e peço.”
c) eufemismo: consiste em substituir uma expressão por outra me- c) ambiguidade ou anfibologia: trata-se de construir a frase de um
nos brusca; em síntese, procura-se suavizar alguma afirmação desagra- modo tal que ela apresente mais de um sentido.
dável. O guarda deteve o suspeito em sua casa. (na casa de quem: do
Ele enriqueceu por meios ilícitos. (em vez de ele roubou) guarda ou do suspeito?)
d) hipérbole: trata-se de exagerar uma ideia com finalidade enfática. d) cacófato: consiste no mau som produzido pela junção de pala-
Estou morrendo de sede. (em vez de estou com muita sede) vras.
Paguei cinco mil reais por cada.
e) prosopopeia ou personificação: consiste em atribuir a seres ina-
nimados predicativos que são próprios de seres animados. e) pleonasmo vicioso: consiste na repetição desnecessária de uma
O jardim olhava as crianças sem dizer nada. ideia.
O pai ordenou que a menina entrasse para dentro imediatamente.
f) gradação ou clímax: é a apresentação de ideias em progressão Observação: Quando o uso do pleonasmo se dá de modo enfático,
ascendente (clímax) ou descendente (anticlímax) este não é considerado vicioso.
“Um coração chagado de desejos
Latejando, batendo, restrugindo.” f) eco: trata-se da repetição de palavras terminadas pelo mesmo
som.
g) apóstrofe: consiste na interpelação enfática a alguém (ou alguma O menino repetente mente alegremente.
coisa personificada). Por Marina Cabral
“Senhor Deus dos desgraçados! Especialista em Língua Portuguesa e Literatura
Dizei-me vós, Senhor Deus!”
PREFIXOS E SUFIXOS MAIS COMUNS
Figuras de palavras (faculdades, funções, estados, doenças, etc)
a) metáfora: consiste em empregar um termo com significado dife- algos = dor nevralgia, mialgia
rente do habitual, com base numa relação de similaridade entre o senti- bios = vida biologia, biopsia
do próprio e o sentido figurado. A metáfora implica, pois, uma compara- crásis = temperamento compleição, idiossincrasia
ção em que o conectivo comparativo fica subentendido. átron = articulação disartria, artralgia
“Meu pensamento é um rio subterrâneo.” afé = tato disafia, anafilaxia
bulé-vontade abúlico, abulia
b) metonímia: como a metáfora, consiste numa transposição de sig- cáris = graça eucaristia, carisma
nificado, ou seja, uma palavra que usualmente significa uma coisa passa crátos = poder, força democracia, plutocracia
a ser usada com outro significado. Todavia, a transposição de significa- dipsa = sede dipsomania, dipsético
dos não é mais feita com base em traços de semelhança, como na doxa = opinião, glória paradoxo, doxomania
metáfora. A metonímia explora sempre alguma relação lógica entre os edema = inchação edematoso, edemaciar
termos. Observe: éstesis = sensação sensibilidade, estética, anestesia
Não tinha teto em que se abrigasse. (teto em lugar de casa) éros, érotos = amor erótico, erotofobia
étos, éteos = costume tradição, ética, cacoete
foné = voz áfono, fonógrafo
fobos = medo, horror,
aversão fobia, acrofobia
11. A frase correta de acordo com o padrão culto é: 17. Assinale a alternativa em que, de acordo com a norma culta, se
(A) Não vejo mal no Presidente emitir medidas de emergência devido às respeitam as regras de pontuação.
chuvas. (A) Por sinal, o próprio Senhor Governador, na última entrevista, revelou,
(B) Antes de estes requisitos serem cumpridos, não receberemos recla- que temos uma arrecadação bem maior que a prevista.
mações. (B) Indagamos, sabendo que a resposta é obvia: que se deve a uma
(C) Para mim construir um país mais justo, preciso de maior apoio à sociedade inerte diante do desrespeito à sua própria lei? Nada.
cultura. (C) O cidadão, foi preso em flagrante e, interrogado pela Autoridade
(D) Apesar do advogado ter defendido o réu, este não foi poupado da Policial, confessou sua participação no referido furto.
culpa. (D) Quer-nos parecer, todavia, que a melhor solução, no caso deste
(E) Faltam conferir três pacotes da mercadoria. funcionário, seja aquela sugerida, pela própria chefia.
(E) Impunha-se, pois, a recuperação dos documentos: as certidões
12. A maior parte das empresas de franquia pretende expandir os negó- negativas, de débitos e os extratos, bancários solicitados.
cios das empresas de franquia pelo contato direto com os possíveis
investidores, por meio de entrevistas. Esse contato para fins de sele- 18. O termo oração, entendido como uma construção com sujeito e
ção não só permite às empresas avaliar os investidores com relação predicado que formam um período simples, se aplica, adequadamen-
aos negócios, mas também identificar o perfil desejado dos investido- te, apenas a:
res. (A) Amanhã, tempo instável, sujeito a chuvas esparsas no litoral.
(Texto adaptado) (B) O vigia abandonou a guarita, assim que cumpriu seu período.
Para eliminar as repetições, os pronomes apropriados para substituir (C) O passeio foi adiado para julho, por não ser época de chuvas.
as expressões: das empresas de franquia, às empresas, os investi- (D) Muito riso, pouco siso – provérbio apropriado à falta de juízo.
dores e dos investidores, no texto, são, respectivamente: (E) Os concorrentes à vaga de carteiro submeteram-se a exames.
(A) seus ... lhes ... los ... lhes
(B) delas ... a elas ... lhes ... deles Leia o período para responder às questões de números 19 e 20.
(C) seus ... nas ... los ... deles O livro de registro do processo que você procurava era o que estava
(D) delas ... a elas ... lhes ... seu sobre o balcão.
(E) seus ... lhes ... eles ... neles
19. No período, os pronomes o e que, na respectiva sequência, remetem a
13. Assinale a alternativa em que se colocam os pronomes de acordo (A) processo e livro. (B) livro do processo.
com o padrão culto. (C) processos e processo. (D) livro de registro.
(A) Quando possível, transmitirei-lhes mais informações. (E) registro e processo.
(B) Estas ordens, espero que cumpram-se religiosamente.
(C) O diálogo a que me propus ontem, continua válido. 20. Analise as proposições de números I a IV com base no período
(D) Sua decisão não causou-lhe a felicidade esperada. acima:
(E) Me transmita as novidades quando chegar de Paris. I. há, no período, duas orações;
II. o livro de registro do processo era o, é a oração principal;
14. O pronome oblíquo representa a combinação das funções de objeto III. os dois quê(s) introduzem orações adverbiais;
direto e indireto em: IV. de registro é um adjunto adnominal de livro.
(A) Apresentou-se agora uma boa ocasião. Está correto o contido apenas em
(B) A lição, vou fazê-la ainda hoje mesmo. (A) II e IV. (B) III e IV.
(C) Atribuímos-lhes agora uma pesada tarefa. (C) I, II e III. (D) I, II e IV. (E) I, III e IV.
(D) A conta, deixamo-la para ser revisada.
(E) Essa história, contar-lha-ei assim que puder. 21. O Meretíssimo Juiz da 1.ª Vara Cível devia providenciar a leitura do
acórdão, e ainda não o fez. Analise os itens relativos a esse trecho:
15. Desejava o diploma, por isso lutou para obtê-lo. I. as palavras Meretíssimo e Cível estão incorretamente grafadas;
Substituindo-se as formas verbais de desejar, lutar e obter pelos II. ainda é um adjunto adverbial que exclui a possibilidade da leitura
respectivos substantivos a elas correspondentes, a frase correta é: pelo Juiz;
(A) O desejo do diploma levou-o a lutar por sua obtenção. III. o e foi usado para indicar oposição, com valor adversativo equivalen-
(B) O desejo do diploma levou-o à luta em obtê-lo. te ao da palavra mas;
(C) O desejo do diploma levou-o à luta pela sua obtenção. IV. em ainda não o fez, o o equivale a isso, significando leitura do acór-
(D) Desejoso do diploma foi à luta pela sua obtenção. dão, e fez adquire o respectivo sentido de devia providenciar.
(E) Desejoso do diploma foi lutar por obtê-lo. Está correto o contido apenas em
(A) II e IV. (B) III e IV.
16. Ao Senhor Diretor de Relações Públicas da Secretaria de Educação (C) I, II e III. (D) I, III e IV. (E) II, III e IV.
do Estado de São Paulo. Face à proximidade da data de inauguração
de nosso Teatro Educativo, por ordem de , Doutor XXX, Digníssimo 22. O rapaz era campeão de tênis. O nome do rapaz saiu nos jornais.
Secretário da Educação do Estado de YYY, solicitamos a máxima Ao transformar os dois períodos simples num único período compos-
urgência na antecipação do envio dos primeiros convites para o Ex- to, a alternativa correta é:
celentíssimo Senhor Governador do Estado de São Paulo, o Reve- (A) O rapaz cujo nome saiu nos jornais era campeão de tênis.
rendíssimo Cardeal da Arquidiocese de São Paulo e os Reitores das (B) O rapaz que o nome saiu nos jornais era campeão de tênis.
Universidades Paulistas, para que essas autoridades possam se (C) O rapaz era campeão de tênis, já que seu nome saiu nos jornais.
programar e participar do referido evento. (D) O nome do rapaz onde era campeão de tênis saiu nos jornais.
Atenciosamente, (E) O nome do rapaz que saiu nos jornais era campeão de tênis.
ZZZ
Assistente de Gabinete.
De acordo com os cargos das diferentes autoridades, as lacunas
são correta e adequadamente preenchidas, respectivamente, por
(A) Ilustríssimo ... Sua Excelência ... Magníficos
Do Direito à Educação e do Dever de Educar III - capacidade de autofinanciamento, ressalvado o previsto no art. 213
da Constituição Federal.
Art. 4º O dever do Estado com educação escolar pública será efetivado
mediante a garantia de: TÍTULO IV
I - ensino fundamental, obrigatório e gratuito, inclusive para os que a Da Organização da Educação Nacional
ele não tiveram acesso na idade própria; Art. 8º A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios
II - universalização do ensino médio gratuito; (Redação dada pela Lei organizarão, em regime de colaboração, os respectivos sistemas de ensino.
nº 12.061, de 2009) § 1º Caberá à União a coordenação da política nacional de educação,
III - atendimento educacional especializado gratuito aos educandos articulando os diferentes níveis e sistemas e exercendo função normativa,
com necessidades especiais, preferencialmente na rede regular de ensino; redistributiva e supletiva em relação às demais instâncias educacionais.
IV - atendimento gratuito em creches e pré-escolas às crianças de zero § 2º Os sistemas de ensino terão liberdade de organização nos termos
a seis anos de idade; desta Lei.
V - acesso aos níveis mais elevados do ensino, da pesquisa e da Art. 9º A União incumbir-se-á de:
criação artística, segundo a capacidade de cada um; I - elaborar o Plano Nacional de Educação, em colaboração com os
VI - oferta de ensino noturno regular, adequado às condições do Estados, o Distrito Federal e os Municípios;
educando; II - organizar, manter e desenvolver os órgãos e instituições oficiais do
VII - oferta de educação escolar regular para jovens e adultos, com sistema federal de ensino e o dos Territórios;
características e modalidades adequadas às suas necessidades e III - prestar assistência técnica e financeira aos Estados, ao Distrito
disponibilidades, garantindo-se aos que forem trabalhadores as condições Federal e aos Municípios para o desenvolvimento de seus sistemas de
de acesso e permanência na escola; ensino e o atendimento prioritário à escolaridade obrigatória, exercendo sua
VIII - atendimento ao educando, no ensino fundamental público, por função redistributiva e supletiva;
meio de programas suplementares de material didático-escolar, transporte, IV - estabelecer, em colaboração com os Estados, o Distrito Federal e
alimentação e assistência à saúde; os Municípios, competências e diretrizes para a educação infantil, o ensino
IX - padrões mínimos de qualidade de ensino, definidos como a fundamental e o ensino médio, que nortearão os currículos e seus
variedade e quantidade mínimas, por aluno, de insumos indispensáveis ao conteúdos mínimos, de modo a assegurar formação básica comum;
desenvolvimento do processo de ensino-aprendizagem. V - coletar, analisar e disseminar informações sobre a educação;
X – vaga na escola pública de educação infantil ou de ensino VI - assegurar processo nacional de avaliação do rendimento escolar
fundamental mais próxima de sua residência a toda criança a partir do dia no ensino fundamental, médio e superior, em colaboração com os sistemas
em que completar 4 (quatro) anos de idade. (Incluído pela Lei nº 11.700, de de ensino, objetivando a definição de prioridades e a melhoria da qualidade
2008). do ensino;
Art. 5º O acesso ao ensino fundamental é direito público subjetivo, VII - baixar normas gerais sobre cursos de graduação e pós-graduação;
podendo qualquer cidadão, grupo de cidadãos, associação comunitária, VIII - assegurar processo nacional de avaliação das instituições de
organização sindical, entidade de classe ou outra legalmente constituída, e, educação superior, com a cooperação dos sistemas que tiverem
ainda, o Ministério Público, acionar o Poder Público para exigi-lo. responsabilidade sobre este nível de ensino;
§ 1º Compete aos Estados e aos Municípios, em regime de IX - autorizar, reconhecer, credenciar, supervisionar e avaliar,
colaboração, e com a assistência da União: respectivamente, os cursos das instituições de educação superior e os
I - recensear a população em idade escolar para o ensino fundamental, estabelecimentos do seu sistema de ensino.
e os jovens e adultos que a ele não tiveram acesso; § 1º Na estrutura educacional, haverá um Conselho Nacional de
II - fazer-lhes a chamada pública; Educação, com funções normativas e de supervisão e atividade
III - zelar, junto aos pais ou responsáveis, pela frequência à escola. permanente, criado por lei.
§ 2º Em todas as esferas administrativas, o Poder Público assegurará § 2° Para o cumprimento do disposto nos incisos V a IX, a União terá
em primeiro lugar o acesso ao ensino obrigatório, nos termos deste artigo, acesso a todos os dados e informações necessários de todos os
contemplando em seguida os demais níveis e modalidades de ensino, estabelecimentos e órgãos educacionais.
conforme as prioridades constitucionais e legais. § 3º As atribuições constantes do inciso IX poderão ser delegadas aos
§ 3º Qualquer das partes mencionadas no caput deste artigo tem Estados e ao Distrito Federal, desde que mantenham instituições de
legitimidade para peticionar no Poder Judiciário, na hipótese do § 2º do art. educação superior.
208 da Constituição Federal, sendo gratuita e de rito sumário a ação judicial Art. 10. Os Estados incumbir-se-ão de:
correspondente. I - organizar, manter e desenvolver os órgãos e instituições oficiais dos
§ 4º Comprovada a negligência da autoridade competente para garantir seus sistemas de ensino;
o oferecimento do ensino obrigatório, poderá ela ser imputada por crime de II - definir, com os Municípios, formas de colaboração na oferta do
responsabilidade. ensino fundamental, as quais devem assegurar a distribuição proporcional
§ 5º Para garantir o cumprimento da obrigatoriedade de ensino, o das responsabilidades, de acordo com a população a ser atendida e os
Poder Público criará formas alternativas de acesso aos diferentes níveis de recursos financeiros disponíveis em cada uma dessas esferas do Poder
ensino, independentemente da escolarização anterior. Público;
III - elaborar e executar políticas e planos educacionais, em
Art. 6o É dever dos pais ou responsáveis efetuar a matrícula dos consonância com as diretrizes e planos nacionais de educação, integrando
menores, a partir dos seis anos de idade, no ensino fundamental. (Redação e coordenando as suas ações e as dos seus Municípios;
Art. 11. Os Municípios incumbir-se-ão de: Art. 16. O sistema federal de ensino compreende:
I - organizar, manter e desenvolver os órgãos e instituições oficiais dos I - as instituições de ensino mantidas pela União;
seus sistemas de ensino, integrando-os às políticas e planos educacionais II - as instituições de educação superior criadas e mantidas pela
da União e dos Estados; iniciativa privada;
II - exercer ação redistributiva em relação às suas escolas; III - os órgãos federais de educação.
III - baixar normas complementares para o seu sistema de ensino; Art. 17. Os sistemas de ensino dos Estados e do Distrito Federal
IV - autorizar, credenciar e supervisionar os estabelecimentos do seu compreendem:
sistema de ensino; I - as instituições de ensino mantidas, respectivamente, pelo Poder
V - oferecer a educação infantil em creches e pré-escolas, e, com Público estadual e pelo Distrito Federal;
prioridade, o ensino fundamental, permitida a atuação em outros níveis de II - as instituições de educação superior mantidas pelo Poder Público
ensino somente quando estiverem atendidas plenamente as necessidades municipal;
de sua área de competência e com recursos acima dos percentuais III - as instituições de ensino fundamental e médio criadas e mantidas
mínimos vinculados pela Constituição Federal à manutenção e pela iniciativa privada;
desenvolvimento do ensino.
IV - os órgãos de educação estaduais e do Distrito Federal,
VI - assumir o transporte escolar dos alunos da rede municipal. respectivamente.
(Incluído pela Lei nº 10.709, de 31.7.2003)
Parágrafo único. No Distrito Federal, as instituições de educação
Parágrafo único. Os Municípios poderão optar, ainda, por se integrar ao infantil, criadas e mantidas pela iniciativa privada, integram seu sistema de
sistema estadual de ensino ou compor com ele um sistema único de ensino.
educação básica.
Art. 18. Os sistemas municipais de ensino compreendem:
Art. 12. Os estabelecimentos de ensino, respeitadas as normas
comuns e as do seu sistema de ensino, terão a incumbência de: I - as instituições do ensino fundamental, médio e de educação infantil
mantidas pelo Poder Público municipal;
I - elaborar e executar sua proposta pedagógica;
II - as instituições de educação infantil criadas e mantidas pela iniciativa
II - administrar seu pessoal e seus recursos materiais e financeiros; privada;
III - assegurar o cumprimento dos dias letivos e horas-aula III – os órgãos municipais de educação.
estabelecidas;
Art. 19. As instituições de ensino dos diferentes níveis classificam-se
IV - velar pelo cumprimento do plano de trabalho de cada docente; nas seguintes categorias administrativas: (Regulamento)
V - prover meios para a recuperação dos alunos de menor rendimento; I - públicas, assim entendidas as criadas ou incorporadas, mantidas e
VI - articular-se com as famílias e a comunidade, criando processos de administradas pelo Poder Público;
integração da sociedade com a escola; II - privadas, assim entendidas as mantidas e administradas por
VII - informar pai e mãe, conviventes ou não com seus filhos, e, se for o pessoas físicas ou jurídicas de direito privado.
caso, os responsáveis legais, sobre a frequência e rendimento dos alunos, Art. 20. As instituições privadas de ensino se enquadrarão nas
bem como sobre a execução da proposta pedagógica da escola; (Redação seguintes categorias: (Regulamento)
dada pela Lei nº 12.013, de 2009)
I - particulares em sentido estrito, assim entendidas as que são
VIII – notificar ao Conselho Tutelar do Município, ao juiz competente da instituídas e mantidas por uma ou mais pessoas físicas ou jurídicas de
Comarca e ao respectivo representante do Ministério Público a relação dos direito privado que não apresentem as características dos incisos abaixo;
alunos que apresentem quantidade de faltas acima de cinquenta por cento
do percentual permitido em lei.(Incluído pela Lei nº 10.287, de 2001) II - comunitárias, assim entendidas as que são instituídas por grupos de
pessoas físicas ou por uma ou mais pessoas jurídicas, inclusive
Art. 13. Os docentes incumbir-se-ão de: cooperativas educacionais, sem fins lucrativos, que incluam na sua
I - participar da elaboração da proposta pedagógica do estabelecimento entidade mantenedora representantes da comunidade; (Redação dada pela
de ensino; Lei nº 12.020, de 2009)
II - elaborar e cumprir plano de trabalho, segundo a proposta III - confessionais, assim entendidas as que são instituídas por grupos
pedagógica do estabelecimento de ensino; de pessoas físicas ou por uma ou mais pessoas jurídicas que atendem a
III - zelar pela aprendizagem dos alunos; orientação confessional e ideologia específicas e ao disposto no inciso
anterior;
IV - estabelecer estratégias de recuperação para os alunos de menor
rendimento; IV - filantrópicas, na forma da lei.
Art. 23. A educação básica poderá organizar-se em séries anuais, § 1º Os currículos a que se refere o caput devem abranger,
períodos semestrais, ciclos, alternância regular de períodos de estudos, obrigatoriamente, o estudo da língua portuguesa e da matemática, o
grupos não-seriados, com base na idade, na competência e em outros conhecimento do mundo físico e natural e da realidade social e política,
critérios, ou por forma diversa de organização, sempre que o interesse do especialmente do Brasil.
processo de aprendizagem assim o recomendar. § 2o O ensino da arte, especialmente em suas expressões regionais,
§ 1º A escola poderá reclassificar os alunos, inclusive quando se tratar constituirá componente curricular obrigatório nos diversos níveis da
de transferências entre estabelecimentos situados no País e no exterior, educação básica, de forma a promover o desenvolvimento cultural dos
tendo como base as normas curriculares gerais. alunos. (Redação dada pela Lei nº 12.287, de 2010)
§ 2º O calendário escolar deverá adequar-se às peculiaridades locais, § 3o A educação física, integrada à proposta pedagógica da escola, é
inclusive climáticas e econômicas, a critério do respectivo sistema de componente curricular obrigatório da educação básica, sendo sua prática
ensino, sem com isso reduzir o número de horas letivas previsto nesta Lei. facultativa ao aluno: (Redação dada pela Lei nº 10.793, de 1º.12.2003)
Art. 24. A educação básica, nos níveis fundamental e médio, será I – que cumpra jornada de trabalho igual ou superior a seis horas;
organizada de acordo com as seguintes regras comuns: (Incluído pela Lei nº 10.793, de 1º.12.2003)
I - a carga horária mínima anual será de oitocentas horas, distribuídas II – maior de trinta anos de idade; (Incluído pela Lei nº 10.793, de
por um mínimo de duzentos dias de efetivo trabalho escolar, excluído o 1º.12.2003)
tempo reservado aos exames finais, quando houver;
II - a classificação em qualquer série ou etapa, exceto a primeira do
ensino fundamental, pode ser feita: III – que estiver prestando serviço militar inicial ou que, em situação
similar, estiver obrigado à prática da educação física; (Incluído pela Lei nº
a) por promoção, para alunos que cursaram, com aproveitamento, a 10.793, de 1º.12.2003)
série ou fase anterior, na própria escola;
b) por transferência, para candidatos procedentes de outras escolas; IV – amparado pelo Decreto-Lei no 1.044, de 21 de outubro de 1969;
(Incluído pela Lei nº 10.793, de 1º.12.2003)
c) independentemente de escolarização anterior, mediante avaliação
feita pela escola, que defina o grau de desenvolvimento e experiência do V – (VETADO) (Incluído pela Lei nº 10.793, de 1º.12.2003)
candidato e permita sua inscrição na série ou etapa adequada, conforme VI – que tenha prole. (Incluído pela Lei nº 10.793, de 1º.12.2003)
regulamentação do respectivo sistema de ensino;
§ 4º O ensino da História do Brasil levará em conta as contribuições
III - nos estabelecimentos que adotam a progressão regular por série, o das diferentes culturas e etnias para a formação do povo brasileiro,
regimento escolar pode admitir formas de progressão parcial, desde que especialmente das matrizes indígena, africana e europeia.
preservada a sequência do currículo, observadas as normas do respectivo
§ 5º Na parte diversificada do currículo será incluído, obrigatoriamente,
sistema de ensino;
a partir da quinta série, o ensino de pelo menos uma língua estrangeira
IV - poderão organizar-se classes, ou turmas, com alunos de séries moderna, cuja escolha ficará a cargo da comunidade escolar, dentro das
distintas, com níveis equivalentes de adiantamento na matéria, para o possibilidades da instituição.
ensino de línguas estrangeiras, artes, ou outros componentes curriculares;
§ 6o A música deverá ser conteúdo obrigatório, mas não exclusivo, do
V - a verificação do rendimento escolar observará os seguintes
critérios: componente curricular de que trata o § 2o deste artigo. (Incluído pela Lei nº
11.769, de 2008)
a) avaliação contínua e cumulativa do desempenho do aluno, com
prevalência dos aspectos qualitativos sobre os quantitativos e dos Art. 26-A. Nos estabelecimentos de ensino fundamental e de ensino
resultados ao longo do período sobre os de eventuais provas finais; médio, públicos e privados, torna-se obrigatório o estudo da história e
cultura afro-brasileira e indígena. (Redação dada pela Lei nº 11.645, de
b) possibilidade de aceleração de estudos para alunos com atraso
2008).
escolar;
c) possibilidade de avanço nos cursos e nas séries mediante § 1o O conteúdo programático a que se refere este artigo incluirá
verificação do aprendizado; diversos aspectos da história e da cultura que caracterizam a formação da
população brasileira, a partir desses dois grupos étnicos, tais como o
d) aproveitamento de estudos concluídos com êxito;
estudo da história da África e dos africanos, a luta dos negros e dos povos
e) obrigatoriedade de estudos de recuperação, de preferência paralelos indígenas no Brasil, a cultura negra e indígena brasileira e o negro e o índio
ao período letivo, para os casos de baixo rendimento escolar, a serem na formação da sociedade nacional, resgatando as suas contribuições nas
disciplinados pelas instituições de ensino em seus regimentos; áreas social, econômica e política, pertinentes à história do Brasil.
VI - o controle de frequência fica a cargo da escola, conforme o (Redação dada pela Lei nº 11.645, de 2008).
disposto no seu regimento e nas normas do respectivo sistema de ensino,
§ 2o Os conteúdos referentes à história e cultura afro-brasileira e dos
exigida a frequência mínima de setenta e cinco por cento do total de horas
povos indígenas brasileiros serão ministrados no âmbito de todo o currículo
letivas para aprovação;
escolar, em especial nas áreas de educação artística e de literatura e
VII - cabe a cada instituição de ensino expedir históricos escolares, história brasileiras. (Redação dada pela Lei nº 11.645, de 2008).
declarações de conclusão de série e diplomas ou certificados de conclusão
Art. 27. Os conteúdos curriculares da educação básica observarão,
de cursos, com as especificações cabíveis.
ainda, as seguintes diretrizes:
§ 4º O ensino fundamental será presencial, sendo o ensino a distância III - (Revogado pela Lei nº 11.684, de 2008)
utilizado como complementação da aprendizagem ou em situações § 2º (Revogado pela Lei nº 11.741, de 2008)
emergenciais. § 3º Os cursos do ensino médio terão equivalência legal e habilitarão
§ 5o O currículo do ensino fundamental incluirá, obrigatoriamente, ao prosseguimento de estudos.
conteúdo que trate dos direitos das crianças e dos adolescentes, tendo § 4º (Revogado pela Lei nº 11.741, de 2008)
como diretriz a Lei no 8.069, de 13 de julho de 1990, que institui o Estatuto Seção IV-A
da Criança e do Adolescente, observada a produção e distribuição de Da Educação Profissional Técnica de Nível Médio
material didático adequado. (Incluído pela Lei nº 11.525, de 2007). (Incluído pela Lei nº 11.741, de 2008)
Art. 33. O ensino religioso, de matrícula facultativa, é parte integrante Art. 36-A. Sem prejuízo do disposto na Seção IV deste Capítulo, o
da formação básica do cidadão e constitui disciplina dos horários normais ensino médio, atendida a formação geral do educando, poderá prepará-lo
Art. 67. Os sistemas de ensino promoverão a valorização dos § 6º O atraso da liberação sujeitará os recursos a correção monetária e
profissionais da educação, assegurando-lhes, inclusive nos termos dos à responsabilização civil e criminal das autoridades competentes.
estatutos e dos planos de carreira do magistério público: Art. 70. Considerar-se-ão como de manutenção e desenvolvimento do
I - ingresso exclusivamente por concurso público de provas e títulos; ensino as despesas realizadas com vistas à consecução dos objetivos
básicos das instituições educacionais de todos os níveis, compreendendo
II - aperfeiçoamento profissional continuado, inclusive com as que se destinam a:
licenciamento periódico remunerado para esse fim;
I - remuneração e aperfeiçoamento do pessoal docente e demais
III - piso salarial profissional; profissionais da educação;
IV - progressão funcional baseada na titulação ou habilitação, e na II - aquisição, manutenção, construção e conservação de instalações e
avaliação do desempenho; equipamentos necessários ao ensino;
V - período reservado a estudos, planejamento e avaliação, incluído na III – uso e manutenção de bens e serviços vinculados ao ensino;
carga de trabalho;
IV - levantamentos estatísticos, estudos e pesquisas visando
VI - condições adequadas de trabalho. precipuamente ao aprimoramento da qualidade e à expansão do ensino;
§ 1o A experiência docente é pré-requisito para o exercício profissional V - realização de atividades-meio necessárias ao funcionamento dos
de quaisquer outras funções de magistério, nos termos das normas de cada sistemas de ensino;
sistema de ensino.(Renumerado pela Lei nº 11.301, de 2006) VI - concessão de bolsas de estudo a alunos de escolas públicas e
privadas;
§ 2o Para os efeitos do disposto no § 5o do art. 40 e no § 8o do art.
201 da Constituição Federal, são consideradas funções de magistério as VII - amortização e custeio de operações de crédito destinadas a
exercidas por professores e especialistas em educação no desempenho de atender ao disposto nos incisos deste artigo;
atividades educativas, quando exercidas em estabelecimento de educação VIII - aquisição de material didático-escolar e manutenção de
básica em seus diversos níveis e modalidades, incluídas, além do exercício programas de transporte escolar.
da docência, as de direção de unidade escolar e as de coordenação e
assessoramento pedagógico. (Incluído pela Lei nº 11.301, de 2006) Art. 71. Não constituirão despesas de manutenção e desenvolvimento
do ensino aquelas realizadas com:
TÍTULO VII
I - pesquisa, quando não vinculada às instituições de ensino, ou,
Dos Recursos financeiros quando efetivada fora dos sistemas de ensino, que não vise,
Art. 68. Serão recursos públicos destinados à educação os originários precipuamente, ao aprimoramento de sua qualidade ou à sua expansão;
de: II - subvenção a instituições públicas ou privadas de caráter
I - receita de impostos próprios da União, dos Estados, do Distrito assistencial, desportivo ou cultural;
Federal e dos Municípios; III - formação de quadros especiais para a administração pública, sejam
II - receita de transferências constitucionais e outras transferências; militares ou civis, inclusive diplomáticos;
III - receita do salário-educação e de outras contribuições sociais; IV - programas suplementares de alimentação, assistência médico-
odontológica, farmacêutica e psicológica, e outras formas de assistência
IV - receita de incentivos fiscais;
social;
V - outros recursos previstos em lei.
V - obras de infra-estrutura, ainda que realizadas para beneficiar direta
Art. 69. A União aplicará, anualmente, nunca menos de dezoito, e os ou indiretamente a rede escolar;
Estados, o Distrito Federal e os Municípios, vinte e cinco por cento, ou o
Desta forma, cabe à Câmara de Educação Básica do CNE exercer a Os esforços conjuntos e articulados de avaliação dos sistemas de edu-
sua função deliberativa sobre as Diretrizes Curriculares Nacionais, reser- cação, Federal, Estaduais, Municipais e do Distrito Federal propiciarão
vando-se aos entes federativos e às próprias unidades escolares, de acor- condições para o aperfeiçoamento e o êxito da Educação Fundamental.
do com a Constituição Federal e a LDB, a tarefa que lhes compete em Isto acontecerá na medida em que as propostas pedagógicas das es-
termos de implementações curriculares. colas reflitam o projeto de sociedade local, regional e nacional, que se
Tal compromisso da Câmara pressupõe, portanto, que suas "funções deseja, definido por cada equipe docente, em colaboração com os usuários
normativas e de supervisão" (Lei 9131/95), apoiem o princípio da definição e outros membros da sociedade, que participem dos Conse-
de Diretrizes Curriculares Nacionais, reconhecendo a flexibilidade na articu- lhos/Escola/Comunidade e Grêmios Estudantis.
lação entre União, Distrito Federal, Estados e Municípios como um dos A elaboração deste Parecer, preparatório à Resolução sobre as Diretri-
principais mecanismos da nova LDB. No entanto, a flexibilidade por ela zes Curriculares Nacionais, é fruto do trabalho compartilhado pelos Conse-
propiciada não pode ser reduzida a um instrumento de ocultação da preca- lheiros da Câmara de Educação Básica, e, em particular do conjunto de
riedade ainda existente em muitos segmentos dos sistemas educacionais. proposições doutrinárias, extraídas dos textos elaborados, especialmente,
Assim flexibilidade e descentralização de ações devem ser sinônimos de pelos Conselheiros Carlos Roberto Jamil Cury, Edla Soares, João Monle-
responsabilidades compartilhadas em todos os níveis. vade e Regina de Assis.
Ao definir as Diretrizes Curriculares Nacionais, a Câmara de Educação
Básica do CNE inicia o processo de articulação com Estados e Municípios, As Diretrizes Curriculares Nacionais para o Ensino Fundamental
através de suas próprias propostas curriculares, definindo ainda um para-
digma curricular para o Ensino Fundamental, que integra a Base Nacional Diretrizes Curriculares Nacionais são o conjunto de definições doutriná-
Comum, complementada por uma Parte Diversificada (LDB, art. 26), a ser rias sobre princípios, fundamentos e procedimentos na Educação Básica,
concretizada na proposta pedagógica de cada unidade escolar do País. expressas pela Câmara de Educação Básica do Conselho Nacional de
Educação, que orientarão as escolas brasileiras dos sistemas de ensino, na
Em bem lançado Parecer do ilustre Conselheiro Ulysses de Oliveira organização, na articulação, no desenvolvimento e na avaliação de suas
Panisset, o de nº 05/97 da CEB, aprovado em 07/05/97 e homologado no propostas pedagógicas.
DOU de 16/95/97, é explicitada a importância atribuída às escolas dos
sistemas do ensino brasileiro, quando, a partir de suas próprias propostas Para orientar as práticas educacionais em nosso país, respeitando as
pedagógicas, definem seus calendários e formas de funcionamento, e, por variedades curriculares já existentes em Estados e Municípios, ou em
consequência, seus regimentos tal como disposto na LDB, arts. 23 a 28. processo de elaboração, a Câmara de Educação Básica do Conselho
Nacional de Educação estabelece as seguintes Diretrizes Curriculares para
As propostas pedagógicas e os regimentos das unidades escolares de- o Ensino Fundamental:
vem, no entanto, observar as Diretrizes Curriculares Nacionais e os demais
dispositivos legais. I - As escolas deverão estabelecer, como norteadores de suas ações
pedagógicas:
Desta forma, ao definir suas propostas pedagógicas e seus regimentos,
as escolas estarão compartilhando princípios de responsabilidade, num a) os Princípios Éticos da Autonomia, da Responsabilidade, da Solida-
contexto de flexibilidade teórico/metodológica de ações pedagógicas, em riedade e do Respeito ao Bem Comum;
que o planejamento, o desenvolvimento e a avaliação dos processos edu- b) os Princípios Políticos dos Direitos e Deveres de Cidadania, do exer-
cacionais revelem sua qualidade e respeito à equidade de direitos e deve- cício da Criticidade e do respeito à Ordem Democrática;
res de alunos e professores.
c) os Princípios Estéticos da Sensibilidade, da Criatividade, e da Diver-
Ao elaborar e iniciar a divulgação dos Parâmetros Curriculares Nacio- sidade de Manifestações Artísticas e Culturais.
nais (PCN), o Ministério da Educação propõe um norteamento educacional
Estes princípios deverão fundamentar as práticas pedagógicas das es-
às escolas brasileiras, "a fim de garantir que, respeitadas as diversidades
colas, pois será através da Autonomia, da Responsabilidade, da Solidarie-
culturais, regionais, étnicas, religiosas e políticas que atravessam uma
dade e do Respeito ao Bem Comum, que a Ética fará parte da vida cidadã
sociedade múltipla, estratificada e complexa, a educação possa atuar,
dos alunos.
decisivamente, no processo de construção da cidadania, tendo como meta
o ideal de uma crescente igualdade de direitos entre os cidadãos, baseado Da mesma forma os Direitos e Deveres de Cidadania e o Respeito à
nos princípios democráticos. Essa igualdade implica necessariamente o Ordem Democrática, ao orientarem as práticas pedagógicas, introduzirão
acesso à totalidade dos bens públicos, entre os quais o conjunto dos co- cada aluno na vida em sociedade, que busca a justiça, a igualdade, a
nhecimentos socialmente relevantes". equidade e a felicidade para o indivíduo e para todos. O exercício da Criti-
II- Ao definir suas propostas pedagógicas, as escolas deverão explicitar Por isso ao planejar suas propostas pedagógicas, seja a partir dos PCN
o reconhecimento da identidade pessoal de alunos, professores e outros seja a partir de outras propostas curriculares, os professores e equipes
profissionais e a identidade de cada unidade escolar e de seus respectivos docentes, em cada escola, buscarão as correlações entre os conteúdos das
sistemas de ensino. áreas de conhecimento e o universo de valores e modos de vida de seus
alunos.
O reconhecimento de identidades pessoais é uma diretriz para a Edu-
cação Nacional, no sentido do reconhecimento das diversidades e peculia- Atenção especial deve ser adotada, ainda, nesta Diretriz, para evitar
ridades básicas relativas ao gênero masculino e feminino, às variedades que as propostas pedagógicas sejam reducionistas ou excludentes, levando
étnicas, de faixa etária e regionais e às variações sócio/econômicas, cultu- aos excessos da "escola pobre para os pobres", ou dos grupos étnicos e
rais e de condições psicológicas e físicas, presentes nos alunos de nosso religiosos apenas para si. Ao trabalhar a relação inseparável entre conhe-
país. Pesquisas têm apontado para discriminações e exclusões em múlti- cimento, linguagem e afetos, as equipes docentes deverão ter a sensibili-
plos contextos e no interior das escolas, devidas ao racismo, ao sexismo e dade de integrar estes aspectos do comportamento humano, discutindo-os
a preconceitos originados pelas situações socioeconômicas, regionais, e comparando-os numa atitude crítica, construtiva e solidária, dentro da
culturais e étnicas. Estas situações inaceitáveis têm deixado graves marcas perspectiva e da riqueza da diversidade da grande nação brasileira, como
em nossa população infantil e adolescente, trazendo consequências destru- previsto no art. 3º, inciso I, da LDB.
tivas. Reverter este quadro é um dos aspectos mais relevantes desta
diretriz. Neste ponto seria esclarecedor explicitar alguns conceitos, para melhor
Estas variedades refletem-se, ainda, na própria Identidade das escolas compreensão do que propomos:
e sua relação com as comunidades às quais servem. Assim, desde con- a) Currículo: atualmente este conceito envolve outros três, quais sejam:
cepções arquitetônicas, história da escola, algumas vezes centenária, até currículo formal (planos e propostas pedagógicas), currículo em ação
questões relacionadas com calendário escolar e atividades curriculares e (aquilo que efetivamente acontece nas salas de aula e nas escolas), currí-
extracurriculares, a diretriz nacional deve reconhecer essas identidades e culo oculto (o não dito, aquilo que tanto alunos, quanto professores trazem,
suas consequências na vida escolar, garantidos os direitos e deveres carregado de sentidos próprios criando as formas de relacionamento, poder
prescritos legalmente. Neste sentido, as propostas pedagógicas e os regi- e convivência nas salas de aula). Neste texto quando nos referimos a um
mentos escolares devem acolher, com autonomia e senso de justiça, o paradigma curricular estamos nos referindo a uma forma de organizar
princípio da identidade pessoal e coletiva de professores, alunos e outros princípios Éticos, Políticos e Estéticos que fundamentam a articulação entre
profissionais da escola, como definidor de formas de consciência democrá- Áreas de Conhecimentos e aspectos da Vida Cidadã.
tica. Portanto, a proposta pedagógica de cada unidade escolar, ao contem-
plar seja os Parâmetros Curriculares Nacionais, seja outras propostas b) Base Nacional Comum: refere-se ao conjunto de conteúdos mínimos
curriculares, deverá articular o paradigma curricular proposto na Quarta das Áreas de Conhecimento articulados aos aspectos da Vida Cidadã de
Diretriz ao projeto de sociedade que se deseja instituir e transformar, a acordo com o art. 26. Por ser a dimensão obrigatória dos curriculos nacio-
partir do reconhecimento das identidades pessoais e coletivas do universo nais – certamente âmbito privilegiado da avaliação nacional do rendimento
considerado. escolar – a Base Nacional Comum deve preponderar substancialmente
sobre a dimensão diversificada.
III - As escolas deverão reconhecer que as aprendizagens são constitu-
ídas na interação entre os processos de conhecimento, linguagem e afeti- É certo que o art. 15 indica um modo de se fazer a travessia, em vista
vos, como consequência das relações entre as distintas identidades dos da autonomia responsável dos estabelecimentos escolares. A autonomia,
vários participantes do contexto escolarizado, através de ações inter e intra- como objetivo de uma escola consolidada, saberá resumir em sua proposta
subjetivas; as diversas experiências de vida dos alunos, professores e pedagógica (art. 12 da LDB) a integração da Base Nacional Comum e da
demais participantes do ambiente escolar, expressas através de múltiplas Parte Diversificada, face às finalidades da Educação Fundamental.
formas de diálogo, devem contribuir para a constituição de identidades c) Parte Diversificada: envolve os conteúdos complementares, escolhi-
afirmativas, persistentes e capazes de protagonizar ações solidárias e dos por cada sistema de ensino e estabelecimentos escolares, integrados à
autônomas de constituição de conhecimentos e valores indispensáveis à Base Nacional Comum, de acordo com as características regionais e locais
vida cidadã. da sociedade, da cultura, da economia e da clientela, refletindo-se, portan-
As evidências de pesquisas e estudos nas áreas de Psicologia, Antro- to, na Proposta Pedagógica de cada Escola, conforme o art. 26.
pologia, Sociologia e Linguística, entre outras Ciências Humanas e Sociais, d) Conteúdos Mínimos das Áreas de Conhecimento: refere-se às no-
indicam a necessidade imperiosa de se considerar, no processo educacio- ções e conceitos essenciais sobre fenômenos, processos, sistemas e
nal, a indissociável relação entre conhecimentos, linguagem e afetos, como operações, que contribuem para a constituição de saberes, conhecimentos,
constituinte dos atos de ensinar e aprender. Esta relação essencial, expres- valores e práticas sociais indispensáveis ao exercício de uma vida de
sa através de múltiplas formas de diálogo, é o fundamento do ato de edu- cidadania plena.
car, concretizado nas relações entre as gerações, seja entre os próprios
Ao utilizar os conteúdos mínimos, já divulgados inicialmente pelos Pa-
alunos ou entre eles e seus professores. Desta forma os diálogos expres-
râmetros Curriculares Nacionais, a serem ensinados em cada área de
sos através de múltiplas linguagens verbais e não verbais, refletem diferen-
conhecimento, é indispensável considerar, para cada segmento (Educação
tes identidades, capazes de interagir consigo próprias e com as demais,
Infantil, 1ª. à 4ª. e 5ª. a 8ª. séries), ou ciclos, que aspectos serão contem-
através da comunicação de suas percepções, impressões, dúvidas, opini-
plados na intercessão entre as áreas e aspectos relevantes da cidadania,
ões e capacidades de entender e interpretar a ciência, as tecnologias, as
tomando-se em conta a identidade da escola e seus alunos, professores e
artes e os valores éticos, políticos e estéticos.
outros profissionais que aí trabalham.
Grande parte do mau desempenho dos alunos, agravado pelos pro-
O espaço destas intercessões é justamente o de criação e recriação de
blemas da reprovação e da preparação insatisfatória, prévia e em serviço,
cada escola, com suas equipes pedagógicas, a cada ano de trabalho.
dos professores, é devida à insuficiência de diálogos e metodologia de
trabalhos diversificados na sala de aula, que permitam a expressão de Assim, a Base Nacional Comum será contemplada em sua integridade,
níveis diferenciados de compreensão, de conhecimentos e de valores e complementada e enriquecida pela Parte Diversificada, contextualizará o
Assim, para elaborar suas propostas pedagógicas, as Escolas devem Assim, desde a discussão e as ações correlatas sobre interdisciplinari-
examinar, para posterior escolha, os Parâmetros Curriculares Nacionais e dade e transdisciplinaridade, decisões sobre sistema seriado ou por ciclos,
as Propostas Curriculares de seus Estados e Municípios, buscando definir interação entre diferentes segmentos no exercício da Base Nacional Co-
com clareza a finalidade de seu trabalho, para a variedade de alunos pre- mum e Parte Diversificada, até a relação com o bairro, a comunidade, o
sentes em suas salas de aula. Tópicos regionais e locais muito enriquece- estado, o país, a nação e outros países, serão objeto de um planejamento e
rão suas propostas, incluídos na Parte Diversificada, mas integrando-se à de uma avaliação constantes da Escola e de sua proposta pedagógica.
Base Nacional Comum.
c) A cautela em não adotar apenas uma visão teórico-metodológica RESOLUÇÃO CEB Nº 2, DE 7 DE ABRIL DE 1998(*)
como a única resposta para todas as questões pedagógicas. Os professo- Institui as Diretrizes Curriculares Nacionais para o Ensino Fundamental.
res precisam de um aprofundamento continuado e de uma atualização
constante em relação às diferentes orientações originárias da Psicologia, O Presidente da Câmara de Educação Básica do Conselho Nacional
Antropologia, Sociologia, Psico e Sócio-Linguística e outras Ciências Hu- de Educação, tendo em vista o disposto no Art. 9º § 1º, alínea "c" da Lei
• A avaliação é parte fundamental do processo de ensino e aprendi- Numa perspectiva de trabalho em que se considere a criança como
zagem protagonista da construção de sua aprendizagem, o papel do professor
ganha novas dimensões. Além de organizador, o professor também é
Principais Características consultor nesse processo. Não mais aquele que expõe todo o conteúdo aos
• Como as demais ciências, reflete as leis sociais e serve como ins- alunos, mas aquele que oferece as informações necessárias, que o aluno
trumento para o conhecimento do mundo e da natureza não tem condições de obter sozinho.
• É abstrata, precisa, logicamente rigorosa, de caráter inquestionável Além da interação entre professor e aluno, a interação entre alunos de-
em suas conclusões e altamente aplicável sempenha papel fundamental na formação das capacidades cognitivas e
afetivas. Trabalhar coletivamente, por sua vez, supõe uma série de apren-
• Os resultados são precisos e desenvolvidos num alto grau de mi-
dizagens, como:
nuciosidade, o que os torna incontestáveis
• perceber que além de buscar a solução para uma situação propos-
• Apesar de abstrata, seus conceitos se originam no mundo real, o
ta devem cooperar para resolvê-la e chegar a um consenso
que faz com que ciências como a Física, Química e Astronomia a
utilizem como ferramenta essencial • saber explicitar o próprio pensamento e tentar compreender o pen-
samento do outro
• Também tem uso em áreas não exatas como a Sociologia, Psico-
logia, Antropologia, Medicina, etc • discutir as dúvidas, assumir que as soluções dos outros fazem sen-
tido e persistir na tentativa de construir suas próprias ideias
• A matemática pura (voltada para a teoria) e a aplicada (voltada à
parte prática) se ajudam mutuamente • incorporar soluções alternativas, reestruturar e ampliar a compre-
ensão acerca dos conceitos envolvidos nas situações e, desse
• A exatidão da matemática não diminui a importância das teorias que
modo, aprender
envolvem estimativas e aproximações, como a teoria das probabili-
dades Essas aprendizagens só serão possíveis na medida em que o profes-
sor proporcionar um ambiente de trabalho que estimule o aluno a criar,
comparar, discutir, rever, perguntar e ampliar ideias.
Matemática e os Temas Transversais
Alguns Caminhos Para se Ensinar Matemática na Sala de Aula
A interação do ensino da matemática com Temas Transversais é uma
• Resolução de Problemas: Tradicionalmente os problemas não têm
questão bastante nova. Para isso, devemos fazer algumas considerações:
desempenhado seu verdadeiro papel no ensino pois, para a gran-
• Ética: Nas aulas de matemática pode-se direcionar o trabalho ao de maioria dos alunos, resolver um problema significa fazer cálcu-
desenvolvimento ético do aluno, estimulando a confiança e o res- los com os números do enunciado ou aplicar algo que aprenderam
peito na capacidade e forma de pensar do próprio aluno e dos co- nas aulas. Nesse caso, a concepção de ensino e aprendizagem
legas. O professor pode estimular isso valorizando a troca de expe- subjacente é a que o aluno aprende por reprodução/imitação.
riências entre os alunos como forma de aprendizado.
Ao colocar o foco na resolução de problemas deve-se defender os se-
• Orientação Sexual: Ao ensino de matemática cabe fornecer os guintes princípios:
mesmos instrumentos de aprendizagem e de desenvolvimento de
• o ponto de partida da atividade matemática não é a definição, mas
aptidões a todos, valorizando a igualdade de oportunidades sociais
o problema. No processo de ensino e aprendizagem, conceitos,
para homens e mulheres.
ideias e métodos matemáticos devem ser abordados mediante a
• Meio Ambiente: A compreensão dos fenômenos que ocorrem no exploração de problemas, ou seja, de situações em que os alunos
ambiente - poluição, desmatamento, desperdício - utilizará concei- precisem desenvolver algum tipo de estratégia para resolvê-las
tos (médias, áreas, volumes, etc) e procedimentos matemáticos
• o problema não é um exercício em que o aluno aplica, de forma
(formulação de hipóteses, cálculos, organização e interpretação de
quase mecânica, uma fórmula ou um processo operatório. Só há
dados estatísticos, etc.)
problema se o aluno for levado a interpretar o enunciado da ques-
• Saúde: O acompanhamento do próprio desenvolvimento físico (al- tão que lhe é posta e a estruturar a situação que lhe é apresentada
tura, peso) é um exemplo de trabalhos a ser utilizados no aprendi-
• o aluno não constrói um conceito em resposta a um problema, mas
zado da matemática
constrói um campo de conceitos que tomam sentido num campo
de problemas
Aprender e Ensinar Matemática no Ensino Fundamental • a resolução de problemas não é uma atividade para ser desenvol-
Numa reflexão sobre o ensino da Matemática é de fundamental impor- vida em paralelo ou como aplicação da aprendizagem, mas uma
tância ao professor: orientação para a aprendizagem, pois proporciona o contexto em
que se pode apreender conceitos, procedimentos e atitudes mate-
• identificar as principais características dessa ciência, de seus mé- máticas
todos, de suas ramificações e aplicações
• História da Matemática: A história da Matemática pode oferecer
• conhecer a história de vida dos alunos, sua vivência de aprendiza- uma importante contribuição ao processo de ensino e aprendiza-
gens fundamentais, seus conhecimentos informais sobre um dado gem em Matemática. Ao revelar a Matemática como uma criação
assunto, suas condições sociológicas, psicológicas e culturais humana, ao mostrar necessidades e preocupações de diferentes
• ter clareza de suas próprias concepções sobre a Matemática, uma culturas, em diferentes momentos históricos, ao estabelecer com-
vez que a prática em sala de aula, as escolhas pedagógicas, a de- parações entre os conceitos e processos matemáticos do passado
finição de objetivos e conteúdos de ensino e as formas de avalia- e do presente, o professor tem a possibilidade de desenvolver ati-
ção estão intimamente ligadas a essas concepções tudes e valores mais favoráveis do aluno diante do conhecimento
matemático.
Tradicionalmente, a prática mais frequente no ensino de Matemática
era aquela em que o professor apresentava o conteúdo oralmente, partindo • Tecnologias da Informação: Estudiosos do tema mostram que es-
de definições, exemplos, demonstração de propriedades, seguidos de crita, leitura, visão, audição, criação e aprendizagem são captura-
dos por uma informática cada vez mais avançada.
Conhecimentos Didáticos e Pedagógicos 52 A Opção Certa Para a Sua Realização
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A calculadora, por exemplo, é um instrumento que pode contribuir para e das formas (no campo da Geometria) e o estudo das grandezas e das
o ensino da Matemática, pois pode ser utilizada como instrumento motiva- medidas (que permite interligações entre os campos da Aritmética, da
dor na realização de tarefas exploratórias e de investigação. Álgebra e da Geometria).
O computador é apontado como um instrumento que traz versáteis Embora nestes parâmetros a Lógica não se constitua como bloco de
possibilidades ao processo de ensino e aprendizagem de Matemática. Tudo conteúdo a ser abordado de forma sistemática no ensino fundamental,
indica que seu caráter lógico-matemático pode ser um grande aliado do alguns de seus princípios podem ser tratados de forma integrada aos
desenvolvimento cognitivo dos alunos, principalmente na medida em que demais conteúdos, desde as séries iniciais.
ele permite um trabalho que obedece a distintos ritmos de aprendizagem. Também algumas ideias ou procedimentos matemáticos, como propor-
• Jogos: Além de ser um objeto sócio-cultural em que a Matemática cionalidade, composição e estimativa, são fontes naturais e potentes de
está presente, o jogo é uma atividade natural no desenvolvimento inter-relação e, desse modo, prestam-se a uma abordagem dos conteúdos
dos processos psicológicos básicos; supõe um “fazer sem obriga- em que diversas relações podem ser estabelecidas.
ção externa e imposta”, embora demande exigências, normas e A seleção de conteúdos a serem trabalhados pode se dar numa pers-
controle. Por meio dos jogos as crianças não apenas vivenciam si- pectiva mais ampla, ao procurar identificar não só os conceitos mas tam-
tuações que se repetem, mas aprendem a lidar com símbolos e a bém os procedimentos e as atitudes a serem trabalhados em classe, o que
pensar por analogia (jogos simbólicos): os significados das coisas trará certamente um enriquecimento ao processo de ensino e aprendiza-
passam a ser imaginado por elas. Ao criarem essas analogias, tor- gem.
nam-se produtoras de linguagens, criadoras de convenções, capa-
citando-se para se submeterem a regras e dar explicações. • Números: Durante o ensino o aluno perceberá a existência de di-
versas categorias numéricas criadas em função de diferentes pro-
A participação em jogos de grupo também representa uma conquista blemas que a humanidade teve que enfrentar - números naturais,
cognitiva, emocional, moral e social para a criança e um estímulo para o inteiros positivos e negativos, racionais (com representações fraci-
desenvolvimento do seu raciocínio lógico. onárias e decimais) e irracionais. À medida que se deparar com si-
Finalmente, um aspecto relevante nos jogos é o desafio genuíno que tuações-problema - envolvendo adição, subtração, multiplicação,
eles provocam no aluno, que gera interesse e prazer. Por isso, é importante divisão, potenciação e radiciação -, ele irá ampliando seu conceito
que os jogos façam parte da cultura escolar, cabendo ao professor analisar de número.
e avaliar a potencialidade educativa dos diferentes jogos e o aspecto curri- • Operações: Com relação às operações, o trabalho a ser realizado
cular que se deseja desenvolver. se concentrará na compreensão dos diferentes significados de ca-
da uma delas, nas relações existentes entre elas e no estudo refle-
Objetivos Gerais de Matemática xivo do cálculo, contemplando diferentes tipos - exato e aproxima-
• Identificar os conhecimentos matemáticos como meios para com- do, mental e escrito.
preender e transformar o mundo à sua volta e perceber o caráter • Espaço e Forma: Os conceitos geométricos constituem parte im-
de jogo intelectual, característico da Matemática, como aspecto portante do currículo de Matemática no ensino fundamental, por-
que estimula o interesse, a curiosidade, o espírito de investigação que, por meio deles, o aluno desenvolve um tipo especial de pen-
e o desenvolvimento da capacidade para resolver problemas. samento que lhe permite compreender, descrever e representar,
• Fazer observações sistemáticas de aspectos quantitativos e quali- de forma organizada, o mundo em que vive.
tativos do ponto de vista do conhecimento e estabelecer o maior Grandezas e Medidas: Na vida em sociedade, as grandezas e as me-
número possível de relações entre eles, utilizando para isso o co- didas estão presentes em quase todas as atividades realizadas. Desse
nhecimento matemático (aritmético, geométrico, métrico, algébrico, modo, desempenham papel importante no currículo, pois mostram clara-
estatístico, combinatório, probabilístico); selecionar, organizar e mente ao aluno a utilidade do conhecimento matemático no cotidiano.
produzir informações relevantes, para interpretá-las e avaliá-las cri-
ticamente.
CIÊNCIAS NATURAIS
• Resolver situações-problema, sabendo validar estratégias e resul-
tados, desenvolvendo formas de raciocínio e processos, como de- Para o ensino de Ciências Naturais é necessária a construção de uma
dução, indução, intuição, analogia, estimativa, e utilizando concei- estrutura geral da área que favoreça a aprendizagem significativa do co-
tos e procedimentos matemáticos, bem como instrumentos tecno- nhecimento historicamente acumulado e a formação de uma concepção de
lógicos disponíveis. ciência, suas relações com a tecnologia e com a sociedade. Portanto, é
necessário considerar as estruturas de conhecimento envolvidas no pro-
• Comunicar-se matematicamente, ou seja, descrever, representar e cesso de ensino e aprendizagem: do aluno, do professor, da Ciência.
apresentar resultados com precisão e argumentar sobre suas con- Pela abrangência e pela natureza dos objetos de estudo das Ciências,
jecturas, fazendo uso da linguagem oral e estabelecendo relações é possível desenvolver a área de forma muito dinâmica, orientando o traba-
entre ela e diferentes representações matemáticas. lho escolar para o conhecimento sobre fenômenos da natureza, incluindo o
• Estabelecer conexões entre temas matemáticos de diferentes ser humano e as tecnologias mais próximas e mais distantes, no espaço e
campos e entre esses temas e conhecimentos de outras áreas cur- no tempo. Estabelecer relações entre o que é conhecido e as novas ideias,
riculares. entre o comum e o diferente, entre o particular e o geral, definir contrapon-
• Sentir-se seguro da própria capacidade de construir conhecimen- tos entre os muitos elementos do universo de conhecimentos são proces-
tos matemáticos, desenvolvendo a autoestima e a perseverança na sos essenciais à estruturação do pensamento, particularmente do pensa-
busca de soluções. mento científico.
Se a intenção é que os alunos se apropriem do conhecimento científico
• Interagir com seus pares de forma cooperativa, trabalhando coleti- e desenvolvam uma autonomia no pensar e no agir, é importante conceber
vamente na busca de soluções para problemas propostos, identifi- a relação de ensino e aprendizagem como uma relação entre sujeitos, em
cando aspectos consensuais ou não na discussão de um assunto, que cada um, a seu modo e determinado papel, está envolvido na constru-
respeitando o modo de pensar dos colegas e aprendendo com ção de uma compreensão dos fenômenos naturais e suas transformações,
eles. na formação de atitudes e valores humanos.
Os Conteúdos de Matemática no Ensino Fundamental Dizer que o aluno é sujeito de sua aprendizagem significa afirmar que é
dele o movimento de ressignificar o mundo, isto é, de construir explicações
A discussão sobre a seleção e a organização de conteúdos é uma dis- norteadas pelo conhecimento científico.
cussão complexa que não se resolve com a apresentação de uma listagem Ao longo do ensino fundamental a aproximação ao conhecimento cien-
de conteúdos comuns a serem desenvolvidos nacionalmente. tífico se faz gradualmente. Nos primeiros ciclos o aluno constrói repertórios
O currículo de Matemática devem contemplar o estudo dos números e de imagem, fatos e noções, sendo que o estabelecimento dos conhecimen-
das operações (no campo da Aritmética e da Álgebra), o estudo do espaço tos científicos se configura nos ciclos finais.
Critérios de Avaliação de Geografia Para o Primeiro Ciclo Objetivos Gerais de Geografia Para o Ensino Fundamental
• Reconhecer algumas das manifestações da relação entre socieda- Espera-se que ao término dos oito anos do ensino fundamental, os
de e natureza presentes na sua vida cotidiana e na paisagem local alunos sejam capazes de:
• Reconhecer e localizar as características da paisagem local e • Conhecer a organização do espaço geográfico e o funcionamento
compará-las com as de outras paisagens da natureza em suas múltiplas relações, de modo a compreender o
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papel das sociedades em sua construção e na produção do territó- introduzir formas artísticas, porque ensinar arte com arte é o caminho mais
rio, da paisagem e do lugar eficaz. O aluno, em situações de aprendizagem precisa ser convidado a se
• Identificar e avaliar as ações dos homens em sociedade e suas exercitar nas práticas de aprender a ver, observar, ouvir, atuar, tocar e
consequências em diferentes espaços e tempos, de modo a cons- refletir sobre elas.
truir referenciais que possibilitem uma participação propositiva e É papel da escola incluir as informações sobre a arte produzida nos
reativa nas questões socioambientais locais âmbitos regional, nacional e internacional, compreendendo criticamente
• Compreender a espacialidade e temporalidade dos fenômenos ge- também aquelas produzidas pelas mídias para democratizar o conhecimen-
ográficos estudados em suas dinâmicas e interações to e ampliar as possibilidades de participação social do aluno.
• Compreender que as melhorias nas condições de vida, os direitos O aluno pode observar que os trabalhos artísticos envolvem a aquisi-
políticos, os avanços técnicos e tecnológicos e as transformações ção de códigos e habilidades que passa a querer dominar para incorporar
socioculturais são conquistas decorrentes de conflitos e acordos, em seus trabalhos.
que ainda não são usufruídas por todos os seres humanos e, den- A aprendizagem em arte acompanha o processo de desenvolvimento
tro de suas possibilidades, empenhar-se em democratizá-las geral da criança e do jovem, que observa que sua participação nas ativida-
• Conhecer e saber utilizar procedimentos de pesquisa da Geografia des do cotidiano social estão envoltas nas regularidade, acordos e leis que
para compreender o espaço, a paisagem, o território e o lugar, reconhece na dinâmica social da comunidade à qual pertence, pelo fato de
seus processos de construção, identificando suas relações, pro- se perceber como parte constitutiva desta.
blemas e contradições Quando brinca, a criança desenvolve atividades rítmicas, melódicas,
• Fazer leituras de imagens, de dados e de documentos de diferen- fantasia-se de adulto, produz desenhos, danças. Mas esse lugar da ativida-
tes fontes de informação, de modo a interpretar, analisar e relacio- de lúdica no início da infância é cada vez mais substituído, fora e dentro da
nar informações sobre o espaço geográfico e as diferentes paisa- escola, por situação que antes favorecem a reprodução mecânica de valo-
gens res impostos pela cultura de massas em detrimento da experiência negati-
va.Cabe ao professor tanto alimentar os alunos com informações e proce-
• Saber utilizar a linguagem cartográfica para obter informações e dimentos de arte que podem e querem dominar quanto saber orientar e
representar a espacialidade dos fenômenos geográficos preservar o desenvolvimento do trabalho pessoal, proporcionando ao aluno
• Valorizar o patrimônio sociocultural e respeitar a sócio diversidade, oportunidade de realizar suas próprias escolhas para concretizar projetos
reconhecendo-a como um direito dos povos e indivíduos e um pessoais e grupais.
elemento de fortalecimento da democracia A qualidade da ação pedagógica que considera tanto as competências
relativas à percepção estética quanto aquelas envolvidas no fazer artístico
pode contribuir para o fortalecimento da consciência criadora do aluno.
Critérios de Avaliação de Geografia Para o Primeiro Ciclo
O ensino de Arte é área de conhecimento com conteúdos específicos e
• Reconhecer algumas das manifestações da relação entre socieda-
deve ser consolidada como parte constitutiva dos currículos escolares,
de e natureza presentes na sua vida cotidiana e na paisagem local
requerendo, portanto, capacitação dos professores para orientar a forma-
• Reconhecer e localizar as características da paisagem local e ção do aluno.
compará-las com as de outras paisagens
• Ler, interpretar e representar o espaço por meio de mapas simples
Objetivos Gerais de Arte
Critérios de Avaliação de Geografia Para o Segundo Ciclo
• Expressar e saber comunicar-se em artes mantendo uma atitude
• Reconhecer e comparar os elementos sociais e naturais que com- de busca pessoal
põem paisagens urbanas e rurais brasileiras, explicando alguns
• Interagir com materiais, instrumentos e procedimentos variados em
dos processos de interação existentes entre elas
arte
• Reconhecer semelhanças e diferenças entre os modos de vida das
• Observar as relações entre o homem e a realidade com interesse e
cidades e do campo
curiosidade
• Reconhecer o papel das tecnologias, da informação, da comunica-
• Compreender e saber identificar aspectos da função e dos resulta-
ção e dos transportes na configuração de paisagens urbanas e ru-
dos do trabalho do artista, reconhecendo aspectos do processo
rais e na estruturação da vida em sociedade
percorrido pelo artista
• Estabelecer algumas relações entre as ações da sociedade e suas
consequências para o ambiente
Os conteúdos de Arte
• Representar e interpretar informações sobre diferentes paisagens
utilizando procedimentos convencionais da linguagem cartográfica É desejável que o aluno, ao longo da escolaridade, tenha oportunidade
de vivenciar o maior número de formas de arte; entretanto, isso precisa
• Observar, descrever, explicar, comparar e representar paisagens
ocorrer de modo que cada modalidade artística possa ser desenvolvida e
urbanas e rurais
aprofundada.
Os conteúdos da área de Arte devem estar relacionados de tal maneira
ARTES que possam sedimentar a aprendizagem artística dos alunos no ensino
Fazer arte e pensar sobre o trabalho artístico que se realiza, assim co- fundamental. Tal aprendizagem diz respeito à possibilidade de os alunos
mo sobre a arte que é e foi concretizada na história, podem garantir ao desenvolverem um processo contínuo e cada vez mais complexo no domí-
aluno uma situação de aprendizagem conectada com os valores e os nio do conhecimento artístico e estético, seja no exercício do próprio pro-
modos de produção artística nos meios socioculturais. cesso criador, por meio das formas artísticas, seja no contato com as obras
Ensinar arte em consonância com os modos de aprendizagem do alu- de arte e com outras formas presentes nas culturas ou na natureza.
no, significa, então, não isolar a escola da informação sobre a produção O conjunto de conteúdos está articulado dentro do contexto de ensino
histórica e social da arte e, ao mesmo tempo, garantir ao aluno a liberdade e aprendizagem em três eixos norteadores: a produção, a fruição e a refle-
de imaginar e edificar propostas artísticas pessoais ou grupais com base xão.
em intenções próprias.
A produção refere-se ao fazer artístico e ao conjunto de questões a ele
Assim, aprender com sentido e prazer está associado à compreensão relacionadas, no âmbito do fazer do aluno e dos produtores sociais de arte.
mais clara daquilo que é ensinado.
A fruição refere-se à apreciação significativa de arte do universo a ela
Cabe ao professor escolher os modos e recursos didáticos adequados relacionado. Tal ação contempla a fruição da produção dos alunos e da
para apresentar as informações, observando sempre a necessidade de produção histórico-social em sua diversidade.
• Gerar uma estrutura nacional para a integração de desenvolvimen- Sugestões Para se Utilizar Como Critérios de Avaliação
to e conservação • Observar as características do meio ambiente e identificar a exis-
• Constituir uma aliança global tência de ciclos e fluxos na natureza
• Identificar as intervenções com as quais a sociedade local vem
Diversidade realizando transformações no ambiente, na paisagem, nos espa-
ços em que habita ou cultiva
A diversidade biológica ou biodiversidade consiste no conjunto total de
disponibilidade genética de diferentes espécies e variedades, de diferentes • Contribuir para a conservação e manutenção do ambiente mais
ecossistemas. Por lentos processos evolutivos, surgem novas variedades, imediato em que vive
novas espécies, constituem-se novos sistemas. • Identificar as substâncias de que são feitos os objetos ou materiais
A conservação da biodiversidade é essencial para a qualidade de vida. utilizados pelos alunos, bem como alguns dos processos de trans-
Cada vez mais descobrem-se substâncias de grande valor para a saúde, formação por que passaram
alimentação, obtenção de tinturas, fibras e outros usos, no grande laborató- • Participar, pessoal e coletivamente, de atividades que envolvam
rio representado pelas diferentes espécies de plantas e animais, muitas até tomadas de posição diante de situações relacionadas ao meio am-
pouco tempo desconhecidas ou desprezadas pela cultura oficial. biente
• Reconhecer alguns processos de construção de um ambiente, tan-
Ensinar e Aprender em Educação Ambiental to urbano quanto rural, com a respectiva intervenção na paisagem,
O trabalho de Educação Ambiental deve ser desenvolvido a fim de aju- bem como sua importância para o homem
dar os alunos a construírem uma consciência global das questões relativas • Perceber a relação entre a qualidade de vida e um ambiente sau-
ao meio para que possam assumir posições afinadas com os valores refe- dável
rentes à sua proteção e melhoria. As situações de ensino devem se organi-
zar de forma a proporcionar oportunidades para que o aluno possa utilizar o • Valorizar o uso adequado dos recursos disponíveis
conhecimento sobre meio ambiente para compreender a sua realidade e
atuar sobre ela. Saúde
As áreas de Ciências Naturais, História e Geografia serão as principais “Saúde é o estado de completo bem-estar físico, mental e social e não
parceiras para o desenvolvimento dos conteúdos aqui relacionados, pela apenas a ausência de doença.”
própria natureza dos seus objetos de estudo.
I - educação básica, formada pela educação infantil, ensino Art. 25. Será objetivo permanente das autoridades responsáveis
fundamental e ensino médio; alcançar relação adequada entre o número de alunos e o professor, a carga
horária e as condições materiais do estabelecimento.
II - educação superior.
Parágrafo único. Cabe ao respectivo sistema de ensino, à vista das
CAPÍTULO II condições disponíveis e das características regionais e locais, estabelecer
DA EDUCAÇÃO BÁSICA parâmetro para atendimento do disposto neste artigo.
Seção I
Das Disposições Gerais Art. 26. Os currículos do ensino fundamental e médio devem ter uma
base nacional comum, a ser complementada, em cada sistema de ensino e
Art. 22. A educação básica tem por finalidades desenvolver o estabelecimento escolar, por uma parte diversificada, exigida pelas
educando, assegurar-lhe a formação comum indispensável para o exercício características regionais e locais da sociedade, da cultura, da economia e
da cidadania e fornecer-lhe meios para progredir no trabalho e em estudos da clientela.
posteriores.
§ 1º Os currículos a que se refere o caput devem abranger,
Art. 23. A educação básica poderá organizar-se em séries anuais, obrigatoriamente, o estudo da língua portuguesa e da matemática, o
períodos semestrais, ciclos, alternância regular de períodos de estudos, conhecimento do mundo físico e natural e da realidade social e política,
grupos não-seriados, com base na idade, na competência e em outros especialmente do Brasil.
critérios, ou por forma diversa de organização, sempre que o interesse do
processo de aprendizagem assim o recomendar. § 2º O ensino da arte, especialmente em suas expressões regionais,
constituirá componente curricular obrigatório nos diversos níveis da
§ 1º A escola poderá reclassificar os alunos, inclusive quando se tratar educação básica, de forma a promover o desenvolvimento cultural dos
de transferências entre estabelecimentos situados no País e no exterior, alunos. (Redação dada pela Lei nº 12.287, de 2010)
tendo como base as normas curriculares gerais.
§ 3º A educação física, integrada à proposta pedagógica da escola, é
§ 2º O calendário escolar deverá adequar-se às peculiaridades locais, componente curricular obrigatório da educação básica, sendo sua prática
inclusive climáticas e econômicas, a critério do respectivo sistema de facultativa ao aluno: (Redação dada pela Lei nº 10.793, de 1º.12.2003)
ensino, sem com isso reduzir o número de horas letivas previsto nesta Lei.
I – que cumpra jornada de trabalho igual ou superior a seis horas;
Art. 24. A educação básica, nos níveis fundamental e médio, será (Incluído pela Lei nº 10.793, de 1º.12.2003)
organizada de acordo com as seguintes regras comuns:
II – maior de trinta anos de idade; (Incluído pela Lei nº 10.793, de
I - a carga horária mínima anual será de oitocentas horas, distribuídas 1º.12.2003)
por um mínimo de duzentos dias de efetivo trabalho escolar, excluído o
tempo reservado aos exames finais, quando houver; III – que estiver prestando serviço militar inicial ou que, em situação
similar, estiver obrigado à prática da educação física; (Incluído pela Lei nº
II - a classificação em qualquer série ou etapa, exceto a primeira do 10.793, de 1º.12.2003)
ensino fundamental, pode ser feita:
a) por promoção, para alunos que cursaram, com aproveitamento, a IV – amparado pelo Decreto-Lei no 1.044, de 21 de outubro de 1969;
série ou fase anterior, na própria escola; (Incluído pela Lei nº 10.793, de 1º.12.2003)
b) por transferência, para candidatos procedentes de outras escolas; V – (VETADO) (Incluído pela Lei nº 10.793, de 1º.12.2003)
c) independentemente de escolarização anterior, mediante avaliação VI – que tenha prole. (Incluído pela Lei nº 10.793, de 1º.12.2003)
feita pela escola, que defina o grau de desenvolvimento e experiência do § 4º O ensino da História do Brasil levará em conta as contribuições
candidato e permita sua inscrição na série ou etapa adequada, conforme das diferentes culturas e etnias para a formação do povo brasileiro,
regulamentação do respectivo sistema de ensino; especialmente das matrizes indígena, africana e europeia.
III - nos estabelecimentos que adotam a progressão regular por série, o § 5º Na parte diversificada do currículo será incluído, obrigatoriamente,
regimento escolar pode admitir formas de progressão parcial, desde que a partir da quinta série, o ensino de pelo menos uma língua estrangeira
preservada a sequência do currículo, observadas as normas do respectivo moderna, cuja escolha ficará a cargo da comunidade escolar, dentro das
sistema de ensino; possibilidades da instituição.
IV - poderão organizar-se classes, ou turmas, com alunos de séries § 6º A música deverá ser conteúdo obrigatório, mas não exclusivo, do
distintas, com níveis equivalentes de adiantamento na matéria, para o componente curricular de que trata o § 2o deste artigo. (Incluído pela Lei nº
ensino de línguas estrangeiras, artes, ou outros componentes curriculares; 11.769, de 2008)
II - organização escolar própria, incluindo adequação do calendário § 1º São ressalvados os casos do ensino noturno e das formas
escolar às fases do ciclo agrícola e às condições climáticas; alternativas de organização autorizadas nesta Lei.
III - adequação à natureza do trabalho na zona rural. § 2º O ensino fundamental será ministrado progressivamente em tempo
integral, a critério dos sistemas de ensino.
Seção II
Seção IV
Da Educação Infantil Do Ensino Médio
Art. 29. A educação infantil, primeira etapa da educação básica, tem Art. 35. O ensino médio, etapa final da educação básica, com duração
como finalidade o desenvolvimento integral da criança até seis anos de mínima de três anos, terá como finalidades:
idade, em seus aspectos físico, psicológico, intelectual e social, I - a consolidação e o aprofundamento dos conhecimentos adquiridos
complementando a ação da família e da comunidade. no ensino fundamental, possibilitando o prosseguimento de estudos;
Art. 30. A educação infantil será oferecida em: II - a preparação básica para o trabalho e a cidadania do educando,
I - creches, ou entidades equivalentes, para crianças de até três anos para continuar aprendendo, de modo a ser capaz de se adaptar com
de idade; flexibilidade a novas condições de ocupação ou aperfeiçoamento
II - pré-escolas, para as crianças de quatro a seis anos de idade. posteriores;
Art. 31. Na educação infantil a avaliação far-se-á mediante III - o aprimoramento do educando como pessoa humana, incluindo a
acompanhamento e registro do seu desenvolvimento, sem o objetivo de formação ética e o desenvolvimento da autonomia intelectual e do
promoção, mesmo para o acesso ao ensino fundamental. pensamento crítico;
Seção III IV - a compreensão dos fundamentos científico-tecnológicos dos
processos produtivos, relacionando a teoria com a prática, no ensino de
Do Ensino Fundamental cada disciplina.
Art. 32. O ensino fundamental obrigatório, com duração de 9 (nove) Art. 36. O currículo do ensino médio observará o disposto na Seção I
anos, gratuito na escola pública, iniciando-se aos 6 (seis) anos de idade, deste Capítulo e as seguintes diretrizes:
terá por objetivo a formação básica do cidadão, mediante: (Redação dada
pela Lei nº 11.274, de 2006) I - destacará a educação tecnológica básica, a compreensão do
significado da ciência, das letras e das artes; o processo histórico de
I - o desenvolvimento da capacidade de aprender, tendo como meios transformação da sociedade e da cultura; a língua portuguesa como
básicos o pleno domínio da leitura, da escrita e do cálculo; instrumento de comunicação, acesso ao conhecimento e exercício da
II - a compreensão do ambiente natural e social, do sistema político, da cidadania;
tecnologia, das artes e dos valores em que se fundamenta a sociedade; II - adotará metodologias de ensino e de avaliação que estimulem a
III - o desenvolvimento da capacidade de aprendizagem, tendo em iniciativa dos estudantes;
vista a aquisição de conhecimentos e habilidades e a formação de atitudes III - será incluída uma língua estrangeira moderna, como disciplina
e valores; obrigatória, escolhida pela comunidade escolar, e uma segunda, em caráter
IV - o fortalecimento dos vínculos de família, dos laços de solidariedade optativo, dentro das disponibilidades da instituição.
humana e de tolerância recíproca em que se assenta a vida social. IV – serão incluídas a Filosofia e a Sociologia como disciplinas
§ 1º É facultado aos sistemas de ensino desdobrar o ensino obrigatórias em todas as séries do ensino médio. (Incluído pela Lei nº
fundamental em ciclos. 11.684, de 2008)
III - (Revogado pela Lei nº 11.684, de 2008) Art. 37. A educação de jovens e adultos será destinada àqueles que
não tiveram acesso ou continuidade de estudos no ensino fundamental e
§ 2º (Revogado pela Lei nº 11.741, de 2008) médio na idade própria.
§ 3º Os cursos do ensino médio terão equivalência legal e habilitarão § 1º Os sistemas de ensino assegurarão gratuitamente aos jovens e
ao prosseguimento de estudos. aos adultos, que não puderam efetuar os estudos na idade regular,
§ 4º (Revogado pela Lei nº 11.741, de 2008) oportunidades educacionais apropriadas, consideradas as características
do alunado, seus interesses, condições de vida e de trabalho, mediante
Seção IV-A
cursos e exames.
Da Educação Profissional Técnica de Nível Médio
(Incluído pela Lei nº 11.741, de 2008) § 2º O Poder Público viabilizará e estimulará o acesso e a permanência
do trabalhador na escola, mediante ações integradas e complementares
Art. 36-A. Sem prejuízo do disposto na Seção IV deste Capítulo, o
entre si.
ensino médio, atendida a formação geral do educando, poderá prepará-lo
para o exercício de profissões técnicas. (Incluído pela Lei nº 11.741, de § 3o A educação de jovens e adultos deverá articular-se,
2008) preferencialmente, com a educação profissional, na forma do regulamento.
Parágrafo único. A preparação geral para o trabalho e, (Incluído pela Lei nº 11.741, de 2008)
facultativamente, a habilitação profissional poderão ser desenvolvidas nos Art. 38. Os sistemas de ensino manterão cursos e exames supletivos,
próprios estabelecimentos de ensino médio ou em cooperação com que compreenderão a base nacional comum do currículo, habilitando ao
instituições especializadas em educação profissional. (Incluído pela Lei nº prosseguimento de estudos em caráter regular.
11.741, de 2008)
§ 1º Os exames a que se refere este artigo realizar-se-ão:
Art. 36-B. A educação profissional técnica de nível médio será
desenvolvida nas seguintes formas: (Incluído pela Lei nº 11.741, de 2008) I - no nível de conclusão do ensino fundamental, para os maiores de
quinze anos;
I - articulada com o ensino médio; (Incluído pela Lei nº 11.741, de
2008) II - no nível de conclusão do ensino médio, para os maiores de dezoito
anos.
II - subsequente, em cursos destinados a quem já tenha concluído o
ensino médio.(Incluído pela Lei nº 11.741, de 2008) § 2º Os conhecimentos e habilidades adquiridos pelos educandos por
meios informais serão aferidos e reconhecidos mediante exames.
Parágrafo único. A educação profissional técnica de nível médio deverá
observar: (Incluído pela Lei nº 11.741, de 2008) CAPÍTULO III
DA EDUCAÇÃO PROFISSIONAL
I - os objetivos e definições contidos nas diretrizes curriculares Da Educação Profissional e Tecnológica
nacionais estabelecidas pelo Conselho Nacional de Educação; (Incluído (Redação dada pela Lei nº 11.741, de 2008)
pela Lei nº 11.741, de 2008)
Art. 39. A educação profissional e tecnológica, no cumprimento dos
II - as normas complementares dos respectivos sistemas de ensino; objetivos da educação nacional, integra-se aos diferentes níveis e
(Incluído pela Lei nº 11.741, de 2008) modalidades de educação e às dimensões do trabalho, da ciência e da
III - as exigências de cada instituição de ensino, nos termos de seu tecnologia. (Redação dada pela Lei nº 11.741, de 2008)
projeto pedagógico. (Incluído pela Lei nº 11.741, de 2008) § 1º Os cursos de educação profissional e tecnológica poderão ser
Art. 36-C. A educação profissional técnica de nível médio articulada, organizados por eixos tecnológicos, possibilitando a construção de
prevista no inciso I do caput do art. 36-B desta Lei, será desenvolvida de diferentes itinerários formativos, observadas as normas do respectivo
forma: (Incluído pela Lei nº 11.741, de 2008) sistema e nível de ensino. (Incluído pela Lei nº 11.741, de 2008)
I - integrada, oferecida somente a quem já tenha concluído o ensino § 2º A educação profissional e tecnológica abrangerá os seguintes
fundamental, sendo o curso planejado de modo a conduzir o aluno à cursos: (Incluído pela Lei nº 11.741, de 2008)
habilitação profissional técnica de nível médio, na mesma instituição de I – de formação inicial e continuada ou qualificação profissional;
ensino, efetuando-se matrícula única para cada aluno; (Incluído pela Lei nº (Incluído pela Lei nº 11.741, de 2008)
11.741, de 2008)
II – de educação profissional técnica de nível médio; (Incluído pela Lei
II - concomitante, oferecida a quem ingresse no ensino médio ou já o nº 11.741, de 2008)
esteja cursando, efetuando-se matrículas distintas para cada curso, e
podendo ocorrer: (Incluído pela Lei nº 11.741, de 2008) III – de educação profissional tecnológica de graduação e pós-
graduação. (Incluído pela Lei nº 11.741, de 2008)
a) na mesma instituição de ensino, aproveitando-se as oportunidades
educacionais disponíveis; (Incluído pela Lei nº 11.741, de 2008) § 3º Os cursos de educação profissional tecnológica de graduação e
pós-graduação organizar-se-ão, no que concerne a objetivos,
b) em instituições de ensino distintas, aproveitando-se as características e duração, de acordo com as diretrizes curriculares
oportunidades educacionais disponíveis; (Incluído pela Lei nº 11.741, de nacionais estabelecidas pelo Conselho Nacional de Educação. (Incluído
2008) pela Lei nº 11.741, de 2008)
c) em instituições de ensino distintas, mediante convênios de Art. 40. A educação profissional será desenvolvida em articulação com
intercomplementaridade, visando ao planejamento e ao desenvolvimento de o ensino regular ou por diferentes estratégias de educação continuada, em
projeto pedagógico unificado. (Incluído pela Lei nº 11.741, de 2008) instituições especializadas ou no ambiente de trabalho. (Regulamento)
Art. 36-D. Os diplomas de cursos de educação profissional técnica de Art. 41. O conhecimento adquirido na educação profissional e
nível médio, quando registrados, terão validade nacional e habilitarão ao tecnológica, inclusive no trabalho, poderá ser objeto de avaliação,
prosseguimento de estudos na educação superior. (Incluído pela Lei nº reconhecimento e certificação para prosseguimento ou conclusão de
11.741, de 2008) estudos.(Redação dada pela Lei nº 11.741, de 2008)
Parágrafo único. Os cursos de educação profissional técnica de nível Art. 42. As instituições de educação profissional e tecnológica, além
médio, nas formas articulada concomitante e subsequente, quando dos seus cursos regulares, oferecerão cursos especiais, abertos à
Conhecimentos Específicos 11 A Opção Certa Para a Sua Realização
Apostila Digital Licenciada para PETRÚCIO DE LIMA FERREIRA - jornalistapetrucioferreira@hotmail.com (Proibida a Revenda)
APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
comunidade, condicionada a matrícula à capacidade de aproveitamento e Art. 47. Na educação superior, o ano letivo regular, independente do
não necessariamente ao nível de escolaridade. (Redação dada pela Lei nº ano civil, tem, no mínimo, duzentos dias de trabalho acadêmico efetivo,
11.741, de 2008) excluído o tempo reservado aos exames finais, quando houver.
CAPÍTULO IV § 1º As instituições informarão aos interessados, antes de cada período
DA EDUCAÇÃO SUPERIOR letivo, os programas dos cursos e demais componentes curriculares, sua
Art. 43. A educação superior tem por finalidade: duração, requisitos, qualificação dos professores, recursos disponíveis e
I - estimular a criação cultural e o desenvolvimento do espírito científico critérios de avaliação, obrigando-se a cumprir as respectivas condições.
e do pensamento reflexivo; § 2º Os alunos que tenham extraordinário aproveitamento nos estudos,
II - formar diplomados nas diferentes áreas de conhecimento, aptos demonstrado por meio de provas e outros instrumentos de avaliação
para a inserção em setores profissionais e para a participação no específicos, aplicados por banca examinadora especial, poderão ter
desenvolvimento da sociedade brasileira, e colaborar na sua formação abreviada a duração dos seus cursos, de acordo com as normas dos
contínua; sistemas de ensino.
III - incentivar o trabalho de pesquisa e investigação científica, visando § 3º É obrigatória a frequência de alunos e professores, salvo nos
o desenvolvimento da ciência e da tecnologia e da criação e difusão da programas de educação a distância.
cultura, e, desse modo, desenvolver o entendimento do homem e do meio § 4º As instituições de educação superior oferecerão, no período
em que vive; noturno, cursos de graduação nos mesmos padrões de qualidade mantidos
IV - promover a divulgação de conhecimentos culturais, científicos e no período diurno, sendo obrigatória a oferta noturna nas instituições
técnicos que constituem patrimônio da humanidade e comunicar o saber públicas, garantida a necessária previsão orçamentária.
através do ensino, de publicações ou de outras formas de comunicação; Art. 48. Os diplomas de cursos superiores reconhecidos, quando
V - suscitar o desejo permanente de aperfeiçoamento cultural e registrados, terão validade nacional como prova da formação recebida por
profissional e possibilitar a correspondente concretização, integrando os seu titular.
conhecimentos que vão sendo adquiridos numa estrutura intelectual § 1º Os diplomas expedidos pelas universidades serão por elas
sistematizadora do conhecimento de cada geração; próprias registrados, e aqueles conferidos por instituições não-universitárias
VI - estimular o conhecimento dos problemas do mundo presente, em serão registrados em universidades indicadas pelo Conselho Nacional de
particular os nacionais e regionais, prestar serviços especializados à Educação.
comunidade e estabelecer com esta uma relação de reciprocidade; § 2º Os diplomas de graduação expedidos por universidades
VII - promover a extensão, aberta à participação da população, visando estrangeiras serão revalidados por universidades públicas que tenham
à difusão das conquistas e benefícios resultantes da criação cultural e da curso do mesmo nível e área ou equivalente, respeitando-se os acordos
pesquisa científica e tecnológica geradas na instituição. internacionais de reciprocidade ou equiparação.
Art. 44. A educação superior abrangerá os seguintes cursos e § 3º Os diplomas de Mestrado e de Doutorado expedidos por
programas: universidades estrangeiras só poderão ser reconhecidos por universidades
que possuam cursos de pós-graduação reconhecidos e avaliados, na
I - cursos sequenciais por campo de saber, de diferentes níveis de mesma área de conhecimento e em nível equivalente ou superior.
abrangência, abertos a candidatos que atendam aos requisitos
estabelecidos pelas instituições de ensino, desde que tenham concluído o Art. 49. As instituições de educação superior aceitarão a transferência
ensino médio ou equivalente; (Redação dada pela Lei nº 11.632, de 2007). de alunos regulares, para cursos afins, na hipótese de existência de vagas,
e mediante processo seletivo.
II - de graduação, abertos a candidatos que tenham concluído o ensino
médio ou equivalente e tenham sido classificados em processo seletivo; Parágrafo único. As transferências ex officio dar-se-ão na forma da lei.
III - de pós-graduação, compreendendo programas de mestrado e Art. 50. As instituições de educação superior, quando da ocorrência de
doutorado, cursos de especialização, aperfeiçoamento e outros, abertos a vagas, abrirão matrícula nas disciplinas de seus cursos a alunos não
candidatos diplomados em cursos de graduação e que atendam às regulares que demonstrarem capacidade de cursá-las com proveito,
exigências das instituições de ensino; mediante processo seletivo prévio.
IV - de extensão, abertos a candidatos que atendam aos requisitos Art. 51. As instituições de educação superior credenciadas como
estabelecidos em cada caso pelas instituições de ensino. universidades, ao deliberar sobre critérios e normas de seleção e admissão
de estudantes, levarão em conta os efeitos desses critérios sobre a
Parágrafo único. Os resultados do processo seletivo referido no inciso orientação do ensino médio, articulando-se com os órgãos normativos dos
II do caput deste artigo serão tornados públicos pelas instituições de ensino sistemas de ensino.
superior, sendo obrigatória a divulgação da relação nominal dos
classificados, a respectiva ordem de classificação, bem como do Art. 52. As universidades são instituições pluridisciplinares de formação
cronograma das chamadas para matrícula, de acordo com os critérios para dos quadros profissionais de nível superior, de pesquisa, de extensão e de
preenchimento das vagas constantes do respectivo edital. (Incluído pela Lei domínio e cultivo do saber humano, que se caracterizam por:
nº 11.331, de 2006) I - produção intelectual institucionalizada mediante o estudo sistemático
Art. 45. A educação superior será ministrada em instituições de ensino dos temas e problemas mais relevantes, tanto do ponto de vista científico e
superior, públicas ou privadas, com variados graus de abrangência ou cultural, quanto regional e nacional;
especialização. II - um terço do corpo docente, pelo menos, com titulação acadêmica
Art. 46. A autorização e o reconhecimento de cursos, bem como o de mestrado ou doutorado;
credenciamento de instituições de educação superior, terão prazos III - um terço do corpo docente em regime de tempo integral.
limitados, sendo renovados, periodicamente, após processo regular de Parágrafo único. É facultada a criação de universidades especializadas
avaliação. (Regulamento) por campo do saber. (Regulamento)
§ 1º Após um prazo para saneamento de deficiências eventualmente Art. 53. No exercício de sua autonomia, são asseguradas às
identificadas pela avaliação a que se refere este artigo, haverá reavaliação, universidades, sem prejuízo de outras, as seguintes atribuições:
que poderá resultar, conforme o caso, em desativação de cursos e
habilitações, em intervenção na instituição, em suspensão temporária de I - criar, organizar e extinguir, em sua sede, cursos e programas de
prerrogativas da autonomia, ou em descredenciamento. (Regulamento) educação superior previstos nesta Lei, obedecendo às normas gerais da
União e, quando for o caso, do respectivo sistema de ensino;
§ 2º No caso de instituição pública, o Poder Executivo responsável por
sua manutenção acompanhará o processo de saneamento e fornecerá II - fixar os currículos dos seus cursos e programas, observadas as
recursos adicionais, se necessários, para a superação das deficiências. diretrizes gerais pertinentes;
• incorporar soluções alternativas, reestruturar e ampliar a compre- Finalmente, um aspecto relevante nos jogos é o desafio genuíno que
ensão acerca dos conceitos envolvidos nas situações e, desse eles provocam no aluno, que gera interesse e prazer. Por isso, é importante
modo, aprender que os jogos façam parte da cultura escolar, cabendo ao professor analisar
e avaliar a potencialidade educativa dos diferentes jogos e o aspecto curri-
Essas aprendizagens só serão possíveis na medida em que o profes- cular que se deseja desenvolver.
sor proporcionar um ambiente de trabalho que estimule o aluno a criar,
comparar, discutir, rever, perguntar e ampliar ideias. Objetivos Gerais de Matemática
Alguns Caminhos Para se Ensinar Matemática na Sala de Aula • Identificar os conhecimentos matemáticos como meios para com-
• Resolução de Problemas: Tradicionalmente os problemas não têm preender e transformar o mundo à sua volta e perceber o caráter
desempenhado seu verdadeiro papel no ensino pois, para a gran- de jogo intelectual, característico da Matemática, como aspecto
de maioria dos alunos, resolver um problema significa fazer cálcu- que estimula o interesse, a curiosidade, o espírito de investigação
los com os números do enunciado ou aplicar algo que aprenderam e o desenvolvimento da capacidade para resolver problemas.
nas aulas. Nesse caso, a concepção de ensino e aprendizagem • Fazer observações sistemáticas de aspectos quantitativos e quali-
subjacente é a que o aluno aprende por reprodução/imitação. tativos do ponto de vista do conhecimento e estabelecer o maior
Ao colocar o foco na resolução de problemas deve-se defender os se- número possível de relações entre eles, utilizando para isso o co-
guintes princípios: nhecimento matemático (aritmético, geométrico, métrico, algébrico,
estatístico, combinatório, probabilístico); selecionar, organizar e
• o ponto de partida da atividade matemática não é a definição, mas
produzir informações relevantes, para interpretá-las e avaliá-las cri-
o problema. No processo de ensino e aprendizagem, conceitos,
ticamente.
ideias e métodos matemáticos devem ser abordados mediante a
exploração de problemas, ou seja, de situações em que os alunos • Resolver situações-problema, sabendo validar estratégias e resul-
precisem desenvolver algum tipo de estratégia para resolvê-las tados, desenvolvendo formas de raciocínio e processos, como de-
dução, indução, intuição, analogia, estimativa, e utilizando concei-
• o problema não é um exercício em que o aluno aplica, de forma
tos e procedimentos matemáticos, bem como instrumentos tecno-
quase mecânica, uma fórmula ou um processo operatório. Só há
lógicos disponíveis.
problema se o aluno for levado a interpretar o enunciado da ques-
tão que lhe é posta e a estruturar a situação que lhe é apresentada • Comunicar-se matematicamente, ou seja, descrever, representar e
apresentar resultados com precisão e argumentar sobre suas con-
• o aluno não constrói um conceito em resposta a um problema, mas
jecturas, fazendo uso da linguagem oral e estabelecendo relações
constrói um campo de conceitos que tomam sentido num campo
entre ela e diferentes representações matemáticas.
de problemas
• Estabelecer conexões entre temas matemáticos de diferentes
• a resolução de problemas não é uma atividade para ser desenvol-
campos e entre esses temas e conhecimentos de outras áreas cur-
vida em paralelo ou como aplicação da aprendizagem, mas uma
riculares.
orientação para a aprendizagem, pois proporciona o contexto em
que se pode apreender conceitos, procedimentos e atitudes mate- • Sentir-se seguro da própria capacidade de construir conhecimen-
máticas tos matemáticos, desenvolvendo a autoestima e a perseverança na
busca de soluções.
• História da Matemática: A história da Matemática pode oferecer
uma importante contribuição ao processo de ensino e aprendiza- • Interagir com seus pares de forma cooperativa, trabalhando coleti-
gem em Matemática. Ao revelar a Matemática como uma criação vamente na busca de soluções para problemas propostos, identifi-
humana, ao mostrar necessidades e preocupações de diferentes cando aspectos consensuais ou não na discussão de um assunto,
culturas, em diferentes momentos históricos, ao estabelecer com- respeitando o modo de pensar dos colegas e aprendendo com
parações entre os conceitos e processos matemáticos do passado eles.
e do presente, o professor tem a possibilidade de desenvolver ati-
tudes e valores mais favoráveis do aluno diante do conhecimento Os Conteúdos de Matemática no Ensino Fundamental
matemático. A discussão sobre a seleção e a organização de conteúdos é uma dis-
• Tecnologias da Informação: Estudiosos do tema mostram que es- cussão complexa que não se resolve com a apresentação de uma listagem
crita, leitura, visão, audição, criação e aprendizagem são captura- de conteúdos comuns a serem desenvolvidos nacionalmente.
dos por uma informática cada vez mais avançada. O currículo de Matemática devem contemplar o estudo dos números e
A calculadora, por exemplo, é um instrumento que pode contribuir para das operações (no campo da Aritmética e da Álgebra), o estudo do espaço
o ensino da Matemática, pois pode ser utilizada como instrumento motiva- e das formas (no campo da Geometria) e o estudo das grandezas e das
dor na realização de tarefas exploratórias e de investigação. medidas (que permite interligações entre os campos da Aritmética, da
Álgebra e da Geometria).
O computador é apontado como um instrumento que traz versáteis
possibilidades ao processo de ensino e aprendizagem de Matemática. Tudo Embora nestes parâmetros a Lógica não se constitua como bloco de
indica que seu caráter lógico-matemático pode ser um grande aliado do conteúdo a ser abordado de forma sistemática no ensino fundamental,
desenvolvimento cognitivo dos alunos, principalmente na medida em que alguns de seus princípios podem ser tratados de forma integrada aos
ele permite um trabalho que obedece a distintos ritmos de aprendizagem. demais conteúdos, desde as séries iniciais.
• Jogos: Além de ser um objeto sócio-cultural em que a Matemática Também algumas ideias ou procedimentos matemáticos, como propor-
está presente, o jogo é uma atividade natural no desenvolvimento cionalidade, composição e estimativa, são fontes naturais e potentes de
dos processos psicológicos básicos; supõe um “fazer sem obriga- inter-relação e, desse modo, prestam-se a uma abordagem dos conteúdos
ção externa e imposta”, embora demande exigências, normas e em que diversas relações podem ser estabelecidas.
• Utilizar diferentes fontes de informação para leituras críticas Abordagens atuais da Geografia têm buscado práticas pedagógicas
que permitam apresentar aos alunos os diferentes aspectos de um mesmo
• Valorizar as ações coletivas que repercutem na melhoria das con- fenômeno em diferentes momentos da escolaridade, de modo que os
dições de vida das localidade alunos possam construir compreensões novas e mais complexas a seu
respeito. Espera-se que, dessa forma, eles desenvolvam a capacidade de
identificar e refletir sobre diferentes aspectos da realidade, compreendendo
Critérios de Avaliação de História Para o Segundo Ciclo
a relação sociedade-natureza. Essas práticas envolvem procedimentos de
• Reconhecer algumas semelhanças e diferenças que a sua locali- problematização, observação, registro, descrição, documentação, represen-
dade estabelece com outras coletividades de outros tempos e ou- tação e pesquisa dos fenômenos sociais, culturais ou naturais que com-
tros espaços, nos seus aspectos sociais, econômicos, políticos, põem a paisagem e o espaço geográfico, na busca e formulação de hipóte-
administrativos e culturais ses e explicações da relações, permanências e transformações que aí se
• Reconhecer alguns laços de identidade e/ou diferenças entre os encontram em interação.
indivíduos, os grupos e as classes, numa dimensão de tempo de
longa duração
Objetivos Gerais de Geografia Para o Ensino Fundamental
• Reconhecer algumas semelhanças, diferenças, mudanças e per-
Espera-se que ao término dos oito anos do ensino fundamental, os
manências no modo de vida de algumas populações, de outras
alunos sejam capazes de:
épocas e lugares
• Conhecer a organização do espaço geográfico e o funcionamento
da natureza em suas múltiplas relações, de modo a compreender o
Orientações Didáticas papel das sociedades em sua construção e na produção do territó-
Nas dinâmicas das atividades, propõe-se que o professor: rio, da paisagem e do lugar
• valorize, inicialmente, os saberes que os alunos já possuem sobre • Identificar e avaliar as ações dos homens em sociedade e suas
o tema abordado, criando momentos de trocas de informações e consequências em diferentes espaços e tempos, de modo a cons-
opiniões truir referenciais que possibilitem uma participação propositiva e
reativa nas questões socioambientais locais
• Avalie essas informações, identificando quais poderiam enriquecer
seus repertórios • Compreender a espacialidade e temporalidade dos fenômenos ge-
ográficos estudados em suas dinâmicas e interações
• Proponha novos questionamentos, informe sobre dados desconhe-
cidos e organize pesquisas e investigações • Compreender que as melhorias nas condições de vida, os direitos
políticos, os avanços técnicos e tecnológicos e as transformações
• Selecione materiais de fontes de informação diferentes para que socioculturais são conquistas decorrentes de conflitos e acordos,
sejam estudados em sala de aula que ainda não são usufruídas por todos os seres humanos e, den-
• Promova visitas e pesquisas em locais ricos em informações tro de suas possibilidades, empenhar-se em democratizá-las
• Proponha que os estudos realizados se materializem em produtos • Conhecer e saber utilizar procedimentos de pesquisa da Geografia
culturais, como livros, murais, exposições, teatros, maquetes, qua- para compreender o espaço, a paisagem, o território e o lugar,
dros cronológicos, mapas, etc. seus processos de construção, identificando suas relações, pro-
blemas e contradições
• Fazer leituras de imagens, de dados e de documentos de diferen-
Geografia
tes fontes de informação, de modo a interpretar, analisar e relacio-
Tanto a Geografia Tradicional quanto a Geografia Marxista ortodoxa nar informações sobre o espaço geográfico e as diferentes paisa-
negligenciaram a relação do homem e da sociedade com a natureza em gens
sua dimensão sensível de percepção do mundo: o cientificismo positivista
• Saber utilizar a linguagem cartográfica para obter informações e
da Geografia Tradicional, por negar ao homem a possibilidade de um
representar a espacialidade dos fenômenos geográficos
conhecimento que passasse pela subjetividade do imaginário; o marxismo
ortodoxo, por tachar de idealismo alienaste qualquer explicação subjetiva e • Valorizar o patrimônio sociocultural e respeitar a sócio diversidade,
afetiva da relação da sociedade com a natureza. reconhecendo-a como um direito dos povos e indivíduos e um
elemento de fortalecimento da democracia
O ensino de Geografia pode levar os alunos a compreenderem de for-
ma mais ampla a realidade, possibilitando que nela interfiram de maneira
mais consciente e propositiva. Para tanto, porém, é preciso que eles adqui- Critérios de Avaliação de Geografia Para o Primeiro Ciclo
ram conhecimentos, dominem categorias, conceitos e procedimentos • Reconhecer algumas das manifestações da relação entre socieda-
básicos com os quais este campo do conhecimento opera e constitui suas de e natureza presentes na sua vida cotidiana e na paisagem local
teorias e explicações, de modo a poder não apenas compreender as rela-
• Reconhecer e localizar as características da paisagem local e
ções socioculturais e o funcionamento da natureza às quais historicamente
compará-las com as de outras paisagens
pertence, mas também conhecer e saber utilizar uma forma singular de
pensar sobre a realidade: o conhecimento geográfico. • Ler, interpretar e representar o espaço por meio de mapas simples
A divisão da Geografia em campos de conhecimento da sociedade e
da natureza tem propiciado um aprofundamento temático de seus objetos Critérios de Avaliação de Geografia Para o Segundo Ciclo
de estudo. Essa divisão é necessária, como um recurso didático, para
distinguir os elementos sociais ou naturais, mas é artificial, na medida em • Reconhecer e comparar os elementos sociais e naturais que com-
que o objetivo da Geografia é explicar e compreender as relações entre a põem paisagens urbanas e rurais brasileiras, explicando alguns
dos processos de interação existentes entre elas
Conhecimentos Específicos 25 A Opção Certa Para a Sua Realização
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• Reconhecer semelhanças e diferenças entre os modos de vida das • Compreender a espacialidade e temporalidade dos fenômenos ge-
cidades e do campo ográficos estudados em suas dinâmicas e interações
• Reconhecer o papel das tecnologias, da informação, da comunica- • Compreender que as melhorias nas condições de vida, os direitos
ção e dos transportes na configuração de paisagens urbanas e ru- políticos, os avanços técnicos e tecnológicos e as transformações
rais e na estruturação da vida em sociedade socioculturais são conquistas decorrentes de conflitos e acordos,
• Estabelecer algumas relações entre as ações da sociedade e suas que ainda não são usufruídas por todos os seres humanos e, den-
consequências para o ambiente tro de suas possibilidades, empenhar-se em democratizá-las
• Representar e interpretar informações sobre diferentes paisagens • Conhecer e saber utilizar procedimentos de pesquisa da Geografia
utilizando procedimentos convencionais da linguagem cartográfica para compreender o espaço, a paisagem, o território e o lugar,
seus processos de construção, identificando suas relações, pro-
• Observar, descrever, explicar, comparar e representar paisagens blemas e contradições
urbanas e rurais
• Fazer leituras de imagens, de dados e de documentos de diferen-
tes fontes de informação, de modo a interpretar, analisar e relacio-
Geografia
nar informações sobre o espaço geográfico e as diferentes paisa-
Tanto a Geografia Tradicional quanto a Geografia Marxista ortodoxa gens
negligenciaram a relação do homem e da sociedade com a natureza em
• Saber utilizar a linguagem cartográfica para obter informações e
sua dimensão sensível de percepção do mundo: o cientificismo positivista
representar a espacialidade dos fenômenos geográficos
da Geografia Tradicional, por negar ao homem a possibilidade de um
conhecimento que passasse pela subjetividade do imaginário; o marxismo • Valorizar o patrimônio sociocultural e respeitar a sócio diversidade,
ortodoxo, por tachar de idealismo alienaste qualquer explicação subjetiva e reconhecendo-a como um direito dos povos e indivíduos e um
afetiva da relação da sociedade com a natureza. elemento de fortalecimento da democracia
O ensino de Geografia pode levar os alunos a compreenderem de for-
ma mais ampla a realidade, possibilitando que nela interfiram de maneira Critérios de Avaliação de Geografia Para o Primeiro Ciclo
mais consciente e propositiva. Para tanto, porém, é preciso que eles adqui-
ram conhecimentos, dominem categorias, conceitos e procedimentos • Reconhecer algumas das manifestações da relação entre socieda-
básicos com os quais este campo do conhecimento opera e constitui suas de e natureza presentes na sua vida cotidiana e na paisagem local
teorias e explicações, de modo a poder não apenas compreender as rela- • Reconhecer e localizar as características da paisagem local e
ções socioculturais e o funcionamento da natureza às quais historicamente compará-las com as de outras paisagens
pertence, mas também conhecer e saber utilizar uma forma singular de
• Ler, interpretar e representar o espaço por meio de mapas simples
pensar sobre a realidade: o conhecimento geográfico.
Critérios de Avaliação de Geografia Para o Segundo Ciclo
A divisão da Geografia em campos de conhecimento da sociedade e
da natureza tem propiciado um aprofundamento temático de seus objetos • Reconhecer e comparar os elementos sociais e naturais que com-
de estudo. Essa divisão é necessária, como um recurso didático, para põem paisagens urbanas e rurais brasileiras, explicando alguns
distinguir os elementos sociais ou naturais, mas é artificial, na medida em dos processos de interação existentes entre elas
que o objetivo da Geografia é explicar e compreender as relações entre a • Reconhecer semelhanças e diferenças entre os modos de vida das
sociedade e a natureza, e como ocorre a apropriação desta por aquela. Na cidades e do campo
busca dessa abordagem relacional, a Geografia tem que trabalhar com
diferentes noções espaciais e temporais, bem como com os fenômenos • Reconhecer o papel das tecnologias, da informação, da comunica-
sociais, culturais e naturais que são característicos de cada paisagem, para ção e dos transportes na configuração de paisagens urbanas e ru-
permitir uma compreensão processual e dinâmica de sua constituição. rais e na estruturação da vida em sociedade
No que se refere ao ensino fundamental, é importante considerar quais • Estabelecer algumas relações entre as ações da sociedade e suas
são as categorias da Geografia mais adequadas para os alunos em relação consequências para o ambiente
à sua faixa etária, ao momento da escolaridade em que se encontram e às • Representar e interpretar informações sobre diferentes paisagens
capacidades que se espera que eles desenvolvam. utilizando procedimentos convencionais da linguagem cartográfica
Abordagens atuais da Geografia têm buscado práticas pedagógicas • Observar, descrever, explicar, comparar e representar paisagens
que permitam apresentar aos alunos os diferentes aspectos de um mesmo urbanas e rurais
fenômeno em diferentes momentos da escolaridade, de modo que os
alunos possam construir compreensões novas e mais complexas a seu
ARTES
respeito. Espera-se que, dessa forma, eles desenvolvam a capacidade de
identificar e refletir sobre diferentes aspectos da realidade, compreendendo Fazer arte e pensar sobre o trabalho artístico que se realiza, assim co-
a relação sociedade natureza. Essas práticas envolvem procedimentos de mo sobre a arte que é e foi concretizada na história, podem garantir ao
problematização, observação, registro, descrição, documentação, represen- aluno uma situação de aprendizagem conectada com os valores e os
tação e pesquisa dos fenômenos sociais, culturais ou naturais que com- modos de produção artística nos meios socioculturais.
põem a paisagem e o espaço geográfico, na busca e formulação de hipóte- Ensinar arte em consonância com os modos de aprendizagem do alu-
ses e explicações da relações, permanências e transformações que aí se no, significa, então, não isolar a escola da informação sobre a produção
encontram em interação. histórica e social da arte e, ao mesmo tempo, garantir ao aluno a liberdade
de imaginar e edificar propostas artísticas pessoais ou grupais com base
em intenções próprias.
Objetivos Gerais de Geografia Para o Ensino Fundamental
Assim, aprender com sentido e prazer está associado à compreensão
Espera-se que ao término dos oito anos do ensino fundamental, os mais clara daquilo que é ensinado.
alunos sejam capazes de:
Cabe ao professor escolher os modos e recursos didáticos adequados
• Conhecer a organização do espaço geográfico e o funcionamento para apresentar as informações, observando sempre a necessidade de
da natureza em suas múltiplas relações, de modo a compreender o introduzir formas artísticas, porque ensinar arte com arte é o caminho mais
papel das sociedades em sua construção e na produção do territó- eficaz. O aluno, em situações de aprendizagem precisa ser convidado a se
rio, da paisagem e do lugar exercitar nas práticas de aprender a ver, observar, ouvir, atuar, tocar e
• Identificar e avaliar as ações dos homens em sociedade e suas refletir sobre elas.
consequências em diferentes espaços e tempos, de modo a cons- É papel da escola incluir as informações sobre a arte produzida nos
truir referenciais que possibilitem uma participação propositiva e âmbitos regional, nacional e internacional, compreendendo criticamente
reativa nas questões socioambientais locais
• Perceber, em diversos fenômenos naturais, encadeamentos e re- • Conhecer e utilizar formas de intervenção individual e coletiva so-
lações de causa-efeito que condicionam a vida no espaço e no bre os fatores desfavoráveis à saúde, agindo com responsabilidade
tempo em relação à sua saúde e à saúde da comunidade
• Compreender a necessidade e dominar alguns procedimentos de • Conhecer formas de acesso aos recursos da comunidade e as
conservação e manejo dos recursos naturais com os quais intera- possibilidades de utilização dos serviços voltados para a promo-
gem, aplicando-os no dia-a-dia ção, proteção e recuperação da saúde
• Perceber, apreciar e valorizar a diversidade natural e sociocultural, • Adotar hábitos de autocuidado, respeitando as possibilidades e li-
adotando posturas de respeito aos diferentes aspectos e formas do mites do próprio corpo
patrimônio natural, étnico e cultural
• Identificar-se como parte integrante da natureza. Blocos de Conteúdos
Os conteúdos selecionados foram organizados em blocos que lhes dão
sentido e cumprem a função de indicar as dimensões individual e social da
Blocos de Conteúdos saúde.
Os Ciclos da Natureza: A função deste bloco é permitir ao aluno com- Autoconhecimento Para o Autocuidado: A razão de ser deste bloco é o
preender que os processos na natureza não são estanques. Dentre esses entendimento de que saúde tem uma dimensão pessoal que se expressa
ciclos, um dos mais importantes é o da água. Outro que deve ser evidenci- no espaço e no tempo de uma vida, pelos meios que cada ser humano
ado é o da matéria orgânica. Ainda como exemplo, podemos citar as teias e dispõe para criar seu próprio trajeto em direção ao bem-estar físico, mental
cadeias alimentares. e social.
Sociedade e Meio Ambiente: Aqui oferece-se ocasião para a discussão Assim, a introdução de conhecimentos sobre o funcionamento do corpo
das interações que os grupos humanos têm em seu ambiente de vida. humano visa a formação de sujeitos do processo saúde/doença que pos-
Pode-se citar como exemplos de abordagem deste tópico: a diversidade sam conhecer-se e cuidar-se, valorizando sua identidade e características
cultural e ambiental; os limites da ação humana em termos quantitativos e pessoais.
qualitativos; as principais características do ambiente e/ou paisagem da
região em que se vive; as diferenças entre ambientes preservados e degra- A higiene corporal é tratada como condição para a vida saudável. As
dados; a interdependência ambiental entre as áreas urbana e rural. experiências de fazer junto com a criança os procedimentos passíveis de
execução no ambiente escolar, como lavagem das mãos ou escovação dos
Manejo e Conservação Ambiental: Além de se apreenderem alguns dos dentes, por exemplo, podem ter significado importante na aprendizagem.
principais fatos a respeito de como a natureza funciona e de como se
processa a ação transformadora da humanidade em seu meio ambiente, é A alimentação adequada é outro fator essencial no crescimento e de-
importante que se conheçam algumas formas de manejar, isto é, lidar de senvolvimento, no desempenho de atividades cotidianas, na promoção e na
modo cuidadoso e adequado com os recursos naturais renováveis recuperação da saúde. A desnutrição e as anemias são ainda importantes
problemas de saúde pública no Brasil e fatores primordiais para a baixa
Sugestões Para se Utilizar Como Critérios de Avaliação capacidade de reação às doenças.
• Observar as características do meio ambiente e identificar a exis- Vida Coletiva: É nos espaços coletivos que se produz a condição de
tência de ciclos e fluxos na natureza saúde da comunidade e, em grande parte, de cada um de seus componen-
• Identificar as intervenções com as quais a sociedade local vem tes. Nas relações sociais se afirma a concepção hegemônica de saúde e
realizando transformações no ambiente, na paisagem, nos espa- portanto é nesse campo que se pode avançar no entendimento da saúde
ços em que habita ou cultiva como valor e não apenas como ausência de doença.
• Contribuir para a conservação e manutenção do ambiente mais
imediato em que vive Sugestões Para se Utilizar Como Critérios de Avaliação
• Identificar as substâncias de que são feitos os objetos ou materiais • Expressar suas necessidades de atenção à Saúde
utilizados pelos alunos, bem como alguns dos processos de trans- • Responsabilizar-se com crescente autonomia por sua higiene cor-
formação por que passaram poral, percebendo-a como fator de bem-estar e como valor da con-
• Participar, pessoal e coletivamente, de atividades que envolvam vivência social
tomadas de posição diante de situações relacionadas ao meio am- • Conhecer e desenvolver hábitos alimentares favoráveis ao cresci-
biente mento e ao desenvolvimento
• Reconhecer alguns processos de construção de um ambiente, tan- • Conhecer e evitar os principais riscos de acidentes no ambiente
to urbano quanto rural, com a respectiva intervenção na paisagem, doméstico, na escola e em outros lugares públicos
bem como sua importância para o homem
• Conhecer e utilizar medidas de primeiros socorros ao seu alcance
• Perceber a relação entre a qualidade de vida e um ambiente sau-
dável • Reconhecer as doenças transmissíveis mais comuns em sua regi-
ão
• Valorizar o uso adequado dos recursos disponíveis
• Relacionar-se e comunicar-se produtivamente nas diferentes situa-
ções do convívio escolar
Saúde • Conhecer os recursos de saúde disponíveis e necessários para a
“Saúde é o estado de completo bem-estar físico, mental e social e não saúde da comunidade
apenas a ausência de doença.” • Agir na perspectiva da saúde coletiva.
Objetivos Gerais de Saúde Para o Ensino Fundamental
Espera-se ao final do ensino fundamental que os alunos sejam capa- * A Proposta Curricular para Educação Infantil do Rio Grande do
zes de: Norte consta no CD Anexo a este volume.
Em conclusão, nada ganhamos com esta pretensa distinção. A palavra "ética" relaciona-se com "ethos", que em grego significa hábi-
to ou costume. A palavra é usada em vários sentidos relacionados, que é
Mas, pior, trata-se de uma distinção indistinta, algo que é indefensável necessário distinguir para evitar confusões.
e que resulta de uma confusão. O comportamento dos seres humanos é
multifacetado; nós fazemos várias coisas e temos vários costumes e nem 1. Em ética normativa, é a investigação racional, ou uma teoria, sobre
todas as coisas que fazemos pertencem ao domínio da ética, porque nem os padrões do correto e incorreto, do bom e do mau, com respeito ao
todas têm significado ético. É por isso que é impossível determinar à partida caráter e à conduta, que uma classe de indivíduos tem o dever de aceitar.
que comportamentos seriam os comportamentos morais, dos quais se Esta classe pode ser a humanidade em geral, mas podemos também
ocuparia a reflexão ética, e que comportamentos não constituem tal coisa. considerar que a ética médica, a ética empresarial, etc., são corpos de
Fazer a distinção entre ética e moral supõe que podemos determinar, sem padrões que os profissionais em questão devem aceitar e observar. Este
qualquer reflexão ou conceitos éticos prévios, quais dos nossos comporta- tipo de investigação e a teoria que daí resulta (a ética kantiana e a utilitaris-
mentos pertencem ao domínio da moral e quais terão de ficar de fora. Mas ta são exemplos amplamente conhecidos) não descrevem o modo como as
isso é impossível de fazer, pelo que a distinção é confusa e na prática pessoas pensam ou se comportam; antes prescrevem o modo como as
indistinta. pessoas devem pensar e comportar-se. Por isso se chama ética normativa:
o seu objetivo principal é formular normas válidas de conduta e de avalia-
Vejamos um caso concreto: observamos uma comunidade que tem ção do caráter. O estudo sobre que normas e padrões gerais são de aplicar
como regra de comportamento descalçar os sapatos quando vai para o em situações-problema efetivos chama-se também ética aplicada. Recen-
jardim. Isso é um comportamento moral sobre o qual valha a pena reflectir temente, a expressão "teoria ética" é muitas vezes usada neste sentido.
eticamente? Como podemos saber? Não podemos. Só podemos determi- Muito do que se chama filosofia moral é ética normativa ou aplicada.
nar se esse comportamento é moral ou não quando já estamos a pensar
em termos morais. A ideia de que primeiro há comportamentos morais e 2. A ética social ou religiosa é um corpo de doutrina que diz respeito o
que depois vem o filósofo armado de uma palavra mágica, a "ética", é uma que é correto e incorreto, bom e mau, relativamente ao caráter e à conduta.
fantasia. As pessoas agem e refletem sobre os seus comportamentos e Afirma implicitamente que lhe é devida obediência geral. Neste sentido, há,
consideram que determinados comportamentos são amorais, isto é, estão por exemplo, uma ética confucionista, cristã, etc. É semelhante à ética
fora do domínio ético, como pregar pregos, e que outros comportamentos normativa filosófica ao afirmar a sua validade geral, mas difere dela porque
são morais, isto é, são comportamentos com relevância moral, como fazer não pretende ser estabelecida unicamente com base na investigação
abortos. E essas práticas e reflexões não estão magicamente separadas da racional.
reflexão filosófica. A reflexão filosófica é a continuação dessas reflexões. 3. A moralidade positiva é um corpo de doutrinas, a que um conjunto
Evidentemente, tanto podemos usar as palavras "ética" e "moral" como de indivíduos adere geralmente, que dizem respeito ao que é correto e
sinônimas, como podemos usá-las como não sinônimas. É irrelevante. O incorreto, bom e mau, com respeito ao caráter e à conduta. Os indivíduos
importante é saber do que estamos a falar se as usarmos como sinônimas podem ser os membros de uma comunidade (por exemplo, a ética dos
e do que estamos a falar quando não as usamos como sinônimas. O pro- índios Hopi), de uma profissão (certos códigos de honra) ou qualquer outro
blema didático, que provoca dificuldades a muitos estudantes, é que geral- tipo de grupo social. Pode-se contrastar a moralidade positiva com a mora-
mente os autores que fazem a distinção entre moral e ética não conse- lidade crítica ou ideal. A moralidade positiva de uma sociedade pode tolerar
guem, estranhamente, explicar bem qual é a diferença — além de dizer a escravatura, mas a escravatura pode ser considerada intolerável à luz de
coisas vagas como "a ética é mais filosófica". uma teoria que supostamente terá a autoridade da razão (ética normativa)
ou à luz de uma doutrina que tem o apoio da tradição ou da religião (ética
Se quisermos usar as palavras "moral" e "ética" como não sinônimas, social ou religiosa).
estaremos a usar o termo "moral" unicamente para falar dos costumes e
códigos de conduta culturais, religiosos, etc., que as pessoas têm. Assim, 4. Ao estudo a partir do exterior, por assim dizer, de um sistema de
para um católico é imoral tomar a pílula ou fazer um aborto, tal como para crenças e práticas de um grupo social também se chama ética, mais espe-
um muçulmano é imoral uma mulher mostrar a cara em público, para não cificamente ética descritiva, dado que um dos seus objetivos principais é
falar nas pernas. Deste ponto de vista, a "moral" não tem qualquer conteú- descrever a ética do grupo. Também se lhe chama por vezes étnoética, e é
do filosófico; é apenas o que as pessoas efetivamente fazem e pensam. A parte das ciências sociais.
Em 2004, fomos para a Ásia, na Índia, na cidade de Mumbai. Agora, ÉTICA E DEMOCRACIA: EXERCÍCIO DA CIDADANIA
em 2006, estamos topando o desafio de realizar um Fórum Social Mundial
Policêntrico, articulando eventos em diferentes continentes: vamos a Cara- Márcio C. Coimbra
cas, na Venezuela, a Bamako, no Mali, e a Karachi, no Paquistão, além de
uma conferência no Marrocos. Não serão, como imaginado, eventos simul- O Brasil ainda vive em uma democracia em consolidação, ainda incipi-
tâneos, mas muito próximos e, sobretudo, muito articulados entre si. São ente. Infelizmente, em grande parte de nossa história, vivemos à sombra de
realidades bem diversas o que faz imaginar um FSM muito mais diverso do golpes de estado e revoluções, como a de 1930 e mais recentemente em
que até aqui fomos capazes de produzir. Em 2007, já está decidido, vamos 1964. A cada ruptura institucional, o regime democrático sofria um duro
todos para Nairobi, no Quênia. golpe, atingindo-o no seu ponto fundamental: o respeito ao Estado Demo-
crático de Direito.
O que significa este esforço de mundialização do próprio FSM? Sem
dúvida, estamos construindo uma estratégia que nos fortaleça na diversida- Nosso período mais recente de democracia começou em 1985, com a
de do que é a emergente cidadania planetária. Estamos mostrando as eleição indireta de Tancredo Neves para a Presidência da República,
múltiplas identidades de que somos portadores e, sobretudo, as inúmeras colocando um fim em 21 anos de regime militar. Logo, chegamos a 2001
possibilidades na construção de “outros mundos”. com 16 anos de democracia recente. Neste período conhecemos cinco
Presidentes da República: Tancredo Neves, que não assumiu devido ao
Para nós cidadãos e cidadãs da Venezuela, Brasil, da América Latina, seu falecimento, José Sarney, Fernando Collor, Itamar Franco e Fernando
do Caribe, da América do Norte, o FSM em Caracas representa um grande Henrique Cardoso. Durante o termo de José Sarney, produziu-se uma nova
desafio e vem carregado de significado especial. Já fizemos um Fórum Constituição Federal, a de 1988. Logo, percebe-se que o Brasil ainda está
Regional em Quito, no Equador, em 2004. Agora, além de uma clara di- se acostumando com um regime democrático sem rupturas abruptas, ou
mensão regional, o FSM em Caracas adquire um impacto mundial mais seja, a democracia brasileira, assim como suas instituições, ainda está em
claro. Estamos realizando o fórum na Venezuela dos muitos contrastes e, fase de amadurecimento.
devido às posições do Governo Chaves, tem provocado enorme debate em A consolidação de um regime democrático somente ocorre com o tem-
todo mundo, como uma das formas de oposição à globalização neoliberal e po e com o amadurecimento da sociedade e de suas instituições. A base de
ao imperalismo dos EUA de Bush. Na América do Sul se situa o núcleo sustentação desta forma de governo é o povo e a sua soberania, que é
mais claro de uma crescente oposição ao neoliberalismo e a Venezuela tem exercida através do voto, como bem coloca Bobbio: “democracia é o gover-
tido um importante papel político nisto. É claro que nem todo(a)s participan- no do povo, para o povo”. Além disto, é baseada fortemente no exercício da
tes do FSM concordam com concepções e métodos do Presidente Chaves. cidadania, no respeito às leis e no exercício da ética como ponto fundamen-