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Capítulo 7 – Do arroz ao fogo

27 de Outubro de 2010.

ZONA RURAL DE KYOTO, 5:00am.


Ichiro e Daigo estão na plantação colhendo arroz e como
de costume enchendo as cestas, levando aos tambores e
batendo.
Quando Daigo se vira para Ichiro, e diz:
Daigo – Começamos o seu treino hoje, só descansaremos
um tempo antes pra não se cansar demais.
Ichiro – Tá. Tudo bem, eu dormi bastante ontem pra não
me cansar.
Daigo – O treino vai começar da maneira mais rápida
possível, você precisa aprender pelo menos o básico até o
dia do campeonato.
Ichiro – Como vai ser esse treino, o que a gente vai fazer?
Daigo – Quando chegar a hora, eu lhe ensino. Por agora
vamos nos preocupar somente em colher.
Ichiro – (tsc...) Ok.

Eles terminam a colheita, Daigo entra para casa e como


da última vez vem com uma garrafa de chá, mas somente
um copo.
Ichiro olha sem entender direito, mas não questiona.
Daigo põe chá em seu copo, bebe e não fala mais nada.
Os dois permanecem em silencio por mais alguns
momentos até que então Ichiro ainda não entendendo
nada pergunta.

Ichiro – E então, podemos começar?


Daigo – Já começamos.
Ichiro – ???

Novamente um silêncio se instaura, Ichiro percebe o copo


sobre o chão ao lado da jarra, sem pestanejar move-se
rapidamente para pega-lo. Estranhamente Daigo não
expressa reação. Ichiro pega o copo e põe para si mesmo
o chá e então finalmente o bebe.
Depois de toda essa cena aparentemente muito esquisita
Daigo finalmente esboça um pequeno sorriso, Ichiro ao
achar que tal sorriso seria algum tipo de deboche indaga:

Ichiro – Por que não tentou me impedir de pegar?!


Daigo – Claro que não, o fogo tem vontade por si só.
Ichiro – O que? O desafio não era para ver se eu iria
conseguir pegar o copo?
Daigo – HAHAHA.
Daigo – Eu achei que você tinha entendido, mas parece
que não. Isso foi simplesmente pra te fazer ter atitude.
Em uma luta nunca farão o que você espera. Todas as
pessoas tem estilos próprios, elas podem e vão lhe
surpreender caso você não esteja preparado.
Ichiro – Não entendi. O que você quer dizer com isso?
Daigo – Quero dizer que você precisa tomar decisões
muitas vezes óbvias, mas além disso, você precisa tomar
decisões! Ficar parado esperando que eu lhe diga algo
nem sempre vai ser a melhor opção.
Ichiro – Ah! Agora eu entendi.
Daigo – Na luta nem tudo se trata realmente de atrito
entre corpos, é preciso um físico forte e um psicológico
mais forte ainda para poder suportar todo o peso que
uma luta traz consigo.
Daigo – Mas dito isso não vou mais lhe explicar questões
assim, daqui pra frente você precisa começar a notar
quando eu quero lhe falar as coisas de forma não verbal.
Ichiro – Tudo bem, vamos começar então.

Após isso Daigo começa a trazer alguns incensos e povoa


todo o local com fumaça, ao fazer isso ele vai explicando
para Ichiro o que isso significa.

Daigo – Essa primeira forma de treinamento vai servir pra


te ensinar a ter melhores reflexos, eu sei que você já é
bem ágil devido suas lutas com espadas. Mas nem
sempre podemos confiar em nossos olhos.
Você tem experiência com a espada, então vamos
começar o treino com ela.

Assim que Daigo termina de falar isso ele dá uma espada


de madeira a Ichiro e literalmente some no meio da
fumaça, ao fundo Ichiro ouve um grito falando “EM
GUARDA!”
Nem ao menos tem o tempo de se preparar quando sente
alguma presença se aproximando dele, foi uma sensação
tão forte que mesmo sem ouvi-lo era possível sentir ele
cortando a fumaça enquanto se aproximava. Ao levantar
a espada para fechar a guarda Ichiro se depara com um
ataque em sua espada que o faz se desequilibrar e cair
para trás com o impacto.
Assim que ele cai, tal força lhe ataca novamente, dessa
vez ele por pouco consegue desviar, provavelmente
instintivamente. Pois assim que o impacto do ataque toca
o chão rachaduras começam a se formar e mesmo sem
ver o barulho foi tão grande que chegou a dispersar a
fumaça de uma pequena área onde o ataque se
concentrou.
Toda a fumaça começa a atrapalhar Ichiro e seus sentidos
vão ficando cada vez mais embaralhados, já não é mais
possível para ele diferenciar o que é real de uma possível
ilusão criada pela confusão mental que tal fumaça havia
gerado nele.
Seus olhos, agora turvos fixam somente em sua frente,
quando Ichiro se lembra do que Daigo alguns instantes
atrás lhe dissera: “Nem sempre podemos confiar em
nossos olhos.”
Ao perceber isso fecha os olhos procurando maior clareza
confiando somente em seus ouvidos para poder localizar
de onde vem os próximos ataques que lhe seriam
desferidos. Ao se concentrar durante um tempo,
novamente ele ouve o comando. “EM GUARDA!”
De prontidão se arruma em sua posição de guarda, dessa
vez com olhos fechados consegue ouvir melhor que dá
outra vez os passos de Daigo se aproximando, porém
mesmo assim seus reflexos não acompanham seu cérebro
lhe dando o comando para defender o ataque que viria a
ser aplicado na área do lado esquerdo do torso próximo
ao seu ombro. Ao levar tal pancada, dessa vez sente
grande dor e exprime um grito desesperado em uma
tentativa de pedir para que Daigo não pare o
treinamento.
Nesse mesmo momento Daigo, dá a mão para Ichiro e o
parabeniza.

Daigo – Parabéns, você tem garra.


Ichiro – Eu pedi pra não parar!
Daigo – Tenha calma, por hoje o treino é só isso. Você
precisa de tempo para se acostumar e só então irá
começar a melhorar seus reflexos.
Ichiro – Ah, entendi. Mas por que já paramos? Ainda é
bem cedo.
Daigo – Paramos porque preciso te mostrar outra coisa
além disso, lembra que eu lhe falei sobre fogo ontem?
Daigo - Vou te contar um pouco sobre toda essa história,
então entre os treinos vamos por um pouco de
conhecimento sobre o fogo nessa sua cabeça. Mas vamos
lá para fora, toda essa fumaça precisa sair daqui.

Eles saem da casa/Dojo e Daigo leva Ichiro em direção aos


campos de arroz. Ele diz as seguintes palavras:
Daigo - O fogo é complicado, nossa família estuda as suas
propriedades desde muito antes de até meu bisavô
nascer, se ele (fogo) for mal controlado pode causar um
incêndio, mas além disso pode servir para lhe acender
uma vela quando se encontrar no escuro. Afinal, o
problema não está nas sementes e sim em seu cultivador,
não?
Nesse momento Ichiro interrompe Daigo falando: “É do
Confúcio essa frase, né?” Daigo lhe responde e sim e
prossegue dizendo.

Daigo – Olhe toda essa plantação, como você acha que


consegui deixa-la tão grande?
Ichiro – Plantando bastante?
Daigo – Também, mas isso é mais sobre controle. A
quantidade de água certa, de agrotóxicos, o quanto eu
posso ceifar de cada vez. Enfim... Tudo é programado,
nada sai de meu controle.
Ichiro – Mas quando você fala de fogo, é literalmente?
Daigo – hahaha. Não, é uma forma mais poética de pregar
filosofia e auto controle. É óbvio que tem sim um lado de
verdade no fogo, mas não espere ver pessoas com
poderes extravagantes como bolas de fogo, porque isso
normalmente é bem fora do comum.
Ichiro – Mas é possível sim soltar bolas de fogo?
Daigo – Claro, porém normalmente ele (o fogo) se
manifesta de uma forma bem mais discreta.

Daigo põe sua mão sobre o ombro de Ichiro e


instantaneamente ele expressa uma reação.
Ichiro – Ahhh, sua mão tá queimando.
Daigo – É disso que eu estou falando, o fogo é
simplesmente uma forma de manifestação da sua energia
vital.
Ichiro – Mas eu sempre pensei que essas histórias de
energia vital fossem balela...
Daigo – Grande parte são mesmo, porém algumas
famílias antigas não só aqui no Japão (mas em todo o
mundo) praticam o uso dessas energias e vai por mim.
Não se impressione caso encontre alguém que use
alguma coisa assim no campeonato.
Ichiro – Mas como eu nunca fiquei sabendo disso?
Daigo – Você já usa sua energia vital, só não sabe ainda.
Ichiro – Você diz quando estou aqui como agora? Tipo,
apenas de viver eu já gasto minha energia vital?
Daigo – Não, digo sobre seu uso de espada. Você disse
que seu pai lhe ensinou. Provavelmente ele mesmo usava
energia vital só nunca te explicou como funcionava.
Ichiro – Eu era muito pequeno quando aprendi, talvez eu
tenha esquecido...
Daigo – Pode ser também, mas no geral isso não vem ao
caso.
Daigo – Então por hoje é só. No mais tente usar os
ensinamentos do treino de hoje para desvendar o uso de
energia vital em sua técnica de espada.
Ichiro – Tudo bem.

Fim do capítulo.

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