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APOSTILA

DIREITO CONSTITUCIONAL 2

PROF. GILBERTO FROTA

Semestre: 2019.1

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NOTA DE AULA 01 – DA ORGANIZAÇÃO POLÍTICO-ADMINISTRATIVA
PROFESSOR: GILBERTO FROTA
DISCIPLINA: DIREITO CONSTITUCIONAL II

FORMAS DE ESTADO

Conceito

Espécies de Estado

Estado Unitário – Único centro de poder.

Estado Composto

Estado Federado (FEDERAÇÃO) – As entidades federativas são autônomas, sua base é a Constituição não
é possível a secessão.

Conceito e Origem

Espécies de Estados Federados

Estado Federado Centrífugo (caso do Brasil) – (art.21 e art. 22) – Formada de dentro para fora.

* ENTE POLÍTICO CENTRAL = UNIÃO


* ENTE POLÍTICO REGIONAL = ESTADO MEMBRO E DF
* ENTE POLÍTICO LOCAL = MUNICÍPIO

Estado Federado Centrípeto (Federação Norte Americana) – Formada de fora para dentro.

Estado Federado Clássico ou Dual

Estado Federado Tricotômico, Trino, Tríplice ou Tripartido.

Características da Federação

Descentralização Política
Constituição Rígida
Inexistência do Direito de Secessão ou Princípio da Indissolubilidade do Vínculo Federativo
Soberania do Estado Federal e Autonomia dos Entes Federativos
Órgão Representativo dos Estados Membros
Auto-organização dos Estados Membros
Guardião da Constituição Federal
Ausência de hierarquia entre os entes da Federação.

Estado Confederado (CONFEDERAÇÃO) – Os componentes são Soberanos, sua base é contratual.


Possibilidade do direito à Secessão.

A Federação como Cláusula Pétrea – (art. 60, § 4º, I) – Cerne imutável da Constituição.

Entidades Federativas Anômalas na Federação Brasileira – Municípios e DF.


Entes Federativos e Composição da Vontade Nacional (art. 44, 45 e 46 CF) – Município não participa
da vontade nacional.

Origem do Federalismo Brasileiro

Federalismo por Agregação (caso dos EUA) – de fora para dentro.

Federalismo por Desagregação (caso do Brasil) – de dentro para fora.

Federalismo de 3º Grau – União + Estados Membros/DF + Municípios

União Indissolúvel – (art. 1º, art. 34 I CF) – Vedação do direito à Secessão

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BRASÍLIA (art.18, § 1º) – Capital Federal (e não o DF)

Diferença entre Brasília e Distrito Federal

TERRITÓRIOS (art. 18 § 2°)

Conceito (descentralizações administrativas da União)


Natureza Jurídica (autarquia territorial)
Sua Existência
Antigo território do Amapá, Fernando de Noronha e Roraima (art. 14 e 15 do ADCT)

INCORPORAÇÃO, SUBDIVISÃO OU DESMEMBRAMENTO DE ESTADOS (art. 18, § 3º)

Espécies de Alteração Territorial Interna

Fusão ou Incorporação – ESTADOS ORIGINÁRIOS DEIXAM DE EXISTIR E CRIA-SE UM NOVO ESTADO

Subdivisão ou Cisão – O ESTADO ORIGINÁRIO DEIXA DE EXISTIR E CRIAM-SE DOIS OU MAIS


ESTADOS

Desmembramento – NÃO HÁ EXTINÇÃO DO ESTADO ORIGINÁRIO E SIM UMA REDUÇÃO DE SEU


TERRITÓRIO

Desmembramento - Anexação – NÃO EXTINGUE O ESTADO ORIGINÁRIO E NÃO É CRIADO UM NOVO


ESTADO

Desmembramento - Formação – SERÁ CRIADO UM NOVO ESTADO (OU TERRITÓRIO)

Trâmite para a Incorporação, Desmembramento e Subdivisão de Estados.

1º PASSO (Condição de procedibilidade) – CONSULTA PRÉVIA POR MEIO DE PLEBISCITO ÀS


POPULAÇÕES DIRETAMENTE INTERESSADAS

OBS. Conceito de Populações Diretamente Interessadas – Lei 9.709/98, art. 7º, é tanto aquela do território
que se pretende desmembrar, quanto a do que sofrerá o desmembramento.

Lei n° 9.709/98 - Art. 7o Nas consultas plebiscitárias previstas nos arts. 4o e 5o entende-se por
população diretamente interessada tanto a do território que se pretende desmembrar, quanto a do que
sofrerá desmembramento; em caso de fusão ou anexação, tanto a população da área que se quer
anexar quanto a da que receberá o acréscimo; e a vontade popular se aferirá pelo percentual que se
manifestar em relação ao total da população consultada.

Desmembramento de Estado e população diretamente interessada - 1

A expressão “população diretamente interessada” constante do § 3º do art. 18 da CF (“Os Estados


podem incorporar-se entre si, subdividir-se ou desmembrar-se para se anexarem a outros, ou formarem novos
Estados ou Territórios Federais, mediante aprovação da população diretamente interessada, através de
plebiscito, e do Congresso Nacional, por lei complementar”) deve ser entendida como a população tanto
da área desmembrada do Estado-membro como a da área remanescente. Essa a conclusão do Plenário
ao julgar improcedente pedido formulado em ação direta de inconstitucionalidade, ajuizada pela Mesa da
Assembléia Legislativa do Estado de Goiás, contra a primeira parte do art. 7º da Lei 9.709/98 (“Nas consultas
plebiscitárias previstas nos artigos 4º e 5º, entende-se por população diretamente interessada tanto a do
território que se pretende desmembrar, quanto a do que sofrerá desmembramento; em caso de fusão ou
anexação, tanto a população da área que se quer anexar quanto a da que receberá o acréscimo; e a vontade
popular se aferirá pelo percentual que se manifestar em relação ao total da população consultada”). ADI
2650/DF, rel. Min. Dias Toffoli, 24.8.2011. (ADI-2650)

2º PASSO – OITIVA DAS ASSEMBLÉIAS LEGISLATIVAS DOS ESTADOS ENVOLVIDOS (art. 48 VI)

3º PASSO – LEI COMPLEMENTAR FEDERAL

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CRIAÇÃO, INCORPORAÇÃO, FUSÃO E DESMEMBRAMENTO DE MUNICÍPIOS (art. 18 § 4º).

1° PASSO – LEI COMPLEMETAR FEDERAL

2º PASSO – LEI ORDINÁRIA FEDERAL + REALIZAÇÃO E DIVULGAÇÃO DOS ESTUDOS DE VIABILIDADE


MUNICIPAL

3º PASSO – CONSULTA PRÉVIA ÀS POPULAÇÕES DOS MUNICÍPIOS ENVOLVIDOS ATRAVÉS DE


PLEBISCITO

4º PASSO – LEI ORDINÁRIA ESTADUAL

VEDAÇÕES CONSTITUCIONAIS DE NATUREZA FEDERATIVA (art. 19)

Inciso I – Estabelecer Cultos religiosos ou Igrejas (art. 154 VI b, § 4º)


Inciso II – Recusar Fé a Documentos Públicos
Inciso III - Distinções entre brasileiros e Preferências entre si

ORGANIZAÇÃO DO ESTADO

FORMAS DE ESTADO

Conceito e Origem

Representa a forma de como é DISTRIBUÍDO O PODER político dentro de um Estado. Se vai haver
uma centralização ou descentralização deste poder entre as entidades que compõe o estado.

Forma de Estado - Representa a relação existente entre os entes federativos.

Forma de Governo – Representa a relação existente entre os governados e governantes. A forma


de governo do Brasil é a REPÚBLICA, caracterizada pela: ELETIVIDADE e TEMPORARIEDADE. (#
Monarquia = Vitaliciedade + hereditariedade).

Espécies

Estado Unitário

Neste caso existe UM ÚNICO CENTRO DE PODER POLÍTICO no mais vão existir entidades de
caráter administrativo, cujas COMPETÊNCIAS são OUTORGADAS pelo ENTE POLÍTICO CENTRAL. Ex.
Uruguai.

Estado Composto

Estado Federado (FEDERAÇÃO)

Conceito

É uma ALIANÇA de Estados-membros para a formação de um estado único, em que unidades


federadas preservam sua AUTONOMIA (conjunto de PODERES E LIMITES concedidos pela Constituição
Federal) POLÍTICA enquanto a SOBERANIA é transferida para o Estado Federal. O Estado é composto por
DIVERSOS ENTES POLÍTICOS OU FEDERATIVOS cujas COMPETÊNCIAS estão definidas no TEXTO
CONSTITUCIONAL

Origem

A forma federativa de Estado tem sua origem nos EUA e data de 1787, mas antes disso, quando as
13 colônias resolveram firmar um PACTO DE COOPERAÇÃO para se protegerem das constantes ameaças
da antiga metrópole inglesa, estabelecendo assim a CONFEDERAÇÃO DOS ESTADOS AMERICANOS,
consagrando-se o direito de retirada, de separação e de secessão do pacto.

A permissão do direito de secessão aumentava os problemas das constantes ameaças e a fragilidade


perante os britânicos, neste sentido é que os Estados Confederados resolveram reunir-se para a criação de

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FEDERAÇÃO NORTE-AMERICANA, na qual não se permitia mais o direito de secessão, em que cada Estado
cedia parte de sua soberania para um órgão central, responsável pela centralização e unificação, formando
os ESTADOS UNIDOS DA AMÉRICA, passando a ser AUTÔNOMOS ENTRE SI, dentro do pacto federativo.

Temos então: ENTE POLÍTICO CENTRAL = UNIÃO


ENTE POLÍTICO REGIONAL = ESTADO MEMBRO E DF
ENTE POLÍTICO LOCAL = MUNICÍPIO
Espécies

Estado Federado Centrífugo (Federação Brasileira) – (art. 21 e art. 22) – Formado de dentro para fora

Caracteriza-se pelo fato de que no Brasil tínhamos um ESTADO UNITÁRIO que se


DESCENTRALIZOU para formar unidades autônomas de poder.

Estado Federado Centrípeto (Federação Norte Americana) – Formada de fora para dentro.

Em virtude disso é que os Estados que formam a Federação americana, gozam de uma forte
autonomia com relação ao ente central. Podendo inclusive prever pena de morte, aborto, etc.. As 13
COLÔNIAS se reuniram e formaram a Federação transferindo para ao poder central certas atribuições.

Estado Federado Clássico ou Dual

É aquele em que se conhecem basicamente DUAS esferas de poder; a UNIÃO, que incorpora o poder
central e os ESTADOS MEMBROS, que representam o poder regional. É o caso do federalismo norte-
americano.

Estado Federado Tricotômico, Trino, Tríplice ou Tripartido.

É o federalismo adotado pelo Brasil que reconhece TRÊS esferas de poder: UNIÃO,
ESTADOS MEMBROS + DF e MUNICÍPIOS.

OBS 01. Municípios - Alguns doutrinadores, dentre eles José Afonso da Silva, não consideram os Municípios
como entidade federativa haja vista que o mesmo não participa da vontade nacional, pois não possuem
representantes no Senado Federal (art. 46). Não possuem Poder Judiciário e não podem propor Proposta de
emenda à Constituição (art. Art. 60).

OBS 02. Distrito Federal – Possui autonomia parcialmente tutelada pela União – art. 22 XVII, Art. 21 XIII,
XIV e art. 144 § 6º, art. 32 § 4º.

Características da Federação

1) Descentralização Política

A própria Constituição estabelece núcleos de poder político, estabelecendo autonomia para os referidos
entes, no caso do Brasil, a União, os Estados Membros e Municípios.

2) Constituição Rígida

Com o objetivo de garantir a distribuição de competências entre os entes autônomos, surgindo uma
verdadeira estabilidade institucional.

3) Inexistência do Direito de Secessão ou Princípio da Indissolubilidade do Vínculo Federativo

Não se permite o direito de retirada, uma vez criado o pacto federativo. Inclusive a própria Constituição
Federal estabelece em seu art. 34 I que a tentativa de retirada ensejará a decretação da INTERVENÇÃO
FEDERAL no estado rebelde. Indo mais longe ainda, nossa Constituição também estabelece que a FORMA
FEDERATIVA DE ESTADO, é considerada como CLÁUSULA PÉTREA art. 60, § 4º I não podendo ser objeto
de emenda a proposta tendente a abolir a mesma.

4) Soberania do Estado Federal e Autonomia dos Entes Federativos

A Soberania possui um caráter EXTERNO enquanto que a autonomia possui um caráter INTERNO.

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5) Auto-organização dos Estados Membros

Através da elaboração das constituições estaduais (art. 25)

6) Órgão Representativo dos Estados Membros

No Brasil essa representação é feita pelo Senado Federal (art. 46).

7) Guardião da Constituição Federal

No Brasil é o STF (art. 102).

8) Ausência de hierarquia entre os entes da Federação.

A União não é hierarquicamente superior aos Estados e nem estes aos Municípios.

Estado Confederado (CONFEDERAÇÃO)

Representa a união de Estados SOBERANOS mediante a celebração de um TRATADO


INTERNACIONAL DISSOLÚVEL. Qualquer membro da Confederação pode a QUALQUER MOMENTO
desligar-se da mesma, já isto não é possível na Federação (indissolúvel).

OBS. A BASE da Federação é a CONSTITUIÇÃO enquanto que a BASE da Confederação é um


TRATADO INTERNACIONAL.

A Federação como Cláusula Pétrea – (art. 60, § 4º, I)

Não significa simplesmente que a Constituição veda que o Brasil torne-se um estado unitário, com a
concentração de competências políticas em um único ente, no caso a União. Possui um aspecto mais amplo
no sentido de ser inconstitucional PROPOSTA DE EMENDA QUE VISE A ENFRAQUECER A AUTONOMIA
conferida a cada ente federativo pela Constituição. Ex. uma EC que outorgasse aos estados poderes para
nomear diretamente os prefeitos municipais ou retirassem aos Estados a competência para organizar seu
Poder Judiciário.

Entidades Federativas Anômalas ou Atípicas na Federação Brasileira

A Federação brasileira NÃO ADOTA O MODELO TÍPICO desta forma de organização de Estado, a
qual pode ser constatada nos EUA, em que verificamos DOIS NÍVEIS de poder, um CENTRAL – UNIÃO e
outro REGIONAL – ESTADOS, haja vista que nossa Federação além de ser composta pela União e estados
membros, é composta também pelos MUNICÍPIOS E DF.

Entes Federativos e Composição da Vontade Nacional (art. 44, 45 e 46 CF)

Os Municípios apesar de serem entes federativos, não têm representação no Senado Federal e nem
possuem legitimidade para apresentação de PROPOSTA DE EMENDA À CONSTITUIÇÃO FEDERAL, não
tendo assim influência na vontade nacional.

Origem do Federalismo Brasileiro

Federalismo por Agregação

Ocorre quando Estados independentes reúnem-se para a formação de um estado Federal. Foi o que
aconteceu com as 13 COLÔNIAS AMERICANAS (que na verdade eram britânicas), que após a
independência, agregaram-se e formaram os Estados Unidos da América. (Filme O PATRIOTA – Mel
Gibsom).

Federalismo por Desagregação (caso do Brasil)

Parte-se de um ESTADO UNITARIO já constituído para a formação de um ESTADO FEDERADO. Foi o


que aconteceu no Brasil com a ABOLIÇÃO DA MONARQUIA, o estado passou de unitário para federado,
com a TRANSFORMAÇÃO DAS ANTIGAS PROVÍNCIAS em Estados-membros, dotados de autonomia
política.

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Federalismo de 3º Grau ou Tricotômico

No Brasil, o Federalismo é de 3º grau, ou seja, os MUNICÍPIOS, com a CF/88 foram elevados à condição
de ENTIDADES FEDERATIVAS. Já que os mesmos possuem capacidade de auto-organização, auto-
legislação e auto-administração. O autor JOSÉ AFONSO DA SILVA não concorda com a existência de uma
Federação composta por Municípios, segundo ele, aquela deve ser composta por Estados – membros.

OBS No federalismo norte-americano denominado de CLÁSSICO OU DUAL encontramos basicamente


duas esferas de poder: a União, que incorpora o poder central e os estados Membros que representam o
poder regional.

OBS O DF possui autonomia parcialmente tutelada – art. 32 § 4º, art. 144 § 6º, art. 21 XIII e XIV e art.
22 XVII.

União Indissolúvel – (art. 1º, art. 34 I CF)

Significa dizer que em nossa Federação não se permite o DIREITO DE SECESSÃO por parte de um
Estado-membro no sentido de resolver CRIAR UM NOVO ESTADO OU DESMEMBRAR-SE DE NOSSA
FEDERAÇÃO. Ex. o RS deseja se separar do restante do Brasil. Caso isso ocorra, a União poderá promover
uma intervenção federal neste estado no intuito de restabelecer a INTEGRAÇÃO NACIONAL.

Curiosidade: A GUERRA DA SECESSÃO no EUA foi travada entre os ESTADOS FEDERADOS DO NORTE,
favoráveis à abolição da escravatura e os CONFEDERADOS DO SUL, que não aceitavam a referida
emancipação, aprovada pelos estados mais desenvolvidos do Norte e pretendiam retirar-se sem êxito da
união norte-americana. (FILME E O VENTO LEVOU).

Federalismo Homogêneo ou Simétrico

É o federalismo adotado pelo Brasil no sentido de que cada estado federado é dotado da mesma
parcela de poder.

BRASÍLIA (art.18, § 1º) e o DISTRITO FEDERAL (Art. 32)

É a CAPITAL federal. Inovação da CF/88, haja vista que as Constituições de 1937, 1946 e 1967
consideravam que a capital federal era o Distrito Federal.

Diferença entre Brasília e Distrito Federal

O DF é uma entidade federativa onde fica localizada a capital Brasília.

OBS Lei ordinária federal disporá sobre a utilização pelo governo do DF, das polícias civil e militar e do
corpo de bombeiro militar, mas seus COMANDOS subordinam-se ao governo do DF, nos termos de Lei
Ordinária Federal (art. 32 § 4º)

OBS O DF possui autonomia parcialmente tutelada – art. 32 § 4º, art. 144 § 6º, art. 21 XIII e XIV e art.
22 XVII.

TERRITÓRIOS (art. 18 § 2°)

Conceito

São considerados como DESCENTRALIZAÇÕES ADMINISTRATIVAS DA UNIÃO, não possuem


autonomia e não são considerados como entidades federativas.

Natureza Jurídica

Possuem natureza de AUTARQUIA TERRITORIAL.

Sua Existência

Eles podem ser: CRIADOS, TRANSFORMADOS EM ESTADO OU REINTEGRADOS ao ESTADO DE


ORIGEM mediante LEI COMPLEMENTAR FEDERAL.

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OBS. Atualmente não existe nenhum território no Brasil, Roraima e Amapá foram transformados em estado
e Fernando de Noronha foi extinto e sua área foi incorporada ao estado de Pernambuco (art. 14 e 15 ADCT)

A questão da não existência da Lei Complementar Federal e criação de novos Municípios

Apesar de não existir a referida lei complementar federal, foram criados, após a introdução dessa
exigência pela EC nº 15/1996, mais de cinqüenta municípios (contrariando § 4º do art. 18 da CF/88). Pois é,
instado a posicionar-se quanto ao problema, o STF manifestou-se pela inconstitucionalidade dos
procedimentos de criação de tais municípios. Ademais, reconheceu ainda a inconstitucionalidade por omissão
do Congresso Nacional, configurada pela ausência de elaboração da lei complementar reclamada pela
Constituição (fixou até um prazo de 18 meses para que esse órgão legislativo suprisse tal omissão).
Entretanto, havia um problema concreto: a situação dos municípios criados em ofensa à Constituição. Assim,
o STF estabeleceu um prazo de 24 (vinte e quatro) meses para que se regularizasse essa questão.
Diante disso, o Congresso Nacional promulgou a EC nº 57/2008, que acrescentou o art. 96 ao ADCT,
convalidando os atos de criação, fusão, incorporação e desmembramento de municípios, cuja lei tenha sido
publicada até 31 de dezembro de 2006, atendidos os requisitos estabelecidos na legislação do respectivo
estado à época de sua criação.

EMENDA CONSTITUCIONAL Nº 57, DE 18 DE DEZEMBRO DE 2008

Acrescenta artigo ao Ato das Disposições


Constitucionais Transitórias para convalidar os
atos de criação, fusão, incorporação e
desmembramento de Municípios.

As Mesas da Câmara dos Deputados e do Senado Federal, nos termos do § 3º do art. 60 da


Constituição Federal, promulgam a seguinte Emenda ao texto constitucional:

Art. 1º O Ato das Disposições Constitucionais Transitórias passa a vigorar acrescido do


seguinte art. 96:

"Art. 96. Ficam convalidados os atos de criação, fusão, incorporação e desmembramento de


Municípios, cuja lei tenha sido publicada até 31 de dezembro de 2006, atendidos os requisitos
estabelecidos na legislação do respectivo Estado à época de sua criação."

Art. 2º Esta Emenda Constitucional entra em vigor na data de sua publicação.

Brasília, em 18 de dezembro de 2008.

Governador Nomeado pela Presidente da República

Art. 84 CF/88 Compete privativamente ao Presidente da República:

XIV - nomear, após aprovação pelo Senado Federal, os Ministros do Supremo Tribunal Federal e
dos Tribunais Superiores, os Governadores de Territórios, o Procurador-Geral da República, o
presidente e os diretores do banco central e outros servidores, quando determinado em lei;

Art. 52. Compete privativamente ao Senado Federal:

III - aprovar previamente, por voto secreto, após argüição pública, a escolha de:

c) Governador de Território;

INCORPORAÇÃO, SUBDIVISÃO OU DESMEMBRAMENTO DE ESTADOS (art. 18, § 3º)

A CF/88 permite a ALTERAÇÃO TERRITORIAL INTERNA DO NOSSO PAÍS. O que não é permito é a
alteração territorial externa (direito de secessão).

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OBS. Criação de Distritos – art. 30 IV

Espécies de Alteração Territorial Interna

Fusão ou Incorporação – ESTADOS ORIGINÁRIOS DEIXAM DE EXISTIR E CRIA-SE UM NOVO ESTADO

Ocorre quando os estados INCORPORAM-SE ENTRE SI, isto é, unem-se para formar um novo Estado,
OS ESTADOS ORIGINÁRIOS DEIXAM DE EXISTIR. Os estados anteriores perdem sua personalidade
jurídica em prol do novo ente político que está sendo criado.

Subdivisão ou Cisão – O ESTADO ORIGINÁRIO DEIXA DE EXISTIR E CRIAM-SE DOIS OU MAIS


ESTADOS

É o OPOSTO DA FUSÃO, ocorre quando um mesmo Estado divide-se em dois ou mais Estados. O
ESTADO ORIGINÁRIO DEIXA DE EXISTIR.

Desmembramento – NÃO HÁ EXTINÇÃO DO ESTADO ORIGINÁRIO E SIM UMA REDUÇÃO DE SEU


TERRITÓRIO

NÃO HÁ EXTINÇÃO DO ESTADO ORIGINÁRIO, e sim uma REDUÇÃO de seu território.

Desmembramento-Anexação – NÃO EXTINGUE O ESTADO ORIGINÁRIO E NÃO É CRIADO UM NOVO


ESTADO

Além de NÃO EXTINGUIR O ESTADO ORIGINÁRIO, também NÃO SERÁ CRIADO NENHUM NOVO
ESTADO, uma vez que a parte desmembrada será apenas ANEXADA A UM ESTADO MEMBRO PRÉ-
EXISTENTE.

Desmembramento- Formação – SERÁ CRIADO UM NOVO ESTADO (OU TERRITÓRIO)

SERÁ DRIADO UM NOVO ENTE FEDERADO. Isto ocorrerá se a parcela desmembrada do estado
originário, resultar na instituição de um novo Estado. Teremos então a PREMANÊNCIA DO ESTADO
ORIGINÁRIO, com seu território inicial reduzido e a formação de um NOVO estado membro cujo território
corresponde á parcela desmembrada do Estado originário. Entretanto pode acontecer de a parcela
desmembrada dar origem a um TERRITÓRIO FEDERAL, o qual sabemos possui natureza administrativa.

TRÂMITE PARA CRIAÇÃO, INCORPORAÇÃO, FUSÃO E DESMEMBRAMENTO DE ESTADOS (art. 18 §


3º)

1º PASSO – CONSULTA PRÉVIA POR MEIO DE PLEBISCITO ÀS POPULAÇÕES DIRETAMENTE


INTERESSADAS

É uma CONDIÇÃO DE PROCEDIBILIDADE ( é vinculativo para criação do Estado), haja vista que no
caso de reprovação por parte da população, o processo encerra-se. NÃO se admite REFERENDO.

2º PASSO – OITIVA DAS ASSEMBLÉIAS LEGISLATIVAS DOS ESTADOS ENVOLVIDOS (art. 48 VI) –
CARÁTER OPINATIVO

A competência da Assembléia Legislativa é MERAMENTE OPINATIVA, não tendo caráter decisório, de


modo que esta decisão NÃO VINCULA O CONGRESSO NACIONAL. Tanto é que a própria Assembléia
Legislativa ao invés de opinar a favor ou contra a alteração pode, SIMPLESMENTE SE ABSTER DE
MANIFESTAR-SE.

Lei nº 9.709/98 Art. 4o A incorporação de Estados entre si, subdivisão ou desmembramento para
se anexarem a outros, ou formarem novos Estados ou Territórios Federais, dependem da aprovação
da população diretamente interessada, por meio de plebiscito realizado na mesma data e horário em
cada um dos Estados, e do Congresso Nacional, por lei complementar, ouvidas as respectivas
Assembléias Legislativas.

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§ 1o Proclamado o resultado da consulta plebiscitária, sendo favorável à alteração territorial
prevista no caput, o projeto de lei complementar respectivo será proposto perante qualquer das Casas
do Congresso Nacional.

§ 2o À Casa perante a qual tenha sido apresentado o projeto de lei complementar referido no
parágrafo anterior compete proceder à audiência das respectivas Assembléias Legislativas.

§ 3o Na oportunidade prevista no parágrafo anterior, as respectivas Assembléias Legislativas


opinarão, sem caráter vinculativo, sobre a matéria, e fornecerão ao Congresso Nacional os
detalhamentos técnicos concernentes aos aspectos administrativos, financeiros, sociais e
econômicos da área geopolítica afetada.

§ 4o O Congresso Nacional, ao aprovar a lei complementar, tomará em conta as informações


técnicas a que se refere o parágrafo anterior.

3º PASSO – LEI COMPLEMENTAR FEDERAL

APROVANDO OU NÃO a incorporação, subdivisão ou o desmembramento do Estado. O Congresso


Nacional tem AUTONOMIA PARA DECIDIR ele não fica obrigado a seguir a aprovação do plebiscito.

Curiosidade: O último estado criado no Brasil foi o do TOCANTINS (art. 13 ADCT)

CRIAÇÃO, INCORPORAÇÃO, FUSÃO E DESMEMBRAMENTO DE MUNICÍPIOS (art. 18 § 4º)

1° PASSO – LEI COMPLEMETAR FEDERAL

Vai estabelecer o PERÍODO DENTRO do qual qualquer destas transformações poderá ser intentada.

“EC 15/1996. Criação, incorporação, fusão e desmembramento de Municípios, nos termos da lei
estadual, dentro do período determinado por lei complementar e após divulgação dos estudos de
viabilidade municipal. Inexistência da lei complementar exigida pela CF. Desmembramento de
Município com base somente em lei estadual. Impossibilidade.” (ADI 2.702, Rel. Min. Maurício Corrêa,
julgamento em 5-11-2003, Plenário, DJ de 6-2-2004.) No mesmo sentido: ADI 4.992-MC, rel. min. Gilmar
Mendes, julgamento em 26-6-2013, Plenário, DJE de 13-2-2014.CRIAÇÃO, INCORPORAÇÃO, FUSÃO E
DESMEMBRAMENTO DE MUNICÍPIOS (art. 18 § 4º)

2º PASSO – LEI ORDINÁRIA FEDERAL + REALIZAÇÃO E DIVULGAÇÃO DOS ESTUDOS DE


VIABILIDADE MUNICIPAL

Estabelece as normas relativas à elaboração, apresentação e publicação dos ESTUDOS DE


VIABILIDADE MUNICIPAL.

OBS. Antes da EC 15/1996, isto era feito por lei ordinária estadual. Tal mudança teve o intuito de uniformizar
a matéria para todos os Municípios brasileiros.

3º PASSO – CONSULTA PRÉVIA ÀS POPULAÇÕES DOS MUNICÍPIOS ENVOLVIDOS ATRAVÉS DE


PLEBISCITO

Não se admite o referendo.

4º PASSO – LEI ORDINÁRIA ESTADUAL

A qual deve ser editada dentro do período estabelecido por lei Complementar Federal.

EC 15/1996. Criação, incorporação, fusão e desmembramento de Municípios, nos termos da lei estadual,
dentro do período determinado por lei complementar e após divulgação dos Estudos de Viabilidade Municipal.
Inexistência da lei complementar exigida pela CF. Desmembramento de Município com base somente em
lei estadual. Impossibilidade. (ADI 2.702, Rel. Min. Maurício Corrêa, julgamento em 5-11-2003, Plenário,
DJ de 6-2-2004.) No mesmo sentido: ADI 4.992-MC, rel. min. Gilmar Mendes, julgamento em 26-6-2013,
Plenário, DJE de 13-2-2014.

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Art. 96 ADCT. Ficam convalidados os atos de criação, fusão, incorporação e desmembramento de
Municípios, cuja lei tenha sido publicada até 31 de dezembro de 2006, atendidos os requisitos
estabelecidos na legislação do respectivo Estado à época de sua criação. (Incluído pela Emenda
Constitucional nº 57, de 2008).

VEDAÇÕES CONSTITUCIONAIS DE NATUREZA FEDERATIVA (art. 19)

Inciso I – ESTABELECER CULTOS RELIGIOSOS OU IGREJAS

O estado brasileiro é LAICO OU LEIGO, haja vista não existir uma religião oficial, havendo também uma
nítida SEPARAÇÃO ENTRE IGREJA E ESTADO.

"O Brasil é uma república laica, surgindo absolutamente neutro quanto às religiões.” (ADPF 54, rel. min.
Marco Aurélio, julgamento em 12-4-2012, Plenário, DJE de 30-4-2013.)

OBS 01. O Estado brasileiro, todavia não é ATEU (Preâmbulo – fala no nome de Deus)

Exemplos da vedação do inciso I: instituição de uma religião obrigatória nas escolas públicas de um estado,
previsão de recursos orçamentários voltados para o desenvolvimento de determinada igreja ou religião,
criação de impostos sobre templo de qualquer culto (art. 150 VI b).

OBS 02 A exceção diz respeito à COLABORAÇÃO DE INTERESSE PÚBLICO (ex. sopão) mediante LEI.

OBS 03 A Constituição do império de 1824 foi a única a adotar religião oficial.

Art. 19 – Inciso I – Jurisprudência do STF

OBS. O Estado brasileiro é Laico ou Leigo. A única CF que estabeleceu subordinação da igreja perante o
estado foi a de 1824, a qual estabelecia como religião oficial o catolicismo.

Imunidade tributária de templos de qualquer culto. Vedação de instituição de impostos sobre o patrimônio,
renda e serviços relacionados com as finalidades essenciais das entidades. Artigo 150, VI, b e § 4º, da
Constituição. Instituição religiosa. IPTU sobre imóveis de sua propriedade que se encontram alugados. A
imunidade prevista no art. 150, VI, b, CF, deve abranger não somente os prédios destinados ao culto,
mas, também, o patrimônio, a renda e os serviços 'relacionados com as finalidades essenciais
das entidades nelas mencionadas'. O § 4º do dispositivo constitucional serve de vetor interpretativo das
alíneas b e c do inciso VI do art. 150 da Constituição Federal. Equiparação entre as hipóteses das alíneas
referidas." (RE 325.822, Rel. p/ o ac. Min. Gilmar Mendes, julgamento em 18-12-02, DJ de 14-5-04)

“Recurso extraordinário. Constitucional. Imunidade Tributária. IPTU. Artigo 150, VI, b, CF/88. Cemitério.
Extensão de entidade de cunho religioso. Os cemitérios que consubstanciam extensões de entidades de
cunho religioso estão abrangidos pela garantia contemplada no artigo 150 da Constituição do Brasil.
Impossibilidade da incidência de IPTU em relação a eles. A imunidade aos tributos de que gozam os templos
de qualquer culto é projetada a partir da interpretação da totalidade que o texto da Constituição é, sobretudo
do disposto nos artigos 5º, VI, 19, I e 150, VI, “b”. As áreas da incidência e da imunidade tributária são
antípodas.” (RE 578.562, Rel. Min. Eros Grau, julgamento em 21-5-08, Plenário, DJE de 12-9-08)

Art. 150, VI, b e c, da CF: maçonaria e imunidade tributária - 3


As organizações maçônicas não estão dispensadas do pagamento do imposto sobre propriedade
predial e territorial urbana - IPTU. Essa a conclusão da 1ª Turma ao conhecer, em parte, de recurso
extraordinário e, por maioria, negar-lhe provimento. Na espécie, discutia-se se templos maçônicos se
incluiriam no conceito de “templos de qualquer culto” ou de “instituições de assistência social” para fins de
concessão da imunidade tributária prevista no art. 150, VI, b e c, da CF [“Art. 150. Sem prejuízo de outras
garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios:
... VI - instituir impostos sobre: ... b) templos de qualquer culto; c) patrimônio, renda ou serviços dos partidos
políticos, inclusive suas fundações, das entidades sindicais dos trabalhadores, das instituições de educação
e de assistência social, sem fins lucrativos, atendidos os requisitos da lei”] — v. Informativo 582. Entendeu-
se que o enquadramento da recorrente na hipótese de imunidade constitucional seria inviável, consoante o
Verbete 279 da Súmula do STF (“Para simples reexame de prova não cabe recurso extraordinário”). Aludiu-
se, ainda, à observância do art. 14 do CTN para que pudesse existir a possibilidade do gozo do benefício,
matéria que não possuiria índole constitucional. Pontuou-se que a maçonaria seria uma ideologia de vida
e não uma religião. RE 562351/RS, rel. Min. Ricardo Lewandowski, 4.9.2012. (RE-562351)

11
Inciso II – RECUSAR FÉ DOCUMENTOS PÚBLICOS

Em virtude da PARIDADE (IGUALDADE) existente entre os entes federativos, um ente federativo não
pode (SEM FUNDADA SUSPEITA DA FALTA DE AUTENTICIDADE DO DOCUMENTO), deixar de
reconhecer a eficácia jurídica de documentos emitidos por outro. Ex. O Estado não pode recusar a
autenticidade de uma certidão de quitação de IPTU emitida pelo Município.

Inciso III

Distinções entre brasileiros (entre brasileiros)

Não pode a União, por exemplo, instituir um tratamento diferenciado para os brasileiros que moram no
Norte ou Nordeste, sejam eles brasileiros natos ou naturalizados.

Preferências entre si (entre os estados)

Impede por exemplo que a União crie um tratamento diferenciado para um determinado Estado da
Federação.

Art.19 III

"Licitação pública. Concorrência. Aquisição de bens. Veículos para uso oficial. Exigência de que sejam
produzidos no Estado-membro. Condição compulsória de acesso. Art. 1º da Lei n. 12.204/98, do Estado do
Paraná, com a redação da Lei n. 13.571/2002. Discriminação arbitrária. Violação ao princípio da isonomia ou
da igualdade (...) Precedentes do Supremo. É inconstitucional a lei estadual que estabeleça como condição
de acesso a licitação pública, para aquisição de bens ou serviços, que a empresa licitante tenha a fábrica ou
sede no Estado-membro." (ADI 3.583, Rel. Min. Cezar Peluso, julgamento em 21-2-08, DJE de 14-3-08)

NOTA DE AULA 02 – DA UNIÃO E ESTADOS MEMBROS (CONCEITO E BENS)


PROFESSOR: GILBERTO FROTA
DISCIPLINA: DIREITO CONSTITUCIONAL II

Roteiro de aula - DA UNIÃO E ESTADOS MEMBROS (CONCEITO E BENS)

12
1) CONCEITO

2) DUPLA CONDIÇÃO (OU FACE) DA UNIÃO

2.a) No Plano Interno – Pessoa Jurídica de Direito Público Interno (art. 18, art. 21, III até XXV) – ATUA
EM NOME PRÓPRIO – VISÃO INTERNA - AUTONOMIA

2.b) No Plano Internacional – Pessoa Jurídica de Direito Internacional (art. 21, I e II) – ATUA EM NOME
DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL – VISÃO EXTERNA – SOBERANIA

3) BENS DA UNIÃO (art. 20) - Fundamento – Pessoa Jurídica que detêm direitos (direito real) e
obrigações.

3.a) Incido I – ELENCO EXEMPLIFICATIVO

3.b) Inciso II – TERRAS DEVOLUTAS (vide art.26 IV) - Em regra as terras devolutas pertencem aos
Estados.

3.c) Inciso III – LAGOS e RIOS (vide art. 26 I) – Não existe rio de propriedade do Município.(art. 20
III).

3.d) Inciso IV – ILHAS (vide art. 26 II)

3.e) Inciso V , VI e VII – PLATAFORMA CONTINENTAL, ZONA ECONÔMICA EXCLUSIVA e MAR


TERRITORIAL e TERRENOS DE MARINHA.

3.f) Inciso VIII – POTENCIAIS DE ENERGIA HIDRÁULICA

3.g) Inciso IX e X – RECURSOS MINERAIS, SUBSOLO, CAVIDADES NATURAIS E SÍTIOS


ARQUEOLÓGICOS

3.h) Inciso XI – TERRAS / ÍNDIOS (vide art. 231, § 1º e § 2º)

4) PATRIMÔNIO NACIONAL – Art. 225 § 4º

QUADRO RESUMO DOS BENS ATUALMENTE PERTENCENTES À UNIÃO

terras devolutas
A1) Superficial terrenos de marinha e acrescidos
(solo) sítios arqueológicos e pré- históricos
A) TERRESTRES terras tradicionalmente indígenas

A2) Subterrâneo recursos minerais


( subsolo) cavidades naturais

mar territorial
B1) Marítimos zona econômica exclusiva
plataforma continental
praias marítimas

rios interestaduais (limítrofes e


sucessivos)
rios internacionais(limítrofes e
B) HÍDRICOS B2) Fluviais sucessivos)
terrenos marginais
praias fluviais

lagos interestaduais
B3) Lacustres lagos internacionais

13
Costeiras ( exceto as do art. 26 II)
Externo ilhas marítimas oceânicas
C) INSULARES

Interno ilhas fluviais ( limítrofes com outros países)


ilhas lacustres ( limítrofes com outros países)

DA UNIÃO

1) CONCEITO

É o ente POLÍTICO CENTRAL do nosso estado, constituindo uma PESSOA JURÍDICA DE DIREITO
PÚBLICO INTERNO.

2) DUPLA CONDIÇÃO (OU FACE) DA UNIÃO

2.a) No Plano Interno – Pessoa Jurídica de Direito Público Interno (art. 18, art. 21, III até XXV) –
ATUA EM NOME PRÓPRIO

Neste caso a União é uma ENTIDADE FEDERATIVA assim como estados, DF e Municípios, estando
apta a ADQUIRIR DIREITOS E OBRIGAÇÕES. Neste caso ela teria AUTONOMIA.

Nas competências da União enquanto pessoa jurídica de direito público interno temos o art. 21 inciso III
até XXV.

Art. 41 CC São pessoas jurídicas de direito público interno:

I - a União;

II - os Estados, o Distrito Federal e os Territórios;

III - os Municípios;

IV - as autarquias;

IV - as autarquias, inclusive as associações públicas; (Redação dada pela Lei nº 11.107, de 2005)

V - as demais entidades de caráter público criadas por lei.

2.b) No Plano Internacional – Pessoa Jurídica de Direito Internacional (art. 21, I e II) – ATUA EM
NOME DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL

Nesta situação, a União está agindo EM NOME DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL, quando ela,
por exemplo, mantêm relações com outros países.

3) BENS DA UNIÃO (art. 20)

3.a) Fundamento

A União é uma pessoa de direito público interno e em virtude disso, TITULAR DE DIREITOS E
OBRIGAÇÕES, dentre os seus direito, encontramos os DIREITOS REAIS (possuir bens).

3.a) Incido I – Elenco Exemplificativo

3.b) Inciso II – TERRAS DEVOLUTAS (vide art.26 IV)

14
A origem das terras devolutas (ou TERRAS DEVOLVIDAS), decorre do período colonial no processo de
ocupação do território brasileiro em que existiam as sesmarias que foram perdidas (devolvidas ao Estado)
pelo não cumprimento das condições estabelecidas

OBS. Em REGRA, as terras devolutas pertencem aos ESTADOS (ART. 26 IV)

3.c) Inciso III – LAGOS e RIOS (vide art. 26 I)

Praias Fluviais – são porções de terra que ficam a descoberto na vazante dos rios.
Terrenos Marginais – são as margens dos rios

OBS 01 TODOS os demais CURSOS DE ÁGUA pertencem aos Estados (art. 26 I). Não existem rios
MUNICIPAIS.

OBS 02 As LAGOAS pertencem aos proprietários particulares.

OBS 03 Os Municípios não possuem águas públicas.

3.d) Inciso IV – ILHAS (vide art. 26 II – Fernando de Noronha)

Ilha lacustre – formada em torno de lagos. Lagos – extensão considerável de terra cercada por água. Lagoa
– pequeno lago. Ilha – extensão de terra cercada por água. Praias Marítimas – porções de terra que ficam
descobertas pela vazante do mar. Ilhas Oceânicas ou Pelágicas (STF) – são aquelas que se encontram
afastadas da costa (ex. atol da Rocas )

Ilhas como sede de Município – Florianópolis, São Luís do Maranhão.

3.e) Inciso V , VI e VII – PLATAFORMA CONTINENTAL, ZONA ECONÔMICA EXCLUSIVA e MAR


TERRITORIAL e TERRENOS DE MARINHA.

Mar territorial – 12 milhas marítimas; Zona Econômica Exclusiva – 12 até 200 milhas marítimas onde o
Brasil tem direitos de soberania para fins de exploração de recursos naturais.

Plataforma Continental – prolongamento do relevo sobre o mar. (onde ficam as bases da Petrobrás).

Terrenos de marinha – faixas de terra banhadas pelas águas do mar até a distância de 33 metros do preamar
médio.

3.f) Inciso VIII – POTENCIAIS DE ENERGIA HIDRÁULICA

VIII - os potenciais de energia hidráulica;

São quedas d´água que possam produzir energia elétrica (ex. Fox do Iguaçu) A propriedade do solo
continua sendo particular, somente a exploração do potencial hidráulico é transferido para o domínio da União.

DOS PRINCÍPIOS GERAIS DA ATIVIDADE ECONÔMICA

Art. 176. As jazidas, em lavra ou não, e demais recursos minerais e os potenciais de energia hidráulica
constituem propriedade distinta da do solo, para efeito de exploração ou aproveitamento, e pertencem à
União, garantida ao concessionário a propriedade do produto da lavra.

3.g) Inciso IX e X – RECURSOS MINERAIS, SUBSOLO, CAVIDADES NATURAIS E SÍTIOS


ARQUEOLÓGICOS

IX - os recursos minerais, inclusive os do subsolo;

X - as cavidades naturais subterrâneas e os sítios arqueológicos e pré-históricos;

Cavidade Natural – são as GRUTAS (gruta de Ubajara)

15
Sítio arqueológico e pré-histórico – os fósseis em Santana do Cariri.

3.h) Inciso XI – TERRAS / ÍNDIOS

XI - as terras tradicionalmente ocupadas pelos índios.

Art. 109 XI – Competência da Justiça Federal

"Competência criminal. Conflito. Crime praticado por silvícolas, contra outro índio, no interior de reserva
indígena. Disputa sobre direitos indígenas como motivação do delito. Inexistência. Feito da competência da
Justiça Comum. Recurso improvido. Votos vencidos. Precedentes. Exame. Inteligência do art. 109, incs. IV e
XI, da CF. A competência penal da Justiça Federal, objeto do alcance do disposto no art. 109, XI, da
Constituição da República, só se desata quando a acusação seja de genocídio, ou quando, na ocasião ou
motivação de outro delito de que seja índio o agente ou a vítima, tenha havido disputa sobre direitos
indígenas, não bastando seja aquele imputado a silvícola, nem que este lhe seja vítima e, tampouco, que
haja sido praticado dentro de reserva indígena." (RE 419.528, Rel. p/ o ac. Min. Cezar Peluso, julgamento
em 3-8-06, DJ de 9-3-07)

"Os crimes cometidos por silvícolas ou contra silvícolas, não configurando disputa sobre direitos indígenas e
nem, tampouco, infrações praticadas em detrimento de bens e interesse da União ou de suas autarquias e
empresas públicas, não se inserem na competência privativa da Justiça Federal (CF, art. 109, inc. XI)." (RE
263.010, Rel. Min. Ilmar Galvão, julgamento em 13-6-00, DJ de 10-11-00).

JURISPRUDÊNCIA DO STF

Art. 20 – inciso XI

“As regras definidoras do domínio dos incisos I e XI do art. 20 da CF de 1988 não albergam terras que, em
passado remoto, foram ocupadas por indígenas.” (RE 219.983, Rel. Min. Marco Aurélio, julgamento em 9-
12-1998, Plenário, DJ de 17-9-1999.) No mesmo sentido: ADI 255, Rel. p/ o ac. Min. Ricardo Lewandowski,
julgamento em 16-3-2011, Plenário, DJE de 24-5-2011.

José Afonso da Silva – não são as terras ocupadas pelos índios em tempos remotos, mas as atualmente
utilizadas de acordo com o modo tradicional de produção.

A professora Maria Sylvia Zanella di Pietro classifica as terras indígenas como BENS PÚBLICOS DE USO
ESPECIAL. (# de uso comum do povo e dominical)

CAPÍTULO VIII
DOS ÍNDIOS

Art. 231. São reconhecidos aos índios sua organização social, costumes, línguas, crenças e tradições, e os
direitos originários sobre as terras que tradicionalmente ocupam, competindo à União demarcá-las, proteger
e fazer respeitar todos os seus bens. (CONFLITO ENTRE UNIÃO E RORAIMA – DEMARCAÇÃO DA
RESERVA RAPOSA SERRA DO SOL – COMPETÊNCIA DO STF – ART. 102 I F)

§ 1º - São terras tradicionalmente ocupadas pelos índios as por eles habitadas em caráter permanente,
as utilizadas para suas atividades produtivas, as imprescindíveis à preservação dos recursos ambientais
necessários a seu bem-estar e as necessárias a sua reprodução física e cultural, segundo seus usos,
costumes e tradições.

§ 2º - As terras tradicionalmente ocupadas pelos índios destinam-se a sua posse permanente, cabendo-lhes
o usufruto exclusivo das riquezas do solo, dos rios e dos lagos nelas existentes.

§ 1º - É assegurada, nos termos da lei, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios, bem
como a órgãos da administração direta da União, participação no resultado da exploração de petróleo
ou gás natural, de recursos hídricos para fins de geração de energia elétrica e de outros recursos
minerais no respectivo território, plataforma continental, mar territorial ou zona econômica exclusiva,
ou compensação financeira por essa exploração.

16
Participação – ocorre quando há produção de BENEFÍCIOS, provenientes da exploração de petróleo e
gás natural, de recursos hídricos para fins de geração de energia elétrica e de outros recursos minerais.

Compensação – ocorre nas hipóteses de PREJUÍZOS, advindos da exploração. (Ex. A referida


exploração prejudicou o turismo na região).

§ 2º - A faixa de até cento e cinqüenta quilômetros de largura, ao longo das fronteiras terrestres,
designada como faixa de fronteira, é considerada fundamental para defesa do território nacional, e
sua ocupação e utilização serão reguladas em lei.

Lei 6.634/79 regulamentada pelo Decreto 85064/80

OBS. PATRIMÔNIO NACIONAL – Art. 225 § 4º a Floresta Amazônica brasileira, o Pantanal Mato-
Grossense, a Serra do Mar, a Mata Atlântica e a Zona Costeira. A Constituição Federal não considera como
bens públicos os imóveis particulares situados nestas áreas, nem impede sua utilização desde que
observadas as prescrições legais e respeitadas as condições necessárias á preservação ambiental (STF, RE
134.297).

Bens atualmente pertencentes à União:

terras devolutas
A1) Superficial terrenos de marinha e acrescidos
(solo) sítios arqueológicos e pré- históricos
A) TERRESTRES terras tradicionalmente indígenas

A2) Subterrâneo recursos minerais


( subsolo) cavidades naturais

mar territorial
B1) Marítimos zona econômica exclusiva
plataforma continental
praias marítimas

rios interestaduais(limítrofes e
sucessivos)
rios internacionais(limítrofes e
B) HÍDRICOS B2) Fluviais sucessivos)
terrenos marginais
praias fluviais

lagos interestaduais
B3) Lacustres lagos internacionais

costeiras( exceto as do art. 26 II)


Externo ilhas marítimas oceânicas
C) INSULARES

Interno ilhas fluviais ( limítrofes com outros países)


ilhas lacustres ( limítrofes com outros países)

DOS ESTADOS MEMBROS (CONCEITO E BENS)

1) CONCEITO

Trata-se de uma PESSOA JURÍDICA DE DIREITO PÚBLICO INTERNO (ENTE FEDERATIVO), que goza
de AUTONOMIA.

17
2) BENS DOS ESTADOS (art. 26 I a IV)

NOTA DE AULA 03 - REPARTIÇÃO DE COMPETÊNCIAS DOS ENTES FEDERATIVOS


PROFESSOR: GILBERTO FROTA
DISCIPLINA: DIREITO CONSTITUCIONAL II

Roteiro de aula - REPARTIÇÃO DE COMPETÊNCIAS DOS ENTES FEDERATIVOS

1) CONCEITO DE COMPETÊNCIA – Conjunto de atribuições dadas pela CF/88

2) PRINCÍPIO GERAL DA REPARTIÇÃO DE COMPETÊNCIAS (PREDOMINÂNCIA DE


INTERESSES)

18
Interesse Geral ou Nacional – UNIÃO;
Interesse Regional – ESTADO;
Interesse local – Município;
Interesse Regional e Local – DF.

3) CLASSIFICAÇÃO DAS COMPETÊNCIAS QUANTO À FORMA

3.a) Competências Enumeradas ou Expressas (art. 21, 22, 24 e 25 § 2º e § 3º) – União e Município

3.b) Competências Reservadas ou Remanescentes (art. 25 § 1º) –Dos Estados

4) CLASSIFICAÇÃO DAS COMPETÊNCIAS QUANTO À EXTENSÃO

4.a) Competências Exclusivas (art. 21 e art. 30, I) – Não pode delegar

4.b) Competências Privativas (art. 22 § único) (exceção: arts 51 e 52) – Pode delegar

4.c) Competências Comuns, Cumulativas ou Paralelas (art. 23) – Não existe hierarquia, competência
paralela.

4.d) Competências Concorrentes (art. 24 § 1º) – Caso de CONDOMÍNO LEGISLATIVO (STF) –


competência do tipo vertical.

4.e) Competência Administrativa (art. 21 e art. 23)

4.f) Competência Legislativa (art. 22 e 24)

Competência Administrativa e Legislativa

As competências administrativas (materiais) consistem num campo de atuação político-administrativa.


Não se trata de atividade legiferante, mas de atuação efetiva para a execução de tarefas. Por sua vez, as
competências legislativas são competências constitucionalmente definidas para a elaboração de leis sobre
aqueles assuntos expressamente definidos.

5) HIERARQUIA DAS LEIS (OBS: art. 24 § 1º a § 4º)

REPARTIÇÃO DE COMPETÊNCIAS DOS ENTES FEDERATIVOS

1) CONCEITO DE COMPETÊNCIA

Conjunto de atribuições dadas pela CONSTITUIÇÃO FEDERAL a cada uma das entidades federativas.

2) PRINCÍPIO GERAL DA REPARTIÇÃO DE COMPETÊNCIAS (PREDOMINÂNCIA DE


INTERESSES)

Adotamos o PRINCÍPIO DA PREDOMINÂNCIA DE INTERESSES. Interesse Geral ou Nacional – UNIÃO;


Interesse Regional – ESTADO; Interesse local – Município; Interesse regional e Local – DF.

3) CLASSIFICAÇÃO DAS COMPETÊNCIAS QUANTO À FORMA

3.a) Competências Enumeradas ou Expressas (art. 21, 22, 30 e 25 § 2º e§ 3º)

Ocorre quando a própria CF atribui especificamente a um ente federativo, competências. A CF/88


estabelece como expressa a da União e Municípios.

MUITA ATENÇAO. O ESTADO EXCEPCIONALMENTE possui competência expressa pela CF/88 (art. 25 §
2º e § 3º)

O poder constituinte originário optou pela seguinte técnica:

• União → enumerou expressamente – competência enumerada expressa (art. 21 e 22);


• Municípios → enumerou expressamente – competência enumerada expressa (art. 30);

19
• Estados-membros → não enumerou expressamente, reservando a eles as competências que não lhes são
vedadas na Constituição – competência não-enumerada ou remanescente (art. 25, § 1º).

3.b) Competências Reservadas ou Remanescentes (art. 25 § 1º)

São as demais competências RESTANTES que não foram atribuídas especificamente a nenhum ente
federativo. Pala CF/88 esta competência pertence aos ESTADOS.

4) CLASSIFICAÇÃO DAS COMPETÊNCIAS QUANTO À EXTENSÃO

4.a) Competências Exclusivas (art. 21 e art. 30, I)

Competência atribuída a um ÚNICO ente federativo, SEM a possibilidade de DELEGAÇÃO.

4.b) Competências Privativas (art. 22 § único) (exceção: art. 51 e 52)

Competência atribuída a um ÚNICO ente federativo, mas COM possibilidade de delegação em


QUESTÕES ESPECÍFICAS.

Piso salarial

O piso salarial é a importância salarial fixa mínima devida a trabalhadores de uma determinada
categoria profissional.

Art. 7º CF-88 São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem à melhoria
de sua condição social:

V - piso salarial proporcional à extensão e à complexidade do trabalho;

Não varia conforme a produtividade. Pode ser fixado em lei, acordo coletivo, convenção coletiva
ou em sentença normativa. Compete privativamente a União legislar sobre Direito do Trabalho (art. 22,
I da CF).

Art. 22 CF-88 Compete privativamente à União legislar sobre:

I - direito civil, comercial, penal, processual, eleitoral, agrário, marítimo, aeronáutico, espacial e do
trabalho;

Porém, Lei Complementar poderá autorizar os Estados a legislar sobre questões específicas de Direito
do Trabalho (art. 22, Parágrafo Único da CF).

Art 22 Parágrafo único CF-88 Lei complementar poderá autorizar os Estados a legislar sobre
questões específicas das matérias relacionadas neste artigo.

A Lei Complementar n. 103/00 autorizou os Estados e o Distrito Federal a instituir piso salarial, mediante
lei de iniciativa do Poder Executivo, para os empregados que não tenham piso salarial definido em lei federal,
convenção ou acordo coletivo de trabalho. Dessa forma, como existe a autorização legislativa, os Estados e
o Distrito Federal poderão instituir piso salarial regional para os empregados que não tenham piso salarial
definido em lei federal, convenção ou acordo coletivo de trabalho.

LEI COMPLEMENTAR Nº 103, DE 14 DE JULHO DE 2000.

Autoriza os Estados e o Distrito Federal a instituir o piso


salarial a que se refere o inciso V do art. 7o da
Constituição Federal, por aplicação do disposto no
parágrafo único do seu art. 22.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a


seguinte Lei Complementar:

20
Art. 1o Os Estados e o Distrito Federal ficam autorizados a instituir, mediante lei de iniciativa do Poder
Executivo, o piso salarial de que trata o inciso V do art. 7 o da Constituição Federal para os empregados que
não tenham piso salarial definido em lei federal, convenção ou acordo coletivo de trabalho.

Assim, o piso salarial é fixado em lei federal ou pode ser fixado regionalmente pelos Estados e
pelo Distrito Federal.

4.c) Competências Comuns, Cumulativas ou Paralelas (art. 23)

Competências atribuídas a TODAS as entidades federativas sobre determinadas matérias, estando as


entidades NO MESMO NÍVEL HIERÁRQUICO.

Competência administrativa comum – outorgando-a a todos os entes federados (CF, art. 23) – caso de
competência administrativa em que os entes atuam com igualdade de condições (atuação paralela, sem
subordinação);

4.d) Competências Concorrentes (art. 24 § 1º) – É uma competência TRANSITÓRIA

São atribuídas à UNIÃO para estabelecer NORMAS GERAIS, deixando aos ESTADOS (não inclui os
Municípios) a implementação de REGRAS ESPECÍFICAS de acordo com suas peculiaridades.

Competência legislativa concorrente – apenas entre a União, os estados e o Distrito Federal (CF, art. 24).
Quanto a esta última, trata-se de competência importantíssima para concursos públicos. A competência
legislativa concorrente está disciplinada no art. 24 da CF/88. Observe, logo de início, o primeiro detalhe:
concorrem a União, estados e DF. Vale salientar que os Municípios podem também legislar sobre tais
matérias desde que haja o INTERESSE LOCAL.

Art. 30. Compete aos Municípios:

I - legislar sobre assuntos de interesse local;

II - suplementar a legislação federal e a estadual no que couber;

I) Competência para União, estados e DF legislarem sobre determinados temas, mas não e
condições de igualdade (modelo vertical, em que há certa hierarquização).

II) União → estabelece normas gerais, o que não exclui a competência suplementar dos Estados.

III) Estados-membros → podem suplementar as normas gerais expedidas pela União, desde que
não as contrariem. Ou seja, compete ao governo federal estabelecer as normas gerais, sem
descer aos pormenores. Cabe aos estados e ao DF a adequação da legislação às suas
peculiaridades.

IV) Inexistindo lei federal sobre normas gerais, os Estados exercerão a competência legislativa plena,
para atender a suas peculiaridades. Entretanto, a superveniência de lei federal sobre normas
gerais suspende a eficácia da lei estadual, no que lhe for contrário. Atenção! Nesse último
caso a superveniência de lei federal suspende a eficácia da lei estadual (não se trata de
revogação), no que lhe contrariar. Assim, se a União resolver revogar a sua lei federal de normas
gerais, a lei estadual, até então com a eficácia suspensa, volta automaticamente a produzir
efeitos.

4.f) Revogação # Suspensão de Eficácia (art. 24 § 4º)

Na revogação a norma jurídica é RETIRADA do ordenamento jurídico. Já na suspensão da eficácia, a


norma não é retirada do ordenamento jurídico, mas tem SEUS EFEITOS, SUA INCIDÊNCIA SUSPENSOS.
Isto ocorre pelo fato de que uma lei federal não pode revogar uma lei estadual. Caso haja uma revogação
desta lei federal que suspendeu a eficácia da lei estadual, por outra lei federal, a lei estadual que estava com
sua eficácia suspensa, volta a ter eficácia.

5) HIERARQUIA DAS LEIS (Exceção: art. 24 § 1º a § 4º)

21
Não existe qualquer hierarquia entre as leis editadas pela união, estados, DF e Municípios em assuntos
de COMPETÂNCIA EXCLUSIVA de cada ente federativo. A norma editada por uma entidade federativa,
FORA de suas atribuições é INCONSTITUCIONAL.

Exceção: (art. 24 § 1º a § 4º) Quando a União edita normas gerais dentro da competência concorrente.

Modelos de repartição de competências: Modelo Horizontal e Vertical

Há dois modelos de repartição de competências: o modelo horizontal e o modelo vertical. Na


repartição horizontal, não há relação de subordinação entre os entes no exercício da competência. É dizer,
naquelas matérias, os entes atuam em pé de igualdade (cada um com plena autonomia para exercer aquelas
competências). É o caso do artigo 23 da Constituição, em que não há ingerência de um ente na atuação do
outro.

Na repartição vertical, ocorre uma relação de hierarquização no exercício da competência estabelecida


pela Constituição. Os entes atuam sobre as mesmas matérias, mas têm níveis diferentes de poder no
exercício daquelas competências. É o caso da chamada competência legislativa concorrente prevista no art.
24 da Constituição, como será visto adiante.

NOTA DE AULA 04 – DAS COMPETÊNCIAS PRIVATIVAS DA UNIÃO, COMPETÊNCIAS COMUNS E


COMPETÊNCIAS CONCORRENTES
PROFESSOR: GILBERTO FROTA
DISCIPLINA: DIREITO CONSTITUCIONAL II

DAS COMPETÊNCIAS DA UNIÃO

Competências da União:

a) Privativa → legislativa e delegável (art. 22)


b) Exclusiva → administrativa e indelegável (art. 21)

22
DAS COMPETÊNCIAS ADMINISTRATIVAS (art. 21)

Inciso I – Art. 84 VII, VIII / Art. 49 I

Inciso II – Art. 84 XIX e XX / Art. 49 II

Inciso IV – ART. 84 XXII / Lei Complementar 90/97

Inciso V – Art. 34 / Art. 136 e 137 / Art. 84 IX e X / Art. 49 IV

Inciso VI – Produção e comércio de material bélico (+ DESTINAÇÃO – STF)

Utilização de arma de fogo apreendida

"Competência da União para legislar sobre direito penal e material bélico. Lei 1.317/2004 do Estado de
Rondônia. Lei estadual que autoriza a utilização, pelas polícias civil e militar, de armas de fogo apreendidas.
A competência exclusiva da União para legislar sobre material bélico, complementada pela competência para
autorizar e fiscalizar a produção de material bélico, abrange a disciplina sobre a destinação de armas
apreendidas e em situação irregular." (ADI 3.258, Rel. Min. Joaquim Barbosa, julgamento em 6-4-05,
Plenário, DJ de 9-9-05)

Casos de registro e porte de arma também são de competência da União

“Trata-se de ação direta de inconstitucionalidade proposta pelo procurador-geral da República na qual


questionou a constitucionalidade dos arts. 86, I, § 1º e § 2º, e 87, V, VI, VIII e IX, da LC 240/2002 do Estado
do Rio Grande do Norte, que tratam de garantias e prerrogativas dos procuradores do Estado, bem como
da expressão ‘com porte de arma, independente de qualquer ato formal de licença ou autorização’
contida no art. 88 da mesma lei (...). Em sessão plenária do dia 16-11-2005, o Tribunal declarou, por
unanimidade, a inconstitucionalidade de todos os dispositivos atacados, exceto do art. 88. (...) Primeiramente,
ressalte-se que o registro, a posse e a comercialização de armas de fogo e munição estão disciplinados na
Lei federal 10.826/2003, o chamado Estatuto do Desarmamento. Esse diploma legal também criou o Sistema
Nacional de Armas – e transferiu à Polícia Federal diversas atribuições, até então executadas pelos Estados-
Membros, com objetivo de centralizar a matéria em âmbito federal. (...) A Corte acabou por aceitar tal
entendimento extensivo do art. 21, VI, segundo o qual a competência privativa da União para ‘autorizar
e fiscalizar a produção e o comércio de material bélico’ também engloba outros aspectos inerentes ao
material bélico, como sua circulação em território nacional. No tocante ao presente caso, entendo que
regulamentações atinentes ao registro e ao porte de arma também são de competência privativa da
União, por ter direta relação com a competência de ‘autorizar e fiscalizar a produção e o comércio de
material bélico’ – e não apenas por tratar de matéria penal, cuja competência também é privativa da
União (art. 22, I, da CF). Nesse sentido, compete privativamente à União, e não aos Estados, determinar os
casos excepcionais em que o porte de arma de fogo não configura ilícito penal, matéria prevista no art. 6º da
Lei 10.826/2003. (...) Ante o exposto, julgo procedente o pedido e declaro inconstitucional o art. 88 da LC
240/2002 do Estado do Rio Grande do Norte.” (ADI 2.729, voto do rel. p/ o ac. min. Gilmar Mendes,
julgamento em 19-6-2013, Plenário, DJE de 12-2-2014.)

Inciso VII – Casa da Moeda

“Casa da Moeda do Brasil (CMB). Empresa governamental delegatária de serviços públicos. Emissão de
papel moeda, cunhagem de moeda metálica, fabricação de fichas telefônicas e impressão de selos postais.
Regime constitucional de monopólio (CF, art. 21, VII)... (RE 610.517, rel. min. Celso de Mello, decisão
monocrática, julgamento em 3-6-2013, DJE de 17-6-2013.)

Inciso VIII - A fiscalização de seguro e previdência privada é feita por uma autarquia federal chamada SUSEP
– Superintendência de Seguros Privados.

Inciso X – O serviço postal é realizado por uma empresa pública federal : CORREIOS.

“A Constituição do Brasil confere à União, em caráter exclusivo, a exploração do serviço postal e o correio
aéreo nacional (art. 21, X). O serviço postal é prestado pela Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos
(ECT), empresa pública, entidade da Administração indireta da União, criada pelo Decreto-Lei 509, de 10-3-
1969.” (ADPF 46, Rel. p/ o ac. Min. Eros Grau, julgamento em 5-8-2009, Plenário, DJE de 26-2-2010.)

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Inciso XI – este órgão regulador e fiscalizador é uma autarquia federal chamada de ANATEL – Agência
Nacional de Telecomunicações. Exploração direta das telecomunicações – TV Estatal.

NOVO 2016 STF – BLOQUEADORES DE CELULARES EM PRESÍDIOS

Lei estadual que disponha sobre bloqueadores de sinal de celular em presídio invade a competência da União
para legislar sobre telecomunicações. (...) A Corte afirmou que, ao determinar às empresas de telefonia a
instalação de equipamentos para interrupção de sinal nas unidades prisionais, o legislador local instituíra
obrigação diretamente relacionada ao objeto da concessão do serviço móvel pessoal. Dessa forma, teria
atuado no núcleo da regulação da atividade de telecomunicações, de competência da União, já que a ela
caberia disciplinar a transmissão de sinais no campo eletromagnético de maneira adequada (CF, art. 21, XI e
175, IV) [ADI 3.835, rel. min. Marco Aurélio; ADI 5.356, rel. p/ o ac. min. Marco Aurélio; ADI 5.253 e ADI
5.327, rel. min. Dias Toffoli e ADI 4.861, rel. min. Gilmar Mendes, j. 3-8-2016, P, Informativo 833.]

Inciso XII

a) Exploração direta da radiodifusão sonora: RADIOBRÁS.


b) Exploração direta dos serviços e instalações de energia elétrica: ELETROBRÁS
c) Infra-estrutura aeroportuária: INFRAERO
d) Exploração dos portos marítimos, fluviais e lacustres: CIA DOCAS

“A jurisprudência do STF entende que a Lei 4.117/1962, que obriga empresa de radiodifusão a transmitir o
programa ‘A Voz do Brasil’, foi recepcionada pela CF de 1988.” (RE 531.908-AgR, Rel. Min. Ayres Britto,
julgamento em 2-8-2011, Segunda Turma, DJE de 13-10-2011.)

“A Infraero, que é empresa pública, executa como atividade fim, em regime de monopólio, serviços de
infraestrutura aeroportuária constitucionalmente outorgados à União Federal, qualificando-se, em razão de
sua específica destinação institucional, como entidade delegatária dos serviços públicos a que se refere o art.
21, XII, c, da Lei Fundamental,... (RMS 24.188, Rel. Min. Cezar Peluso, julgamento em 14-8-2007, Segunda
Turma, DJ de 14-9-2007.)

"Competindo à União, e só a ela, explorar diretamente ou mediante autorização, concessão ou permissão,


os portos marítimos, fluviais e lacustres, art. 21, XII, f, da CF, está caracterizada a natureza pública do serviço
de docas. A Companhia Docas do Rio de Janeiro, sociedade de economia mista federal, incumbida de
explorar o serviço portuário em regime de exclusividade, não pode ter bem desapropriado pelo Estado.
Inexistência, no caso, de autorização legislativa." (RE 172.816, Rel. Min. Paulo Brossard, julgamento em
9-2-1994, DJ 13-5-1994.) Vide: RE 253.472, Rel. p/ o ac. Min. Joaquim Barbosa, julgamento em 25-8-
2010, Plenário, DJE de 1º-2-2011.

Inciso XIII – Autonomia do DF é parcialmente tutelada pela União – art. 32 § 4º

Inciso XIV – Não fala em comandar – art. 144 § 6º

“Compete privativamente à União legislar sobre vencimentos dos membros das polícias civil e militar do
distrito federal.” (Súmula 647)

“Instituição de vantagem a servidores militares do Distrito Federal a serviço da Câmara Legislativa.


Art. 21, XIV e 22, XXI da CF. Competência privativa da União para legislar sobre matéria concernente
à Polícia Militar do DF. Art. 61, § 1º, II, a, da CF. Invasão da iniciativa exclusiva do Chefe do Executivo
para propor a elaboração de lei que vise à criação de função ou aumento da remuneração de servidor
público. Observância obrigatória por parte dos Estados e do Distrito Federal.” (ADI 2.705, Rel. Min.
Ellen Gracie, julgamento em 9-10-03, Plenário, DJ de 31-10-03)

Inciso XV – IBGE (fundação pública federal)

Inciso XVI – Art. 220 § 3º


Inciso XVII – Art. 84 XII e Art. 48 VIII (Perdão concedido pelo Congresso Nacional a respeito de crimes
políticos)

Inciso XIX – DNOCS (autarquia federal)

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Inciso XX – Apenas DIRETRIZES. O detalhamento é competência do Município (Plano Diretor) - Art. 30 VIII

Inciso XXI – Viação – sistema de estradas

Inciso XXII – Art. 144 § 1º III – Atribuição da Polícia Federal.

Inciso XXIII – Alíneas b, c e d foram acrescentadas pela EC 49/2006

Inciso XXIV – Realizada pelas Superintendências Regionais do Trabalho e Emprego – SRTE.

COMPETÊNCIA PRIVATIVA DA UNIÃO (art. 22) (pode delegar)

Jurisprudência do STF

Art. 22 Inciso I

Direito Penal
ESTADO PODE LEGISLAR SOBRE CRIMES DE RESPONSABILIDADE DO GOVERNADOR?
Crimes de responsabilidade e competência legislativa - 1

Por reputar caracterizada ofensa à competência legislativa da União para definir os crimes de
responsabilidade (CF, art. 22, I), o Plenário julgou procedente pedido formulado em ação direta, ajuizada
pelo Procurador-Geral da República, para declarar a inconstitucionalidade, com efeitos ex tunc, das seguintes
expressões constantes do art. 41 da Constituição catarinense (todas com a redação dada pelas Emendas
Constitucionais 53/2010 e 42/2005, da respectiva unidade da federativa): a) “e titulares de Fundações,
Autarquias, Empresas Públicas e Sociedades de Economia Mista”, contida no caput ; e b) “ao Governador”,
bem como “e aos titulares de Fundações, Autarquias, Empresas Públicas e Sociedades de Economia Mista”,
ambas integrantes do § 2º da aludida norma. Em síntese, esses preceitos imputavam como criminosa a
conduta de recusa ou de não-atendimento — por parte das autoridades acima mencionadas — à convocação,
pela mesa da assembléia legislativa, a fim de prestar informações. De início, entendeu-se que as alterações
legislativas supervenientes à propositura da ação, conferidas por emendas constitucionais estaduais, não
teriam alterado, na essência, a substância da norma. Assim, reputou-se que não se dera a perda ulterior do
objeto da demanda. Ademais, rememorou-se que o modelo federal só submeteria a crime de
responsabilidade Ministro de Estado e titulares de órgãos diretamente subordinados à Presidência da
República, o que não seria o caso dos titulares de autarquias, fundações e empresas públicas. Em
seguida, ressaltou-se que o § 2º do artigo em comento interferiria na própria caracterização do crime de
responsabilidade, ao incluir figuras de sujeito ativo que não poderiam dele constar. Por fim, assentou-se,
também, a inconstitucionalidade, por arrastamento, do excerto “bem como os titulares de Fundações,
Autarquias e Empresas Públicas, nos crimes de responsabilidade”, do art. 83, XI, do citado diploma.
ADI 3279/SC, rel. Min. Cezar Peluso, 16.11.2011. (ADI-3279)

"São da competência legislativa da União a definição dos crimes de responsabilidade e o estabelecimento


das respectivas normas de processo e julgamento." (Súm. 722)

ESTADO PODE LEGISLAR SOBRE ATO DISCRIMINATÓRIO CONTRA A MULHER NO MOMEMTO DE


SUA DEMISSÃO, ADMISSÃO OU DURANTE A JORNADA DE TRABALHO?

Direito do Trabalho

“Por entender usurpada a competência privativa da União para legislar sobre direito do trabalho (CF, art.
22, I), o Tribunal julgou procedente pedido formulado em ação direta ajuizada pelo Governador do Estado de
Santa Catarina para declarar a inconstitucionalidade da Lei 11.562/2000, do referido Estado-membro, que
veda qualquer ato discriminatório ou atentatório contra a mulher no decorrer de processo seletivo para sua
admissão ao trabalho, durante a jornada de trabalho ou no momento de sua demissão, elenca tais atos, e
sujeita as empresas e seus dirigentes, no caso de descumprimento, a sanções administrativas que prevê.
Ressaltou-se, ademais, que a Lei federal 9.799/99, que alterou a Consolidação das Leis do Trabalho - CLT,
expressamente estabeleceu normas de proteção especial ao trabalho da mulher, aplicáveis em todo o
território nacional, de modo que a declaração de inconstitucionalidade da norma atacada não deixaria lacuna
legal que inviabilizasse a concretização dos direitos das mulheres no âmbito do trabalho.” (ADI 2.487, Rel.
Min. Joaquim Barbosa, julgamento em 30-8-07, Informativo 477).

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LEI ESTADUAL ODE BRIAR AS ESMPRESAS A FORNECEREM CAFÉ DA MANHÃ AOS EMPREGADOS
QUE CHEGAREM ANTES DO PRIMEIRO TURNO DE LABOR?

NOVO: "Constitucional. Ação direta de inconstitucionalidade. Lei n. 1.314, de 1º de abril de 2004, do


Estado de Rondônia, que impõe às empresas de construção civil, com obras no Estado, a obrigação de
fornecer leite, café e pão com manteiga aos trabalhadores que comparecerem com antecedência mínima de
15 (quinze) minutos ao seu primeiro turno de labor. Usurpação da competência da União para legislar sobre
direito do trabalho (inciso I do art. 22). Ação julgada procedente." (ADI 3.251, Rel. Min. Carlos Britto,
julgamento em 18-6-07, DJ de 19-10-07)

ESTADO PODE LEGISLAR SOBRE TRANSPORTE DE BAGAGENS NOS TERMINAIS RODOVIÁRIOS?

Lei Distrital n. 3.136/2003, que ‘disciplina a atividade de transporte de bagagens nos terminais
rodoviários do Distrito Federal’. (...) Com relação à alegação de violação ao art. 22, I, da CF, na linha
da jurisprudência do Supremo Tribunal Federal, é o caso de declarar a inconstitucionalidade formal
da Lei Distrital n. 3.136/2003, em razão da incompetência legislativa das unidades da federação para
legislar sobre direito do trabalho. Precedentes citados: ADI n. 601/RJ, Rel. Min. Ilmar Galvão, Pleno,
unânime, DJ 20-9-2002; ADI n. 953/DF, Rel. Min. Ellen Gracie, Pleno, unânime, DJ 2-5-2003; ADI-MC no
2.487/SC, Rel. Min. Moreira Alves, Pleno, unânime, DJ 1-8-2003; ADI n. 3.069/DF, Rel. Min. Ellen Gracie,
Pleno, unânime, DJ 16-12-2005. (...) Ainda que superado o reconhecimento de ambas as
inconstitucionalidades formais indicadas, com relação ao art. 1º da Lei Distrital, verifica-se violação
ao art. 8º, VI, da CF, por afrontar a ‘liberdade de associação sindical’, uma vez que a norma objeto
desta impugnação sujeita o exercício da profissão de carregador e transportador de bagagens à prévia
filiação ao sindicato da categoria." (ADI 3.587, Rel. Min. Gilmar Mendes, julgamento em 12-12-07,
Plenário, DJE de 22-2-08)

Direito Processual Penal

ESTADO PODE LEGISLAR SOBRE INTERROGATÓRIO MEDIANTE VÍDEO CONFERÊNCIA?


Interrogatório por Videoconferência – 2

O Tribunal, por maioria, concedeu habeas corpus impetrado em favor de condenado pela prática do
delito previsto no art. 157, § 2º, I e II, do CP, e declarou, incidenter tantum, a inconstitucionalidade formal da
Lei paulista 11.819/2005, que previu a utilização de aparelho de videoconferência nos procedimentos judiciais
destinados ao interrogatório e à audiência de presos — v. Informativo 518. Na espécie, o interrogatório do
paciente, a despeito da discordância de sua defesa, realizara-se sem a presença do paciente na sala da
audiência, por meio da videoconferência. Entendeu-se que a norma em questão teria invadido a competência
privativa da União para legislar sobre direito processual (CF, art. 22, I). Vencidos, em parte, os Ministros
Carlos Britto e Marco Aurélio, que também consideravam caracterizada a inconstitucionalidade material do
diploma examinado. Vencida a Min. Ellen Gracie, relatora, que indeferia o writ, por não vislumbrar vício formal,
já que o Estado de São Paulo não teria legislado sobre processo, e sim sobre procedimento (CF, art. 24, XI),
nem vício material, haja vista que o procedimento instituído teria preservado todos os direitos e garantias
fundamentais, bem como por reputar não demonstrado qualquer prejuízo na realização do interrogatório do
paciente. HC 90900/SP, rel. orig. Min. Ellen Gracie, rel. p/ o acórdão Min. Menezes Direito, 30.10.2008.
(HC-90900)

LEI ESTADUAL PODE CONCEDER A PRERROGATIVA AO DELEGADO DE ESTABELECER DIA, HORA


E LOCAL EM QUE SERÁ OUVIDO COMO TESTEMUNHA OU OFENDID EM INQUÉRITOS OU
PROCESSO?

"Art. 32, inc. IV, da Lei sergipana n. 4.122/1999, que confere a delegado de polícia a prerrogativa de
ajustar com o juiz ou a autoridade competente a data, a hora e o local em que será ouvido como testemunha
ou ofendido em processos e inquéritos. (...) É competência privativa da União legislar sobre direito processual
(...). A persecução criminal, da qual fazem parte o inquérito policial e a ação penal, rege-se pelo direito
processual penal. Apesar de caracterizar o inquérito policial uma fase preparatória e até dispensável da ação
penal, por estar diretamente ligado à instrução processual que haverá de se seguir, é dotado de natureza
processual, a ser cuidada, privativamente, por esse ramo do direito de competência da União." (ADI 3.896,
Rel. Min. Cármen Lúcia, julgamento em 4-6-08, Plenário, DJE de 8-8-08)

Direito Processual Civil

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O ESTADO PODE ESTABELECER PRIORIDADE NO TRÂMITE PROCESSUAL QUANDO A PARTE FOR
MULER VÍTIMA DE VIOLÊNCIA DOMÉSTICA?

NOVO: “Lei 7.716/2001 do Estado do Maranhão. Fixação de nova hipótese de prioridade, em qualquer
instância, de tramitação processual para as causas em que for parte mulher vítima de violência
doméstica. Vício formal. (...) A definição de regras sobre a tramitação das demandas judiciais e sua
priorização, na medida em que reflete parte importante da prestação da atividade jurisdicional pelo Estado, é
aspecto abrangido pelo ramo processual do direito, cuja positivação foi atribuída pela CF privativamente à
União (Art. 22, I, da CF/1988). A lei em comento, conquanto tenha alta carga de relevância social,
indubitavelmente, ao pretender tratar da matéria, invadiu esfera reservada da União para legislar sobre
direito processual. A fixação do regime de tramitação de feitos e das correspondentes prioridades é
matéria eminentemente processual, de competência privativa da União, que não se confunde com
matéria procedimental em matéria processual, essa, sim, de competência concorrente dos Estados-
Membros.” (ADI 3.483, rel. min. Dias Toffoli, julgamento em 3-4-2014, Plenário, DJE de 14-5-2014.)

ATENÇÃO – Art. 24, XII, COMPETÊNCIA CONCORRENTE _ Procedimento em matéria processual

Direito Civil

É POSSÍVEL LEI ESTADUAL QUE ACARRETE RESPONSABILIDADE CIVIL DO PROFISSIONAL


MÉDICO QUANDO POR OMISSÃO NÃO NOTIFICAR A EXISTÊNCIA DE CASOS DE CÃNCER DE PELE?
ADI e Responsabilidade Civil de Profissional

Por considerar usurpada a competência privativa da União para legislar sobre direito civil (CF, art. 22, I),
o Tribunal julgou parcialmente procedente pedido formulado em ação direta proposta pelo Governador do
Distrito Federal para declarar a inconstitucionalidade do art. 2º da Lei distrital 3.139/2003, que, ao dispor sobre
a obrigatoriedade de notificação dos casos de câncer de pele, prevê que a omissão médica no cumprimento
da lei acarretará responsabilidade civil do profissional e da respectiva entidade de saúde.
ADI 2875/DF, rel. Min. Ricardo Lewandowski, 4.6.2008. (ADI-2875)

Direito Civil

O ESTADO PODE MEDIANTE LEI ESTABELECER DATA DE VENCIMENTO DE MENSALIDADE


ESCOLAR?

"Mensalidades escolares. Fixação da data de vencimento. Matéria de direito contratual e obrigacional


(...) Os serviços de educação, seja os prestados pelo Estado, seja os prestados por particulares,
configuram serviço público não privativo, podendo ser desenvolvidos pelo setor privado independentemente
de concessão, permissão ou autorização. Nos termos do art. 22, I, da Constituição do Brasil, compete à União
legislar sobre Direito Civil." (ADI 1.007, Rel. Min. Eros Grau, julgamento em 31-8-2005, Plenário, DJ de 24-
2-2006.) No mesmo sentido: ADI 1.042, Rel. Min. Cezar Peluso, julgamento em 12-8-2009, Plenário, DJE
de 6-11-2009.

“Estacionamento de veículos em áreas particulares. Lei estadual que limita o valor das quantias cobradas
pelo seu uso. Direito Civil. Invasão de competência privativa da União. Hipótese de inconstitucionalidade
formal por invasão de competência privativa da União para legislar sobre Direito Civil (CF, art. 22, I). Enquanto
a União regula o direito de propriedade e estabelece as regras substantivas de intervenção no domínio
econômico, os outros níveis de governo apenas exercem o policiamento administrativo do uso da propriedade
e da atividade econômica dos particulares, tendo em vista, sempre, as normas substantivas editadas pela
União.” (ADI 1.918, Rel. Min. Maurício Corrêa, julgamento em 23-8-2001, Plenário, DJ de 1º-8-2003.) No
mesmo sentido: ADI 2.448, Rel. Min. Sydney Sanches, julgamento em 23-4-2003, Plenário, DJ de 13-6-
2003.)

Art. 22 inciso IV

ESTADO PODE LEGISLAR SOBRE A OBRIGATORIEDADE DOS ESTABELECIMENTOS COMERCIAIS


PESAREM À VISTA DO CONSUMIDOR O BOTIJÃO OU CILINDRO DE GAS DE COZINHA?

Venda de GLP e Pesagem Obrigatória - 2

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Em conclusão, o Tribunal, por maioria, julgou procedente pedido formulado em ação direta de
inconstitucionalidade ajuizada pela Confederação Nacional do Comércio - CNC contra a Lei 10.248/93,
do Estado do Paraná, que obriga os estabelecimentos que comercializem Gás Liquefeito de Petróleo
- GLP a pesarem, à vista do consumidor, cada botijão ou cilindro vendido - v. Informativo 207.
Entendeu-se caracterizada a ofensa à competência privativa da União para legislar sobre energia (CF,
art. 22, IV), bem como violação ao princípio da proporcionalidade. Vencidos os Ministros Marco
Aurélio, Celso de Mello e Menezes Direito, que julgavam improcedente o pedido, por considerarem
que a norma impugnada não disporia sobre energia, mas sim sobre proteção e defesa do consumidor
(CF, art. 24, VIII), nem ofenderia o princípio da proporcionalidade.
ADI 855/PR, rel. orig. Min. Octavio Gallotti, rel. p/ o acórdão Min. Gilmar Mendes, 6.3.2008. (ADI-855)

Lei estadual e bloqueadores de sinal de celular

Lei estadual que disponha sobre bloqueadores de sinal de celular em presídio invade a competência da União
para legislar sobre telecomunicações. Com base nesse entendimento, o Plenário, em apreciação conjunta e
por maioria, declarou a inconstitucionalidade da Lei 3.153/2005 do Estado do Mato Grosso do Sul e da Lei
15.829/2012 do Estado de Santa Catarina. E, com a conversão de referendo de medida cautelar em
julgamento de mérito, também por decisão majoritária, reputou inconstitucionais a Lei 4.650/2015 do Estado
do Mato Grosso do Sul, o art. 1º, “caput” e parágrafo único, e o art. 2º, “caput” e parágrafo único, da Lei
13.189/2014 do Estado da Bahia, e a Lei 18.293/2014 do Estado do Paraná.

A disciplina dos serviços públicos que funcionariam em todo o território caberia à União. Seria com
amparo nessa idéia que a doutrina proporia a denominada prevalência do interesse como critério para a
solução de conflitos, reconhecendo-se a competência da União quando a matéria transcender os
interesses locais e regionais. Os procedimentos concernentes à operação de telefonia celular e ao
bloqueio de sinal, em determinadas áreas, poderiam afetar diretamente a qualidade da prestação do
serviço para a população circundante, tema a demandar tratamento uniforme em todo o País, ainda
que a finalidade do legislador estadual fosse a segurança pública. (Informativo 833/agosto/2016/STF)

Art. 22 XX – ESTADO PODE EXPLORAR LOTERIA?

ADI e Loteria Estadual – 1

O Tribunal, por maioria, julgou procedente pedido formulado em ação direta ajuizada pelo Procurador-
Geral da República para declarar a inconstitucionalidade da Lei 11.348/2000, do Estado de Santa Catarina,
que dispõe sobre o serviço de loterias e jogos e diversões eletrônicas no âmbito daquela unidade federativa.
Com base em precedente da Corte (ADI 2847/DF, DJU de 26.11.2004), entendeu-se que a lei impugnada
usurpou a competência privativa da União para legislar sobre sistemas de consórcios e sorteios (CF, art. 22,
XX). Ressaltou-se não estar sob análise, no entanto, a Lei estadual 3.812/66 — a que se refere o art. 1º do
aludido diploma — que teria criado a Loteria do Estado de Santa Catarina quando permitida, pela legislação
federal então vigente (Decreto-lei 6.259/44), a instituição e a exploração de loteria pelos Estados-membros.
Esclareceu-se que, embora o Decreto-lei 204/67 tenha criado o monopólio da União sobre a matéria, nos
termos de seus artigos 32 e 33, permitiu a manutenção das loterias estaduais naquela data existentes.
Concluiu-se, dessa forma, que, por força desses dispositivos, a Lei estadual 3.812/66 poderia subsistir.
ADI 2996/SC, rel. Min. Sepúlveda Pertence, 10.8.2006. (ADI-2996)

Loteria Estadual do Ceará é uma empresa privada que foi concedida pelo Estado do Ceará através da Lei
estadual 53 de novembro de 1947 e autorizada pelo Governo Federal a explorar o serviço de loteria pelo
Decreto 25.118 de 1948. Atualmente a loteria cearense tem como principal produto o Totolec Show.

TRF5 - Apelação Civel: AC 490147 CE 0019925-14.2004.4.05.8100

Constitucional. Administrativo. Ação Civil Pública. Exploração Loteria. Lei Estadual.


Criação Anterior ao Decreto-lei N. 204/67. Súmula Vinculante N. 2 do Stf.
Inaplicabilidade. Possibilidade de Exploração. Limites. Impossibilidade de Explora...

AC 490147 CE 0019925-14.2004.4.05.8100

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Relator(a): Desembargador Federal Francisco Barros Dias

Julgamento: 25/05/2010 Órgão Julgador: Segunda Turma

Publicação: Fonte: Diário da Justiça Eletrônico - Data: 02/06/2010 - Página: 481 - Ano: 2010

Ementa

CONSTITUCIONAL. ADMINISTRATIVO. AÇÃO CIVIL PÚBLICA. EXPLORAÇÃO LOTERIA. LEI ESTADUAL.


CRIAÇÃO ANTERIOR AO DECRETO-LEI N. 204/67. SÚMULA VINCULANTE N. 2 DO STF.
INAPLICABILIDADE. POSSIBILIDADE DE EXPLORAÇÃO. LIMITES. IMPOSSIBILIDADE DE EXPLORAÇÃO
POR CONCESSÃO OU OUTRA FORMA INDIRETA.
1. O Supremo Tribunal Federal, ao proferir os julgamentos que levaram à edição da Súmula Vinculante,
fez ressalva expressa no que diz respeito a loterias criadas pelos estados antes da entrada em vigor
do Decreto-Lei 204/67. 2. A situação da loteria do Ceará não se enquadra na moldura fixada pela
Súmula Vinculante n. 2, isso porque foi criada por meio da Lei n. 52, de 7 de novembro de 1947, ou
seja, em momento anterior à edição do Decreto-Lei n. 204/67.

Art. 22 VIII – Comércio Exterior

Agrotóxico: lei estadual e competência privativa da União - 1 Por reputar usurpada a competência
privativa da União para legislar sobre comércio exterior (CF, art. 22, VIII), o Plenário julgou procedente
pedido formulado em ação direita para declarar a inconstitucionalidade da Lei 12.427/2006 do Estado do Rio
Grande do Sul (“Art. 1º - Fica proibida a comercialização, a estocagem e o trânsito de arroz, trigo, feijão,
cebola, cevada e aveia e seus derivados importados de outros países, para consumo e comercialização no
Estado do Rio Grande do Sul, que não tenham sido submetidos à análise de resíduos químicos de agrotóxicos
ou de princípios ativos usados, também, na industrialização dos referidos produtos. § 1º - Compreende-se
como agrotóxicos o definido conforme a legislação federal. § 2º - O certificado ou laudo técnico será o
documento hábil para atestar a realização da inspeção de que trata o ‘caput’, de forma a evitar a presença de
toxinas prejudiciais à saúde humana. Art. 2º - Fica obrigatória a pesagem de veículo que ingresse ou trafegue
no âmbito do território do Estado, transportando os produtos, aos quais se refere o art. 1º desta Lei, destinados
à comercialização em estabelecimento ou ao consumidor final, no Estado do Rio Grande do Sul. Parágrafo
único. Quando da pesagem, será obrigatória a apresentação da documentação fiscal exigida, bem como do
documento de que trata o § 2º do art. 1º desta Lei”). ADI 3813/RS, rel. Min. Dias Toffoli, 12.2.2015. (ADI-3813)
(Informativo 774, Plenário) Agrotóxico: lei estadual e competência privativa da União - 2 O Colegiado
consignou que competiria à União a definição dos requisitos para o ingresso de produtos estrangeiros
no País, visto se tratar de típica questão de comércio exterior (CF, art. 22, VIII). Recordou que, de acordo
com a exposição de motivos da mencionada lei, a proibição em questão teria objetivo claro de evitar que a
população gaúcha consumisse produtos contaminados por agrotóxicos que, pela legislação federal, seriam
de uso proibido no País, por serem nocivos à saúde, mas que teriam uso regular na Argentina e no Uruguai.
Entretanto, em que pese a relevância das preocupações do Poder Legislativo gaúcho, a lei não
esconderia o propósito de criar requisitos especiais ao ingresso naquele Estado-membro de produtos
agrícolas provindos do exterior. Ao fazê-lo, a lei, por conseqüência lógica, restringiria a entrada desses
produtos não apenas no Rio Grande do Sul, mas em todo o País. Frisou que não seria possível compreender
a matéria como pertencente ao âmbito legislativo concorrente dos Estados-membros, sob o argumento de
tratar-se de legislação concernente à proteção da saúde dos consumidores (CF, art. 24, V e XII, §§ 1º e 2º).
Ainda que se tratasse de questão, sob certo ponto de vista, de competência concorrente (consumo e proteção
à saúde), predominariam, na hipótese, os limites da competência privativa da União para legislar sobre
comércio exterior e interestadual. No caso, a norma impugnada, ao criar um certificado estadual para os
produtos agrícolas, de modo a permitir que as próprias autoridades estaduais fiscalizassem a existência de
resíduos de agrotóxicos, teria invadido competência que seria própria das autoridades federais. ADI 3813/RS,
rel. Min. Dias Toffoli, 12.2.2015. (ADI-3813)

Art. 22 Inciso XI – ESTADO PODE LEGISLAR SOBRE O TRANSPORTE POR MEIO DE MOTO TÁXI?

"Ação direta de inconstitucionalidade. L. Distrital 3.787, de 02 de fevereiro de 2006, que cria, no âmbito
do Distrito Federal, o sistema de moto-service — transporte remunerado de passageiros com uso de
motocicletas: inconstitucionalidade declarada por usurpação da competência privativa da União para legislar
sobre trânsito e transporte (CF, art. 22, XI). Precedentes: ADIn 2.606, Pl., Maurício Corrêa, DJ 7-2-03; ADIn
3.136, 1º-8-06, Lewandowski; ADIn 3.135, 1º-8-06, Gilmar." (ADI 3.679, Rel. Min. Sepúlveda Pertence,
julgamento em 18-6-07, DJ de 3-8-07)

29
Lei do DF que obriga a iluminação interna dos veículos fechados, no período das 18h às 06h, quando se
aproximem de blitz ou barreira policial (ADI 3625, rel. Min. Cezar Peluso, 29/09/2006)

Lei de SC que isenta o pagamento de multas de trânsito (ADI 2814, rel. Min. Carlos Velloso, 05/12/2003)

Lei do MT que trata sobre o uso de película de filme solar (ADI 1704, rel. Min. Carlos Velloso,
20/09/2002)

"Lei 11.824, de 14.08.2002, do Estado do Rio Grande do Sul. Inconstitucionalidade. O disciplinamento da


colocação de barreiras eletrônicas para aferir a velocidade de veículos, por inserir-se na matéria trânsito, é
de competência exclusiva da União (art. 22, XI, da CF/1988)." (ADI 2.718, Rel. Min. Joaquim Barbosa,
julgamento em 6-4-05, DJ de 24-6-05)

Trânsito: competência legislativa privativa da União: inconstitucionalidade da lei estadual que fixa limites
de velocidade nas rodovias do Estado-Membro ou sob sua administração.” (ADI 2.582, Rel. Min. Sepúlveda
Pertence, julgamento em 19-3-03, DJ de 6-6-03)

“Ação direta de inconstitucionalidade. Lei 6.457/1993 do Estado da Bahia. Obrigatoriedade de instalação de


cinto de segurança em veículos de transporte coletivo. Matéria relacionada a trânsito e transporte.
Competência exclusiva da União (CF, art. 22, XI). Inexistência de lei complementar para autorizar os Estados
a legislar sobre questão específica, nos termos do art. 22, parágrafo único, da CF.” (ADI 874, Rel. Min. Gilmar
Mendes, julgamento em 3-2-2011, Plenário, DJE de 28-2-2011.)

ADI e Vício Formal – 2

Entendendo caracterizada a ofensa ao art. 22, XI, da CF, que estabelece ser da competência privativa
da União legislar sobre trânsito, o Tribunal julgou procedente pedido formulado em ação direta proposta pelo
Procurador-Geral da República para declarar a inconstitucionalidade da Lei 11.766/97, do Estado do Paraná,
que impõe que os veículos automotores transitem permanentemente com os faróis acessos nas rodovias
do referido Estado-membro. ADI 3055/PR, rel. Min. Carlos Velloso, 24.11.2005. (ADI-3055)

“Ação direta. Arts. 1º e 2º da Lei n. 3.680/2005, do Distrito Federal. Competência legislativa.


Trânsito. Serviço público. Transporte coletivo urbano. Veículos. Provisão de dispositivos redutores
de estresse e cansaço físico a motoristas e cobradores. Obrigação das permissionárias de garantir
descanso e prática de exercícios físicos. Inadmissibilidade. Competências legislativas exclusivas da
União. Ofensa aparente ao art. 22, incs. I e XI, da CF. Liminar concedida. Precedentes. Aparenta
inconstitucionalidade, para efeito de liminar, a lei distrital ou estadual que dispõe sobre
obrigatoriedade de equipar ônibus usados no serviço público de transporte coletivo com dispositivos
redutores de estresse a motoristas e cobradores e de garantir-lhes descanso e exercícios físicos.”
(ADI 3.671-MC, Rel. Min. Cezar Peluso, julgamento em 28-8-08, Plenário, DJE de 28-11-08)

"Trânsito: idade mínima para habilitação a conduzir veículo automotor: matéria de competência privativa
da União: inconstitucionalidade de legislação estadual a respeito." (ADI 476, Rel. Min. Sepúlveda Pertence,
julgamento em 18-2-99, DJ de 9-4-99)

Art. 22 Inciso XVI – SINE – Art. 5 º XIII

“Profissionais fisioterapeutas e terapeutas ocupacionais. Carga horária. Lei 8.856/1994. Competência


privativa da União para legislar sobre condições de trabalho.” (ARE 758.227-AgR, rel. min. Cármen Lúcia,
julgamento em 29-10-2013, Segunda Turma, DJE de 4-11-2013.)

Art. 22 Inciso XX

Súmula Vinculante 02 - STF

É INCONSTITUCIONAL A LEI OU ATO NORMATIVO ESTADUAL OU DISTRITAL QUE DISPONHA


SOBRE SISTEMAS DE CONSÓRCIOS E SORTEIOS, INCLUSIVE BINGOS E LOTERIAS.

ADI e Sistema de Sorteios

30
Aplicando o entendimento fixado pela Corte em diversos precedentes no sentido de que compete
privativamente à União legislar sobre sistema de sorteios (CF, art. 22, XX), o Tribunal, por maioria, julgou
procedente pedido de ação direta ajuizada pelo Governador do Estado de São Paulo para declarar a
inconstitucionalidade da Lei estadual 12.519/2007, que “proíbe a instalação, utilização, manutenção, locação,
guarda ou depósito de máquinas caça-níqueis, de vídeo-bingo, vídeo-pôquer e assemelhadas, em bares,
restaurantes e similares”. Vencido o Min. Marco Aurélio que julgava o pedido improcedente, reportando-se
aos fundamentos do voto que proferira no julgamento da ADI 2847/DF (DJU de 26.11.2004).
ADI 3895/SP, rel. Min. Menezes Direito, 4.6.2008. (ADI-3895)

Art. 22 Inciso XX

" L. est. 11.348, de 17 de janeiro de 2000, do Estado de Santa Catarina, que dispõe sobre serviço de
loterias e jogos de bingo: inconstitucionalidade formal declarada, por violação do art. 22, XX, da Constituição
Federal, que estabelece a competência privativa da União para dispor sobre sistemas de sorteios. Não está
em causa a L. est. 3.812/99, a qual teria criado a Loteria do Estado de Santa Catarina, ao tempo em que
facultada, pela legislação federal, a instituição e a exploração de loterias pelos Estados membros." (ADI 2.996,
Rel. Min. Sepúlveda Pertence, julgamento em 10-8-06, DJ de 29-9-06). No mesmo sentido: ADI 3.147, Rel.
Min. Carlos Britto, julgamento em 10-8-06, DJ de 22-9-06, ADI 3.277, Rel. Min. Sepúlveda Pertence,
julgamento em 2-4-07, DJ de 25-5-07.

Art. 22 Inciso XXIV – vide at. 24 IX

Art. 22 Inciso XXVI

"Energia nuclear. Argüição de inconstitucionalidade de preceito de Constituição estadual, que subordina a


construção, no respectivo território, de instalações industriais para produção de energia nuclear à autorização
da Assembléia Legislativa, ratificada por plebiscito. Alegação de ofensa à competência privativa da União
(CF, art. 21, XXIII). Mantida a competência exclusiva da União para legislar sobre atividades nucleares de
qualquer natureza (CF, art. 22, XXVI), aplicáveis ao caso os precedentes da Corte produzidos sob a égide da
CF de 1967. Ao estabelecer a prévia aprovação da Assembléia Legislativa estadual, ratificada por plebiscito,
como requisito para a implantação de instalações industriais para produção de energia nuclear no Estado,
invade a Constituição catarinense a competência legislativa privativa da União." (ADI 329, Rel. Min. Ellen
Gracie, julgamento em 1-4-2004, Plenário, DJ de 28-5-2004.) No mesmo sentido: ADI 1.575, Rel. Min.
Joaquim Barbosa, julgamento em 7-4-2010, Plenário, DJE de 11-6-2010.

Art. 22 Inciso XXIX – PROPAGANDA COMERCIAL

Administração municipal e publicidade de bebidas alcoólicas ou de cigarros - 2 A Segunda Turma, em


conclusão de julgamento e por maioria, deu provimento a recurso extraordinário interposto contra acórdão
que declarava a inconstitucionalidade da Lei 12.643/1998 do Município de São Paulo. De iniciativa
parlamentar, o normativo veda a realização, em bens imóveis do Município, de eventos patrocinados ou
copatrocinados por empresas produtoras, distribuidoras, importadoras ou representantes de bebidas
alcoólicas ou de cigarros, com a utilização de propaganda — v. Informativo 381. O recorrente alegava que as
hipóteses de iniciativa legislativa do prefeito para deflagrar o processo legislativo no Município deveriam ser
interpretadas de forma restritiva e não ampliativa, sob pena de afronta ao princípio da harmonia e
independência entre os Poderes. 8 Para o Colegiado, a Lei 12.643/1998 não invadiu a esfera de atribuição
própria do Poder Executivo. A competência do prefeito para exercer a administração do patrimônio
municipal não impede que o Poder Legislativo estabeleça, mediante lei, limitações à realização, em
imóveis do Município, de eventos patrocinados por empresas ligadas ao comércio de cigarros e de
bebidas alcoólicas. Além disso, consignou que a realização de eventos não se enquadra nas
atividades de mera administração dos bens públicos, sendo legítima sua regulamentação por lei. A
Turma decidiu, ainda, que não houve desrespeito ao art. 22, XXIX, da Constituição Federal — que
atribui à União a competência privativa para legislar sobre propaganda comercial. A Lei municipal
12.643/1998 não limita a veiculação de propagandas comerciais por distribuidoras de cigarro e de
bebidas alcoólicas, mas apenas proíbe a realização, em imóveis do Município, de eventos
patrocinados por empresas envolvidas no comércio dessas substâncias. Concluiu, dessa forma, que
a restrição imposta pela lei local recai sobre a Administração Pública municipal e não sobre as
empresas comercializadoras de cigarros e bebidas alcoólicas, encontrando-se, por conseguinte, no
âmbito de competência do Poder Legislativo local. Vencida a ministra Ellen Gracie (relatora), que negava
provimento ao recurso. RE 305470/SP, rel. orig. Min. Ellen Gracie, rel. p/ o ac. Min. Teori Zavascki,
18.10.2016. (RE-305470) (Informativo 844, 2ª Turma)

31
COMPETÊNCIA COMUM – Inclui o Município – também chamada Competência Horizontal.

Atuação PARALELA dos entes federativos.

Art. 23 Inciso XII – Vide art. 22 XI

COMPETÊNCIA CONCORRENTE – Também chamada de Competência Vertical

Art. 24 Inciso I – Vide art. 22 inciso I

Competência para legislar sobre direito tributário

A competência para legislar sobre direito tributário está estabelecida no artigo 24 da Constituição
Federal. Essa competência diverge da competência tributária, pois esta se refere à competência para instituir
o tributo e aquela se refere ao poder de estabelecer normas gerais em matéria tributária, conferida à União,
estados e Distrito Federal.

Repare que, em princípio, os municípios não têm competência para legislar sobre direito
tributário, porém, de acordo com o artigo 30, inciso I da CF, os municípios têm competência para
legislar sobre assuntos de interesse local, e de suplementar a legislação federal e estadual, no que for
cabível, conforme CF art. 30, inc. II. Esses fatos trazem à discussão a competência de o município poder
legislar sobre Direito Tributário na ausência de normas gerais da União em matéria tributária.

Tal matéria foi objeto do concurso para fiscal de rendas do Estado do Rio de Janeiro que ocorreu em
2010.

Art. 24 Inciso III – Vide art. 22 Inciso I – direito comercial

Jurisprudência do STF

Art. 24 – Inciso V

2006 – TRANSGÊNICOS - Lei 14.861/05, do Estado do Paraná. Informação quanto à presença de


organismos geneticamente modificados em alimentos e ingredientes alimentares destinados ao consumo
humano e animal. Lei federal 11.105/05 e Decretos 4.680/03 e 5.591/05. Competência legislativa concorrente
para dispor sobre produção, consumo e proteção e defesa da saúde. Art. 24, V e XII, da Constituição Federal.
(...) Ocorrência de substituição – e não suplementação – das regras que cuidam das exigências,
procedimentos e penalidades relativos à rotulagem informativa de produtos transgênicos por norma estadual
que dispôs sobre o tema de maneira igualmente abrangente. Extrapolação, pelo legislador estadual, da
autorização constitucional voltada para o preenchimento de lacunas acaso verificadas na legislação federal.
Precedente:, Rel. Min. Gilmar Mendes, DJ 14/10/05.", Rel. Min. Ellen Gracie, DJ 01/09/06).

Art. 24 – Inciso VI - Competência legislativa dos Municípios e Direito Ambiental

Os Municípios podem legislar sobre Direito Ambiental, desde que o façam fundamentadamente. Com
base nesse entendimento, a Segunda Turma negou provimento a agravo regimental. A Turma afirmou que
os Municípios podem adotar legislação ambiental mais restritiva em relação aos Estados-Membros e à União.
No entanto, é necessário que a norma tenha a devida motivação. ARE 748206 AgR/SC, rel Min. Celso de
Mello, julgamento em 14.3.2017. (ARE-748206) (Informativo 857, 2ª Turma)

Meio ambiente e poluição: competência municipal

O Município tem competência para legislar sobre meio ambiente e controle da poluição, quando se tratar de
interesse local. Com esse entendimento, o Plenário, em conclusão de julgamento e por maioria, negou
provimento a recurso extraordinário em que se debateu a competência dos Municípios para legislar sobre
proteção do meio ambiente e controle da poluição. Cuida-se, na espécie, de recurso extraordinário contra
acórdão de tribunal estadual que, ao julgar apelação em mandado de segurança, reconheceu a legitimidade
de legislação municipal com base na qual se aplicaram multas por poluição do meio ambiente,
decorrente da emissão de fumaça por veículos automotores no perímetro urbano (vide Informativos
347, 431 e 807).

32
No mérito, o Plenário considerou que as expressões “interesse local”, do art. 30, I, da Constituição Federal
(CF), e “peculiar interesse”, das Constituições anteriores, se equivalem e não significam interesse exclusivo
do Município, mas preponderante. Assim, a matéria é de competência concorrente (CF, art. 24, VI), sobre a
qual a União expede normas gerais. Os Estados e o Distrito Federal editam normas suplementares e, na
ausência de lei federal sobre normas gerais, editam normas para atender a suas peculiaridades (2). Por sua
vez, os Municípios, com base no art. 30, I e II, da CF (3), legislam naquilo que for de interesse local,
suplementando a legislação federal e a estadual no que couber. RE 194704/MG, rel. Min. Carlos Velloso,
11.11.2015. (RE-194704)

Art. 24 – Inciso IX

2005 - Lei do estado da Bahia a respeito da adoção de material escolar e livros didáticos pelos
estabelecimentos particulares de ensino. Lei constitucional (ADI 1266, rel. Min. Eros Grau, 23/09/2005).

Art. 24 - Inciso XII - Defesa da Saúde

“Lei Distrital. Notificação mensal à secretaria de saúde. Casos de câncer de pele. Obrigação imposta
a médicos públicos e particulares. admissibilidade. Saúde pública. Matéria inserida no âmbito de competência
comum e concorrente do Distrito Federal. Arts. 23, II, e 24, XII, da CF. Responsabilidade civil dos profissionais
da saúde. Matéria de competência exclusiva da união. art. 22, I.(...) Dispositivo de lei distrital que obriga os
médicos públicos e particulares do Distrito Federal a notificarem a Secretaria de Saúde sobre os casos de
câncer de pele não é inconstitucional. Matéria inserida no âmbito da competência da União, Estados e
Distrito Federal, nos termos do art. 23, II, da Constituição Federal. Exigência que encontra abrigo
também no art. 24, XII, da Carta Magna, que atribui competência concorrente aos referidos entes
federativos para legislar sobre a defesa da saúde. Dispositivo da lei distrital que imputa responsabilidade
civil ao médico por falta de notificação caracteriza ofensa ao art. 22, I, da CF, que consigna ser competência
exclusiva da União legislar acerca dessa matéria. (...).” (ADI 2.875, Rel. Min. Ricardo Lewandowski,
julgamento em 4-6-08, Plenário, DJE de 20-6-08)

Art. 24 – inciso XIV

Transporte coletivo intermunicipal. Exigência de adaptação dos veículos. Matéria sujeita ao


domínio da legislação concorrente. Possibilidade de o Estado-Membro exercer competência legislativa plena.
Medida cautelar deferida por despacho. Referendo recusado pelo Plenário.” (, Rel. Min. Celso de Mello, DJ
24/10/97).

EXEMPLO DE MATÉRIA ESPECÍFICA SEGUNDO O STF (COMPETÊNCIA CONCORRENTE) Art. 24 3º

Competência concorrente para legislar sobre educação Lei editada por Estado-membro, que disponha sobre
número máximo de alunos em sala de aula na educação infantil, fundamental e média, não usurpa a
competência da União para legislar sobre normas gerais de educação (CF, art. 24, IX, e § 3º). Com base
nessa orientação, o Plenário julgou improcedente pedido formulado em ação direta de inconstitucionalidade
ajuizada em face das alíneas a, b e c do inciso VII do art. 82 da LC 170/1998 do Estado de Santa Catarina. A
Corte destacou a necessidade de rever sua postura “prima facie” em casos de litígios constitucionais em
matéria de competência legislativa, de forma a prestigiar as iniciativas regionais e locais, a menos que
ofendam norma expressa e inequívoca da Constituição. Pontuou que essa diretriz se ajustaria à noção de
federalismo como sistema que visaria a promover o pluralismo nas formas de organização política. Asseverou
que, em matéria de educação, a competência da União e dos Estados-membros seria concorrente. Aduziu
que, com relação às normas gerais, os Estados-membros e o Distrito Federal possuiriam competência
suplementar (CF, art. 24, § 2º) e a eles caberia suprir lacunas. Frisou a necessidade de não se ampliar a
compreensão das denominadas normas gerais, sob pena de se afastar a autoridade normativa dos entes
regionais e locais para tratar do tema. Enfatizou que o limite máximo de alunos em sala de aula seria questão
específica relativa à educação e ao ensino e, sem dúvida, matéria de interesse de todos os entes da
federação, por envolver circunstâncias peculiares de cada região. Ademais, a sistemática normativa estadual
também seria compatível com a disciplina federal sobre o assunto, hoje fixada pela Lei 9.394/1996, que
estabelece “as diretrizes e bases da educação nacional”. Em seu art. 25, a lei federal deixaria nítido espaço
para atuação estadual e distrital na determinação da proporção professor e aluno dos sistemas de ensino.
Possibilitaria, assim, que o sistema estadual detalhasse de que maneira a proporção entre alunos e
professores se verificaria no âmbito local. Sob o prisma formal, portanto, a Lei 9.394/1996 habilitaria a edição
de comandos estaduais como os previstos nas alíneas a, b, e c do inciso VII do art. 82 da LC 170/1998 do

33
Estado de Santa Catarina. Sob o ângulo material, a lei catarinense ainda apresentaria evidente diretriz de
prudência ao criar uma proporção aluno professor que se elevaria à medida que aumentasse a idade dos
alunos. ADI 4060/SC, rel. Min. Luiz Fux, 25.2.2015. (ADI-4060)

DICA PARA CONCURSO – Tema: COMPETÊNCIA – TRÂNSITO E TRANSPORTE

• Transporte INTERESTADUAL E INTERNACIONAL – EXCLUSIVA UNIÃO – (art. 21 XII);


• Diretrizes da POLÍTICA NACIONAL de transportes – EXCLUSIVA UNIÃO – (art. 22 IX);
• TRANSPORTE (amplo) – EXCLUSIVA UNIÃO – (art. 22 XI);
• POLÍTICA DE EDUCAÇÃO PARA SEGURANÇA NO TRÂNSITO – COMUM – UNIÃO, ESTADO/DF
– art. 23 XII);
• TRANSPORTECOLETIVO LOCAL – EXCLUSIVA MUNICÍPIO – (art. 30 V);
• TRANSPORTE INTERMUNICIPAL – REMANESCENTE ESTADO – (art. 25 § 1º)

NOTA DE AULA 05 – DOS ESTADOS MEMBROS (CAPACIDADE), DOS MUNICÍPIOS (CAPACIDADE E


COMPETÊNCIA), DO DISTRITO FEDERAL E DOS TERRITÓRIOS
PROFESSOR: GILBERTO FROTA
DISCIPLINA: DIREITO CONSTITUCIONAL II

Roteiro de aula - DOS ESTADOS MEMBROS (CAPACIDADE), DOS MUNICÍPIOS (CAPACIDADE


E COMPETÊNCIA), DO DISITRITO FEDERAL E DOS TERRITÓRIOS.

DOS ESTADOS MEMBROS

1) CAPACIDADES COMPREENDIDAS NA AUTONOMIA DOS ESTADOS

1.a) Auto-Legislação (para alguns autores também chamada de auto-organização) – (art. 25) – fazer sua
própria Constituição
1.a.1) Poder Constituinte Derivado Decorrente
1.a.2) Princípio da Simetria Constitucional – (art. 25 caput)
1.a.3) A questão da edição Medida Provisória pelo Estado – STF (art. 25 § 2º)
1.a.4) Competência remanescente dos estados – (art. 25 § 1º)
1.a.5) Competências expressas dos estados (exceção) – (art. 25 § 2º e 3º)
1.b) Capacidade de Auto-Governo (art. 27 e art. 28)

DOS MUNICÍPIOS

2) CAPACIDADE DE AUTO-ORGANIZAÇÃO (art. 29)

34
* Não possui poder constituinte derivado decorrente; Na elaboração da Lei Orgânica não há
participação do chefe do Executivo;
* Princípio da Simetria constitucional – devem ser observados os princípios da Constituição Estadual
e Federal;

3) CONTROLE EXTERNO DO MUNICÍPIO– (art. 31) – funções típicas: legislar e fiscalizar.

4) TRIBUNAL DE CONTAS MUNICIPAL – (art. 31 § 2º e § 4º)

5) JURISPRUDÊNCIA DO STF

6) INCIATIVA POPULAR NOS MUNICÍPIOS – (art. 29 XII)

7) PRERROGATIVA DE FORO DO PREFEITO – (art. 29 X) -Somente no caso de infrações PENAIS.

7.a) Prefeito e crime doloso contra a vida – (art. 29, X ou art 5º XXXVIII?) – TJ – princípio da
especialidade.

7.b) Prefeito e crime eleitoral – julgado pelo TRE

7.c) Prefeito e crimes praticados contra bens, serviços ou interesses da União.

7.c.1) SÚMULA 208 – STJ

8) COMPETÊNCIA DOS MUNICÍPIOS – (art. 30)

DO DISTRITO FEDERAL

9) ORIGEM

10) NATUREZA JURÍDICA

11) COMPETÊNCIA CUMULATIVA – art. 32 § 1º

DOS TERRITÓRIOS

12) NATUREZA JURÍDICA

13) GOVERNADOR (nomeado) DO TERRITÓRIO (art. 84 XIV, art. 52 III, c, art. 33 § 3º)

14) NÚMERO DE HABITANTES DO TERRITÓRIO – (art. 33 § 3º)

15) CONTROLE EXTERNO DO TERRITÓRIO – (art. Art. 33 § 2º)

16) CAPACIDADE LEGISLATIVA DO TERRITÓRIO – (art. 33 caput)

17) POSSIBILIDADE DE DIVISÃO DO TERRITÓRIO EM MUNICÍPIOS– (art. 33 §1º)

DOS ESTADOS MEMBROS

1) CAPACIDADES COMPREENDIDAS NA AUTONOMIA DOS ESTADOS


1.a) Auto-Legislação (para alguns autores também chamada de auto-organização) – (art. 25)

Capacidade que detêm os estados de inovarem na ordem jurídica, dentro da distribuição de competências
traçadas pela CF/88, Criando suas próprias LEIS E CONSTITUIÇÃO.

1.a.1) Poder Constituinte Derivado Decorrente

É aquele que detêm o ESTADO para elaboração de sua própria Constituição.

OBS. Os Municípios não possuem Poder Constituinte Decorrente (leis Orgânicas)

1.a.2) Princípio da Simetria Constitucional – (art. 25 caput)

35
Significa dizer que os estados ao organizarem sua Constituição, devem obediência aos princípios
estabelecidos pela CF/88.

1.a.3) A questão da edição Medida Provisória pelo Estado – STF (art. 25 § 2º)

É possível a adoção por parte do estado de MP desde que haja previsão na constituição estadual e
observância dos princípios e limitações impostas pelo modelo federal.

Art. 25 § 2° - Jurisprudência do STF

Ação direta de inconstitucionalidade. Artigo 51 e parágrafos da Constituição do Estado de Santa Catarina.


Adoção de medida provisória por estado-membro. Possibilidade. Artigos 62 e 84, XXVI da Constituição
Federal. Emenda constitucional 32, de 11-9-01, que alterou substancialmente a redação do art. 62.
Revogação parcial do preceito impugnado por incompatibilidade com o novo texto constitucional. Subsistência
do núcleo essencial do comando examinado, presente em seu caput. Aplicabilidade, nos estados-membros,
do processo legislativo previsto na Constituição Federal. Inexistência de vedação expressa quanto às medidas
provisórias. Necessidade de previsão no texto da carta estadual e da estrita observância dos princípios
e limitações impostas pelo modelo federal. Não obstante a permanência, após o superveniente advento
da Emenda Constitucional 32/01, do comando que confere ao Chefe do Executivo Federal o poder de adotar
medidas provisórias com força de lei, tornou-se impossível o cotejo de todo o referido dispositivo da Carta
catarinense com o teor da nova redação do art. 62, parâmetro inafastável de aferição da inconstitucionalidade
argüida. Ação direta prejudicada em parte." (ADI 2.391, Rel. Min. Ellen Gracie, DJ de 16-3-07). No mesmo
sentido: ADI 425, julgamento em 16-8-03, Rel. Min. Maurício Corrêa, julgamento em 4-9-02, DJ de 19-
12-03

1.a.4) Competência remanescente dos Estados – (art. 25 § 1º)

Toda competência que sobre depois de analisarmos as competências da União e dos Municípios.

• Transporte Intermunicipal – REMANESCENTE DO ESTADO (Transporte INTERESTADUAL E


INTERNACIONAL – EXCLUSIVA UNIÃO – (art. 21 XII) / TRANSPORTE COLETIVO LOCAL –
EXCLUSIVA MUNICÍPIO – (art. 30 V);

"Os Estados-Membros são competentes para explorar e regulamentar a prestação de serviços de


transporte intermunicipal. (...) A prestação de transporte urbano, consubstanciando serviço público de
interesse local, é matéria albergada pela competência legislativa dos Municípios, não cabendo aos Estados-
Membros dispor a seu respeito." (ADI 2.349, Rel. Min. Eros Grau, julgamento em 31-8-05, Plenário, DJ de 14-
10-05). No mesmo sentido: ADI 845, Rel. Min. Eros Grau, julgamento em 22-11-07, DJE de 7-3-08; RE
549.549-AgR, Rel. Min. Ellen Gracie, julgamento em 25-11-08, Plenário, DJE de 19-12-08.

1.a.5) Competências Expressas dos Estados (exceções) – (art. 25 § 2º e 3º)

1.b) Capacidade de Auto-Governo (art. 27 e art. 28)

DOS MUNICÍPIOS

2) CAPACIDADE DE AUTO-ORGANIZAÇÃO (art. 29) – Não possui poder constituinte derivado


decorrente; Princípio da Simetria constitucional – devem ser observados os princípios da Constituição
Estadual e Federal;

Eleição do Prefeito

Segundo o art. 29, II da CF/88, as eleições para Prefeito seguirão as mesmas regras definidas
constitucionalmente para a eleição do Presidente da República se o Município tiver mais de duzentos mil
eleitores (e não habitantes).

I) Municípios com até duzentos mil eleitores → não há segundo turno (independentemente da
diferença de votos entre os dois candidatos a prefeito mais votados);

36
II) Municípios com mais de duzentos mil eleitores → se não obtida a maioria absoluta por um candidato
no primeiro turno, far-se-á segundo turno, seguindo-se as mesmas regras fixadas para a eleição do Presidente
da República (CF, art. 77).

3) CONTROLE EXTERNO – (art. 31) – funções típicas: legislar e fiscalizar

4) TRIBUNAL DE CONTAS MUNICIPAL – (art. 31 § 2º e § 4º)

5) JURISPRUDÊNCIA DO STF

Extinção de Tribunais de Contas dos Municípios

2017 - A Constituição Federal não proíbe a extinção de Tribunais de Contas dos Municípios.

Esse é o entendimento do Plenário que, por maioria, julgou improcedente pedido formulado em ação direta
de inconstitucionalidade ajuizada contra emenda à Constituição do Estado do Ceará, que extinguiu o Tribunal
de Contas dos Municípios desse ente federado. Os Estados, considerada a existência de tribunal de contas
estadual e de tribunais de contas municipais, podem optar por concentrar o exame de todas as despesas em
apenas um órgão, sem prejuízo do efetivo controle externo. O meio adequado para fazê-lo é a promulgação
de norma constitucional local. ADI 5763/CE, rel. Min. Marco Aurélio, julgamento em 26.10.2017. (ADI-5763)
26/10/2017. Informativo 883)

Art. 31 § 2º

2005 – APROVAÇÃO DAS CONTAS DO PREFEITO - Aprovação de contas e responsabilidade


penal: a aprovação pela Câmara Municipal de contas de Prefeito não elide a responsabilidade deste por atos
de gestão. (...)” (,Rel. Min. Sepúlveda Pertence, DJ 01/07/05)

2004 - JULGAMENTO DAS CONTAS DO PREFEITO E CONTRADITÓRIO - "Julgamento das contas


do Prefeito Municipal. Poder de controle e de fiscalização da Câmara de Vereadores (CF, art. 31).
Procedimento de caráter político-administrativo. Necessária observância da cláusula da plenitude de defesa
e do contraditório (CF, art. 5º, LV). Imprescindibilidade da motivação da deliberação emanada da Câmara
Municipal. Doutrina. Precedentes. Transgressão, no caso, pela Câmara de Vereadores, dessas garantias
constitucionais. Situação de ilicitude caracterizada. Conseqüente invalidação da deliberação parlamentar." (,
Rel. Min. Celso de Mello, DJ 22/04/04)

NOVO 2016: O parecer técnico elaborado pelo Tribunal de Contas tem natureza meramente
opinativa, competindo exclusivamente à Câmara de Vereadores o julgamento das contas anuais do Chefe do
Poder Executivo local, sendo incabível o julgamento ficto das contas por decurso de prazo. Essa a tese fixada
por decisão majoritária do Plenário em conclusão de julgamento de recurso extraordinário no qual se discutia
a competência exclusiva da câmara municipal para o julgamento das contas de prefeito e, por conseqüência,
a natureza jurídica do parecer prévio do tribunal de contas – v. Informativos 833 e 834. [RE 729.744, rel. min.
Gilmar Mendes, j. 17-8-2016, P, Informativo 835, com repercussão geral.]

Art. 31 § 4º

2006 – O TRIBUNAL DE CONTAS DO MUNICÍPIO É ÓRGÃO ESTADUAL, MAS AUXILIA A CÂMARA DE


VEREADORES - Municípios e Tribunais de Contas. A Constituição da República impede que os Municípios
criem os seus próprios Tribunais, Conselhos ou órgãos de contas municipais (CF, art. 31, § 4º), mas permite
que os Estados-Membros, mediante autônoma deliberação, instituam órgão estadual denominado Conselho
ou Tribunal de Contas dos Municípios (RTJ 135/457, Rel. Min. Octavio Gallotti — ADI 445/DF, Rel. Min. Néri
da Silveira), incumbido de auxiliar as Câmaras Municipais no exercício de seu poder de controle externo (CF,
art. 31, § 1º). Esses Conselhos ou Tribunais de Contas dos Municípios — embora qualificados como órgãos
estaduais (CF, art. 31, § 1º) — atuam, onde tenham sido instituídos, como órgãos auxiliares e de cooperação
técnica das Câmaras de Vereadores. A prestação de contas desses Tribunais de Contas dos Municípios, que
são órgãos estaduais (CF, art. 31, § 1º), há de se fazer, por isso mesmo, perante o Tribunal de Contas do
próprio Estado, e não perante a Assembléia Legislativa do Estado-Membro. Prevalência, na espécie, da
competência genérica do Tribunal de Contas do Estado (CF, art. 71, II, c/c o art. 75).” (, Rel. Min. Celso de
Mello, DJ 10/02/06)

6) INCIATIVA POPULAR NOS MUNICÍPIOS – (art. 29 XII)

37
7) PRERROGATIVA DE FORO DO PREFEITO – (art. 29 X)

Somente no caso de infrações PENAIS.

7.a) Prefeito e crime doloso contra a vida – (art. 29, X ou art 5º XXXVIII?)

Tendo em vista o princípio da ESPECIALIDADE, aplica-se o art. 29 X e a competência é do Tribunal


de Justiça.

7.b) Prefeito e crime eleitoral – julgado pelo TRE

7.c) Prefeito e crimes praticados contra bens, serviços ou interesses da União

7.c.1) SÚMULA 208 – STJ


“Compete à Justiça Federal processar e julgar prefeito municipal por desvio de verba sujeito
à prestação de contas perante órgão federal”. – quem julga é o TRF

8) COMPETÊNCIA DOS MUNICÍPIOS – (art. 30)

Jurisprudência do STF

Art. 30 – inciso I

2006 – TEMPO DE FILA EM BANCO - "Distrito Federal: competência legislativa para fixação de tempo
razoável de espera dos usuários dos serviços de cartórios. A imposição legal de um limite ao tempo de espera
em fila dos usuários dos serviços prestados pelos cartórios não constitui matéria relativa à disciplina dos
registros públicos, mas assunto de interesse local, cuja competência legislativa a Constituição atribui aos
Municípios (...)." (, Rel. Min. Sepúlveda Pertence, DJ 27/10/06)

2006 – PORTA ELETRÔNICACOM DETECTOR DE METAIS, CADEIRA PARA ESPERA E BANHEIROS,


VIDROS À PROVA DE BALA -"O Município pode editar legislação própria, com fundamento na autonomia
constitucional que lhe é inerente (CF, art. 30, I), com objetivo de determinar, às instituições financeiras, que
instalem, em suas agências, em favor dos usuários dos serviços bancários (clientes ou não), equipamentos
destinados a proporcionar-lhes segurança (tais como portas eletrônicas e câmaras filmadoras) ou a propiciar-
lhes conforto, mediante oferecimento de instalações sanitárias, ou fornecimento de cadeiras de espera, ou
colocação de bebedouros, ou, ainda, prestação de atendimento em prazo razoável, com a fixação de tempo
máximo de permanência dos usuários em fila de espera. Precedentes." (RE 251.542, Rel. Min. Celso de
Mello, Informativo 394)

Expedição de alvarás para o funcionamento de estabelecimentos comerciais que trabalhem com serviços
funerários (STF, RE na 387.990/SP)

2015 - Competência do município para legislar em matéria de segurança em estabelecimentos financeiros.


Terminais de auto-atendimento. [ARE 784.981 AgR, rel. min. Rosa Weber, j. 17-3-2015, 1ª T, DJE de 7-4-
2015.]

Art. 30 Inciso V

"Os serviços funerários constituem serviços municipais, dado que dizem respeito com necessidades
imediatas do Município. CF, art. 30, V." (ADI 1.221, Rel. Min. Carlos Velloso, julgamento em 9-10-03, DJ
de 31-10-03)

DO DISTRITO FEDERAL

9) ORIGEM

Antigo Município NEUTRO, que era sede da corte e capital do IMPÉRIO.

10) NATUREZA JURÍDICA

38
Não é mais uma autarquia territorial como era disciplinado na Constituição anterior e sim uma
PESSOA JURÍDICA DE DIREITO PÚBLICO INTERNO sendo uma ENTIDADE FEDERATIVA COM
AUTONOMIA PARCIALEMTNE TUTELADA.

11) COMPETÊNCIA – art. 32 § 1º

Possui competência MISTA tanto aquelas atribuídas aos ESTADOS quanto aquelas atribuídas aos
MUNICÍPIOS. Ex de competência dos Municípios atribuída ao DF, art. 147 CF.

DOS TERRITÓRIOS

12) NATUREZA JURÍDICA

São DESCENTRALIZAÇÕES ADMINISTRATIVO-TERRITORIAIS integrantes da União, não


compondo a Federação brasileira. Segundo o STF são possuem natureza de AUTARQUIA TERRITORIAL.

13) GOVERNADOR (nomeado) DO TERRITÓRIO (art. 84 XIV, art. 52 III, c, art. 33 § 3º)

INDEPENDENTEMENTE do número de habitantes, o Território terá governador nomeado pelo


Presidente da República com aprovação prévia do Senado Federal

14) NÚMERO DE HABITANTES DO TERRITÓRIO – (art. 33 § 3º) (Art. 84 XIV, Art. 52 III c)

O número de habitantes do território tem influência na criação do Poder Judiciário de primeira e


segunda instância , bem como do Ministério Público e Defensores Públicos Federais.

15) CONTROLE EXTERNO DO TERRITÓRIO – (art. Art. 33 § 2º)

16) CAPACIDADE LEGISLATIVA DO TERRITÓRIO – (art. 33 caput)

Pelo fato dos territórios serem autarquias territoriais pertencentes à União, NÃO possuem capacidade
de auto-legislação. A LEI FEDERAL é quem vai disciplinar a respeito da organização administrativa e judiciária
dos Territórios.

17) POSSIBILIDADE DE DIVISÃO DO TERRITÓRIO EM MUNICÍPIOS– (art. 33 §1º)

Quando os territórios são divididos em Municípios, estes sim, são entidades federativas.

NOTA DE AULA 06 – DA INTERVENÇÃO


PROFESSOR: GILBERTO FROTA
DISCIPLINA: DIREITO CONSTITUCIONAL II

Roteiro de aula - DA INTERVENÇÃO

1) CONCEITO

2) FINALIDADE

3) REGRA GERAL – Não intervenção; Norma restritiva de direitos; hipóteses taxativas – art. 34 caput e
art. 35 caput

4) INTERPRETAÇÃO RESTRITA - Ex. não se admite a intervenção da União em um Município situado


em um estado haja vista FALTA de previsão constitucional.

5) ESPÉCIES DE INTERVENÇÃO

5.a) Intervenção Federal, Execução Federal ou Coação Federal – art. 34


5.b) Intervenção Estadual – art. 35

39
6) COMPETÊNCIA PARA DECRETAR INTERVENÇÃO – Federal – Presidente da República – art. 84
X e estadual – Governador do Estado (simetria constitucional).

7) INTERVENÇÃO FEDERAL DISCRICIONNÁRIA OU ESPONTÂNEA – art. 36 I

8) INTERVENÇÃO FEDERAL VINCULADA – art. 36 II

9) HIPÓTESES DE INTERVENÇÃO FEDERAL – art. 34

9.a) Defesa do Estado - (art. 34 I e II)


9.b) Defesa do Princípio Federativo – (art. 34, II, III e IV)
9.c) Defesa da Ordem Constitucional – (art. 34 VI e VII)

10) PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS SENSÍVEIS – art. 34 VII

11) FORMAS E LIMITES DA INTERVENÇÃO FEDERAL – art. 36 § 1º

12) CONTROLE POLÍTICO – Do Congresso Nacional ou da Assembléia Legislativa - (art. 36 § 3° e


art. 49 IV)

13) DURAÇÃO DA INTERVENÇÃO – (art. 36 § 4)

DA INTERVENÇÃO

1) CONCEITO

É a INTERFERÊNCIA de uma entidade federativa em outra, com invasão da esfera de competências


constitucionais atribuídas aos estados-membros ou aos Municípios.

2) FINALIDADE

A intervenção visa proteger o EQUILÍBRIO FEDERATIVO existente entre as entidades federativas: União,
Estados, DF e Municípios.

3) REGRA GERAL – Não intervenção; Norma restritiva de direitos; hipóteses taxativas – art. 34
caput e art. 35 caput

A regra geral é a NÃO-INTERVENÇÃO em entidades federativas, em respeito à autonomia de


cada um dos entes componentes do estado Federal.

4) INTERPRETAÇÃO RESTRITA - Ex. não se admite a intervenção da União em um Município


situado em um estado haja vista FALTA de previsão constitucional.

Por tratar-se de uma NORMA RESTRITIVA DE DIREITOS deve ser interpretada RESTRITIVAMENTE,
por isso só se admite a intervenção nos casos EXPRESSAMENTE PREVISTOS na CF/88. Ex. não se admite
a intervenção da União em um Município situado em um estado haja vista FALTA de previsão constitucional.

4.a) Jurisprudência do STF

“....a intervenção federal, na realidade, configura expressivo elemento de estabilização da ordem


normativa plasmada na Constituição da república.” (STF. 608-9-RS, rel. min. Celso de Mello, 1998)

5) ESPÉCIES DE INTERVENÇÃO
5.a) Intervenção Federal, Execução Federal ou Coação Federal – art. 34

É a intervenção da União nos Estados e nos Municípios localizados em Territórios Federais.

5.b) Intervenção Estadual – art. 35

É a intervenção dos Estados em seus Municípios.

40
06) COMPETÊNCIA PARA DECRETAR INTERVENÇÃO – Federal – Presidente da República – art.
84 X e estadual – Governador do Estado (simetria constitucional).

07) INTERVENÇÃO FEDERAL DISCRICIONNÁRIA OU ESPONTÂNEA – art. 36 I

Quando o Chefe do Executivo atende a SOLICITAÇÃO (MERO PEDIDO, NÃO VINCULANDO O


PRESIDENTE DA REPÚBLICA) do PODER LEGISLATIVO ou PODER EXECUTIVO local coacto.

08) INTERVENÇÃO FEDERAL VINCULADA – art. 36 II

Neste caso existe uma ORDEM , uma decisão judicial emanada do PODER JUDICIÁRIO. O decreto de
intervenção expedido pelo Chefe do executivo é MERA FORMALIZAÇÃO e caso não o faça, pode inclusive
responder por CRIME DE RESPONSABILDIADE na forma da lei.

09) HIPÓTESES DE INTERVENÇÃO FEDERAL – art. 34

9.a) Defesa do Estado - (art. 34 I e II)

A integridade Nacional é mantida quando a União não permite por exemplo que uma unidade federativa
resolva exercer direito de secessão.

9.b) Defesa do Princípio Federativo – (art. 34, II, III e IV)

Exemplo de grave comprometimento da ordem pública: o tráfico dominando o estado do RJ, passando a
ser considerado como um “Estado Paralelo”.

9.c) Defesa da Ordem Constitucional – (art. 34 VI e VII)

9.d) Jurisprudência do STF

Art. 34 Inciso VI
"O descumprimento voluntário e intencional de decisão transitada em julgado configura pressuposto
indispensável ao acolhimento do pedido de intervenção federal. A ausência de voluntariedade em
não pagar precatórios, consubstanciada na insuficiência de recursos para satisfazer os créditos contra
a Fazenda Estadual no prazo previsto no § 1º do artigo 100 da Constituição da República, não legitima
a subtração temporária da autonomia estatal, mormente quando o ente público, apesar da exaustão do
erário, vem sendo zeloso, na medida do possível, com suas obrigações derivadas de provimentos
judiciais. Precedentes." (IF 1.917-AgR, Rel. Min. Maurício Corrêa, julgamento em 17-3-04, DJ de 3-
8-07)

10) PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS SENSÍVEIS – art. 34 VII

São aqueles previstos na CF/88 como de observância obrigatória pelos Estados Membros, sob ameaça
de intervenção federal em razão de seu descumprimento. Isto existe côo forma de preservar o equilíbrio
federativo.

11) FORMAS E LIMITES DA INTERVENÇÃO FEDERAL – art. 36 § 1º

12) CONTROLE POLÍTICO – Do Congresso Nacional ou da Assembléia Legislativa - (art. 36 § 3° e


art. 49 IV)

13) DURAÇÃO DA INTERVENÇÃO – (art. 36 § 4°)


Por sua natureza, a intervenção é um ATO TEMPORÁRIO, sendo cabível somente em hipóteses
taxativamente previstas.

RESUMO

Intervenção

1) Espontânea

41
Depende apenas do Presidente da Republico não sendo necessária a manifestação de qualquer
pedido.

2) Provocada

2.a) Por Solicitação (existe uma discricionariedade do (Presidente da República)

2.b) Por Requisição (vinculada) – Obriga o Presidenta a decretar a intervenção

• Livre exercício do Poder Judiciário – STF – art. 36 I


• Desobediência de ordem judicial – art. 36 II – STF/STJ/TSE

NOTA DE AULA 07 – ORGANIZAÇÃO DOS PODERES (NOÇÕES GERAIS)


PROFESSOR: GILBERTO FROTA
DISCIPLINA: DIREITO CONSTITUCIONAL II

Roteiro de aula - ORGANIZAÇÃO DOS PODERES

ORGANIZAÇÃO DOS PODERES

1) INTRODUÇÃO

2) TITULARIDADE DO PODER (art. 1º § único)

3) PODER CONSTITUINTE E PODERES CONSTITUÍDOS

3.a) Conceito de Poder Constituinte (preâmbulo da CF)

3.b) Espécies de Poder Constituinte

3.b.1) Poder Constituinte Originário, de 1º Grau, Genuíno ou Ilimitado

3.b.2) Poder Constituinte Derivado, de 2º Grau, Secundário ou Limitado.

3.b.2.a) Poder Constituinte Derivado Reformador ou de Reforma

42
* Emendas à Constituição (art. 60)
* Revisão Constitucional (art.3º ADCT)

3.b.2.b) Poder Constituinte Derivado Decorrente

3.c) Poderes Constituídos

3.c.1) Conceito e Espécies

4) TEORIA DA SEPARAÇÃO DOS PODERES (Aristóteles / Montesquie)

5) SITEMA DE FREIOS E CONTRAPESOS (cheks and balances) (art. 2º)

6) FUNÇÕES TÍPICAS E ATÍPICAS DOS PODERES CONSTITUÍDOS

6.a) Poder Legislativo

6.a.1) Funções Típicas – Legislativa (art. 59) e Fiscalizatória (art. 49 X)

6.a.2) Funções Atípicas

6.a.2.1) Função Administrativa – (art. 51 IV e art. 52 XIII)

6.a.2.2) Função Judiciária ou Judicial – (art. 52, I e II)

6.b) Poder Judiciário

6.b.1) Função Típica – Judiciária (art. 93 XII)

6.b.2) Funções Atípicas

6.b.2.1) Função Administrativa – (art. 96 I, letras a até f)

6.b.2.2) Função Legislativa – (art. 93 caput)

6.c) Poder Executivo

6.c.1) Função Típica – Administrativa (art 84, I)

6.c.2) Funções Atípicas

6.c.2.1) Função Legislativa – (art. 84, IV, V, art 62)

7) INDELEGABILIDADE DE ATRIBUIÇÕES DE UM PODER PARA OUTRO (exceção – art. 68).

ORGANIZAÇÃO DOS PODERES

1) INTRODUÇÃO (IMPROPRIEDADE DA EXPRESSÃO “TRIPARTIÇÃO DE PODERES”)

Na verdade quando estudamos o capítulo da Constituição Federal referente à Organização dos


Poderes passamos a ter a impressão de que existem vários Poderes dentro do Estado brasileiro, o que
tecnicamente não é verdade haja vista que o que há é uma DIVISÃO DE FUNÇÕES ESTATAIS.
O poder é UNO e INDIVISÌVEL, manifestando-se através de órgãos que exercem funções

2) TITULARIDADE DO PODER

O titular do poder é sempre o POVO (brasileiro nato + brasileiro naturalizado – são aqueles que
possuem um vínculo jurídico-político com o Estado), o qual transfere apenas o exercício do mesmo.
População = povo + estrangeiros (são aqueles que residem no Estado)

Art. 1º Parágrafo único. Todo o poder emana do povo, que o exerce por meio de representantes
eleitos ou diretamente, nos termos desta Constituição.

43
3) PODER CONSTITUINTE E PODERES CONSTITUÍDOS

3.a) Conceito de Poder Constituinte

É o poder de elaborar uma NOVA Constituição, bem como de REFORMAR a vigente. È este poder
que estabelece uma nova ordem jurídica fundamental para o Estado.

3.b) Espécies de Poder Constituinte

3.b.1) Poder Constituinte Originário, de 1º Grau, Genuíno ou Ilimitado

É o poder que elabora uma NOVA Constituição, substituindo a anteriormente existente.

3.b.2) Poder Constituinte Derivado, de 2º Grau, Secundário ou Limitado

É o poder de REVISÃO, de REFORMULAÇÃO do texto Constitucional, bem como o do Estado-


Membro de elaborar sua própria Constituição.

OBS. Subdivisão do Poder Constituinte Derivado

• Poder Constituinte de Reforma ou Reformador

É o poder de ALTERAÇÃO das normas constitucionais. Com base na Constituição Federal de 1988
isso pode ser feito através: das EMENDAS Á CONSTITUIÇÃO e REVISÃO CONSTITUCIONAL.

Emendas à Constituição – representam a modificação de certos dispositivos constitucionais,


exigindo-se para a aprovação maioria de 3/5 em ambas as Casas do Congresso Nacional. (CF art. 60).

Revisão Constitucional – foi a possibilidade de ampla alteração do texto Constitucional, o que


ocorreu em 1993, isto é, 5 anos após a promulgação da Constituição Federal de 1988 (ADCT, art. 3º).

OBS. Segundo o STF não pode ser realizada uma nova revisão constitucional haja vista que a mesma
foi obra do poder constituinte originário. A não ser que seja criada uma nova Constituição.

• Poder Constituinte Decorrente


È o poder do Estado-Membro de uma Federação de elaborar sua própria Constituição (art. 25).

OBS. O poder constituinte decorrente não foi estendido pela atual Constituição Federal aos
Municípios, que se regem por Leis Orgânicas, aprovadas pelas respectivas Câmaras Municipais (art. 29,
caput).

3.c) Poder (es) Constituído(s)

São poderes instituídos pela Constituição, foram criados pelo poder constituinte. Atualmente segundo
a CF/88 são: Poder Legislativo, Executivo e Judiciário. Vale salientar que na época do Brasil-Império havia a
previsão de um quarto poder constituído, o Moderador.

4) TEORIA DA SEPARAÇÃO DOS PODERES

Aristóteles – as bases teóricas para a “tripartição de poderes” foram lançadas na Antiguidade grega
por Aristóteles, em sua obra “POLÍTICA”, através da qual o pensador vislumbrava a existência de TRÊS
FUNÇÕES DISTINTAS EXERCIDAS PELO SOBERANO: a função de editar as normas, a de APLICAR
as referidas normas ao caso concreto (ADMINISTRANDO) e a função de JULGAMENTO, dirimindo os
conflitos oriundos da execução das normas.

Obs. Em virtude do momento histórico em que viveu Aristóteles, sua teorização descrevia a
CONCENTRAÇÃO do exercício de tais funções na figura de uma única pessoa: o soberano, daí a célebre
frase de Luís XIV : “ o Estado sou eu”.

Montesquie – Aprimorou a teoria de Aristóteles, sua inovação foi no sentido de que as funções
estatais, as quais segundo o pensador grego estariam concentrada em uma única pessoa, característica
do Absolutismo da época, passaram a ser desenvolvidas por órgãos autônomos e independentes entre

44
si. Este pensamento foi desenvolvido em virtude do Estado Liberal Burguês, servindo de estrutura para
as revoluções americana e francesa.

Teve como criador Aristóteles e seu desenvolvimento foi feito por Montesquieu através de sua célebre
obra: O Espírito das Leis, onde o mesmo afirmava que: “o poder deve limitar o poder, para evitar o
abuso de poder.”

5) SISTEMA DE FREIOS E CONTRAPESOS (independência e harmonia entre os poderes – art. 2º)

Não existe uma RÍGIDA separação dos Poderes haja vista que existe um sistema de interferências
recíprocas, em que CADA PODER EXERCE SUAS COMPETÊNCIAS E TAMBÉM CONTROLA O
EXERCÍCIO DOS OUTROS. Isto é chamado pelos americanos de cheks and balances.

6) FUNÇÕES TÍPICAS E ATÍPICAS DOS PODERES CONSTITUÍDOS

• Funções Típicas do Legislativo – LEGISLAR E FISCALIZAR (art. 49 X, art. 70, caput)


• Função Típica do Executivo – ADMINISTRAR
• Função Típica do Judiciário – JULGAR (aplicar a Jurisdição – dizer o direito)

Funções Atípicas do Legislativo:

Administrar - quando determina a realização de concurso público para provimento de cargos ou


quando concede férias ou licença a um servidor.
Julgar – quando o Senado Federal julga o Presidente da República nos crimes
de responsabilidade cometidos pelo mesmo (impeachment) (art. 52, I e II).

Funções Atípicas do Executivo:


Legislar – quando o chefe do Poder Executivo edita Medida Provisória com força de lei (art. 62).
Julgar – quando o executivo aprecia defesa e recursos administrativos.

Funções Atípicas do Judiciário:


Administrar – quando um tribunal resolve construir um novo prédio para novas instalações, realizar
um concurso para prover vagas para juiz e servidores, conceder férias ou licença para os mesmos
(art, 96 I f).
Legislar – quando um tribunal cria seu regimento Interno (art. 96 I a).

7) INDELEGABILIDADE DE ATRIBUIÇÕES DE UM PODER PARA OUTRO

Um poder como regra não pode delegar suas atribuições para outro a não ser que haja
expressa previsão constitucional neste sentido. Exemplo: Lei Delegada do art. 68, cuja atribuição é
delegada pelo Legislativo ao Executivo.
NOTA DE AULA 08 – DO PODER LEGISLATIVO
PROFESSOR: GILBERTO FROTA
DISCIPLINA: DIREITO CONSTITUCIONAL II

Roteiro de aula – Do Poder Legislativo

1) BICAMERALISMO E UNICAMERALISMO

1.a) Bicameral (duas casas legislativas)

1.a.1) Nível Federal – CONGRESSO NACIONAL – SENADO FEDERAL E CÂMARA DOS


DEPUTADOS (art. 44).

1.b) Unicameral (uma única casa legislativa)

1.b.1) Nível Estadual – ASSEMBLÉIA LEGISLATIVA - DEPUTADOS ESTADUAIS (art. 27).

1.b.2) Nível Municipal – CÂMARA DE VEREADORES – VEREADORES (art. 29).

1.b.3) Nível Distrital – CÂMARA LEGISLATIVA – DEPUTADOS DISTRITAIS (art. 32)

1.c) Número de deputados federais (art. 45 § 1º).

45
1.d) Fixação do subsídio dos vereadores (art. 29 VI)

2) QUORUM (art. 47)

2.a) Conceito

2.b) Espécies

2.b.1) Maioria Absoluta (art. 47, art. 69)

2.b.2) Maioria Simples (art. 47)

2.b.3) Maioria Qualificada (art. 29, caput, art. 51, I, art. 60 § 2º)

3) SISTEMAS ELEITORAIS

3.a) Conceito

3.b) Espécies

3.b.1) Sistema Majoritário

3.b.1.a) Sistema Majoritário Simples (art. 46, art. 29, II)

3.b.1.a) Sistema Majoritário por Maioria Absoluta (art. 77., art. 28 e art. 29 II).

3.b.2) Sistema Proporcional (art. 45, art. 27, § 1º,art. 29, IV).

4) LEGISLATURA (art. 44 § único)

4.a) Conceito

5) SESSÃO LEGISLATIVA

5.a) Divisão

5.a.1) Sessão Legislativa Ordinária (art. 57, caput)

5.a.2) Sessão Legislativa Extraordinária (art. 57, § 6 º e § 7º).


5.a.3) Sessão Legislativa Preparatória (art 57 § 4º)

5.a.4) Sessão Conjunta (art. 57 § 3º)

6) PERÍODO LEGISLATIVO (art. 57, caput)

7) DAS ATRIBUIÇÕES DO CONGRESSO NACIONAL, DA CÂMARA DOS DEPUTADOS E DO


SENADO FEDERAL (art. 48, art. 49, art 51 e art. 52)

8) ELEIÇÃO E RECONDUÇÃO DOS CARGOS DAS MESAS LEGISLATIVAS – (art. 57 § 4º).

9) MESAS DIRETORAS – (art. 57 § 4ºe § 5º, art. 58 § 1º)

OBS. O número máximo de deputados estaduais de um estado é 94, já que o referido número tem
como base o número de deputados federais que tem como limite 70 (art. 45 § 1º).

OBS. Fixação do subsídio dos vereadores – (art. 29 VI) “....a fixação de subsídios na mesma
legislatura caracteriza ato lesivo não só ao patrimônio material do Poder Público, como à moralidade
administrativa, patrimônio moral da sociedade (STF, RE 172212-6/SP rel Min. Maurício Corrêa 1998).

8) ELEIÇÃO E RECONDUÇÃO DOS CARGOS DAS MESAS LEGISLATIVAS – (art. 57 § 4º)

Jurisprudência do STF

46
A norma do art. 57 § 4º da CF que, cuidando da eleição das mesas das Casas legislativas federais,
veda a recondução para o mesmo cargo na eleição imediatamente subseqüente, não é de reprodução
obrigatória nas Constituições do estados-membros.....Assim, admite-se que as Constituições estaduais
permitam a reeleição dos membros da Mesa da Assembléia Legislativa (Adi 2371 MC/ES, Trib. Pleno do
STF, rel. Min. Moreira Alves, 2003)

DO PODER LEGISLATIVO

8) PODER LEGISLATIVO

• Bicameral (duas casas legislativas)

Nível Federal – CONGRESSO NACIONAL – SENADO FEDERAL E CÂMARA DOS DEPUTADOS


(art. 44).

• Unicameral (uma única casa legislativa)

Nível Estadual – ASSEMBLÉIA LEGISLATIVA - DEPUTADOS ESTADUAIS (art. 27).


Nível Municipal – CÂMARA DE VEREADORES – VEREADORES (art. 29).
Nível distrital – CÃMARA LEGISLATIVA – DEPUTADOS DISTRITAIS (art. 32)

OBS. Nosso bicameralismo é do tipo republicado, diferente do bicameralismo aristocrático da Inglaterra,


onde existe a Câmara Alta, dos Lordes, composta pelos nobres e a Câmara Baixa, dos Comuns, composta
pelos representantes do povo.

9) QUORUM

2.a) Conceito

É o número mínimo exigido para REUNIÃO e VOTAÇÃO em órgãos colegiados.

2.b) Espécies

• Maioria Absoluta

Representa mais da metade dos membros dos órgãos colegiados, até alcançar o primeiro número
inteiro. Não é correto dizer que a maioria absoluta é a metade mais um haja vista que se assim fosse, haveria
distorções com relação ao cálculo da maioria absoluta em órgãos colegiados de número ímpar como por
exemplo o Supremo Tribunal Federal que é composto por 11 ministros ,sua maioria absoluta são de seis
ministros. A exigência de maioria absoluta vem de forma expressa na Constituição Federal. Ex. aprovação de
uma Lei Complementar (art. 69).

OBS. A regra é de que o quorum para dar início a uma reunião será sempre a maioria absoluta no sentido
de se evitar maiorias ocasionais. (art. 47).

• Maioria Simples

È calculada em relação aos membros de um órgão colegiado que efetivamente estejam presentes em
uma sessão ou reunião.

OBS 01. Quando não houver menção expressa, o quorum de votação será de maioria simples.

OBS 02. O Art. 53 § 2º fala em MAIORIA DE SEUS MEMBROS, neste caso trata-se de MAIORIA
ABSOLUTA.

• Maioria Qualificada

É calculada com relação à totalidade dos membros de um órgão colegiado, sendo exigida através de
percentuais. Ex.3/5 para aprovação de uma Emenda à Constituição (art. 60 § 2º), aprovação de processo de
impeachment (art. 51, I), aprovação da Lei Orgânica do Município (art. 29).

OBS. Podemos afirmar que a maioria absoluta também é uma espécie de maioria qualificada.

47
10) SISTEMAS ELEITORAIS

3.a) Conceito

Conjunto de técnicas utilizadas na realização de eleições, destinadas a organizar a representação


popular.

3.b) Espécies

3.b.1) Sistema Majoritário

A representação popular cabe ao candidato que obtiver o maior número de votos.

• Sistema Majoritário Simples

A eleição realiza-se em um único turno, bastando a maioria relativa para a escolha do representante
da vontade popular. No Brasil adota-se para eleição de Senadores prefeitos e vice-prefeitos nos Municípios
com duzentos mil eleitores ou menos (art. 46, art. 29, II).

• Sistema Majoritário por Maioria Absoluta

Exige-se a realização de um segundo turno com os dois candidatos mais votados, caso nenhum dos
concorrentes tenha obtido a maioria absoluta já no primeiro turno de votação. No Brasil é utilizado para
eleição do Presidente e Vice-Presidente da República, dos Governadores dos Estados e refeitos e vice-
Prefeitos nos Municípios com mais de duzentos mil eleitores (art. 77 e seus parágrafos, art. 28 e art. 29 II).

3.b.2) Sistema Proporcional

A representação no órgão colegiado varia de acordo com a quantidade de votos obtidos pelo partido
ou coligação partidária. È adotado no Brasil para eleições realizadas no Legislativo, para Deputados Federais
(art. 45), Deputados estaduais (art. 27, § 1º) e Vereadores (art. 29, IV).

OBS No Brasil não adotamos o Sistema Distrital Misto em que o Colégio Eleitoral é dividido em
distritos, devendo o eleitor votar apenas em candidatos de seu distrito, como forma de estabelecer um vínculo
maior entre eleitor e seu representante no Parlamento.

11) LEGISLATURA

4.a) Conceito

É o período legislativo de quatro anos que corresponde ao mandato dos Deputados Federais. Os
Senadores possuem duas legislaturas (art. 44 § único).

4.b) Divisão da Legislatura

Cada legislatura é dividida em quatro sessões legislativas ordinárias.

OBS 01 Cada sessão legislativa ordinária é subdividida em dois períodos legislativos (art. 57)
OBS 02 Podemos concluir que cada legislatura é formada por oito períodos legislativos.
OBS 03 Cada sessão legislativa e dividida em: sessões legislativas ordinárias, extraordinárias e
preparatórias (art. 57 § 4º).

NÃO PAGAMENTO DE PARCELA INDENIZATÓRIA – REPRODUÇÃO OBRIGATÓRIA

O art. 57, § 7º, do texto constitucional veda o pagamento de parcela indenizatória aos parlamentares em razão
de convocação extraordinária. Essa norma é de reprodução obrigatória pelos Estados-membros por força
do art. 27, § 2º, da Carta Magna. A Constituição é expressa, no art. 39, § 4º, ao vedar o acréscimo de
qualquer gratificação, adicional, abono, prêmio, verba de representação ou outra espécie remuneratória ao
subsídio percebido pelos parlamentares.[ADI 4.587, rel. min. Ricardo Lewandowski, j. 22-5-2014, P, DJE
de 18-6-2014.]

• Sessão Legislativa Ordinária

48
São aquelas realizadas nos dias úteis, dentro do horário do expediente parlamentar fixado no
regimento interno de cada Casa.

• Sessão Legislativa Extraordinária


São as convocadas fora desses horários, para apreciar determinada matéria ou encerrar votações já
iniciadas (art. 57, § 6° e § 7º).

5) SESSÃO LEGISLATIVA

5.a) Divisão
5.a.1) Sessão Legislativa Ordinária (art. 57, caput)
5.a.2) Sessão Legislativa Extraordinária (art. 57, § 6° e § 7º).

OBS. Nos termos do Decreto Legislativo nº 7/95, continua devida ao parlamentar, para
SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA, AJUDA DE CUSTO equivalente ao valor da remuneração, ficando
vedado o seu pagamento, contudo, na sessão legislativa extraordinária.

Parcela indenizatória por convocação extraordinária

Por vislumbrar aparente ofensa ao art. 57, § 7º, da CF — que veda o pagamento de parcela indenizatória
aos parlamentares em virtude de convocação extraordinária —, norma de reprodução obrigatória pelos
Estados-membros (CF, art. 27, § 2º), o Plenário deferiu pedido de medida cautelar em ação direta de
inconstitucionalidade, proposta pelo Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil, para suspender a
eficácia do § 5º do art. 147 do Regimento Interno da Assembléia Legislativa do Estado de Goiás, aprovado
pela Resolução 1.218/2007. O dispositivo impugnado prevê o pagamento de valores a deputados estaduais
pela presença em sessões extraordinárias. De início, assentou-se o cabimento da ação direta, porquanto o
ato contestado possuiria caráter normativo e autônomo. Registrou-se, também, a ocorrência do perigo da
demora, haja vista que, não suspenso o preceito, a Casa Legislativa continuaria a pagar a verba aos
parlamentares, em prejuízo ao erário. Precedentes citados: ADI 4108 Referendo-MC/MG (DJe de
26.11.2009) e ADI 4509 MC/PA (DJe de 25.5.2011). ADI 4587 MC/GO, rel. Min. Ricardo Lewandowski,
25.8.2011. (ADI-4587)

5.a.3) Sessão Legislativa Preparatória (art 57 § 4º)

6) PERÍODO LEGISLATIVO (art. 57, caput)

7) DAS ATRIBUIÇÕES DO CONGRESSO NACIONAL, DA CÂMARA DOS DEPUTADOS E DO SENADO


FEDERAL (art. 48, art. 49, art 51 e art. 52)

Art. 49 III – AUTORIZAÇÃO PARA AFASTAMENTO DO GOVERNADOR

Afronta os princípios constitucionais da harmonia e independência entre os Poderes e da liberdade de


locomoção norma estadual que exige prévia licença da Assembléia Legislativa para que o governador e o
vice-governador possam ausentar-se do País por qualquer prazo. Espécie de autorização que, segundo o
modelo federal, somente se justifica quando o afastamento exceder a quinze dias. Aplicação do princípio da
simetria.[ADI 738, rel. min. Maurício Corrêa, j. 13-11-2002, P, DJ de 7-2-2003.] = RE 317.574, rel. min.
Cezar Peluso, j. 1º-12-2010, P, DJE de 1º-2-2011.

Jurisprudência do STF
Denúncia contra Governador e Autorização da Assembléia Legislativa

Considerando precedentes do STF no sentido de que é constitucional a norma estadual que dispõe
sobre prévia licença da Assembléia Legislativa para instauração de processo por crime comum contra
governadores, a Turma deferiu habeas corpus para obstar deliberação quanto ao recebimento de denúncia,
no STJ, contra o Governador do Estado da Paraíba, pela suposta prática do delito de difamação (Código
Eleitoral, art. 325), até que sobrevenha a licença da respectiva Assembléia Legislativa. Na espécie, o STJ,
sem solicitar referida autorização, conforme exigido pela regra do art. 54, I, da Constituição estadual, incluíra
o feito em pauta de julgamentos. Entendeu-se que a mencionada regra está em consonância com o modelo
federal estabelecido em relação ao processo por crime comum contra o Presidente da República. Salientou-

49
se, ademais, que a superveniência da EC 35/2001, que deixou de exigir licença prévia da Câmara respectiva
quanto à instauração de processos contra Deputados ou Senadores, não alcançou os governadores.
Precedentes citados: HC 80511/MG (DJU de 14.9.2001) e RE 159230/PB (DJU de 10.6.94).
HC 86015/PB, rel. Min. Sepúlveda Pertence, 16.8.2005. (HC-86015)

Constitucionalidade das normas estaduais que, por simetria, exigem a autorização prévia da assembleia
legislativa como condição de procedibilidade para instauração de ação contra governador (art. 51, inc. I, da
Constituição da República). [ADI 4.792, rel. min. Cármen Lúcia, j. 12-2-2015, P, DJE de 24-4-2015.]

8) ELEIÇÃO E RECONDUÇÃO DOS CARGOS DAS MESAS LEGISLATIVAS – (art. 57 § 4º)

Jurisprudência do STF

A norma do art. 57 § 4º da CF que, cuidando da eleição das mesas das Casas legislativas federais,
veda a recondução para o mesmo cargo na eleição imediatamente subseqüente, não é de reprodução
obrigatória nas Constituições do estados-membros. Assim, admite-se que as Constituições estaduais
permitam a reeleição dos membros da Mesa da Assembléia Legislativa (Adi 2371 MC/ES, Trib. Pleno do
STF, rel. Min. Moreira Alves, 2003)

9) MESAS DIRETORAS – (art. 57 § 4º e § 5º, art. 58 § 1º)

10) CONVOCAÇÃO DE AUTORIDADES POR PARTE DO CONGRESSO NACIONAL (Art. 50)

Congresso Nacional ode convocar o Presidente da República ou do STF para prestar esclarecimento
em Comissão?

"Os dispositivos impugnados contemplam a possibilidade de a Assembléia Legislativa capixaba convocar o


presidente do Tribunal de Justiça para prestar, pessoalmente, informações sobre assunto previamente
determinado, importando crime de responsabilidade a ausência injustificada desse chefe de Poder. Ao fazê-
lo, porém, o art. 57 da Constituição capixaba não seguiu o paradigma da CF, extrapolando as fronteiras do
esquema de freios e contrapesos – cuja aplicabilidade é sempre estrita ou materialmente inelástica – e
maculando o princípio da separação de poderes. Ação julgada parcialmente procedente para declarar a
inconstitucionalidade da expressão ‘Presidente do Tribunal de Justiça’, inserta no § 2º e no caput do art. 57
da Constituição do Estado do Espírito Santo." (ADI 2.911, Rel. Min. Ayres Britto, julgamento em 10-8-2006,
Plenário, DJ de 2-2-2007.)

“Dispositivo da Constituição do Estado da Bahia que prevê a convocação, pela Assembléia Legislativa, do
governador do Estado, para prestar pessoalmente informações sobre assunto determinado, importando em
crime de responsabilidade a ausência sem justificação adequada. Fumus boni iuris que se demonstra com a
afronta ao princípio de separação e harmonia dos Poderes, consagrado na CF. Periculum in mora evidenciado
no justo receio do conflito entre poderes, em face de injunções políticas. Medida cautelar concedida.” (ADI
111-MC, Rel. Min. Carlos Madeira, julgamento em 25-10-1989, Plenário, DJ de 24-11-1989.) No mesmo
sentido: RE 562.349-AgR, rel. min. Gilmar Mendes, julgamento em 25-6-2013, Segunda Turma, DJE de
23-10-2013; ADI 3.279, Rel. Min. Cezar Peluso, julgamento em 16-11-2011, Plenário, DJE de 15-2-2012.

O regimento interno da Câmara de Vereadores de Sobral fere a CF/88?

Art. 50 Regimento Interno da Câmara de Vereadores de Sobral - No exercício de suas atribuições,


as comissões poderão convocar pessoas interessadas, tomar depoimento, solicitar informações,
documentos e proceder a todos as diligências que julgarem necessárias, inclusive o Prefeito pôr
intermédio do Presidente da Câmara e independentemente de discussões e votação pelo Plenário
todas as informações que julgarem necessárias.

50
NOTA DE AULA 09 – DAS COMISSÕES
PROFESSOR: GILBERTO FROTA
DISCIPLINA: DIREITO CONSTITUCIONAL II

Roteiro de aula – DAS COMISSÕES

1) Conceito

2) Espécies ( art. 58 “caput”)

2.a) Comissão permanente

2.b) Comissão temporária ou especial

2.c) Comissão representativa ( art. 58 § 4º)

3) CPI (art. 58 § 3º)

3.a) Quórum para criação

3.b) Investigação de fatos determinados (aditamento) (art. 35 § 1º do Reg.. Interno da CD).

3.c) Prazo certo e prorrogação (art. 35 § 3º do Regimento Interno da CD)

3.d) Cláusula de reserva jurisdicional (competência e incompetência da CPI)

51
3.e) Transmissão da sessão na mídia e dano à imagem de depoente

3.f) Controle judicial da CPI

3.g) Direito do depoente de ficar calado

3.h) Princípio da colegialidade (maioria absoluta)

3.i) Competência para julgamento de mandado de segurança contra ato de CPI

3.j) Proteção contra tratamento degradante e indenização por danos morais e materiais.

3.l) Sigilo profissional do advogado e CPI

3.m) A CPI do Congresso Nacional e o poder de investigação de fatos de competência dos Estados
e Municípios.

3.n) CPI e poder de investigar negócios particulares.

DAS COMISSÕES

1) CONCEITO

São órgãos COLEGIADOS, nascidos na Câmara dos Deputados ou no Senado Federal ou em ambos,
com número certo de integrantes e cujo objetivo é examinar determinadas questões e sobre elas emitir um
parecer.

2) REPRESENTAÇÃO PROPORCIONAL PARTIDÁRIA – (art. 58 § 1º)

3) ESPÉCIES DE COMISSÕES – (art. 58 caput)

3.a) Comissão Permanente

São aquelas que vão existir em todas as legislaturas, não é possível por exemplo, uma Casa Legislativa
sem uma Comissão de Constituição e Justiça. No Senado Federal ela é chamada de Comissão de
Constituição, justiça e Cidadania.

3.b) Comissão Temporária ou Especial

Instituída com uma determinada finalidade e que se extingue com a conclusão de seus trabalhos.

3.c) Comissão Mista – (Comissão Mista Permanente de Orçamento - art. 166, § 1º - art. 84 XXIV)

Comissão formada por representantes da Câmara e do Senado.

3.d) Comissão Representativa – (art. 58 § 4º)

Instituída para representação do Congresso Nacional, durante o período do recesso parlamentar.

4) COMPETÊNCIA DAS COMISSÕES – (art. 58 § 2º)

4.a) Investigação de Fatos Determinados

Outros fatos inicialmente imprevistos quando da abertura da CPI, podem ser aditados aos objetivos
iniciais da comissão já em andamento, desde que sejam certos (STF, MS 23.652, rel. Min. Celso de Mello,
2001)

Regimento interno da CD Art. 35 § 1º Considera-se fato determinado o acontecimento de relevante interesse


para a vida pública e a ordem constitucional, legal, econômica e social do País, que estiver devidamente
caracterizado no requerimento de constituição da Comissão.

4.b) Transmissão de sessão na mídia e dano á imagem de depoente.

52
"Não aparentam caracterizar abuso de exposição da imagem pessoal na mídia, a transmissão e a
gravação de sessão em que se toma depoimento de indiciado, em Comissão Parlamentar de Inquérito."
(MS 24.832-MC, Rel. Min. Cezar Peluso, julgamento em 18-3-04, DJ de 18-8-06)

4.c) Poderes de Investigação próprios das autoridades judiciais – LIMITES – Cláusula de Reserva
jurisdicional. Competência e Incompetência da CPI segundo o STF

CPI (COMPETÊNCIA E INCOMPETÊNCIA SEGUNDO O STF)

COMPETÊNCIA

Convocar e inquirir testemunha e investigado (com a possibilidade de condução coercitiva dos


investigados no caso de recusa ao comparecimento)
Solicitar documentos de repartições públicas;
Solicitar diligências a repartições públicas;
Determinar quebra de sigilo bancário, fiscal, de dados e telefônico (registros) (STF MS 23.452/RJ Trib. Pleno.
Rel Min. Celso de Mello, 2000).
Convocar juízes para depor desde que sobre a prática de atos administrativos;
Determinar a condução coercitiva de testemunha;
Realizar prisão em flagrante em depoimento perante CPI;

INCOMPETÊNCIA

Determinar busca e apreensão domiciliar (reserva jurisdicional);


Determinar a indisponibilidade de bens de investigado (STF MS 23.466, Min. Rel. Sepúlveda Pertence 1999)
Autorizar a interceptação telefônica ou também chamada de “grampo” ou “escuta”;
Determinar a prisão, salvo em flagrante delito por crime de desacato á autoridade ou por falso testemunho
(STF HC79.790, Rel. Min. Nelson Jobim, 1999)
Formular denúncia ao Poder Judiciário;
Processar e julgar o investigado;

53
Responsabilizar civil ou criminalmente o investigado;
Convocar juízes para depor sobre decisões judiciais (função jurisdicional) (STF, HC 80089, Min. Rel. Nelson
Jobim)
Conferir publicidade indevida aos dados sigilosos obtidos;
A CPI não pode impedir a presença de advogado na sessão;
Não dispõe uma CPI do Congresso de poderes para investigar fatos de competência de Estado, DF ou
Município;
CPI não dispõe de poderes para convocar integrante de população indígena para depor em audiência fora da
área indígena. Pode ser ouvido na área indígena, com presença de antropólogo e representante da FUNAI
(STF, HC 80240, Rel. Min. Sepúlveda Pertence, 2005).
O advogado pode se recusar a responder perguntas da CPI que venha a ferir o sigilo profissional (STF, HC
71231, Rel. Min. Carlos Velloso, 1996).
A CPI deve ter prazo certo e apurar fato determinado;
A CPI do Congresso Nacional não tem poderes para investigar fatos de competência dos Estados, DF e dos
Municípios em respeito ao PRINCÍPIO DO FEDERALISMO.

5) LIMITAÇÃO AO NÚMERO DE CPIS – (art. 51 III e IV)

“A restrição estabelecida no § 4 do artigo 35 do regimento Interno da Câmara dos Deputados, que limita em
5 o número de CPIS em funcionamento simultâneo, está em consonância com os incisos III e IV do artigo 51
da Constituição Federal, que conferem a essa Casa Legislativa a prerrogativa de elaborar seu regimento
Interno e dispor sobre sua organização (STF, ADin 1653, Rel. Min. Maurício Corrêa 2004)

Art. 35 § 4º Não será criada Comissão Parlamentar de Inquérito enquanto estiverem


funcionando pelo menos cinco na Câmara, salvo mediante projeto de resolução com o mesmo quorum
de apresentação previsto no caput deste artigo.

6) CONTROLE JUDICIAL DAS CPIS x HARMONIA DOS PODERES

"A quebra do sigilo inerente aos registros bancários, fiscais e telefônicos, por traduzir medida de caráter
excepcional, revela-se incompatível com o ordenamento constitucional, quando fundada em deliberações
emanadas de CPI cujo suporte decisório apóia-se em formulações genéricas, destituídas da necessária e
específica indicação de causa provável, que se qualifica como pressuposto legitimador da ruptura, por parte
do Estado, da esfera de intimidade a todos garantida pela Constituição da República. Precedentes. Doutrina.
O controle jurisdicional de abusos praticados por comissão parlamentar de inquérito não ofende o
princípio da separação de poderes. O Supremo Tribunal Federal, quando intervém para assegurar as
franquias constitucionais e para garantir a integridade e a supremacia da Constituição, neutralizando, desse
modo, abusos cometidos por Comissão Parlamentar de Inquérito, desempenha, de maneira plenamente
legítima, as atribuições que lhe conferiu a própria Carta da República. O regular exercício da função
jurisdicional, nesse contexto, porque vocacionado a fazer prevalecer a autoridade da Constituição, não
transgride o princípio da separação de poderes. Doutrina. Precedentes." (MS 25.668, Rel. Min. Celso de
Mello, julgamento em 23-3-06, DJ de 4-8-06)

7) COMPETÊNCIA PARA JULGAR MANDADO DO SEGURANÇA CONTRA ATO DE CPI – (art. 102, I d)

“Compete ao STF processar a julgar, em sede originária, mandado de segurança e HC impetrados contra
Comissões Parlamentares de Inquérito constituídas no âmbito do Congresso Nacional ou no de qualquer de
suas Casas. É que a CPI, enquanto projeção orgânica do Poder Legislativo da União, nada mais é do
que uma longa manus do Congresso Nacional ou das Casas que o compõem, sujeitando-se, em
conseqüência, em tema de mandado de segurança ou HC, ao controle jurisdicional originário do STF
(STF, MS 23452, Rel. Min. Celso de Mello, 2000)

54
8) DIREITO DO DEPONTE DE FICAR CALADO

"O privilégio contra a auto-incriminação — que é plenamente invocável perante as Comissões


Parlamentares de Inquérito — traduz direito público subjetivo assegurado a qualquer pessoa, que, na
condição de testemunha, de indiciado ou de réu, deva prestar depoimento perante órgãos do Poder
Legislativo, do Poder Executivo ou do Poder Judiciário. HC 79.812, Rel. Min. Celso de Mello, julgamento
em 8-11-00, DJ de 16-2-01).

9) DURAÇÃO DO INQUÉRITO PARLAMENTAR E PRORROGAÇÃO DO PRAZO – (art. 58 § 3º CF/88, art.


36, § 3º RICD e art. 152 RISF)

Art. 35. Regimento Interno da Câmara dos Deputados. A Câmara dos Deputados, a
requerimento de um terço de seus membros, instituirá Comissão Parlamentar de Inquérito para apuração de
fato determinado e por prazo certo, a qual terá poderes de investigação próprios das autoridades judiciais,
além de outros previstos em lei e neste Regimento.
§ 1º Considera-se fato determinado o acontecimento de relevante interesse para a vida pública
e a ordem constitucional, legal, econômica e social do País, que estiver devidamente caracterizado no
requerimento de constituição da Comissão.
§ 3º A Comissão, que poderá atuar também durante o recesso parlamentar, terá o prazo de
cento e vinte dias, prorrogável por até metade, mediante deliberação do Plenário, para conclusão de seus
trabalhos.

A CF/88 não estabelece a princípio um prazo fixo para que a CPI venha a terminar seus trabalhos,
diz apenas que ela não pode ser indeterminada (prazo certo). Este prazo está no RICD. Já o RISF não fala
nada a respeito da duração da CPI, mas apenas à sua prorrogação.

10) PRINCÍPIO DA COLEGIALIDADE

“O princípio da colegialidade traduz diretriz de fundamental importância na regência das deliberações


tomadas por qualquer CPI, notadamente quando esta, no desempenho de sua competência investigatória,
ordena a adoção de medidas restritivas de direitos, como aquela que importa revelação das operações
financeiras ativas e passivas de qualquer pessoa. O necessário respeito ao postulado da colegialidade
qualifica-se como PRESSUPOSTOS DE VALIDADE E LEGITIMIDADE das deliberações parlamentares,
especialmente quando estas, adotadas no âmbito da CPI, implicam ruptura, sempre excepcional, da esfera
de intimidade das pessoas. A quebra do sigilo bancário, , que compreende ruptura da esfera de INTIMIDADE
FINANCEIRA da pessoa, quando determinada por ato de qualquer CPI, depende, para revertir-se de
VALIDADE JURÍDICA, da aprovação da MAIORIA ABSOLUTA dos membros que compõem o órgão de
investigação parlamentar (STF, MS 23699, Rel. Min. Celso de Mello, 2004).

11) BUSCA DOMICILIAR, INTERCEPTAÇÃO TELEFÔNICA, DECRETAÇÃO DE PRISÃO E QUEBRA DE


SIGILO

"O princípio constitucional da reserva de jurisdição — que incide sobre as hipóteses de busca domiciliar
(CF, art. 5º, XI), de interceptação telefônica (CF, art. 5º, XII) e de decretação da prisão, ressalvada a
situação de flagrância penal (CF, art. 5º, LXI) — não se estende ao tema da quebra de sigilo, pois, em tal
matéria, e por efeito de expressa autorização dada pela própria Constituição da República (CF, art. 58, § 3º),
assiste competência à Comissão Parlamentar de Inquérito, para decretar, sempre em ato necessariamente
motivado, a excepcional ruptura dessa esfera de privacidade das pessoas. Autonomia da investigação
parlamentar. O inquérito parlamentar, realizado por qualquer CPI, qualifica-se como procedimento jurídico-
constitucional revestido de autonomia e dotado de finalidade própria, circunstância esta que permite à
Comissão legislativa — sempre respeitados os limites inerentes à competência material do Poder Legislativo
e observados os fatos determinados que ditaram a sua constituição — promover a pertinente investigação,
ainda que os atos investigatórios possam incidir, eventualmente, sobre aspectos referentes a acontecimentos
sujeitos a inquéritos policiais ou a processos judiciais que guardem conexão com o evento principal objeto da
apuração congressual." (MS 23.652, Rel. Min. Celso de Mello, julgamento em 22-11-00, DJ de 16-2-01)

12) QUEBRA DE SIGILO BANCÁRIO E FISCAL COM BASE EM NOTÍCIÁ JORNALÍSTICA

“É VEDADA a quebra de sigilos bancário e fiscal com base em matéria jornalística (STF, MS 24.982, Rel.
Min. Joaquim Barbosa, 2005).

55
12) DECRETAÇÃO DE INDISPONIBILIDADE DE BENS DO PARTICULAR

Incompetência da Comissão Parlamentar de Inquérito para expedir decreto de indisponibilidade de bens de


particular, que não é medida de instrução — a cujo âmbito se restringem os poderes de autoridade judicial a
elas conferidos no art. 58, § 3º mas de provimento cautelar de eventual sentença futura, que só pode caber
ao Juiz competente para proferi-la. Quebra ou transferência de sigilos bancário, fiscal e de registros
telefônicos que, ainda quando se admita, em tese, susceptível de ser objeto de decreto de CPI — porque não
coberta pela reserva absoluta de jurisdição que resguarda outras garantias constitucionais —, há de ser
adequadamente fundamentada: aplicação no exercício pela CPI dos poderes instrutórios das autoridades
judiciárias da exigência de motivação do art. 93, IX, da Constituição da República.” (MS 23.480, Rel. Min.
Sepúlveda Pertence, julgamento em 4-5-00, DJ de 15-9-00)

13) PROTEÇÃO CONTRA TRATAMENTO DEGRADANTE E INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS E


MATERIAIS

“A Constituição Federal proíbe que se inflija a quem quer que seja tratamento desumano ou degradante
conforme se lê o inciso I do art. 5º. O que significa a vedação de submeter eventual testemunha, investigado
ou pessoa acusada a situações de menosprezo. Quero dizer situações desrespeitosas, humilhantes ou, por
qualquer forma atentatórias da integridade física, psicológica e moral de qualquer depoente. Acresce que tais
direitos e garantias individuais, podem ser exigidos pelos sujeitos jurídicos (....) quanto por seus eventuais
advogados. Sem distinção entre uma sala de audiências judiciais e uma sessão de CPI” (STF, HC 88163,
Rel. Min. Carlos Britto, 2006)

“Estará agindo no mínimo autoritariamente quem , participando de uma CPI, negar o direito ao silencio à
pessoa que possa ser responsabilizada ao final da investigação. Em seu interrogatório, o indiciado devera ser
tratado sem agressividade, truculência ou deboche, por quem o interroga diante da imprensa e sob holofotes,
já que exorbitância da função de interrogar está coibida pelo artigo 5º, inciso III da CF/88 que prevê que
“ninguém será submetido à tortura nem a tratamento desumano ou degradante” . Aquele que em uma CPI,
ao ser interrogado, for injustamente atingido em sua honra ou imagem, poderá pleitear judicialmente
indenização por danos morais ou materiais, neste último caso, se tiver sofrido prejuízo financeiro em de
ocorrência de sua exposição pública ...(STF, MS 25617, Rel. Min. Celso de Mello 2005).

14) SIGILO PROFISSIONAL DO ADVOGADO E CPI

“Consubstancia direito do advogado recusar-se a depor, com testemunha, em processo no qual haja
funcionado ou deva funcionar ou sobre fato relacionado com pessoa de quem seja ou foi advogado, mesmo
quando autorizado ou solicitado pelo constituinte, bem como fato que caracterize sigilo profissional ....(STF,
H 86429, Rel. Min. Marco Aurélio, 2006)

14) CPI E PODER DE INVESTIGAR NEGÓCIOS PARTICULARES

Segundo o STF, a CPI NÃO tem poderes para investigar negócios particulares (privados) sem
relação com a gestão da coisa pública.

15) APURAÇÃO DE FATO DETERMINADO E ADITAMENTO AO OBJETO INICIAL DA MESMA

É possível o aditamento ao objeto inicial da CPI para apuração de fatos conexos aos principal ou
descobertos durante a investigação.

16) A CPI DO CONGRESSO E PODER DE INVESTIGAÇÃO DE FATOS DE COMPETÊNCIA DOS


ESTADOS, DF E MUNICÍPIOS

A CPI do Congresso Nacional não tem poderes para investigar fatos de competência dos Estados, DF e dos
Municípios em respeito ao PRINCÍPIO DO FEDERALISMO.

“Em ação cível originária, o STF se pronunciou pela possibilidade das CPI´s estaduais pedirem quebra de
sigilo bancário ao Banco Central (o que era contestado por esta Autarquia, tendo em vista o pacto federativo
...(STF ACO 730/RJ, Trib. Pleno, rel. Min. Joaquim Barbosa 2005).

56
NOTA DE AULA 10 – IMUNIDADE MATERIAL (INVIOLABILIDADE) E PROCESSUAL (INSTUMENTAL)
DOS PARLAMENTARES, INVIOLABILIDADES
PROFESSOR: GILBERTO FROTA
DISCIPLINA: DIREITO CONSTITUCIONAL II

Roteiro de aula - IMUNIDADE MATERIAL (INVIOLABILIDADE) E PROCESSUAL (INSTUMENTAL) DOS


PARLAMENTARES, INVIOLABILIDADES

1) IMUNIDADE MATERIAL DOS PARLAMENTARES

1.a) Conceito (art. 53 “caput”)

1.b) Inviolabilidade e tutela de candidaturas

1.c) Irrenunciabilidade das Imunidades

1.d) Licenciamento para o exercício de cargo no Poder Executivo – (art. 55 § 3º)

1.e) Suplente de Senador e Prerrogativa de Foro – (art. 46 § 3° , art 53 § 1°)

2) IMUNIDADE PROCESSUAL, INSTRUMENTAL OU RELATIVA AO PROCESSO – (art. 53 § 3º)

2.a) Licença Prévia para o processo?

2.b) Imunidade processual do parlamentar em Inquéritos Policiais.

3) IMUNIDADE PROCESSUAL OU INSTRUMENTAL RELATIVA À PRISÃO – (art. 53 § 2º)

3.a) Imunidade Processual relativa à prisão e a espécie o tipo de prisão

3.b) Quórum para a Casa Legislativa resolver sobre a prisão do parlamentar

3.c) Início da imunidade processual parlamentar relativa à prisão

3.d) Imunidade processual relativa à prisão e sentença judicial transita em julgado

3.e) Imunidade processual relativa à prisão do Vereador e sua respectiva prerrogativa de foro.

4) PRERROGATIVA DE FORO DO PARLAMENTAR – (art. 53 § 1º)

4.a) Princípio da Atualidade do Mandato

4.b) Prerrogativa de Foro de Deputados Estaduais (art. 27 § 1º)

4.c) Prerrogativa de Foro dos Vereadores

4.d) Prerrogativa de Foro e concurso de Agentes

5) PERDA DOS DIREITOS POLÍTICOS DO PARLAMENTAR – (art. 55 VI) # (art. 15 III – também é
perda).

6) INVIOLABILIDADE (OU IMUNIDADE MATERIAL) (art. 53) # INCOMPATIBILIDADE (art. 54)

7) COMPETÊNCIA PARA DECIDIR SOBRE A PERDA DO MANDATO DO PARLAMENTAR NOS CASOS


– (art. 55 I, II e VI)

57
8) COMPETÊNCIA PARA DECLARAR A PERDA DO MANDATO

9) INVIOLABILIDADE OU IMUNIDADE MATERIAL DO PARLAMENTAR DENTRO OU FORA DO RECINTO


DA CASA PARLAMENTAR.

10) SUSPENSÃO DAS IMUNIDADES PARLAMENTARES (art. 53 § 8º)

IMUNIDADE MATERIAL E PROCESSUAL DOS PARLAMENTARES

1) IMUNIDADE MATERIAL, SUBSTANCIAL OU DE CONTEÚDO – (art. 53 caput)

1.a) Conceito

Também chamada de INVIOLABILIDADE, tem como objetivo garantir a liberdade de opinião,


palavras e votos dos membros do Poder Legislativo. Representa uma EXCLUDENTE DE ILICITUDE e certos
crimes como aqueles cometidos contra a honra mas em função do ofício, não são punidos.

CASO DO DEPUTADO FEDERAL JAIR BOLSONARO (INJÚRIA)

2016 – STF In casu, (i) o parlamentar é acusado de incitação ao crime de estupro, ao afirmar que não
estupraria uma deputada federal porque ela "merece"; (ii) o emprego do vocábulo "merece", no sentido e
contexto presentes no caso sub judice, teve por fim conferir a este gravíssimo delito, que é o estupro, o atributo
de um prêmio, um favor, uma benesse à mulher, revelando interpretação de que o homem estaria em posição
de avaliar qual mulher "poderia" ou "mereceria" ser estuprada. (...) In casu, (i) a entrevista concedida a veículo
de imprensa não atrai a imunidade parlamentar, porquanto as manifestações se revelam estranhas ao
exercício do mandato legislativo, ao afirmar que "não estupraria" deputada federal porque ela "não merece";
(ii) o fato de o parlamentar estar em seu gabinete no momento em que concedeu a entrevista é fato
meramente acidental, já que não foi ali que se tornaram públicas as ofensas, mas sim através da imprensa e
da internet; (...) (i) A imunidade parlamentar incide quando as palavras tenham sido proferidas do recinto da
Câmara dos Deputados: "Despiciendo, nesse caso, perquirir sobre a pertinência entre o teor das afirmações
supostamente contumeliosas e o exercício do mandato parlamentar" (Inq. 3814, Primeira Turma, Rel. Min.
Rosa Weber, unânime, j. 7-10-2014, DJE 21-10-2014). (ii) Os atos praticados em local distinto escapam à
proteção da imunidade, quando as manifestações não guardem pertinência, por um nexo de causalidade,
com o desempenho das funções do mandato parlamentar. (...) Ex positis, à luz dos requisitos do art. 41
do Código de Processo Penal, recebo a denúncia pela prática, em tese, de incitação ao crime; e recebo
parcialmente a queixa-crime, apenas quanto ao delito de injúria. Rejeito a queixa-crime quanto à
imputação do crime de calúnia. [Inq 3.932 e Pet 5.243, rel. min. Luiz Fux, j. 21-6-2016, 1ª T, DJE de 9-9-
2016.]

1.b) Inviolabilidade e Tutela de Candidaturas

“A garantia constitucional da garantia parlamentar em sentido material, NÃO SE ESTENDE ao


congressista, quando, NA CONDIÇÃO DE CANDIDATO a qualquer cargo eletivo, vem a ofender
moralmente a honra de terceira pessoa, inclusive a de outros candidatos, em pronunciamento motivado por
finalidade exclusivamente eleitoral, que não guarda qualquer conexão com o exercício das funções
congressuais” (STF, Rel. Min. Celso de Mello, 2002)

1.c) Irrenunciabilidade das Imunidades

“O instituto da imunidade material é garantia de independência do poder Legislativo, porque não se


reconhece ao congressista a faculdade de a ela renunciar”. (STF, Rel. Min. Ilmar Galvão, 2001).

1.d) Licenciamento para o exercício de cargo no Poder Executivo – (art. 55 § 3º)

“O Deputado que exerce a função de Ministro de Estado não perde o mandato, porém não pode
invocar a prerrogativa da imunidade, material e processual, pelo cometimento de crime no exercício da
função”(STF, Inq. 105/DF, Rel. Min. Néri da Silveira,2000). – Existe uma perda temporária da imunidade
parlamentar.

Suplente de Senador e Prerrogativa de Foro – art. 46 § 3°, art 53 § 1°

58
O Tribunal negou provimento a agravo regimental interposto, nos autos de inquérito, contra decisão que
determinara a baixa dos autos ao Juízo da 3ª Vara Criminal da Comarca de Campo Grande, em razão de o
querelado, suplente de Senador, acusado da suposta prática dos delitos previstos nos artigos 20, 21 e 22,
todos da Lei 5.250/67, deixar de exercer mandato parlamentar, em face do retorno do titular ao cargo. Na
linha da jurisprudência da Corte, considerou-se que, embora juntamente com cada Senador sejam eleitos
dois suplentes, a posse no cargo, que constitui ato formal indispensável para o gozo das prerrogativas ligadas
à função legislativa, dá-se apenas com relação àquele que efetivamente o exerce, em caráter interino ou
permanente. Asseverou-se que os suplentes não têm jus às prerrogativas inerentes ao cargo enquanto
o titular estiver em exercício, possuindo, apenas, mera expectativa do direito de substituir,
eventualmente, o Senador com o qual foram eleitos. Ressaltou-se, ainda, que a diplomação dos suplentes
constitui formalidade anterior e necessária à eventual investidura no cargo, nos termos dos artigos 4º e 5º, do
Regimento Interno do Senado Federal, não se podendo, entretanto, depreender disso que a eles seja
aplicado, automaticamente, o Estatuto dos Congressistas, ou seja, o conjunto de normas constitucionais que
estatui o regime jurídico dos membros do Congresso Nacional, prevendo suas prerrogativas e direitos, seus
deveres e incompatibilidades, salvo se assumirem o cargo interina ou definitivamente. Dessa forma,
entendeu-se que a atração da competência do Supremo, de natureza intuitu funcionae, ocorre, desde a
diplomação, unicamente em relação ao titular eleito para exercer o cargo, havendo, por isso, de se fazer uma
interpretação restritiva do art. 53, § 1º, da CF, porquanto dirigido apenas a Senadores e Deputados Federais,
aos quais o texto confere, excepcionalmente, certas prerrogativas, em prol do exercício livre e desembaraçado
do mandato. Por fim, aduziu-se que, se o legislador quisesse estender a referida proteção aos suplentes, teria
providenciado a sua inclusão na Constituição Federal ou remetido a sua disciplina a legislação ordinária.
Precedente citado: ADI 2797/DF (DJU de 19.12.2006). Inq 2453 AgR/MS, rel. Min. Ricardo Lewandowski,
17.5.2007. (Inq-2453)

2) IMUNIDADE PROCESSUAL, INSTRUMENTAL OU RELATIVA AO PROCESSO – (art. 53 § 3º)

2.a) Licença Prévia para o processo?

Para o parlamentar, não existe mais a partir da EC 35/2001 a LICENÇA PRÉVIA da Casa respectiva
para que o mesmo seja processado. Esta licença prévia continua existindo com relação ao Presidente da
República (art. 51 I).

2.b) Imunidade processual do parlamentar em Inquéritos Policiais.

A imunidade processual do parlamentar é com relação ao PROCESSO PENAL não impedindo a


instauração de INQUÉRITOS POLICIAIS, sendo que neste caso as investigações serão fiscalizadas pelo
STF. O pedido de suspensão é com relação ao processo e não com relação ao inquérito.

3) IMUNIDADE PROCESSUAL OU INSTRUMENTAL RELATIVA À PRISÃO – (art. 53 § 2º)

3.a) Imunidade Processual relativa à prisão e a espécie o tipo de prisão

Os parlamentares só podem ser presos por crimes inafiançáveis e em flagrante delito, com isso a
doutrina majoritária entende que não é cabível prisão do Parlamentar no caso de prisão de natureza civil
(art. 5º LXVII), bem como no caso das prisões processuais (prisão em flagrante, preventiva, etc.).

3.b) Quórum para a Casa Legislativa resolver sobre a prisão do parlamentar.

Quando a CF fala em maioria de seus membros , essa maioria é ABSOLUTA.

3.c) Início da imunidade processual parlamentar relativa à prisão

DIPLOMAÇÃO # POSSE do parlamentar – O diploma é um atestado expedido pela Justiça Eleitoral


, após o encerramento das eleições, certificando a regular eleição do candidato. Já a posse é o ato público,
realizado em SESSÃO PREPARATÓRIA (art. 57 § 4º) da Casa Legislativa respectiva, através do qual o
Parlamentar se investe oficialmente no mandato.

3.d) Imunidade processual relativa à prisão e sentença judicial transita em julgado

A imunidade do Parlamentar NÃO abrange a PRISÃO DEFINITIVA, sendo possível que um


parlamentar seja preso em virtude de SENTENÇA JUDICIAL CONDENATÓRIA TRANSITADA EM
JULGADO.

59
3.e) Imunidade processual relativa à prisão do Vereador e sua respectiva prerrogativa de foro
(possui imunidade material – art. 29 VIII).

Segundo o STF, o vereador NÃO goza de imunidade formal com relação à prisão e nem com
relação ao processo, o mesmo pode vir a ter PRERROGATIVA DE FORO e ser julgado perante o
TRIBUNAL DE JUSTIÇA desde que haja uma previsão na Constituição Estadual.

Jurisprudência - STJ

PRISÃO PREVENTIVA. VEREADOR. PARTICIPAÇÃO. SESSÕES.

O vereador, ora paciente, foi preso preventivamente, mas pretendia, mediante escolta, continuar a participar
das sessões legislativas da Câmara Municipal. Quanto a isso, primeiro cabe anotar que, em seu favor,
existe apenas imunidade material. É verdade que a imunidade formal prevista no art. 53, § 2º, da
CF/1988 foi repetida no art. 102, § 1º, da Constituição estadual em comento (a fluminense) para abrigar
os parlamentares estaduais e foi estendida aos vereadores pelo art. 349 dessa mesma Carta. Porém,
o STF já suspendeu a eficácia desse dispositivo no julgamento de ADI. Dessarte, conclui-se que o
paciente não tem a prerrogativa de só poder ser preso em flagrante de crime inafiançável, tal como os
parlamentares federais. Soma-se a isso a constatação de não haver qualquer ilegalidade na manutenção
de sua custódia (HC 99.773-RJ) ou mesmo previsão legal a justificar a admissão do pedido de freqüência às
sessões. O impeço ao exercício de sua atividade laborativa é mero consectário de sua prisão, tal como
aplicável a todo encarcerado. Precedentes citados do STF: ADI 558-RJ, DJ 26/3/1993; do STJ: HC 68.670-
SC, DJ 9/4/2007. HC 106.642-RJ, Rel. Min. Napoleão Nunes Maia Filho, julgado em 24/6/2008.

4) PRERROGATIVA DE FORO DO PARLAMENTAR – (art. 53 § 1º)

Princípio da Atualidade do Mandato – significa dizer que ao ser diplomado, o processo criminal do
parlamentar passa a tramitar no STF, encerrado o mandato, os autos serão remetidos á Justiça de origem
(estadual ou federal) a depender do crime que o ex-parlamentar esteja sendo acusado. Ficando revogada
portanto a Súmula 394 do STF.

Súmula 394 STF (REVOGADA) – Cometido o crime durante o exercício funcional, prevalece a
competência especial por prerrogativa de função, ainda que o inquérito ou ação penal sejam iniciados
após a cessação daquele exercício.

4.a) Prerrogativa de Foro de Deputados Estaduais (art. 27 § 1º)

Com base no Princípio da Simetria Constitucional (art. 53 § 1º), os DEPUTADOS ESTADUAIS (não
estamos nos referindo a Vereadores) são submetidos a julgamento perante o TRIBUNAL DE JUSTIÇA,
independentemente de onde tenha sido pratica o crime ou contravenção. Tratando-se de CRIME FEDERAL,
a competência será do TRF e sendo CRIME ELEITORAL, será do TRE.

4.b) Prerrogativa de Foro dos Vereadores

A jurisprudência majoritária entende que as Constituições Estaduais podem estabelecer o tribunal de


Justiça do Estado respectivo como foro privilegiado para os membros do legislativo municipal (HC 74.125/PI
2ª Turma do STF, rel. Min. Francisco Rezek, 1996).

4.c) Prerrogativa de Foro e concurso de Agentes

No entanto, SE HOUVER SUSTAÇÃO DO ANDAMENTO DO PROCESSO PENAL, com relação ao


parlamentar (art. 53 § 3º), devem os processos ser DESMEMBRADOS e enviados á Justiça comum, a fim
de que prossigam em relação aos co-réus não parlamentares.

60
5) PERDA DOS DIREITOS POLÍTICOS DO PARLAMENTAR – (art. 55 VI) # (art. 15 III – também é perda).

A perda dos direitos políticos de um cidadão comum com base no artigo 15 III, é automática quando
da sentença judicial transitada em julgado. Já com relação ao parlamentar (art. 55 VI), mesmo que haja uma
decisão judicial com trânsito em julgado, está perda não é automática, ainda tem que passar pelo crivo da
Casa parlamentar (art. 55 § 2º), tudo isso com base no princípio da independência dos poderes.

6) INVIOLABILIDADE (OU IMUNIDADE MATERIAL) (art. 53) # INCOMPATIBILIDADE (art. 54)

7) COMPETÊNCIA PARA DECIDIR SOBRE A PERDA DO MANDATO DO PARLAMENTAR NOS CASOS


– (art. 55 I, II e VI)
* Câmara dos Deputados ou Senado Federal;
* Voto secreto;
* Maioria Absoluta;
* Provocação da respectiva Mesa ou partido político com representação no Congresso;
* Assegurada ampla defesa;

8) COMPETÊNCIA PARA DECLARAR A PERDA DO MANDATO


* Mesa da Casa respectiva, de ofício ou mediante provocação de qualquer de seus membros ou de
partido político representado no Congresso;
* Assegurada ampla defesa;

9) INVIOLABILIDADE OU IMUNIDADE MATERIAL DO PARLAMENTAR DENTRO OU FORA DO RECINTO


DA CASA PARLAMENTAR.

A palavra inviolabilidade significa intocabilidade, intangibilidade do parlamentar quanto do cometimento de


CRIME OU CONTRAVENÇÃO. ....é de se distinguir as situações em que as supostas ofensas são proferidas
DENTRO OU FORA do Parlamento. Somente nestas últimas ofensas irrogadas fora do Parlamento é de se
perquirir da chamada “conexão com o exercício do mandato ou condição parlamentar. (INQ 391, 1.710 w
1.958 rel. min. Carlos Britto)

RESUMO:

• Para os pronunciamentos feitos NO INTERIOR das Casas Legislativas


Não cabe indagar sobre o conteúdo das ofensas ou conexão com o mandato, dado que
acobertadas pelo manto da inviolabilidade. Em tal seara, caberá á própria Casa a que pertencer o parlamentar
coibir eventuais excessos no desempenho dessa prerrogativa.

10) SUSPENSÃO DAS IMUNIDADES PARLAMENTARES (art. 53 § 8º)

61
• Durante o ESTADO DE DEFESA, as imunidades parlamentares NÃO PODERÃO ser suspensas.
• Durante o ESTADO DE SÍTIO, as imunidades parlamentares PODEM SER SUSPENSAS.

NOTA DE AULA 11 – DO PROCESSO LEGISLATIVO (PARTE 01)


PROFESSOR: GILBERTO FROTA

62
DISCIPLINA: DIREITO CONSTITUCIONAL II

Roteiro de aula – DO PROCESSO LEGISLATIVO (PARTE 01)

1) CONCEITO

2) ESPÉCIES NORMATIVAS OU ATOS NORMATIVOS PRIMÁRIOS (art. 59)

3) HIERARQUIA ENTRE OS ATOS NORMATIVOS PRIMÁRIOS

4) ATOS NORMATIVOS SECUNDÁRIOS OU INFRALEGAIS

5) FASES DO PROCESSO LEGISLATIVO (ORDINÁRIO – não há prazo)

5.a) Fase Introdutória

5.a.1) Iniciativa
* Geral (art. 61)
* Reservada (art. 61 § 1º / art. 51 IV / art. 52 XIII / art. 96 II b / art. 127 § 2 e art. 128
§ 5º / art. 60 caput ).
* Parlamentar (art. 61 caput).
* Extraparlamentar (art. 14 III c/c art. 61 § 2º), (art. 61 § 1º).
* Popular – (art. 14 III c/c art. 61 § 2º).

5.b) Fase Constitutiva

5.b.1) Deliberação Parlamentar

5..b.1.a) Proposição de Emendas

5.b.1.b) Passos ou Fases da Deliberação Parlamentar

5.c) Fase Executiva

5.c.1) Sanção – (art. 66)

5.c.1.a) Conceito ( A sanção não supre vício de iniciativa)

5.c.1.b) Espécies de Sanção

* Expressa ou explícita – art. 61 § 1º


* Tácita ou silenciosa – art. 66 § 3º.
* Total ou ampla
* Parcial – art. 66 § 2º.
5.c.2) Veto

5.c.2.a) Conceito

5.c.2.b) Espécies de Veto – art. 66 § 1º

*Veto Jurídico
* Veto Político
* Veto Motivado (art. 66 § 1º)
* Veto Supressivo
* Irretratabilidade do Veto

5.c.2.c) Competência para Sanção

5.d) Fase Complementar


5.d.1) Promulgação

5.d.1.a) Conceito (art. 66 § 7º)

63
5.d.1.b) Competência para promulgação (art. 66 § 7º)

5.d.2) Publicação

5.d.2.a) Conceito

6) EMENDAS PARLAMENTARES PODEM AUMENTAR A DESPESA EM PROJETOS DE INICIATIVA


DO PRESIDENTE DA REPÚBLICA? – (art. 63 I / art. 166 § 3º e § 4º)

7) A SANÇÃO DO PRESIDENTE DA REPÚBLICA SUPRE O VÍCIO DE INICIATIVA NA


APRESENTAÇÃO DO PROJETO DE LEI?

8) INICIATIVA POPULAR FEDERAL (art. 61 § 2º) ESTADUAL (art. 27 § 4º) E MUNICIPAL (art. 29 XIII)

9) PROCESSO LEGISLATIVO SUMÁRIO OU ABREVIADO – (art. 64 § 1º a § 4º)

10) PRINCÍPIO DA IRREPETIBILIDADE RELATIVA DOS PROJETOS REJEITADOS NA MESMA


SESSÃO LEGISLATIVA (CF, art. 67) (# das Emendas Constitucionais – art. 60 § 5º)

1) CONCEITO

É o conjunto de atos preordenados que permite a criação, mudança e a substituição das espécies
normativas.

2) ESPÉCIES NORMATIVAS OU ATOS NORMATIVOS PRIMÁRIOS (art. 59)

São aqueles que retiram seu fundamento de validade da própria Constituição Federal.

3) HIERARQUIA ENTRE OS ATOS NORMATIVOS PRIMÁRIOS

Todas as “normas primárias” situam-se no mesmo nível hierárquico, haja vista retirarem se
fundamento de validade do mesmo local, no caso a Constituição federal. Significa dizer por
exemplo que uma Lei Complementar não é superior a uma Lei Ordinária ou a um Decreto
Legislativo. A EXCEÇÃO DAS EMENDAS CONSTITUCIONAIS (que possuem status
constitucional).

4) ATOS NORMATIVOS SECUNDÁRIOS OU INFRALEGAIS

Exemplo: as portarias, decretos regulamentar expedido pelo Presidente da República (art.


84IV).

5) FASES DO PROCESSO LEGISLATIVO (ORDINÁRIO – não há prazo)

5.a) Fase Introdutória

5.a.1) Iniciativa

* Geral – aquela cabível a qualquer membro ou Comissão da Câmara dos Deputados, do


Senado Federal ou Congresso Nacional, ao presidente da república, ao STF, aos tribunais Superiores,
ao Procurador-Geral da República e aos cidadãos (art. 61)

* Reservada – cabível a órgãos específicos. (art. 61 § 1º / art. 51 IV / art. 52 XIII / art. 96 II b


/ art. 127 § 2 e art. 128 § 5º / art. 60 caput ).

Lei de iniciativa privativa do chefe do executivo – benefícios aos servidores públicos – Art. 61 § 1º
II a CF/88

Jurisprudência do STF 2015

Lei municipal e vício de iniciativa Por vício de iniciativa, o Plenário deu provimento a recurso extraordinário
para declarar a inconstitucionalidade dos incisos II, III, VIII, bem como dos §§ 1º e 2º do art. 55 da Lei
Orgânica de Cambuí/MG, que concede benefícios a servidores públicos daquela municipalidade. Na

64
espécie, a norma questionada decorrera de iniciativa de câmara legislativa municipal. A Corte asseverou
que lei orgânica de município não poderia normatizar direitos de servidores, porquanto a prática afrontaria
a iniciativa do chefe do Poder Executivo. RE 590829/MG, rel. Min. Marco Aurélio, 5.3.2015. (RE-590829)

* Parlamentar – quando parte dos membros do Congresso Nacional, Deputados ou


Senadores (art. 61 caput).

* Extraparlamentar - cidadãos (art. 14 III c/c art. 61 § 2º), Presidente da República (art. 61
§ 1º).

* Popular – (art. 14 III c/c art. 61 § 2º). – Não se admite iniciativa popular de PEC.

5.b) Fase Constitutiva

* Divisão: Deliberação Parlamentar = Discussão + Votação


Deliberação Executiva = Sanção ou Veto

5.b.1) Deliberação Parlamentar

5..b.1.a) Proposição de Emendas

Durante essa fase haverá discussão e votação pelas respectivas Casas Legislativas, bem como a
apresentação de EMENDAS ao Projeto de Lei (PL). A apresentação de emendas, é uma atividade
EXCLUSIVA DO PODER LEGISLATIVO, nem mesmo aqueles que propuseram o PL, podem propor
emendas ao mesmo.

Segundo o STF, a iniciativa legislativa reservada a outros Poderes (ex. Presidente da República) não
impede a apresentação de emendas pelos parlamentares no exercício constitucional de sua atividade
legiferante, obedecidos os dois requisitos abaixo relacionados:

¨A reservada de iniciativa a outro Poder não implica vedação de emenda de origem parlamentar desde
de que PERTINENTE À MATÉRIA DA PROPOSIÇÃO e NÃO ACARRETE AUMENTO DE DESPESA ...(art.
63).” (ADI, 18356 SC, Trib. Pleno do STF, rel. Min. Sepúlveda Pertence, 2000).

5.b.1.b) Passos ou Fases da Deliberação Parlamentar

1º Passo: Análise pela Comissão de Constituição e Justiça da Câmara e pela Comissão de


Constituição, Justiça e Cidadania do Senado as quais irão analisar a constitucionalidade do projeto de lei
bem como sua FORMA.

2º Passo: Análise pela Comissão Temática, as quais irão analisar o mérito, o CONTEÚDO
do projeto de lei. (ex. comissão de agricultura, pecuária, abastecimento e desenvolvimento rural,
comissão de ciência e tecnologia, comissão de defesa do consumidor, comissão de direito humanos e
minorias, etc.).

3º Passo: Delegação interna corporis Art. 58 § 2º. O recurso de um décimo dos membros
da respectiva Casa pode fazer com que a matéria seja obrigatoriamente deliberada pelo plenário.

4º Passo: Análise pela CASA INICIADORA (na grande maioria das vezes é a Câmara dos
Deputados – art. 61 § 2º / art. 64)

5º Passo: Análise pela CASA REVISORA (art. 65).

5.c) Fase Executiva

5.c.1) Sanção – (art. 66)

5.c.1.a) Conceito

É a CONCORDÂNCIA, AQUIESCÊNCIA do Presidente da República com o teor do


projeto de lei aprovado pelo Congresso Nacional.

OBS. A sanção não supre vício de iniciativa.

65
"A sanção do projeto de lei não convalida o vício de inconstitucionalidade resultante da usurpação do
poder de iniciativa. A ulterior aquiescência do Chefe do Poder Executivo, mediante sanção do projeto de
lei, ainda quando dele seja a prerrogativa usurpada, não tem o condão de sanar o vício radical da
inconstitucionalidade. Insubsistência da Súmula n. 5/STF. Doutrina. Precedentes." (ADI 2.867, Rel. Min.
Celso de Mello, julgamento em 3-12-03, DJ de 9-2-07). No mesmo sentido: ADI 1.963-MC, Rel. Min.
Maurício Corrêa, julgamento em 18-3-99, DJ de 7-5-99; ADI 1.070-MC, Rel. Min. Celso de Mello,
julgamento em 23-11-94, DJ de 15-9-95.

5.c.1.b) Espécies de Sanção

* Expressa ou explícita – manifestação favorável do Presidente da República com


relação a projeto de lei aprovado pelo Congresso Nacional, no prazo de 15 dias úteis (art. 66 § 1º).
* Tácita ou silenciosa – art. 66 § 3º.

* Total ou ampla – o Presidente não concorda com a ÍNTEGRA do projeto de lei


aprovado pelo Congresso.

* Parcial – art. 66 § 2º.

5.c.2) Veto

5.c.2.a) Conceito
É a DISCORDÂNCIA do Presidente da República com o projeto aprovado pelo
Legislativo.

5.c.2.b) Espécies de Veto – art. 66 § 1º

*Veto Jurídico– quando o argumento for a INCOSNTITUCIONALIDADE do projeto.

* Veto Político – quando o argumento for o INTERESSE PÚBLICO.

* Veto Motivado – obrigatoriamente e por escrito o Presidente deve informar ao


legislativo, os motivos do seu veto, sob pena desta falta de motivação importar em uma sanção tácita (art.
66 § 1º).

* Veto Supressivo – O Presidente NÃO poderá por meio do veto, fazer aditamentos
ao projeto aprovado pelo Legislativo, a função do veto é de SUPRIMIR no TODO ou EM PARTE projetos
de leis inconstitucionais ou contrários ao interesse público.

5.c.2.c) Competência para Sanção


Exclusiva do CHEFE DO EXECUTIVO.

OBS O veto é IRRETRATÁVEL, visto que o Presidente não pode voltar atrás em sua decisão.

5.d) Fase Complementar

5.d.1) Promulgação

5.d.1.a) Conceito

É o ato através do qual se atesta a PRESUNÇÃO RELATIVA de constitucionalidade


da lei.

MUITA ATENÇÃO 01. A promulgação é feita da lei e não do projeto de lei, sendo assim, a lei
nasce com a sanção ou derrubada do veto e não com a promulgação (art. 66 § 7º).

MUITA ATENÇÃO 02. Não existe promulgação tácita, ela necessariamente tem que ser
expressa, diferente da sanção a qual pode ser tácita (art. 66 § 7º).

5.d.1.b) Competência para promulgação (art. 66 § 7º)

2.d.2) Publicação

66
5.d.2.a) Conceito

É o momento em que a lei passa a ser OBRIGATÓRIA, EXIGÍVEL, ocorre


normalmente no Diário Oficial.

6) EMENDAS PARLAMENTARES PODEM AUMENTAR A DESPESA EM PROJETOS DE INICIATIVA


DO PRESIDENTE DA REPÚBLICA? – (art. 63 I / art. 166 § 3º e § 4º)

A princípio Não, salvo no caso da lei orçamentária.

7) A SANÇÃO DO PRESIDENTE DA REPÚBLICA SUPRE O VÍCIO DE INICIATIVA NA


APRESENTAÇÃO DO PROJETO DE LEI?

"A sanção do projeto de lei não convalida o vício de inconstitucionalidade resultante da usurpação do
poder de iniciativa. A ulterior aquiescência do Chefe do Poder Executivo, mediante sanção do projeto de
lei, ainda quando dele seja a prerrogativa usurpada, não tem o condão de sanar o vício radical da
inconstitucionalidade. Insubsistência da Súmula n. 5/STF. Doutrina. Precedentes." (ADI 2.867, Rel. Min.
Celso de Mello, julgamento em 3-12-03, DJ de 9-2-07). No mesmo sentido: ADI 1.963-MC, Rel. Min.
Maurício Corrêa, julgamento em 18-3-99, DJ de 7-5-99; ADI 1.070-MC, Rel. Min. Celso de Mello,
julgamento em 23-11-94, DJ de 15-9-95.

8) INICIATIVA POPULAR FEDERAL (art. 61 § 2º) ESTADUAL (art. 27 § 4º) E MUNICIPAL (art. 29 XIII)

9) PROCESSO LEGISLATIVO SUMÁRIO OU ABREVIADO – (art. 64 § 1º a § 4º)

Seu prazo máximo será de 100 dias (45 dias em cada Casa + 10 dias (se houver emenda no Senado a
ser apreciada pela Câmara).

10) PRINCÍPIO DA IRREPETIBILIDADE RELATIVA DOS PROJETOS REJEITADOS NA MESMA


SESSÃO LEGISLATIVA (CF, art. 67) (# das Emendas Constitucionais – art. 60 § 5º)

NOTA DE AULA 12 – DO PROCESSO LEGISLATIVO (PARTE 02) – ESPÉCIES NORMATIVAS


PROFESSOR: GILBERTO FROTA
DISCIPLINA: DIREITO CONSTITUCIONAL II

Roteiro de aula - DO PROCESSO LEGISLATIVO (PARTE 02) – ESPÉCIES NORMATIVAS

67
1) NATUREZA JURÍDICA DAS ESPÉCIES NORMATIVAS – (art. 59 I a VII)

2) CLASSIFICAÇÃO DAS ESPÉCIES NORMATIVAS PRIMÁRIAS – (art 59 I a VII)

2.a) EMENDAS À CONSTITUIÇÃO

2.a.1) Conceito

2.a.2) Fase de Iniciativa – (art. 60 I, II e III)

2.a.3) Fase Constitutiva

2.c.4) Quórum para sua aprovação

2.c.5) Dupla votação em cada Casa Legislativa – (art. 60 § 2º)

2.c.6) Fase Complementar – (art. 60 § 3º)

2.c.7) Limites Materiais ao Poder de Reforma da CF – (art. .60 § 4º)

2.c.8) Limites Circunstanciais (art. 60, § 1º)

2.c.9) Limites Temporais

2.c.8) Extensão das Cláusulas Pétreas

2.c.9) As cláusulas pétreas podem ser reformuladas? – PROCESSO DA DUPLA REFORMA OU


DUPLA REVISÃO

2.c.10) Legitimidade para impetração de Mandado de Segurança para coibir atos praticados no
processo de aprovação de lei ou emenda á Constituição incompatíveis com disposições constitucionais
que disciplinam o processo legislativo

2.c.11)PRINCÍPIO DA IRREPETIBILIDADE ABSOLUTA DOS PROJETOS DE EMENDA


CONSTITUCIONAL REJEITADOS NA MESMA SESSÃO LEGISLATIVA (art. 65 § 5º)

2.b) LEIS COMPLEMENTARES

2.b.1) Natureza Jurídica

2.c.2) Lei Complementar # Lei Ordinária ou Comum.

* Aspecto Formal
* Aspecto Material ou Substancial

2.c.3) Há hierarquia entre LC e LO? - Para a maioria dos doutrinadores e STF, NÃO.

2.c.5) Medida Provisória tem força de lei. Qual lei ? Ordinária ou Complementar ? – (art. 62)

2.c) LEIS ORDINÁRIAS

2.c.1) Campo de incidência das leis ordinárias

2.d) LEIS DELEGADAS

2.d.1) Conceito
2.d.2) iniciativa Solicitadora – (art. 68 caput)

2.d.3) Limites Materiais às Leis Delegadas – (art. 68 § 1º I a III)

2.d.4) Forma da delegação por parte do Congresso Nacional – (art. 68 § 2º)

68
2.d.5) O Presidente da República está obrigado a legislar quando da delegação legislativa?

2.d.6) É possível o Presidente da República editar mais de uma lei delegada dentro do prazo fixado
pela resolução congressual?

2.d.7) Espécies de Delegação

2.d.7.1) Delegação Típica ou Própria

2.d.7.2) Delegação Atípica ou Imprópria – (art. 68 § 3º)

2.d.8) Poder Congressual de sustar leis delegadas – (art. 49 V)

2.e) DECRETO LEGISLATIVO

2.e.1) Conceito – (art. 49 / art. 59 VI)

2.e.2) Quórum para aprovação do Decreto Legislativo – (art. 47) – Maioria Simples

2.e.3) Não há participação do Presidente da República no processo de criação de um Decreto


Legislativo.

2.f) RESOLUÇÕES

2.f.1) Conceito – (art. 59 VII )

2.f.2) Não há participação do Presidente da República no processo de criação de uma Resolução.

ESPÉCIES NORMATIVAS

1) NATUREZA JURÍDICA DAS ESPÉCIES NORMATIVAS – (art. 59 I a VII)

Possuem natureza de ESPÉCIES NORMATIVAS PRIMÁRIAS visto que retiram seu fundamento de
validade diretamente da própria CF. Segundo a doutrina majoritária, não há hierarquia entre as espécies
normativas primárias, a não ser com relação às Emendas Constitucionais que estão em um plano superior
representando a própria CF.

2) CLASSIFICAÇÃO DAS ESPÉCIES NORMATIVAS PRIMÁRIAS – (art 59 I a VII)

2.a) EMENDAS À CONSTITUIÇÃO

2.a.1) Conceito

São alterações do próprio texto constitucional, sendo uma manifestação do Poder Constituinte
Derivado de Reforma.

2.a.2) Fase de Iniciativa – (art. 60 I, II e III)

A iniciativa para apresentação de PEC (Proposta de Emenda à Constituição) é CONCORRENTE,


pois tal legitimidade é atribuída a mais de um órgão ou pessoa.

2.a.3) Fase Constitutiva

Não existe a deliberação executiva no processo de aprovação de uma PEC, não existe portanto nem
sanção e nem veto presidencial.

2.c.4) Quórum para sua aprovação

Trata-se de uma maioria qualificada, no caso 3/5de cada Casa Congressual.

2.c.5) Dupla votação em cada Casa Legislativa – (art. 60 § 2º)

2.c.6) Fase Complementar – (art. 60 § 3º)

69
Cabem às próprias Casas Legislativas a promulgação e publicação da Emenda Constitucional.

2.c.7) Limites Materiais ao Poder de Reforma da CF – (art.60 § 4º)

Também chamados de CLAÚSULAS PÉTREAS (“duro como pedra”). Representam o NÚCLEO


INAMOVÍVEL, IRREFORMÁVEL DA CF.

“Proposta de emenda à Constituição Federal — Instituição da pena de morte mediante prévia consulta
plebiscitária — Limitação material explícita do poder reformador do Congresso Nacional.
Inexistência de controle preventivo abstrato (em tese) no direito brasileiro.” (ADI 466, Rel. Min. Celso de
Mello, julgamento em 3-4-91, DJ de 10-5-91)

2.c.8) Limites Circunstanciais (art. 60, § 1º)

2.c.9) Limites Temporais

Não há limitações temporais na Constituição Federal de 1988. A única constituição brasileira que
estabeleceu um limite temporal para a modificação de seu texto foi a de 1824 do Império que permitia a
modificação da Constituição somente após 4 anos de sua vigência.

MUITA ATENÇÃO. O ART. 3º do ADCT não configurou qualquer limitação temporal ao poder de reforma,
mas apenas a previsão de prazo para a revisão constitucional. Com base no poder constitucional derivado
revisor.

2.c.8) Extensão das Cláusulas Pétreas

Segundo o STF, os direitos e garantias individuais tidos como cláusulas pétreas, não são apenas
aqueles previstos no art. 5 º da CF. A título de exemplo temos que o próprio STF estabeleceu como direito
fundamental o princípio da anterioridade tributária (art. 150 III b).

2.c.9) As cláusulas pétreas podem ser reformuladas? – PROCESSO DA DUPLA REFORMA OU


DUPLA REVISÃO

Seus adeptos entendem que os limites matérias da CF podem ser modificados ou “superados” pelo
legislador reformador, abrindo caminha para, num momento futuro, ocorrer a remoção dos princípios
correspondentes aos limites substanciais explícitos, mediante dupla revisão. Esta tese não é aceita pelo
STF.

Para o STF as cláusulas pétreas são INSUPERÁVEIS porque alterar as condições estabelecidas por
um poder inicial, autônomo e incondicionado, a fim de reformar limites explícitos à atividade derivada, é
promover uma FRAUDE À CONSTITUIÇÃO.

2.c.10) Legitimidade para impetração de Mandado de Segurança para coibir atos praticados no
processo de aprovação de lei ou emenda á Constituição incompatíveis com disposições
constitucionais que disciplinam o processo legislativo

"O Supremo Tribunal Federal admite a legitimidade do parlamentar — e somente do parlamentar —


para impetrar mandado de segurança com a finalidade de coibir atos praticados no processo de
aprovação de lei ou emenda constitucional incompatíveis com disposições constitucionais que disciplinam
o processo legislativo. Precedentes do STF: MS 20.257/DF, Ministro Moreira Alves (leading case) (RTJ
99/1031); MS 20.452/DF, Ministro Aldir Passarinho (RTJ 116/47); MS 21.642/DF, Ministro Celso de
Mello (RDA 191/200); MS 24.645/DF, Ministro Celso de Mello, DJ de 15-9-2003; MS 24.593/DF,
Ministro Maurício Corrêa, DJ de 8-8-2003; MS 24.576/DF, Ministra Ellen Gracie, DJ de 12-9-2003;
MS 24.356/DF, Ministro Carlos Velloso, DJ de 12-9-2003." (MS 24.667-AgR, Rel. Min. Carlos Velloso,
julgamento em 4-12-03, DJ de 23-4-04.

2.c.11)PRINCÍPIO DA IRREPETIBILIDADE ABSOLUTA DOS PROJETOS DE EMENDA


CONSTITUCIONAL REJEITADOS NA MESMA SESSÃO LEGISLATIVA (art. 65 § 5º)

2.b) LEIS COMPLEMENTARES

2.b.1) Natureza Jurídica

70
Atos Normativos INFRA CONSTITUCIONAIS ( inferiores à CF/88).

2.c.2) Lei Complementar # Lei Ordinária ou Comum.

* Aspecto Formal – enquadra-se no quorum de aprovação . Para LO é maioria simples (art.


47) e para LC é maioria absoluta (art. 69).

* Aspecto Material ou Substancial – O assunto a ser disciplinado por LC vem expresso na


CF, já no caso de omissão, a matéria será reservada à LO.

MUITA ATENÇAO. O QUORUM PARA INSTALAÇÃO DA SESSÃO DE VOTAÇÃO é o mesmo tanto


para Lei Ordinária como para lei Complementar, sendo sempre de maioria absoluta.

2.c.3) Há hierarquia entre LC e LO? - Para a maioria dos doutrinadores e STF, NÃO.

2.c.4) Questão Interessante

O Ministério Público junto ao TCU é regido por LO (que rege o próprio TCU) (art. 130) e o Ministério
Público Comum é regido por LC (art. 128 § 5º).

2.c.5) Medida Provisória tem força de lei. Qual lei ? Ordinária ou Complementar ? – (art. 62) -
Lei Ordinária segundo o STF.

2.c) LEIS ORDINÁRIAS

2.c.1) Campo de incidência das leis ordinárias


Utiliza-se a técnica da EXCLUSÃO, toda lei que não trouxer o título de complementar será
ordinária.

2.d) LEIS DELEGADAS

2.d.1) Conceito

Espécie normativa feita pelo presidente da república, após prévia autorização do Poder
Legislativo. Representa uma função atípica do Poder Executivo.

2.d.2) iniciativa Solicitadora – (art. 68 caput)

2.d.3) Limites Materiais às Leis Delegadas – (art. 68 § 1º I a III)

2.d.4) Forma da delegação por parte do Congresso Nacional – (art. 68 § 2º)

2.d.5) O Presidente da república está obrigado a legislar quando da delegação legislativa?

Não, haja vista que este ato do Presidente é DISCCRICIONÁRIO.

2.d.6) É possível o Presidente da República editar mais de uma lei delegada dentro do prazo
fixado pela resolução congressual?

Sim, desde que haja na própria resolução, permissão expressa para editar mais de uma lei
delegada.

2.d.7) Espécies de Delegação

2.d.7.1) Delegação Típica ou Própria

É aquela em que o próprio Presidente PROMULGA E MANDA PUBLICAR a lei


delegada esgotando-se o procedimento de criação da lei delegada dentro do próprio Executivo.

ATENÇÂO Não existe sanção no processo de criação de uma lei delegada.

2.d.7.2) Delegação Atípica ou Imprópria – (art. 68 § 3º)

71
É aquela que estabelece a apreciação da lei delegada pelo Legislativo, sendo vedada
emendas.

2.d.8) Poder Congressual de sustar leis delegadas – (art. 49 V)

2.e) DECRETO LEGISLATIVO

2.e.1) Conceito – (art. 49 / art. 59 VI)

Ato normativo destinado a regular assuntos de competência EXCLUSIVA DO CONGRESSO


NACIONAL.

2.e.2) Quórum para aprovação do Decreto Legislativo – (art. 47) – Maioria Simples

2.e.3) Não há participação do Presidente da República no processo de criação de um Decreto


Legislativo.

Regimento Interno do Senado Federal


Art. 48 Ao Presidente do Senado Federal compete:
XXVIII – Promulgar as resoluções do Senado e os decretos legislativos;

2.f) RESOLUÇÕES

2.f.1) Conceito – (art. 59 VII )

São atos do CONGRESSO NACIONAL OU de QUALQUER DE SUAS CASAS


LEGISLATIVAS.

2.f.2) Não há participação do Presidente da República no processo de criação de uma


Resolução.

NOTA DE AULA 13 – DO PROCESSO LEGISLATIVO (PARTE 3) – MEDIDAS PROVISÓRIAS


PROFESSOR: GILBERTO FROTA
DISCIPLINA: DIREITO CONSTITUCIONAL II

72
Roteiro de aula - DO PROCESSO LEGISLATIVO (PARTE 3) – MEDIDAS PROVISÓRIAS

1) CONCEITO

2) NATUREZA EXCEPCIONAL DA MP

3) MP # DECRETO – LEI

4) PRESSUPOSTOS CONSTITUCIONAIS DE ADMISSIBILIDADE – RELEVÊNCIA E URGÊNCIA –


CONCEITOS JURÍDICOS INDETERMINADOS – ANÁLISE PELO JUDICIÁRIO.

4.a) Análise Objetiva dos pressupostos constitucionais de relevância e urgência pelo Judiciário.

5) POSSIBILIDADE DE UM ESTADO MEMBRO OU MUNICÍPIO EDITAR MP ( art. 25 § 2º)

6) PRAZO DA MP – (art. 62 § 3º e § 4º)

7) PROIBIÇÕES MATERIAIS CONSTITUCIONAIS À EDIÇÃO DE MP – (art. 62 § 1º) # PROIBIÇÕES


MATERIAIS CONSTITUCIONAIS À EDIÇÃO DE LEI DELEGADA ( art. 68 § 1º)

7.a) Partidos Políticos

7.b) Direitos Individuais

7.c) Matéria Tributária – (art. 62 § 2°) (art.

7.d) Matéria Penal – (art. 62 § 1º I d) (art. 5º XXXIX)

7.e) Matéria reservada à Lei Complementar – (art. 62 § 1º III) (art. 68 § 1º)

8) INTERPRETAÇÃO DO STF SOBRE O SOBRESTAMENTO (ART. 62 § 6º)

9) CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE FEITO PELO CONGRESSO NACIONAL – (art. 62 § 5º)

DO PROCESSO LEGISLATIVO 3 – MEDIDAS PROVISÓRIAS

2) CONCEITO

Ato MONOCRÁTICO do PRESIDENTE DA REPÚBLICA com FORÇA DE LEI editada em caso de


RELEVÂNCIA E URGÊNCIA, a qual deve ser submetida à apreciação do Congresso Nacional.

2) NATUREZA EXCEPCIONAL DA MP

A edição da MP ocorre de forma excepcional haja vista não se tratar de função típica do Poder
Executivo.

3) MP # DECRETO – LEI

MP
Para serem editadas, devem estar presentes ambos os seus pressupostos de admissibilidade: relevância E
urgência;
Dependem de aprovação do Congresso Nacional para serem convertidas em lei;
Se não forem convertidas em lei, perdem todos os efeitos que produziram;
Podem ser objeto de emendas;

Decreto – lei
Alternavam, para serem editados, os requisitos: urgência OU interesse público relevante;
Não precisavam do aval do Poder Legislativo para serem aprovados, sujeitava-se ao DECURSO
DE PRAZO, que permitia a aprovação definitiva do decreto-lei, independentemente da manifestação do
Congresso nacional;
Mesmo rejeitados mantinham os efeitos produzidos durante sua vigência;
Não podiam ser objetos de emendas, eram, apenas aprovados ou rejeitados;

73
4) PRESSUPOSTOS CONSTITUCIONAIS DE ADMISSIBILIDADE – RELEVÊNCIA E URGÊNCIA –
CONCEITOS JURÍDICOS INDETERMINADOS – ANÁLISE PELO JUDICIÁRIO.

“Conforme entendimento consolidado da Corte, os requisitos constitucionais legitimadores da edição de


medidas provisórias, vertidos nos conceitos jurídicos indeterminados de “relevância” e “urgência” (art. 62 da
CF), apenas em caráter excepcional se submetem ao crivo do Poder Judiciário, por força da regra da
separação de poderes (art. 2º da CF) (ADI n. 2.213, Rel. Min. Celso de Mello, DJ de 23-4-2004; ADI n.
1.647, Rel. Min. Carlos Velloso, DJ de 26-3-1999; ADI n.1.753-MC, Rel. Min. Sepúlveda Pertence, DJ de
12-6-1998; ADI n. 162-MC, Rel. Min. Moreira Alves, DJ de 19-9-1997).” (ADC 11-MC, voto do Min. Cezar
Peluso, julgamento em 28-3-07, DJ de 29-6-07)

4.a) Análise Objetiva dos pressupostos constitucionais de relevância e urgência pelo Judiciário.

"No que concerne à alegada falta dos requisitos da relevância e da urgência da Medida Provisória (que deu
origem à Lei em questão), exigidos no art. 62 da Constituição, o Supremo Tribunal Federal somente a tem
por caracterizada quando neste objetivamente evidenciada. E não quando dependa de uma avaliação
subjetiva, estritamente política, mediante critérios de oportunidade e conveniência, esta confiada aos
Poderes Executivo e Legislativo, que têm melhores condições que o Judiciário para uma conclusão a
respeito." (ADI 1.717-MC, Rel. Min. Sydney Sanches, julgamento em 22-9-99, DJ de 25-2-00)

5) POSSIBILIDADE DE UM ESTADO MEMBRO OU MUNICÍPIO EDITAR MP ( art. 25 § 2º)

Medida Provisória e Adoção pelos Estados-Membros – 3

Adotou-se a orientação fixada pela Corte no julgamento da ADI 425/TO (DJU de 19.2.2003), no
sentido da constitucionalidade da adoção de medida provisória pelos Estados-membros, desde que
esse instrumento esteja expressamente previsto na Constituição Estadual e que sejam observados os
princípios e as limitações estabelecidos pela Constituição Federal. Asseverou-se, ainda, que a
Constituição Federal, apesar de não ter expressamente autorizado os Estados-membros a adotarem medidas
provisórias, bem indicou essa possibilidade ao prever, no § 2º do seu art. 25, a competência de referidos
entes federativos para explorar diretamente, ou por concessão, os serviços locais de gás canalizado,
porquanto vedou, nesse dispositivo, a edição de medida provisória para sua regulamentação. Ou seja: seria
incoerente dirigir essa restrição ao Presidente da República em dispositivo que trata somente de atividade
exclusiva de outros partícipes da Federação que não a União, ou ainda, impor uma proibição específica
quanto à utilização pelos Estados-membros de instrumento legislativo cuja instituição lhes fosse vedada.
Vencido o Min. Carlos Britto que julgava procedente o pedido, por considerar que a medida provisória consiste
em medida excepcional restritiva de um princípio sensível que, por isso, deve ser interpretada restritivamente,
não se estendendo ao processo legislativo nem dos Estados-membros nem dos Municípios, senão por meio
de expressa previsão constitucional, sob pena de ofensa ao princípio da separação dos poderes. ADI
2391/SC, rel. Min. Ellen Gracie, 16.8.2006. (ADI-2391)

Ação direta de inconstitucionalidade. Artigo 51 e parágrafos da Constituição do Estado de Santa Catarina.


Adoção de medida provisória por estado-membro. Possibilidade. Artigos 62 e 84, XXVI da Constituição
Federal. Emenda constitucional 32, de 11-9-01, que alterou substancialmente a redação do art. 62.
Revogação parcial do preceito impugnado por incompatibilidade com o novo texto constitucional. Subsistência
do núcleo essencial do comando examinado, presente em seu caput. Aplicabilidade, nos estados-membros,
do processo legislativo previsto na Constituição Federal. Inexistência de vedação expressa quanto às
medidas provisórias. Necessidade de previsão no texto da carta estadual e da estrita observância dos
princípios e limitações impostas pelo modelo federal. (PRINCIPÍO DA SIMETRIA CONSTITUCIONAL)
Não obstante a permanência, após o superveniente advento da Emenda Constitucional 32/01, do comando
que confere ao Chefe do Executivo Federal o poder de adotar medidas provisórias com força de lei, tornou-
se impossível o cotejo de todo o referido dispositivo da Carta catarinense com o teor da nova redação do art.
62, parâmetro inafastável de aferição da inconstitucionalidade argüida. Ação direta prejudicada em parte."
(ADI 2.391, Rel. Min. Ellen Gracie, DJ de 16-3-07). No mesmo sentido: ADI 425, julgamento em 16-8-03,
Rel. Min. Maurício Corrêa, julgamento em 4-9-02, DJ de 19-12-03

6) PRAZO DA MP – (art. 62 § 3º e § 4º)

Prazo inicial ou originário – 60 dias


Prazo extraordinário ou suplementar – 60 dias (prorrogado uma só vez)

74
Seria correto dizer que o prazo total e máximo de vigência de uma MP seria de 120 dias?
Não. Haja vista que a mesma pode ter uma vigência superior a 120 dias pelo fato de que durante o período
de recesso do Congresso Nacional ela encontra-se vigente mas seu prazo de validade estará suspenso.

7) PROIBIÇÕES MATERIAIS CONSTITUCIONAIS À EDIÇÃO DE MP – (art. 62 § 1º) # PROIBIÇÕES


MATERIAIS CONSTITUCIONAIS À EDIÇÃO DE LEI DELEGADA ( art. 68 § 1º)

7.a) Partidos Políticos


MP não pode legislar (art. 62 § 1º I a), mas LD pode (art. 68 § 1º II)

7.b) Direitos Individuais


MP pode legislar (art. 62 § 1º I a), mas LD não pode (art. 68 § 1º II)

7.c) Matéria Tributária – (art. 62 § 2°) (art.


Pode ser editada desde que obedecido o Princípio da Anterioridade Tributária

"(...) já se acha assentado no STF o entendimento de ser legítima a disciplina de matéria de natureza tributária
por meio de medida provisória, instrumento a que a Constituição confere força de lei (cf. ADI 1.417-MC)."
(ADI 1.667-MC, Rel. Min. Ilmar Galvão, julgamento em 25-9-97, DJ de 21-11-97)

7.d) Matéria Penal – (art. 62 § 1º I d) (art. 5º XXXIX)

MP não pode legislar , mas LD pode.


Princípio da reserva Legal em Sentido Formal - art. 5º XXXIX – Não há crime sem lei anterior que o defina,
nem pena sem prévia cominação legal.

7.e) Matéria reservada à Lei Complementar – (art. 62 § 1º III) (art. 68 § 1º)

Em virtude disso é que a FORÇA DE LEI da MP é de LEI ORDINÁRIA e não de lei complementar.

10) INTERPRETAÇÃO DO STF SOBRE O SOBRESTAMENTO (ART. 62 § 6º )

Interpretação do art. 62, § 6º, da CF e limitação do sobrestamento

O Supremo Tribunal Federal, em conclusão de julgamento e por maioria, denegou a ordem em mandado de
segurança impetrado por parlamentares contra decisão do presidente da Câmara dos Deputados em questão
de ordem. No ato coator, foi fixada a orientação de que a interpretação adequada do art. 62, § 6º (1), da
Constituição Federal (CF) implicaria o sobrestamento apenas dos projetos de lei ordinária, apesar de o
dispositivo prever o sobrestamento de todas as deliberações legislativas da Casa em que 14 estiver
tramitando medida provisória não seja apreciada em 45 dias (vide Informativos 572 e 778).

Nesse contexto, deu interpretação conforme ao § 6º do art. 62 da CF, na redação resultante da Emenda
Constitucional 32/2001, para, sem redução de texto, restringir-lhe a exegese. Assim, afastada qualquer outra
possibilidade interpretativa, fixou-se entendimento de que o regime de urgência previsto no referido dispositivo
constitucional — que impõe o sobrestamento das deliberações legislativas das Casas do Congresso Nacional
— refere-se apenas às matérias passíveis de regramento por medida provisória. Excluem-se do
bloqueio, em conseqüência, as propostas de emenda à Constituição e os projetos de lei
complementar, de decreto legislativo, de resolução e, até mesmo, de lei ordinária, desde que veiculem
temas pré-excluídos do âmbito de incidência das medidas provisórias [CF, art. 62, § 1º, I, II e IV (2)].
(MARÇO/2015/STF/ INFORMATIVO 778).

9) CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE FEITO PELO CONGRESSO NACIONAL – (art. 62 § 5º)

NOTA DE AULA 14 – DO PODER EXECUTIVO


PROFESSOR: GILBERTO FROTA
DISCIPLINA: DIREITO CONSTITUCIONAL II

Roteiro de aula - DO PODER EXECUTIVO

1) CONCEITO.

75
2) FORMA MONOCRÁTICA

3) CARACTERÍSTICAS DO PRESIDENCIALISMO

* Eletividade (# Hereditariedade)
* Temporariedade (# Vitaliciedade)

4) PRESIDENTE DA REPÚBLICA: CHEFE DE ESTADO E CHEFE DE GOVERNO

4.a) Chefe de Estado – (art. 84 VII, VIII e XIX) – Representação Externa


4.b) Chefe de Governo – (art. 84 I a VI, IX a XVIII, XX a XXVII)

5) COMPETÊNCIA DO VICE-PRESIDENTE DA REPÚBLICA (art. 79 § único); (art. 79 caput); (art. 80);


(art. 89 I); (art. 91 I);

6) SUBSTITUIÇÃO E SUCESSÃO – (art. 79)

5.a) Substituição – ocorre em caso de IMPEDIMENTO

5.b) Sucessão – ocorre em caso de VACÂNCIA

5.b.1) Sucessão Definitiva

5.b.2) Sucessão Provisória ou Temporária - MANDATO TAMPÃO (art. 82 § 1º

5.b.2.a) Vacância do Cargo de Presidente e Vice nos 2 primeiros anos de mandato – (art. 81
caput) – ELEIÇÕES DIRETAS – Prazo: 90 dias

5.b.2.b) Vacância do Cargo de Presidente e Vice nos 2 últimos anos de mandato – (art. 81
caput) – ELEIÇÕES INDIRETAS – Prazo: 30 dias.

7) AUSÊNCIA DO BRASIL POR MAIS DE 15 DIAS: PERDA DO MANDATO PRESIDENCIAL (art. 83) (art.
49 III).

8) PRINCÍPIO DA DELEGAÇÃO DE COMPETÊNCIA PRESIDENCIAL – (art. 84 § único).

9) CRIMES DE RESPONSABILIDADE DO PRESIDENTE DA REPÚBLICA – (art. 85 I a VII e § único / art.


85 “caput”)

9.a) Conceito

9.b) Autoridades que também (além do Presidente da República) poderão ser responsabilizados
politicamente e destituídos de seus cargos através do processo de impeachment

• Vice-Presidente da República (art. 52 I)


• Ministros de Estado nos crimes conexos com aqueles praticados pelo presidente da República
(art. 52 I)
• Ministros do STF (art. 52 III)
• Membros do CNJ e do CNMP (art. 52 II)
• Procurador Geral da república (art. 52 II)
• Advogado Geral da União (art. 52 II)
• Governador de Estado (simetria constitucional)
• Prefeito Municipal (art. 31, Câmara de Vereadores)

9.c) Procedimento do impechment do Presidente da República

Fase Preambular – feita pela Câmara dos Deputados através do juízo de admissibilidade do processo
(art. 51 I / art. 86). Quorum : 2/3

Fase de Julgamento – feita pelo Senado Federal (art. 52 I). Quorum: 2/3

9.d) Efeitos da sentença condenatória do Senado Federal (art. 52 § único) – Através de RESOLUÇÃO

76
9.e) No caso de admissão do processo de impechment pela Câmara dos Deputados, existe uma
DISCRICIONARIEDADE ou OBRIGATORIEDADE do Senado em instaurar o processo?

9.f) No caso de admissão do processo por parte da Câmara dos Deputados com relação a um crime
comum praticado pelo Presidente da República, existe uma DISCRICIONARIEDADE ou
OBRIGATORIEDADE do STF em instaurar o processo?

9.g) No processo de impechment, quem irá presidir a sessão de julgamento? (art. 52 § único)

9.h) O julgamento feito pelo Senado pode ser alterado pelo Poder Judiciário?

9.i) Quem poderá formalizar a acusação contra o presidente por crime de responsabilidade?

9.j) Suspensão das funções do Presidente nas infrações penais comuns e nos crimes de responsabilidade
(art. 86 § 1º § 2º)

10) DEFINIÇÃO E NORMA DE PROCESSO E JULGAMENTO DOS CRIMES DE RESPOSABILIDADE


COMETIDOS PELOS GOVENADORES DE ESTADO E PREFEITOS MUNICIPAIS.

11) O PRESIDENTE DA REPÚBLICA PODE SER PRESO PREVENTIVAMENTE? E O GOVERNADOR DE


ESTADO (art. 86 § 3º)

12) MINISTROS DE ESTADO (art. 87 / art. 76 / art 84 II)

12.a) Conceito

12.b) Cargo de comissão (art. 84 I)

12.c) Requisitos para assumir o cargo de Ministro de Estado - art. 12 § 3º VII

12.d) Atribuições dos Ministros de Estado (art. 87 § único)

12.d.1) Exercer a orientação, coordenação e supervisão dos órgãos e entidades da administração


federal na área de sua competência e REFERENDAR os atos e decretos assinados pelo Presidente da
República.

12.d.2) Expedir instruções para a execução das leis, decretos e regulamentos

12.d.3) Praticar os atos pertinentes ás atribuições que lhe forem outorgadas ou delegadas pelo
Presidente da República.

12.e) Responsabilidade dos Ministros de Estado (art. 50, caput e art. 58 III), (art. 50 § 2º), (art.
52 I c/c art. 85).

12.f) Juízo competente para processar e julgar os Ministros de Estado

• Crimes Comuns – STF (art. 102 I c)


• Crimes de Responsabilidade SEM CONEXÃO com o Presidente da República – STF (art. 102 I,
c)
• Crimes de Responsabilidade COM CONEXÃO com o Presidente da República – Senado Federal
(art. 52 I e § único).

12.g) Poderão os Ministros de estado receber delegação para exercer matéria de competência
privativa do Presidente da República?

Sim. Com base no art. 84 VI, XII e XXV, primeira parte.

13) JULGAMENTO DO PREFEITO

• Crime Comum – Tribunal de Justiça (art. 29 X)


• Crime de Responsabilidade – Câmara Municipal (art. 31)
• Crimes eleitorais – TRE

77
• Crimes Federais - TRF
• Ação de natureza civil – não goza de foro privilegiado do TJ, previsto no art. 29 X. (EXEMPLO:
ações populares e ação civil pública)

Crime de Prefeito praticado em detrimento de bens, serviços ou interesse da União, empresas públicas e
autarquias federais, além da malversação de verbas recebidas da união sob condição e sujeitas à prestação
de contas a ao controle do TCU, a competência é do TRF (HC 68967-1/PR, Pleno, STF, rel. Min. Ilmar
Galvão) EXEMPLO: desvio de verbas concedidas a Município pelo Fundo Nacional de Desenvolvimento da
Educação (FNDE), também do FUNDEP e FPM os quais estão sujeitas ao controle do TCU.

14) JULGAMENTO DOS VEREADORES

• Crimes comuns (a exceção dos crimes dolosos contra a vida) e Crimes de Responsabilidade –
Câmara Municipal (desde que haja previsão na Constituição Estadual).
• Crimes Dolosos contra a Vida – Tribunal do Júri.

1) CONCEITO

É o poder responsável pela FUNÇÃO ADMINISTRATIVA DO ESTADO.

2) FORMA MONOCRÁTICA

No Sistema de Governo Presidencialista, o presidente da república ACUMULA as funções de chefe


de Estado e de Chefe de Governo. Diferente do Parlamentarismo que adota a forma DUALISTA de poder em
que a chefia do Estado é atribuída ao Rei ou Monarca (Inglaterra, Japão e Espanha) e a chefia de governo
ao Primeiro Ministro.

3) CARACTERÍSTICAS DO PRESIDENCIALISMO

* Eletividade (# Hereditariedade)
* Temporariedade (# Vitaliciedade)

3) PRESIDENTE DA REPÚBLICA: CHEFE DE ESTADO E CHEFE DE GOVERNO

3.a) Chefe de Estado – (art. 84 VII, VIII e XIX) – Representação Externa


Ocorre quando o Presidente representa a República como um todo no PLANO
INTERNACIONAL.

3.b) Chefe de Governo – (art. 84 I a VI, IX a XVIII, XX a XXVII)


Neste caso o Presidente da República gerencia os NEGÓCIOS INTERNOS do estado Federal.

4) COMPETÊNCIA DO VICE-PRESIDENTE DA REPÚBLICA

• Auxiliar o Presidente da República em missões especiais (art. 79 § único);


• Substituir o Presidente da República (art. 79 caput);
• Suceder, em caso de vacância definitiva, o Presidente da República (art. 80);
• Participar do Conselho da República (art. 89 I);
• Participar do Conselho de Defesa nacional (art. 91 I);
• Outras atribuições previstas em Lei Complementar (art. 79 § único);

Com esse elenco de atribuições podemos concluir que no regime presidencialista brasileiro,
Cargo de Vice-presidente não possui um aspecto meramente decorativo.

5) SUBSTITUIÇÃO E SUCESSÃO – (art. 79)

5.a) Substituição – ocorre em caso de IMPEDIMENTO


Quando o cargo é ocupado TEMPORARIAMENTE, pelo substituto enquanto aguarda-se o retorno do
Presidente. Exemplos de impedimento: doença, licença, viagem do Presidente, etc.

5.b) Sucessão – ocorre em caso de VACÂNCIA


Neste caso o titular do cargo eletivo, no caso o Presidente da República, não irá mais retornar para o
mesmo.

78
5.b.1) Sucessão Definitiva

Somente para o Vice-Presidente da República.

5.b.2) Sucessão Provisória ou Temporária

Para o Presidente da Câmara dos Deputados (representa o povo), Presidente do Senado


Federal e Presidente do STF. Ocorre o chamado MANDATO TAMPÃO (art. 82 § 1º), haja vista que devem
ser realizadas novas eleições em duas situações:

5.b.2.a) Vacância do Cargo de Presidente e Vice nos 2 primeiros anos de


mandato – (art. 81 caput) – ELEIÇÕES DIRETAS – Prazo: 90 dias

5.b.2.b) Vacância do Cargo de Presidente e Vice nos 2 últimos anos de mandato


– (art. 81 caput) – ELEIÇÕES INDIRETAS – Prazo: 30 dias.

De quem seria a competência para legislar sobre a eleição indireta quando ocorrer a vacância dos
cargos de governador e vice? Estado ou União?

Art. 22. Compete privativamente à União legislar sobre:

I - direito civil, comercial, penal, processual, eleitoral, agrário, marítimo, aeronáutico, espacial e
do trabalho;

“O Estado-membro dispõe de competência para disciplinar o processo de escolha, por sua Assembléia
Legislativa, do Governador e do Vice-Governador do Estado, nas hipóteses em que se verificar a dupla
vacância desses cargos nos últimos dois anos do período governamental. Essa competência legislativa do
Estado-membro decorre da capacidade de autogoverno que lhe outorgou a própria Constituição da República.
' As condições de elegibilidade (CF, art. 14, § 4º a § 8º) e as hipóteses de inelegibilidade (CF, art. 14, § 4º a
§ 8º), inclusive aquelas decorrentes de legislação complementar (CF, art. 14, § 9º), aplicam-se de pleno
direito, independentemente de sua expressa previsão na lei local, à eleição indireta para Governador e Vice-
Governador do Estado, realizada pela Assembléia Legislativa em caso de dupla vacância desses cargos
executivos no último biênio do período de governo.” (ADI 1.057-MC, Rel. Min. Celso de Mello, Julgamento
em 20-4-1994, Plenário, DJ de 6-4-2001.) No mesmo sentido: Rcl 7.759-MC, Rel. Min. Celso de Mello,
decisão monocrática, julgamento em 26-2-2009, DJE de 4-3-2009.

6) AUSÊNCIA DO BRASIL POR MAIS DE 15 DIAS: PERDA DO MANDATO PRESIDENCIAL (art. 83) (art.
49 III).

Uma constituição estadual pode determinar a exigência prévia licença da Assembléia Legislativa para
que o governador e o vice-governador possam ausentar-se do País por qualquer prazo?

“Afronta os princípios constitucionais da harmonia e independência entre os Poderes e da liberdade de


locomoção norma estadual que exige prévia licença da Assembléia Legislativa para que o governador e o
vice-governador possam ausentar-se do País por qualquer prazo. Espécie de autorização que, segundo o
modelo federal, somente se justifica quando o afastamento exceder a quinze dias. Aplicação do princípio da
simetria.” (ADI 738, Rel. Min. Maurício Corrêa, julgamento em 13-11-2002, Plenário, DJ de 7-2-2003.) No
mesmo sentido: RE 317.574, Rel. Min. Cezar Peluso, julgamento em 1º-12-2010, Plenário, DJE de 1º-2-
2011.

7) PRINCÍPIO DA DELEGAÇÃO DE COMPETÊNCIA PRESIDENCIAL – (art. 84 § único).

Uma Assembléia legislativa ou câmara municipal pode exigir a prestação de contas do governador e
prefeito respectivamente trimestralmente? (art. 84 inciso XXIV)

"Prestação trimestral de contas à Assembléia Legislativa. Desconformidade com o parâmetro federal (CF, art.
84, XXIV), que prevê prestação anual de contas do presidente da República ao Congresso Nacional." (ADI
2.472-MC, Rel. Min. Maurício Corrêa, julgamento em 13-3-2002, Plenário, DJ de 3-5-2002.)

Segundo a CF/88 o ministro de estado pode prover cargo público mediante delegação do Presidente
da República. O mesmo teria competência também para desprover (demissão) cargo público?

79
"Presidente da República: competência para prover cargos públicos (CF, art. 84, XXV, primeira parte), que
abrange a de desprovê-los, a qual, portanto é susceptível de delegação a ministro de Estado (CF, art. 84,
parágrafo único): validade da Portaria do ministro de Estado que, no uso de competência delegada, aplicou a
pena de demissão ao impetrante." (MS 25.518, Rel. Min. Sepúlveda Pertence, julgamento em 14-6-2006,
Plenário, DJ de 10-8-2006.)

Entende o STF que o presidente da República pode delegar aos ministros de Estado, por meio de decreto, a
atribuição de demitir, no âmbito das suas respectivas pastas, servidores públicos federais (STF, Primeira
Turma, RMS 24128 DF, julgamento 06.04.2005).

O rol de atribuições do presidente da República é exaustivo ou exemplificativo?

A lista do art. 84 da Carta Magna é exemplificativa, conforme se depreende do inciso XXVII do art. 84 da
Constituição, que diz que o Presidente da República exercerá outras atribuições previstas na Constituição.

8) CRIMES DE RESPONSABILIDADE DO PRESIDENTE DA REPÚBLICA – (art. 85 I a VII e § único / art.


85 caput)

8.a) Conceito

São infrações político-administrativas, atentatórias á Constituição, tipificados em LEGISLAÇÃO


FEDDERAL. Diferenciam-se dos crimes COMUNS que seriam aqueles em que o agente do fato pode ser
qualquer pessoa, não uma classe específica de autores, como sói acontecer nos delitos de responsabilidade.

8.b) Autoridades que também (além do Presidente da República) poderão ser responsabilizados
politicamente e destituídos de seus cargos através do processo de impeachment

• Vice-Presidente da República (art. 52 I)


• Ministros de Estado nos crimes conexos com aqueles praticados pelo presidente da República
(art. 52 I)
• Ministros do STF (art. 52 III)
• Membros do CNJ e do CNMP (art. 52 II)
• Procurador Geral da república (art. 52 II)
• Advogado Geral da União (art. 52 II)
• Governador de Estado (simetria constitucional)
• Prefeito Municipal (art. 31, Câmara de Vereadores)

8.c) Procedimento do impechment do Presidente da República

• Fase Preambular – feita pela Câmara dos Deputados através do juízo de admissibilidade do
processo (art. 51 I / art. 86). Quórum : 2/3
• Fase de Julgamento – feita pelo Senado Federal (art. 52 I). Quórum: 2/3

8.d) Efeitos da sentença condenatória do Senado Federal (art. 52 § único) – Através de RESOLUÇÃO
* Perda do cargo
* Inabilitação para o exercício de qualquer função pública (seja decorrente de concurso público, de
confiança ou mandato eletivo) por OITO ANOS.

8.e) No caso de admissão do processo de impechment pela Câmara dos Deputados, existe uma
DISCRICIONARIEDADE ou OBRIGATORIEDADE do Senado em instaurar o processo?

Segundo o Senado é OBRIGADO, DEVERÁ instaurar o processo de impechment (art. 86 caput – SERÁ).

8.f) No caso de admissão do processo por parte da Câmara dos Deputados com relação a um crime
comum praticado pelo Presidente da República, existe uma DISCRICIONARIEDADE ou
OBRIGATORIEDADE do STF em instaurar o processo?

O STF NÃO é obrigado a receber a denúncia ou queixa-crime, sob pena de ferir o princípio da Separação
dos Poderes.

8.g) No processo de impechment, quem irá presidir a sessão de julgamento?

80
O Presidente do STF (art. 52 § único)

8.h) O julgamento feito pelo Senado pode ser alterado pelo Poder Judiciário?

NÃO, com base no princípio da Separação dos Poderes, pois o julgamento do Senado é POLÍTICO.

8.i) Quem poderá formalizar a acusação contra o presidente por crime de responsabilidade?
Qualquer cidadão no pleno gozo de seus direitos políticos.

8.j) Suspensão das funções do Presidente nas infrações penais comuns e nos crimes de
responsabilidade (art. 86 § 1º § 2º)

* Crimes comuns – RECEBIMENTO da denúncia ou queixa-crime


* Crimes de responsabilidade – INSTAURAÇÃO DO PROCESSO PELO SENADO

Para que o governador seja julgado e processado perante o STJ, é necessária a autorização prévia da
Assembléia Legislativa?

"Os governadores de Estado – que dispõem de prerrogativa de foro ratione muneris, perante o STJ (CF, art.
105, I, a) – estão sujeitos, uma vez obtida a necessária licença da respectiva Assembleia Legislativa (RTJ
151/978-979 – RTJ 158/280 – RTJ 170/40-41 – Lex/Jurisprudência do STF 210/24-26), a processo penal
condenatório, ainda que as infrações penais a eles imputadas sejam estranhas ao exercício das funções
governamentais." (HC 80.511, Rel. Min. Celso de Mello, julgamento em 21-8-2001, Segunda Turma, DJ
de 14-9-2001.)

9) DEFINIÇÃO E NORMA DE PROCESO E JULGAMENTO DOS CRIMES DE RESPONSABILIDADE


COMETIDOS PELOS GOVENADORES DE ESTADO E PREFEITOS MUNICIPAIS.

“São da competência legislativa da União a definição dos crimes de responsabilidade e o estabelecimento


das respectivas normas de processo e julgamento." (Súm. 722)

"Segundo a orientação do Supremo Tribunal, é da competência legislativa da União a definição dos crimes
de responsabilidade bem como a disciplina do respectivo processo e julgamento (cfr. ADI 1.628-MC, DJ 26-
9-97; ADI 2.050-MC, DJ de 1º-10-99)." (ADI 2.235-MC, Rel. Min. Ellen Gracie, DJ 7-5-04). No mesmo
sentido: ADI 1.628-MC, Rel. Min. Nelson Jobim, julgamento em 30-6-97, DJ de 26-9-97.

10) O PRESIDENTE DA REPÚBLICA PODE SER PRESO PREVENTIVAMENTE? E O GOVERNADOR DE


ESTADO (art. 86 § 3º) E O PREFEITO MUNICIPAL?

“Orientação desta Corte, no que concerne ao art. 86, §§ 3º e 4º da Constituição, na ADI 1028, de referência
à imunidade á prisão cautelar com prerrogativa exclusiva do presidente da república, insuscetível de estender-
se aos governadores dos Estados, que institucionalmente não a possuem.” ( STF, pleno, ADI 1634 rel. Min.
Néri da Silveira, 2000).

Destaca-se que, segundo o STF, a imunidade formal em relação à prisão não se estende aos
Governadores do Estado e do Distrito Federal e nem aos Prefeitos por atos normativos próprios (editados por
esses entes federativos). Isso porque somente a Corte pode, por reserva constitucional, legislar sobre prisão.

11) MINISTROS DE ESTADO (art. 87 / art. 76 / art 84 II)

11.a) Conceito

São meros auxiliares do Presidente da República no exercício do Poder Executivo e na direção superior
da Administração federal.

11.b) Cargo de comissão (art. 84 I)

Seu provimento é em comissão, podendo ser demitidos ou exonerados a qualquer tempo, “ad nutum”,
não possuem estabilidade.

11.c) Requisitos para assumir o cargo de Ministro de Estado

81
* Ser brasileiro nato ou naturalizado (exceto no caso de ministro de estado da defesa) – art. 12 § 3º
VII
* Ter mais de 21 anos de idade
* Estar no exercício de seus direitos políticos

11.d) Atribuições dos Ministros de Estado (art. 87 § único)

11.d.1) Exercer a orientação, coordenação e supervisão dos órgãos e entidades da


administração federal na área de sua competência e REFERENDAR os atos e decretos assinados pelo
Presidente da República.

OBS. O Referendo do Ministro de Estado é Obrigatório?


Segundo boa parte da doutrina, sim. Caso o Ministro se recuse a referendar um ato do presidente da
República, o mesmo provavelmente será exonerado de seu cargo.

11.d.2) Expedir instruções para a execução das leis, decretos e regulamentos


As instruções ministeriais são atos inferiores aos decretos, leis e regulamentos.

11.d.3) Praticar os atos pertinentes ás atribuições que lhe forem outorgadas ou delegadas pelo
Presidente da República.

11.e) Responsabilidade dos Ministros de Estado

Os Ministros de estado cometem crime de responsabilidade nas seguintes situações:


• Quando convocados pela Câmara do Deputados, pelo Senado Federal ou qualquer de suas
Comissões, para prestar, pessoalmente, informações sobre assunto previamente determinado e
inerente as suas atribuições e deixarem de comparecer, salvo motivo justificado. (art. 50, caput
e art. 58 III).
• Quando as Mesas da Câmara dos deputados ou do Senado Federal encaminharem pedidos
escritos de informação aos Ministros de Estado e estes se recusarem a fornecê-las, não
atenderem ao pedido no prazo de 30 dias, ou prestarem informações falsas (art. 50 § 2º).
• Quando praticarem crimes de responsabilidade conexos e da mesma natureza com os crimes de
responsabilidade praticados pelo Presidente da República (art. 52 I c/c art. 85).

11.f) Juízo competente para processar e julgar os Ministros de Estado

• Crimes Comuns – STF (art. 102 I c)


• Crimes de Responsabilidade SEM CONEXÃO com o Presidente da República – STF (art. 102 I,
c)
• Crimes de Responsabilidade COM CONEXÃO com o Presidente da República – Senado Federal
(art. 52 I e § único).

11.g) Poderão os Ministros de estado receber delegação para exercer matéria de competência privativa
do Presidente da República?

Sim. Com base no art. 84 VI, XII e XXV, primeira parte.

12) CRIME COMUM

12.a) Abrangência

Segundo o STF, crime comum abrange: DELITOS ELEITORAIS, CONTRAVENÇÕES PENAIS e até
mesmo OS CRIMES CONTRA A VIDA.

12.b) Competência para propor a ação penal contra o Presidente


* Ação Penal Pública – Procurador da república (art. 129 I) – através da DENÚNCIA
* Ação Penal Privada – Ofendido ou seu representante legal – através da QUEIXA-CRIME

13) JULGAMENTO DO PREFEITO

• Crime Comum – Tribunal de Justiça (art. 29 X)


• Crime de Responsabilidade – Câmara Municipal (art. 31)

82
• Crimes eleitorais – TRE
• Crimes Federais - TRF
• Ação de natureza civil – não goza de foro privilegiado do TJ, previsto no art. 29 X. (EXEMPLO:
ações populares e ação civil pública)

Crime de Prefeito praticado em detrimento de bens, serviços ou interesse da União, empresas públicas e
autarquias federais, além da malversação de verbas recebidas da união sob condição e sujeitas à prestação
de contas a ao controle do TCU, a competência é do TRF (HC 68967-1/PR, Pleno, STF, rel. Min. Ilmar
Galvão) EXEMPLO: desvio de verbas concedidas a Município pelo Fundo Nacional de
Desenvolvimento da Educação (FNDE), também do FUNDEF e FPM os quais estão sujeitas ao controle
do TCU.

14) JULGAMENTO DOS VEREADORES

• Crimes comuns (a exceção dos crimes dolosos contra a vida) e Crimes de Responsabilidade –
Câmara Municipal (desde que haja previsão na Constituição Estadual).
• Crimes Dolosos contra a Vida – Tribunal do Júri.

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