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VIDEIRA, Antonio Augusto Passos. Transdisciplinaridade, interdisciplinaridade e disciplinaridade da história da ciência.


Scientiae Studia, São Paulo, v.2, n.2, p.279-293, 2004.

 Processo de indução crescimento HC pós 2ª Guerra: o conflito contou com a forte presença de cientistas e não apenas de
soldados. “[...] a ciência desempenhou um papel fundamental no curso e no ‘resultado’ da Segunda Guerra Mundial, podendo,
talvez ser apontada como a responsável pelo seu resultado final” (p.280, gm)
 Ciência passa a ser objeto de atenção das pessoas e sociedades humanas após II Guerra (antes não se preocupavam com a sua
existência);
“A sua entrada aconteceu de modo ambíguo, já que, ao mesmo tempo que mostrava poder gerar frutos positivos para a
humanidade, deixava totalmente evidente que poderia gerar uma outra gama de produtos mais assustadores, devido ao seu
poder destruidor”. (p.280)
Para governantes: situação acima poderia afastar o público da ciência (consequência indesejável).
 Big Science: seu surgimento acarretou entre outras a necessidade de se estreitar laços entre cientistas e sociedade civil (opinião
pública).
[NECESSIDADE DE REVER ENSINO FORMAL]: “No entanto, o discurso e a prática da ciência mostravam, mesmo antes
da metade do século passado, uma complexidade difícil de ser assimilada por aqueles que não detinham uma educação formal
com uma relevante presença de conteúdos científicos. Pensou-se, então, que seria recomendável a criação de mecanismos
capazes de aproximar a ciência da sociedade” (p.281)
- 1 mecanismo usado por cientistas e administração pública: divulgação científica ou comunicação pública da ciência.
 [CIÊNCIA COMO FATOR DE DESENVOLVIMENTO]: “Se para países como Estados Unidos, Inglaterra e Uniaõ Soviética,
a questaõ que se colocava era a de como impedir que a ciência passasse a ser objeto de desconfiança e crítica; para outros
países, como Brasil e Argentina, a situaçaõ que entaõ se apresentava era algo diferente. Para esses dois últimos paiś es, e o
mesmo pode ser considerado válido para a Índia e para a China, a questaõ que se colocava dizia respeito à “súbita”
conscientizaçaõ que setores das suas intelectualidade e elite político-acadêmica passaram a mostrar para com o fato de que a
ciência transformara-se no principal fator de desenvolvimento econômico”. (p. 281)
 Ciência não era tão presente nas sociedades sul-americanas como nos EUA e Europa.
 “Se para os paiś es desenvolvidos, o problema era mostrar às suas populações que a ciência merecia ser continuamente apoiada,
para os países que ainda naõ mereciam essa denominaçaõ , o problema era o de colocar a ciência num lugar tal em que ela
pudesse participar ativamente da organizaçaõ das forças produtivas econômicas e culturais. Rapidamente, percebeu-se nos
dois grupos de países que a história da ciência poderia contribuir para superar essas dificuldades”. (p.282, gm)
 “Ao se tornar claro que a história da ciência poderia servir como uma ponte de união do mundo fechado e hermético da ciência
com a sociedade, aquela começou a sofrer um processo de transformação que resultou no seu crescimento e na sua
visibilidade.” (p.282)
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 James Connant: desempenhou papel fundamental nos EUA no processo descrito acima. Publica Como compreender a ciência
em 1946.Essa faz a defesa da reorganização do ensino de ciências a partir da história da ciência.
“Segundo Conant, esse uso era necessário devido ao fato de que nove entre dez pessoas (essa proporçaõ é fornecida pelo
próprio Conant) tinham mais facilidade para aprender os conteúdos das diferentes disciplinas científicas, caso estes fossem
apresentados de acordo com uma perspectiva histórica e naõ lógica ou epistemológica”. (p.283)

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 Não foi apenas nos EUA pós guerra que foi sentida a necessidade de se fazer algo sobre a interação da ciência na sociedade.
 Inglaterra: um pouco mais tarde.
 C. P. Snow: no final da década de 1950 pronunciou uma conferência que ficou mundialmente famosa: as duas culturas.
Segundo o autor, nesse trabalho “Snow afirmava que os últimos desenvolvimentos na ciência tinham-na alçado a uma situaçaõ
sem pre- cedentes na história humana. Havia sido criado um fosso entre a cultura humanista e a cultura cientif́ ica, colocando
em risco naõ apenas o desenvolvimento da ciência mas a própria sociedade como ela era vivida no mundo ocidental.” (p.286)
 Necessidade de cobrir esse fosso com alguma coisa. Snow não defende que seja a HC. As características da HC no entanto a
caracterizavam para essa função, pois é na expressão do historiador estadunidenste Erwin Hilbert (1994) uma disciplina
híbrida.
 Internalismo: predominou até anos 80
 Externalismo: história social da ciência. O que deve ser explicado é de que modo a sociedade influencia os rumos da prática
científica.
 “Naõ é nova a idéia de que à história da ciência cabe a justificaçaõ do tipo de conhecimento produzido por essa classe de
especialistas denominada de cientistas, palavra que passou a ser empregada na primeira metade do século XIX, época em que
ocorreu um enorme e amplo movimento de profissionalizaçaõ da ciência.” (p.287)

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Tentativa de administrar a querela ExI
 Roshid Rashed: “Para ele, o desenvolvimento disciplinar da história da ciência nas últimas décadas tornou obrigatória uma
cisaõ em duas áreas distintas. Rashed naõ vê como superar as diferenças de objetivos e métodos de trabalho entre a história
social da ciência, a qual, para ele, naõ merece ser chamada de história, e a história conceitual, aquela que também é de-
nominada de história internalista da ciência. Para ele, a única soluçaõ possível é que os dois grupos reconheçam que são
intrinsecamente diferentes e passem a viver em separado. Essa soluçaõ proposta por Rashed contém uma ponta de triste ironia.
Afinal, a história da ciência cresceu porque acreditou-se que ela seria capaz de aproximar cientistas de naõ cientistas.
Aparentemente, Rashed naõ acredita que esse objetivo tenha sido alcançado e nem mesmo que possa ser alcançado.
O que é HC? A incapacidade em obter uma resposta consensual e unificada levou Rashed a esta solução. (Videira considera
radical e talvez utópica porém irrealizável). “Independente disso, o fato é que vivemos uma crise com relação à natureza da
história da ciência” (p.289, gm)
 “Para que a história da ciência pudesse realizar a mencionada aproximaçaõ , ela deveria continuar a desfrutar de seu caráter
hib́ rido ou interdisciplinar. Ela não se resumiria, nem se restringiria à ciência ou à história, permanecendo acima de
ambas. Ao permanecer acima das duas e ao responder à necessidade de aproximar os mundos da ciência e da sociedade, aqui
compreendida em sentido amplo, a história da ciência seria também um tipo de conhecimento transdisciplinar, na
medida em que deveria ser capaz de mostrar que a ciência sempre respondeu às necessidades e aos anseios da
sociedade.” (p.289, gm)

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 “Até este momento, vimos que à história da ciência, ao menos desde o século xviii até os dias de hoje, foram atribuid́ os
diferentes propósitos e finalidades. Dentre esses diferentes propósitos e finalidades, permito-me repetir três, já discutidos neste
trabalho. Eles saõ os seguintes:
1) disciplina com total autonomia com relaçaõ a outras (Rashed e Forman);
2) legitimaçaõ de concepções de ciência (quase sempre produzidas por cientistas ou filósofos) (Comte e Kuhn);
3) servir como elemento de uniaõ entre a ciência e a sociedade (Conant)”. (p.290)

Em (1) HC é disciplina pois naõ ultrapassa suas fronteiras


Em (2) HC é um manancial de exemplos o que lhe confere um caráter interdisciplinar.
Em (3) HC visa unir dois mundos diferentes. “Aqui, a história da ciência começa a ganhar um ar de transdisciplinaridade, já que os
seus movimentos naõ acontecem em funçaõ de objetivos, métodos e critérios estritamente disciplinares.” (p.290)

 [IDEIA FUNDAMENTAL]“[...]para quem escrevem os historiadores da ciência? Se o seu público alvo saõ os próprios historiadores
da ciência, entaõ a história da ciência é disciplinar. Se ela procura contribuir para a legitimaçaõ de imagens de ciência, aproximando-
se dos cientistas e filósofos, entaõ ela é interdisciplinar. Mas, se o seu público alvo naõ está situado na academia, entaõ ela é
transdisciplinar. A história da história da ciência nos mostra que esta última pode atingir os três alvos simultaneamente. “
(p.290, gm)

̃ , tomando como base as origens acadêmicas dos his- toriadores, parece-me


 QUEM FAZ HC? “Se formos responder a essa questao
que vamos encontrar majoritariamente cientistas, filósofos e historiadores. Ou seja, a história da ciência é algo que é produzido por
pessoas com as mais variadas formações, o que faz dela uma área com problemas de definiçaõ , como estamos vendo nesta seçaõ . A
história da ciência parece, portanto, naõ constituir a sua identidade através de um corpo de conhecimentos e métodos coerentemente
estruturados. Pode ser que ela se “defina” pelo respeito a certos critérios e valores”. (p.290-291)

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