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Introdução
1
- MIRANDA, Alessandro Santos: Aplicabilidade das Normas de Saúde e Segurança Laborais na
Administração Pública e Atuação do Ministério Público do Trabalho (título original). Brasília: Revista
do Ministério Público do Trabalho, ano XXII, n. 44, set/2012, p. 297/318. Atualizado em 27/09/2014.
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- Procurador-Chefe do Ministério Público do Trabalho no DF e TO – PRT 10ª Região. Mestre em
Direito Constitucional pela Universidade de Sevilha, Espanha. Coordenador Nacional da Defesa do
Meio Ambiente de Trabalho do Ministério Público do Trabalho entre dezembro/2005 e outubro/2010.
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uma das principais reivindicações dos movimentos sociais no Brasil e no mundo
moderno. A Constituição Federal Brasileira trata do conceito de meio ambiente
considerando seus aspectos físico ou natural, artificial, cultural e laboral, cabendo ao
Ministério Público do Trabalho zelar pela defesa da ordem jurídica, do regime
democrático e dos interesses sociais e individuais referentes ao último.
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- LISBOA, Roberto Senise. Contratos Difusos e Coletivos: Consumidor, Meio Ambiente, Trabalho,
Agrário, Locação, Autor. Ed. Revista dos Tribunais, São Paulo, 2ª edição, 2000, p. 417/418.
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são meios para garantir a inviolabilidade da vida, a qual é direito fundamental de
todos (Constituição Federal, artigo 5º).
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da saúde e segurança do trabalhador. Os próprios textos das normas
regulamentadoras fazem referência ao fato de que suas disposições são de
observância obrigatória pelas empresas privadas e públicas e pelos entes da
Administração direta e indireta, desde que possuam empregados regidos pela
Consolidação das Leis do Trabalho, conforme disposto no item 1.1 da Norma
Regulamentadora 01 do Ministério do Trabalho.
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Assim, o sucateamento do serviço público reflete diretamente na
saúde dos trabalhadores. Estes convivem com a falta ou precariedade de
infraestrutura, o engessamento da carreira, a morosidade pelo excesso de
procedimentos burocráticos e a redução das garantias salariais e de aposentadoria.
Aludidos fatores, tão presentes no serviço público, não permitem a adequada gestão
dos trabalhadores. Ainda, a monotonia de determinadas funções, a falta de
perspectivas de crescimento profissional e a sobrecarga quantitativa de trabalho em
alguns órgãos administrativos contribuem para a potencialização das ocorrências de
adoecimentos e afastamentos.
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ampliar as ações de prevenção de acidentes e doenças profissionais para o setor
público. É imprescindível que sejam avaliadas as representações sociais do servidor
sobre sua saúde e as práticas laborais por ele desenvolvidas objetivando contribuir
para a adoção de políticas de promoção e proteção de sua saúde e segurança.
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diagnóstico, tratamento, reabilitação e comissões de saúde por local de trabalho.
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- Aprovada pela Assembleia Geral das Nações Unidas em 10/12/1948.
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- Convenção sobre Segurança e Saúde dos Trabalhadores e o Meio Ambiente de Trabalho, adotada
em Genebra em 22/06/81 e ratificada pelo Brasil pelo Decreto nº 1.254/1994.
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Os artigos 1º e 2º da referida Convenção 155, devidamente
ratificada pelo Brasil, dispõem que a norma internacional se aplica a todos os
trabalhadores das áreas de atividades econômicas dos Estados-membro, admitindo-
se algumas exceções. Em seu artigo 3º constam duas definições importantes: a de
“áreas de atividade econômica” como sendo aquelas “em que existam trabalhadores
empregados, inclusive a administração pública”, e a de “trabalhadores”, que são
“todas as pessoas empregadas, incluindo os funcionários públicos”.
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- Convenção sobre Serviços de Saúde no Trabalho, adotada em Genebra em 07/06/85 e ratificada
pelo Brasil pelo Decreto nº 127/1991.
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adotado, aqueles são beneficiários diretos das normas protetoras instituídas pelas
Convenções 155 e 161 da Organização Internacional do Trabalho.
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A Constituição garante, ainda, a aposentadoria por invalidez
permanente, sendo os proventos pagos de forma integral quando decorrentes de
acidentes de trabalho ou doenças ocupacionais (artigo 201, inciso I).
7
- Dispõe sobre o Regime Jurídico dos Servidores Públicos Civis da União, das Autarquias e das
Fundações Públicas Federais.
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Em decisão histórica e importante marco jurisprudencial adotado
por seu Órgão Plenário, o Supremo Tribunal Federal, nos autos da Reclamação
Constitucional nº 3.303/PI8, tendo como Reclamante o Estado do Piauí, como
Reclamado o Juiz da 2ª Vara do Trabalho de Teresina e como Interessado o
Ministério Público do Trabalho (o qual ajuizou a Ação Civil Pública nº 1251-2004-
002-22-00-6), proferiu acórdão com a seguinte ementa, norteando o entendimento
que compete à Justiça do Trabalho apreciar e julgar as causas que tenham como
objeto o cumprimento de normas de saúde, higiene e segurança no trabalho, ainda
que versem como partes entes públicos:
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Tribunal Federal, apontando o controle de constitucionalidade, excluiu da
competência da Justiça do Trabalho a apreciação de causas instauradas entre a
Fazenda Pública e seus servidores estatutários quando se tratar da investidura em
cargos efetivos ou comissionados. No entanto, restou consignado que as “relações
de trabalho instauradas entre o Poder Público e os servidores temporários” 9
seriam
de competência daquela.
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Região – Piauí – havia proferido acórdão com o seguinte teor:
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determinado ente público.”
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seguintes a dotação orçamentária para resolver os problemas do IML
atinentes ao meio ambiente do trabalho, o que denota o descaso e a
falta de intenção do Poder Público Municipal em resolver o problema.
Cumpre destacar, ainda, que o art. 8°, § 2°, primeira parte, da Lei
Complementar n° 101/2000 (Lei de Responsabilidade Fiscal)
estabelece que: 'Não serão objeto de limitação as despesas que
constituem obrigações constitucionais e legais do ente.
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Trata-se de reclamação, movida pelo Município de Anhanguera,
contra o reconhecimento, por órgãos da Justiça Comum do Estado
de Goiás e pelo Superior Tribunal de Justiça, da competência da
Justiça Trabalhista para julgar a ação de indenização por acidente de
trabalho n.º 00674.2006.141.18.00.3, movida por servidor público
daquela unidade federativa contra o Município (fls. 02/11). Segundo
alega o reclamante, teria sido afrontada a autoridade da liminar que,
proferida por esta Corte na ADI nº 3.395, determinou ser competente
a Justiça Comum para o julgamento de causas sobre vínculos de
natureza estatutária ou jurídico-administrativa, estabelecidos entre o
poder público e seus servidores. 2. Foi indeferida liminar às fls.
125/128. 3. Prestadas informações pelas autoridades reclamadas às
fls. 137/141, 149/154 e 166/171. 4. A reclamação é improcedente.
Decidiu, liminarmente, o Min. NELSON JOBIM, na ADI nº 3.395: “Em
face dos princípios da proporcionalidade e da razoabilidade e
ausência de prejuízo, concedo a liminar, com efeito ‘ex tunc’. Dou
interpretação conforme ao inciso I do art. 114 da CF, na redação da
EC nº 45/2004. Suspendo, ad referendum, toda e qualquer
interpretação dada ao inciso I do art. 114 da CF, na redação dada
pela EC 45/2004, que inclua, na competência da Justiça do Trabalho,
a ‘... apreciação ... de causas que ... sejam instauradas entre o Poder
Público e seus servidores, a ele vinculados por típica relação de
ordem estatutária ou de caráter jurídico-administrativo’” (DJ de
04.02.2005). Como se vê, a liminar proferida na ADI nº 3.395 vedou
qualquer interpretação do novo texto do art. 114, inc. I, da
Constituição Federal, que incluísse, na esfera de competência da
Justiça do Trabalho, a resolução de conflitos instaurados entre entes
públicos e seus servidores, vinculados por meio de relações
estatutárias ou jurídico-administrativas. No caso, entretanto, está-se
diante de ação de indenização por acidente de trabalho, cuja
competência foi fixada por esta Corte no julgamento do CC nº 7.204
(Rel. Min. CARLOS BRITTO, DJ de 09.12.2005), cujo acórdão está
assim ementado: “CONSTITUCIONAL. COMPETÊNCIA JUDICANTE
EM RAZÃO DA MATÉRIA. AÇÃO DE INDENIZAÇÃO POR DANOS
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MORAIS E PATRIMONIAIS DECORRENTES DE ACIDENTE DO
TRABALHO, PROPOSTA PELO EMPREGADO EM FACE DE SEU
(EX-)EMPREGADOR. COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA DO
TRABALHO. ART. 114 DA MAGNA CARTA. REDAÇÃO ANTERIOR
E POSTERIOR À EMENDA CONSTITUCIONAL Nº 45/04.
EVOLUÇÃO DA JURISPRUDÊNCIA DO SUPREMO TRIBUNAL
FEDERAL. PROCESSOS EM CURSO NA JUSTIÇA COMUM DOS
ESTADOS. IMPERATIVO DE POLÍTICA JUDICIÁRIA.” Numa
primeira interpretação do inciso I do art. 109 da Carta de Outubro, o
Supremo Tribunal Federal entendeu que as ações de indenização
por danos morais e patrimoniais decorrentes de acidente do trabalho,
ainda que movidas pelo empregado contra seu (ex-)empregador,
eram da competência da Justiça comum dos Estados-Membros. 2.
Revisando a matéria, porém, o Plenário concluiu que a Lei
Republicana de 1988 conferiu tal competência à Justiça do Trabalho.
Seja porque o art. 114, já em sua redação originária, assim deixava
transparecer, seja porque aquela primeira interpretação do
mencionado inciso I do art. 109 estava, em boa verdade, influenciada
pela jurisprudência que se firmou na Corte sob a égide das
Constituições anteriores. 3. Nada obstante, como imperativo de
política judiciária - haja vista o significativo número de ações que já
tramitaram e ainda tramitam nas instâncias ordinárias, bem como o
relevante interesse social em causa -, o Plenário decidiu, por
maioria, que o marco temporal da competência da Justiça trabalhista
é o advento da EC 45/04. Emenda que explicitou a competência da
Justiça Laboral na matéria em apreço. 4. A nova orientação alcança
os processos em trâmite pela Justiça comum estadual, desde que
pendentes de julgamento de mérito. É dizer: as ações que tramitam
perante a Justiça comum dos Estados, com sentença de mérito
anterior à promulgação da EC 45/04, lá continuam até o trânsito em
julgado e correspondente execução. Quanto àquelas cujo mérito
ainda não foi apreciado, hão de ser remetidas à Justiça do Trabalho,
no estado em que se encontram, com total aproveitamento dos atos
praticados até então. A medida se impõe, em razão das
características que distinguem a Justiça comum estadual e a Justiça
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do Trabalho, cujos sistemas recursais, órgãos e instâncias não
guardam exata correlação. 5. O Supremo Tribunal Federal, guardião-
mor da Constituição Republicana, pode e deve, em prol da
segurança jurídica, atribuir eficácia prospectiva às suas decisões,
com a delimitação precisa dos respectivos efeitos, toda vez que
proceder a revisões de jurisprudência definidora de competência ex
ratione materiae. O escopo é preservar os jurisdicionados de
alterações jurisprudenciais que ocorram sem mudança formal do
Magno Texto. 6. Aplicação do precedente consubstanciado no
julgamento do Inquérito 687, Sessão Plenária de 25.08.99, ocasião
em que foi cancelada a Súmula 394 do STF, por incompatível com a
Constituição de 1988, ressalvadas as decisões proferidas na
vigência do verbete. 7. Conflito de competência que se resolve, no
caso, com o retorno dos autos ao Tribunal Superior do Trabalho. A
afirmação da competência da Justiça Trabalhista para o julgamento
de demandas acidentárias, como a presente, encontra fundamento
na interpretação do art. 114, inc. VI, da Constituição da República.
Nessa norma reside hipótese autônoma de competência ratione
materiae da Justiça Trabalhista. A decisão que se alega ter sido
afrontada, a seu turno, foi proferida na ADI nº 3.395 e resulta da
interpretação de outro preceito constitucional, o art. 114, inc. I,
portador de causa diversa de competência daquela Justiça
especializada. Do exposto, com fundamento no art. 38 da lei nº
8.038, de 28 de maio de 1990 e art. 21, § 1º, do RISTF, julgo
improcedente a reclamação. Oportunamente, arquivem-se. Publique-
se. Brasília, 29 de maio de 2009. Ministro CEZAR PELUSO Relator.
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12.642/ES12; Reclamação nº 13.133/RS13; Ação Cível Originária nº 2.169/ES14; Re-
clamação nº 16.080/BA15; AI nº 416.463/MG-AgR16; RE nº 607.138/RS17; AI nº
464.255/SP18; AI nº 761.031/MG19; RE nº 488.183/SP20.
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- STF: RCl 12.642 ES; Relator: Ministro Ricardo Lewandowski; Decisão monocrática; Julgamento:
28/02/2012; Publicação: DJe-044; Divulgação: 01/03/2012; Publicação: 02/03/2012. (“No caso dos
autos, a ação civil pública ajuizada na justiça trabalhista não tem como pano de fundo causa intenta-
da pela Administração Pública contra servidor que lhe estivesse vinculado. O pleito foi intentado pelo
Ministério Público do Trabalho com vistas ao cumprimento pelo Estado do Espírito Santo das normas
de saúde e segurança do trabalho. Ora, esse tema não foi objeto de decisão da ADI 3.395-MC/DF.”)
13
- RCl 13.113 RS; Relator: Ministro Ricardo Lewandowski; Julgamento: 19/03/2013; Publicação: Dje-
055; Divulgação: 21/03/2013; Publicação: 22/03/2013. (“Ocorre que, no caso dos autos, a ação ajui-
zada na Justiça trabalhista não tem como pano de fundo causa entre a Administração Pública e servi -
dor a ela vinculado. A ação civil pública foi ajuizada pelo Ministério Público do Trabalho com o fim de
apurar o descumprimento de normas relativas ao meio ambiente do trabalho, especialmente no que
se refere às condições de trabalho dos funcionários do Hospital 28 de Agosto, localizado em
Manaus/AM. Com efeito, o cumprimento de normas trabalhistas relativas a higiene, saúde e seguran-
ça dos trabalhadores não foi objeto de decisão da ADI 3.395-MC/DF. (...) Acrescento, por oportuno,
consoante salientado no decisum ora contestado, que a referida ação civil pública “tem por finalidade
exigir do Poder Público amazonense o cumprimento de normas relativas à higiene, saúde e seguran-
ça dos trabalhadores e, portanto, não se volta à discussão em torno de qualquer direito que decorra
do regime jurídico-administrativo, mas sim, de típico direito social trabalhista, de alcance coletivo ge-
ral, pouco importando a eventual diversidade dos regimes jurídicos dos trabalhadores abrangidos na
situação discutida, haja vista que, todos eles, indistintamente, estão submetidos às mesmas condi-
ções de trabalho”).
14
- STF: ACO 2169 ES; Relatora: Ministra Carmen Lúcia; Decisão monocrática; Julgamento:
18/09/2013; Publicação: DJe-189; Divulgação: 25/09/2013; Publicação: 26/09/2013. (Tratou-se de
Ação Cível originária para dirimir conflito negativo de atribuição entre o Ministério Público do Estado
do Espírito Santo e o Ministério Público do Trabalho quanto à apuração de potencial desrespeito às
normas trabalhistas relacionadas ao meio ambiente de trabalho a que submetidos os guarda-vidas –
contratados por tempo determinado - do Município de Vitória/ES no exercício de suas funções. O voto
da Ministra Relatora acompanhou o parecer do Procurador-Geral da República, deixando claro que se
trata de matéria afeta à Justiça Laboral e, consequentemente, ao Ministério Público do Trabalho, ci -
tando precedentes do Supremo Tribunal Federal para, ao final, decidir: “A apuração dos fatos e a
adoção das medidas administrativas ou judiciais necessárias à correção de potencial desrespeito às
normas trabalhistas relacionadas ao meio ambiente de trabalho se inserem nas atribuições do Minis-
tério Público Trabalho. Deve-se, por isso, reconhecer a atribuição do Ministério Público do Trabalho
para apurar se o Município de Vitória/ES tem, ou não, propiciado adequadas condições para o de-
sempenho das atividades dos guarda-vidas a ele vinculados.”)
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- STF: RCl 16.080 BA; Relator: Ministro Dias Toffoli; Julgamento: 19/03/2014; Publicação: Dje-057;
Divulgação: 21/03/2014; Publicação: 24/03/2014.
16
- STF: 2ª Turma; Relator: Ministro Joaquim Barbosa; DJe de 22/06/12.
17
- STF: Relator: Ministro Eros Grau; DJe de 30/06/10.
18
- STF: Relator: Ministro Joaquim Barbosa: DJe de 26/11/09.
19
- STF: Relator: Ministro Eros Grau; DJe de 01/09/09.
20
- STF: Relator: Ministro Ayres Britto; DJ de 14/02/07.
21
- TST: RR 1218-92.2011.5.23.0008, Relatora: Ministra Maria de Assis Calsing; 4ª Turma;
Julgamento: 24/10/2012; Publicação: 31/10/2012.
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A contextualização do entendimento jurisprudencial do STF acerca
da matéria em discussão serve para demonstrar que a limitação de
competência imposta à Justiça do Trabalho pela decisão daquela
Corte na ADI n.º 3395-6 não alcança as ações que tenham como
causa de pedir o descumprimento de normas trabalhistas relativas à
segurança, higiene e saúde dos trabalhadores. Nesse sentido,
permanece inabalável a Súmula n.º 736 do STF (...)
22
- TST: RO 187000-19.2008.5.01.0000; Relator: Ministro Hugo Carlos Scheuermann; Subseção II
Especializada em Dissídios Individuais; Publicação: DEJT de 26/04/2013.
23
- TST: AIRR 231-85.2011.5.19.0002; Relator: Ministro Aloysio Corrêa da Veiga; 6ª Turma;
Julgamento: 04/06/2014.
24
- TST: AIRR 127000-74.2000.5.03.0001; Relatora: Ministra Dora Maria da Costa; 8ª Turma;
Julgamento: 21/08/2012; Publicação: DEJT 24/08/2012.
20
normas laborais relativas à higiene, segurança e saúde, inclusive quando previstas
nas normas regulamentadoras do Ministério do Trabalho e Emprego, entre outras,
por se tratarem de direitos sociais dos servidores; b) as causas em que a relação
jurídica não é estatutária, ou seja, quando não se referem à investidura em cargo de
provimento efetivo ou em comissão.
21
existentes relativas ao meio ambiente do trabalho saudável e seguro, como as
normas regulamentadoras editadas pelo Ministério do Trabalho e Emprego, de
aplicação ampla e irrestrita a todos os trabalhadores, independente do vínculo
jurídico laboral.
25
- TEIXEIRA, João Carlos. A Legislação de Saúde do Trabalhador Aplicável e Vigente no Brasil.
Revista do Ministério Público do Trabalho, Ltr Editora, Brasília, Ano XI, nº 21, março/2001, p. 60/80.
22
Registre-se também que, havendo a prestação de serviços ao
Poder Público por trabalhadores terceirizados ou quaisquer outros não concursados,
pode-se postular a responsabilidade civil e solidária daquele pela manutenção do
meio ambiente do trabalho sadio e seguro, bem como pelos danos causados aos
servidores e demais trabalhadores (artigo 37, parágrafo 6º constitucional).
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laborais de seus servidores.
26
- BRASIL. Consolidação das Leis do Trabalho. Brasília: Planalto. Disponível em:<
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/del5452.htm> Acesso em: 28/09/2014.
27
- Em substituição ao Decreto nº 5.961/2006, o qual instituiu o Sistema Integrado de Saúde
Ocupacional do Servidor Público Federal – SISOSP.
24
acompanhamento da saúde dos servidores da administração federal direta,
autárquica e fundacional. Isto ocorre, entre outros aspectos, devido à verificação de
altos índices de afastamentos e de aposentadorias precoces dos aludidos
trabalhadores públicos (em torno de 14%, em contraponto à média do setor privado
– 2%) 28.
28
- Dados divulgados pela Secretaria de Recursos Humanos do Ministério do Planejamento,
Orçamento e Gestão em 2005.
25
condições mínimas existentes nas normas regulamentadoras do Ministério do
Trabalho e Emprego, entre outras, sendo possível, por conseguinte, legislar de
forma mais benéfica aos servidores públicos, assim como ocorre nos instrumentos
coletivos de trabalho.
29
- Institui as Comissões Internas de Prevenção de Acidentes – CIPAs - no âmbito da Administração
Municipal e dá outras providências.
26
trabalhadores estaduais, de acesso às informações referentes às atividades que
comportem riscos à saúde e aos métodos de controle destes.
27
Merece destaque, também, a produção normativa do Estado de
Goiás, o qual foi um dos pioneiros e permanece na vanguarda na elaboração de
normas atinentes à saúde e segurança do servidor público.
28
pública goiana, fazendo expressa alusão à Norma Regulamentadora 04.
Conclusões
29
meio ambiente de trabalho decente, sadio, saudável e seguro é uma questão de
cidadania. Esse processo, porém, exige a superação de barreiras e preconceitos
arraigados.
30
com licenças médicas e aposentadorias precoces, as quais podem estar
relacionadas a doenças ocupacionais e acidentes de trabalho.
Referências Bibliográficas
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