ANÁLISES FÍSICO-QUÍMICAS DE COMBUSTÍVEIS ABRANGENDO AS CIDADES

DO VALE DO ITAJAÍ1

Angela Mariah Borges Nicolli2, Angelo Luiz Silveira Neto3, Cavalheiro, Matheus
Nunes4, Priscila Luana Bertoldo5 & Marina da Silva Mahado6

RESUMO: O objetivo deste artigo foi analisar físico-quimicamente os combustíveis: gasolina

comum, etanol hidratado combustível e diesel S10 das cidades do Vale do Itajaí. Foram
coletadas 4 amostras de gasolina, 3 de etanol e 4 de diesel, todas de postos e bandeiras
diferentes. Foram realizadas análises de aspecto, cor, pH, massa específica, teor alcoólico e
condutividade elétrica máximo. Os resultados das análises foram comparados com a norma
ANP. Das amostras analisadas, cinco mostravam valores acima do limite para massa
específica, duas acima do teor alcoólico anidro na gasolina e duas de etanol com percentual
de água acima do permitido, comprovando adulteração dos combustíveis coletados.

PALAVRAS-CHAVE: Combustíveis, Gasolina, Etanol, Diesel, Adulteração.

Physical-chemical Analysis of Fuels Covering the Cities of the Itajaí Valley

ABSTRACT: The objective of this article was to analyze physico-chemically the fuels:
common gasoline, hydrous ethanol fuel and S10 diesel from the cities of the Itajaí Valley.
Four samples of gasoline, 3 of ethanol and 4 of diesel were collected, all from different
stations and flags. Analyzes of appearance, color, pH, specific mass, alcohol content and
maximum electrical conductivity were performed. The results of the analyzes were compared
with the ANP standard. Of the analyzed samples, five showed values above the limit for
specific mass, two above the anhydrous alcoholic content in gasoline and two of ethanol with
a percentage of water above the permitted one.

KEYWORDS: Fuels, Gasoline, Ethanol, Diesel, Adulteration.

1 INTRODUÇÃO

_____________________ Denominam-se combustíveis todas

1 Artigo da disciplina de Química do Petróleo e
Gás do Curso de Engenharia Química,
UNIVALI - Itajaí/SC – Brasil, dos autores
intitulados.
2 Aluna de graduação em Engenharia Química,
UNIVALI - Itajaí/SC – Brasil. E-mail:
a.m.borges@outlook.com
3 Aluno de graduação em Engenharia Química,
UNIVALI - Itajaí/SC – Brasil. E-mail:
netoals@hotmail.com
4 Aluna de graduação em Engenharia Química,
UNIVALI - Itajaí/SC – Brasil. E-mail:
manotete@hotmail.com
5 Aluna de graduação em Engenharia Química,
aquelas substâncias químicas que ao
reagirem com o oxigênio (O2) sofrem
processo de combustão, liberando energia
na forma de calor[1].
Os combustíveis fósseis são a maior parte
da demanda de energia mundialmente,
sendo os derivados do petróleo com maior
utilização comercial. A partir do petróleo
obtém-se como produto, dentre eles, a
gasolina, o óleo diesel e o GLP[2]. Outro
meio de se conseguir combustível é pela

UNIVALI - Itajaí/SC – Brasil. E-mail:

pri.voolei@hotmail.com
6 Professora da disciplina Química o Petróleo e
Gás do Curso de Engenharia Química,
UNIVALI - Itajaí/SC – Brasil. E-mail:
marinamachado@univali.br
fermentação da cana-de-açúcar, onde se
adquire o etanol. Este é o método mais
utilizado no Brasil para conseguir álcool
etílico[3].
A gasolina comum é o principal
combustível para veículo de pequeno
porte, e nele é obrigatório um percentual
de 27% de etanol anidro, estabelecidos
pela Agência Nacional de Petróleo (ANP).
Na sua queima, ela emite resíduos nas
válvulas que comprometem o
funcionamento do veículo e pode suceder
em um aumento de consumo[4].
O diesel S10 tem essa nomenclatura
devido a 10 ppm de enxofre na
composição, ele é um combustível
utilizado geralmente em veículos de
grande porte (furgões, ônibus, caminhões,
embarcações marítimas pequenas) e é
considerado um produto tóxico e
inflamável de cor amarelada[5].
O etanol hidratado, mistura de água e
álcool, possui um teor alcoólico de 92,6 a
94,7° INPM (Instituto Nacional de Pesos e
Medidas), estabelecidos pela ANP. Ele é
um líquido límpido, inflamável, de uma cor
incolor, solúvel em água e odor
característico[6].
A maior adulteração na gasolina comum
dar-se pela adição de etanol anidro acima
do especificado, que é de 27% o teor do
álcool. No etanol a modificação dar-se
pelo aumento da porcentagem de água
permitida pela adição de metanol e pela
mistura de etanol hidratado e anidro. Já
no diesel a adulteração dar-se pela adição
de querosene, solventes derivados de
nafta, óleos. Todas essas adulterações
induzem ao maior consumo de
combustíveis, perda de potência do motor
e aumento das emissões[7].
Para verificar a autenticidade dos
combustíveis poderá realizar algumas
análises químicas. No presente artigo
realizou-se as seguintes análises,
conforme o devido combustível:
 Para a gasolina: o aspecto, a cor, o
pH, a massa específica e o teor de
álcool anidro;
 Para o diesel: o aspecto, a cor, o
pH e a massa específica;
 Para o etanol hidratado: o aspecto,
a cor, o pH, a massa específica, o
teor alcoólico e a condutividade
elétrica.
2 PARTE EXPERIMENTAL
Para análise do aspecto e da cor colocou-
se uma quantidade dos combustíveis em
béqueres individuais e visualizaram-se
suas características.
Com o indicado universal (fita de pH)
analisou-se o pH das amostras.
Na análise da massa específica fez-se o
uso de uma proveta de 1 L aferindo-se o
combustível até a marca do menisco e
introduziu-se o densímetro juntamente
com um termômetro (a fim de averiguar a
temperatura para futura conversão da
densidade a 20°C). Na tabela de
conversão do álcool obtém-se também o
teor alcoólico do etanol hidratado.
Para o teor de álcool anidro na gasolina
colocou-se 50 mL da amostra numa
proveta de 100 mL, depois se incluiu 50
mL da solução aquosa de cloreto de sódio
(NaCl) a 10%, tampou-se a proveta e
inverteu a proveta por 10 vezes. Quando
aguardado o tempo de 15 minutos anotar
a diferença de mL na fase aquosa e
multiplicar a esse volume por 2 e somar 1
ao resultado, assim obtém-se o percentual
de etanol anidro na gasolina.
A análise de condutividade elétrica
máxima executou-se em um
condutivímetro digital, o qual converte o
resultado para uma temperatura de 25°C,
em um béquer contendo 50 mL da
amostra.
As amostras de combustíveis, para o
presente artigo, foram coletadas dentre as
cidades de: Balneário Piçarras, Penha,
Itajaí e Balneário Camboriú. Coletou-se
para cada tipo de combustível uma
Bandeira diferente.
3 ESPECIFICAÇÕES Imagem 2 – Amostra de diesel S10 (1-D,
2-D, 3-D e 4-D)
As especificações foram retiradas da ANP
(Agência Nacional de Petróleo, Gás
Natural e Biocombustíveis), que é
responsável pelas especificações dos
combustíveis[8].

Aspectos da gasolina comum, do etanol

hidratado combustível e do óleo diesel:
O aspecto das amostras, 1-D, 2-D e 3-D
límpido e isento de impurezas.
do diesel S10, apresenta-se: límpido e
isento de impurezas, e apenas a amostra
Cor da gasolina comum: não pode ser 4-D se aponta levemente turva sem
azul. Cor do diesel S10: incolor e amarela, impurezas. Em questão da cor, elas estão
podendo apresentar-se ligeiramente conforme o estabelecido: de incolor a
alterada para as tonalidades marrom e amarela.
alaranjada. Cor do etanol hidratado
combustível: não pode ser azul nem
Imagem 3 – Amostra de etanol (1-E, 2-E e
laranja.
3-E)
pH de referência da gasolina, do diesel e
do etanol hidratado: 6,0 a 8,0.

Teor de etanol anidro combustível da

gasolina comum: 26 a 28% vol.

Massa específica da gasolina comum:

735,0 a 765,0 kg/m³. Massa específica do O aspecto de todas as amostras de etanol
diesel S10: 815,0 a 853,0 kg/m³. Massa hidratado combustível apresenta-se:
específica e teor alcoólico do etanol límpido e isento de impurezas. E no que
hidratado combustível: 802,9 a 811,2 se trata da cor, elas estão conforme o
kg/m³ e 92,5 a 95,4 % massa. estabelecido: não estão azuis e nem
laranjas.
Condutividade elétrica do etanol hidratado
combustível: até 3,50 µS/cm. pH dos combustíveis

4 RESULTADOS E DISCUSSÕES Imagem 4 – pH das amostras de gasolina

(1-G, 2-G, 3-G e 4-G)
Aspecto e cor

Imagem 1 – Amostra de gasolina (1-G, 2-

G, 3-G e 4-G)

Imagem 5 – pH das amostras de diesel

(1-D, 2-D, 3-D e 4-D)

O aspecto de todas as amostras da

gasolina comum está dentro da norma:
límpido e isento de impurezas. Em
questão da cor, elas estão conforme o
estabelecido: não estão azuis.
Imagem 6 – pH das amostras de etanol etanol hidratado combustível, conforme a
(1-E, 2-E e 3-E) ANP, é de 735,0 a 765,0 kg/m³, 815,0 a
853,0 kg/m³ e 802,9 a 811,2 kg/m³,
respectivamente.

Para a gasolina comum, as amostras 1-G

e 4-G estão acima do aceitável e as 2-G e
3-G estão dentro da norma.

Em relação ao pH, todas as amostras As amostras de diesel S10, 1-D, 2-D e 3-

estão dentro do intervalo estabelecida, D, estão dentro da norma e apenas a
que é entre 6 e 8. amostra 4-D está acima do permitido.

Teor alcoólico na gasolina No etanol hidratado combustível, as

amostras 1-E e 2-E estão cima do
Tabela 1 – Teor de álcool etílico anidro na aceitável e apenas a 3-E está dentro da
gasolina norma.

Amostra Teor alcoólico (%) Grau INPM do etanol

1-G 30
2-G 31 Tabela 3 – Grau INPM do etanol hidratado
3-G 27
4-G 27 Amostra Grau INPM (%)
1-E 92,3
O limite de aceitação para o teor alcoólico 2-E 91,7
na gasolina, conforme a ANP, é de 26 a 3-E 93,1
28 %. Com base nesse dado, observa-se
que as amostras 3-G e 4-G estão dentro O limite de aceitação para o grau INPM no
do padrão estabelecido. Já as amostras 1- etanol hidratado combustível, conforme a
G e 2-G ultrapassam o previsto pela ANP, é de 92,5 a 95,4 %. Deste modo,
norma. observa-se que as amostras 1-E e 2-E
não estão dentro do padrão estabelecido,
Massa específica dos combustíveis ultrapassando o limite aceitável de água
adicionada no etanol. Na amostra 3-E o
Tabela 2 – Densidade dos combustíveis a grau indicado está dentro da norma.
20°C
Condutividade elétrica do etanol
Amostra Tipo de Densidade
Combustível (g/cm³) Tabela 2 – Densidade dos combustíveis a
1-G Gasolina C. 0,7805 20°C
2-G Gasolina C. 0,7466
3-G Gasolina C. 0,7396 Amostra Condutividade
4-G Gasolina C. 0,7745 (µS/cm)
1-D Diesel S10 0,8393 1-E 1,562
2-D Diesel S10 0,8433 2-E 1,267
3-D Diesel S10 0,8463 3-E 1,048
4-D Diesel S10 0,8613
1-E Etanol 0,8117 Todas as amostras de etanol hidratado
2-E Etanol 0,8133 combustível apresentaram a
3-E Etanol 0,8097 condutividade elétrica dentro da norma,
que é de até 3,50 µS/cm.
O limite de aceitação para a densidade da
gasolina comum, do diesel S10 e do
5 CONCLUSÃO
A conclusão deste artigo são válidas para
o contexto que foram analisadas, pois
existem mais formas de analisar os
combustíveis, que por falta de recursos
não pode ser efetuada.
Pode verificar que os postos sem
Bandeira não é, propriamente dito, um
combustível inferior. Tendo em vista que,
as amostras adulteradas vieram tanto de
postos bandeirados com marca conhecida
e de sem bandeira.
O que nos levou ao conhecimento de que
a adulteração pode sim existir, mesmo
que tenha um órgão fiscalizador
averiguando a qualidade e procedência
dos combustíveis. O que não pudemos
verificar foi do que provinha à adulteração,
para comprovar qual meio foi fraudulento.
[5]
Condutor – Fontes de energia para o
transporte: você conhece todas elas?
Disponível em:
<http://www.transitoideal.com.br/pt/arti
go/1/condutor/81/fontes-de-energia-
parao-transporte-voce-conhece-todas-
elas>. Acessado em: 29 de junho de 2019.
[6]
Conheça os tipos de etanol
combustível. 2013. Disponível em:
<https://www.brasilpostos.com.br/noticia
s/combustiveis-2/conheca-os-tipos-de-
etanol-combustivel/>. Acessado em: 29 de
junho de 2019.
[7]
Os perigos do combustível adulterado.
2018. Disponível em:
<https://revistacarro.com.br/destaques/o
s-perigos-do-combustivel-adulterado-2/>.
Acessado em: 29 de junho de 2019.

6 REFERÊNCIAS [8]
Cartilha do Posto Revendedor de
[1]
Combustíveis. Disponível em:
DIAS, D. L. Combustíveis. Disponível <http://www.anp.gov.br/images/publicac
em: < oes/cartilhas/Cartilha_Posto_Revendedor
https://mundoeducacao.bol.uol.com.br/q
_de_Combustiveis_6a_ed.pdf>. Acessado
uimica/combustiveis-fosseis.htm>. em: 29 de junho de 2019.
Acessado em: 29 de junho de 2019.
[2]
FOGAÇA, J. R. V. Combustíveis
Fósseis. Disponível em: <
https://mundoeducacao.bol.uol.com.br/q
uimica/combustiveis.htm>. Acessado em:
29 de junho de 2019.
[3]
FOGAÇA, J. R. V. Combustíveis
Fósseis. Disponível em: <
https://www.manualdaquimica.com/com
bustiveis/etanol-combustivel.htm>.
Acessado em: 29 de junho de 2019.
[4]
OLIVEIRA, F. Conheça os diferentes
tipos de combustíveis que existem nos
postos. 2016. Disponível em:
<https://revistaautoesporte.globo.com/Se
rvico/noticia/2016/09/conheca-os-
diferentes-tipos-de-combustiveis-que-
existem-nos-postos.html>. Acessado em:
29 de junho de 2019.