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DIREITO AMBIENTAL
MATERIAL COMPLEMENTAR
#SouOuse
#AquiéMP
#TôDentro
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SUMÁRIO
INTRODUÇÃO............................................................................................................................... 3
PRINCÍPIOS INFORMADORES DO DIREITO AMBIENTAL............................................................. 6
POLÍTICA NACIONAL DO MEIO AMBIENTE – LEI 6.938/81........................................................ 12
POLÍTICA NACIONAL DE RECURSOS HÍDRICOS - Lei 9.433/97................................................. 43
RESPONSABILIDADE AMBIENTAL............................................................................................. 48
PATRIMÔNIO CULTURAL BRASILEIRO....................................................................................... 59
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INTRODUÇÃO
1. Natural,
2. Cultural,
3. Artificial,
4. Do trabalho.
O meio ambiente natural é composto por bens ambientais, bens da natureza que
existem independentemente da ação humana. Esses bens se dividem em bens com vida
(bióticos) e bens sem vida (abióticos). Exemplo: fauna, flora, recursos hídricos, ar, solo.
O meio ambiente do trabalho é formado por bens materiais e imateriais que per-
mitem o exercício seguro e digno da atividade laborativa remunerada exercida pelo traba-
lhador. O ambiente do trabalho é mais estudado no direito do trabalho do que no direito
ambiental. Exemplos: os equipamentos de proteção individual.
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O meio ambiente artificial tem um enquadramento residual. Tudo que o homem
criar e não estiver inserto no meio ambiente do trabalho ou cultural, vai integrar o meio
ambiente artificial.
Cabe ao direito ambiental, ramo jurídico composto por regras e princípios, disci-
plinar a intervenção humana sobre o meio ambiente. É um ramo jurídico transversal, pois
existem normas ambientais em todos os ramos jurídicos (exemplo: licitação, código civil,
direito tributário, direito penal, direito constitucional, direito administrativo, direito inter-
nacional).
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IV - impedir a evasão, a destruição e a descaracterização de obras de
arte e de outros bens de valor histórico, artístico ou cultural;
VI - proteger o meio ambiente e combater a poluição em qualquer de
suas formas;
VII - preservar as florestas, a fauna e a flora;
XI - registrar, acompanhar e fiscalizar as concessões de direitos de
pesquisa e exploração de recursos hídricos e minerais em seus terri-
tórios; ATENÇÃO! O licenciamento minerário é feito no Ministério das
Minas e Energia, mas a fiscalização ambiental minerária pode ser feita
por todos os entes.
IV - águas, energia,
XII - jazidas, minas, outros recursos minerais e metalurgia;
XXVI - atividades nucleares de qualquer natureza;
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No que tange aos Municípios, eles poderão editar normas sobre o meio ambiente
de acordo com o interesse local. Assim, os Municípios podem, por exemplo, aprovar a polí-
tica municipal do meio ambiente suplementando leis nacionais e estaduais.
Quando houver conflito de leis, parte da doutrina sustenta que vai prevalecer a
norma que apresentar maior proteção ao meio ambiente, todavia essa não foi a posição
adotada pelo STF. De acordo com o Supremo Tribunal Federal, é necessário avaliar se houve
invasão ou não da competência delimitada de cada ente. Cabe à União a edição de normas
gerais e aos Estados cabe complementação.
É possível que o Estado-membro, por meio de decreto e portaria, determine que os usuá-
rios dos serviços de água tenham em suas casas, obrigatoriamente, uma conexão com a
rede pública de água. O decreto e a portaria estaduais também poderão proibir o abas-
tecimento de água para as casas por meio de poço artesiano, ressalvada a hipótese de
inexistência de rede pública de saneamento básico. STJ. 2ª Turma. REsp 1.306.093-RJ, Rel.
Min. Herman Benjamin, julgado em 28/5/2013 (Info 525).
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Já o princípio da precaução pressupõe uma situação de dúvida, de controvérsia
científica. Ele é invocado para novas atividades empreendedoras oriundas do avanço tecno-
lógico. Órgão ambiental que se depara pela primeira vez com uma situação e prevê os males
ambientais. O risco é incerto, abstrato, potencial. Exemplo: soja transgênica. Nesse caso, a
dúvida deve militar a favor do meio ambiente. Se o órgão ambiental está diante de um novo
empreendimento, na dúvida não se pode arriscar, ele só pode licenciar se o empreendedor
apresentar medidas de precaução mesmo sem saber os reais riscos da atividade.
Boa parte da doutrina ambiental do Brasil e o STJ, seguindo uma linha doutriná-
ria estrangeira, sustenta que o princípio da precaução é um substrato de direito material
que fundamenta a inversão do ônus da prova nas ações coletivas de reparação de dano
ambiental.
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de mercúrio. As investigações apontaram que duas empresas da região trabalhavam com
mercúrio, só que não foi possível definir qual das empresas promoveu o lançamento irre-
gular. Nessa situação, o MP pode ajuizar uma ACP para reparar o dano ambiental e postular
a inversão do ônus da prova de forma que cada empresa vai ter que provar que não fez o
lançamento do mercúrio no rio.
Para compreender esse princípio, é necessário se ter em mente que existe uma
capacidade máxima de absorção da poluição pelo planeta Terra. A partir da Conferência
de Estocolmo de 1972, começou a se difundir o modelo do desenvolvimento sustentável. O
desenvolvimento sustentável é aquele em que as gerações atuais consomem a sua parcela
de recursos da natureza sem privar as futuras gerações de consumir as suas porções. As ge-
rações atuais não podem exaurir os recursos da natureza.
Isso não quer dizer que aquele que degrada o meio ambiente pode fazê-lo desde
que pague por isso. Essa visão é errada, pois o princípio é poluidor-pagador e não pagador-
-poluidor. Com efeito, não é uma abertura ilimitada à poluição desde que se pague por ela.
Esse pagamento é uma espécie de compensação pelo dano que se causa ao meio ambiente.
4) Princípio do Usuário-pagador:
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“a imposição, ao poluidor e ao predador, da obrigação de recuperar
e/ou indenizar os danos causados e, ao usuário, da contribuição pela
utilização de recursos ambientais com fins econômicos”.
5) Princípio do Protetor-recebedor:
Se alguém faz um bem à natureza, faz um bem a toda coletividade e dentro dessa
ideia de economia verde, se difundiu o pagamento pelo serviço ambiental. Qualquer tipo de
incentivo na órbita pública ou privada em favor de pessoas que atuam na proteção do meio
ambiente expressa o princípio do protetor-recebedor.
Nesse sentido, existem alguns programas em leis que decorrem da aplicação des-
se princípio. O art. 41 do Novo Código Florestal previu o programa de apoio e incentivo à
preservação e recuperação do meio ambiente, com a possibilidade de pagamento pelas ati-
vidade de conservação e melhoria dos ecossistemas e que gerem serviços ambientais, tais
como, conservação da beleza cênica natural, conservação da biodiversidade, conservação
das águas e recursos hídricos, a regulação do clima, dentre outros.
Ele determina que, pelo fato de o meio ambiente não conhecer fronteiras geográ-
ficas, todos os povos devem engendrar esforços para preservá-lo.
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7) Princípio do Pacto entre Gerações (equidade, equidade intergeracional):
Esse princípio está contemplado na parte final do caput do art. 225 da CF, que dis-
põe que todos têm direito a um meio ambiente ecologicamente equilibrado que é um bem
de uso comum do povo indispensável à sadia qualidade de vida, cabendo tanto ao poder
público quanto à coletividade defende-lo e preservá-lo para as gerações atuais e futuras
gerações. Assim, as presentes gerações não devem exaurir os recursos da natureza, utili-
zando-os de maneira sustentável e garantindo as porções para as futuras gerações. Como se
pode perceber, tal princípio se liga ao princípio do desenvolvimento sustentável.
8) Princípio da Natureza Pública da Proteção Ambiental (obrigatoriedade de
proteção):
Esse princípio impõe tanto ao poder público quanto à iniciativa privada a obriga-
ção de preservar o meio ambiente.
Considerando que uma atividade poluidora traz impacto na vida de todos, nada
mais democrático do que fazer inserir a população em processos democráticos ligados
àquele empreendimento antes de se tomar a decisão ambiental. Assim sendo, a legislação
ambiental brasileira possui vários exemplos de aplicação do princípio democrático. Exem-
plo: ação popular relativa ao meio ambiente, audiências públicas antes da construção de
um empreendimento.
10) Princípio da Função Socioambiental da Propriedade:
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priedade urbana vai cumprir sua função social quando respeitar os requisitos e ditames do
plano diretor. Por sua vez, o plano diretor deve respeitar as leis ambientais federais, esta-
duais e do próprio município. Assim sendo, tanto a propriedade urbana quanto a rural so-
mente atingirão a função social ao passo que respeitarem a legislação ambiental brasileira.
Por ele, os órgãos devem publicar seus atos, por exemplo, concessão de licenças,
imposição de penalidades administrativas, extratos de estudos ambientais, dentre outros.
Por ele, a Administração Pública tem o dever de fixar padrões máximos de po-
luição levando-se em consideração a capacidade de absorção de determinados recursos
naturais.
Esse princípio consta do art. 225, caput, da Constituição, que prevê que todos
têm direito a um meio ambiente ecologicamente equilibrado. Assim, trata-se de um direito
difuso, pois é um bem de uso comum do povo.
Por ele, a legislação ambiental tem que ser cada vez mais protetiva. Na medida
em que a poluição só cresce, é necessário normas mais protetivas.
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16) Princípio do mínimo existencial ecológico:
Por esse princípio são necessárias mínimas condições ambientais oferecidas pelo
poder público para se realizar a dignidade humana. Se não houver o mínimo de condições
salubres, não haverá meio ambiente protegido, não haverá saúde e por conseqüência os
demais direitos também serão atingidos.
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- Instituto Chico Mendes, com a finalidade de executar e fazer executar a política e as dire-
trizes governamentais fixadas para o meio ambiente, de acordo com as respectivas compe-
tências. O IBAMA quando nasceu tinha três grandes funções administrativas: exercício do
poder de polícia ambiental na esfera federal, licenciamento ambiental na esfera federal e
gestão das unidades de conservação criadas pela União. Hoje em dia, o IBAMA tem apenas
duas dessas funções, pois a e gestão das unidades de conservação criadas pela União foi
transferida para outra autarquia, o ICMBIO.
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Competências do CONAMA (art.8º): (mais relevantes)
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V - os incentivos à produção e instalação de equipamentos e a criação ou absor-
ção de tecnologia, voltados para a melhoria da qualidade ambiental: cabe à Administração
Pública fomentar a pesquisa de tecnologias menos impactantes ao meio ambiente.
Estudo dos Instrumentos Da Política Nacional Do Meio Ambiente: (os mais im-
portantes)
1) Licenciamento ambiental;
2) Estudos ambientais;
3) Espaços territoriais protegidos;
4) Instrumentos Econômicos;
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1)Licenciamento Ambiental:
Acontece que, pela leitura isolada do caput do art. 17 da LC/140 pode-se chegar a
uma conclusão contrária à posição do STJ.
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Art. 17. Compete ao órgão responsável pelo licenciamento ou auto-
rização, conforme o caso, de um empreendimento ou atividade, la-
vrar auto de infração ambiental e instaurar processo administrativo
para a apuração de infrações à legislação ambiental cometidas pelo
empreendimento ou atividade licenciada ou autorizada.
Conclui-se, assim, que todas as esferas de governo têm competência para fisca-
lizar mesmo que não sejam os responsáveis pelo licenciamento, contudo prevalece o auto
de infração lavrado pelo órgão responsável pelo licenciamento na hipótese de haver mais
de um auto de infração.
1ª. Licença prévia (LP): ela aprova um projeto declarando a sua viabilidade am-
biental e localização. A partir dessa licença, o empreendedor tem que cumprir todas as exi-
gências impostas pelo órgão ambiental para conseguir a próxima licença. (Validade até 5
anos);
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torgado, além de ela ter prazo de validade, a licença ambiental pode ser suspensa, alterada
e até cancelada na hipótese de graves e supervenientes riscos ao meio ambiente ou à saúde
pública (art. 19 da Resolução 237 CONAMA). Desta maneira, pode-se dizer que a licença am-
biental segue a regra rebus sic stantibus, podendo ser alterada a qualquer momento.
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Parágrafo único. A ação subsidiária deve ser solicitada pelo ente ori-
ginariamente detentor da atribuição nos termos desta Lei Comple-
mentar.
Observe que a ação supletiva não precisa ser solicitada, se um município não tem
capacidade para licenciar, ele não precisa solicitar atuação do órgão estadual, ele já age au-
tomaticamente. Já a ação subsidiária deve ser solicitada.
I. Competências federais:
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f) de caráter militar, excetuando-se do licenciamento ambiental, nos termos de
ato do Poder Executivo, aqueles previstos no preparo e emprego das Forças Armadas;
g) destinados a pesquisar, lavrar, produzir, beneficiar, transportar, armazenar e
dispor material radioativo, em qualquer estágio, ou que utilizem energia nuclear em qual-
quer de suas formas e aplicações, mediante parecer da Comissão Nacional de Energia Nu-
clear (Cnen); energia nuclear e material radioativo é competência exclusiva da União, logo
o licenciamento será federal.
h) que atendam tipologia estabelecida por ato do Poder Executivo, a partir de
proposição da Comissão Tripartite Nacional, assegurada a participação de um membro do
Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama), e considerados os critérios de porte, po-
tencial poluidor e natureza da atividade ou empreendimento; porte, potencial poluidor e
natureza da atividade. Empreendimento de grande impacto.
XIV - observadas as atribuições dos demais entes federativos previstas nesta Lei
Complementar, promover o licenciamento ambiental das atividades ou empreendimentos:
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criada por outro ente. Se for uma APA cujo impacto ambiental é local, a competência será
do Município.
Esse dispositivo falha porque o principal estudo ambiental, o mais complexo, que
tem previsão expressa no art. 225 da Constituição Federal não tem previsão na Resolução.
Cuida-se do estudo de impacto ambiental conhecido como EIA. Alguns autores preferem
designá-lo como estudo prévio de impacto ambiental (EPIA).
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Não há uma lei que regulamente o estudo de impacto ambiental, o tema é disci-
plinado pela Resolução 01 do CONAMA.
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XVI - Qualquer atividade que utilize carvão vegetal, em quantidade
superior a dez toneladas por dia.
Além do EIA, nós temos um outro documento que é o RIMA (Relatório de impacto
ambiental). O RIMA não tem previsão constitucional, apenas na resolução do Conama. O
RIMA é um documento que decorre do EIA. Ele consiste em um documento simples, com
linguagem fácil que apenas conterá as conclusões do estudo de impacto ambiental e tem
como principal objetivo ser debatido em audiência pública.
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A alteração ou supressão de um espaço protegido só pode se dar por lei. Essa
norma constitucional deve ser interpretada da seguinte forma: quando alguma medida for
prejudicar o meio ambiente, somente a lei poderá fazê-lo (lei em sentido formal e material).
Por outro lado, para se criar espaços ambientais pode ser através de lei ou decreto, assim,
para aumentar o regime protetivo, pode ser por lei ou decreto.
Apicuns e salgados;
O artigo 3.º, II, do Código Florestal, a Área de Preservação Permanente (APP) traz
o conceito de APP:
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Existem duas hipóteses de APP’s, com regimes jurídicos diferentes:
1ª) APP’S DO ARTIGO 4º - INCIDÊNCIA EX LEGE - o próprio artigo já as instituiu,
independentemente da intermediação do Poder Público.
2ª) APP’S DO ARTIGO 6º - precisam ser declaradas por ato do poder executivo
para existirem (decreto).
a) 100 metros, em zonas rurais, exceto para o corpo d’água com até 20 hectares de
superfície, cuja faixa marginal será de 50 metros;
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III) Entorno de reservatórios d’água artificiais, decorrentes de barramento ou re-
presamento de cursos d’água naturais, na faixa definida na licença ambiental do empreen-
dimento.
IV) Entorno de nascente (se perene) e olhos d’água (mesmo que intermitente) -
considera-se APP as áreas no entorno das nascentes e dos olhos d’água, qualquer que seja
a sua situação topográfica, no raio mínimo de 50 metros.
V) Encostas – são APP’s porque se desmatadas, a terra desce e pode causar desas-
tres. (Exemplos: desabamentos em Santa Catarina e Angra dos Reis).
VIII) Bordas de tabuleiros ou chapadas – têm objetivo de segurar a terra para não
descer.
IX) Topo de morros, montes, montanhas e serras – também visam impedir a ter-
ra de descer.
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Modalidades do art. 6º:
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Existem, contudo, três casos em que se permite desmatamento em área de pre-
servação permanente. Casos em que pode haver licença para a supressão nas APP’s:
Utilidade pública
Interesse social
Baixo nível de impacto ambiental
Ainda é admitido pelo art. 4º, §5º, do Código Florestal, nas pequenas proprieda-
des ou posses rurais familiares, o plantio nas APP’s de culturas temporárias e sazonais de
vazante de ciclo curto na faixa de terra que fica exposta no período de vazante dos rios ou
lagos, desde que não implique supressão de novas áreas de vegetação nativa, seja conser-
vada a qualidade da água e do solo e seja protegida a fauna silvestre. Exemplo: plantio de
batata doce, cultivo de camarão.
Regras de transição:
O tema é tratado no Capítulo XIII, Seção II, do Código Florestal, nos artigos 61-A
até o art. 65, tendo sido tomado como marco legal divisor do regime jurídico o dia 23 de
julho de 2008.
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Quem desmatou até a data citada, deve reparar a parte do dano, ficando isen-
to de responsabilidade (anistia). Exemplo: fazendeiro que desmatou APP na fazenda antes
de 23/07/08. Ele se enquadra na transição, ele poderá aderir ao programa de regularização
ambiental (PRA) celebrando um termo de compromisso com o órgão ambiental, se com-
prometendo a reparar o dano, geralmente, basta a recuperação parcial. Uma vez cumprido
o compromisso, as multas administrativas ficam extintas e os crimes ambientais também.
Ademais, há um prazo de adesão ao PRA de um ano com prorrogação por mais um ano, de
modo que essas pessoas que desmataram ainda podem exercer atividade agropastoril no
local desmatado até que vença esse período de um ano prorrogável por mais um.
Se for uma ilicitude praticada depois de 23 de julho de 2008, incide a nova norma,
podendo o proprietário ser multado além de responder por crime ambiental.
De acordo com o STJ, considerando que a vegetação da APP não pode ser desma-
tada, ela não gera direito à indenização ao proprietário.
Todavia, o STF entende o contrário. A Suprema Corte entende ser devida indeni-
zação ao proprietário pela área de área de preservação permanente desapropriada.
Apicuns e Salgados:
Trata-se de ecossistemas vizinhos aos manguezais.
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O licenciamento e estudos ambientais para desenvolver atividade nessa área
requerem exigências especiais. O legislador presume que as atividades têm aptidão para
causar uma significativa degradação do meio ambiente nessa área, logo são sujeitos à apre-
sentação de Estudo Prévio de Impacto Ambiental - EPIA e Relatório de Impacto Ambiental
- RIMA os novos empreendimentos.
Reserva Legal:
A área de reserva legal consiste, pois, em um percentual mínimo que todo o pro-
prietário ou possuidor rural tem que conservar com a respectiva mata nativa, possuindo
natureza jurídica de limitação administrativa.
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cuperação que pode ser negociado em bolsa de valores. Para cada hectare terá uma CRA.
Pessoas que não têm o mínimo de reserva legal podem comprar.
O titular da CRA terá o direito de utilizá-la para compensar Reserva Legal de imó-
vel rural situado no mesmo bioma da área a qual o título está vinculado, na hipótese de
não atingir os percentuais mínimos legais, devendo ser averbada na matrícula do imóvel no
qual se situa a área vinculada ao título e na do imóvel beneficiário da compensação.
É o caso da região sul do Pará que é muito desmatada, seria totalmente inviáel
aplicar os índices da lei, caso contrário todo mundo lá ficaria em situação irregular.
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ral, quando indicado pelo Zoneamento Ecológico-econômico estadual, para cumprimento
de metas nacionais de proteção à biodiversidade ou de redução de emissão de gases de
efeito estufa.
Localização da RL:
II - o Zoneamento Ecológico-Econômico
III - a formação de corredores ecológicos com outra Reserva Legal, com Área de
Preservação Permanente, com Unidade de Conservação ou com outra área legalmente pro-
tegida;
Por força do artigo 15, do Código Florestal, será admitido o cômputo das Áreas
de Preservação Permanente no cálculo do percentual da Reserva Legal do imóvel.
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vas áreas para o uso alternativo do solo;
II - a área a ser computada esteja conservada ou em processo de re-
cuperação, conforme comprovação do proprietário ao órgão esta-
dual integrante do Sisnama; e
III - o proprietário ou possuidor tenha requerido inclusão do imóvel
no Cadastro Ambiental Rural - CAR, nos termos desta Lei.
O antigo Código Florestal (Lei 4.771/65) previa que a reserva legal deveria ser
obrigatoriamente registrada no Cartório de Imóveis mediante averbação. Entretanto, essa
obrigatoriedade foi extinta pelo novo Código Florestal.
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Do Regime de Proteção da Reserva Legal:
Uma manobra que muitos prefeitos madeireiros faziam para não observarem a
área de reserva legal obrigatória era transformar uma área rural em urbana. Isso porque a
área de reserva legal é uma limitação administrativa relativa à área rural e a partir do mo-
mento em que há uma expansão urbana e a área rural se torna urbana, deixa de existir essa
limitação administrativa. Assim, os prefeitos pegavam uma área rural alteravam aquela le-
gislação para dizer que aquela área era urbana e não precisar preservar área de reserva
legal. Assim, para acabar com isso, uma área só se torna urbana com o registro do parcela-
mento do solo e não basta que haja uma lei genérica dizendo que aquela área se transfor-
mou de rural para urbana.
Indenização na desapropriação:
Nas áreas de reserva legal que é aquela que não se admite o corte raso somente
o desmatamento sustentável, o STJ vem admitindo indenização somente se havia uma ex-
ploração através de um Plano de manejo.
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Frederico amado critica este entendimento, pois privilegia quem desmatou, uma
vez que quem desmata e for desapropriado vai receber um valor maior do que quem não
desmata a área de reserva legal. Ele aduz que a área de reserva legal deve ser indenizada
mesmo se não houver plano de manejo, pois a riqueza existe.
Já nos casos de APP, as áreas são insuscetíveis de exploração econômica. Não de-
vendo assim ser indenizadas (STJ). Todavia, o STF sustenta a indenizabilidade da vegetação
em APP.
Regras de Transição:
As áreas verdes urbanas são definidas no Código Florestal como espaços, públi-
cos ou privados, com predomínio de vegetação, preferencialmente nativa, natural ou recu-
perada, previstos no Plano Diretor, nas Leis de Zoneamento Urbano e Uso do Solo do Muni-
cípio, indisponíveis para construção de moradias, destinados aos propósitos de recreação,
lazer, melhoria da qualidade ambiental urbana, proteção dos recursos hídricos, manuten-
ção ou melhoria paisagística, proteção de bens e manifestações culturais. São criadas por
leis municipais.
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b) a transformação das reservas legais em áreas verdes nas expansões urbanas;
Unidade de Conservação pode ser definida como “o espaço territorial e seus re-
cursos ambientais, incluindo as águas jurisdicionais, com as características naturais rele-
vantes, legalmente instituído pelo Poder Público, com objetivos de conservação e limites
definidos, sob regime especial de administração, ao qual se aplicam garantias adequadas
de proteção” (artigo 2º, da Lei 9.985/2000).
A lei não se limitou a regular o regime jurídico das unidades de conservação, ela
criou também o SNUC (Sistema Nacional de Unidades de Conservação), formado pelas uni-
dades de conservação de todas as entidades políticas.
ATENÇÃO! MACETE para guardar as áreas de proteção integral (o que não incluir
no macete, é de uso sustentável): ERPaMoRe (“ér pá morrer”) : Estação ecológica, Reserva
biológica, PArque nacional, MOnumento natural e REfúgio da vida silvestre.
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GRUPO DE PROTEÇÃO INTEGRAL: são áreas onde, em regra, só se admite o uso
indireto do recurso natural (ex: visitação, excursão). São elas:
IV. Monumento natural – é a UC que busca preservar sítios naturais raros, singu-
lares ou de grande beleza cênica, admitida a visitação pública, podendo a área ser pública
ou particular. Ex: Ilhas Cagarras na cidade do Rio de Janeiro.
I. Área de proteção ambiental – é a UC que pode ser formada por áreas públicas
ou particulares, em geral extensas, com certo grau de ocupação humana, com atributos bió-
ticos, abióticos ou mesmo culturais, visando promover a diversidade e assegurar a susten-
tabilidade do uso dos recursos. Esta é a única que consta expressamente proteção cultural.
II. Área de relevante interesse ecológico – é a UC que pode ser formada por áreas
públicas ou particulares, em geral de pouca extensão, com pouca ou nenhuma ocupação
humana, com características naturais extraordinárias ou que abriga exemplares raros da
biota nacional, visando manter a manter ecossistemas naturais de importância regional ou
local.
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III. Floresta nacional – é a UC de propriedade pública, composta por uma área
coberta de vegetação predominantemente nativa, com o objetivo de manter o uso susten-
tável dos recursos e desenvolver a pesquisa científica, sendo permitida a ocupação por
populações tradicionais.
Os rols citados acima são taxativos, a entidade federativa não pode criar outras
áreas, mas a Lei 9.985 faz uma ressalva, é possível que os Estados, Distrito Federal e Municí-
pios criem novas áreas, desde que nenhuma das 12 categorias seja adequada para a prote-
ção da área mediante autorização do CONAMA.
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Caso o Poder Público institua uma unidade de conservação pública em área par-
ticular, salvo se o particular fizer a doação do espaço, será necessária a sua desapropriação,
na modalidade utilidade pública, nos termos do Decreto-lei 3.365/1941 (artigo 5.º, alínea k),
devendo ser indenizadas em pecúnia a terra nua e a cobertura florística explorável, e não
em títulos públicos, pois essa intervenção estatal supressiva da propriedade é não sancio-
natória. Frise-se que o artigo 45, da Lei do SNUC, exclui da indenização as espécies arbóreas
declaradas imunes ao corte, os lucros cessantes, os juros compostos e as áreas que não te-
nham prova inequívoca do domínio anterior à criação da unidade de conservação.
Pode ser que o Poder Público deseje instituir uma unidade em área privada e para
isso comece a realizar estudos técnicos. Diante disso, o proprietário da área que não tem in-
teresse, pode tentar conseguir uma licença para desmatar o máximo da área, pensando que
haveria, assim, uma perda de interesse por parte do Poder Público. Em razão disso, existe
uma medida cautelar administrativa denominada limitação administrativa provisória que
impede a concessão de licença ao proprietário.
b) Corredores ecológicos: é uma porção territorial que liga duas ou mais unida-
des de conservação localizadas próximas uma da outra a fim de conferir uma continuidade.
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c) Mosaico: consiste no conjunto de unidades próximas, sobrepostas ou justapos-
tas. Reconhecido o mosaico é possível apenas um plano de manejo para este conjunto.
4. Instrumentos Econômicos:
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reserva legal não podem ser constituídas servidões ambientais, pois estas áreas já estão
protegidas. Assim sendo, somente nas áreas não protegidas por lei é que será possível a
constituição de servidões ambientais.
Requisitos:
• é onerosa,
• só é celebrada por pessoa jurídica brasileira
• modalidade concorrência,
• os demais recursos ambientais tais como água, solo, minerais e etc., não serão
alvo da concessão florestal que se limita unicamente à transferência sustentável
dos recursos da natureza.
• inexistência de débitos ambientais e inexistência de condenação de crimes tribu-
tários e ambientais pela empresa concessionária
• exploração através de um projeto de manejo sustentável,
• novo espaço ambiental protegido, que é chamado de reserva absoluta corres-
pondente a 5% do espaço concedido que não poderá sofrer nenhum tipo de in-
tervenção
• não depende de autorização legislativa mesmo sendo área superior a 2.500 hec-
tares.
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O seguro ambiental traduz-se num contrato celebrado entre uma seguradora e
uma empresa utilizadora de recursos naturais, a fim de que em caso de algum acidente ou
fato que enseje responsabilidade ambiental da assegurada, a seguradora, nos termos da
apólice contratada, libere recursos destinados à indenização pelos danos causados. Parte
da doutrina sustenta que as grandes empresas detentoras do poder econômico no Brasil
não desejam a implementação do seguro ambiental obrigatório, uma vez que isso interfere
diretamente nos cofres das companhias. A título de exemplificação, se houvesse a previsão
do seguro obrigatório e acontecesse um desastre ambiental como o de Bento Rodrigues
ocorrido em 2015, a seguradora já disponibilizaria recursos para reparar imediatamente os
danos, sem a necessidade de se recorrer à lentidão do Judiciário. Acontece que, como isso
não ocorre, se o poluidor não oferece a devida reparação voluntariamente, resta à parte
prejudicada ajuizar uma ação buscando a recomposição de seu direito junto ao Poder Ju-
diciário.
De sua vez, insta salientar também que o Código Florestal traz várias disposições
mais flexíveis em favor do pequeno proprietário ou possuidor rural (prédio rústico de até
04 módulos fiscais explorados por membros da família), especialmente no que concerne às
áreas de preservação permanente e reserva legal. Esta flexibilização tem razão de ser, devi-
do ao princípio da isonomia.
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Outra inovação do Código Florestal foi a previsão de criação do CAR – Cadastro
Ambiental Rural, no âmbito do Sistema Nacional de Informação sobre Meio Ambiente, re-
gistro público eletrônico de âmbito nacional, obrigatório para todos os imóveis rurais, com
a finalidade de integrar as informações ambientais das propriedades e posses rurais, com-
pondo base de dados para controle, monitoramento, planejamento ambiental e econômico
e combate ao desmatamento, devendo ser feito, preferencialmente, no órgão ambiental
municipal ou estadual. Nos termos do seu artigo 78-A, após cinco anos da data da publi-
cação do Código Florestal, as instituições financeiras só concederão crédito agrícola, em
qualquer de suas modalidades, para proprietários de imóveis rurais que estejam inscritos
no CAR.
Para que a sentença declaratória de usucapião de imóvel rural sem matrícula seja regis-
trada no Cartório de Registro de Imóveis, é necessário o prévio registro da reserva legal no
Cadastro Ambiental Rural (CAR). STJ. 3ª Turma. REsp 1.356.207-SP, Rel. Min. Paulo de Tarso
Sanseverino, julgado em 28/4/2015 (Info 561).
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Art. 26. Incluem-se entre os bens dos Estados:
I – as águas superficiais ou subterrâneas, fluentes, emergentes e em
depósito, ressalvadas, neste caso, na forma da lei, as decorrentes de
obras da União”.
A Lei 9.433/97 não se limitou a regular o regime jurídico das águas, indo além ao
instituir uma Política Nacional de Recursos Hídricos (PNRH), que tem como fundamentos
(artigo 1º):
I - a água é um bem de domínio público; (uso comum do povo)
II - a água é um recurso natural limitado, dotado de valor econômico;
(não é renovável e tem economicidade, ou seja, o uso da água tem
custo para toda a sociedade, isto para evitar que as pessoas desper-
dicem, pois é limitado).
III - em situações de escassez, o uso prioritário dos recursos hídricos
é o consumo humano e a dessedentação de animais;
IV - a gestão dos recursos hídricos deve sempre proporcionar o uso
múltiplo das águas; (A Administração Pública deve adotar medidas
administrativas que propicie o uso múltiplo das águas, ou seja, tem
que ter água para o homem, para navegação, para os animais, para
agricultura, etc.) Exceção: casos de escassez. Quando não existirem
recursos hídricos disponíveis para todos, escolhas devem ser feitas,
deve-se priorizar o consumo humano, em segundo lugar é tirar a
sede dos animais).
V - a bacia hidrográfica é a unidade territorial para implementação
da Política Nacional de Recursos Hídricos e atuação do Sistema Na-
cional de Gerenciamento de Recursos Hídricos; (A bacia hidrográfica
é a área onde ocorre a drenagem das águas destinadas a um curso
de água, normalmente um grande rio. Ou seja, normalmente, vá-
rios cursos de água convergem para um rio principal, formando uma
bacia hidrográfica. No Brasil, as principais são a Amazônica, a Ara-
guaia-Tocantins, a dos rios Paraíba, São Francisco, Paraná, Paraguai,
Paraíba do Sul e Uruguai).
VI - a gestão dos recursos hídricos deve ser descentralizada e contar
com a participação do Poder Público, dos usuários e das comunida-
des. (apesar de os Municípios não serem proprietários das águas,
devem atuar na gestão destas – atuação tripartite, poder público,
comunidades e usuários).
Art. 2º São objetivos da Política Nacional de Recursos Hídricos:
I - assegurar à atual e às futuras gerações a necessária disponibili-
dade de água, em padrões de qualidade adequados aos respectivos
usos; (inspirado no principio do pacto intergeracional. Isto se dá com
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um controle qualitativo e quantitativo das águas).
II - a utilização racional e integrada dos recursos hídricos, incluindo o
transporte aquaviário, com vistas ao desenvolvimento sustentável;
III - a prevenção e a defesa contra eventos hidrológicos críticos de
origem natural ou decorrentes do uso inadequado dos recursos na-
turais.
Visa assegurar águas com qualidade compatível com os usos mais exigentes. As
águas doces, salinas e salobras são classificadas em 13 classes dentro da resolução de for-
ma que se permite saber para o que pode ser utilizada a água, se serve para consumo hu-
mano, ou para animais, etc.
A outorga do uso da água terá prazo de até 35 anos (máximo), renovável (por
várias vezes), devendo ser onerosa (visa concretizar o caráter econômico da água, evitar
desperdício, angariar recursos para a preservação deste recurso natural), ficando condicio-
nada às prioridades de uso estabelecidas nos Planos de Recursos Hídricos e deverá respeitar
a classe em que o corpo de água estiver enquadrado e a manutenção de condições adequa-
das ao transporte aquaviário, quando for o caso, consoante determinação do artigo 13, da
Lei 9.433/97.
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a) derivação ou captação de parcela da água existente em um corpo de água para
consumo final, inclusive abastecimento público, ou insumo de processo produtivo;
1) usos insignificantes (ex: lavadeira que pega água do rio para lavar roupa),
- haja situação de calamidade pública; (ex. falta água, suspende outorga para dar
água a quem precisa mais no momento)
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É o quarto instrumento que visa reconhecer a água como bem econômico e dar
notoriedade ao seu real valor à vida, bem como incentivar a racionalização do seu uso e ob-
ter recursos financeiros para o financiamento de programas e intervenções contemplados
nos planos de recursos hídricos.
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RESPONSABILIDADE AMBIENTAL
Responsabilidade Civil:
Previsão legal:
Responsabilidade do minerador:
Responsabilidade nuclear:
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culpa, a indenizar ou reparar os danos causados ao meio ambiente e
a terceiros, afetados por sua atividade. O Ministério Público da União
e dos Estados terá legitimidade para propor ação de responsabilidade
civil e criminal, por danos causados ao meio ambiente.
Poluidor direto é aquele agente causador do dano, quem executa a conduta ma-
terial geradora do dano. Por sua vez, o poluidor indireto é aquele que em que pese não
pratique nenhum ato de execução direto, exerce alguma conduta ou comportamento que
contribui para a ocorrência do dano. A responsabilidade entre os poluidores direto e indire-
to é solidária tendo em vista que no direito ambiental a solidariedade se presume.
Exemplo - 2: O art. 12, da Lei 6.938/1981, exige que as entidades e órgãos oficiais
de crédito condicionem a sua concessão ao prévio licenciamento ambiental das suas ativi-
dades, mediante a aprovação dos respectivos projetos.
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nante para a concretização ou o agravamento do dano causado pelo seu causador direto.
Desta forma, apenas se a execução não puder alcançar o patrimônio do poluidor direto, a
exemplo da insolvência, é que o processo executivo será direcionado ao Poder Público, vez
que, neste caso, toda a sociedade acaba respondendo pelo dano ambiental causado direta-
mente por agentes privados.
O STJ admite a inversão do ônus da prova nas ações de reparação dos danos am-
bientais, com base no interesse público da reparação e no Princípio da Precaução, sendo
uma técnica de julgamento na hipótese de dúvida probatória (non liquet), pois poderá ser
carreado ao suposto poluidor o ônus de comprovar que inexiste dano ambiental a ser repa-
rado, ou, se existente, este não foi de sua autoria.
A obrigação do poluidor é proter rem de modo que o nexo causal é excluído. As-
sim sendo, excetuam-se à regra, dispensando a prova do nexo de causalidade, a responsa-
bilidade de adquirente de imóvel já danificado porque, independentemente de ter sido ele
ou o dono anterior o real causador dos estragos, imputa-se ao novo proprietário a respon-
sabilidade pelos danos. Tal obrigação independe do fato de ter sido o proprietário o autor
da degradação ambiental, mas decorre de obrigação propter rem, que adere ao título de
domínio ou posse.
Na hipótese de ação civil pública proposta em razão de dano ambiental, é possível que
a sentença condenatória imponha ao responsável, cumulativamente, as obrigações de
recompor o meio ambiente degradado e de pagar quantia em dinheiro a título de com-
pensação por dano moral coletivo. STJ. 2ª Turma. REsp 1.328.753-MG, Rel. Min. Herman
Benjamin, julgado em 28/5/2013 (Info 526).
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Compensação x Obrigação de reparar os danos causados:
Imprescritibilidade da Pretensão:
A responsabilidade por dano ambiental é OBJETIVA, informada pela teoria do RISCO IN-
TEGRAL. Não são admitidas excludentes de responsabilidade, tais como o caso fortuito,
a força maior, fato de terceiro ou culpa exclusiva da vítima. O registro de pescador profis-
sional e o comprovante do recebimento do seguro defeso são documentos idôneos para
demonstrar que a pessoa exerce a atividade de pescador. Logo, com tais documentos é
possível ajuizar a ação de indenização por danos ambientais que impossibilitaram a pesca
na região. Se uma empresa causou dano ambiental e, em decorrência de tal fato, fez com
que determinada pessoa ficasse privada de pescar durante um tempo, isso configura dano
moral. O valor a ser arbitrado como dano moral não deverá incluir um caráter punitivo. É
inadequado pretender conferir à reparação civil dos danos ambientais caráter punitivo
imediato, pois a punição é função que incumbe ao direito penal e administrativo. Assim,
não há que se falar em danos punitivos (punitive damages) no caso de danos ambientais.
STJ. 2ª Seção. REsp 1.354.536-SE, Rel. Min. Luis Felipe Salomão, j. em 26/3/2014 (recurso
repetitivo) (Info 538).
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Responsabilidade Administrativa:
Após algumas oscilações na jurisprudência do STJ, tudo indica que está sendo
consolidado o entendimento de que em matéria de responsabilidade administrativa por
dano ambiental, a responsabilidade é subjetiva.
Pessoal, isso aqui é muito, mas muito recente. No dia 10/05/2019, STJ publicou
em seu site, a notícia que a 1ª Seção nos embargos de divergência EREsp 1318051/RJ uni-
formizou a jurisprudência do Tribunal entendendo que a responsabilidade administrativa
ambiental é subjetiva.
No momento em que elaborava esse material para vocês, o acórdão ainda não
estava disponível, mas pelo site do STJ podemos checar que de fato os embargos de diver-
gência foram providos para reverter a decisão anterior (que havia entendido que a respon-
sabilidade seria objetiva).
Cumpre registrar, que mesmo antes dessa decisão da 1ª Seção, as Turmas do STJ
já estavam entendendo que a responsabilidade ambiental administrativa é subjetiva.
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Em primeiro grau, foi declarada a nulidade do auto de infração e cancelou-se a
inscrição da multa ambiental em dívida ativa. No entanto, o Tribunal de Justiça do Rio de
Janeiro (TJRJ) reformou a sentença, condenando a empresa a pagar a multa.
Natureza subjetiva:
Citou precedentes das duas turmas de direito público, entre eles o REsp 1.251.697,
de sua relatoria, no qual explicou que “a responsabilidade civil por dano ambiental é subje-
tivamente mais abrangente do que as responsabilidades administrativa e penal, não admi-
tindo estas últimas que terceiros respondam a título objetivo por ofensas ambientais prati-
cadas por outrem”.
Para o ministro, “esse é o entendimento que deve presidir o exame do caso con-
creto, em que inequívoca nos autos a inexistência de participação direta da embargante no
acidente que deu causa à degradação ambiental”. (http://www.stj.jus.br/sites/STJ/default/
pt_BR/Comunica%C3%A7%C3%A3o/noticias/Not%C3%ADcias/Primeira-Se%C3%A7%-
C3%A3o-consolida-entendimento-de-que-responsabilidade-administrativa-ambiental-%-
C3%A9-subjetiva.)
Base de referência para o valor da multa: a multa terá por base medida pertinen-
te, de acordo com o objeto jurídico lesado.
Prescrição:
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que degrada o meio ambiente não pode se arvorar no argumento de que teria adquirido o
direito de atuar em desacordo com as normas ambientais, ainda que opere da mesma for-
ma há muitos anos.
O particular que, por mais de vinte anos, manteve adequadamente, sem indício de maus-
-tratos, duas aves silvestres em ambiente doméstico, pode permanecer na posse dos ani-
mais. STJ. 2ª Turma. REsp 1.425.943-RN, Rel. Min. Herman Benjamin, julgado em 2/9/2014
(Info 550).
Responsabilidade penal:
Essa lei traz uma parte geral muito substancial e um pouco diferente da parte
geral do Código Penal.
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ponsabilidade penal ambiental recaísse apenas sobre a pessoa jurídica seria uma maravilha
para o poluidor.
O art. 3º permite a dupla imputação, não sendo ela, de acordo com o STF obriga-
tória. Assim, há casos em que a responsabilidade penal da pessoa jurídica é muito óbvia,
mas é muito difícil identificar a pessoa física que está por trás daquele ato, de modo que
pode-se responsabilizar apenas a pessoa jurídica.
A pessoa física que responde pode ser o sócio, o diretor, o gerente isso vai depen-
der do nexo causal. Às vezes, o sócio não sabia do delito, como por exemplo, pessoas que
compram ações de empresas e não têm idéia do que se passa lá dentro. Assim sendo, o fato
isolado de ser sócio não o torna responsável pelas condutas perpetradas pela empresa.
Cabe habeas corpus em prol da pessoa jurídica? A regra é que não é cabível
porque o HC é um remédio que objetiva tutelar a liberdade ambulatorial de ir e vir e a
pessoa jurídica não tem essa liberdade. Mas existe um tipo de HC que se chama profilá-
tico/trancativo que se destina a trancar a investigação ou a ação penal. A pessoa jurídica
então pode se beneficiar do HC trancativo quando ele é impetrado em favor de um réu
(ex: sócio) e sendo concedida a ordem, a pessoa jurídica se beneficia também.
Garantidor: no Código Penal, a figura do garantidor está disposta no art. 13, §2º
de modo que a sua omissão faz com que ele responda pelo resultado. A Lei 9.605 traz a figu-
ra do garantidor no seu art. 2º, quando prevê que aquele diretor, administrador, membro
de conselho e de órgão técnico, auditor, gerente, preposto ou mandatário de pessoa jurí-
dica que sabendo da conduta criminosa de outrem, deixar de impedir sua prática, quan-
do podia agir para evitá-la. Hipótese em que a omissão do sujeito faz com que ele responda
pelo resultado.
Nesse sentido, a súmula 91 do STJ foi cancelada. Tal súmula estabelecia que:
Compete à Justiça Federal processar e julgar os crimes praticados contra a fauna.
Até o advento da lei 9605/98 era pacífico que a competência para o julgamento de
crimes ambientais era da Justiça Federal.O projeto de lei que ensejou a lei 9605/98, possuía
um artigo que colocava os crimes ambientais como de competência federal, mas este artigo
foi vetado e a lei passou a silenciar a respeito da competência, diante desta omissão, tanto
o STJ como o STF, passaram a adotar a posição de que a regra geral é que o crime ambiental
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será processado e julgado pela Justiça Estadual, sendo de competência da Justiça Federal
quando se enquadrar em alguma das hipóteses do art. 109 da Constituição:
• Descartar resíduos tóxicos sobre rio que atravessa o Estado de Alagoas, pois é
bem da União por cortar mais de um estado da federação (STF, RE 454740/AL, rel. Min. Marco
Aurélio, 28.4.2009);
• Crime ambiental ocorrido em área que passou a integrar parque nacional ad-
ministrado pelo IBAMA (STJ, CC 88.013, de 27.02.2008);
• A Justiça Federal, na forma da CF, art. 109, IV, é competente para julgar e pro-
cessar crime de extração de minerais sem a devida autorização, figura delituosa prevista na
Lei 7.805/89, art. 21, porquanto praticado contra bem da União: minerais do subsolo (CF,
art. 20, IX). (STJ. CC 22.975, DJ 20.11.2000);
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I. a gravidade do fato, tendo em vista os motivos da infração e suas conseqüên-
cias para a saúde pública e para o meio ambiente;
Quanto às penas restritivas de direito para pessoas físicas, a Lei 9.695/98 prevê
as seguintes penas:
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Penas restritivas de direitos para as pessoas jurídicas:
I. Multa.
II. Restritivas de direito: essas penas têm que se amoldar à realidade de pessoa
jurídica. São suspensão parcial ou total de atividades; interdição temporária de estabeleci-
mento, obra ou atividade; proibição de contratar com Poder Público bem como obter subsí-
dios, subvenções e doações.
Quadro comparativo:
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II. se o laudo comprovar não ter sido integral a reparação, o prazo de suspensão
do processo que varia de 2 a 4 anos pode ser prorrogado por mais um ano.
III. findo o prazo de prorrogação será feito novo laudo de constatação do dano
ambiental.
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Estados, o Distrito Federal e os Municípios apenas aderirão ao Plano Nacional de Cultu-
ra se quiserem, por intermédio de termo de adesão voluntária, devendo, nesta hipótese,
elaborar os seus planos decenais até um ano após a assinatura do termo de adesão volun-
tária, podendo a União oferecer assistência técnica e financeira aos entes da federação que
aderirem.
Também é possível que outros entes públicos e privados colaborem com o Plano
Nacional de Cultura, tais como empresas, organizações corporativas e sindicais, organiza-
ções da sociedade civil, fundações, pessoas físicas e jurídicas que se mobilizem para a ga-
rantia dos princípios, objetivos, diretrizes e metas do PNC, estabelecendo termos de adesão
específicos.
Referências:
Este material foi elaborado com base em aulas do Professor Frederico Amado,
Fábio Roque e com base em materiais disponíveis no site www.dizerodireito.com.br
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