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Sequência extraída de FIGUIREDO, L.; BALTHASAR, M.

;
GOULART, Shirley. Singular & Plural: leitura, produção e
estudos de linguagem. Volume 9. São Paulo, Moderna. 2015.
Leitura e produção

Atividade 3: a estrutura do artigo de opinião


Leia o artigo de opinião a seguir e depois responda às questões.

TENDÊNCIAS/DEBATES Converse
com a turma
Pirateiem meus livros 1. Nos tempos atuais, o

FÁBIO MOTTA/ESTADÃO CONTEÚDO


PAULO COELHO que pode ser conside-
rado “pirataria”?
Em meados do século 20, come- seja ser lido
çaram a circular na antiga União — em um 2. Você acha certo consu-
Soviética vários livros mimeografa- jornal, em mir ou divulgar produ-
dos questionando o sistema políti- um blog, em to pirateado?
co. Seus autores jamais ganharam um panfle-
um centavo de direitos autorais. to, em um
Pelo contrário: foram perse- muro.
guidos, desmoralizados na im- Quanto
Paulo Coelho, no Rio
prensa oficial, exilados para os fa- mais escu- de Janeiro, em 2002.

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mosos gulags na Sibéria. Mesmo tamos uma
assim, continuaram escrevendo. canção no rádio, mais temos von-
Por quê? Porque precisavam tade de comprar o CD. Isso fun-
dividir o que sentiam. Dos Evan- ciona também para a literatura:
gelhos aos manifestos políticos, a quanto mais gente “piratear” um
literatura permitiu que ideias pu- livro, melhor. Se gostou do come-
dessem viajar e, eventualmente, ço, irá comprá-lo no dia seguinte
transformar o mundo. — já que não há nada mais cansa-
Nada contra ganhar dinheiro tivo que ler longos textos em tela
com livros: eu vivo disso. Mas o de computador.
que ocorre no presente? A indús- 1 — Algumas pessoas dirão:
tria se mobiliza para aprovar leis você é rico o bastante para per-
contra a “pirataria intelectual”. mitir que seus textos sejam divul-
Dependendo do país, o “pirata” — gados livremente. É verdade: sou
ou seja, aquele que está propa- rico. Mas foi a vontade de ganhar
gando arte na rede — poderá dinheiro que me levou a escrever?
terminar na cadeia. Não. Minha família, meus
E eu com isso? Como autor, professores, todos diziam que a
deveria estar defendendo a “pro- profissão de escritor não tinha
priedade intelectual”. Mas não es- futuro. Comecei a escrever — e
tou. Piratas do mundo, uni-vos e continuo escrevendo — porque
pirateiem tudo que escrevi! me dá prazer e porque justifica
A época jurássica, em que uma minha existência. Se dinheiro
ideia tinha dono, desapareceu fosse o motivo, já podia ter para-
para sempre. Primeiro, porque do de escrever e de aturar as in-
tudo que o mundo faz é reciclar variáveis críticas negativas.
os mesmos quatro temas: uma 2 — A indústria dirá: artistas
história de amor a dois, um triân- não podem sobreviver se não fo-
gulo amoroso, a luta pelo poder rem pagos. A vantagem da inter-
e a narração de uma viagem. Se- net é a divulgação gratuita do seu
gundo, porque quem escreve de- trabalho.

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Em 1999, quando fui publicado pela meus que estão em sites de comparti-
primeira vez na Rússia (tiragem de 3.000 lhamento de arquivos. E minhas venda-
exemplares), o país logo enfrentou uma gens só fazem crescer — cerca de 140
crise de fornecimento de papel. Por aca- milhões de exemplares no mundo.
so, descobri uma edição “pirata” de “O Quando você come uma laranja,
Alquimista” e postei na minha página. precisa voltar para comprar outra.
Um ano depois, a crise já solucionada, Nesse caso, faz sentido cobrar no
eu vendia 10 mil cópias. momento da venda do produto.
Chegamos a 2002 com 1 milhão de No caso da arte, você não está com-
cópias; hoje, tenho mais de 12 milhões prando papel, tinta, pincel, tela ou no-
de livros naquele país. tas musicais, mas, sim, a ideia que nas-
Quando cruzei a Rússia de trem, en- ce da combinação desses produtos.
contrei várias pessoas que diziam ter A “pirataria” é o seu primeiro conta-
tido o primeiro contato com meu tra- to com o trabalho do artista.
balho por meio daquela cópia “pirata” Se a ideia for boa, você gostará de
na minha página. tê-la em sua casa; uma ideia consis-
Hoje, mantenho o “Pirate Coelho”, tente não precisa de proteção.
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colocando endereços (URLs) de livros O resto é ganância ou ignorância.


PAULO COELHO, escritor e compositor, é membro da Academia Brasileira de Letras.
É autor de, entre outros livros, O Alquimista e A bruxa de Portobello.

Folha de S.Paulo, 29 maio 2011. © Folhapress.

1. Onde este artigo de opinião foi publicado?


2. Qual é a questão polêmica por trás desse artigo de opinião?
3. Qual é a posição do autor em relação à questão polêmica? Você con-
corda com ele?
4. Por que você acha que o autor desse artigo foi convidado pelo jornal
para escrever sobre essa polêmica?
5. Você acha que as empresas que publicam esse tipo de artigo convidam
qualquer pessoa para escrevê-los?
6. Os tópicos abaixo representam as partes de que os artigos de opinião
geralmente se compõem. Eles estão em uma ordem aleatória.
• Argumentos que refutam a posição contrária.
• Retomada da posição assumida / conclusão.
• Explicitação da posição assumida.
• Uso de argumentos que sustentam a posição assumida.
• Contextualização e/ou apresentação da questão polêmica.
• Consideração de posição contrária.
Como você percebeu, cada trecho do texto está destacado por uma
cor. Cada cor representa uma das partes apresentadas acima. Expli-
que qual parte está identificada por qual cor.
7. Explique por qual das partes mencionadas acima o artigo é iniciado
e discuta com os colegas: por que é importante que os artigos sejam
iniciados dessa forma?

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Leitura e produção

Atividade 4: os organizadores textuais


Você sabia que existem palavras e expressões que nos ajudam a organizar a
apresentação de argumentos em textos? Vamos ver como elas pode ser usadas?
1. Nos textos a seguir, algumas palavras foram substituídas por números.
Leia os textos e, depois, reescreva no caderno as frases em que há nú-
meros entre parênteses, trocando-os por uma das palavras ou expres-
sões do quadro abaixo.

primeiro em terceiro lugar por outro lado outro


segundo por último no entanto a primeira

Texto 1

Você é o crítico

Não há tempo para quem não se esforça

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
CASSIUS OLIVEIRA
ESPECIAL PARA A FOLHA

Nós, os jovens que iniciamos ser passados para trás por alguém
numa carreira profissional, temos com mais experiência.
uma série de dificuldades pela O mercado de trabalho é muito
frente. competitivo, e não há tempo para
(1) delas é encontrar uma em- quem não corre atrás de seus so-
presa que queira contratar-nos nhos ou batalha por eles.
sem termos qualquer experiência. CASSIUS OLIVEIRA, 18, é estudante.
(2) obstáculo é o relacionamento
aNDrey PoPov/ShutterStock

com os colegas de trabalho. Eles são


pessoas novas, diferentes de nós.
(3), há o problema de nós es-
tarmos num espaço diferente da-
quele da escola. O ambiente de
trabalho é cheio de responsabili-
dades e de obrigações e exige um
rápido amadurecimento.
É difícil ter esse amadurecimen-
to em um curto espaço de tempo
e, infelizmente, a vida é um pouco
injusta. Assim, temos de escolher
entre amadurecer rapidamente e
Jovem em ambiente de trabalho, 2010.

Disponível em: <http://www1.folha.uol.com.br/fsp/folhatee/fm2102201101.htm>.


Acesso em: 27 maio 2015. © Folhapress.

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Texto 2

Dinheiro compra a felicidade?


Não, dinheiro não compra, mas ajuda!
Afinal, quem não precisa de bem- aquilo que queremos”, diz a psicóloga
-estar, conforto e até de uma graninha Angelina Corrêa Scardua.
extra para gastar em bobeiras? (4), o dinheiro não garante uma
“São elementos que, quando in- amizade verdadeira e o amor, que
certos, nos colocam em situação de são elementos essenciais para o ser
estresse. Quando já temos tudo isso humano se sentir feliz e completo.
garantido, somos livres para fazer só [...]

Mundo Estranho, São Paulo, jul. 2010, p. 54. (Fragmento).

Texto 3
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TENDÊNCIAS/DEBATES Glossário
Laico: independen-
A lei antivéu na França te da religião.
Burca e niqab: ves-
fere o Estado laico? timentas que co-
brem todo o corpo
NÃO e a cabeça, usadas
por uma parcela das
Ninguém pode gostar da burca ou do niqab mulheres islâmicas.
LUIZA NAGIB ELUF

[...] (7), é preciso lembrar que as regras


A proibição do uso da burca e do niqab, mais elementares de segurança pública
na França, é correta e não fere o princípio recomendam que as pessoas não cubram
do Estado laico. (5), porque, conforme as suas faces e não se ponham mascaradas
leis francesas, a humilhação ou a escravi- ao frequentar espaços de uso comum. [...]
zação da mulher não é permitida. [...] quando algumas mulheres ára-
(6), porque o Alcorão não determina bes se posicionam publicamente a fa-
o uso do véu. O que é dito no livro sa- vor da burca ou do niqab (os dois tipos
grado do Islã é uma recomendação para de véu que cobrem o rosto, bem como
que os fiéis se vistam modestamente, todo o corpo e até as mãos), essas de-
nada além. clarações demonstram a total falta de
Portanto, a cobertura total e comple- percepção da realidade e de sua pró-
ta do corpo da mulher (e só da mulher, pria condição. São pessoas que foram
os homens podem se vestir sem as mes- condicionadas a esse uso durante toda
mas restrições) resulta de imposição cul- a existência e começaram a acreditar
tural, e não exatamente religiosa. Tanto que são felizes assim.
que nem todas as muçulmanas usam o (8), é óbvio que permanecer sufoca-
véu integral e nem por isso deixam de da dentro de uma vestimenta, perden-
praticar suas crenças. do a própria identidade, anulando-se

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Leitura e produção

Converse
enquanto ser humano, subme- foram destruídas no âmago do com a turma
tendo-se totalmente ao poder do seu ser e assumiram a “servidão
homem e aceitando a desigualda- voluntária”. Ninguém pode gos-
1. Observe o nome da se-
de como uma situação bem-vinda tar da burca ou do niqab.
ção do jornal em que
demonstra que essas mulheres [...] o texto foi publicado
Luiza Nagib Eluf é procuradora de Justiça do Ministério Público de (“ Tendências/Deba-
São Paulo. Foi secretária nacional dos Direitos da Cidadania no tes”). O que está sendo
governo FHC e subprefeita da Lapa na gestão Serra/Kassab. debatido?
É autora de A paixão no banco dos réus e de Matar ou
morrer — o caso Euclides da Cunha, entre outros. 2. Por que a palavra “NÃO”
aparece logo após a
Folha de S.Paulo, 23 abr. 2011. Opinião. pergunta “A lei antivéu
Disponível em: <http://www1.folha.uol.com.br/fsp/opiniao/fz2304201108.htm>. na França fere o Estado
Acesso em: 27 maio 2015 . © Folhapress.
laico?
3. Se o texto fosse escrito
2. Copie no caderno a tabela a seguir e preencha-a com as ex- por outra pessoa, pode-
pressões da questão anterior. Uma delas já foi colocada na ria estar escrito “SIM” em
coluna certa. vez de “NÃO”? Explique
sua resposta.

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Palavra ou expressão que apresenta o 4. Quais argumentos a
argumento inicial para provar ou exemplificar A primeira autora usa para defen-
uma afirmação anterior der seu ponto de vista?
Palavra ou expressão que acrescenta um Eles lhe parecem con-
argumento ao(s) argumento(s) anterior(es) vincentes?
Palavra ou expressão que contrapõe uma 5. Podemos dizer que a
ideia às ideias apresentadas anteriormente autora apresenta um
Palavra ou expressão que finaliza a contra-argumento?
argumentação Por quê?

3. Observe as palavras do quadro abaixo e escolha aquelas que


também poderiam preencher as lacunas dos textos da ativi-
dade anterior. Faça adaptações ao texto, se necessário.

quando ao final de um ano inicialmente


para finalizar em segundo lugar além disso
por último em primeiro lugar durante muito tempo
onde essa entretanto
finalmente por fim aquilo

4. Agora, no caderno, volte ao quadro da atividade 2 e comple-


mente-o com as expressões escolhidas.
Se liga nessa!
Praticando Na hora de escrever seu ar-
tigo de opinião, lembre-se de
Chegou a hora de colocar em prática o que você e os co- que as palavras ou expressões
estudadas nesta atividade po-
legas acabaram de aprender sobre a articulação e a organi- dem ajudá-lo muito a escrever
zação de ideias em um texto! um texto mais bem articulado.

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• Para começar, junte-se a um colega e leiam os dois textos a seguir. O primeiro
faz parte de uma reportagem sobre adolescentes que têm dificuldade para
acordar cedo quando recomeçam as aulas, pois, durante as férias, estavam
acostumados a virar a noite na frente do computador. O segundo foi extraído
de uma cartilha do Ministério do Meio Ambiente sobre sacolas plásticas.

Texto 1

EFEITOS DA FALTA DE SONO


Saiba por que não é legal ficar zumbi de manhã
• Dificuldade para fixar novos conteúdos na escola.
• A longo prazo, causa obesidade, pois você passa a comer mais.
• Mau humor constante.
Entre no ritmo
• Respeite seu horário de sono: durma cedo para acordar cedo. Folha de
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

• Faça atividades físicas regularmente, mas evite-as depois que escurecer. S.Paulo,
• Evite sonecas durante o dia. 14 fev. 2011.
Folhateen.
[...] (Fragmento).
© Folhapress.

Texto 2

Alguns motivos para diminuir o consumo de sacolas plásticas


• A produção de sacolas plásticas para o ambiente, muitos dos • Sacolas jogadas em ruas e acu-
utiliza combustíveis fósseis (pe- quais contribuem para o efeito muladas em corpos d’água su-
tróleo e gás natural) como matéria- estufa. jam e enfeiam as cidades (po-
-prima. Estes são recursos natu- • O plástico é um material de difí- luição visual), diminuindo a
rais não renováveis, ou seja, uma cil degradação, chegando a du- qualidade de vida de seus mo-
vez retirados do ambiente, a re- rar até 400 anos na natureza. radores.
composição daquele estoque pela • O acúmulo de sacolas plásticas • As sacolas plásticas também
natureza levará milhões de anos. em áreas urbanas pode agravar causam danos à fauna, sendo a
• O processo de produção das enchentes na época de chuvas, causa da morte de milhares de
sacolas plásticas consome água trazendo grandes prejuízos aos animais todos os anos.
e energia e libera gases tóxicos moradores. [...]
Brasil. Ministério do Meio Ambiente. Orientações sobre consumo consciente e propostas para redução de sacolas plásticas
pelos consumidores. Brasília: Ministério do Meio Ambiente, 2011. p. 17. (Fragmento adaptado).

• Imaginem que vocês precisam transfor- usar as palavras e expressões estudadas


mar esses dois conjuntos de itens em neste capítulo. Vocês também podem
“textos corridos”, divididos em parágra- usar outros conectivos e organizadores
fos. O público dos textos será o mesmo que julgarem adequados.
do original: no primeiro caso, adoles- • Façam todas as adaptações necessárias
centes; no segundo, cidadãos em geral. e, se quiserem, acrescentem informações
• Para que as ideias e os parágrafos fiquem ou exemplos para enriquecer os textos.
bem “costurados”, não se esqueçam de O título de cada texto pode ser mudado.

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