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A CONCILIAÇÃO DIANTE DA CULTURA DA LITIGIOSIDADE E DO

DECISIONISMO JUDICIAL, SOB A PERSPECTIVA DO NOVO CÓDIGO DE


PROCESSO CIVIL

Onilton Sérgio Mattedi¹

RESUMO

O presente artigo analisará o atual paradigma de nossa sociedade com relação à


conciliação, tendo em vista que há vários anos vivenciamos a cultura da litigiosidade
e do decisionismo judicial e, pós vigência do Novo CPC, o incentivo à
autocomposição pelos meios de solução consensual dos conflitos, notadamente a
conciliação, tem sido cada vez mais vislumbrado em nosso ordenamento jurídico.
Demonstraremos as vantagens de se conciliar, bem como as diferenças entre outros
meios de autocomposição, como mediação e arbitragem. Por fim, demonstraremos
as adaptações que o Poder Judiciário vem implementando em suas várias esferas.
Sendo assim, o objetivo geral é demonstrar o modelo e a forma de conciliação
aplicados em nosso ordenamento, suas vantagens e a tendência e necessidade de
se modificar a mentalidade de nossa sociedade de uma maneira geral.

Palavra-chave: conciliação; Lei nº 13.105/15 (Novo Código de Processo Civil);


cultura de litigiosidade; solução consensual de conflitos

ABSTRACT
This article analyzes the current paradigm of our society in relation to the conciliation,
considering that for several years we have lived the culture of litigiousness and the
judicial process, after the New Code of Civil Procedure has been in force, the
incentive to self - determination by means of consensual solution of the conflicts,
notably a conciliation has been increasingly seen in our legal system. We will
demonstrate as advantages of conciliation, as well as how to separate among other
means of self-composition, such as mediation and arbitration. Finally, we will
demonstrate how adaptations of the Judiciary have been implemented in its various
spheres. Therefore, the general objective is to demonstrate the model and a form of
conciliation applied in our planning, its advantages and a tendency and necessity to
modify the mentality of our society in a way.

Keywords: conciliation; Law 13.105 / 15 (New Code of Civil Procedure); culture of


litigiousness; consensual solution of conflicts

____________________________
¹Graduado em Direito. Centro Universitário do Espírito Santo – UNESC, conclusão em 2013. Advogado.
Professor de Direito Empresarial e Direito do Trabalho na Faculdade Mantenense dos Vales Gerais –
INTERVALE.
SUMÁRIO

INTRODUÇÃO; 1. CONCEITO; 2. AS FORMAS DE SOLUÇÃO CONSENSUAL DE


CONFLITOS, PREVISTAS NA LEI 13.105/2015 (Novo Código de Processo Civil);
2.1. DA CONCILIAÇÃO; 2.1.1. OBJETIVOS DA CONCILIAÇÃO; 2.1.2 VANTAGENS
DA CONCILIAÇÃO; 3. MEDIAÇÃO; 4. ARBITRAGEM; 5. A CULTURA DA
LITIGIOSIDADE E DO DEMANDISMO JUDICIAL; 6. DA NECESSIDADE DE
ADAPTAÇÃO DO JUDICIÁRIO AO INCENTIVO À CONCILIAÇÃO; 7.
CONCLUSÃO; REFERÊNCIAS.

INTRODUÇÃO

Neste trabalho abordaremos os desafios de se obter a conciliação entre as


partes, tendo em vista que, em que pese o incentivo às resoluções consensuais dos
conflitos trazidos pelo Novo Código de Processo Civil, o cidadão de uma maneira
geral prefere o litígio em detrimento de todos os benefícios trazidos pela composição
amigável.

O que se vê atualmente arraigado na mentalidade da sociedade em geral é


que somente a decisão do juiz é capaz de resolver o conflito com justiça e
imparcialidade. A conciliação seria uma forma de estar reconhecendo um erro e,
desta forma, aguardar a marcha processual que ainda é lenta seria a melhor
solução, o que é um equívoco, pois muitas das vezes a decisão contém o vício do
decisionismo judicial, sem embasamento na norma positivada.

1. CONCEITO

Nos termos da 6ª edição do “Manual de Mediação Judicial”, preparado pelo


Conselho Nacional de Justiça:

[...] a conciliação pode ser definida como um processo autocompositivo


breve no qual as partes ou os interessados são auxiliados por um terceiro,
neutro ao conflito, ou por um painel de pessoas sem interesse na causa,
para assisti-las, por meio de técnicas adequadas, a chegar a uma solução
ou a um acordo. (BRASIL. CONSELHO NACIONAL DE JUSTIÇA. 2016.
p.21)

O ilustre doutrinador NEVES (2016, p. 1.194) define conciliação como sendo


“[...] apenas uma forma procedimental consistente na intervenção de um terceiro
intermediador para obter a autocomposição.”, afirmando que autocomposição é a
solução do conflito por vontade das partes.

Segundo THEODORO JÚNIOR:

[...] a conciliação é, em nosso processo civil, um acordo entre as partes para


solucionar o litígio deduzido em juízo. Assemelha-se à transação, mas dela
se distingue, porque esta é ato particular das partes e a conciliação é ato
processual realizado por provocação e sob mediação do juiz ou de
auxiliares do juízo.(2015. p. 1.091)

Por fim, segundo o Dicionário Aurélio, em sua versão online, conciliação


significa “pôr de acordo ou chegar a acordo com; pôr ou ficar em paz; combinar ou
combinarem-se elementos aparentemente divergentes, contrários ou
incompatíveis.”.

Dos conceitos acima citados e tantos outros que convergem no mesmo


sentido, podemos extrair que conciliação é uma técnica a ser utilizada pelo
conciliador, com o objetivo de colocar fim a um litígio entre as partes envolvidas na
ação, de uma maneira que ambas saiam satisfeitas, restaurando-se, desta forma, a
paz social com o fim do litígio.

Adaptando-se à Resolução nº 125/2010 do CNJ, o Novo Código de Processo


Civil dedicou toda uma seção com a finalidade de definir os critérios e formas a
serem aplicados na conciliação e, por meio do artigo 334, deixou expresso que a
conciliação é obrigatória, estando a petição inicial corretamente distribuída,
oportunidade em que o magistrado designará a sessão de conciliação antes do
andamento normal da ação.

Atento à realidade iminente, o novo código apenas se adaptou a esta


realidade e estipulou regras e formas de proceder com a conciliação, com intuito de
se obter uma solução ou acordo, uma autocomposição e obter a pacificação social
sem que o litígio se arraste por vários anos.

2. AS FORMAS DE SOLUÇÃO CONSENSUAL DE CONFLITOS, PREVISTAS


NA LEI 13.105/2015 (Novo Código de Processo Civil)

Como supracitado, o Novo Código de Processo Civil dedicou toda uma seção
às formas de solução de consensual dos conflitos, sendo a conciliação e a mediação
dispostas entre os artigos 165 e 175.

Porém, no § 1º do artigo 3º do Novo Código de Processo Civil também é


admitida a arbitragem, que possui legislação própria, sendo a Lei nº 9.307/96, ou
normalmente chamada de “Lei de Arbitragem”, complementando o § 3º do mesmo
artigo afirmando que “a conciliação, a mediação e outros métodos de solução
consensual de conflitos deverão ser estimulados por juízes, advogados, defensores
públicos e membros do Ministério Público, inclusive no curso do processo judicial.”.

Desta forma, o legislador deixou claro que o objetivo do código, seja em


qualquer fase que se encontre o litígio, é obter a solução consensual do mesmo,
citando expressamente a conciliação, a mediação e a arbitragem, deixando ainda a
possibilidade da existência de outra forma de solução consensual, desde que
respeitada a vontade das partes, afastando a decisão de uma só pessoa, o juiz.

O código ainda é expresso ao afirmar que tal solução consensual deve ser
estimulada por todas as partes atuantes na ação.

No presente trabalho, vamos nos concentrar tão somente na conciliação,


apontando apenas suas distinções entre a mediação e a arbitragem, fazendo,
oportunamente, breves divagações.

2.1 DA CONCILIAÇÃO
Nos termos do artigo 359 do Novo Código de Processo Civil, que fala sobre a
audiência de instrução e julgamento, “instalada a audiência, o juiz tentará conciliar
as partes, independentemente do emprego anterior de outros métodos de solução
consensual de conflitos, como a mediação e a arbitragem.”.

No entendimento do eminente doutrinador NEVES:

A previsão é importante porque ressalta que mesmo já tendo sido tentada a


forma de solução consensual não há porque o juiz não a tentar novamente.
Até porque dentro da normalidade a audiência de conciliação e mediação
não terá sido realizada perante o juiz da causa, que em contato com as
partes terá sua primeira chance de solucionar o conflito de forma
consensual. (2016. P. 1.195)

Percebemos que o artigo citado alhures apenas confirma o objetivo do código


já exposto logo em seu início, qual seja, tentar e incentivar a conciliação em todos os
atos processuais mesmo após a produção de provas e na audiência que poderá ter
decisão final sobre o processo, permitindo ao magistrado que tente, por mais uma
vez, independentemente de outras tentativas, a solução consensual do conflito.

Para grande parte da doutrina os litigantes, maiores interessados no fim do


processo, são os mais indicados para encontrarem uma solução justa para o litígio,
pois a decisão final do juiz, por mais imparcial que seja, poderá desagradar uma das
partes.

Seguindo esta corrente, preleciona o ilustre doutrinador THEODORO


JÚNIOR:

Por isso, e porque cumpre ao juiz velar pela rápida solução do litígio e
promover a autocomposição (art. 139, II e IV), determina o Código que, na
audiência de instrução, antes de iniciar a atividade probatória, o magistrado
“tentará conciliar as partes. (art. 359).”(2015. p. 1.091)

A conciliação sempre deve ser tentada, independentemente da provocação


das partes, e é ato essencial de toda e qualquer audiência que ocorrer a partir da
vigência do Novo Código de Processo Civil.

Muito embora tenha o caráter de essencialidade, a conciliação se não tentada


pelo magistrado ao início ou durante a audiência não ocasionará nulidade do ato,
pois seu intuito é tão somente por fim ao litígio de forma mais célere. (THEODORO
JÚNIOR, 2017)

Em se logrando êxito na conciliação, seja ela em qualquer fase que se


encontre o processo, desde a audiência liminar até a audiência de instrução e
julgamento, nos termos do artigo 487, III, alínea a do Novo Código de Processo Civil,
deverá o magistrado extinguir o processo, com resolução de mérito, homologando o
acordo entabulado entre as partes.

2.1.1 OBJETIVOS DA CONCILIAÇÃO

Obtempera o ilustre doutrinador THEODORO JÚNIOR (2015. p.1.093) que


“[...] não há maiores solenidades para a tentativa de conciliação. Ao abrir a
audiência, o juiz, verbalmente, e sem prejulgar a causa, concitará os litigantes a
procurarem uma composição amigável para suas divergências.”, isto porque o maior
objetivo da conciliação é por fim à causa privilegiando a vontade das partes
envolvidas.

A conciliação, desta forma, tem por objetivo primordial a possibilidade de as


partes, maiores conhecedoras do conflito, encontrarem uma solução sincrônica,
entabulando um acordo de maneira imediata para resolver e por fim à controvérsia
ou dar fim ao processo.

Sem maiores delongas e como já possível extrair dos capítulos anteriores, o


cerne do objetivo da conciliação é dar oportunidade às partes de autocomposição do
conflito surgido entre as mesmas, fazendo com que ambas, cedendo em certos
pontos, saiam com sentimento satisfatório e, via transversa, dar celeridade ao feito
desabarrotando as prateleiras do judiciário.

2.1.2 VANTAGENS DA CONCILIAÇÃO


CAPPELLETTI e GARTH (2002. p. 83) afirmam que “existem vantagens
óbvias tanto para as partes quanto para o sistema jurídico, se o litígio é resolvido
sem necessidade de julgamento”.

É público e notório que, ano a ano, o Poder Judiciário vê o número de


demandas levadas ao seu conhecimento crescendo de forma exponencial e, muitas
das vezes, o que falta para que tais demandas tenham fim é o diálogo e o auxílio de
um terceiro não interessado no litígio que, mediante o uso de algumas técnicas,
poderá sugerir formas das partes se autocomporem.

Para o sistema jurídico, além do interesse em cumprir o seu papel de meio


para obtenção da paz social, a maior vantagem é dar solução aos conflitos, que, via
de consequência gerará menores custos às partes e ao próprio Poder Judiciário.

Afirma a 6ª edição do “Manual de Mediação Judicial” preparado pelo CNJ que


as vantagens da conciliação são:

I) além do acordo, uma efetiva harmonização social das partes; II) restaurar,
dentro dos limites possíveis, a relação social das partes; III) utilizar técnicas
persuasivas, mas não impositivas ou coercitivas para se alcançarem
soluções; IV) demorar suficientemente para que os interessados
compreendam que o conciliador se importa com o caso e a solução
encontrada; V) humanizar o processo de resolução de disputas; VI)
preservar a intimidade dos interessados sempre que possível; VII) visar a
uma solução construtiva para o conflito, com enfoque prospectivo para a
relação dos envolvidos; VIII) permitir que as partes sintam-se ouvidas; e IX)
utilizar-se de técnicas multidisciplinares para permitir que se encontrem
soluções satisfatórias no menor prazo possível. (BRASIL. CONSELHO
NACIONAL DE JUSTIÇA. 2016. p.22)

3. MEDIAÇÃO

Existem duas principais distinções entre conciliação e mediação que são: I)


enquanto aquela é indicada para casos em que não há vínculo anterior entre as
partes, esta é indicada para casos em que há vínculo anterior entre as partes
envolvidas no litígio e II) Na conciliação, o conciliador poderá sugerir formas de
solução consensual do conflito, enquanto que na mediação o mediador se utilizará
de técnicas para que as partes, por força própria, cheguem à solução final.
Tais distinções são extraídas dos §§ 2º e 3º do artigo 165 do Novo Código de
Processo Civil. Vejamos:

Art. 165. omissis

[...]

§ 2º O conciliador, que atuará preferencialmente nos casos em que não


houver vínculo anterior entre as partes, poderá sugerir soluções para o
litígio, sendo vedada a utilização de qualquer tipo de constrangimento ou
intimidação para que as partes conciliem.

§ 3º O mediador, que atuará preferencialmente nos casos em que houver


vínculo anterior entre as partes, auxiliará aos interessados a compreender
as questões e os interesses em conflito, de modo que eles possam, pelo
restabelecimento da comunicação, identificar, por si próprios, soluções
consensuais que gerem benefícios mútuos.

Utilizando como base novamente a 6ª edição do “Manual de Mediação


Judicial”, podemos afirmar que:

I) a mediação visaria à ‘resolução do conflito’ enquanto a conciliação


buscaria apenas o acordo; II) a mediação visaria à restauração da relação
social subjacente ao caso enquanto a conciliação buscaria o fim do litígio;
III) a mediação partiria de uma abordagem de estímulo (ou facilitação) do
entendimento enquanto a conciliação permitiria a sugestão de uma proposta
de acordo pelo conciliador; IV) a mediação seria, em regra, mais demorada
e envolveria diversas sessões enquanto a conciliação seria um processo
mais breve com apenas uma sessão; V) a mediação seria voltada às
pessoas e teria o cunho preponderantemente subjetivo enquanto a
conciliação seria voltada aos fatos e direitos e com enfoque essencialmente
objetivo; VI) a mediação seria confidencial enquanto a conciliação seria
eminentemente pública; VII) a mediação seria prospectiva, com enfoque no
futuro e em soluções, enquanto a conciliação seria com enfoque
retrospectivo e voltado à culpa; VIII) a mediação seria um processo em que
os interessados encontram suas próprias soluções enquanto a conciliação
seria um processo voltado a esclarecer aos litigantes pontos (fatos, direitos
ou interesses) ainda não compreendidos por esses; IX) a mediação seria
um processo com lastro multidisciplinar, envolvendo as mais distintas áreas
como psicologia, administração, direito, matemática, comunicação, entre
outros, enquanto a conciliação seria unidisciplinar (ou monodisciplinar) com
base no direito.” (BRASIL. CONSELHO NACIONAL DE JUSTIÇA. 2016.
p.22)

Por fim, devemos ainda citar a Lei nº 13.140 de 26 de Junho de 2015, que
dispõe sobre a mediação como meio de solução de controvérsias entre particulares
e sobre a autocomposição de conflitos no âmbito da administração pública, que
entrou em vigência logo após a Lei nº 13.105/15 que criou o Novo Código de
Processo Civil.
A legislação supracitada visa informar os princípios orientadores da mediação
(artigo 2º), quais os tipos de conflito poderão ser objeto de mediação, forma de
designação de mediadores (judiciais e extrajudiciais), bem como o procedimento que
deverá ser adotado no momento que o conflito é levado ao conhecimentos dos
mediadores.

4. ARBITRAGEM

Como visto em capítulos anteriores, tanto a conciliação quanto a mediação


têm por objetivo, guardadas suas especificidades, que um terceiro estranho à
relação que originou o conflito auxilie as partes a chegarem a uma autocomposição
para, desta forma, por fim ao problema.

Na arbitragem, diferentemente dessas outras duas formas de resolução


consensual de conflitos, o único consenso será com relação à pessoa que irá julgar
o litígio, ou seja, as partes elegem um árbitro que fará as vezes de juiz.

Conforme disposto no já citado § 1º do artigo 3º do Novo Código de Processo


Civil, é permitida a solução consensual de conflitos através da arbitragem, regida
pela Lei 9.307, de 23 de setembro de 1996, aqui definida como “Lei de Arbitragem”.

Há que se pontuar que o procedimento arbitral é sigiloso, ao contrário do que


ocorre em processos levados à baila do Poder Judiciário que, via de regra, devem
ser públicos, e tal característica pode ser conveniente às partes.

A 6ª edição do “Manual de Mediação Judicial” assim expõe:

A arbitragem pode ser definida como um processo eminentemente privado –


isto porque existem arbitragens internacionais públicas –, nas qual as partes
ou interessados buscam o auxílio de um terceiro, neutro ao conflito, ou de
um painel de pessoas sem interesse na causa, para, após um devido
procedimento, prolatar uma decisão (sentença arbitral) visando encerrar a
disputa. Trata-se de um processo, em regra, vinculante, em que ambas as
partes são colocadas diante de um árbitro ou um grupo de árbitros.
(BRASIL. CONSELHO NACIONAL DE JUSTIÇA. 2016. p.23)

Desta forma, depreende-se que a principal vantagem para as partes é maior


sigilo e ainda mais celeridade em relação aos feitos judiciais.
5. A CULTURA DA LITIGIOSIDADE E DO DECISIONISMO JUDICIAL

Para que todas as novas regras dispostas no Novo Código de Processo Civil,
no que concerne ao estímulo à autocomposição, tenham efetividade e alcancem os
resultados objetivados quando da sua criação, há que se empreenderem esforços
para que se modifique de maneira considerável a cultura da litigiosidade, onde as
partes preferem litigar em vez de firmar acordos, bem como a cultura do
decisionismo judicial, onde as partes, mesmo com a possibilidade de saírem
insatisfeitas com a decisão proferida pelo juiz, preferem aguardá-la a autocompor-
se.

Os riscos de se aguardar a decisão proferida pelo magistrado é que o mesmo


cometa o equívoco cada vez mais corriqueiro nas decisões de nossos tribunais
pátrios, o chamado decisionismo judicial, ou seja, aquela decisão desprovida de uma
valoração das normas jurídicas como parâmetros das decisões para aquele caso,
com a consequente substituição da lei pela própria consciência do julgador que, na
maioria das vezes, tem como supedâneo os princípios constitucionais.

Nesse sentido obtempera SARMENTO:

Acontece que muitos juízes, deslumbrados diante dos princípios e da


possibilidade de, através deles, buscarem a justiça – ou o que entendem
por justiça –, passaram a negligenciar do seu dever de fundamentar
racionalmente os seus julgamentos. Esta “euforia” com os princípios abriu
um espaço muito maior para o decisionismo judicial. Um decisionismo
travestido sob as vestes do politicamente correto, orgulhoso com os seus
jargões grandiloquentes e com a sua retórica inflamada, mas sempre um
decisionismo. Os princípios constitucionais, neste quadro, converteram-se
em verdadeiras “varinhas de condão”: com eles, o julgador de plantão
consegue fazer quase tudo o que quiser. (SARMENTO, Daniel. Ubiquidade
Constitucional: Os Dois Lados da Moeda. In: NETO, Cláudio Pereira de
Souza (org.); SARMENTO, Daniel (org.). A constitucionalização do Direito.
Fundamentos teóricos e aplicações específicas. Rio de Janeiro: Lumen
Iuris, 2007.)

Sendo assim, conciliar, além de ocasionar menores transtornos às partes,


pois as mesmas terão oportunidade de acordarem de uma maneira justa a ambas,
também evita-se as “decisões surpresa”, ou, como acima citado, o decisionismo
judicial.
Ocorre que já está enraizada na cultura de nossa sociedade que a decisão
proferida pelo juiz é a correta, mesmo que não observe as normas jurídicas em
conjunto com os princípios constitucionais, ou, dependendo do caso, em não sendo
possível aplicar alguma norma vigente (pela omissão legislativa) aplique os
princípios de maneira fundamentada e coerente.

Diante dessa cultura da litigiosidade, onde na maioria das vezes ao longo do


processo o desgaste entre atos processuais levam as partes a cada vez mais
buscarem a vingança, a autocomposição mereceu atenção já na Resolução
125/2010 do CNJ, notadamente nos artigos 2º e 4º que são expressos ao afirmarem
a busca pela pacificação social.

Art. 2º Na implementação da política Judiciária Nacional, com vista à boa


qualidade dos serviços e à disseminação da cultura de pacificação social,
serão observados: (Redação dada pela Emenda nº 1, de 31.01.13)

I - centralização das estruturas judiciárias;

II - adequada formação e treinamento de servidores, conciliadores e


mediadores;

III - acompanhamento estatístico específico.

[...]

Art. 4º Compete ao Conselho Nacional de Justiça organizar programa com o


objetivo de promover ações de incentivo à autocomposição de litígios e à
pacificação social por meio da conciliação e da mediação. (BRASIL.
Disponível em < http://www.cnj.jus.br/busca-atos-adm?documento=2579>
Acesso em: 19.12.2017.)

A conciliação deve ser vista como forma de pacificação social e não apenas
como uma forma de redução de demandas judiciais. VAZ e TAKAHASHI (2012)
afirmam que “a conciliação, enquanto via integrativa e democrática de solução de
conflitos, para além de reduzir a demanda de processos, o que é apenas uma
consequência, apresenta a vantagem da verdadeira pacificação social“.

Percebemos que o objetivo principal dos meios consensuais de resolução de


conflitos é a pacificação social com o fim do litígio, contudo, não pode se deixar de
lado o objetivo reflexo, qual seja, a diminuição das demandas judiciais.

Os autores frisam, ainda, que deveria existir um ensino voltado à conciliação,


tanto nas escolas de ensino fundamental e médio, quanto nas faculdades de direito,
pois, em sua visão, o que se cria atualmente são verdadeiros litigantes:
O grande problema que se tem a enfrentar é a reinante cultura de litigância.
Incutir a mentalidade consensual é um trabalho de longo prazo. Deveria
haver preocupação com essa questão desde o ensino fundamental ou, ao
menos, no ensino jurídico, que não educa para a pacificação social, mas
para litigar, dever-se-iam estudar, como disciplina obrigatória, as formas
consensuais de solução dos conflitos ou de autocomposição. (VAZ e
TAKAHASHI. Disponível em
<http://www.revistadoutrina.trf4.jus.br/index.htm?http://www.revistadoutrina.t
rf4.jus.br/artigos/edicao046/vaz_takahashi.html.> Acesso em: 20.12.2017.)

Com a vigência do Novo Código de Processo Civil, a primeira figura que tem
a possibilidade de resolver os conflitos de maneira consensual, de acordo com a
vontade das partes que deverão ceder em seus objetivos iniciais, é o advogado, por
isso a afirmação dos autores citados alhures no sentido de se incluir como
obrigatória uma disciplina voltada a ensinar formas de resolução consensual dos
conflitos, atualmente pouco vista em nossas faculdades.

O advogado é o primeiro operador do direito a ter contato com o litígio, sendo


assim, antes de levar o conflito ao judiciário, criando uma nova demanda, tem a
possibilidade e quase a obrigação de tentar solucionar o mesmo pela via da
conciliação extrajudicial, onde não haverá nem vencedor, nem vencido.

Atualmente, mesmo os advogados que prezam pela resolução consensual


dos conflitos, encontram barreiras culturais, muito bem explanadas por MENDES:

[...] a conciliação como mecanismo de resolução de controvérsia, seja


extraprocessual ou endoprocessual, não atingirá seu escopo superior, qual
seja, a efetividade da pacificação social, tão somente em virtude da
existência do maior número de disposições legais e infralegais a respeito da
matéria, mas, certamente, na medida em que houver a adoção de uma nova
forma de pensar na sociedade, através da quebra dos paradigmas de
litigiosidade e, enfim, a partir da mudança da cultura do litígio para a da
conciliação. (MENDES. Disponível em <http://www.ambito-
juridico.com.br/site/?n_link=revista_artigos_leitura&artigo_id=14333>
Acesso em: 20.12.2017.)

Neste sentido, obtempera GUIMARÃES:

Para o êxito desta nova iniciativa, devemos lembrar que o papel do


advogado é essencial. A visão da advocacia apenas como instrumento para
propor demandas não deve reinar absoluta. Deve-se buscar também sua
atuação como instrumento de resultados, privilegiando a desjudicialização
das questões. O advogado não deve ser lembrado apenas para litigar, mas,
sobretudo, para evitar litígios. (GUIMARÃES, Maria Celeste Morais. A
conciliação pré-processual. Disponível em <http://mariacelesteadv.com.br/a-
conciliacao-pre-processual/> Acesso em: 20.12.2017.)
Como dito alhures, com todos os mecanismos legais existentes, cabe ao
advogado fazer o primeiro filtro quando levado ao seu conhecimento o litígio, o que
faz com que até mesmo os profissionais formados em tempos de incentivo ao litígio
mudem sua consciência e sua cultura litigiosa, prezando sempre pela solução e não
pelo litígio.

Mesmo com a presença importante do advogado, tal mudança de paradigma


envolve todos os operadores do direito, como expõe o artigo 3º do Novo Código de
Processo Civil, mas, obviamente que sob a égide de um código recente, tal
modificação pode demandar alguns anos para ser implantada na sociedade de
maneira geral. Não basta o Poder Judiciário atuar de maneira isolada, não basta os
operadores do direito, os profissionais empreenderem esforços para se utilizarem
desses meios se a sociedade de uma maneira geral não acompanhar esta evolução.

6. DA NECESSIDADE DE ADAPTAÇÃO DO JUDICIÁRIO AO INCENTIVO À


CONCILIAÇÃO

Nos termos do caput artigo 165 do Novo Código de Processo Civil:

Art. 165. Os tribunais criarão centros judiciários de solução consensual de


conflitos, responsáveis pela realização de sessões e audiências de
conciliação e mediação e pelo desenvolvimento de programas destinados a
auxiliar, orientar e estimular a autocomposição.

O Tribunal de Justiça do Estado de Minas Gerais, ao final do ano de 2012, ou


seja, antes mesmo da promulgação do Novo Código de Processo Civil, foi o pioneiro
na criação com sucesso de um Centro Judiciário de Solução de Conflitos e
Cidadania (CEJUS) no Estado, mais precisamente na comarca de Belo Horizonte.

Anteriormente, no ano de 2011, o mesmo Tribunal de Justiça de Minas Gerais


já havia criado por meio da Resolução 611/2011, posteriormente alterada pela
Resolução 681/2011 e Resolução 800/2015, o Núcleo Permanente de Métodos
Consensuais de Solução de Conflitos (NUPEMEC), órgão responsável pelo
planejamento e aperfeiçoamento das ações voltadas ao cumprimento da política de
resolução consensual de conflitos, por meio de incentivo de cursos e seminários
sobre o tema. Tal núcleo ainda é responsável pela criação dos CEJUSC em todas
as comarcas do Estado.

Cabe ressaltar que a criação do CEJUSC pelos tribunais é uma determinação


prevista pelo artigo 8º da Resolução 125/2010 do CNJ.

Art. 8º Os tribunais deverão criar os Centros Judiciários de Solução de


Conflitos e Cidadania (Centros ou Cejuscs), unidades do Poder Judiciário,
preferencialmente, responsáveis pela realização ou gestão das sessões e
audiências de conciliação e mediação que estejam a cargo de conciliadores
e mediadores, bem como pelo atendimento e orientação ao cidadão.
(Redação dada pela Emenda nº 2, de 08.03.16) (BRASIL. Disponível em <
http://www.cnj.jus.br/busca-atos-adm?documento=2579> Acesso em:
19.12.2017.)

Ainda em 2016 o Conselho Nacional de Justiça, através do programa


Movimento pela Conciliação, noticiou que:

[...] o Conselho Nacional de Justiça (CNJ) lançou o sistema de Mediação


digital que permite acordos, celebrados de forma virtual, de partes de
processo que estejam distantes fisicamente, como, por exemplo, entre
consumidores e empresas. O sistema veio para facilitar a troca de
mensagens e informações entre as partes, que podem chegar a uma
solução. Esses acordos podem ser homologados pela justiça, se as partes
acharem necessário. Se não houver um consenso entre ambos, será
marcada audiência, que ocorrerá nos Centros Judiciários de Solução de
Conflitos e Cidadania (CEJUSCS), criado pela Resolução CNJ nº125.
(BRASIL. Disponível em < http://www.cnj.jus.br/programas-e-
acoes/conciliacao-e-mediacao-portal-da-conciliacao> Acesso em:
20.12.2017.)

No que tange às adaptações feitas pela Justiça Federal, como exemplo


podemos citar o Tribunal Regional Federal da 4ª Região, que por meio da publicação
da Resolução nº 15, de 23 de fevereiro de 2017, sistematizou a conciliação nas
reclamações pré-processuais, inclusive em meio digital.

A Resolução alhures tem por objetivo regular o procedimento da reclamação


pré-processual, atendendo a qualquer litígio de natureza não criminal, com o
incentivo à autocomposição, antes de iniciada a ação judicial, podendo haver
homologação judicial, caso seja a vontade das partes. A homologação do acordo,
nos termos do artigo 7º da Resolução, fará com que o mesmo tenha força executiva
de um título judicial.
Com os exemplos citados, pode se perceber que os mais diversos órgãos do
Poder Judiciário estão procurando meios de incentivar a conciliação como forma de
solução consensual de conflitos, seja na fase pré-processual, para evitar o
abarrotamento das prateleiras do Poder Judiciário com ações que poderiam ter sido
solucionadas extrajudicialmente, seja na fase postulatória, com o processo já em
curso.

Fato é que as tentativas de conciliação devem ser propostas sempre que


possível, como meio de pôr fim aos litígios, demonstrando às partes que, desta
forma, não há vencidos ou vencedores, mas que ambas devem colaborar, ao menos
de certo modo, para que saiam satisfeitas com a solução encontrada.

Porém, como frisado, o êxito na implantação da cultura da autocomposição


em detrimento da cultura da litigiosidade somente será alcançado se todos os
operadores do Direito participarem ativamente e de maneira proativa dentro de suas
respectivas funções.

7. CONCLUSÃO

A necessidade da implantação e efetivação de maneira sólida da cultura da


conciliação diante da cultura da litigiosidade e do decisionismo judicial atual é
premente e cada vez mais vem tomando a atenção do Poder Judiciário.

No mundo moderno a vida pede celeridade, a evolução é constante e conciliar


é um caminho sem volta por vários aspectos, seja pela já citada economia de tempo,
seja por economia de dinheiro ou, ainda, pela necessidade de pacificação social em
dias tão turbulentos.

A dificuldade de implantação da cultura conciliatória passa, principalmente,


pela necessidade de modificação da mentalidade de toda uma geração já criada
com conceitos de litígio e beligerância, cabendo às instituições de ensino, seja
fundamental, médio ou superior, a partir dessa nova era que se inicia efetivamente
com a vigência do Novo Código de Processo Civil, formar profissionais e cidadãos
capazes de compreender que conciliar é mais vantajoso que litigar.
Não basta a existência de normas como o Novo Código de Processo Civil,
resoluções e provimentos dos mais variados órgãos criados para se incentivar a
conciliação ou outras formas de solução consensual dos conflitos se a sociedade de
maneira geral não evoluir na mesma mentalidade.

A conciliação se demonstra vantajosa sempre que aplicada corretamente,


proposta por meio de técnicas e em momento oportuno, e quase sempre logra êxito
quando os litigantes querem realmente solucionar o conflito e não apenas arrastá-lo,
sem observar a boa-fé, a probidade e o respeito ao próximo.

Aguardar a decisão do magistrado que muitas das vezes vem eivada com o
vício do decisionismo judicial se torna inseguro às partes, pois nem toda decisão
observa as normas vigentes e tão somente os princípios, o que pode ser prejudicial
aos litigantes.

Sendo assim, a mudança de paradigma será gradual, não sendo possível, por
mais que a legislação atual incentive, em um primeiro momento, modificar
drasticamente toda uma mentalidade já enraizada na cultura de nossa sociedade
para que passemos a utilizar de maneira satisfatória a conciliação.

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