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Mestres do Zhang Zhung

Nyengyud
Instruções essenciais das Transmissões
Experimentais do Bönpo Dzogchen

Ensinamentos de Yongdzin Lopon Tenzin Namdak

Transcrito e editado por


Carol Ermakova e Dmitry Ermakov

Adaptado ao português por Felipe Caldas Coelho.


1
Prefácio

Quando solicitado a escrever um prefácio para este livro, Yongdzin Rinpoche


sugeriu que ele pudesse traduzir uma passagem de um texto. Este é o trecho
que ele gentilmente escolheu:

"Ao ensinar Zhang Zhung Nyengyud Dzogchen, é preciso seguir certas regras,
e há quatro principais.

Primeiro de tudo, há a transmissão que desenvolve sabedoria e não é permitido


adicionar quaisquer outras citações a isto. A razão é que esta transmissão de
sabedoria é completa e não necessita de nenhuma citação adicional extraída de
quaisquer outras fontes. Tudo já foi claramente explicado e comentado por
mestres qualificados. O Estado Natural é puro, claro e perfeito. Por exemplo,
se você levar uma lanterna para um quarto escuro, ela pode iluminar toda a
sala; você não precisa de nenhuma fonte adicional de luz.

A segunda regra está conectada com a linhagem ou transmissão do significado


que purifica erros e ilusões. Os mal-entendidos são purificados por uma
cognição válida e, portanto, não se deve manter as próprias notas nem
acrescentar seus próprios comentários. A razão para isto é que qualquer um
que estuda ou segue estes ensinamentos deve aprender apropriadamente e não
depender do que é dito ou escrito. Esta única linhagem de conhecimento passa
estritamente de Mestre para Mestre; cada Mestre deixa claro e mostra o
significado real, portanto não há necessidade de confiar em notas ou
comentários adicionais. É como o seguinte exemplo: se alguém está explicando
o que é uma flor, a pessoa que escuta não será capaz de compreender
plenamente sua cor ou forma. Se, no entanto, é mostrado ao ouvinte
diretamente a flor real, então não são necessárias tantas explicações: ele pode
ver por si mesmo.

A terceira regra é que a transmissão das instruções essenciais vem somente


através da experiência, através da prática. Não há necessidade de adicionar
palavras ou comentários humanos a isso. Por exemplo, se você usar palavras
tibetanas para comentar sobre a língua Zhang Zhung, ela não poderá ser tão
útil; as palavras tibetanas não podem descrever claramente as de Zhang Zhung.
A razão para essa regra é que os próprios ensinamentos são como ouro sólido
que não pode ser refinado. Então, se uma pessoa normal tenta comentar sobre
eles usando palavras normais, ela não pode.

A quarta regra é que alguém que tenha recebido a transmissão desses


ensinamentos, que os tenha praticado, confia neles e tenha obtido o resultado
2
ou meta final, não acrescente nada nem seja influenciado por pensamentos ou
comentários sectários. A razão para isso está relacionada à maneira como você
deve confiar ou acreditar. O texto, a explicação do Mestre e o que ele
introduziu ao aluno, bem como a experiência do próprio seguidor, devem todos
entrar em concordância. Quando esses três se juntam, não há necessidade de
adicionar comentários. Essa confiança é a confiança na sua própria cognição
válida e quando se obtém essa cognição válida, não há parcialidade, assim
como não se pode dividir o espaço dizendo: esse é o meu espaço, e esse é o
seu.

Além disso, o Mestre que ensina o Dzogchen deve ser qualificado para fazê-
lo, e quem ouve os ensinamentos também deve ter certas qualidades.

Quanto às qualidades que um verdadeiro Mestre deve possuir, ele deve


primeiramente ter uma linha verificável de transmissão através da qual ele
recebeu os ensinamentos. Em segundo lugar, deve-se observar como ele ensina
seu aluno. Podemos verificar como o Mestre recebeu os ensinamentos e a
linhagem, e é essencial que ele tenha recebido ensinamentos sobre a Natureza
da Base sem quaisquer acréscimos ou erros, e que seu conhecimento desse
Estado Natural seja igualmente livre de acréscimos ou erros. Há dois pontos
sobre como ele deve receber os ensinamentos; um é extremamente importante,
o outro menos: primeiro ele receber e ler a transmissão, mas isso é o menos
importante. O mais importante é que, junto com essa transmissão, é praticar
sem erros para que se familiarize com este Estado e seja capaz de permanecer
estável nele. Isso é muito importante.

Existem três pontos relacionados a como um Mestre recebe sua linhagem


especial:
Antes de mais nada ele deve receber a transmissão da fonte autêntica; em
segundo lugar, ele deve receber a transmissão e introdução às instruções
essenciais; e em terceiro lugar, tendo recebido estes, ele deve praticar o que
recebeu até chegar um sinal.

No entanto, se o Mestre quebrou qualquer um destes - por exemplo, se ele não


recebeu a linhagem da maneira apropriada - então o que quer que seus alunos
pratiquem e o que quer que ele pratique, não será de grande utilidade. Será
como a agitação da água: a manteiga nunca será obtida. Da mesma forma, se o
Mestre não praticou com a devida motivação ou não recebeu o sinal, então seus
ensinamentos e palavras serão como estourar um balão. Assim, a fonte e a
linhagem são extremamente importantes. É muito importante manter a história
da linhagem."

[Extraído do sTod thun gyi 'grel ba bzhugs so]


3
"Dzogchen às vezes parece fácil, mas é difícil, muito difícil. Estamos sempre
dizendo que precisamos nos purificar de muitas maneiras, mas aqui dizemos
que existe apenas o Estado Natural, embora, às vezes, pareça fácil, na verdade
o Estado Natural é muito difícil de se realizar."

Yongdzin Lopan Tenzin Namdak Rinpoche


31 de julho de 2009
Décimo dia do sexto mês do Ano Elefante da Terra
Shenten Dargye Ling, Blou, France

4
Os
Mestres

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Lhabon Yongsu Dagpa

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1. Lhabon Yongsu Dagpa

"A mente não nasce. É tão ilimitada quanto o céu. Nuvens e vento,
luz e escuridão, estes aparecem espontaneamente no céu, mas não
bloqueiam o espaço. Então, quando você se concentra e permanece
no Estado Natural, essa Natureza aparece espontaneamente. Não há
sujeito nem objeto. Não há necessidade de praticar meditação de
uma forma especial ou se concentrar em qualquer coisa. Esta
Natureza é chamada de Natureza de Buda ou Natureza de Bön. Não
há nenhuma maneira de procurá-la ou encontrá-la, nenhuma
maneira de se concentrar nisso, então simplesmente deixe como é."

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Lubon Banam

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2. Lubon Banam

"O nosso próprio Estado Natural é a Natureza de Bön. Este estado


natural não está separado da nossa própria Natureza da Mente. Uma
vez que você percebe esta Natureza, ela não se altera nem muda,
não aumenta nem diminui. Uma vez que isto é realizado por si
mesmo, isso é o grande Dharmakaya. Se você não está iludido, mas
permanece estável e livre de distúrbios, então isso é excelente
meditação."

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Miban Tride Zambu

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3. Miban Tride Zambu

"O Estado Natural é a Natureza de Bön. Não há nenhuma maneira


especial de focalizar ou meditar sobre ele, nem há meditador nem
algo especial para meditar. Não há nada de especial que possa ser
encontrado, seja como meditação ou como meditador. Permaneça
estável no Estado Natural, sem qualquer ilusão. Isso é chamado de
"Não-Meditação" e "Grande Meditação". Não há objeto nem
sujeito; deixe-o como é. Essa é a Grande Meditação da Visão
Dzogchen."

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Banam Kyolpo

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4. Banam Kyolpo

"O Estado Natural é a Natureza de Bön e, sem focalizar ou meditar


sobre algo particular, você alcançará esse estado e o descobrirá. Se
você não focar ou usar sua consciência de nenhuma maneira
particular, você realizará essa natureza. A natureza não conhece
nem o fluxo nem o refluxo; está sempre com você. Se você acredita
que esta natureza é o Estado Natural, então não há maneira
particular de meditar. Apenas deixe-o como é."

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Se Trisho Gyalwa

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5. Se Trisho Gyalwa

"O Estado Natural não tem nada a ver com ação. Quanto mais você
fabrica, age ou usa sua consciência, mais pensamentos você
desenvolve. Essa Natureza não tem meditação, é Natureza
completamente vazia. Tentar meramente focalizar, visualizar ou
pensar cria uma bagunça e você se afasta da Natureza. Esta Natureza
é sem foco, está sempre em equanimidade. Essa é a visão essencial
e real do Tathagata ou do Buda."

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Rasang Samdrub

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6. Rasang Samdrub

"A Natureza da Bodhichitta é o Grande Gozo. Ela não pode ser


visualizada devido a tudo ser absolutamente como é. Simplesmente
mantenha-se neste estado sem ilusão. Isso é chamado de 'manter-se
no Estado sem meditação'. Essa é a Grande Meditação que é Grande
Perfeição."

17
Darma Sherab

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7. Darma Sherab

"Quando você tiver encontrado a Natureza da Mente, esta é a raiz


da mente. Quando você tiver percebido esta Natureza, mantenha-a
sem ilusão. Isto é a perfeita Mente de Buda ou meditação, a
Natureza de Buda. Quando você encontrou este estado não procure
alterá-lo ou monitorá-lo, não faça nada, simplesmente deixe-o como
é. Isso é a Grande Perfeição. Como não há nada que possa ser dito
que exista, não há um modo particular de focalizar sua mente ou
qualquer coisa na qual medite. Depois de ter percebido esta
Natureza, simplesmente permaneça aí."

19
Darma Bode

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8. Darma Bode

Zhang Zhung Tripen perguntou ao seu Mestre: "Qual é o


significado da Natureza da Mente?"

Seu Mestre respondeu:

"Olhe para um pensamento. Não há cor, forma nem nada material.


É como o céu. No entanto, este céu ou espaço engloba tudo o que
existe. Essa natureza não pode ser fixada em palavras, nem pode
ser apreendida pela consciência; nem mesmo um Buda pode vê-
lo por meio da consciência. Sem tentar enxergar através da
consciência, o modo de permanecer na Natureza é simplesmente
deixá-la como é, sem procurar, encontrar ou focar em nada,
deixa-a como é e isso é excelente meditação. Não há nada a
acrescentar; nem mesmo Buda pode mudar ou acrescentar nada.
Deixe como é."

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Zhang Zhung Tripen

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9. Zhang Zhung Tripen

"Seu próprio estado natural é aperfeiçoado e integrado dentro de


Dzogpa Chenpo - Grande Perfeição ou Grande Bodhichitta. Esse
estado que você experimentou é o grande Dzogpa Chenpo; ou seja,
Dzogchen. Não importa qual nome você dê - Grande Perfeição,
Grande Bodichita, ou Buda - tudo é aperfeiçoado no que você
experimentou como o Estado Natural. Não importa o que você
fabrica, não importa quanta agitação ou sonolência surja, tudo está
dentro do Estado Natural.

O Estado Natural é chamado a Grande Perfeição de Bodhichitta.


Sem fazer nada ou procurar por nada, simplesmente deixe este
Bodhichitta ou Grande Perfeição que você experimenta como é. Se
você procurar ou fizer algo, não encontrará nada. Não há nada
especial, nada visível. Esta natureza não tem raiz e não há nada que
possa ser encontrado; é uma presença muito clara."

23
Muye Lhagyung

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10. Muye Lhagyung

"Há muitas palavras e muitas coisas a serem ditas nos


Ensinamentos, mas a essência é sempre a Natureza. Essa Natureza,
chamada Natureza da Mente, não apreende nem percebe nada. Visto
de sua perspectiva, a mente e a consciência estão completamente
iludidas. Não há nada particular para se focar dentro desta Natureza,
nem é possível meditar sobre ela. Se você focar ou pensar nisto,
você perdeu seu caminho, você está errado. Esta natureza não tem
sujeito nem objeto e nunca nasce. Ela é chamada de Sabedoria Auto
Nascida. Sua meditação deve ser esta: permaneça em equilíbrio
nesta Natureza. Este é o verdadeiro Bonku, o verdadeiro
conhecimento dos Budas."

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Mashen Legzan

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11. Mashen Legzang

"Essa Natureza que você experimentou não depende de nada em


lugar algum. Não há apreensão, nem percepção, nem pensamentos
compulsivos. Esse Estado Natural é mantido como é. Esse é o
significado real. Você só precisa tentar manter essa Natureza
estável."

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Gyershen Taglha

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12. Gyershen Taglha

"É importante liberar do apego e ser introduzido na visão do Estado


Natural. Esta visão é livre das ilusões de agitação, sonolência e
impotência. Isto é meditação pura. Uma vez que você tenha
percebido esta Natureza, suas ações devem ser puras, em outras
palavras, intocável pelas Cinco Consciências Venenosas. Quaisquer
que sejam as experiências que você tenha enquanto estiver no
Estado Natural, confie nelas."

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Rasang Yungdrungs

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13. Rasang Yungdrungse

"Não olhe para o pensamento passado. Não espere nem procure o


pensamento futuro. Não segure ou perceba o presente através da
consciência."

O aluno perguntou: "Qual é a falha se você procurar pelo pensamento


passado e o que acontece se você procurar pelo pensamento futuro?
Qual é a falha se você segurar o presente através da consciência?"

O Mestre respondeu: "Se você procurar pelo primeiro pensamento,


você não reconhecerá a verdadeira sábia Natureza. Se você espera
o pensamento futuro, o fluxo desses pensamentos nunca irá parar.
Se você verificar o pensamento presente, você nunca percebe a
ilusão de desenvolver visões e pensamentos que surgem um após o
outro."

O aluno perguntou: "Então, como podemos praticar?"

O Mestre respondeu: "Permaneça na Natureza e não faça nada;


deixe tudo como é."

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Rasang Yungpen

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14. Rasang Yungpen

"Não olhe pelo pensamento passado; aconteça o que acontecer,


apenas deixe estar. Não se agarre ao próximo pensamento. Corte a
consciência e o pensamento. Tudo o que você precisa fazer é
permanecer como o céu."

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Gepar Dondrub

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15. Gepar Dondrub

"Mantenha-se no equilíbrio do Estado Natural sem dúvidas.


Mantenha-se nele sem ser iludido. Não mude nada internamente ou
externamente. Não se concentre em expirar ou inspirar. Não use sua
consciência e não se concentre em qualquer coisa. Este é o método
para praticar."

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Gyerpung Gepen

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16. Gyerpung Gepen

"Mantenha o Bodhichitta do Estado Natural naturalmente,


livremente e confortavelmente. Não mantenha nenhuma percepção
nem se prenda a nada, deixe tudo como é. A ilustração para este
importante Ensinamento é como um homem que terminou um
trabalho duro."

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Se Gegyal

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17. Se Gegyal

"Não tente se concentrar em qualquer objeto com qualquer parte de


sua consciência. Sempre que aparições espontâneas surgirem dentro
de sua consciência, deixe-as livremente e então sua condição será
como o sol brilhando no céu. Não faça nada. Esta natureza é clara,
salwa e consciente por si só."

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Zhang Zhung Namgyal

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18. Zhang Zhung Namgyal

"Como alguém permanece no Estado Natural? Apenas deixe-o


diretamente como é. Não remova quaisquer visões. Se você deixar
o que surge espontaneamente assim como é, então isso se tornará
Grande Sabedoria. Esse ensinamento é uma chave muito importante
por liberar todas as visões e assuntos na Natureza."

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Mugyung Karp

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19. Mugyung Karpo

"Uma vez que você tenha realizado o Estado Natural, permaneça


estável. Quanto a todas as visões e movimentos da consciência que
aparecem espontaneamente, apenas os deixe em paz enquanto você
tenta permanecer o mais estável possível e se familiarize com esta
Natureza."

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Horti Chenpo

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20. Horti Chenpo

"A visão é imparcial. A meditação não é focada e ainda assim clara.


As atividades são totalmente integradas com a Natureza, elas fluem
sem parar e sem controle. Você não precisa esperar o resultado, ele
será recebido espontaneamente. A visão e resultado aparecerá
espontaneamente da Natureza. Isto é chamado de Atividades do
Dharmakaya."

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Donkun Drubpa

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21. Donkun Drubpa

"Deixe todas as ações da consciência e tudo o que a consciência


recebe e percebe exatamente como é. Então, espontaneamente, a
consciência mental será gradualmente liberada na Natureza e esta
Natureza não material se tornará cada vez mais feliz; Natureza
Vazia. Penso ser esta a visão do Buda."

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Rasang Pengyal

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22. Rasang Pengyal

"Olhe em sua consciência. Quando você olha para o pensamento ou


consciência, não há nada especial para ver e você até perde aquele
que está olhando e onde ele olha. Esta é a Grande Natureza. Tudo
liberta e desaparece. Não há nada para fazer, nada para mudar. Não
tente perceber nada. Deixe tudo como é. Não duvide, apenas
continue. Este é o ensinamento essencial que é como Garuda voando
no céu."

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Gurib Sega

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23. Gurib Sega

"Todos os thigles* aparecem e tudo é descoberto e claro. A Natureza


tem poder e a Sabedoria emerge totalmente da rede de pensamentos.
Consciência entra no Estado e esta é a Natureza da Mente."

*Tib. thig Ie - pingo, esfera, grânulo, essência e assim por diante. Aqui ele se
refere às gotas ou esferas de luz que podem ser de uma ou mais cores, com
um total thigle sendo um círculo ou esfera de arco-íris. Um praticante de
Dzogchen começa a ver plenamente em sua contemplação quando um certo
nível de estabilidade no Estado Natural é alcançado.

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Dawa Gyaltsen

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24. Dawa Gyaltsen

"Todas as coisas são a visão, então não importa em que condição elas
se encontrem, o universo externo e os seres dentro dele estão todos
integrados com o Estado Natural. Esse Estado Natural é chamado de
Buda Básico. Quando visões aparecem, elas são sem substância. Elas
aparecem como Autoconsciência e sem mudança ou sem feitio, o que
quer que apareça simplesmente permanece na Natureza. Essa
Autoconsciência não pode ser separada da Natureza Vazia. Não há
nada que você possa explicar quando olha em direção à Natureza.
Esta Natureza é chamada de Permanência Espontânea da Visão de
Buda.

Seja qual for o nome que você dá as coisas - 'céu', 'terra', 'pedras',
'pilares', 'pai', 'mãe', 'guerras', 'receptáculos' - tudo vem desta
Natureza. O que quer que você os chame, todos os fenômenos estão
sempre igualmente integrados ao Estado Natural. Se você verificar
cuidadosamente, descobrirá que tudo o que existe libera-se por si
mesmo na Natureza e nada existe inerentemente.

Tudo o que fazemos - felicidade, tristeza, miséria - é criado pela


consciência e pelo pensamento. Tudo é criado pelo pensamento e
integrado com a causa kármica. Se você olhar para um objeto, você
o terá meramente como uma visão, pois não há nada inerente que
possa ser encontrado ao lado do objeto. Isso é chamado Natureza
Vazia. Se você examinar o objeto, nada poderá ser encontrado e o
que resta é a Natureza. Se você permanecer continuamente nesta
Natureza sem mudar nada, isso é chamado de melhor meditação.

Quando você está estável no Estado Natural, integre todas as suas


atividades diárias de corpo, fala e mente com isso e elas se tornam
Ações do Dharmakaya. Toda a existência é integrada e unificada
com o Estado Natural. Às vezes é chamado de Clara Sabedoria, mas
ambos são igualmente integrados com a Autoconsciência. Quer
você crie algo através do pensamento ou libere tudo na Natureza,
tudo está igualmente integrado ao Estado Natural. Se, por outro
lado, você segue o pensamento ou está apenas preso em um tipo
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indescritível de inconsciência, sem permanecer em clareza, então
isso é chamado de Erro de Shamatha. Mesmo que você tente impedir
que os pensamentos surjam, você não pode, porque o "impedidor"
em si é também um pensamento. Os pensamentos surgem
incessantemente e um pensamento não pode ser impedido por outro;
é melhor deixá-los na Grande Natureza Vazia. Se você deixar os
pensamentos repousarem nesta Natureza, então todas as
consciências e fenômenos que existem também repousarão nela.
Uma vez que você tenha experimentado esta Natureza Clara, não há
necessidade de duvidar ou tentar entender qualquer coisa; é melhor
simplesmente deixá-la como é e tentar se familiarizar com isso sem
fabricar nada. Se você tentar desenvolver algo usando pensamentos,
se quiser melhorar alguma coisa ou acelerar seu progresso na
meditação, então, na verdade, embora você aguarde e espere
encontrar algo, isso é uma ilusão. Você não pode ver a Natureza
com consciência, pois o que você faz é um esforço e, portanto,
perturba essa Natureza. De fato, isso não pode ser perturbado por
nada, mas o praticante é perturbado por essas atividades. Pense
cuidadosamente sobre o que eu disse e veja pela sua própria
experiência.

Existem quatro estágios de desenvolvimento para aqueles que


praticam Shamatha e cada estágio parece ser algo semelhante ao
Estado Natural, mas, na verdade, cada um deles apreende um objeto:

*O primeiro estágio de Shamatha considera apenas o espaço


infinito. Se concentra apenas nesse lado.
*O segundo estágio de Shamatha não é compreender ou focalizar
o objeto em si, mas olhar de volta para a consciência. A consciência
é ilimitada, então o foco se torna essa consciência ilimitada.
*O terceiro estágio de Shamatha é examinar tanto o objeto quanto
a fonte da consciência que apreende o objeto. Você não consegue
encontrar nada em nenhum dos lados. Não há nada para encontrar
e nada existe lá. Então, o terceiro estágio é focar no nada.
*Quanto ao quarto estágio, já foi estabelecido que nada pode ser
encontrado, nem objeto nem sujeito, mas algo indescritível existe,
então este quarto estágio é focalizar na natureza indescritível.

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Isso é Shamatha normal e em cada estágio algo é sempre entendido
como um ponto a ser focado, portanto, isso não pode ser comparado
com o Estado Natural.

Quanto ao verdadeiro Estado Natural, não há foco. Não há objeto


nem sujeito; apenas deixe como é. Essa é a grande Sabedoria
Imutável de Swastika. Não há dicotomia de objeto/sujeito, nenhum
foco; o estado é simplesmente deixado como é. É chamado a Visão
sem Professor.

Enquanto você estiver no Estado Natural, não há nada que possa ver
como "clareza" ou "natureza vazia". Não foque, não veja, não
verifique nem saiba de nada, simplesmente continue em
contemplação. Sem bloquear nada, deixe tudo como é neste Estado.
É chamado Sabedoria Autoconsciente. Não siga a mente do macaco;
não segure ou siga ilusões como crianças brincando na areia.

Este é o conselho sobre como manter e praticar."

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Tapihritsa

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25. Tapihritsa

"A Natureza não muda e não é feita. Você não pode fabricar nada.
Essa Natureza simplesmente permanece espontaneamente e você
deve tentar experimentá-la por si mesmo. Autoconsciência não pode
ser obscurecida. Autoconsciência não tem pensamento, nem pensar
e nem pontos críticos. Se você a criticar, então a crítica é inútil e é
em si liberada."

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Gyerpung Nangzher Lodpo

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26. Gyerpung Nangzher Lodpo

"O Estado Natural não tem substância; é imaterial. Está além de


pensamentos, nomes e expressões. Não tente dar um nome a essa
Natureza. Não há nada certo a ser reconhecido pela consciência. Nem
foque nem medite. Não tente nomear ou dizer muitas coisas. Essa
natureza está além de exemplos, contos, histórias, nomes e
expressões. Não procure exemplos, não tente encontrar algo
particular, já que essa natureza não tem raiz e não pode ser explicada.
Simplesmente deixe como é."

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Gyalzig Sechung

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27. Gyalzig Sechung

"Buda não nasce porque não é um resultado de causas produzidas


pela consciência, palavras ou ações. No Estado Natural não há razão
para chamar qualquer coisa de 'buda', nenhuma razão para chamar
qualquer coisa 'um ser', porque a Natureza está vazia, pura e sem
limites, uma vez que esta Natureza não conhece o nome "buda" nem
"ser", ela não nasce e está integrada a todos os seres que têm mente
ou consciência. Onde quer que haja mente ou consciência, a Natureza
está lá. Quanto ao Estado Natural, não há fonte da qual ele surge,
nem há nada visível onde ele esteja no presente. Quando se
experimentou e percebeu esta Natureza, não há esperança nem
dúvida; é completamente aberta, livre e clara."

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Mu Tsoge

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28. Mu Tsoge

"Você não pode chamar o Estado Natural de vazio ou clareza.


Mesmo se você diz que é uma visão, não há nada visível que possa
aparecer. Se você diz que é vazio, não há consciência que pense isso.
Se você olhar na Natureza, você não pode encontrar nem mesmo o
Vazio. Se você pensa que esta Natureza é permanente e imutável,
não há nada permanente a ser compreendido ou conhecido. Mesmo
que você pense que é o nada, ainda assim não se pode ver este nada.
Se você forma um conceito ou tenta mostrá-lo, pensando: 'É assim',
você não pode conceber nem demonstrar nada. Se você disser: "É
uma não-Natureza, não há nada para saber, nada para ver, nada
existe", então isso é niilismo, mas não há consciência para manter
esse pensamento. A natureza está completamente além do
pensamento ou da palavra. Apenas deixe como é."

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Mu Tsotang

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29. Mu Tsotang

"O ver não tem um modo particular de olhar para si mesmo.


Portanto, você deve experimentá-lo e tomar a decisão de
permanecer sem esperança e dúvida. Não há como focar em nada
ou compreender qualquer coisa como meditação ou não-meditação,
já que este Estado, a Natureza, não tem nada a ver com a
consciência, portanto, não tente captar nada ou interferir de maneira
alguma usando a consciência. Esta natureza não pode ser explicada
através das ações do corpo, fala e mente; não há nada a dizer e nada
para fazer. Portanto, você deve liberar todas as ligações de
consciência e pensamento - estas são totalmente artificiais. Apenas
deixe sua presença mais clara possível, deixe-a em paz. Este é o
resultado da visão e prática. A Natureza não tem nada a ver com
falar ou pensar, então você deve cortar a ligação entre consciência,
pensamentos, esperança e dúvida."

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Mu Shotram Chenpo

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30. Mu Shotram Chenpo

"A Natureza da Mente não tem nome. Não há nada que possa ser
chamado de 'isso' ou 'aquilo', não há nada que possa ser mostrado.
Quanto ao que você experimentou como a Natureza, não duvide,
não modifique nem fabrique nada. Não abrigue esperança nem
dúvida. Não faça nada. Quando o próximo pensamento vier, não o
persiga ou mude, simplesmente deixe-o em paz. Você não deve
esperar nada, deixe como é. Essa é a Natureza."

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Mu Gyalwa Lodro

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31. Mu Gyalwa Lodro

"Normalmente as pessoas falam sobre mente e consciência, mas se


você olhar para a fonte da Natureza da Mente, não há nada particular
que possa ser chamado de 'mente' ou 'consciência' porque não existe
base alguma. Quando você encontra algo que não tem base e nomeia
"consciência", isso é sua própria criação.
Com presença clara, simplesmente permaneça na Natureza sem
qualquer ilusão. Seja qual for a sua experiência, deixe-a como é.
Não importa quais sentimentos surjam, não se importe com eles,
acompanhe ou verifique-os. Não seja iludido; de fato, não há nada
nesta Natureza que possa ser iludido. Não há nada particular ou
especial subjacente a esta Natureza e não há nada que possa ser
colocado em palavras, pois não há base alguma."
Seu aluno Ponchen Tsenpo perguntou: "Por que você diz 'não se
iluda'?"
O Mestre respondeu: ''Estar iludido' é apenas uma maneira de falar;
se você olhar para a Natureza, não há lugar para ilusão, nenhuma
substância, nada material, nenhuma base para qualquer delírio ou
não-ilusão.
O aluno perguntou: "Se não há substância nem base, então o que
você quer dizer com 'ilusão' e 'não-ilusão' e 'nada material'? O que
fundamenta o Estado Natural?"
O Mestre respondeu: "Bem, depois disso, não é possível falar sobre.
Apenas permaneça presente e claro nisso que você experimentou;
mantenha-o como é. Se sua presença é clara ou não, não mude, faça
ou siga qualquer coisa, mas simplesmente deixe-a como é. Não é
importante verificar se está clara ou vazia e assim por diante. Não
há base alguma. Isso é chamado de "visão do Dharmakaya", que não
pode ser fabricada por qualquer ser senciente nem alterado nem
mesmo pelos Budas. Se algum Buda ou qualquer ser tentasse
modificá-lo, visualizá-lo ou expressá-lo, então tudo seria artificial,
não seria a Natureza. Se fosse criado por alguém, não levaria ao
estado de Buda, pois tudo dependeria de algo artificial ou externo
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que não seria a verdade real e final. Isso sempre levaria a erros e
desilusões e, se seguir isso, não levará ao estado de Buda."
O estudante perguntou: "Qual é a visão de Dharmakaya?"
O Mestre respondeu: "A visão de Dharmakaya é que não há base de
Dharmakaya porque não existe nenhuma fonte. O que a 'clara
presença' significa não pode ser explicada, pois não existe tal lugar
onde a Natureza permaneça no presente.
O aluno perguntou: "Qual é a sua prática, então?"
O Mestre respondeu: "Não sei explicar o que pratico, é impossível
falar sobre isso."
O aluno perguntou: "O que você faz se surgirem pensamentos?"
O Mestre respondeu: "Olhe para esses pensamentos. Para onde eles
vão? Se você não puder encontrar o lugar para onde vão, então
deixe-os. Se você os deixar, eles não se afastarão da Natureza."
O aluno perguntou: "Qual é o resultado dessa prática?"
O Mestre respondeu: "O resultado é que não há nada de especial
para ver."
O aluno perguntou: "O que é Dharmakaya?"
O Mestre respondeu: "Dharmakaya não é material e não há nada que
possa ser descoberto. Eu não posso lhe dar nenhum exemplo. A
visão de Buda é tal que não pode ser falada, nem mostrada, nem
pensada. A Natureza da Mente não pode ser verificada pela
consciência, porque ela não tem base. Se não há base, não há
necessidade de procurar, estudar ou tentar compreendê-la. Não siga
os pensamentos, pois não há impressão de pensamento que possa
ser seguida. Não siga ou tente impedir quaisquer pensamentos ou
visões, simplesmente deixe-os sozinhos livremente. A natureza não
pode ser alterada nem renovada. Não espere nem duvide. Não tente
praticar, meditar, agarrar ou usar sua consciência de alguma forma.
Deixe esta natureza completamente livre, aberta, sem qualquer
apego ou aplicação de consciência.
Solte completamente. O que é deixado é hedewa. Não é possível
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capturar hedewa em palavras. Hedewa significa algo sem substância
que não pode ser apreendida e, nesse momento, não há consciência
alguma para pensar que ela está vazia ou não. O que estou falando
não é nada especial, não tem base. Esta Base da Natureza não pode
ser dividida em seções. Ninguém pode te dar um exemplo, então
apenas deixe como é. Da mesma forma, não há nada que possa ser
dito; você deve apenas deixar como é.
Às vezes falamos aqui sobre a visão de Buda, mas isso é apenas
palavras, pois, na verdade, você não consegue encontrar nada que
chame de "visão de Buda" na Natureza. Se você pratica isso, não há
nada especial para encontrar e é indescritível.
Então o que se deve fazer? Não faça nada!
Então qual é o resultado? O resultado é nada.
Então o que você faz? Não dependa de nada, é claro por si só. Esta
Natureza não depende do Samsara ou do Nirvana, ela existe por si
mesma, e essa é a Natureza. Portanto, dizemos que está além das
palavras, letras ou pensamentos. Não pode ser mostrada através de
exemplos nem usando qualquer método; simplesmente não é
possível mostrá-la à consciência. Esta natureza não nasce e é
imortal; estas palavras [nascimento e morte] não têm significado
para isso. Esta natureza é indescritível, impensável e está presente
muito claramente - esta é a visão de Buda.
Esta é a experiência da visão de todos os Budas que todos os Mestres
praticaram sucessivamente e realizaram plenamente. A essência do
coração de todos os Ensinamentos da visão de cada Mestre da
Linhagem é apresentada aqui. Esta é a essência do Dzogchen que
todos os Mestres praticaram e com os quais alcançaram o objetivo
final, e agora ele é mostrado a você."

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Panchen Tsenpo

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32. Panchen Tsenpo

"A Natureza é sem substância, portanto não há Samsara. Se você


verificar todas as suas visões, você não pode encontrar nada que
exista inerentemente. Portanto, não há nada especial que possa ser
encontrado como o Nirvana. Então, o que é o caminho para prática
ou meditação? Não faça nada em particular. Se você verificar sua
condição - sua consciência, corpo, etc. - não há nada de concreto
que possa ser encontrado. Portanto, não há nada a fazer, nenhum
trabalho a fazer. "

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Panchen Lhundrub Muth

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33. Panchen Lhundrub Muth

"O Estado Natural não tem fundamento, nem raiz nem fonte. Não
dê nomes a ele. Não há necessidade de reconhecer nada como
existente externamente, portanto, não siga as visões. Não tente
dividir essa Natureza, já que ela não tem lado nem segmentos A
visão de Dharmakaya não tem parcialidade, visão, nomes e não é
possível estabelecer uma direção - deste lado, daquele lado, meu
lado, seu lado - não há lados. Essa é a visão de todos os Budas. Essa
visão da Natureza de Buda não pode ser melhorada pelo Buda, nem
os seres mais inteligentes podem mudá-la. É impossível apontar
qualquer coisa material ou visível nela; essa é a visão dos Budas.
Esta é a única Natureza e nada pode mostrar ou descrevê-la para
você. Esse estado é simplesmente chamado de Natureza Vazia. Não
compreenda isso pela consciência, pois a consciência não pode
saber, portanto, não dê nomes a ela."
Lama Shengyal Lhatse percebeu espontaneamente o significado
através de sua experiência e não podia alterar nem mostrar o que
havia experimentado. Ele explicou isso ao seu Mestre e este disse:
"Isso é chamado de Sabedoria da Autoconsciência. Ninguém pode
praticar melhor do que isso e não importa o quanto você pratique, a
Natureza não melhora com a prática, ela simplesmente se torna mais
estável para você. Se você praticar mais, esse estado sempre será o
mesmo, ele permanecerá apenas estável por mais tempo. Essa
natureza nunca cresce melhor ou pior, então não há trabalho para
sem ou consciência.
Não há nada especial para ver e a consciência se libera na Natureza.
Logo, até essa consciência gradualmente desaparece. O Estado
Natural simplesmente aparece temporariamente, espontaneamente,
mas se você seguir essas manifestações, não encontrará substância
nem resultado. Portanto, não há necessidade de fazer nada ou usar
coisas materiais; tudo é Forma Vazia.
Esta Natureza não conhece nascimento nem morte. Morte ou
nascimento, não importa, pois a Natureza será sempre a mesma.
Este Estado Natural não pode ser alterado nem desenvolvido.
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Portanto, essa Natureza Básica não mostra nada e essa é a Grande
Visão do Dzogchen. Apenas permaneça nessa visão pelo maior
tempo possível e tente estabilizá-la. Isso é meditação. Tente fazer
estável o que você pratica. Esse é o único fruto; não espere nada. Às
vezes os pensamentos podem aparecer espontaneamente, mas tente
não segui-los e eles desaparecerão sem deixar vestígios. Se os
pensamentos surgem espontaneamente, não há necessidade de
duvidar ou se assustar - eles não causam nenhum problema. O
estado não conhece meu lado nem o lado do outro, nem amigo nem
inimigo, então não siga ou verifique nada. Não importa que
pensamentos surjam, deixe-os em paz e eles desaparecerão sem
deixar vestígios. Uma vez que eles desaparecem, não há necessidade
de verificar onde eles foram ou se algum vestígio foi deixado. Não
há necessidade de verificar ou pensar. Não há dualismo de
objeto/sujeito. Consciência não tem apoio, é apenas presença nua e
clara; essa é a Natureza do Buda."
"Se você olhar dentro do objeto, em todas as visões e coisas visíveis,
você não pode encontrar nada que exista inerente ou concretamente,
então não há absolutamente nada para meditar ou praticar. Se você
perceber que não há nada que existe inerentemente, então você não
precisa esperar ou duvidar de nada, simplesmente continue a
permanecer claramente na Natureza.

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Shengyal Lhatse

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34. Shengyal Lhatse

"Se você olhar para o objeto, para todas as visões e coisas visíveis,
você não pode encontrar nada que exista inerente ou concretamente,
então não há absolutamente nada para meditar ou praticar. Se você
perceber que não há nada que exista inerentemente, então você não
precisa esperar ou duvidar de nada, simplesmente continue a
permanecer claramente na Natureza. Não há raiz, base, objeto, nada
que possa ser capturado pela consciência. Não há lugar onde essa
Natureza possa ficar, você não pode apontar onde está, não há nada
que você possa reconhecer, nada. Não há esperança de obter algum
resultado nem desapontamento se você não vir ou não conhecer
coisa alguma. Há apenas clara presença. Eu entendi a Natureza
assim. Se você entende o que eu disse e continua praticando, talvez
você tenha a experiência ", disse ele. "Penso que isso é importante."

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Lomting Lhagom Karpo

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35. Lomting Lhagom Karpo

"Existem seis falhas:


Quanto à visão, é instável, como a pena de um pássaro que sempre
é soprada pelo vento.
As atividades que você tenta integrar com a Natureza sempre o
perturbarão a princípio. Se você meditar, isso atrapalha seu trabalho.
Se você trabalha, perturba sua meditação, então você é como um
pássaro com uma asa quebrada.
Quando você medita, não surgem experiências; não há nada especial
para ver, assim como quando você observa o céu.
Quando você entra no caminho ou começa a praticar, não há nada
especial para dizer ou fazer, então você é como um homem cego
deixado no meio de um campo.
O que quer que você diga, suas palavras não têm conexão com o
significado real, então você é como um papagaio falando.
Tudo o que você pensa, nada tem um resultado particular, então
você é como uma pobre senhora que faz todo tipo de planos, mas
nada é realizado.
Estes são seis exemplos. Não deixe sua meditação ser assim."
Seu aluno Ngodrub Gyaltsen Ringmo perguntou:
"Se eu não seguir os erros desses seis exemplos, o que devo fazer
então?"
O Mestre respondeu:
"Mantenha a visão como o céu sem fim, sem centro e sem lado. É
em si mesmo claro. Quanto às atividades, aja sem apoio e faça o que
fizer, tente sempre integrar tudo com a prática da Natureza. Sua
sabedoria é sempre clara sem parcialidade. Faça o que fizer, tente
sempre integrar tudo com a Natureza. Esse é o significado. A
maneira de entrar na prática e perceber esta Natureza é olhando para
o seu próprio corpo ou o de outra pessoa; quando você o examina,
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não consegue encontrar nada inerente. No entanto, você ainda deve
se integrar às Dez Virtudes sem negligenciá-las ou abandoná-las. Se
você perceber e praticar todas as Dez Virtudes integrando-as com a
meditação, você encontrará um Grande Método.
Sem ser influenciado pela fala ou pensamento, não siga ou confie
em nada, mas tente integrar-se com a Natureza. Isso é essencial.
Sempre tente permanecer nesta Natureza e pratique com ela, e então
você gradualmente perceberá a clara Sabedoria.
Quando você reconhece claramente o Estado Natural, então sua
prática, meditação e experiências se unem. Se você fizer isso e
praticar mais e mais, as experiências meditativas virão e você
certamente encontrará essa natureza e ficará satisfeito e feliz.
É assim que você encontrará a meditação estável. Esse é o
significado de não seguir esses seis exemplos. Tente lembrar e
praticar esses seis pontos."
Novamente o Mestre lhe disse:
"Quanto à visão, meditação e atividades, não tente se concentrar ou
entender nada, simplesmente tente se integrar com a Natureza e com
a prática. Se você não focar nem se agarrar a qualquer coisa ou ao
nada, então isso é meditação. O exemplo é como o oceano:
permanecer sem desejo, apego nem pensamentos - essa é a visão. Se
você deseja o eterno, esse é o seu próprio desejo, não o siga.
Se você olhar para a Natureza, não há nada especial para fazer,
nada para seguir ou parar. Deixe tudo espontaneamente como é.
Esse é o precioso sol dourado brilhando. Quando você estiver
familiarizado com esta natureza, não haverá anseio nem desejo de
receber nada. Isso é conhecer o Dharmakaya. Isso significa que
você purificou o fogo do pensamento. Se você purifica o fogo,
então não há fumaça de desejo. Assim, o sol da Luz Clara brilha e
a escuridão de Alaya desaparecerá. Você experimentará a
meditação incessante e se familiarizará com ela. Assim você será
libertado do renascimento, morte, velhice e doença. Além disso, as
sementes da ilusão e dos pensamentos serão, em última análise,
purificadas. Então você não voltará mais ao Samsara e encontrará
devoção estável dentro da Natureza.
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O atual Mestre da Linhagem: Yongdzin
Lopan Tenzin Namdak

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É muito importante integrar seu cotidiano com a prática do Estado
Natural o máximo que puder. Sempre que você se lembra da
Natureza, ela está lá; nunca vai embora.
Meu conselho é tentar concentrar-se no Estado Natural todos os
dias. Isso irá ajudá-lo nesta vida e na próxima, até que você alcance
o estado de Buda.

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