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Material Teórico
Projeto Político Pedagógico e Participação Docente

Responsável pelo Conteúdo:


Prof.ª Me. Kethlen Leite de Moura

Revisão Textual:
Jaquelina Kutsunugi
Projeto Político Pedagógico
e Participação Docente

• Introdução;
• A Importância do PPP na Organização
do Trabalho Pedagógico.

OBJETIVO DE APRENDIZADO
• Conhecer a importância da participação docente na constituição do projeto
político-pedagógico.
Orientações de estudo
Para que o conteúdo desta Disciplina seja bem
aproveitado e haja maior aplicabilidade na sua
formação acadêmica e atuação profissional, siga
algumas recomendações básicas:
Conserve seu
material e local de
estudos sempre
organizados.
Aproveite as
Procure manter indicações
contato com seus de Material
colegas e tutores Complementar.
para trocar ideias!
Determine um Isso amplia a
horário fixo aprendizagem.
para estudar.

Mantenha o foco!
Evite se distrair com
as redes sociais.

Seja original!
Nunca plagie
trabalhos.

Não se esqueça
de se alimentar
Assim: e de se manter
Organize seus estudos de maneira que passem a fazer parte hidratado.
da sua rotina. Por exemplo, você poderá determinar um dia e
horário fixos como seu “momento do estudo”;

Procure se alimentar e se hidratar quando for estudar; lembre-se de que uma


alimentação saudável pode proporcionar melhor aproveitamento do estudo;

No material de cada Unidade, há leituras indicadas e, entre elas, artigos científicos, livros, vídeos
e sites para aprofundar os conhecimentos adquiridos ao longo da Unidade. Além disso, você tam-
bém encontrará sugestões de conteúdo extra no item Material Complementar, que ampliarão
sua interpretação e auxiliarão no pleno entendimento dos temas abordados;

Após o contato com o conteúdo proposto, participe dos debates mediados em fóruns de discus-
são, pois irão auxiliar a verificar o quanto você absorveu de conhecimento, além de propiciar o
contato com seus colegas e tutores, o que se apresenta como rico espaço de troca de ideias e
de aprendizagem.
UNIDADE Projeto Político Pedagógico e Participação Docente

Introdução
Iniciamos nossos estudos tratando sobre como o trabalho modifica o trabalhador,
já que faz parte da participação docente na construção do projeto político pedagó-
gico. É necessário pensar que, nesse processo de participação docente, há algo que
a antecede tal questão: a práxis social. Portanto, devemos entender a práxis social
como um trabalho “[...] cujo processo de realização desencadeia uma transformação
real do trabalhador” (TARDIF, 2002, p. 56). Sabemos que o trabalho não é uma
tarefa que apenas modifica determinados objetos encontrados na natureza; o traba-
lho visa modificar a identidade do trabalhador e sua forma de agir sobre o mundo.

Figura 1 – O trabalho docente no planejamento


Fonte: Mark Bowden/123RF

Podemos dizer que o trabalho modifica a identidade do trabalhador, pois, a par-


tir do momento que o indivíduo experiencia as ações de estar inserido em um local
de trabalho, este passa a compreender as problemáticas que envolvem suas ações.
Um exemplo disso é, se um professor ou uma professora, de qualquer área do
conhecimento, tem experiência de mais de 25 anos no magistério, esse profis-
sional não faz, simplesmente, alguma coisa; ele modifica sua identidade, passa a
alterar as marcas de sua atividade ao longo do período que leciona e sua existência
passa a ser caracterizada por sua atuação profissional. Com o passar dos anos,
esse profissional torna-se um(a) professor(a) com sua própria cultura, seu ethos,
suas funções e interesses (TARDIF, 2002).
Se sabemos que o trabalho modifica o homem em sua identidade, é fato que o
trabalho também irá moldar a forma desse indivíduo trabalhar, pois
[...] em toda ocupação, o tempo surge como um fator importante para
compreender os saberes dos trabalhadores, uma vez que trabalhar remete
a aprender a trabalhar, ou seja, a dominar progressivamente os saberes
necessários à realização do trabalho [...] o trabalho é aprendido através da
imersão no ambiente familiar e social, no contato direto e cotidiano com
as tarefas dos adultos cuja realização as crianças e os jovens são formados
pouco a pouco, muitas vezes por imitação, repetição e experiência direta.
(TARDIF, 2002, p. 57)

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Por isso, a aprendizagem concreta que envolve o ofício da prática docente passa
a assumir uma forma de relação entre o trabalhador e seu trabalho. As experiências
vivenciadas são de grande importância para o processo de formação e organização
do trabalho pedagógico.

Os saberes docentes estão intimamente ligados ao trabalho e, com certeza, são


ações temporais, já que são construídas e dominadas de maneira progressiva por
aqueles que atuam na profissão. As diversas situações que os trabalhadores da
educação enfrentam em seu cotidiano demonstram que eles precisam desenvolver
habilidades e competências, isto é, atitudes específicas para solucionar determina-
dos problemas que irão aparecer no cotidiano escolar. Logo, a prática profissional
“[...] consiste numa resolução instrumental de problemas baseada na aplicação de
teorias e técnica científicas construídas noutros campos” (TARDIF, 2002, p. 58).

Assista ao vídeo sobre a Pedagogia da Autonomia, de Paulo Freire. O vídeo trata da impor-
Explor

tância do saber e a prática de saber. Disponível em: https://bit.ly/2YAaSaE.

Até o momento, percebe-se que as relações necessárias para a construção de


uma boa prática docente é o tempo, o trabalho e a aprendizagem. Esses quesitos
contribuem para a ampliação dos saberes profissionais que atuam na educação.
Podemos denominá-los de prática cotidiana, pois são os saberes adquiridos no
processo de formação e construção profissional que os professores terão subsídios
para solucionar problemas referentes ao projeto político pedagógico e a participa-
ção da comunidade.

A construção de saberes docentes é o ponto chave da atuação dos professores.


Obviamente, este processo não é uma tarefa fácil. Salientamos que “saber” tem um
sentido amplo, que envolve conhecimentos, competências, habilidades e atitudes
dos professores. No entanto, esses conhecimentos não são suficientes para que
haja uma boa ação e participação docente no processo de organização da escola.
Por exemplo: muitos professores acreditam que apenas ter conhecimento da
matéria/disciplina que ministram é suficiente para executar a sua aula.

No entanto, sabemos que isso é um completo erro, pois o planejamento e o


conhecimento são fundamentais para que o conhecimento a ser transmitido aos
educandos aconteça de maneira eficiente e eficaz. Isso porque
[...] os saberes servem de base para o ensino, [...] não podem se limitar
apenas a conteúdos bem circunscritos que dependem de um conhecimen-
to especializado. Eles devem abranger uma grande diversidade de objetos,
questões e problemas que estão relacionados com o trabalho e a prática
docente. (TARDIF, 2002, p. 61)

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UNIDADE Projeto Político Pedagógico e Participação Docente

Assim, a participação docente só irá ser efetiva a partir do momento que os


saberes profissionais dos professores forem plurais e heterogêneos; serão esses
saberes que trarão à tona o exercício da participação docente.

Importante! Importante!

A participação docente deve abranger a diversidade dos saberes dos professores, sendo
construído, assim, um modelo de categorias que irão edificar o conhecimento e a parti-
cipação dos professores em sua prática profissional.

Apresentaremos o quadro a seguir que demonstra um modelo para que saiba-


mos identificar e classificar os saberes docentes. Ao invés de propormos critérios,
que apenas ajudam a discriminar alguns professores, buscamos compartilhar sabe-
res que contribuam para o pluralismo de ideias e do saber profissional.

Quadro 1 – Saberes dos Professores


MODOS DE INTEGRAÇÃO NO
SABERES DOS PROFESSORES FONTES SOCIAIS DE AQUISIÇÃO
TRABALHO DOCENTE
A família, o ambiente de vida, a Pela história de vida e pela
Saberes pessoais dos professores
educação no sentido lato socialização primária.
Saberes provenientes da formação A escola primária e secundária, os Pela formação e pela socialização
escolar anterior estudos pós-secundários pré-profissional
Os estabelecimentos de formação de Pela formação e pela socialização
Saberes provenientes da formação
professores, os estágios, os cursos de profissionais nas instituições de
profissional para o magistério
reciclagem formação de professores.
Saberes provenientes dos programas e A utilização das ferramentas dos Pela utilização das ferramentas
livros didáticos usados no trabalho professores, programas, livros didáticos. de trabalho
Saberes provenientes de sua própria
A prática do ofício na escola e na sala de Pela prática do trabalho e pela
experiência na profissão, na sala de aula
aula, a experiência dos pares. socialização profissional.
e na escola
Fonte: Tardif (2002, p. 63)

O quadro que apresentamos deixa evidente que os fenômenos da prática pro-


fissional são extremamente importantes para a participação e desenvolvimento do
saber docente. Isso porque o saber docente é utilizado em qualquer contexto de
atuação dos professores, seja na sala de aula ou junto à coordenação pedagógica,
os conhecimentos dos professores demonstram o registro da natureza social de sua
ação, principalmente, na organização do trabalho pedagógico.

Importante! Importante!

O saber profissional está, de certo modo, na confluência entre várias fontes de saberes
provenientes da história de vida individual, da sociedade, da instituição escolar, dos ou-
tros atores educativos, bem como dos lugares de formação. Ora, quando estes saberes
são mobilizados nas interações diárias em sala de aula, é impossível identificar imedia-
tamente suas origens: os gestos são fluidos e os pensamentos, [...] convergem para a
realização da interação educativa do momento (TARDIF, 2002, p. 64).

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Vejam quão importante é que o docente tenha saberes e como esses saberes
influenciam em sua prática social e pedagógica!
Agora, é o momento de falar do Projeto Político Pedagógico (PPP). Este é um
documento elaborado dentro de cada instituição escolar, que tem, por finalidade,
orientar o trabalho pedagógico durante todo o ano letivo. Inicialmente, trataremos
o conceito de planejamento, isso porque o PPP é fruto desse processo, e o plane-
jamento precede o PPP. Depois, iremos articular com o saber docente e a partici-
pação do professor. Mas o que vem a ser o planejamento?
Segundo Vasconcellos (2012, p. 106, grifos do autor), “o planejamento deve
partir da realidade concreta tanto dos sujeitos, quanto do objeto de conhecimento
e do contexto em que se dá a ação pedagógica [...]”, ou seja, o professor deve co-
nhecer a realidade social da comunidade em que a escola se encontra e dos alunos
que a frequentam para fazer um planejamento coerente, assim como é importante
o professor ter conhecimento frente ao objeto estudado.
Dessa forma, “a escola é o lugar de concepção, realização e avaliação de seus
projetos educativos, uma vez que necessita organizar seu trabalho pedagógico com
base em seus alunos [...]” (VEIGA, 2011, p. 11). Então, o Projeto Político Pedagó-
gico (PPP) deve ser elaborado a partir da realidade concreta.

Importante! Importante!

O projeto educacional das instituições escolares é constituído pela articulação entre os


diversos projetos de vida; por meio da convergência de sonhos, a escola torna-se espaço
democrático para formar vidas.

Para Vasconcellos (2012), deve-se levar em consideração as características


dos alunos que frequentam a escola, para que o ensino seja organizado confor-
me suas necessidades.
Além disso, assim como o PPP é elaborado, este também deve ser executa-
do e avaliado para que haja mudanças quando necessário. Em complemento, “o
planejamento escolar é uma tarefa docente que inclui tanto a previsão das ativida-
des didáticas em termos de sua organização e coordenação em face dos objetivos
propostos, quanto a sua revisão e adequação no decorrer do processo de ensino
[...]” (LIBÂNEO, 2012, p. 221).
O planejamento “[...] não pode ser um documento rígido e absoluto, pois uma
das características do processo de ensino é que está sempre em movimento, está
sempre sofrendo modificações face às condições reais [...]” (LIBÂNEO, 2012,
p. 223). Portanto, deve ter coerência entre aquilo que foi planejado e a prática,
mas é preciso explicitar que essa questão não faz com que o planejamento seja es-
tático, ao contrário, ele deve ser avaliado, refletido e modificado constantemente,
conforme as necessidades que forem surgindo ao longo do caminho, sendo flexível
para serem feitas as alterações necessárias.

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UNIDADE Projeto Político Pedagógico e Participação Docente

O planejamento pode ser encontrado em diversas áreas do conhecimento, as-


sim como na vida pessoal de cada pessoa. Do mesmo modo que o planejamento é
importante nesses locais, ele exerce um papel fundamental no âmbito educacional,
já que, por meio dele, é possível que seja pensado, planejado, executado e avaliado
o processo de ensino e aprendizagem. Dessa maneira, o planejamento tem grande
importância para a educação. A seguir, apresentaremos o planejamento em dife-
rentes níveis e modalidades.
O planejamento mais abrangente, exposto por Vasconcellos (2012), é o Plane-
jamento do Sistema de Educação, que é feito em nível nacional, estadual ou muni-
cipal, assim como estipula a Lei de Diretrizes e Bases da Educação (9394/96), em
que a União é responsável por: “I – elaborar o Plano Nacional de Educação, em
colaboração com os Estados, o Distrito Federal e os Municípios” (BRASIL, 1996).
O Planejamento Educacional, então, “[...] consiste no processo de análise e
reflexão das várias facetas de um sistema educacional, para delimitar suas dificul-
dades e prever alternativas de solução [...]” (HAYDT, 2011, p. 95), ou seja, tal pla-
nejamento é responsável por direcionar os professores sobre os caminhos a seguir,
de forma a solucionar as dificuldades educacionais apresentadas no país, estado
ou cidade, conforme a concepção política de educação predominante pelo Estado.
Dessa forma, esse planejamento é importante para explicitar a filosofia educacional
que o país adotou para formar a população (MENEGOLLA; SANT’ANNA, 2012).
A forma dessa filosofia educacional adotada pelo país chega às escolas brasilei-
ras por meio do planejamento escolar, que diz respeito ao Projeto Político Pedagó-
gico (PPP) da instituição, tendo, como objetivo, direcionar e formular planos frente
à concepção política e pedagógica da escola, em consonância com o que é exposto
no planejamento educacional. Portanto, todos os PPP são:
[...] um projeto político por estar intimamente articulado ao compromisso
sociopolítico com os interesses reais e coletivos da população majoritá-
ria. É político no sentido de compromisso com a formação do cidadão
para um tipo de sociedade. [...] Pedagógico, no sentido de definir ações
educativas e as características necessárias às escolas de cumprirem seus
propósitos e sua intencionalidade. (VEIGA, 2011, p. 13)

Assim, o planejamento escolar, como o planejamento educacional, expressa a


filosofia de educação adotada pelo país. O plano da escola pode ser caracterizado
da seguinte forma:
o plano da escola é o plano pedagógico e administrativo da unidade esco-
lar, onde se explicita a concepção pedagógica do corpo docente, as bases
teórico-metodológicas da organização didática, a contextualização social,
econômica, política e cultural da escola [...]. (LIBÂNEO, 2012, p. 230)

Então, o plano escolar da instituição possui, como objetivo, direcionar e for-


mular planos frente à concepção política e pedagógica da escola, isto é, é o docu-
mento que possui todas as informações sobre a instituição, que deve ser produzido,
discutido e analisado coletivamente pela equipe escolar (LIBÂNEO; OLIVEIRA;
TOSCHI, 2003) , pais e alunos, já que a escola deve ser pautada na Gestão Demo-

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crática, assim como exposto no Art. 14 da Lei de Diretrizes e Bases da Educação
(9394/96).
Art. 14. Os sistemas de ensino definirão as normas da gestão democrática do ensino
público na educação básica, de acordo com as suas peculiaridades e conforme os
seguintes princípios:

I - participação dos profissionais da educação na elaboração do projeto pedagó-


gico da escola; II - participação das comunidades escolar e local em conselhos
escolares ou equivalentes. (BRASIL, art. 14, 1996)

Logo, é um direito da comunidade escolar e local a participação na elaboração


do PPP, para que todos estejam cientes do objetivo e concepções em que a escola
está pautada e para que trabalhem juntos, de forma a atingi-los, proporcionan-
do, então, que todos aqueles relacionados ao processo de ensino-aprendizagem
dos alunos tenham conhecimento frente à estrutura organizacional da escola, seus
objetivos e metas. Isso propicia, também, uma aproximação entre as diferentes
esferas que estão envolvidas nesta integração, ou seja, pais, alunos, professores,
comunidade, etc. (LIBÂNEO, 2004).
No PPP, deve constar o Planejamento Curricular da instituição, que é definido
por Vasconcellos (2012, p. 95) como “[...] a proposta geral das experiências de
aprendizagem que serão oferecidas pela escola, incorporada nos diversos com-
ponentes curriculares”, isto é, a escola é responsável pela elaboração deste pla-
nejamento e nele são estabelecidos e estruturados todos os conteúdos que serão
trabalhados em sala de aula, de cada ano escolar, não deixando de vincular-se com
as propostas de currículo advindas da união, estadas e municípios.
Dessa maneira, o planejamento deve ser pensado pelo professor e, posterior-
mente, pode haver a sistematização do que foi planejado.
Portanto, o planejamento de aula oportuniza, ao professor, a possibilidade de
pensar, refletir e buscar diferentes estratégias pedagógicas para potencializar o
processo de ensino e aprendizagem em sala de aula.
Até aqui, vimos sobre a questão do planejamento. Agora, adentramos nas dis-
cussões que envolvem o Projeto Político Pedagógico.

A Importância do PPP na
Organização do Trabalho Pedagógico
Vejamos o que Libâneo (2012, p. 483) fala a respeito do PPP:
[...] com a disseminação das práticas de gestão participativa, foi-se conso-
lidando o entendimento de que o projeto pedagógico deveria ser pensado,
discutido e formulado coletivamente, também como forma de construção
da autonomia da escola, por meio da qual toda a equipe é envolvida nos
processos de tomada de decisões sobre aspectos de organização escolar
e pedagógico-curricular.

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UNIDADE Projeto Político Pedagógico e Participação Docente

Então, veja, estudante, que o PPP é uma prática social, construída historica-
mente, segundo os saberes que os professores produzem nas escolas, estando
assentado nas diretrizes legais da educação brasileira. Ora, conseguiram perceber
o quando os saberes docentes e o trabalho estão envolvidos na construção do PPP,
e a importância que esse documento tem na garantia da democratização do ensino
no Brasil. Logo, podemos conceituar o PPP como:
[...] plano global da instituição. pode ser entendido como a sistematização,
nunca definitiva, de um processo de Planejamento Participativo, que se
aperfeiçoa e se concretiza na caminhada, que define claramente o tipo de
ação educativa que se quer realizar. É um instrumento téorico-pedagógico
para a intervenção e mudança da realidade. É um elemento de organi-
zação e integração da atividade prática da instituição neste processo de
transformação. (VASCONCELOS, 2004, p. 169)

Podemos dizer que o PPP só irá transformar-se em um direito e um dever quan-


do a comunidade escolar, principalmente, os professores, estiverem envolvidos
nesse processo. Obviamente, não só em seu envolvimento, mas também que acre-
ditem na importância desse instrumento. A partir desse momento, o PPP não será
somente um documento, mas também um instrumento que visa nortear todo o
trabalho pedagógico da escola e dos professores.
Justamente por isso, o PPP deve ser construído
coletivamente, a partir de demandas reais, que de- O Projeto Político Pedagó-
gico é um documento que
vem ser apontadas por professores, alunos, funcio- deve passar por constantes
nários, pais e equipe pedagógica. Isso porque essa reflexões e discussões sobre
construção coletiva garante os princípios democrá- os problemas da escola. A
ticos assentados na Constituição Federal de 1988. partir de sua organização é
que se possibilita a demo-
É com esse processo intermediário que se constrói cracia e a participação de to-
a autonomia da escola, e a comunidade escolar e dos os membros da escola.
professores têm maior segurança para organizar
seu trabalho pedagógico e alcançar os objetivos delimitados neste documento.

Figura 2 – Construção Coletiva do PPP


Fonte: Rawpixel/123RF

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Como a construção do PPP é algo coletivo, é necessário que seus participan-
tes, inclusive os docentes, articulem-se para compor e construir esse documento.
O ponto de vista dos professores é demasiadamente importante para compreender
as exigências do âmbito escolar, além de ser um espaço de interlocução de ideias.

Para Davies (2002), é necessário pensar o PPP como um direito e um dever da


escola para com a comunidade, ou seja, uma forma de enfrentar os desafios da
organização do trabalho pedagógico. Portanto, quanto maior for a participação da
comunidade e dos docentes na construção do PPP, a escola conseguirá efetivar a
democracia em seu espaço, já que o PPP é uma tarefa de todos, a qual norteará,
de maneira fluída, a organização do trabalho docente.

Dessa forma, deve-se olhar para o PPP como um plano/instrumento de me-


lhoria que pode contribuir para as mudanças da realidade da escola, que está
configurada no trabalho pedagógico realizado nas salas de aula, no currículo, na
metodologia de ensino, na avaliação, nas relações interpessoais e na participação
dos pais e responsáveis. Portanto, todas as atividades desenvolvidas na escola que
têm, por finalidade, melhorar o processo de ensino-aprendizagem, estão funda-
mentadas na organização do trabalho pedagógico, que está configurado no PPP.

Os principais pontos que devem estar explicitados no PPP são:

Marco Conceitual
Visa expressar a opção pelos fundamentos
teórico-metodológicos da escola.

Marco Situacional
Identificar e analisar os problemas e avanços
presentes na sociedade e quais suas influências na
escola.

Marco Operacional
Apresenta as propostas e metas para executar os
objetivos e delimitar a organização da escola.

Figura 3 – A organização do trabalho pedagógico que está configurada no Projeto político pedagógico

Como o PPP é um documento que reflete a realidade da escola, este também


é capaz de indicar, a partir da participação docente, o tempo e as mudanças que
devem acontecer na escola, como forma de acompanhar a sociedade. Por isso, é
fundamental que as discussões sejam retomadas de tempos em tempos, a fim de
verificar se as propostas orquestradas alcançaram as metas delimitadas.

Para Vasconcelos (2004), é muito importante ter, em mente, que o PPP não é
um documento engessado. Ele deve ser flexível e passível de mudanças. Por isso, o

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UNIDADE Projeto Político Pedagógico e Participação Docente

PPP não pode ser imposto, mas, sim, construído coletivamente, já que esse docu-
mento expressa a identidade da comunidade escolar.

Figura 4 – Construção coletiva do PPP


Fonte: Rawpixel / 123RF

Enfatizamos que a participação dos professores é fundamental na elaboração


do PPP, afinal é por meio do comprometimento dos professores que são trazidas
discussões e visões de educação que nem sempre a equipe pedagógica consegue
desenvolver sozinha. Além de apresentar possíveis ações a serem executadas, ob-
viamente, a participação docente contribui para a melhoria da qualidade da educa-
ção nas escolas.

Mas, para que haja essa efetiva participação, os professores precisam estar
motivados e terem compromisso profissional e ético. Além desses quesitos, os
professores precisam estar convencidos da necessidade de sua participação no
processo, já que “[...] a escola não pode ser propriedade dos professores, ela deve
incluir toda comunidade educativa no planejamento de suas metas de melhoria”
(HERNÁNDEZ, 2003, p. 25).

A partir da elaboração do PPP, tanto professores quanto a equipe diretiva pre-


cisam conhecer a realidade dos alunos, a história de vida de cada um deles, pois
isso possibilita que a equipe pedagógica busque alternativas para incluir os alunos
no seu processo de desenvolvimento. O infográfico apresentado traz conceitos
importantíssimos para compreender o PPP, afinal, o Projeto Político Pedagógico
é o eixo norteador das práticas educativas existentes nas escolas e, quando conhe-
cemos seus conceitos, verificamos a sua importância na organização do trabalho
pedagógico e na prática docente.

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O PROJETO 4 - Tem compromisso ético-político.
Político-Pedagógico
5 - Deve ter a participação de
todos os sujeitos em sua
constituição.
1 - Envolve a concepção de homem,
sociedade, escola, educação, cultura,
trabalho, tecnologia, cidadania,
conhecimento, ensino, 6 - Visa garantir a autonomia da
aprendizagem e avaliação. escola.

2 - O referencial teórico desse 7 - Busca valorizar os professores


documento está constituído do por meio de formações contínuas
Marco Situacional, Marco e continuadas.
Conceitual e Marco Operacional.
8 - Tem compromisso do Estado
na oferta e manutenção da
3 - Visa compreender educação da escola pública.
criticamente a realidade que a
escola está envolvida.
9 - A construção é coletiva
visando sempre os conceitos de
democracia e cidadania.

Figura 5 – O Projeto Político Pedagógico

Os quesitos apresentados no infográfico demonstram as bases fundamentais que


o PPP precisa conter para que a equipe pedagógica, professores, pais, alunos, di-
retor e professores tenham conhecimento desse documento tão fundamental para
garantir uma educação de qualidade. Assim, estudante, o PPP torna-se o eixo
norteador de todas as práticas a serem realizadas na escola como um todo e na
sala de aula, pois a partir do momento que o docente tem acesso aos pressupostos
filosóficos e a missão da escola, a forma de organizar seu trabalho e seu plano de
aula torna-se muito mais viável e organizada.

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UNIDADE Projeto Político Pedagógico e Participação Docente

Material Complementar
Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade:

 Vídeos
Projeto Político Pedagógico
Confira o vídeo sobre o Projeto Político Pedagógico, da Professora Ilma Passos
Alencastro Veiga. Ela trata de como o PPP é construído e a importância da participação
da comunidade e dos professores neste processo.
https://bit.ly/2Houaty
Papel do Diretor e do Diretor Auxiliar na Escola
Confira o vídeo sobre o Papel do Diretor e do Diretor Auxiliar na Escola. Aqui, são
apresentadas as responsabilidades dos dirigentes da escola. Assista à animação.
https://bit.ly/2Wd2Qqs

 Leitura
Projeto Político Pedagógico
Neste documento, você terá acesso ao PPP de uma escola pública. Aqui, você poderá
compreender como é a construção desses documentos, quais os itens fundamentais e
como ele está organizado.
https://bit.ly/2w7C3gw
Projeto Político-Pedagógico: em busca de novos sentidos
O livro busca refletir sobre as possibilidades da escola em cumprir com o Projeto
Político Pedagógico e discute as teorizações do PPP no cotidiano escolar.
https://bit.ly/2EfaA18

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Referências
BRASIL. Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional n. 9.394 de 20 de
dezembro de 1996. Brasília, DF: Casa Civil, 1996. Disponível em: <http://www.
planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L9394.htm>. Acesso em: 29 jan. 2019.

DAVIES, C. Gestão da Escola: desafios a enfrentar. Rio de Janeiro: DP&A, 2002.

HAYDT, R. C. C. Curso de didática geral. 8. ed. São Paulo: Ática, 2011.

HERNÁNDEZ, F. O Projeto Político Pedagógico vinculado à melhoria das escolas.


Pátio, Porto Alegre, Artmed, n. 25, p. 08-11, fev., 2003.

LIBÂNEO, J. C. Didática. São Paulo: Cortez, 2012.

______. Organização e gestão da escola: teoria e prática. Goiânia: Alternativa, 2004.

LIBÂNEO, J. C.; OLIVEIRA, J. F; TOSCHI, M. S. Educação Escolar: políticas,


estrutura e organização. São Paulo: Cortez, 2003.

MENEGOLLA, M.; SANT’ANNA, I. M. Por que planejar? Como planejar? Cur-


rículo - Área - Aula. 20. ed. Petrópoles: Vozes, 2012.

TARDIF, M. Saberes docentes e saberes docentes e formação profissional


formação profissional. Formação profissional Petrópolis: Vozes, 2002.

VASCONCELOS, C. dos S. Planejamento: Projeto de ensino-aprendizagem e


projeto político-pedagógico. 22. ed. São Paulo: Libertad, 2012.

______. Coordenação do trabalho pedagógico: do projeto político pedagógico


ao cotidiano da sala de aula. São Paulo: Libertad, 2004.

VEIGA, I. P. A. Projeto Político-Pedagógico da escola: uma construção coletiva. In:


VEIGA, I. P. A. (Org). Projeto Político-Pedagógico da escola: uma construção
possível. 29. ed. Campinas: Papirus, 2011.

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