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A mobilização para a Terceira

Guerra Mundial
Escrito por Jeffrey Nyquist

Os russos acreditam que o balanço do poder mudou a seu favor, e portanto podem agir
impunemente.

“O intolerante e ciumento olho do Kremlin no final das contas pode apenas distinguir entre
vassalos e inimigos. Se um país não desejar ser este, deve se reconciliar e tornar-se aquele”.
George F. Kennan

Comecei esta série de comentários dia 20 de janeiro com o artigo “Previsões para a Terceira
Guerra Mundial”. Naquele primeiro texto, eu relatei como um conhecido grupo de astrólogos,
xamãs e parapsicólogos russos previram o início da Terceira Guerra Mundial para março de
2014. E aqui estamos próximos ao início de uma séria crise que pode facilmente escalar para
uma guerra mundial. Um leitor do meu blog recentemente observou: “Ou essa coisa escapou
do controle de Moscou ou Moscou tem planos muito maiores no horizonte”.

Sim, as coisas escaparam do controle russo e planos maiores estão no horizonte. Isso é óbvio
na invasão militar russa na Criméia. A esta altura, por que o Kremlin deveria se preocupar com
uma demonstração aberta de violência contra os povos inocentes? O balanço militar já pendeu
a favor da Rússia, porquanto a China está se preparando para a guerra contra o Japão no
extremo oriente. Além disso, nossa prontidão militar [N.T.: dos EUA, país do autor] não está
como deveria. (v. O fim do domínio militar americano: Hagel anuncia profundos cortes
orçamentários para a defesa, incluindo aeronaves, navios, tropas e armas)

A América tem lutado uma guerra contra o terrorismo nos últimos doze anos. Ficamos
distraídos e sem rumo. Nossa política militar passou longe de se preparar contra um grande
adversário e, sendo assim, não estamos prontos. Além disso, que país europeu está preparado
para enfrentar a Rússia? Apenas a Ucrânia está se preparando para lutar, e ela está em um
patamar militar desesperadamente inferior.
O famoso desertor da KGB, Anatoliy Golitsyn, alertou para a estratégia de longo prazo de
Moscou em 1984: “A dialética dessa ofensiva consiste em uma mudança calculada da velha e
desacreditada prática soviética para um novo e ‘liberalizado’ modelo, com uma fachada social-
democrata, com o objetivo de realizar a estratégia dos planejadores comunistas de estabelecer
uma ‘Europa Unida’. No início, eles apresentariam uma variação da “democratização”
checoslovaca de 1968. Numa fase posterior, mudarão para uma variação da encampação da
Checoslováquia em 1948.” [in New Lies for Old. Em português Novas Mentiras no Lugar das
Velhas: A Estratégia Comunista de Dissimulação e Desinformação].
Parece que estamos próximos dessa fase posterior. Os estrategistas em Moscou sabem que a
revolta na Ucrânia deve ser colocada abaixo, independentemente do que venha a pensar o
mundo. Os russos acreditam que o balanço do poder mudou a seu favor, e portanto podem agir
impunemente. Evidentemente eles estão temerosos de que haja um “grande deslindar” da
estratégia deles se eles não pegarem pesado com Kiev. Além da propaganda russa, aqueles
que dizem que o Ocidente está por trás da liberdade ucraniana não conhecem o Ocidente e
não conhecem a Ucrânia. O pior nessa incompreensão é que ela traz consigo um menosprezo
à coragem e à articulação política dos patriotas ucranianos. Os melhores dentre eles sabem
que não pode haver plena liberdade na Ucrânia sem haver liberdade na Rússia.
A verdadeira luta então é política. A verdadeira luta é pelo coração da Rússia. Os criminosos
que governam a Rússia sobreviveram cometendo assassinatos. Eles perderão o poder apenas
quando o povo russo estiver totalmente acordado. Aleksandr Solzhenitsyn disse uma vez que o
caminho do assassinato é o caminho da mentira. Agora, então, estamos vendo os assassinos
trabalhando e estamos a observar um desfile de mentiras. Veja com atenção se a mídia
ocidental irá associar a causa patriótica ucraniana ao antissemitismo. Essa também é a retórica
de um país que está se preparando para esmagar a Ucrânia.
E sim, o perigo de guerra é crescente. De acordo com oficiais ucranianos, as tropas russas já
ocuparam a Crimeia. A manchete da Fox News diz: Ucrânia acusa Rússia de ‘invasão militar’
após homens armados tomarem aeroportos. Embora oficiais russos neguem ou mesmo se
recusem a comentar quando questionados sobre a invasão, o Ministro do Interior ucraniano
Arsen Avakov declarou publicamente: “Só posso descrever isso como uma invasão militar de
ocupação”. De acordo com a CNN, a Ucrânia mobiliza tropas após a ‘declaração de guerra’ da
Rússia: “Kiev mobilizou tropas e convocou os militares da reserva em uma rápida escalada da
crise que suscitou o temor de um conflito”.
Enquanto isso, a 20ª e a 48ª divisões do exército russo se preparam para invadir o leste
ucraniano. Ao mesmo tempo, o Secretário de Estado John Kerry viajou para Kiev e afirmou que
potências estrangeiras estão considerando sanções econômicas à Rússia. “Todas elas”, disse
Kerry. “Cada uma delas está preparada para tomar medidas extremas para isolar a Rússia no
que diz respeito a essa invasão. Elas estão preparadas para levar as sanções a cabo e estão
preparadas para isolar a Rússia economicamente”, completou.
Não nos apressemos, contudo. Há de se considerar as muitas cartas a serem jogadas pela
Rússia: as tropas americanas dependem da Rússia para manter sua linha de suprimentos no
Afeganistão. A Alemanha depende do gás natural russo para aquecimento no inverno. Sanções
podem não ser uma solução prática. E também há a China no front. Em janeiro, o vice-Ministro
da Defesa russo Pavel Popov alertou que uma guerra no Pacífico envolvendo EUA, Japão e
China estava “a algumas semanas de distância”.
Não se pode descartar uma ofensiva maciça e coordenada pela Rússia e pela China, ou uma
escalada de ‘terrorismo cinza’[1] com um ataque nuclear em Nova York. Qualquer movimento
nesse aspecto é digno de mencionar. É difícil dizer exatamente qual será a jogada.
Terminarei com uma citação de Golitsyn: “Daqui a não muito tempo, os estrategistas
comunistas podem ficar persuadidos de que a balança pendeu irreversivelmente a seu favor.
Nesse caso, eles podem decidir pela ‘reconciliação’ sino-soviética. A estratégia da tesoura
daria lugar à estratégia ‘de um só punho fechado’. Nesse ponto, a mudança na balança
político-militar seria evidente para todos.”

[1] N.T.: O ‘terrorismo cinza’, conforme apontado pelo próprio Nyquist em outra ocasião, é uma
tática descrita pelo desertor do serviço de inteligência militar soviético russo (GRU), Viktor
Suvorov, no 15º capítulo do livro Spetsnaz: A história secreta por trás da força especial russa.
Nessa tática, leva-se a cabo “uma série de operações terroristas de pequeno e grande porte
com o propósito de, antes de a ação militar começar, enfraquecer a moral inimiga criando uma
atmosfera de suspeita, medo e incerteza, além de desviar a atenção do exército e da polícia
inimiga para um vasto e variado número de alvos”. De acordo com Suvorov: “O principal
método aplicado nesse estágio é o ‘terrorismo cinza’”. Trata-se de um tipo de terrorismo que é
levado a cabo “em nome de grupos extremistas já existentes e não necessariamente
conectados à União Soviética ou em nome de organizações fictícias”.

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