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Trazer à tona a documentação – ponto da história da performance, de que Abramović foi uma das precursoras, com Art must be beautiful, artist must be beautiful (1975), primeira obra da artista registrada em vídeo – é investigar as diversas possibilidades de uma linguagem.
Trazer à tona a documentação – ponto da história da performance, de que Abramović foi uma das precursoras, com Art must be beautiful, artist must be beautiful (1975), primeira obra da artista registrada em vídeo – é investigar as diversas possibilidades de uma linguagem.
Trazer à tona a documentação – ponto da história da performance, de que Abramović foi uma das precursoras, com Art must be beautiful, artist must be beautiful (1975), primeira obra da artista registrada em vídeo – é investigar as diversas possibilidades de uma linguagem.
Terra Comunal – Marina Abramović Abramović não se restringe à
+ MAI categoria de uma exposição de
objetos inseridos em um determinado espaço, pensada a Sesc-Pompeia – São Paulo/SP, 10 partir do cubo branco. Destacam- de março a 10 de maio de 2015 se, no entanto, como força da Ulisses Carrilho mostra, os objetos transitórios produzidos por Abramović após sua primeira visita ao Brasil, ainda em Quando pensamos a exposição 1989. As obras contextualizam e curada por Klaus Biesenbach no localizam historicamente o interesse MoMA, em 2010, e na retrospec- da artista pelo país, surgido através tiva curada por Jochen Volz, Terra de sua pesquisa com rochas e Comunal – Marina Abramović + minerais para a criação escultórica. MAI, em 2015, devemos levar em A programação que acompanhava a conta suas diferenças não apenas exposição potencializou o conceito devidas à visualidade ou aos fluxos de presença, que ganhou caráter que a expografia sugere. Nem mainstream com o filme Marina devemos cair na facilidade de Abramović: The Artist is Present igualá-las pelo objetivo (2011). A potência maior esteve no retrospectivo que traziam em si. No caráter relacional que a mostra caso brasileiro, uma proposição de alcançou com a adição da MAI fluxos abertos, livres, sugeridos. Presents, inserindo trabalhos de Fluxos iluminados pela combi- artistas brasileiros que investigam a nação de lâmpadas artificiais e luz performance. A expansão da natural. Pelas linhas retas que espacialidade – preocupação clara carregam a força do construtivismo, no título da mostra – fez-se herança sérvia da artista – presente presente também ao pensar o também na identidade visual, Brasil. Há clara tentativa de não mesclando letras do alfabeto cirílico recorrer apenas aos nomes do na busca de semelhança formal Sudeste brasileiro, especificamente entre as escritas, em escolha pela Rio de Janeiro e São RPaulo E SEN H AStentativa 201 aproximação. Os fluxos de com certo sucesso. Além da passagem são caminhos não curadora residente em Nova York, povoados sem o público que a Paula Garcia, e do paulista Mauricio visita, trajetos sem deriva. Ianês, Rubiane Maia, do Espírito Santo, Marco Paulo Rolla, de Minas A mostra retrospectiva de Marina Gerais, o Grupo EmpreZa, de Goiás, Maikon K e Fernando Ribeiro, do Andrea Boller. Na retrospectiva, no Paraná e a participação pontual de entanto, os vídeos dessas Ayrson Heráclito, da Bahia, performances estavam também reiteraram com suas performances expostos, num duplo que pode ser diferentes modos de presença, provocação: a mesma performance diferentes maneiras de ocupar o era exposta duas vezes, uma pela espaço. reperformance e outra no seu registro em vídeo. A curadoria A intensa retomada atual dos optou por não reiterar essa escolha, modos de pensar da arquiteta Lina posicionamento inteligente, que Bo Bardi fez, no entanto, com que o não a simplificava como iniciativa público tivesse um repertório pedagógica. Trazer à tona a expandido, numa espécie de documentação – ponto da história confluência do zeitgeist, que da performance, de que Abramović transborda seu centenário. O prédio foi uma das precursoras, com Art do Sesc-Pompeia é mais do que um must be beautiful, artist must be edifício inscrito em seus limites; só beautiful (1975), primeira obra da pode ser entendido a partir de seus artista registrada em vídeo – é fluxos. Por excelência, configura-se investigar as diversas possibilidades como lugar de convívio das de uma linguagem. vizinhanças que formam a Pompeia. Fluxos reiterados pela expografia da A inclusão do Método Abramović, exposição que ficou a cargo do criado a partir do processo de escritório Metro Arquitetos, não por preparação pelo qual passam os acaso encarregado também da artistas que trabalham com expografia de outro marco de Bo Abramović, deve ser entendida Bardi, o Masp, sob direção de como nova configuração de suas Adriano Pedrosa. ações artísticas. Para falar sobre a imposição do tempo presente, Destacam-se na escolha da Marina retira o corpo da artista da curadoria três re- performances performance, ela mesma nesse pontuais, nunca antes reencena- caso, para criar uma linha tênue201 R E SEN H AS que das, de trabalhos seminais da convida o público ao protagonismo artista: Freeing the Voice (1976), da experiência corporal. Freeing the Body (1977) e Freeing Proposições artísticas não são the Memory (1976), pela artista novidade, se pensarmos a arte brasileira residente em Berlim conceitual e seus enunciados na segunda metade do século 20. A retirada do corpo de cena – e aqui Suely Rolnik – foram colocados em não falamos sobre a teatralidade da debate para reflexões que peça dirigida por Bob Wilson circundam e atualizam o corpo de interpretada pela própria artista, obra de Marina Abramović. Foi The life and death of Marina também nesse espaço que ela Abramović – nesse caso toma acompanhou leituras de portfólio de sentidos próprios, numa exploração jovens artistas brasileiros, sendo inaugurada a partir da performance alguns deles incorporados à feita pela artista no átrio do Museu programação da mostra, numa de Arte Moderna (NY) em que apresentação do espaço que se permaneceu sentada, calada e distancia do caminho linear, para imóvel durante todo o tempo da tornar-se plataforma. exposição.
O espaço e seu livre uso não
parecem ser uma preocupação curatorial, expográfica ou arquitetônica, mas multidisciplinar. No teatro, uma série de oito palestras articuladas por Marina permeava a história da performance e problematizava questões da história da arte, por vezes escolhas afetivas, que fundamentaram a trajetória da artista. A mostra de Abramović aloca no galpão do Sesc- Pompeia um espaço chamado Space In Between, dedicado ao acesso do público à bibliografia produzida sobre a artista, bem como aos Serões Performáticos, propostos pelo EmpreZa. Um R E SEN H AS 201
entendimento de espaço com
estrutura horizontal, adaptável e sem palcos, em que questões como realidade aumentada, xamanismo ou os objetos relacionais de Lygia Clark – em precisa explanação de