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UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA

DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS HUMANAS E TECNOLOGIAS


CAMPUS XVIII – CIDADE DE EUNÁPOLIS
COLEGIADO DE HISTÓRIA
COMPONENTE: HISTÓRIA DA AMÉRICA PORTUGUESA

CARTILHA
Roteiro didático para aula de campo

A História do Brasil
Colonial nas praças,
monumentos e museus
de Porto Seguro

Prof. Dr. Francisco Cancela

– PORTO SEGURO –
2015
1. Monumentos históricos
Ao longo do tempo, as sociedades humanas produziram diferentes tipos de monumentos. As
estruturas, formas e usos destes equipamentos variaram conforme os interesses, os contextos e
os sujeitos em cena. No entanto, todo monumento reflete, como um testemunho vivo, as
marcas de um determinado tempo. Todo monumento, enfim, traz consigo informações sobre o
modo de vida, as relações de poder, o desenvolvimento tecnológico e as crenças daquela
sociedade que o construiu, modificou ou conservou. Por isso, os monumentos históricos
podem ser utilizados como fonte para o ensino da história.

1.1 Trevo do Cabral


Este monumento foi criado no governo municipal do Prefeito João Carlos Matos de Paula.
Ocupa lugar central na geografia da cidade e foi dedicado ao “patrono do Brasil”. Sua
construção tem relação com a idéia da nacionalidade oriunda do período colonial e representa
uma estratégia de reprodução de uma imagem simbólica da “Terra Mater do Brasil”.

Afinal, o que é um monumento?


“(...) a palavra monumento é de origem latina e provém do verbo monere, que significa
lembrar. Assim, monumento é toda obra criada pela mão do homem e construída com a
finalidade de conservar sempre viva e presente, na consciência das gerações futuras, a
lembrança de determinada ação ou de uma existência” (ORIÁ, 2000, p. 221)
“(...) monumento significa tudo que busca perpetuar personagens ou acontecimentos
associando-se ainda, ao tempo e à memória, em particular à memória social, e à idéia de
marco delimitador de um ordem temporal e espacial” (RIBEIRO, 1999, p. 26).

Como ler a estátua de Cabral?


 Composição física
 Apresentação/representação
 Objetivo/sentidos

Existe relação entre a construção do monumento e a tentativa de legitimação de fatos e


mitos fundadores da Nação?
“A historiografia brasileira tradicional, pautada na concepção positivista, que privilegiou a
ação dos heróis nacionais, em detrimento de outros sujeitos históricos, teve respaldo na
política de preservação patrimonial em nosso país. Elegemos, no decorrer da história, os bens
culturais representativos dos segmentos dominantes, sobretudo os ligados ao elemento de
origem européia, e relegamos ao esquecimento a contribuição de outros segmentos étnicos na
formação da cultura brasileira. Basta uma breve constatação nos nomes das ruas, avenidas,
nos monumentos históricos dos heróis nacionais que povoam as praças de nossas cidades”
(ORIÁ, 1998, p. 136).
1.2 Fortim
O Fortim é uma evidência das estratégias militares presentes nos primeiros anos da conquista
e colonização da América portuguesa. Construído na primeira metade do século XVI, não
possui nenhuma fonte que indique sua data exata de criação, sendo indicadas três
possibilidades: 1) em 1503, para defesa da feitoria de Santa Cruz, fundada por degredados
deixados por Gonçalo Coelho; 2) em 1526, para defesa das terras portuguesas após a
expedição militar de Cristovão Jacques; 3) em 1535, fundada por Pero do Campo Tourinho
para defender a recém-instalada Capitania de Porto Seguro.

Qual importância do Fortim?


Representa uma fase inicial da colonização portuguesa na América, caracterizada pela
instabilidade da posse do território e pela tentativa de implantação do mesmo sistema de
feitorias usado na África e Ásia no Novo Mundo. Importante observar a inspiração militar,
que lhe assegura localização estratégica na baía de Porto Seguro.

Como está o Fortim?


 Visibilidade
 Conservação
 Preservação

Qual problema da preservação?


“(...) a preservação do patrimônio culturalmente construído tem sido realizada sobre a
influência de pressões econômicas, de especulações financeiras e imobiliárias, de modo que
não se consegue garantir a todos os cidadãos o direito de desfrutar, em iguais condições, da
monumentabilidade e da beleza do espaço público.” (ZANIRATO, 2006, p. 85)

2. Centro Histórico
O Centro Histórico de Porto Seguro é composto por um conjunto de casas, sobrados, igrejas e
prédios públicos que revelam a arquitetura e o modo de vida no período colonial. Ainda que
sua maior parte tenha sido construída originalmente no século XVI, foi no governo reformista
de José Xavier Machado Monteiro, ouvidor enviado por Pombal para a antiga Capitania de
Porto Seguro, que os principais prédios receberam as fundações atuais. Além do rico
conteúdo arquitetônico, importante destacar as evidências históricas e sociais registradas nas
ruas, praças e edifícios do território.

2.1 Caixa d´água: uma expressão contemporânea do passado colonial


Embora construído na segunda metade do século XX, a Caixa d´água da Cidade Histórica traz
um conjunto de representações sobre o período colonial. Inspirado numa visão ufanista e
eurocêntrica da história, apresenta símbolos portugueses, imagens históricas e excertos
documentais. No painel pintado no azulejo, ao centro, há importante destaque à divisão da
colônia portuguesa em Capitanias Donatárias.
Relembrando o sistema de capitanias
“A necessidade de ocupar efetivamente as terras do Brasil, suscitará um incremento do
sistema de colonização por capitanias, revendo-se o esquema de doações anteriormente usado
no sentido de conceder aos capitães maior exuberância nos poderes e proventos enunciados.
Nascem assim, no período que decorre de 1534 a 1536, as célebres capitanias primárias do
Rio Grande, Maranhão, Jurucuará, Ceará, Itamaracá, Santo Amaro, Pernambuco, Bahia,
Ilhéus, Porto Seguro, São Vicente, Cabo Frio e, posteriormente, criar-se-á a de Itaparica e, em
1557, a de Peroaçu”. (SALDANHA, 2001, p. 22)

Qual objetivo da coroa portuguesa com a implantação deste sistema?


“(...) o recurso da Coroa à concessão deste tipo tradicional de senhorio, obedeceu a três
motivações onipresentes, como foram o prêmio de serviços, a evangelização e a promoção da
colonização dos territórios inóspitos do Atlântico” (SALDANHA, 2001, p. 439)

Em que lógica se embasa este sistema?


“(...) toda a questão das capitanias respeita fundamentalmente a uma dispersão de bens da
coroa, de direitos inerentes à soberania real, dispersão essa excepcionalmente aceite e
processada em função de objetivos precisos, segundo um ritmo peculiar e com um
enquadramento jurídico e doutrinário determinado” (SALDANHA, 2001, p. 44).

2.2 Busto de Pero do Campo Tourinho: a saga de um donatário


Quem foi? O colonizador O herege
Pero do Campo Tourinho foi o “Montou engenhos, distribuiu terras, Tourinho foi absolvido, ou
primeiro capitão donatário da fundou sete ou oito povoações com apenas teve alguma pena leve,
Capitania de Porto Seguro. Oriundo igrejas. Entre elas, a vila de Santa talvez alguma penitência.
de uma importante família Cruz, a de Porto Seguro, Insuacone Afinal, a Inquisição era nova e
aristocrática da cidade de Viana do e, provavelmente, Santo André. Na seus raios fulminavam de
Castelo, localizada ao norte de de Santo Amaro, ergueu a Igreja de preferência cristãos novos ou
Portugal, Pero do Campo era filho Nossa Senhora da Ajuda, numa hereges professos. E, na
de Gil Pires Tourinho, um nobre elevação próxima de certa fonte de verdade, Tourinho era, quando
vianense, e de Branca Quezada, milagrosas águas” (TOURINHO, muito, um herege intermitente
descendente de uma família que 1953, p. 42) e deletante (ABREU, 1930, p.
tinha longa tradição comercial. Por 45)
volta de 1587, o cronista
quinhentista Gabriel Soares de
Sousa retratou um perfil positivo do
donatário, afirmando que era um
“homem nobre, esforçado, prudente
e muito visto na arte do marear”
(SOUSA, 1879, p. 54)

2.3 Paço Municipal: modo de governar no período colonial


Na praça das povoações coloniais se instalavam as principais instituições responsáveis pelo
exercício do poder. Ocupando lugar central na geografia urbana, a Casa de Câmara e Cadeia,
a Igreja Matriz, o Pelourinho e a Misericórdia se difundiam como representantes locais do
poder régio. Embora vinculados a uma rede hierárquica, estas instituições acabaram se
transformando em importantes veículos de atuação de uma nobreza local.
2.4 As ruínas do Colégio: evidências do Governo Geral e da nova política colonial

3. Museus: cultura e memória coloniais


O Museu é uma instituição diretamente relacionada com a memória e a história. Em síntese, o
museu, enquanto uma instituição de responsabilidade social, assume três funções básicas:
preservação, investigação e comunicação. Por isso, pode ser entendido como uma importante
ferramenta para o ensino-aprendizagem.

O que fazer?
 Conhecer o acervo do Museu de Porto Seguro e do Museu de Arte Sacra
 Refletir sobre o quê quer preservar e como transmite essa informação para os visitantes
 Observar a relação entre patrimônio, memória e história
 Analisar a prática de preservação e comunicação das instituições

Qual desafio dos museus históricos?


“(...) se um museu quiser efetivamente ser histórico, deverá, além de evocar e celebrar o
passado, também organizar-se para que uma sociedade determinada possa ser entendida tal
como ela se apresenta, isto é, organismo vivo, sujeito a mudanças. Assim, o museu histórico
pode contribuir para o enriquecimento da consciência histórica, que é a percepção da vida
social como o produto da ação humana, que a gera e transforma” (MENEZES, 1992, p. 7)

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