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SUMÁRIO
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2 A função do órgão de Gestão de Pessoas: atribuições básicas e objetivos,
políticas e sistemas de informações gerenciais.
5 Gerenciamento de conflitos.
1 Educação corporativa.
2 Educação a distância.
3 Projeto pedagógico.
IV LEGISLAÇÃO LOCAL.
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4 Plano de Carreiras e de Vencimentos dos servidores efetivos do Poder Judiciário
do Estado do Espírito Santo (Lei Estadual 7.854/04, com as alterações
supervenientes, inclusive as implementadas pela Lei Estadual nº 9.497/10). 4.1
Das Disposições Preliminares. 4.2 Da Estrutura do Plano de Carreiras e de
Vencimentos. 4.3 Do Vencimento e da Remuneração.
5. Lei de Reestruturação e Modernização da Estrutura Organizacional
Administrativa do Tribunal de Justiça do Estado do Espírito Santo (Lei
Complementar Estadual nº 566/10).
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1 AVALIAÇÃO PSICOLÓGICA: FUNDAMENTOS DA MEDIDA
PSICOLÓGICA. INSTRUMENTOS DE AVALIAÇÃO: CRITÉRIOS DE
SELEÇÃO, AVALIAÇÃO E INTERPRETAÇÃO DOS RESULTADOS.
TÉCNICAS DE ENTREVISTA.
Embora essas medidas tenham sido cuidadas para dar maior cientificidade aos
instrumentos, na opinião de alguns autores ocorre um fenômeno contraditório
que diz respeito à desvalorização dos testes psicológicos nas práticas de
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avaliação. Sabe-se que essa desvalorização dos testes psicológicos e, por
extensão, da área de avaliação psicológica é conseqüência também das
mudanças ocorridas nas demandas de intervenção e atuação da Psicologia, na
atualidade, em razão de novos processos de subjetivação e de questões
sociais e políticas que interferem diretamente na qualidade de vida e saúde da
população e exigem de nossas teorias e práticas constantes revisões e
atualizações. No âmbito da Psicologia Clínica isso resultou numa enorme
expansão de abordagens teóricas: psicanalíticas, fenomenológico-existenciais,
cognitivas, comportamentais, sistêmicas, corporais etc.; no desenvolvimento de
novas modalidades de intervenção – grupal, familiar, comunitária; e na atuação
em outros settings – instituições públicas e privadas, hospitais, unidades de
saúde etc.
O positivismo, corrente filosófica que tem Augusto Comte como principal re-
presentante, defende o conhecimento objetivo, por meio da neutralidade
científica e da experimentação. Essa corrente de pensamento fundamenta o
método científico adotado pelas ciências naturais que foi, durante muito tempo,
considerado “o modelo de ciência”; na ótica positivista, o homem pode ser
estudado como qualquer outro fenômeno da natureza, ou seja, pode ser
tomado como um objeto de estudo observável e mensurável.
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de avaliação características do modelo de diagnóstico médico, tais como: a
ênfase nos sintomas, o uso da classificação nosológica e o emprego de testes
(exames), para identificar determinadas características patológicas da
personalidade do indivíduo.
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principalmente à Fenomenologia e à Psicanálise que enfatizam a subjetividade,
a intencionalidade, o sentido e o significado das experiências (e dos sintomas),
o inconsciente e a relação entre sujeito e objeto de estudo. Entre suas
principais influências, estão Heidegger e Freud.
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Se a realização de experimentos deu à psicologia o seu status de ciência, a
inserção profissional ocorreu através da avaliação psicológica. O exemplo mais
emblemático, neste sentido, é de Hermann Ebbinghaus (1850-1909), autor dos
primeiros estudos experimentais sobre memória. Em 1895, Ebbinghaus dividiu
suas atividades no laboratório com a preparação de um teste para explicar a
diminuição da atenção e o aumento da fadiga em crianças alemãs que
freqüentavam a escola pública.
Galton criou diversas técnicas para estudos diferenciais, como por exemplo, o
método biográfico, o método histórico familiar, a prova de associação de
palavras e imagens, o estudo de gêmeos, e a comparação de raças. Para ele,
a capacidade mental era hereditária.. Era enfim uma convergência de posições
da psicologia associacionista preconizadas por Bain, teorizadas por Darwin e
evidenciadas por Galton.
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O encontro das tradições de Wundt e de Galton se deu por meio de James
McKeen Cattell (1860-1944), um jovem americano que em 1880 foi para
Alemanha estudar com Rudolph Hermann Lotze (1817-1881). Lotze faleceu no
ano seguinte. Sem orientador, Cattell retornou aos Estados Unidos por um
curto período, voltando para a Alemanha em 1883, sendo o primeiro americano
a obter o doutorado sob a orientação de Wundt. Em sua pesquisa Cattell
descobriu um erro de medida na aparelhagem usada, levando Wundt a corrigir
conclusões anteriores.
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de uma psicologia experimental. Cattell parece ter seguido seu orientador,
trabalhando com medidas de processos mentais simples. Oswald Külpe (1862-
1915), outro orientando de Wundt, contrariou o mestre desenvolvendo estudos
experimentais e qualitativos de processos mentais superiores, e começou a
estudar o pensamento, chegando a organizar a Escola de Psicologia de
Würzburg. No entanto a grande virada na medida de processos mentais
superiores aconteceu na França, com a pesquisa de Alfred Binet (1857-1911).
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em Munique com Emil Kraepelin (1855-1926), foi o diretor de um pequeno
laboratório de psicologia instalado no Hospital Nacional de Alienados, no Rio
de Janeiro.
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No Brasil, o modelo de psicodiagnóstico, desenvolvido por Ocampo et al. e
Arzeno, tem norteado o trabalho de grande parte dos profissionais da área.
Além dele os modelos compreensivos e fenomenológicos também são bastante
utilizados. O psicodiagnóstico proposto por Cunha é outra referência
igualmente importante no contexto brasileiro.
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Arzeno detalha essas etapas em sete passos. O primeiro passo inclui
desde a solicitação da consulta pelo cliente até o primeiro encontro
pessoal com o profissional. Nessa fase, é importante observar como é
feito o contato inicial, quais as primeiras impressões etc. O segundo
passo envolve a realização das primeiras entrevistas, quando se busca
identificar o motivo latente e manifesto da consulta, as ansiedades e
defesas que o paciente, pais e/ou família apresentam, as expectativas e
fantasias de doença e de cura que trazem. É importante observar como o
paciente se coloca, o que é priorizado no relato, que tipo de relação
estabelece com o psicólogo (e entre si, no caso do casal e/ou família),
para identificar os aspectos transferenciais e contratransferenciais, bem
como as resistências e a capacidade de elaboração e mudança. O terceiro
passo é o momento de reflexão sobre o material colhido e análise das
hipóteses iniciais, para planejamento dos passos seguintes e escolha dos
instrumentos diagnósticos a serem empregados. O quarto passo é o
momento da realização da estratégia diagnóstica planejada – entrevistas
e aplicação dos testes e técnicas selecionadas, de acordo com o caso.
Em geral, age-se conforme o planejado, mas, se houver necessidade,
podem-se introduzir modificações durante o processo. O quinto passo é o
momento da análise e integração dos dados levantados. É o estudo
conjunto do material apreendido nas entrevistas, nos testes e na história
clínica, para obter uma compreensão global do caso. Essa fase exige do
profissional domínio teórico-metodológico e grande capacidade analítica,
a fim de identificar as recorrências e convergências entre os dados, assim
como os aspectos mais relevantes dentro do material, que possibilitam
uma compreensão ampla da personalidade do indivíduo e/ou da dinâmica
familiar e do casal. O sexto passo é o momento da devolução da
informação, que pode ser feita em uma ou mais entrevistas. Geralmente, é
realizada de forma separada – uma com o indivíduo que foi trazido como
protagonista principal da consulta, e outra com os pais e o restante da
família. Freqüentemente, durante a entrevista devolutiva, surgem novos
elementos, os quais ajudam a validar as conclusões ou esclarecer os
pontos obscuros. O último passo envolve a elaboração do laudo
psicológico com as conclusões diagnósticas e prognósticas, incluindo as
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recomendações terapêuticas adequadas ao caso. A elaboração do laudo é
um aspecto importante do processo, pois, quando mal feito, pode prejudicar o
paciente, em vez de ajudá-lo.
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3. Enfatiza o sentido da experiência dos envolvidos no processo; e
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Mas a prática mais comum, principalmente com crianças, introduz na entrevista
diagnóstica técnicas menos estruturadas, como o “jogo do rabisco” de
Winnicott ou o brincar de forma livre e espontânea, como propõe Aberastury,
na “hora do jogo”; ou ainda o desenhar e contar estórias, conforme Trinca no
Procedimento de “Desenhos-Estórias”.
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Os testes projetivos constituem-se num modo de obtenção de conhecimento
sobre o individuo, centrado em seus aspectos não aparentes, permitindo uma
variedade ilimitada de respostas, possibilitando ao examinando projetar suas
agressões, conflitos, medos e idéias. É uma forma de comunicação indireta e
impessoal que, para ser válida, necessita de observação direta e contato
clínico.
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Pode ser considerado um instrumento histórico, profissiográfico e situacional,
pois contém elementos estruturais e dinâmicos da personalidade.
PSICODIAGNÓSTICO
CONTRATO
OBJETIVOS (OCAMPO)
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Compreensão da personalidade como um todo
ENQUADRAMENTO
- Lugares
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ENTREVISTAS
COM CRIANÇAS:
Situações especiais:
Pais separados
Adoção
escolha;
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modalidade;
personificação;
motricidade;
criatividade;
simbolização;
tolerância à frustração;
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Desenho da Figura Humana na Técnica de Machover: estudo da
personalidade (aspectos adaptativos, expressivos e projetivos); imagem
corporal (conceito de si mesmo)
TESTES PSICOMOTORES
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análise de conteúdo: por simples inspeção do material/ com referenciais
TÉCNICAS VERBAIS
TESTES DESIDERATIVOS
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análise: como a personalidade está organizada
PRÁTICA DO PSICODIAGNÓSTICO
Situação de consultório
área forense
instituições
ENTREVISTAS DEVOLUTIVAS
Importantes no processo
criança: presença dos pais: imagem do filho corrigida
oportunidade de insight
estudo do material/ selecionar o que pode ou não ser dito
importância da transferência e contratransferência
relações com a entrevista inicial
confirma ou modifica o diagnóstico
com criança: jogo ou desenho
com adolescentes: com os pais
Papel do psicólogo: transmitir resultados e observar reações
DESENVOLVIMENTO HISTÓRICO
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1987 -: emergência dos laboratórios de pesquisa em avaliação
psicológica.
1os usos de testes (Rio de Janeiro) - 1918, nos trabalhos do médico
Fernandes Figueira que, pela primeira vez, aplica testes de inteligência
(provas de Binet-Simon) na avaliação de internos do Hospital Nacional.
1960 Psicologia se caracteriza pela regulamentação dos cursos de
formação (graduação) e a consequente expansão do ensino de
psicologia no Brasil.
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Avaliação psicológica se refere ao modo de conhecer fenômenos e
processos psicológicos por meio de procedimentos de diagnóstico e
prognóstico e, ao mesmo tempo, aos procedimentos de exame
propriamente ditos para criar as condições de aferição ou
dimensionamento dos fenômenos e processos psicológicos conhecidos.
O PSICODIAGNÓSTICO INTERVENTIVO
2 PSICOLOGIA DO DESENVOLVIMENTO: O
DESENVOLVIMENTO NORMAL. PSICOPATOLOGIA DO
DESENVOLVIMENTO.
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outro diz respeito a saber se as crianças nascem com conhecimento inato ou
as apreende através da experiência. Uma terceira área significativa da
investigação analisa contextos sociais que afetam o desenvolvimento.
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A formação dos diferentes estádios é determinada, precisamente, por essa
relação objetal. (Estádios: Oral, Anal, Fálico, Latência, Genital)
Tal como Piaget, concluiu que não se deve apressar o desenvolvimento das
crianças; que se deve dar o tempo necessário a cada fase de desenvolvimento,
pois cada uma delas é muito importante. Sublinhou que apressar o
desenvolvimento pode ter consequências emocionais e minar as competências
das crianças para a sua vida futura.
Essa adaptação é guiada por uma orientação biológica para obter o balanço
entre esses esquemas e o ambiente em que está (equilibração). Assim,
estabelecer um desequilíbrio é a motivação primária para alterar as estruturas
mentais do indivíduo.
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Ele acreditava que a aprendizagem na criança podia ocorrer através do jogo,
da brincadeira, da instrução formal ou do trabalho entre um aprendiz e um
aprendiz mais experiente.
O processo básico pelo qual isto ocorre é a mediação (a ligação entre duas
estruturas, uma social e uma pessoalmente construída, através de
instrumentos ou sinais). Quando os signos culturais vão sendo internalizados
pelo sujeito é quando os humanos adquirem a capacidade de uma ordem de
pensamento mais elevada.
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Considera que não é possível selecionar um único aspecto do ser humano e vê
o desenvolvimento nos vários campos funcionais nos quais se distribuem a
atividade infantil (afetivo, motor e cognitivo).
Vemos então que para ele não é possível dissociar o biológico do social no
homem. Esta é uma das características básicas da sua Teoria do
Desenvolvimento.
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consequências, com contato indireto com o reforço. Entre o estímulo e a
resposta, há também o espaço cognitivo de cada indivíduo.
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Define o desenvolvimento humano como “o conjunto de processos através dos
quais as particularidades da pessoa e do ambiente interagem para produzir
constância e mudança nas características da pessoa no curso de sua vida"
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3 PROCESSO SAÚDE-DOENÇA: DOENÇAS CRÔNICAS E
DOENÇAS AGUDAS; MODELO BIOMÉDICO E MODELO
BIOPSICOSSOCIAL DE SAÚDE. 1ª parte ver word
PSICOPATOLOGIA
O modelo biomédico
Na medida em que as doenças são encaradas como algo que surge a partir
das mudanças biológicas que se encontram fora do controle do sujeito, os
indivíduos não são considerados responsáveis pelas suas doenças, muito pelo
contrário, são vistos como vítimas.
O modelo biopsicossocial
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A Conferência de Alma-Ata ocorrida em 1978 com a proposta de Saúde para
Todos no Ano 2000 e a estratégia de Atenção Primária de Saúde, que
alcançou destaque especial na Primeira Conferência Internacional sobre
Promoção da Saúde em1986, a promulgação da Carta de Ottawa, e que vem
se enriquecendo com a série de declarações internacionais periodicamente
formuladas nas conferências realizadas sobre o tema é que deram início à
nova forma de gestão da saúde pública no Brasil.
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imunização contra as principais enfermidades infecciosas; a prevenção e luta
contra enfermidades endêmicas locais; o tratamento apropriado das
enfermidades e traumatismos comuns; e a disponibilidade de medicamentos
essenciais;
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envolvimento comunitário e componentes de tecnologia apropriada reforçou a
promoção na direção da saúde ambiental.
‘EMPODERAMENTO’
SUSTENTABILIDADE SOCIAL
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Entretanto, esse último – o reforço dos serviços – é o que mais se pratica no
contexto da reforma do setor saúde, embora a ênfase ainda corresponda à
atenção terciária e pouco tenha avançado a idéia da integração dos
componentes promocionais, preventivos e curativos dos serviços de saúde em
apoio à atenção primária de saúde.
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• a promoção da responsabilidade social com o ‘empoderamento’ da população
e aumento da capacidade da comunidade para atuar nesse campo;
Sem mais detalhes sobre este debate, que vem se desenvolvendo entre 1994 e
1996, e ainda persiste, para respaldar a importância concedida ao tema, vale
informar a solução encontrada no contexto canadense: ela combina um modelo
de promoção da saúde com o de saúde populacional, numa política
tridimensional que integra os determinantes da saúde com os vários níveis de
população (do indivíduo à sociedade) e as cinco estratégias da Carta de
Ottawa (políticas públicas saudáveis, ambientes favoráveis à saúde, ação
comunitária, habilidades pessoais e reorientação do sistema de saúde).
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Na prática, o destaque das conexões entre saúde e cuidado de saúde resulta
fundamental para a sustentabilidade dos enfoques não-médicos como meios
primários de melhorar a condição de saúde. E a possibilidade de uma
articulação em toda a amplitude do processo de atenção permitirá estabelecer
um gradiente no qual a superação de problemas críticos do passado poderá
dar lugar a uma apreciação melhor dos benefícios dessa nova saúde pública.
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Nesse sentido, vêm sendo direcionados esforços para a construção de um
novo relacionamento entre os serviços de saúde, os profissionais que neles
atuam, os usuários e a comunidade onde esses serviços estão localizados,
bem como para a continuidade ao processo de fortalecimento da autonomia
política e capacidade gerencial dos municípios, iniciado em 1993, que
estimulou o fortalecimento da participação social no controle do uso dos
recursos públicos. Além disso, os reflexos da implementação da Agenda 21,
nos níveis estadual e municipal, e de projetos sociais voltados à geração de
renda, melhoria das condições de vida em assentamentos rurais e urbanos,
desenvolvimento local integrado e sustentável (DLIS), evidenciaram a
necessidade da articulação intersetorial do setor saúde com demais setores da
administração pública, nos três níveis de governo.
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PSF constituem, também, mecanismo de geração de emprego e renda no setor
saúde, processo de interiorização da saúde e comprometimento com a
intersetorialidade.
Esta visão contrapõe-se à idéia de que cada indivíduo é, por si só, responsável
por sua saúde ou ausência dela. Considerar estilos de vida não saudáveis –
inexistência de recreação e exercícios físicos, excesso de alimentação,
consumo de bebidas alcoólicas, fumo, dependência de drogas e riscos
ocupacionais (inadaptação ao trabalho, imprudência ao dirigir) – como riscos
autocriados merece cautela. Sob essa perspectiva, intervenções individuais
‘descontextualizam’ o comportamento de risco e falham no investimento de
recursos humanos, materiais e financeiros, uma vez que tais comportamentos
são socialmente gerados e mantidos. Tais intervenções, resguardada a sua
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importância, não podem ser separadas dos aspectos mais abrangentes como
políticas governamentais, prioridades organizacionais e comportamentos
profissionais.
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desejos e expectativas, o conhecimento anterior sobre o tema, suas atitudes e
percepções. Dessa forma, as ações de Promoção da Saúde ficam mais
próximas de levar indivíduos e populações a transformarem hábitos e estilos de
vida, construídos com base no exercício da cidadania, gerando, assim,
comportamentos inovadores. No contexto da participação popular e da
mobilização de gestores e profissionais de saúde, essa postura favorece o
desenho de ações mais afinadas com o universo destes importantes atores.
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Inglaterra, Suécia, Austrália, Canadá, a extinta URSS, Cuba e uma série de
outros países adotaram variações desse modelo. Uma exceção a essa regra foi
os EUA, que insistiram em manter a separação entre saúde pública e mercado
médico.
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sofrimentos que possam comprometer suas possibilidades de viver de modo
saudável.
A Atenção Básica tem a Saúde da Família como estratégia prioritária para sua
organização de acordo com os preceitos do Sistema Único de Saúde.
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Outras áreas serão definidas regionalmente de acordo com prioridades e
pactuações definidas nas CIBs.
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sociedade provoca a mudança no modo de organizar, planejar, realizar,
analisar e avaliar o trabalho em saúde.
O outro elemento que veio a reforçar essa evolução foi o Relatório Lalonde,
com a caracterização do campo da saúde e a evidência de que o tradicional
padrão assistencial era o componente deste campo que menos efeito parecia
ter para promover uma saúde melhor. Com esse documento, passaria a ser
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concedida maior importância aos outros três componentes – biologia humana,
ambiente e hábitos de vida. Com isto, já na 34ª Assembléia Mundial da Saúde,
na elaboração do Sétimo Programa de Trabalho da OMS (1984-89), foram
incorporados os determinantes da saúde.
SISTEMAS DE SAÚDE
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centrados nas pessoas, permitindo que os cidadãos influenciem
os serviços de saúde e assumam a responsabilidade por sua
própria saúde;
focados na qualidade, incluindo a relação custo-efetividade;
baseados em financiamento sustentável, para permitir a cobertura
universal e o acesso eqüitativo; e
direcionados para a atenção primária.
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Um sistema de saúde orientado para a subespecialização possui outro
problema: ele ameaça os objetivos de eqüidade. Nenhuma sociedade possui
recursos ilimitados para fornecer serviços de saúde. A atenção
subespecializada é mais cara do que a atenção primária e, portanto, menos
acessível para os indivíduos com menos recursos poderem pagar por ela. Além
disso, os recursos necessários para a atenção altamente técnica orientada
para a enfermidade competem com aqueles exigidos para oferecer serviços
básicos, especialmente para as pessoas que não podem pagar por eles.
A saúde é, portanto, vista como um recurso para a vida diária, não o objetivo
dela; abranger os recursos sociais e pessoais, bem como as capacidades
físicas, é um conceito positivo.
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Com base apenas na teoria, é provável que a obtenção de efetividade e
eqüidade exija que o sistema de saúde tenha uma forte orientação de atenção
primária.
Para que a atenção primária otimize a saúde, ela deve enfocar a saúde das
pessoas na constelação dos outros determinantes de saúde, ou seja, no meio
social e físico no qual as pessoas vivem e trabalham, em vez de enfocar
apenas sua enfermidade individual. As unidades de atenção primária obtêm a
eqüidade fornecendo atenção no nível mais apropriado.
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organizar a atenção à saúde e como uma filosofia que permeia a atenção à
saúde. Já que existem poucas atividades que sejam exclusivas da atenção
primária, a primeira abordagem é inadequada. Os níveis de atenção, as
estratégias para organização da atenção à saúde e uma filosofia estão inter-
relacionados.
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Tabela 1.1
_______________________________________________________________
Enfoque
Doença Saúde
_______________________________________________________________
Conteúdo
_______________________________________________________________
Organização
_______________________________________________________________
Responsabilidade
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Podemos supor que nas unidades de atenção primária haja uma maior
porcentagem de consultas classificadas como relacionadas à prevenção.
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oferta de atenção continuada para uma ampla variedade de questões de
saúde, além de incluir a abordagem de problemas de saúde, prevenção e
promoção de saúde e apoio continuado, com intervenções familiares e
comunitárias, quando necessário. Difere, assim, do relatório do Instituto de
Medicina ao distinguir a atenção ao primeiro contato como uma função crucial e
ao incluir intervenções comunitárias na definição das funções.
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10. Coordenada: coordenação de toda a orientação e apoio que a pessoa
recebe
11. Confidencial
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Continuidade: consiste nos arranjos pelos quais a atenção é oferecida numa
sucessão ininterrupta de eventos. A continuidade pode ser alcançada por
intermédio de diversos mecanismos: um profissional que atende ao paciente ou
um prontuário médico que registra o atendimento prestado, um registro
computadorizado ou mesmo um prontuário trazido pelo paciente. O quanto o
estabelecimento oferece tais arranjos e a percepção de sua obtenção pelos
indivíduos na população indica a extensão da continuidade da atenção, seja da
população, seja do indivíduo.
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importante, já que todos os problemas de saúde ocorrem dentro de um
ambiente social que freqüentemente predispõe ou causa enfermidades.
No entanto, aqui também esta tarefa não é nada fácil. Cada vez mais serviços
e profissões se especializam, produzem conhecimentos específicos, ações
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desarticuladas, e organizam-se segundo uma hierarquização na qual o saber
do médico tem posição superior e central frente às demais áreas. Este quadro
reforça a fragmentação do processo de trabalho, produz insatisfação dos
profissionais quanto às suas condições de trabalho e enquanto sujeitos e
agentes de sua prática, favorecendo o descompromisso com o sofrimento dos
usuários e a fragilização das relações entre os profissionais.
É no interior das instituições de saúde e nas práticas que ali ocorrem que é
possível a constituição de espaços de acolhimento destas tensões e de
produção de novas alternativas de funcionamento. Isto implica o
reconhecimento do valor da produção de recortes e de criação de “espaços
locais” para a produção de integralidade. Espaços locais que possam produzir
efeitos nas lógicas instituídas e nas tensões entre elas, seja no sentido de
produção de mudanças, seja na produção de consensos, seja na manutenção
das diferenças com possibilidade de diálogo. A idéia de produção de espaços
locais não se sustenta caso não comporte uma dimensão relacional
envolvendo atores tanto internos quanto externos a esse espaço, ou seja, estes
espaços só se definem em relação a uma teia de inter-relações que compõem
o contexto do qual estão inseridos.
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pública, da complexidade relativa à organização do trabalho em si e das ações
específicas de cada área desse trabalho, de questões estruturais como a
importância política conferida ao setor, de questões de limitações para a
organização interna relativas a recursos financeiros, recursos humanos,
padrões de gestão e de trabalho.
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busquem contribuir para a realização de transformações institucionais no
sentido de estabelecer relações mais democráticas e responsáveis e de
oferecer um cuidado integral aos usuários.
Como cada indivíduo tem uma história singular, viverá a internação de maneira
peculiar e caberá a este profissional disponibilizar espaço psicológico para que
- paciente/família - mobilizem Recursos Internos de adaptação, preservando as
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funções psíquicas no processo de hospitalização.
A psicanálise, a fim de dar conta de sua práxis fora do contexto apregoado por
Freud tem se dirigido, também, a investigação psicanalítica dos sujeitos e das
instituições nestes novos contextos.
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se insurge contra a ordem vigente com seus gemidos, contrariedades e
atitudes exacerbadas, uma série de profissionais, especialmente os “psis”, são
solicitados a intervir para sanar o incômodo institucional. Por princípio a
subjetividade do doente é excluída com o intuito de não interferir no
procedimento terapêutico. A menos que a conclusão diagnóstica não revele
uma doença ou patologia visível ao olhar médico. Neste caso, então, o doente
se transforma em “peça essencial” para o seu tratamento, sendo convocado a
desejar sua cura.
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Sendo que, “os limites deste tipo de conhecimento são qualitativos, não
superáveis com maiores quantidades de investigação ou maior precisão dos
instrumentos”.
Atualmente, muitas têm sido as propostas de alteração no quadro da
assistência hospitalar no Brasil, sendo que, a discussão quanto à importância
da atenção ao padecimento psíquico torna-se freqüentemente cada vez maior
quando se fala em Saúde Pública. Cabe-nos, como tarefa, portanto, diante
desta complexa realidade, refletir sobre o quanto a entrada de diversos
profissionais na instituição conduz o discurso hegemônico a alguns impasses.
Ou se, por outro lado, esta abertura aos diversos discursos na instituição
hospitalar encontra-se regida pela mesma égide, qual seja, a do discurso
cientificista apregoado pela disciplina médica na sociedade contemporânea.
Mais especificamente, temos o compromisso ético de questionar criticamente a
intervenção dos psicólogos e psicanalistas neste contexto.
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realidade concreta e objetiva remete ao singular e constitutivo de cada um: ao
seu próprio drama.
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ao silêncio mútuo e ao tédio. A partir da abertura da janela surge a fala do que
era constantemente velado (o cheiro ruim da ulceração da doença) e a
paciente pode falar então da sensação de solidão e desamparo vividos na sua
própria vida e que se reproduziam na situação da internação hospitalar.
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ninguém está vendo esta paciente?” “Como é que pode né, uma coisa
destas!!!” “Mas também, os próprios médicos já desistiram dela, o que nós
podemos fazer?” “Também deixar aquilo (o seio) ficar daquele jeito, que nojo!!!”
“Mas tu queres trabalhar com câncer e ser tudo moleza...”
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entre a vida e a morte, entre o posto de enfermagem e o leito do paciente,
entre a supervisão de estágio e a própria intervenção o que se testemunha é a
ressonância dos efeitos particulares no a posteriori do ato em uma série de
relações.
O início do trabalho ocorreu diante da solicitação do cirurgião plástico de
avaliação psicológica para as pacientes antes do procedimento cirúrgico e a
continuidade do acompanhamento psicológico no pós-operatório, na internação
hospitalar. Ocorria a este médico indagar o porquê das queixas das pacientes
quanto ao resultado obtido com a reconstrução mamária. Propunha então a
investigação das fantasias e idealizações das pacientes com relação à
cirurgia.
O médico examina o corpo com a soberania do conhecimento científico acima
da imprecisa realidade psíquica na qual está submersa a paciente. Para o
cirurgião o corpo sobre o qual opera é um corpo cadaverizado. Para o sujeito
que vai ser operado é onde a vida pulsa em todo o seu esplendor; é o lugar do
entrelaçamento de prazer e satisfação, gozo e angústia, dor e erogeneidade. O
cirurgião plástico é, portanto, o depositário de uma série de expectativas a
partir do momento que aceita promover a restauração do dano provocado pela
extirpação da mama. Contudo, o cirurgião plástico não traz de volta o seio
perdido, tampouco põe fim à angustia frente ao retorno da doença.
A cirurgia plástica de reconstrução mamária pode ser realizada basicamente
através de duas técnicas: o enxerto de silicone ou ainda através do
deslocamento da musculatura abdominal até a região onde a mastectomia foi
realizada. Esta segunda técnica exige uma série de intervenções subseqüentes
até que se complete todo o processo.
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representação de um dos símbolos de referência eleitos para representar a
sexualidade feminina e nestas pacientes o símbolo foi amputado devido ao
câncer, restando-lhe, como uma alternativa, a prótese.
Naffah Neto alerta para o fato que muitas vezes o trabalho do psicólogo no
hospital geral é banalizado e subavaliado, dadas as condições subalternas e
passivas em que é, normalmente, praticado.
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problemática da castração presentificada pela cirurgia, além da impossibilidade
frente a vontade de cristalizar o médico na figura do príncipe encantado que a
livraria do pesadelo da revelação diagnóstica. Desta forma, de maneira
magistral, as pacientes acometidas de câncer de mama testemunham o
estranho e o familiar de cada um em relação ao corpo próprio pondo em
evidência a dinâmica das produções inconscientes sobre o corpo.
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livres e acessíveis a todos os agentes.
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É importante lembrar, neste ponto, que os conflitos podem estar inspirados
pela ignorância, pela má fé ou pelo recalque. A ignorância se soluciona com
informação, o recalque com as técnicas acima mencionadas e com sua
conscientização, a má fé é que resulta difícil de combater, pois seus atores são
falsos e sorrateiros, apesar de que, em última instância, suas condutas estejam
determinadas pelas causas organizacionais e inconscientes antes
mencionadas.
A solução subjetiva e objetiva dos conflitos é essencial para o bom
funcionamento e o aperfeiçoamento dos serviços, o bem estar e crescimento
dos agentes, assim como para a melhoria do estabelecimento hospitalar como
um todo. Não obstante, nós não acreditamos que os conflitos sejam “o motor
da evolução”, como alguns teóricos afirmam. Pensamos que o verdadeiro
motor do aprimoramento, tanto pessoal quanto grupal e organizacional é a
potência produtiva (não produtivista), ou seja, inventiva, criativa dos seus
agentes. Para desenvolvê-la devem-se proporcionar, ademais de liberdade,
todas as outras condições necessárias mencionadas acima.
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ansiedade e insegurança.
I - o hospital
II - o psicólogo
III - o paciente
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como a última sessão. E isto é motivo de muita angústia para o psicólogo
iniciante; ele sempre deparará com a questão da sua efetividade profissional: o
que faço, ajuda?
Para que o psicólogo possa trabalhar estes problemas, duas coisas são
essenciais:
77
entenda e aceite a sua nova condição de ser no mundo.
78
- através da psicoterapia é possível ao paciente trazer à tona a causa dos seus
sofrimentos, possibilitando ao mesmo elaborá-los.
79
angústias, de estressem podendo desencadear problemas psicoafetivos.
80
A atuação conjunta com o médico é muito rica quando possibilita ao paciente
ser atendido em seus aspectos subjetivos e concretos, sem que seja
fragmentada por cada profissional, oferecendo a ele também uma outra escuta
para seus sofrimentos.
81
facilitação das comunicações, além de oferecer apoio emocional e psicológico
aos pacientes, entre outras atividades realizadas pelos membros da equipe
multidisciplinar instaladas nos hospitais.
82
pode ser conseguido quando o profissional começa a pensar que a sua
disciplina tem um limite, a pensar de uma abordagem que vá além da simples
colocação de limites, ao mesmo tempo sabendo se que há elementos
interrelacionados.
83
não pressupõe, necessariamente, trabalho em equipe e coordenação. Na
multidisciplinaridade e na transdisciplinaridade não se acordam conceitos e
métodos. A segunda implica um grau maior de relação entre as disciplinas.
84
tecnologias que se refletem no fazer cotidiano.
85
De acordo com Luz, o campo da saúde pública se torna interdisciplinar em
meados do século XX quando a crise político-ideológica que imperava nos
setor impulsionou modificações no conceito de saúde e foram introduzidos,
gradualmente, outros saberes para pensar seu campo.
86
modelo biomédico e as concepções reducionistas das ciências sociais, é que
se pode chegar à interdisciplinaridade. Dessa forma, faz-se necessária a
reformulação do discurso e da práxis da saúde publica que deve se dar dentro
de uma lógica interdisciplinar; este processo só será legítimo se envolver todos
os atores sociais participantes desse campo.
87
A prática interdisciplinar aponta para a construção de relações de trabalho que
contribuem para a realização de um trabalho mais criativo e motivador para os
trabalhadores envolvidos com conseqüências positivas para os usuários dos
serviços.
88
A Psicoterapia Cognitivo Comportamental ou TCC é um tipo de tratamento que
tem como objetivo comportamentos específicos, sentimentos e padrões
cognitivos com a intenção de modificá-los.
89
Sintomas normalmente ocorrem em certas situações, mas não em outras.
90
pode ou não ser associada a medicamentos, entretanto passa a ser a principal
forma de terapia, quando não há indicação para o uso de medicamento ou este
cause efeitos colaterais intoleráveis ou ainda existe impossibilidade clínica para
o seu uso.
A Terapia Cognitiva nasceu nos EUA na década de 60, com trabalhos pioneiros
de Aaron T. Beck, M.D. e na década de 80 atingiu o status de “sistema de
psicoterapia”, consistindo em: (1) uma teoria de personalidade e de
psicopatologia com sólidos achados empíricos para sustentar seus postulados
básicos; (2) um modelo de psicoterapia com conjuntos de princípios e
estratégias que combinavam com a teoria da psicopatologia e (3) achados
empíricos sólidos embasados em estudos de resultados clínicos para apoiar a
eficácia dessa abordagem. A Terapia Cognitiva tem suas origens em correntes
filosóficas e religiões antigas como o estoicismo grego, taoísmo, budismo que
postulavam a influência das idéias sobre as emoções.
91
Guidano com a terapia cognitiva pós-racionalista, em Portugal Óscar
Gonçalves-com a terapia cognitiva narrativa, Michael Mahoney,
Construtivismo, entre outros.
Isto quer dizer que a visão do mundo possuída por uma pessoa, influencia a
forma como pensa, sente e age.
92
A partir desses registros, analisa-se a coerência das ondas, de suas
frequencias e amplitudes nas regiões identificadas. Alguns tipos de ondas
cerebrais estão associados a conhecidos estados cognitivos, tais como:
atenção, concentração ou mesmo dispersão, devaneio, ansiedade,
relaxamento ou sono profundo, depressão, entre outros.
93
Essas hipóteses irão guiar o processo, e em função disso, vão sendo
reconstruídas a cada nova sessão, de acordo com o aparecimento de novos
dados. Terapeuta e paciente colaborativamente modificam e refinam suas
formulações confirmando algumas hipóteses e descartando outras.
É feita conjuntamente uma lista de problemas e metas do tratamento que
auxilia a selecionar as intervenções mais adequadas a serem feitas e o
momento adequado, além de facilitar a visualização da evolução do tratamento.
O paciente pouco a pouco vai familiarizando-se com o modelo cognitivo,
permitindo que passe a ter maior autoconhecimento assim com a
compreender-se melhor. Aprende a monitorar-se e a controlar seus
pensamentos, emoções e comportamentos.
94
transtornos.
Seguem abaixo alguns dos transtornos para os quais a Terapia Cognitivo-
Comportamental é muito eficiente e eficaz (alguns dos transtornos necessitam
de acompanhamento psiquiátrico – talvez momentâneo – para viabilizar e
facilitar o processo psicoterapêutico):
95
transtorno caracterizado por uma profunda tendência negativa. O conteúdo
fenomenal desta tendência incluía expectativas de resultados negativos
(conseqüências do comportamento) na esfera pessoal, e uma visão negativa
de self, contexto e objetivos. Concomitantemente, foram feitas tentativas de
modificar o conteúdo e as distorções cognitivas negativas, resultando em
desenvovimento e avaliação de estratégias terapêuticas. Subseqüentemente, o
modelo foi aplicado a outros transtornos para testar os limites da nova
formulação.
A partir desse resumo capsular, pode-se ver que a teoria cognitiva originou-se
de tentativas de testar os princípios teóricos específicos da psicanálise.
Quando tal evidência não surgia, outras explicações eram consideradas.
Portanto, a terapia cognitiva desde o começo foi impulsionada por interesses
teóricos."
96
conteúdo cognitivo (significado), no processamento cognitivo (elaboração de
significado), ou ambos.
97
psicológico (constituído pela ativação de sistemas) não é nem adaptativo nem
mal-adaptativo em si, apenas em relação a ou no contexto do ambiente social e
físico mais amplo no qual a pessoa está.
A) TIPOS DE COGNIÇÕES:
B) NÍVEIS DE COGNIÇÕES:
Ex.: Eu sou uma péssima mãe, porque gritei com os meus filhos.
98
2. DESQUALIFICAR OU DESCONSIDERAR O POSITIVO: falar para si
mesmo, sem razão, que experiências positivas, conquistas e qualidades não
contam. Ex.: Eu trabalhei bem aquele projeto, mas isso não significa que sou
competente; eu tive sorte.
99
plausíveis para o comportamento. Ex.: Ela foi indiferente comigo porque eu fiz
alguma coisa errada.
100
Flecha descendente:
É utilizada devido ao seu uso real de flechas apontando para baixo para ajudar
os clientes a compreenderem a lógica e a seqüência do seu raciocínio. O
terapeuta segue a afirmação de um cliente, perguntando, "Se for assim, o que
acontece?". Isto elucida uma seqüência de pensamentos e crenças, que ajuda
a revelar as suposições básicas do cliente.
Significado idiossincrático:
Descatastrofização:
A descatastrofização envolve ajudar indivíduos que decidem se concentrar no
resultado negativo mais extremo de qualquer situação, reavaliando-se a
situação e perguntando: "Qual é a pior coisa que pode acontecer? E se isso
vier a acontecer, será assim tão horrível?".
Paradoxo ou exagero:
101
freqüentemente ajuda o paciente a desenvolver uma perspectiva mais
equilibrada da questão.
Pegar uma situação infeliz e utilizá-la como uma vantagem pode ser muito útil.
Por exemplo, ser rejeitado pela faculdade que escolheu pode ser um caminho
indireto para uma alternativa mais promissora.
Substituir as imagens:
Ensaio cognitivo:
102
Questionamento da Evidência ou Comprovação da realidade:
Questiona-se o cliente a respeito das evidências reais que ele possui em
relação as suas declarações. Isto permite aos clientes decidir se suas
declarações são baseadas em informações erradas. Por exemplo, pode-se
perguntar ao cliente: "Se tu tiveste que comprovar que este pensamento (ou
esta declaração) é correta, como tu farias?" ou "Quais as evidências reais que
tu tens que comprovam a veracidade desse pensamento?".
A comprovação da realidade ajuda o paciente a obter uma perspectiva mais
realista dos acontecimentos. Perguntas que levam à comprovação da realidade
são:
Reatribuição:
A reatribuição envolve simplesmente que o indivíduo distribua adequadamente
as responsabilidades às partes certas e afaste a idéia de que um único
indivíduo seja responsável por tudo. O objetivo não é tirar toda a
responsabilidade dele, mas identificar outros fatores que estejam implicados.
Pode-se perguntar:
Vantagens e desvantagens:
103
Nas tentativas de fazer com que os pacientes abandonem padrões de
pensamento dicotômicos, instruí-los a relacionar as vantagens e desvantagens
de uma situação permite-lhes mudar sua perspectiva e equilibrar as
alternativas.
Solução de problemas:
O esboço de experiências:
104
Esta técnica incorpora a seu registro diário de pensamentos disfuncionais uma
nova coluna dedicada às respostas racionais. Estas respostas são
desenvolvidas a princípio junto com o terapeuta, que gradualmente vai
cedendo cada vez mais responsabilidade ao paciente para que as construa.
Exemplo: um paciente pode experimentar depressão (sentimento) às sextas-
feiras à noite quando não tem planejado nenhuma saída (situação) e pensa
"Ninguém me convida porque ninguém me quer e portanto passarei uma noite
fatal" (pensamento). Pode refutar os pensamentos disfuncionais da seguinte
maneira, "Realmente saí ontem à noite com meu amigo Roberto (comprovação
da realidade), com quem tenho um íntima amizade; uma razão pela qual
ninguém me chamou é que muitos dos meus amigos estão estudando para os
exames desta época (retribuição) e se tentar fazer algo interessante como ler
um bom livro ou escrever uma carta poderia passar uma noite agradável
(Experimentação).
105
os irmãos e os amigos na comunidade, os supervisores e os colegas de
trabalho são agentes de mudanças potenciais que se encontram disponíveis
para realizar ou apoiar os procedimentos de tratamento no ambiente natural do
paciente específico.
2. Procedimentos de autocontrole:
3. Técnicas de relaxamento:
106
aquele que melhor funcionar para ela. Quando se está relaxado fisicamente, o
relaxamento mental vem a seguir e vice-versa. A prática do relaxamento pode
aliviar a ansiedade, porque é difícil para o corpo ou para a mente estar
simultaneamente relaxado e ansioso. Desenvolvendo-se a capacidade de
relaxar antes e durante situações estressantes, pode-se reduzir
substancialmente a freqüência e severidade da ansiedade experimentada.
107
Pessoas diferentes carregam tensão muscular em partes diferentes do corpo,
de forma que as áreas em particular que precisam ser enfatizadas variam de
pessoa para pessoa.
108
situações. Deste modo, há uma estrutura gradualmente ascendente na escala,
o que permitirá aproximações graduais ao item final da hierarquia - para o qual
se experimente o temor mais intenso.
5. Dessensibilização sistemática:
109
Esta técnica é muito utilizada em casos de ansiedade e constitui-se na
apresentação de exercícios terapêuticos nos quais os clientes são instruídos a
realizar uma seqüência de respirações curtas, inspirando e expirando por
aproximadamente três minutos de maneira a reproduzir os sintomas
vivenciados pelo cliente em seus episódios de ansiedade. À medida que os
sintomas vão se configurando, o terapeuta pode obter um relato direto dos
processos de pensamento do cliente e ajudá-lo imediatamente a controlar o
ataque por meio da respiração progressiva e da reestruturação do pensamento.
O objetivo aqui é reproduzir o tipo de situação que pode precipitar um ataque e
depois mostrar aos clientes que eles podem tanto "ligar" como "desligar" os
ataques.
Uma vez que os sintomas foram induzidos, o terapeuta registra a seqüência
dos acontecimentos, prestando uma atenção particular nos sintomas
específicos experimentados, nos pensamentos automáticos que ocorreram e
na reação emocional experimentada como resultado. O terapeuta pode então
começar a intervir com as técnicas de diminuição dos sintomas, trabalhando
em colaboração com o cliente na observação dos sintomas iniciais.
7. Intenção paradoxal:
110
determinadas ocasiões, em níveis graduados de situações de pânico, até que
experimentem poucos ou nenhum sintoma.
8. Criação de iamgens:
9. A distração:
10. Simulação:
111
muitos terapeutas prefiram esta última forma, devido a que acrescenta clareza
e proporciona aos indivíduos envolvidos um registro que guie seu
comportamento e resolva os desacordos que possam surgir.
12. Reforçamento:
13. Extinção:
15. Modelação:
112
temidas reduz o medo e facilita a aquisição de habilidades mais apropriadas. O
terapeuta deve planejar demonstrações de acordo com as finalidades
específicas do paciente.
113
reduzido a sua ansiedade de forma significativa. O paciente pratica o ensaio
comportamental durante as sessões terapêuticas e tenta aplicar o que
aprendeu na vida diária, a fim de aprimorar as habilidades sociais e elevar a
auto-estima. O THS envolve desenvolver habilidades interpessoais (iniciar e
manter conversação, defender os próprios direitos, expressar sentimentos,
criticar e receber crítica, pedir, negar, etc.), bem como performance de falar em
público (construção da fala, pronúncia, concentração no conteúdo da fala, etc.).
18. Biblioterapia:
20.Lição de casa:
114
É uma técnica muito utilizada com pacientes deprimidos. Consiste em planejar
um programa de atividades para serem realizadas de vez em quando ou a
cada hora. O propósito é a oposição às cognições comuns como "Já não faço
mais nada". Seu objetivo é proporcionar ao paciente certa sensação de eficácia
e de controle.
Para cada atividade que se planeje, pede-se aos pacientes que avaliem em
uma escala (p. ex., de 100 pontos) o grau que consideram ter dominado a
tarefa e também o grau em que desfrutaram dela. Estas duas avaliações são
independentes, visto que o paciente pode ter desfrutado ao fazer algo, apesar
de não tê-lo feito tão bem como costumava fazer. O propósito desta tarefa é
opor-se à cognição, "Nada mais me diverte", e reconhecer que o prazer e a
destreza não são fenômenos dicotômicos. Além disso, aponta para certos
vínculos entre situações e sentimentos que podem ter passado despercebidos
durante a avaliação normal. Por exemplo, pode tornar-se claro que o que o
paciente mais gosta é de ver os amigos íntimos e que esta atividade alivia seus
sentimentos de depressão.
115
se modificado, entre outros, tiques como chupar o dedo, piscar
excessivamente, roer as unhas e a tricotilomania.
116
Segue-se o toque em áreas genitais. Esse exercício tem os mesmos objetivos
do precedente, visando aprender a relaxar e sentir prazer com o contato genital
sem a demanda de ereção, lubrificação, orgasmo, ejaculação ou penetração. A
focalização sensorial é útil em todas as disfunções sexuais.
Solução de Problemas:
Resolução de Problemas
- Quando Aplicar :
117
4) Acordo sobre o contrato inicial à natureza, objetivos e extensão da R.P.
- De maneira geral, é possível dividir as pessoas que podem ser ajudadas pela
R.P. em :
- Definindo "Problema":
- Problemas Potenciais:
- empregos ou estudos;
- finanças;
- moradia;
- questões legais;
118
- uso de álcool e drogas;
- saúde mental;
- saúde física;
- ajuste sexual;
- exercício cooperativo;
- automonitoração;
- qualidades pessoais;
- existência de um confidente;
119
- se há algum outro profissional disponível para ajudar;
- horário;
6) Contrato terapêutico;
120
3) Elaborar os passos necessários para alcançar objetivo(s);
- lista com possíveis soluções, não importando quão plausíveis pareçam.
- ensaio cognitivo;
5- Revisão do progresso:
121
3- Ensaio cognitivo;
- Encerramento:
- Tipos de Solução :
- Razão do Fracasso:
- Distúrbio psiquiátrico;
122
- Baixa auto-estima e falta de confiança;
123
necessita ser reforçada por meio de comportamentos reafirmadores, viris e
agressivos, tornando-os agentes de violência e por outro, a exposição a
agressões e outras formas de violência que estes comportamentos propiciam
transformam-nos em alvo da violência. Não é à toa que é a partir da
adolescência e durante a idade adulta jovem que se tem observado o
crescimento dos índices de violência entre jovens de todos os estratos sociais,
nos quais tomam parte sobretudo como vítimas, mas também como infratores.
Dessa forma esse autor explica a delinqüência, ou seja, ela é uma resposta a
um social patológico, perverso. Para a segunda autora a violência não está
referida somente ao gênero masculino.
Greig) ressalta que precisam ser feitas conexões entre homens, gênero e
violência, a fim de articular mais claramente o papel e a responsabilidade dos
homens no fim da violência baseada no gênero. Para ele é necessário
entender o comportamento dos homens no contexto de suas vidas, focalizar o
processo de socialização que produz conexões entre masculinidade e
violência. Isto destaca o papel da família e da cultura na produção de homens
violentos e inclui questões sobre a violência estrutural de gênero, como uma
construção social que determina uma relação desigual e opressiva entre as
124
pessoas. Inclui ainda questões sobre conexões entre gênero e outras formas
de violência estrutural, em torno da sexualidade, da raça e da classe social e
diferencia o papel e a responsabilidade dos homens em relação a essa
violência.
125
deve focalizar características físicas, culturais e psicossociais das comunidades
e que é extremamente necessário atuar em áreas segregadas pela ampla e
extrema condição de pobreza.
126
Estudos de Cruz, Najar e Lima também evidenciaram a forte influência das
características das áreas nos diferenciais de mortalidade por violência nas
realidades do Rio de Janeiro e de Pernambuco.
Por outro lado, as conexões entre violência e uso de drogas são debatidas por
Minayo & Deslandes) que apontam as dificuldades e a obscuridade no
estabelecimento das relações causais entre drogas e violência. As autoras
destacam a necessidade de discernir entre o uso de drogas como um fator que
desencadeia comportamentos violentos e esse uso como fator causador.
Para elas a única afirmação que se pode fazer com segurança é a alta
proporção de atos violentos quando as drogas estão presentes.
127
realizar uma profunda reflexão sobre os valores, as formas de socialização e a
construção das identidades masculina e feminina nas sociedades atuais.
Enquanto pais derem armas de brinquedo ou reais a seus filhos do sexo
masculino e incentivarem neles a competitividade e o individualismo tão
amplamente disseminados socialmente, ao invés da solidariedade; enquanto
não for permitido aos homens expressarem suas fragilidades, sem que isso
signifique a perda de sua masculinidade, estar-se-á contribuindo para a
reprodução e perpetuação desse estado de coisas e os jovens continuarão
morrendo pelas armas e pelo trânsito. Contraditoriamente, esses são os
mesmos meios aos quais aspiram desesperadamente como forma de terem
uma vida e uma identidade reconhecidas.
Para finalizar é importante ressaltar que muito ainda precisa ser investigado,
tanto em termos conceituais como de fatores determinantes e de risco para a
maior compreensão da intrincada dinâmica das relações entre masculinidade e
violência. Um dos pontos que necessita ser aprofundado é a própria noção de
risco com a qual as diferentes disciplinas trabalham.
Como bem lembram Minayo et al. O conceito de risco não tem fronteiras
acadêmicas definidas e pode ser abordado tanto pela epidemiologia (sendo um
de seus conceitos centrais) como pela sociologia, ciências políticas, economia
e antropologia.
128
autores da antropologia como Connors defendem que a vivência do risco e sua
percepção são negociadas na rede de relações sociais. Os comportamentos de
risco são frutos das interações sociais e é neste campo que as estratégias de
prevenção deveriam atuar. Convém salientar que nessas negociações
precisam ser incluídas as identidades e as práticas de gênero, pois,
parafraseando Morelba, a discussão sobre gênero e violência é a via para uma
cultura mais igualitária.
129
que está gasto, ou que não adéqua-se à realidade presente. Ao contrário, a
palavra “idoso” traduz uma série de valores ainda considerados como
importantes, como experiência, sabedoria, tranquilidade, paciência. A velhice (e
todos os seus estereótipos) é transferida para o outro.
Uma das justificativas que os idosos apresentam para não serem classificados
como velhos é a da lucidez, ou seja, enquanto estão lúcidos (não perderam as
noções de tempo, espaço, reconhecem as pessoas que o cercam, etc.) não
podem ser descritos como velhos.
A velhice não depende da idade cronológica, mas sim das atitudes que o
indivíduo tem perante as circunstâncias da vida. É o que os idosos descrevem
como “estado de espírito”. Desta forma, o fato de ser considerado “velho”
depende de fatores subjetivos, que se traduzem por atitudes pessimistas e
derrotistas.
Um outro ponto que caracteriza uma pessoa como “velha” é a sua capacidade
de exercer uma atividade laborativa. Isto, em outras palavras, significa que: se
podem trabalhar ainda, se conseguem ainda manter o seu sustento e se não
são um “peso” para seus familiares, então, não podem ser considerados como
velhos.
Seriam os bens materiais a via para se alcançar uma boa qualidade de vida?
Sem dúvida, alguns bens materiais (em seu sentido genérico, que incluem as
artes, a diversão e o lazer) e o seu consumo são indispensáveis para atender
130
às necessidades humanas, visto que, sem eles, o desgaste físico ao qual
estamos sujeitos em nosso cotidiano, oriundo de uma maior carga de trabalho,
reduziria a nossa qualidade de vida. Sem mencionar o fato de que estaríamos
sendo privados do prazer proporcionados por eles.
Mais uma vez, deve-se reforçar que não se está sugerindo aqui que os bens
materiais, que facilitam a vida do homem, sejam dissociados do conceito de
bem-estar, muito pelo contrário, “as pessoas sequer podem ser, para não falar
em ter bem-estar ou uma boa vida, se não dispõem de certos bens”. O que se
busca enfatizar é que não é só através do consumo, incitado a todo instante
pelos meios de comunicação, que o homem pode alcançar o bem-estar, a
felicidade. Até mesmo porque a felicidade proporcionada por determinado bem
material é momentânea se for fruto apenas de um consumismo compulsivo.
Por que é importante para a área de Saúde Pública explorar temas como a
“qualidade de vida”? Em resposta, podemos afirmar que tudo aquilo que se
refira ao ganho de bem-estar e, consequentemente, da melhoria da qualidade
de vida vai estar relacionado à saúde das pessoas. Neste sentido, Dejours
destaca que “quando temos uma doença, esta tem momentos de evolução, de
crises, que não acontecem a qualquer momento da vida. Elas ocorrem
justamente em momentos precisos, quando se passa alguma coisa no plano
psíquico, no plano mental, no plano afetivo”. Em virtude deste fato, o ganho de
bem-estar pode proporcionar a diminuição das doenças psicossomáticas
(relacionadas à tristeza, à melancolia, ao stress etc.), traduzindo-se, portanto,
em melhoria da qualidade de vida.
131
A OMS, por exemplo, define “saúde” como um estado de completo bem-estar
biopsicossocial. Contudo, devemos destacar que esta definição mostra-se
insuficiente, pois não podemos afirmar que exista uma condição de total bem-
estar. O bem-estar não é um estado estável que, uma vez conseguido, possa
ser mantido indefinidamente. Em nossas vidas existem ciclos, momentos de
bem-estar, momentos de angústia, momentos de sofrimento. Dejours afirma
que “não há um estado de bem-estar e de conforto, mas há, (...) fins, objetivos,
desejos, esperanças”. Estamos, portanto, constantemente desejando alcançar
a melhoria da nossa qualidade de vida, através de ganhos adicionais de bem-
estar.
Além disso, devem ser salientadas outras consequências que surgiram neste
processo de globalização, como o acirramento dos embates entre os próprios
trabalhadores, através do aumento da competitividade que, em última
instância, causa o rebaixamento dos salários (já que a oferta é maior do que a
procura), desencadeando a pauperização de grandes contingentes operários.
Vaitsman assinala que a globalização da economia, o desenvolvimento de
novas tecnologias de trabalho e a unificação do mercado mundial trazem como
consequências mudanças no que se refere à igualdade social, à fragmentação
social, à favelização das cidades e à exclusão social. Ademais, a violência
apresenta-se como um fator decorrente da precarização das condições sociais.
132
globais que ocorrem atualmente que afetam diretamente milhões de vidas. A
globalização é um deles, pois altera a relação das pessoas com o trabalho e
com o meio ambiente. Além disso, acentua as desigualdades sociais e a
pobreza, contribuindo, desta forma, para a diminuição da qualidade de vida de
grandes contingentes populacionais.
Uma primeira definição para qualidade de vida vem atrelada ao estar no mundo
com os outros, ou seja, ela depende intimamente do relacionamento com o
outro e do convívio familiar.
133
Um outro ponto que deve ser destacado em relação à qualidade de vida diz
respeito tanto às condições financeiras quanto às de saúde. Muitos idosos
associaram diretamente uma vida com qualidade às condições materiais.
134
aposentadorias e pensões. Este fato configurou-se como o maior movimento
organizado de expressão nacional nas últimas décadas.
135
ocupacional, bem como nas relações sociais ou interpessoais. Quando
acompanhados por evidências de comportamentos compulsivos ou abstinência
e tolerância, deve ser considerado um diagnóstico de Dependência de Álcool.
Zago aponta para estudos que têm atribuído as causas do alcoolismo a fatores
individuais, culturais e sociais e até mesmo a interação desses fatores. Tais
estudos vêm ao encontro da proposição de teorias biológicas,
comportamentais, psicológicas, psicodinâmicas e socioculturais, acerca da
etiologia do alcoolismo, entretanto, sem conclusões definitivas, já que não há
um consenso entre os pesquisadores sobre um fator determinante para uma
explicação causal.
136
ritmo circadiano, doença vascular-encefálica, seqüelas neurológicas, entre
outras complicações ocasionadas pela ingestão de álcool.
137
Nos estudos empíricos, no delineamento de estudos de caso, as relações
objetais, ansiedades e mecanismos defensivos, religiosidade e sistema familiar
foram abordados.
138
No delineamento de estudo de grupos, a maioria dos resumos revisados
referiam-se a pesquisas com pacientes em tratamento, tais como a auto-ajuda,
principalmente com os grupos dos Alcoólicos Anônimos; tratamento
farmacológico destacando-se os efeitos da carbamazepina-buspirona; o
tratamento psicoterápico, ressaltando a possibilidade de tratamento
psicanalítico para alcoolistas, a orientação familiar, as intervenções
motivacionais breves e outras modalidades terapêuticas não especificadas; o
tratamento psiquiátrico; a prevenção, por meio da inserção do psicólogo em
ações educativas e preventivas ao uso de álcool e outras drogas, a
conscientização com vistas à redução de danos e de recaídas;
reabilitação/enfrentamento; técnicas de avaliação psicológica, com a utilização
de instrumentos para análise e validação; outras modalidades de tratamento,
dentre as quais estão as assistências médicas e de enfermagem.
139
do consumo, crescimento da violência relacionada ao abuso, inclusive
acidentes, conseqüências no trabalho, como aumento do absenteísmo e queda
na produtividade.
140
É uma doença em que se deve considerar fatores biológicos, sociais,
comportamentais e de estilo de vida, e que também se expressa em função da
vulnerabilidade do indivíduo. A pessoa vista primeiro como tal e depois como
um quadro psicopatológico, precisa ser percebida em um contexto maior, que
envolve a própria família e a comunidade.
141
abusivo de drogas, que traz riscos à saúde e à vida das pessoas, podendo
chegar à overdose e morte.
142
intercorrências que requeiram atenção médica de emergência. Familiares
também devem ser informados sobre o tipo e dose de medicação que o
paciente deve tomar, além dos cuidados que isto envolve e riscos no uso de
dosagem errada. Deve ser enfatizada a importância de abstenção do uso do
álcool, para que o tratamento seja efetivo.
143
familiares, a situação de emprego e o nível de relação com a comunidade.
Neste espaço o profissional lida com situações comuns daquela comunidade e,
ao identificar situações incomuns, faz os devidos encaminhamentos; como
clínico habilidoso, busca recursos de aprendizado e procura estudar os temas
da sua área de atuação, bem como as formas de intervenção mais atualizadas
e eficazes.
144
principal de intervenção, respondendo por 40% da possibilidade de adesão e
continuidade à proposta de tratamento.
A captação dos pacientes para tratamento se faz a partir das visitas dos
agentes comunitários e também da busca espontânea nas unidades de saúde.
A inscrição no Programa é feita pela enfermagem, seguida pelo atendimento do
médico generalista e, posteriormente, pelo especializado. Este último conforme
indicação e em ambulatório credenciado ao SUS.
145
O enquadramento do grau de severidade da síndrome da abstinência segue os
critérios descritos na tabela abaixo, que também descreve o fluxo de
encaminhamento, conforme o Consenso Sobre a Síndrome de Abstinência do
Álcool (SAA) e o Seu Tratamento.
SÍNDROME DE ABSTINÊNCIA
2. Grupos de auto-ajuda
2. Grupos de auto-ajuda
3. Ambulatório especializado
CO-MORBIDADES
146
psiquiátrico geral, que possam ser exacerbadas no processo de
desintoxicação, devem ser criteriosamente avaliadas. As condições graves ou
complicações devem ser tratadas em ambiente hospitalar especializado e a
família deverá receber orientação a respeito do transtorno.
ATENDIMENTO CLÍNICO
147
A disponibilidade de atendimento e acompanhamento durante a desintoxicação
é fundamental para a boa condução do tratamento. Mesmo a desintoxicação
requer pronto acesso em casos de necessidade de intervenção clínica ou
orientação diante de intercorrências. Nas USF, a disponibilidade de
atendimento domiciliar é maior do que nas unidades básicas, mas a
possibilidade de ter acesso ao médico deve ficar clara para o paciente que se
submete à desintoxicação em qualquer circunstância, quer na unidade de
saúde ou no serviço de pronto-atendimento.
148
O dependente necessita receber assistência psicológica e redefinir seus
hábitos diários, pois para reorganizar a vida psíquica, que o uso da droga
compromete, começa-se pelas pequenas coisas da vida prática.
149
Nesse sentido, sendo as pessoas com suas respectivas necessidades os
recursos que mais influenciam os resultados da empresa, presume-se que a
administração desses recursos deva ser prioritária quando comparada aos
recursos técnicos, permitindo atingir os objetivos empresariais.
150
Na verdade, ambas as teorias tinham por preocupação a busca da eficiência
das organizações.
Embora, em sua obra, Taylor fale sobre alguns métodos por ele empregados, a
essência de seu trabalho está em seus três princípios: da análise científica do
trabalho, da adequada seleção e treinamento dos trabalhadores e do
planejamento e controle do trabalhador por parte da gerência.
Seguindo suas proposições, Fayol, Gilbreth e Gantt, cada qual com uma área
de atuação específica, formulam métodos e teorias que se perpetuam e
concretizam a “administração científica do trabalho”.
Sem romper com a Escola Clássica, Mayo propõe o uso da psicologia social,
através d meios dados pela psicologia industrial aplicada ao trabalho, visando
mais à formação que à seleção dos indivíduos, valorizando símbolos de
prestígio.
151
o segundo, por fomentar o homem sem decisão e movido unicamente por
interesses econômicos.
152
autocrática do
trabalho
Treinamento e assessoria no Educação pré- Treinamento e educação ao longo da vida
desenvolvimento trabalho e
Treinamento
(instruções no
trabalho)
Ergonomia Bases puramente Projeto baseado em considerações
tecnológicas para o humanas e tecnológicas
projeto de
máquinas e
equipamentos
Condições de trabalho Bases puramente Um sistema que considere as
econômicas para o necessidades e aspirações humanas
planejamento tanto quanto as necessidades
empresarial econômicas
Quadro 1
Classes fundamentais e suas mudanças para humanização do trabalho
Projeto do trabalho;
Organização da produção;
Participação nas decisões;
Treinamento e assessoria no desenvolvimento;
Ergonomia;
Condições de trabalho.
Níveis Organizacionais.
Eles devem saber se relacionar com outros gerentes e com seus subordinados,
resolvendo conflitos e motivando seus funcionários. Sua preocupação
normalmente é com o médio prazo.
As questões que abordam este tema são normalmente fáceis. Vamos analisar
agora uma questão sobre este tópico:
154
(B) estratégico, tático, operacional.
Questão bem tranqüila! Como vimos acima, o nível mais alto hierarquicamente
é o estratégico, seguido do tático e do operacional! O gabarito é letra B
Treinamento Benefícios
CULTURA
RESPONSABILIDADE SOCIAL
Gestão da cultura (valores
compartilhados) Balanço social
Bergamini define motivação como uma "força propulsora" que leva o indivíduo
a satisfazer suas necessidades e desejos. A motivação no trabalho leva os
recursos humanos, além de buscarem satisfações pessoais, a realizarem os
objetivos da organização. Motivação é, assim, uma "energia interna", algo que
vem de dentro do indivíduo, fazendo com que este se coloque em ação.
155
Segundo Hersey & Blanchard, "a motivação das pessoas depende da
intensidade dos seus motivos". Os motivos podem ser definidos como
necessidades, desejos ou impulsos oriundos do indivíduo e dirigidos para
objetivos, ou seja, são os porquês do comportamento das pessoas. Por isso,
ao pretender influenciar o comportamento de uma pessoa, precisa-se primeiro
conhecer os motivos ou necessidades que são mais importantes para ela
naquele momento.
156
simples membro do grupo, têm necessidade de estima, tanto de auto-estima
como de reconhecimento por parte dos outros. Estando adequadamente
satisfeita a necessidade de estima, começa a predominar a necessidade de
auto-realização, ou seja, a necessidade de maximizar seu próprio potencial ou
o desejo de tornarem-se aquilo de que são capazes. As necessidades da base
da pirâmide se manifestam primeiro e não há simultaneidade.
157
A teoria de Maslow (ou teoria da hierarquia das necessidades) não se presta a
um tratamento único dado a todos os funcionários, pois cada um estará (ou
poderá estar) em um nível de necessidades diferente dos demais. O que
motivará um estagiário não deverá funcionar com um diretor da empresa com
20 anos de casa.
A teoria dos dois fatores de Herzberg. A teoria dos dois fatores de Frederick
Herzberg é uma das mais importantes no estudo da Administração, ela
basicamente diz que os fatores que levam à satisfação são diferentes dos que
levam à insatisfação, portanto o nome da teoria: dois fatores
158
(satisfação). A hipótese proposta foi verificada. Os fatores que levaram à
satisfação contribuem muito pouco para a insatisfação profissional.
Inversamente, os insatisfatórios contribuem muito pouco para a satisfação
profissional.
159
Herzberg formulou uma teoria com aplicação específica para as atitudes no
trabalho que podem ter relação com certos aspectos do potencial humano no
trabalho. A teoria de higiene como motivação das atitudes no trabalho iniciou
com um profundo estudo de entrevistas com mais de 200 engenheiros e
contadores representando a indústria de Pittsburgh (Estados Unidos).
160
vida pessoal: questões familiares como problemas de moradia, salário e
outros tipos de problemas;
status: mudança de posição (cargo) dentro da companhia;
segurança: os indivíduos demonstraram preocupação com questões
como tempo de serviço, estabilidade e instabilidade de emprego.
161
que não há equidade, ele poderá ficar desmotivado ou insatisfeito, e isto terá
reflexos em sua forma de se relacionar com a organização e com ela contribuir.
162
vai tratar os subordinados de modo mais rígido e será autocrático (decidirá
tudo sozinho), pois acha que o empregado não gosta de assumir
responsabilidades e não consegue tomar decisões! Não delegará
responsabilidades porque acha que os funcionários são dependentes. Esta
visão seria “antiga”, e mais adequada a uma organização em um ambiente
estável e com um modelo burocrático de gestão.
8- LIDERANÇA- TEORIAS
A teoria dos traços é uma teoria mais antiga de liderança. Ela diz que existem
traços, características natas do indivíduo, que o habilitam a exercer a liderança.
Hoje, sabe-se que esta teoria é infundada, pois não existe um único estilo de
liderança que seja, por natureza, superior aos demais.
163
A liderança autocrática é aquela em que as decisões são tomadas unicamente
pelo líder, sem a participação da equipe no que se refere às decisões. O líder
centraliza todas as decisões, sem pedir a participação dos seus subordinados.
Este líder determina como o trabalho será feito, quem o fará, quando o fará,
etc. A participação dos funcionários no processo é limitada!
164
Cada uma das dimensões é avaliada por meio de uma escala de 1 a 9,
contendo 81 posições para o estilo de liderança. As cinco posições chaves que
Blake e Mouton identificaram foram:
165
Líder meio‐termo (5.5): o líder mantém uma eficiência da produção razoável e
um moral satisfatório.
Líder‐equipe (9.9): Segundo Blake e Mouton, esse é o estilo mais eficaz para
uma organização! O líder se esforça tanto para obter eficiência na produção,
como em manter seus funcionários motivados e em constante
desenvolvimento.
166
mas ainda não tem maturidade suficiente para assumi-los sozinhas. O terceiro
estágio é denominado compartilhar (E3). As pessoas já conhecem bastante
do trabalho e já têm vontade e competência para tomarem decisões sozinhas.
Nesta fase, o líder e a equipe tomam as decisões juntos, compartilhando
responsabilidades. O quarto e último estágio é o delegar (E4). Nele, o
liderado já tem maturidade suficiente para tomar as decisões sozinho (M4), ou
seja, o líder delega ao liderado as decisões a respeito de como, onde e quando
os trabalhos serão realizados.
167
Liderança transacional é aquela onde existe uma relação de troca entre líder
e subordinado. Seu nome vem exatamente desta troca, de transação! O líder
define as metas que devem ser alcançadas e promete os “prêmios” caso os
objetivos sejam atingidos.
Existe uma via de mão dupla neste tipo de liderança. Há um estímulo mútuo,
em que ambas as partes se incentivam para que façam um esforço extra, para
que o mais alto nível de motivação seja atingido.
168
A liderança transformacional é construída em cima das bases da liderança
transacional. Ela gera esforços e resultados acima dos que a liderança
transacional poderia atingir!
169
seguidor é marcado pela necessidade existente ou pela solicitação do seguidor
em potencial.
Este tipo de liderança se caracteriza pelo conhecimento, por parte do líder, das
necessidades intrínsecas do liderado para que aconteça a satisfação
motivacional que permite a ação.
O relacionamento individuo x organização nem sempre é cooperativo e
satisfatório, pois há conflito entre os objetivos a serem atingidos. Apesar disso,
há uma interdependência entre suas necessidades. Por isso, a interação entre
eles é dinâmica e complexa.
170
Em qualquer ramo de atividade, as pessoas formam o subsistema social,
enquanto o subsistema técnico inclui o fluxo de trabalho, as tarefas a serem
executadas e a tecnologia existente, as máquinas, os equipamentos, as
instalações, as técnicas de produção e a estrutura organizacional. Os
resultados dos negócios são influenciados, em grande parte, mais por fatores
sociais (interação, suporte, supervisão, etc.) do que por fatores técnicos
(equipamentos, materiais, etc.) e a produtividade e a Qualidade global da
empresa está relacionada à análise acurada do sistema de necessidades e
requisitos sociais e técnicos.
171
mecanismos de defesa: processo de comportamento usado quando o
feedback do comportamento original indica expectativas não
alcançadas".
Por outro lado, afirma Schein, "em muitos casos a percepção, os sentimentos e
as atitudes das pessoas, refletidos nos procedimentos informais, mostram uma
forte lealdade à subunidade à qual essas pessoas pertencem e são moldados
pelo tipo de trabalho que a subunidade executa".
172
MOTIVAÇÃO é a força que estimula as pessoas a agirem, tem origem em uma
necessidade e é conseqüência de necessidades não satisfeitas. A motivação é
específica: uma pessoa ode estar motivada para uma coisa e não para outra.
Possui uma relação determinante sobre o comportamento.
Bergamini define motivação como uma "força propulsora" que leva o indivíduo
a satisfazer suas necessidades e desejos. A motivação no trabalho leva os
recursos humanos, além de buscarem satisfações pessoais, a realizarem os
objetivos da organização. Motivação é, assim, uma "energia interna", algo que
vem de dentro do indivíduo, fazendo com que este se coloque em ação.
173
Numa visão humanística das organizações, pode-se afirmar que os objetivos
básicos de uma empresa incluem proporcionar uma vida condigna às pessoas
que integram e usufruem as ações empresariais, com disponibilidade plena de
informações, formação e qualificação adequadas às funções que irá exercer e
procedimentos motivacionais que atendam às suas expectativas - sem as quais
as ações das pessoas ficam prejudicadas, além da criação de ambientes de
trabalho adequados à ação humana, sem restrições, constrangimentos ou
riscos à integridade física ou psicológica de qualquer espécie. Desejam-se,
para o empregado, condições compatíveis com sua condição de elemento mais
relevante do processo e, simultaneamente, carente de um conjunto de ações
que possibilitem uma vida melhor para si e para sua família.
174
Para o autor, devem-se estabelecer critérios de priorização que podem ser, por
exemplo: número de clientes internos impactados; impacto do processo nos
resultados de venda da empresa; interface do processo com o cliente externo.
Dentro dessa visão, autores como Paladini propõem que se faça uma
subdivisão do ambiente empresarial, com o propósito de adequar as ações
empresariais para cada área da empresa.
175
Paladini propõe a divisão do ambiente empresarial em três segmentos,
utilizando os conceitos de ambiente in-line, ambiente on-line e ambiente off
line. O ambiente in-line representa o processo produtivo. O ambiente off line,
por sua vez, é o ambiente de suporte, ou seja, nele estão incluídas as pessoas
que não atuam diretamente no processo produtivo. A função de Marketing é um
exemplo disso.
"os funcionários do front office (aqueles que têm possibilidade de ter contato
com o cliente) necessitam de habilidades diferenciadas em termos de
176
relacionamento interpessoal com o cliente. Os funcionários do back room
certamente também necessitam de habilidades interpessoais para lidarem com
seus companheiros de trabalho e clientes internos, importantes para o bom
desempenho geral da empresa. Entretanto, devido ao aspecto crítico de estar
participando dos momentos de contato com o cliente, os funcionários do front
office devem normalmente ser mais bem preparados para o contato
interpessoal. Isto inclui aspectos tangíveis (como aparência) e intangíveis
(como amabilidade, prestatividade, competência, entre outros) ".
177
2- Gestão de pessoas por competências. Competência
interpessoal. Conceito e tipologia de competências.
Identificação e priorização de competências. Mapeamento de
perfis profissionais por competências. Avaliação de potencial e
banco de talentos.
CAPITAL HUMANO
178
Como conseqüência, o alinhamento da estratégia do negócio com a estratégia
de capital humano é fundamental para alcançar os objetivos organizacionais.
179
organização, criará um círculo virtuoso e desejado, que culminará na retenção
de talentos.
180
Ser um instrumento de comunicação das mensagens-chave de
atitudes, conhecimentos e habilidades esperadas em relação a cada
empregado.
CONCEITO DE COMPETÊNCIA
181
DIMENSÕES DE UM MODELO DE GESTÃO POR COMPETÊNCIAS
182
Educação e aprendizagem – treinamento de desenvolvimento: na maioria das
empresas, educação é uma das funções de RH que tem recebido maior
atenção, análise, expectativa e cobrança de resultados. A necessidade de
manter e ampliar o capital intelectual exige estratégias contemporâneas e altas
somas de investimento em desenvolvimento humano.
183
A gestão por competência direciona sua ação prioritariamente para o
gerenciamento do gap ou lacuna de competências eventualmente existente na
organização ou equipe, procurando eliminá-lo ou minimizá-lo.
184
Atitudes - Está relacionada ao modo como a pessoa lida com seus
sentimentos e maneiras de pensar e como estes afetam seu comportamento
em relação ao trabalho e seus colegas. Existem pessoas que gostam de
liderar, de comandar alguma ação. Outras não se sentem à vontade neste
papel, e terão dificuldade em assumir qualquer posição de chefia em uma
organização.
Até aqui falamos das competências pessoais, mas outros autores ligaram o
conceito de competência aos grupos ou organizações, como Prahalad e
Hamel, que consideram competência ("core competences" ou competências
essenciais) como a capacidade das empresas de agregar valor que é
percebido pelos clientes, de modo difícil de ser imitado por seus concorrentes,
gerando assim vantagem competitiva (a capacidade da Petrobrás de extrair
petróleo de águas profundas seria um exemplo).
185
exerceriam formalmente a liderança) e gerenciais (necessárias em ocupantes
de cargos de chefia e direção).
COMPETÊNCIA INTERPESSOAL.
186
recurso, por exemplo, ele pode ser considerado uma força para que o indivíduo
se capacite para, no futuro, não enfrentar o mesmo conflito. O conflito pode
ser inclusive necessário à evolução do ambiente organizacional. O
aproveitamento do conflito dependerá, entretanto, da forma como ele é tratado,
em especial pelos gestores.
187
Objetivos Conflitivos - Quando os objetivos da organização não são bem
desenhados, ou são ambíguos (Setor de vendas recebe bônus por vendas
maiores, mas setor de materiais recebe bônus por investimento em estoque
menor, por exemplo) existe uma chance grande de haver conflitos dentro da
organização.
Vamos ver agora uma questão recente da Cesgranrio sobre este tema?
(C) determinado grupo não consegue realizar tarefas a menos que outro grupo
realize a sua.
188
(E) a especialização de tarefas conduz ao estabelecimento de metas
concorrentes.
189
Segundo Kanaane, "o comportamento está vinculado de certa maneira às
normas e valores socialmente disseminados em dado contexto: o indivíduo
reage a determinadas situações, mas suas ações são também influenciadas
pelas circunstâncias presentes". Ainda, segundo o autor, "é preciso considerar
a existência de diferentes concepções do termo comportamento:
Por outro lado, afirma Schein, "em muitos casos a percepção, os sentimentos e
as atitudes das pessoas, refletidos nos procedimentos informais, mostram uma
forte lealdade à subunidade à qual essas pessoas pertencem e são moldados
pelo tipo de trabalho que a subunidade executa".
PESSOAS E ORGANIZAÇÕES
190
organizacional produtivo. Entretanto, nem sempre estes objetivos são
alcançados, pois inúmeros fatores permeiam as relações de trabalho e
influenciam na satisfação dessas necessidades. Dentre estes fatores, podemos
citar a própria subjetividade humana (motivações, interesses, valores, história
de vida, modo de se relacionar), ou seja, a singularidade de cada sujeito
influencia o grupo como um todo.
191
de venda da empresa; interface do processo com o cliente externo.
Cultura organizacional
192
Esta “personalidade organizacional” chamamos de cultura.
193
Controle – O grau com que regras, regulamentos e supervisão direta são
usados para inspecionar e controlar o comportamento dos empregados;
194
3. (CESPE – ANAL. GESTÃO PESSOAS‐ SERPRO – 2010) Os três níveis da
cultura organizacional são: artefatos observáveis, valores adotados e
pressupostos básicos.
195
11. (CESPE – CEARAPORTOS / ANALISTA ‐ 2004) Os níveis da cultura
organizacional podem ser divididos em valores casados, artefatos e certezas
tácitas compartilhadas. Quando se tem o primeiro contato com uma
organização, é possível perceber a cultura instalada por meio da observação
dos artefatos.
Gabaritos:
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14
C C C C E C E E E C C C C E
196
transmitidos ao longo do tempo que constituem uma característica própria de
cada empresa.”
Para esse autor a cultura organizacional pode ser dividida em um nível visível e
outro invisível. “No nível visível, estão os padrões e estilos de comportamento
dos empregados. No nível invisível, como um iceberg, estão os valores
compartilhados e crenças que permanecem durante um longo período de
tempo. Este nível é mais difícil de mudar.”
197
Heróis organizacionais: São modelos de papéis que personificam o sistema de
valores culturais e que definem o conceito de sucesso na organização,
estabelecendo um padrão de desempenho e motivando os integrantes da
empresa.
198
Em uma organização, pode haver subculturas (culturas específicas de algumas
áreas, ou de determinados grupos. Caso uma subcultura se oponha de forma
explícita à cultura organizacional, dizemos que ela é uma contracultura.
CLIMA ORGANIZACIONAL
Conceitos:
Logo, o clima não pode ser criado pela organização. Ele existe na organização
como um resultado de fatores internos: decisões tomadas, maneira como o
pessoal é administrado pelos chefes, percepção que tem da empresa.
199
Fatores externos: são externos à organização mas afetam muito as decisões
tomadas nela.
Pesquisa de clima
200
b. Promover treinamentos: para os pontos fracos.
c. Ampliar a comunicação: entre participantes, promovendo debate
sobre os resultados obtidos.
Comunicação interna
Salários e benefícios
Carga horária de trabalho
Condições de trabalho
Relações interpessoais
Relações gerenciais.
201
desafios, reconhecimento, realização, equidade, estilo de liderança,
oportunidades de carreira (crescimento profissional), participação em
programas de treinamento, bolsas de estudo, ambiente de aprendizagem, calor
humano, autonomia, estrutura, recompensas.
202
organizacionais além de ser um fator que influencia estas mesmas
variáveis.
Soares afirma que “O clima mapeia o ambiente interno que varia segundo a
motivação dos agentes. Aprende suas reações imediatas, suas satisfações e
suas insatisfações pessoais...”
203
passividade e aceitação dos grupos inferiores; o personalismo, que é
caracterizado pela sociedade baseada nas relações pessoais, a busca de
proximidade e afeto nas relações e o paternalismo; a malandragem incutida
no típico “jeitinho brasileiro” e a adaptabilidade e flexibilidade como meio de
navegação social; o sensualismo, caracterizado pelo gosto do erótico e do
social nas relações sociais; e, finalmente, o traço aventureiro que define o tipo
que tem aversão ao trabalho manual e metódico e é mais sonhador do que
disciplinado.
204
Pesquisar e analisar o clima e a cultura das organizações exige o
conhecimento da tecnologia indispensável para tal. Esta tecnologia engloba a
postura do pesquisador, o conhecimento de uma metodologia, a escolha de
técnicas apropriadas à investigação, a seleção adequada das categorias de
análise, o esclarecimento dos objetivos da pesquisa e o reconhecimento, da
gerência e colaboradores, no que se refere à importância da pesquisa para
uma intervenção pontual e eficaz.
205
Com esta medida garante-se também maior comprometimento e seriedade nas
pesquisas subseqüentes.
206
É inviável adotar um modelo de gestão, medidas em relação às políticas de
recursos humanos ou promover qualquer mudança organizacional se os
gestores não tiverem conhecimento de que todo o investimento pode ser em
vão se essa premissa não for considerada.
Socialização organizacional
Métodos de socialização:
Conceitos de cultura:
207
Normas informais e não escritas que orientam o comportamento dos
membros de ma organização e direcionam suas ações para a realização
dos objetivos organizacionais.
Conjunto de hábitos e crenças, estabelecidos através de normas,
valores, atitudes e expectativas compartilhados por todos os membros.
Espelha a mentalidade que predomina em uma organização.
Modelo de pressupostos básicos criado pelo grupo para lidar com
problemas de adaptação externa e integração interna.
Importante objeto estratégico: revela o comportamento e a tomada de
decisão de seus integrantes.
Valores: são princípios adotados pelos integrantes para determinar que ações
são ou não desejadas pelo grupo. Elas podem ser:
Fluxograma de Schein:
Respostas
aprendidas
PRESSUPOSTO
SOLUÇÃO
208 SUBJACENTE
uma que produz como as
coisas são
realmente
209
1. Artefatos – É o primeiro nível, o mais superficial. Basicamente é tudo o
que percebemos assim que temos contato com uma organização.
Dentro deste nível temos os produtos, padrões comportamentais, o
vestuário, o espaço físico, os símbolos, os logotipos, a linguagem, a
tecnologia, prédios e instalações, produtos e serviços.
2. Valores e crenças – Relacionados com a crença no que é certo ou
errado dentro da organização. Existe em um nível consciente e são
utilizados para explicar e justificar o comportamento dos integrantes.
Podem ser percebidos nas histórias, lendas, na linguagem e nos
símbolos que as pessoas dizem ou fazem cotidianamente, filosofias,
estratégias e objetivos.
3. Pressuposições básicas – São as verdades inquestionáveis. Valores tão
arraigados que nem mais são explicitados. São as fontes originais dos
valores. É o nível mais profundo e difícil de ser mudado. Como os
valores, podem ser percebidos nas histórias, lendas, na linguagem e nos
símbolos. Crenças inconscientes, percepções e sentimentos, concepção
da natureza humana e pressuposições predominantes.
4. Padrões de comportamento – tarefas, processos de trabalho, normas e
regulamentos. ( não é classificado pelo autor).
Todas as organizações têm cultura, mas nem toda organização tem uma
cultura forte.
Uma cultura forte é aquela nas quais os valores principais são respeitados e
compartilhados. O tamanho da organização, a rotatividade dos funcionários e o
tempo de existência são fatores que tornam a cultura forte ou fraca.
210
Estudos indicam que a cultura forte tem um poder maior de influenciar o
comportamento dos seus funcionários e geram um desempenho superior para
a organização.
Existem várias maneiras de uma cultura poder ser transmitida dentro de uma
organização. Dentro destas maneiras estão as histórias, os rituais, os símbolos
e os slogans.
Eles servem não só para transmitir a cultura, mas para podermos identificar e
interpretar a cultura de uma organização. De acordo com Sobral os principais
elementos são:
211
Rituais – Referem‐se às atividades repetidas que expressam e reforçam os
valores-chave da organização. Os rituais de socialização correspondem às
estratégias de integração do indivíduo na organização, tornando possível a
transmissão de valores e comportamentos para novos membros. Os programas
de treinamento e integração de novos funcionários desempenham este papel.
212
organização! Podem existir subculturas. Grande parte das grandes
organizações possui uma cultura dominante e algumas subculturas.
Disfunções da Cultura.
Até agora não analisamos se uma cultura é boa ou ruim. Muitas de suas
características podem ser vantajosas. A cultura traz uma estabilidade ao
sistema social na organização, proporciona um sentido de identidade aos
integrantes da organização e proporciona um comprometimento com algo
maior do que os interesses pessoais.
213
Barreiras às aquisições e fusões – a maior dificuldade que duas
organizações costumam encontrar ao ocorrer uma fusão ou aquisição é como
conciliar duas culturas diferentes (principalmente quando elas são grandes!).
Normalmente só eram considerados os fatores financeiros ou quais os
produtos envolvidos, mas atualmente os fatores culturais passaram a ser
considerados.
214
6. (CESPE – TCU/ ACE GESTÃO DE PESSOAS – 2008) De acordo com Beyer
e Harrison, os ritos servem para confirmar os valores da organização e
envolvem seis tipos básicos: de passagem, de degradação, de confirmação, de
reprodução, de redução de conflitos e de integração.
215
14. (CESPE – MIN.COMUNICAÇÕES / ADMINISTRAÇÃO ‐ 2008) As culturas
organizacionais caracterizam‐se mais conservadoras ou mais flexíveis,
dependendo da receptividade à mudança de seus valores e de suas
pressuposições básicas.
Gabaritos:
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14
C C C E C C E C C E E E E C
216
De onde vem a cultura de uma organização?
Posturas empresariais
217
A equipe participa da seleção por meio de entrevistas e/ou dinâmicas de
grupos, sempre tendo o perfil de competências requeridas como referência de
comparação. Podem ser aplicadas provas situacionais e testes específicos.
218
níveis de proficiência nas competências, comprovada através de um processo
de avaliação de competências.
AVALIAÇÃO DE DESEMPENHO
219
Os resultados das avaliações, com base nos perfis das competências,
fornecerão inputs
220
9 DESENVOLVIMENTO E TREINAMENTO DE PESSOAL:
LEVANTAMENTO DE NECESSIDADES, PROGRAMAÇÃO,
EXECUÇÃO E AVALIAÇÃO.
TREINAMENTO/EDUCAÇÃO
TREINAMENTO EDUCAÇÃO
221
pantes no final dos programas. amplamente debatidas na
organização. A direção considera o tema
estratégico
empresariais e às de desenvolvimento
resultados.
222
autoridade condicionava a avaliação. indicadores de desempenho
esperados
os resultados.
MODALIDADES ESTRATÉGICAS
223
colaboradores, parceiros estratégicos etc. Identifica a distância entre a situação
real e a desejada e desenvolve plano de mobilização para todos.
224
TREINAMENTO E DESENVOLVIMENTO
225
cursos, seminários, workshops e consultores especializados em
autoconhecimento. Conhecer-se passou ser a chave da virada para o sucesso
profissional e a realização pessoal.
..."As pessoas desenvolvem o orgulho quando sentem que seu trabalho tem
um significado especial. E para se sentirem assim, os empregados precisam
acreditar que fazem a diferença e devem ter um senso de propriedade em
relação ao produto ou serviço que realizam. Além disso, precisam perceber que
estes têm algum significado para outros", argumenta Levering, ressaltando que
226
uma das formas que os executivos da empresa podem cultivar essa atitude é
ajudando os empregados a enxergar como suas tarefas se encaixam no
contexto da organização e como os clientes usam os produtos. O último fator
que afeta a qualidade do ambiente de trabalho, apresentado por Levering, é a
camaradagem que representa, segundo ele, a forma como cada funcionário se
relaciona com o outro no trabalho. "As pessoas precisam de aceitação,
compreensão, apreciação e diversão em suas interações pessoais com os
colegas", afirma. De acordo com Levering, a camaradagem pode ter um grande
impacto na cooperação entre os funcionários, sendo que "em alguns dos
melhores lugares para se trabalhar as pessoas se sentem como integrante de
uma família e em outros como parte de um mesmo time", finaliza.
CICLO DE TREINAMENTO
Relatório do Elaboração do
treinamento programa de
treinamento
Marras comenta também que: “Estrutura Staff caracteriza-se por não executar
e não comandar na pirâmide organizacional. Sua ação está limitada a
influenciar e aconselhar as unidades de linha”.
228
A organização alcançou seus objetivos estratégicos e táticos?
Marras fala sobre alguns dados que poderão servir como avaliação do
resultado do treinamento:
Aumento da produtividade
Otimização da eficiência
Otimização da eficácia
Redução do absenteísmo
229
para novas funções e adaptação da mão de obra à introdução de novas
tecnologias no trabalho. O conceito de “Desenvolvimento” (D), na literatura
clássica da área, é compreendido como mais abrangente, incluindo ações
organizacionais que estimulam o livre crescimento pessoal de seus membros,
que não visam necessariamente à melhoria de desempenhos atuais ou futuros.
230
As noções de sistematização, de tecnologia e de intencionalidade, que
pareciam mais restritas ao conceito de “Treinamento”, podem ser sorvidas pelo
conceito de “Desenvolvimento”, quando este é hoje posto em prática como
estratégia organizacional e num contexto de grande competição por trabalho e
emprego. Da mesma forma que as chamadas aprendizagens individual e
organizacional precisam coexistir num mesmo espaço de tempo e lugar, T & D
parecem estar intimamente relacionados e seus conceitos podem estar
perdendo as claras fronteiras que os separavam há menos de duas décadas.
231
estão sendo usados pelas empresas e organizações como estratégia
organizacional. Verifica-se que, apesar de diferentes conceitualmente, as
ações de TD&E, instrução e informação, quando usadas adequadamente e em
conjunto, visam promover e acelerar o processo de aprendizagem nas
organizações. As diferenças entre elas, na verdade, são as vantagens
específicas que cada ação pode oferecer para a organização.
T & D podem ser vistos como um sistema, integrado por três elementos:
Hamblin propôs que uma avaliação de treinamento deveria seguir cinco níveis:
(I) reação, que levanta atitudes e opiniões dos treinandos sobre os diversos
aspectos do treinamento, ou sua satisfação com o mesmo;
232
(IV) organização, que toma como critério de avaliação o funcionamento da
organização, ou mudanças que nela possam ter ocorrido em decorrência do
treinamento, e
(V) valor final, que tem como foco a produção ou o serviço prestado pela
organização, o que geralmente implica em comparar custos do treinamento
com os seus benefícios.
233
De acordo com MARRAS, o treinamento tem como finalidade melhorar o
desenvolvimento profissional do ser humano na organização e no desempenho
das suas funções. É um processo que visa à preparação e ao aperfeiçoamento
das habilidades e dos conhecimentos dos funcionários de uma organização.
“Treinamento é um processo de assimilação cultural a curto prazo, que objetiva
repassar ou reciclar conhecimento, habilidades ou atitudes relacionadas
diretamente à execução de tarefas ou à sua otimização no trabalho”
234
É importante lembrar que o treinamento tem a responsabilidade de atingir
níveis de desempenho estabelecidos pelas organizações, através da
continuidade do seu desenvolvimento.
235
Treinamento Informal – Não estruturado, não planejado e facilmente adaptável
às situações e aos indivíduos – serve para ensinar habilidades e manter os
funcionários atualizados.
236
normas de trabalho de um dos seus contratos. A empresa vai treinar apenas os
empregados lotados naquela empresa, pois eles são os responsáveis pelo
serviço prestado.
Com base neste exemplo, podemos perceber que houve a verificação de quem
e o que deveria ser treinado.
Programa de Conhecimento.
Treinados Atitudes.
treinamento.
recursos orga- Processo de Habilidades.
aprendizagem Eficácia
nizacionais organizacional
individual
Retroação
Avaliação dos
resultados
237
O levantamento das necessidades de treinamento deve ser contínuo dentro
das organizações, pois as mesmas devem se adequar às constantes
mudanças do mercado.
PLANEJAMENTO
Todo o processo deve ser realizado após definição dos meios a serem
utilizados. Busca-se definir os recursos necessários para a aplicação do
treinamento, utilizando as seguintes perguntas:
238
* Quem será o instrutor?
EXECUÇÃO DO TREINAMENTO
239
Treinar é “O ato intencional de fornecer os meios para proporcionar a
aprendizagem” comenta CHIAVENATO e Mendes acrescenta: “Treinar significa
garantir que seu processo e seu funcionário, te darão toda a segurança e
retorno desejado. É a garantia certa de que tudo irá correr de acordo com o
previsto.”
AVALIAÇÃO DO TREINAMENTO
Entende-se que o que mais importará para a organização é estar ciente do tipo
de retorno que o programa de treinamento irá trazer para a empresa. Portanto,
ao terminar um treinamento deve-se avaliá-lo para saber se ele trouxe
realmente retorno para a empresa.
240
Esta etapa é de grande importância para a organização, pois caso as metas
não sejam alcançadas, as etapas de treinamento deverão ser revistas e o
treinamento novamente realizado, para o atendimento eficaz de suas
necessidades.
A resposta sobre o que medir passa por uma outra decisão, pois se pode obter
uma medida global, com um único item, ou múltiplas medidas de reação, que
241
direcionam o foco do respondente para distintos aspectos do treinamento. O
uso de um item, como indicador global, apresenta riscos quanto à sua
confiabilidade. O uso de vários itens pode ser muito facilitado por um quadro de
referências que guie a elaboração de questões que cubram apropriadamente
todos os aspectos do treinamento a serem considerados. O Modelo de
Avaliação Integrado e Somativo – MAIS tem servido bem a esse propósito, pois
sua base teórica privilegia justamente os aspectos instrucionais e
administrativos que geralmente produzem reações nos treinandos. Ele sugere
que uma avaliação deve considerar múltiplas variáveis, classificadas em cinco
componentes: insumos, procedimentos, processos, resultados e ambiente (com
quatro subcomponentes). Componentes e subcomponentes que são vizinhos
(separados por linhas contínuas ou pontilhadas), principalmente no sentido
esquerdo - direito, seriam aqueles em que haveria maior probabilidade de
existirem relações de dependência.
242
O modelo MAIS se encerra com o componente ambiente, que é divido em
quatro subcomponentes: necessidades existentes no ambiente de trabalho e
que geralmente são definidas como lacunas ou discrepâncias entre
desempenhos esperados e apresentados, podendo influenciar os insumos;
apoio, que abrange variáveis no lar, na organização ou na comunidade, que
influenciam diretamente os insumos, procedimentos e processos, e
indiretamente a aprendizagem e os resultados a longo prazo (e.g., instalações,
proporção treinando/ instrutor, suporte social para transferência do aprendido
ao trabalho); disseminação, que arrola outros aspectos que podem contribuir
para a procura ou escolha do treinamento, tais como os meios e estratégias
usados para sua divulgação e resultados a longo prazo, ou as conseqüências
ambientais do treinamento medidas após algum tempo, estando neles inseridos
os níveis III a V propostos por Hamblin.
A construção dos itens, para mensuração das reações, é feita com base no
quadro de referências oferecido por esse modelo e levando em consideração
as peculiaridades do contexto organizacional e do sistema de “T & D” em
funcionamento.
243
Experiências bem documentadas e com indicadores apropriados de validade
de construto (usando análises fatoriais) e de confiabilidade (calculando alfas de
Cronbach) foram feitas na Telebrás, e no Tribunal de Contas da União (TCU).
Eles provocam resistências mesmo nas aplicações de teste dos mesmos, até
que as análises dos primeiros dados obtidos possam sugerir o que eliminar.
Como medir? Isso pode ser feito com registros de observação. Ou com
questões fechadas ou abertas. As experiências têm sido com lápis e papel, o
que exige um certo nível de escolaridade dos respondentes, e quase sempre
questões fechadas, o que limita as chances de serem detectadas ocorrências
não previstas, mas reduz o tempo de análise e aumenta a confiabilidade dos
resultados.
Os questionários geralmente incluem uma questão aberta, que exige uma
análise de conteúdo trabalhosa, utilizando-se um conjunto de categorias com
base no próprio MAIS. As análises quantitativas e qualitativas têm usualmente
um alto grau de correspondência, já que as várias questões fechadas podem
244
influenciar o que é escrito nas questões abertas. Isto é, na verdade, um outro
problema de mensuração.
245
desempenho de cada treinando, devem ser fornecidos pelo desempenho do
grupo de treinandos ou pelos desempenhos explicitados nos objetivos do
treinamento? No primeiro caso, a construção dos itens é geralmente feita a
partir de uma amostragem dos conteúdos do programa, enquanto no segundo,
o item é deduzido diretamente dos objetivos formulados. O primeiro vem de
uma tradição de seleção: procuram-se os mais aptos. O segundo vem de uma
tradição de ensino: deseja-se determinar quem aprendeu. Embora a resposta
pareça óbvia, pois a finalidade imediata de um treinamento é a aprendizagem,
o fato de que muitos treinamentos não possuem objetivos formulados em
termos de desempenho impede que a segunda tradição seja seguida. Então,
elabora-se um conjunto de itens baseado numa amostragem do conteúdo
incluído no programa. Assim, o controle do processo dificilmente fica nas mãos
do avaliador, passando para as do especialista em conteúdo, o que impede
uma apropriada construção e análise de itens.
246
não tiveram acesso aos processos de construção e análise dos itens, nem
controle sobre os mesmos. Não tendo sequer conseguido essas medidas, mas
podendo contar com objetivos de treinamento formulados em termos de
desempenho, Borges- Andrade, Morandini e Machado e Lima e Borges-
Andrade recorreram a auto-relatos de aprendizagem, em que listavam os
objetivos de ensino e solicitavam aos respondentes que julgassem sua
aquisição durante o treinamento.
A não ser pelo fato de terem verificado consistência interna entre esses
julgamentos, seus resultados não foram mais animadores, pois foram auto-
avaliações “pós-fato”.
247
(4) Quem deve fornecer os dados? - Treinandos, supervisores, colegas ou
clientes?
A decisão sobre “o que medir” é tomada após uma análise dos objetivos
formulados para o treinamento. Na maioria dos casos, essa análise sugere que
o foco permaneça em comportamentos, mas há também situações em que ele
fica em resultados deduzidos a partir dos comportamentos descritos nos
objetivos. Estes, quando existentes, são freqüentemente escritos num nível de
especificidade apropriado para planejamento da instrução, mas
excessivamente detalhado para uma avaliação no cargo. Uma eliminação dos
detalhes ou dos objetivos estritamente instrucionais é necessária, sendo que as
justificativas utilizadas para implementar o treinamento ou o diagnóstico de
necessidades realizado podem ajudar muito nessa decisão.
248
de seu conteúdo (técnicos, operacionais e gerenciais) e quanto à natureza das
capacidades ensinadas (habilidades intelectuais, informações verbais e
atitudes).
249
careciam de uma melhoria substancial, verificando-se, por exemplo, sua
validade de construto e confiabilidade.
Outro esforço foi realizado por Alves e Tamayo que não tomaram como base
os indicadores anteriores. Eles realizaram toda a construção de seu
instrumento a partir da opinião de treinandos e gerentes da Telebrás e
encontraram estruturas multifatoriais, incluindo dimensões tais como
motivação, relacionamento, autovalorização, atitude crítica e organização do
trabalho, a maioria delas com índices de confiabilidade (alfas de Cronbach)
acima de 0,80. Não existe registro, no entanto, de que esse instrumento tenha
sido posteriormente aplicado em outras organizações.
250
que se leve em conta medidas de comportamento no cargo específicas de
cada ambiente organizacional.
251
indevida. Além disso, a atual política de flexibilização ocupacional tem colocado
à prova as práticas de descrição de cargos e funções. Uma esperança, para os
que desejarem desenvolver medidas nesse nível de complexidade, é o
movimento de gestão de competências, que tem retomado essas práticas de
descrição.
252
Em culturas organizacionais mais tradicionais, pode não ser bem vista a
consulta a colegas ou clientes. A combinação de estratégias seria o ideal,
porque permitiria a verificação de diferenças e coincidências de opiniões. Mas
é ela que também exige mais recursos, pois demanda grande esforço de
coordenação na coleta de dados, para que a correspondência entre eles não
seja perdida, no momento da análise. Além disso, também a coleta cruzada de
informações pode não ser muito bem vista, se for interpretada como
desconfiança pelo avaliador.
253
construtores é “micro” demais, para ser levado em consideração no nível
“macro” em que aqueles sistemas são desenvolvidos.
Fazendo uma analogia com o nível anterior, seria como dispor de boas
descrições de cargos ou funções, ou de competências, que pudessem servir de
parâmetros para se verificar o impacto do treinamento. A diferença é que se
estaria esperando por indicadores equivalentes, no nível da organização como
um todo ou de suas unidades. Se a presença de tais indicadores, no nível
anterior, já não é tão freqüente, talvez fosse otimismo em demasia acreditar
que eles pudessem existir e estarem apropriadamente definidos, para servirem
ao presente nível de mensuração.
254
Nos quatro níveis anteriores, a descrição das questões para tomada de decisão
e das experiências de mensuração teve como base os modelos e quadros
referenciais vindos da Psicologia, Educação e Administração. Os indicadores
que têm sido usados para realizar a avaliação do treinamento no nível de valor
final, bem como os procedimentos que levam à sua obtenção, pertencem a
uma outra disciplina: a Economia. Eles baseiam-se numa tradição de cálculo
de retorno de investimentos que teve seu apogeu há mais de trinta anos,
principalmente na Economia da Educação.
255
O ideal é envolver todos os programas ou políticas organizacionais em “T & D”.
Não é igualmente recomendável que a coleta dos dados seja feita para curtos
períodos de tempo de treinamento.
1 Educação corporativa.
2 EDUCAÇÃO À DISTÂNCIA.
256
mudanças nos modelos de avaliação de treinamentos a distância e em seus
instrumentos de coleta de dados.
Segundo Warr e Allan existem três conceitos que eventualmente podem gerar
dúvidas: habilidades/hábitos de estudo, estilos de aprendizagem e estratégias
de aprendizagem. Hábitos de estudo envolvem os procedimentos utilizados
pelo aluno para integrar os melhores aspectos contextuais e maneiras de
estudo com o objetivo de melhorar a aquisição e retenção da aprendizagem.
Exemplo de hábitos de estudo são habilidades de leitura, gerenciamento do
tempo, uso efetivo de biblioteca, procedimentos de revisão e fazer anotações,
entre outros.
257
estratégias podem ser modificadas em treinamento com o intuito de aumentar a
efetividade da aprendizagem em uma atividade ou ambiente específico. Isso
significa dizer que não existem estratégias melhores, e sim estratégias mais
adequadas ao tipo de atividade a ser aprendida.
258
3) Elaboração – reflexão sobre implicações e conexões possíveis entre o
material aprendido e o conhecimento já existente.
259
cognitivas, motivações e outras características disposicionais são modificadas
durante o evento instrucional, elas podem ser analisadas como variáveis de
processo, na concepção de Borges-Andrade
1. Características da Clientela
Variáveis Demográficas
Estratégias de Aprendizagem
Hábitos de Estudo
2. Reações
4. Impacto do Treinamento
Desempenho do Tutor no Trabalho
Procedimentos Instrucionais
260
que o treinamento pode oferecer para o próprio participante relacionados a
resultados futuros.
261
262
263
264
265
266
3 Projeto pedagógico.
267
SESA GESTÃO
1 Relações humanas.
268
Como uma teoria geral, as relações humanas foram tratadas como uma
justificativa ideológica da estrutura institucional vigente, voltada para os
problemas de ajustamento dos indivíduos e esquivando-se do trato dos
conflitos.
Nord e Fox observam que a ênfase nos estudos organizacionais, a partir dos
anos 1980, vem se deslocando de uma visão do indivíduo, independente de
seu contexto, para considerar a interação entre indivíduos e seus contextos; o
mesmo deslocamento observado da psicologia cognitiva para a psicologia
sociocognitiva. Os dois autores lembram que os trabalhos de Foucault
influenciaram diversos autores nessa passagem para uma visão relacional e
dinâmica. Passagem que envolve o reconhecimento de que indivíduos são
constituídos por meio de domínio social, descobrindo o sociobiológico na vida
social, sem esconder seu caráter relacional. Mas nada até aí se configura na
busca de uma teoria substantiva do relacional.
269
Ainda hoje, para os muitos seguidores de Milton Friedman, a única
responsabilidade das empresas é para com seus acionistas.
270
Mais do que isso, humanizar a empresa pode significar aumento da sua
capacidade de sobrevivência e a do próprio planeta, pois as empresas têm
grande responsabilidade sobre a crise socioambiental que vivemos.
O que aquelas duas correntes têm em comum é a idéia de fazer negócios com
sustentabilidade e ética, apesar de não terem ainda definições universalmente
aceitas.
Talvez seja mais produtivo retomar a pesquisa básica sobre esses conceitos
interligados, para desenvolver uma teoria dos relacionamentos na
administração de empresas, com mais coerência teórica, evidência empírica,
viabilidade e conhecimento de suas implicações. Para tanto será necessário
reexaminar a natureza do fenômeno relacionamento e a natureza de seu
conhecimento, mas em bases interdisciplinares. Precisamos entender “o que é”
esse fenômeno.
271
e até onde os relacionamentos interpessoais podem explicar o comportamento
na empresa.
Maturana afirma que não é a razão que nos leva à ação, mas a emoção. E a
emoção fundamental que torna possível a história da hominização é o amor,
sem preocupação com a visão cristã desse termo, mas sim com algo que é
constitutivo da vida e fundamento da vida associada. Nesta, nos comportamos
pelo sentir/pensar/agir e não apenas pelo pensar/agir como pressupõe o
racionalismo.
272
A emoção penetra o ambiente organizacional associada à constituição das
tarefas, preocupada, em última instância, com o desempenho lucrativo,
seguindo a crença estabelecida pela força do racionalismo de que a ordem
organizacional e a eficiência das relações entre gerentes e trabalhadores
devem ser tratadas racionalmente.
Geralis e Terziouski descobriram que dar poder aos indivíduos gera emoções
positivas com imediata repercussão sobre a motivação para o trabalho, a
qualidade dos serviços e os resultados operacionais.
Linha similar foi seguida por Cavallo na Johnson & Johnson, para verificar
competências específicas em líderes que os caracterizem como de alto ou
baixo desempenho, concluindo que os líderes de alto desempenho são os de
mais alta competência emocional.
273
desempenho de grupos, atitudes e percepções das lideranças. E Ashkanasy e
Daus visualizaram o gerenciamento das emoções como uma importante
ferramenta no kit de trabalho de um gerente, pois as mais simples e mundanas
emoções devem ser “administradas”.
274
pessoas. Tal visão coloca o locus das emoções nas relações interpessoais,
mas não explicita a quem cabe a iniciativa da ação, à emoção ou à razão, o
que faz diferença para a compreensão do comportamento humano.
A maior parte do tempo investido em pesquisas sobre o tema não foi para
descrever esse locus e sim para associar ou correlacionar emoções com
cultura, comunicação, conhecimento, motivação, liderança, aprendizagem e
mudança.
275
elementar, Jahn e Dune lembram que o objetivo é a moeda dos processos de
informação utilizada para transmitir conhecimento impessoal, quantitativo,
próprio a dígitos binários, enquanto o subjetivo transmite valores, significados e
perspectivas não valorados naquela moeda.
276
O modernismo vem tratando os relacionamentos como se fossem coisas,
concebendo o que é processo de uma forma linear, discreta e fragmentada.
277
As visões estrutural e funcionalista também estiveram mais preocupadas em
favorecer a diretividade e a manipulação, dominadas por uma lógica econômica
e técnica, recusando penetrar a dimensão substantiva e emocional da vida
associada, vital para o entendimento da mudança.
278
legítimo outro na relação, com as implicações daí decorrentes para a vida das
pessoas e das organizações. Conceito que tem claras implicações éticas.
É uma visão biológica, mas que lembra o teórico crítico Erich Fromm, em suas
obras dos anos 1960, quando apontava o crescente afastamento do ser
humano de sua condição natural nas sociedades urbano-industriais, por ele
construídas. O que Maturana retoma, quando se refere às nossas criações
culturais afastadas de nossa natureza biológica.
279
reflexivo e ético, com imagináveis conseqüências para a qualidade dos
relacionamentos intra e interorganizacionais.
Dos sistemas mais simples aos mais complexos, as relações entre indivíduos
são interações cooperativas, diretas ou indiretas, ou não seria possível a
sobrevivência dos sistemas sociais.
Lembre-se que a aceitação do outro tem sua fonte no emocional, mas também
se desenvolve no âmbito da razão, pois assim é que interagem o sistema
límbico (emoção) e o neocórtex (razão) de nosso cérebro: uma estrutura
neurocognitiva de partes indissociáveis e complementares no seu operar, onde
o sistema límbico é o mais ágil, colocando a emoção à frente da razão nas
respostas ao ambiente.
280
Os relacionamentos, por meio de interações recorrentes, no seio dos grupos
humanos é um processo vital na existência e sobrevivência das organizações
sociais. Maturana e Bunnell lembram que a humanidade começou junto com a
linguagem e é ela que possibilita a comunicação, mas a linguagem não é algo
puramente abstrato, pertence ao espaço concreto dos afazeres. São as
conversas sobre os afazeres que propiciam espaço para mudá-los e o
aparecimento de novos afazeres, possibilitando a mudança organizacional.
Seria elementar tal lembrança se não ocorressem até hoje tantas limitações ao
uso da linguagem, da conversação nas empresas, como vêm martelando
autores da linha humanista. É a linguagem, dizem os dois biólogos, que
permite a reflexão e esta a responsabilidade.
281
da obediência, onde não existe colaboração espontânea, só possível quando a
relação se baseia na aceitação legítima da coexistência, tais formas de
relacionamento não viabilizam a co-inspiração, que abre espaço psicológico
também à conversação e à amizade, com implicações para o ambiente
favorável ao trabalho grupal. A democratização das relações tem implicações
diretas sobre a qualidade dos relacionamentos no trabalho e envolve o
problema da liberdade.
Por isso afirmamos anteriormente sermos seres de relações, pois elas estão na
formação de nossa identidade. E qualquer forma de associação humana que
atente contra nossa identidade, dificultando a convivência, é fonte de mal-estar.
Razão pela qual vivemos, historicamente, procurando macro e microssistemas
que facilitem a convivência: uma busca crescentemente dificultada pela
instrumentalização de todas as dimensões da vida.
282
ocorrido por meio de luta, competição ou autoritarismo, mas — como em outros
casos de mudanças bem-sucedidas — ocorreram sob o domínio dessa emoção
(ação) criativa. Entendem que esse seria o caminho duradouro de empresas
bem-sucedidas, o caminho para afastar o medo, a desconfiança e a
insegurança existentes na vida organizacional.
283
6 PSICOLOGIA DA SAÚDE: FUNDAMENTOS E PRÁTICAS 7
psicologia da saúde: fundamentos e prática. PARTE SE ENCONTRA EM
TJ- TCC
No campo da saúde pública, para fazer avançar uma política cuja lógica está
voltada para a produção do cuidado em saúde, torna-se necessário fazer
escolhas teóricas e metodológicas que possibilitem a sua concretização.
Como diz Deleuze, uma teoria é exatamente como uma caixa de ferramentas,
é preciso que sirva, que funcione e que funcione para outros. Se não tem
pessoas que se servem dela, incluindo o próprio teórico, é que a teoria não
vale nada. Além disso, vale lembrar “que não são quaisquer ferramentas que
permitem agir em um modelo centrado no usuário, que visa a um novo modo
de produzir o cuidado e o forjamento de novos sujeitos em ação
comprometidos radicalmente com a defesa da vida individual e coletiva, dentro
de uma ótica de direitos sociais plenos”.
Como isso afeta a Psicologia? Essa discussão indica que a Psicologia precisa
operar uma série de enfrentamentos importantes relativos à sua base
conceitual e ao seu repertório de práticas quando se trata da sua inserção no
campo da saúde pública.
284
Os pressupostos subjacentes à atenção produzida independentemente do local
de atuação: visão de mundo, valores, crenças, concepção de subjetividade, de
saúde/doença, de normal/patológico, de neutralidade etc, que fundamentam o
saber e a prática psicológicos; algumas marcas presentes no mundo psi: o
ideário individualista, a fusão identitária com a psicanálise, a formação
acadêmica descontextualizada concepção de sujeito/indivíduo, modelo clínico
tradicional, foco nos referenciais modernos de razão e cidadania etc.
Tudo isso concorre para a produção de uma cultura profissional, de uma forma
específica de ser psicólogo, de ver o mundo, de organizar seu trabalho e de
relacionar-se com a instituição de saúde, por exemplo, campo que é alvo desse
trabalho.
285
não, tal como relata grande parte dos trabalhadores em saúde. É nesse jogo
cotidiano que nos inserimos de forma particular com nossos saberes e fazeres.
Entretanto, o que é mais importante é que essa cultura manicomial não está
restrita a um campo específico de práticas, ou seja, a fabricação desses modos
de existência capturados em sua força de invenção, de devires fascistas que se
voltam, em nome da razão, à correção de tudo o que escapa à normalidade, à
vigilância ininterrupta para não sairmos da ordem, à produção de práticas e
tecnologias de disciplinarização, é algo que perpassa o cotidiano, que alimenta
os modos pelos quais circulam as pessoas nos espaços sociais, nos nossos
atos e formas de pensar.
286
Que nosso foco seja interrogar sobre como ocupamos as cenas, como as
produzimos: enquanto interditores ou produtores de vida? Que nosso agir seja
lutar contra o ímpeto da prescrição de modos de existir no mundo, o que nos
faz técnicos da correção e da modelagem.
Entendo que a PNH, política que tem um compromisso com esse debate,
convoca-nos a recusar o ideal de homem e a enfrentar as redes invisíveis de
subjetivação moral bem como as resistências afetivas que bloqueiam nossa
capacidade de inventar maneiras de ser antimanicomial.
Ela nos pede para jogar esse jogo e colocar nossa capacidade de explorar o
funcionamento paradoxal dessa rede em saúde construindo estratégias
provisórias, “uma política de invenção na qual se mantém vivo o aprender a
aprender, em que o saber aprendido não se separa de repetidas
problematizações....uma prática do tateio e de experimentação, composição e
recomposição incessante”.
Pretende, dessa forma, fazer parte do debate que produz a implantação das
diretrizes curriculares.
287
De imediato, é importante lembrar que um dos protagonistas nessa articulação
entre o SUS e os cursos de Psicologia é o próprio Fórum Nacional de
Educação das Profissões da Área da Saúde (FNEPAS), que tem por missão
potencializar as reformas na graduação a partir da reflexão coletiva sobre as
diretrizes curriculares.
288
Reformas curriculares não podem ser reduzidas à troca de disciplinas. Não é
trocando a disciplina de Psicologia clínica por políticas públicas em saúde que
resolveremos a questão da própria política pública em saúde.
289
Isso fica claro desde o início da área, com a fundação do primeiro laboratório
de Psicologia Aplicada à Educação no Brasil, o Pedagogium, instituído no Rio
de Janeiro, em 1890, e do laboratório da Escola Normal de São Paulo,
inaugurado em 1914. Contribuiu para isso, também, o rápido desenvolvimento
do ensino da Psicologia nos programas do ginásio nacional e das escolas
normais.
290
Os psicólogos, dessa forma, ao encontrar brechas na legislação da época para
exercer, como profissionais liberais, a Psicologia Clínica, o fazem dando
continuidade ao modelo de atuação individualizante, hegemônico até então no
país, por meio da Psicologia Aplicada. Configura- se aí, portanto, um processo
que reduz clínica à relação dual (em determinado setting asséptico e
influenciado pelas escolas teóricas norte-americanas) e vincula-o a certas
concepções de Psicoterapia.
a) Psicologia Escolar,
b) Psicologia Organizacional (ou do Trabalho)
c) Psicologia Clínica.
291
Reduzir as ênfases às áreas da Psicologia Aplicada é dar um passo atrás. Isso
em um duplo sentido: primeiro se estabelece o continuísmo como princípio
organizador da reforma. Aí, perguntamos: o que iremos reformar? Se o eixo
principal da reforma não se modifica... Em segundo, a diferença entre a matriz
formativa anterior e a nova é que, em boa parte dos cursos, os alunos
percorriam as três áreas distintas, configurando sua formação dessa maneira.
Outra fragmentação a ser superada origina-se de uma certa lógica liberal. Diz
respeito às antigas habilitações: bacharéis, licenciados e psicólogos. A Lei nº
4.119/62 e a Resolução de 19/12/1962, que definem o currículo mínimo para os
cursos de Psicologia, são claras: existem três cursos de Psicologia:
a) bacharel,
b) licenciado
c) formação do psicólogo.
292
habilitações) encontra-se com a retórica da Psicologia Aplicada (fragmentação
da Psicologia) por meio das ênfases curriculares. É comum não somente
percebermos que os cursos estão provocando um certo continuísmo no perfil
formativo do psicólogo ao reeditar as áreas tradicionais, mas também
escutarmos as tentativas de construção de ênfases em pesquisa.
Aliás, o próprio documento deixa isso claro, quando relaciona como sugestão
de ênfase em primeiro lugar a “Psicologia e os processos de investigação
científica”.
Será que pesquisa é algo a ser deixado para a ênfase? Isso implica o fato de
que o psicólogo que não fizer essa ênfase não será um pesquisador? E aquele
que fizer essa ênfase não poderá ser um psicólogo, no sentido estrito do
termo? Por que ainda a manutenção dessas fragmentações?
Assim, como superar essas duas fragmentações: das áreas clássicas oriundas
da Psicologia Aplicada e das habilitações oriundas da lógica liberal? Como
superá-las trabalhando com uma perspectiva que almeja uma formação
generalista?
Como trabalhar com uma formação generalista por meio das chamadas
ênfases curriculares?
293
visceralmente com seus contextos e poder trabalhar a favor de um plano
civilizatório mais humano, solidário e ético.
294
Para a construção de ênfases amplas, sugerimos a construção deênfases
substantivas, por exemplo: saúde. Não se trata da Psicologia da saúde, mas
saúde enquanto substantivo.
Vale lembrar que a palavra ênfase vem do latim emphàsis,is, e significa “força
enunciativa”; portanto, que enunciados ou vozes compõem um curso ou uma
ênfase?
295
A questão central das competências é que elas podem acirrar o discurso
individualizante na Psicologia, ou seja, a noção de competências compreendida
como capacidades, habilidades ou atitudes do indivíduo aprofunda a lógica de
que os sucessos e os fracassos são de exclusiva responsabilidade do próprio
indivíduo.
Nesse sentido, na escola, a criança fica como única responsável pelo fracasso
escolar; no universo do trabalho, é o trabalhador o responsável pelo
adoecimento ou pelo acidente do trabalho; na comunidade, é o cidadão o único
responsável pela sua própria miséria; na clínica, é o sujeito o único responsável
por seu sofrimento etc. Em suma, é um conceito que naturaliza as relações
depositando no indivíduo a responsabilidade pelos acontecimentos.
Boa parte dos sentidos produzidos para designar competências deriva das
chamadas pedagogias pedagógicas. A lógica dos currículos por competência,
quando competência é reduzida às pedagogias psicológicas, possui, por
conseqüência, a permanência da lógica conteudista herdada do currículo
mínimo. Bernardes argumenta que o repertório lingüístico utilizado para o
debate sobre a formação em Psicologia modificou-se ao longo dos tempos
(principalmente após a entrada da nova LDB, em 1996), porém seus sentidos
permaneceram os mesmos, ocorrendo uma substituição na seguinte ordem:
“matérias” foram substituídas por “competências”; “disciplinas”, por
“habilidades”; “ética”, por “atitudes e condutas”; “conteúdos”, por
“conhecimentos”; ou seja, a lógica disciplinar é ainda a sustentadora das
relações de ensino-aprendizagem.
296
Segundo Machado: A organização da escola é, e continuará a ser,
marcadamente disciplinar; os professores são, e continuarão a ser, professores
de disciplinas, não havendo qualquer sentido na caracterização de um
professor de “competências”.
Propomos que a construção do perfil formativo por meio das competências leve
em consideração uma perspectiva etnometodológica, ou seja, uma proposta de
pensar “competência” como uma relação dialógica, um processo de reflexão
compartilhado, em que várias questões estão em jogo: a compreensão dos
percursos realizados pelos alunos e alunas; a busca de intervenções
pedagógicas favoráveis à aprendizagem de todos; a compreensão da sala de
aula como um espaço dialógico; a reflexão constante sobre o cotidiano; a
realização de trabalhos coletivos e solidários; o saber e o não saber como
simultâneos e complementares; a busca da diferença em função do
enriquecimento do processo de ensino-aprendizagem; a negociação cotidiana;
a memória das instituições envolvidas e seus contextos; a possibilidade de
construção de projetos coletivos de ação em âmbito político e social, etc. A
idéia é ampliarmos o conceito para uma competência relacional ou, em outros
termos, uma competência dialógica, e não reduzi-la a uma lista de capacidades
individuais e psicológicas (habilidades), mas dar condições para a dialogia e, a
partir daí, perguntar o que, na proposta político-pedagógica do curso, podemos
avançar para garantir as condições de dialogia.
Dois artigos tentam definir o núcleo comum nas diretrizes curriculares; são
eles:
297
Art. 7º - O núcleo comum da formação em Psicologia estabelece uma base
homogênea para a formação no país e uma capacitação básica para lidar com
os conteúdos da Psicologia, enquanto campo de conhecimento e de atuação.
d) Eixos estruturantes:
Assim como o núcleo comum, os eixos também são diferenciais das diretrizes
em relação às propostas educacionais anteriores. As diretrizes definem os
eixos estruturantes como: “Tais eixos têm por finalidade garantir a congruência
dos cursos, que devem explicitar seus pressupostos e fundamentos
epistemológicos e históricos, teórico-metodológicos, de procedimentos,
interfaces e práticas e garantir a assimilação de conhecimentos já
sedimentados no campo da Psicologia” (Parecer n° 0062/2004, p. 2).
. Fundamentos teórico-metodológicos;
298
. Interfaces com campos afins do conhecimento;
. Práticas profissionais.
299
Uma dessas discussões pode ser pela problematização do que venha a ser a
clínica.
300
indivíduo a responsabilidade por todos os acontecimentos da vida, são
pensamento corrente em nossa área, e, por fim, a crítica de que esses
problemas são originários da formação, já é lugar comum.
301
pontos comuns para os vários sentidos de integralidade, propõe pensarmos
como uma implicação a recusa à fragmentação e ao reducionismo, recusa à
objetificação dos sujeitos e uma afirmação para a abertura ao diálogo.
302
11 DIAGNÓSTICO DA SITUAÇÃO DE SAÚDE NO BRASIL
pesquisar
SEGER
5 PSICOPATOLOGIA GERAL. Ver nos seguintes documentos:
7 PSICOSSOMÁTICA. Idem 5 e 6
De acordo com Lane do início dos anos 50 até o final dos anos 60, a Psicologia
Social tradicional ou clássica – sob uma perspectiva congnitivo-comportamental
praticada, principalmente, nos EUA – chegava ao seu ápice e as temáticas
estudadas continuavam sendo as mesmas.
303
A Psicologia Social pretendia seguir o paradigma tradicional da ciência: um
saber “puro e desinteressado” politicamente, que, em sua forma clássica,
tentou compreender a relação indivíduo-sociedade, através da descrição dos
comportamentos sociais como fatos dados, ou seja, não-históricos. A partir daí
procurou entender o comportamento do indivíduo na sociedade,
fundamentalmente, através de causas internas no indivíduo.
304
neste Encontro, foi requerida a necessidade de intercâmbios entre os
psicólogos sociais de cada país.
A Psicologia Social crítica, que então iniciava sua construção, não busca mais
leis universais como a Psicologia Social tradicional, mas conhecimentos
particulares – produto da mediação indivíduo e sociedade – que, entretanto, se
estruturam em categorias universais, tais como: atividade, representação
social, consciência social, identidade social e outras. Em 1984, Silvia Lane e
Wanderley Codo deram forte impulso na sistematização da abordagem sócio-
histórica e se propuseram a estudar categorias como as referidas
anteriormente. Na década de 80 cresceu o trabalho dos psicólogos sociais
brasileiros em comunidades.
305
em algumas correntes da análise institucional, na abordagem materialista
histórico-dialética, em determinadas Escolas de Psicanálise e, em muitos
outros – possam ser articulados em um arcabouço teórico crítico.
306
geral, começa no âmbito familiar e direciona–se contra crianças, adolescentes,
mulheres e idosos.
No final dos anos 80, com a Convenção Internacional dos Direitos Humanos,
com a Constituição Federal de 1988, e, no início de 1990, com o Estatuto da
Criança e do Adolescente (ECA) – Lei Federal nº 8069/90, a possibilidade de
articulação entre sociedade e governo na mobilização para a consciência do
direito de cidadania de crianças e adolescentes, com o intuito de protegê–los
integralmente, assumiu um caráter legal. Embora conheçamos as falhas
existentes no ECA e a dificuldade de sua implantação, essa lei possibilita um
respaldo para se denunciar e atuar.
307
As modalidades de violência doméstica notificadas, principalmente nos
Conselhos Tutelares, abrangem a violência física, a violência sexual, a
violência psicológica, a negligência e o abandono. Cabe notar quenão raro as
modalidades de violência apresentam–se associadas, como mostrado nas
pesquisas realizadas pelo Laboratório de Estudos da Criança (LACRI, 2000) e
pelo Centro Regional de Atenção aos Maus–Tratos na Infância do ABCD
(CRAMI, 2000).
308
psíquico e físico, produzindo efeitos danosos em seu desempenho escolar, em
sua adaptação social, em seu desenvolvimento orgânico.
O trabalhador seja sob que circunstância se encontre, mesmo que tenha vivido
sob o jugo de uma administração despótica, nunca é totalmente extirpado de
seu poder criador. Os macetes do ofício, passados de geração para geração de
trabalhadores, são uma prova disto. Através deles pode-se prever o que as
máquinas não podem antecipar. É o saber advindo do cotidiano, do concreto,
do vivido que marca a trajetória histórica da luta dos trabalhadores contra o
aniquilamento da natureza humana. É esse também o diferencial que faz com
que o trabalho mecanizado, repetitivo possa ser suportado.
309
A separação entre concepção e execução do trabalho se dá inicialmente com
os princípios formulados por Taylor, no final do século XIX e início deste
século, visando a aplicação de métodos e técnicas, designados como
“científicos”, para responder às demandas crescentes do capitalismo em
expansão, tentando com isto controlar o ritmo do trabalho, intensificando-o ao
máximo, a fim de aumentar a extração de mais-valia.
310
No final da década de 20, novas proposições foram sendo criadas para a
organização do trabalho contestando o modelo taylorista. A empresa
americana Western Eletric, por exemplo, já buscava a correlação existente
entre fatores psicológicos e o aumento da produtividade. É interessante
ressaltar que a introdução destes novos fatores não visava alterar a
organização do trabalho (divisão de tarefas, separação entre execução e
concepção, etc.), mas só atuava introduzindo novas modificações periféricas.
Dentro desta linha, surge a proposta de enriquecimento de cargos como uma
alternativa para o modelo taylorista, que desde esta época mostrava-se
insuficiente, pois tratava os homens como crianças e não levava em conta as
suas aspirações, fator indispensável para manutenção da satisfação com o
trabalho – o que implica em última instância no aumento da produtividade.
Noriega aponta que neste mesmo período surge a Escola de Relações
Humanas, de Elton Mayo. Esta Escola, segundo o autor, conseguiu demonstrar
que se podia constatar um aumento da produção apenas introduzindo a
possibilidade do trabalhador decidir quando fazer as pausas para o descanso.
Além disso, foi através da Escola de relações Humanas que se passou a
reconhecer a importância das relações pessoais, dos sentimentos dentro da
empresa.
311
nos círculos de qualidade, e os menos qualificados, que devem trabalhar sob o
regime taylorista.
Cocco ressalta que “os novos modelos produtivos mobilizam uma subjetividade
que se constitui antes de sua integração nos arranjos produtivos”. Neste
cenário, o que se espera é que o trabalhador seja convocado por inteiro na
oficina. O trabalhador pós-fordista tem a capacidade de adaptar-se às
312
variações quantitativas e qualitativas, é polifuncional e é capaz de conceber as
condições de execução de determinada tarefa. Cocco destaca ainda que “no
pós-fordismo, a linha de produção fala, é comunicante”, o que suscita o
entendimento de que cooperação é um fator indispensável entre os
trabalhadores (atores) no processo de trabalho.
313
A atividade de trabalho, como objeto, para a ergonomia situada, segundo
Athayde, possui as seguintes características:
314
Os distanciamentos entre trabalho prescrito e real se dão devido:
315
sua dialética: ao mesmo tempo em que oprime, liberta; produz saúde e doença;
é fonte de prazer e de angústia.
Dentro desta lógica, Dejours assinala que o problema não está no fato de
trabalhar ou não trabalhar, mas está em “qual trabalho?”, ou seja, em quanto a
organização do trabalho (que inclui a divisão das tarefas e a divisão dos
homens) pode estar causando sofrimento e perturbações no aparelho psíquico.
316
para manter-se na normalidade e buscam explorar o sofrimento não com o
intuito de negá-lo, mas de superá-lo através da mobilização da “inteligência
astuciosa”. Em outros termos, a Psicopatologia do Trabalho não propõe
eliminar o sofrimento, mas sim transformá-lo em algo criativo. O sofrimento,
desta forma, pode ser positivo porque mobiliza para a descoberta de novas
estratégias de defesa, a fim de que o indivíduo possa manter-se na
normalidade. Daí também, a importância de levar-se em conta a trajetória do
sujeito, a sua história anterior, a sua experiência acumulada, já que estas
influenciam nas respostas dadas às diversas situações.
O trabalho aparece de tal forma preenchendo a vida das pessoas que podemos
imaginar o quanto a sua supressão representa para elas, principalmente no
período pós-aposentadoria. Não raro são os relatos em que os idosos
descreveram que sentiam um imenso vazio em suas vidas, uma total falta de
referência em relação às suas expectativas, projetos e possibilidades após o
afastamento do trabalho.
Uma nova questão aparece aqui. O trabalhar “obrigado” para sobreviver, por
necessidade. Ou seja, o elemento que garantia a sua criatividade e colocação
317
das suas habilidades e inteligência para funcionar foi excluído, a única coisa
que fazia com que permanecesse no trabalho era a questão financeira.
318
Um ponto inicial a ser mencionado, destacado nas entrevistas, é o fato da
aposentadoria ser por “tempo de serviço” ou por “invalidez”. A aposentadoria
por invalidez traz consigo um estereótipo de que a pessoa foi “encostada” no
INSS, não conseguiu cumprir, portanto, o seu tempo de serviço socialmente
determinado:
“Aposentei por invalidez, não foi por tempo de serviço. Há sete anos atrás, eu
comecei a sentir mal, essa é a segunda vez que eu vou operar. De lá pra cá,
eu fiquei uns tempos mal e depois eu aposentei, antes de operar eu fiquei
encostado e depois que eu operei é que eu me aposentei definitivo. Eu fui
obrigado...” (PBP, 64 anos).
O trabalho assume uma dimensão grande na vida das pessoas, pois ocupa boa
parte do tempo que temos disponível. A quase totalidade das horas de um dia
é destinada ao trabalho, as restantes devem ser divididas entre família, o
descanso e o lazer.
Mesmo nos casos em que a aposentadoria pode ser uma decisão da própria
pessoa, o afastamento do trabalho também é muito difícil. Todos os dias
passam a ser intermináveis fins-de-semana: a falta de rotina, a falta da
ocupação do tempo livre, de ter uma atividade de responsabilidade, que exija a
sua presença faz com que o afastamento do trabalho seja algo complicado.
O que fazer? O trabalho não pode ser a única resposta para ocupação do
tempo livre do qual os idosos dispõem. O trabalho, desde que fonte de prazer,
319
sem dúvida é uma alternativa interessante, mas não a única. Os idosos podem
e devem também aproveitar seus anos futuros de vida de uma maneira
prazerosa, independente, ou não, do trabalho. No Capítulo 5 veremos algumas
destas alternativas.
Embora exista esta associação existe também um outro aspecto, que parece
ser contraditório, a banalização da doença, ela passa a ser vista como uma
coisa menor, sem importância. Vemos nestes depoimentos a frase implícita:
“de resto, não tive maiores problemas de saúde”.
Outro ponto, diz respeito a sentir uma melhoria no seu estado de saúde após
se aposentarem. Boa parte dos entrevistados, mesmo os que estavam com
problemas de saúde, como os do PASI (Programa de Atenção à Saúde do
Idoso) e os do Hospital de Cardiologia de Laranjeiras, relataram uma
constância no seu estado de saúde.
320
A saúde é representada de uma forma bastante peculiar: é o resultado do
equilíbrio (na vida passada e atual) na alimentação, nos prazeres da vida, no
descanso e na prática de exercícios. Em suma, moderação, comedimento: a
pessoa deve “se cuidar, não abusar” (PBP, 64 anos) para ter uma boa saúde.
Vejamos alguns destes depoimentos:
321
O medo se transforma em produtividade, pois que esta se intensifica pela fusão
dos postos de trabalho, pelas exigências dos programas de gestão e os
trabalhadores sofrem os efeitos da dominação e do controle produzidos pela
organização através da maximização dos resultados, o que se transforma de
medo em sujeição.
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...A consultora age como uma espécie de personal trainer comportamental,
levantando focos comportamentais e emocionais que precisam ser trabalhados
junto à empresa e ao próprio executivo. Em alguns casos, pares, subordinados
e o superior imediato são entrevistados para obtenção de referências e
acompanhamento dos resultados. "Levantamos dois ou três aspectos mais
relevantes e traçamos um plano de ação. A partir daí, orientamos o executivo
para as mudanças e adequação de alguns traços específicos, trabalhando as
limitações pessoais e profissionais de forma individualizada", afirma Teca.
323
sobre Valores e Crenças; workshop sobre Criatividade e Flexibilidade, além de
seminários dirigidos a profissionais de RH, realizados de acordo com a
necessidade de cada empresa, na própria organização ou em regime de
imersão, em locais próprios para este tipo de evento.
324
motivado a fazer o que precisa ser feito, de modo a ter o que é justo e
necessário.
325
Pensamento & Cultrix, produtividade tem a ver com satisfação pessoal, sentido
de propósito, agregação de valor à vida do indivíduo e à coletividade. João
Alberto Ianhez, diretor de comunicação social do Banco Fenícia, acredita que
em alguns momentos o sentido de espiritualidade pode ser deixado de lado, e
isso geralmente ocorre no momento que a pessoa começa a raciocinar, e tende
a esquecer seu lado espiritual, tomando atitudes nem sempre condizentes com
aquilo que ela realmente sente. "Espiritualidade é colocar o pensamento
positivo naquilo que você faz. Naturalmente as empresas começarão a
perceber isso, e assim irão se sobrepôr às demais. Um exemplo disso são as
organizações que, mesmo quando há cortes, procuram ajudar seus
funcionários, pois elas têm a consciência de que não podem tratar de maneira
superficial as pessoas que trabalharam com ela", completa Ianhez. Para que as
organizações se tornem espiritualizadas, diz Sônia, elas terão que funcionar
multidimensionalmente em termos de tempo e espaço e se curarem da doença
do curto-prazismo. "Ou a espiritualidade será o fator presente e transformador
da consciência humana, em termos de ética compartilhada na diversidade de
crenças e valores que os seres humanos manifestem neste planeta, ou não
haverá futuro possível", completa.
326
oferecendo boas condições de trabalho aos seus funcionários. Programas que
enfatizam a melhoria da qualidade de vida no ambiente de trabalho, como as
atividades contra stress, uso da música, ginástica, entre outros, podem estar
relacionados à espiritualidade, alerta Sônia, desde que o que esteja em jogo
seja a ampliação da consciência humana numa autêntica melhora da qualidade
de vida. "Estaria desvinculado do sentido real de espiritualidade se o que se
almeja é exclusivamente o ganho material ou se essas experiências sejam
vistas como tendências passageiras", define. E Sônia conclui: "As pessoas
ainda estão aprendendo a seguir a própria bem-aventurança, citando a frase do
professor e escritor Joseph Campbell, ‘Siga a sua bem-aventurança’. Talvez
essa seja a tarefa das organizações durante o século 21".
II COMPORTAMENTO ORGANIZACIONAL
2 Teorias da motivação.
4 Comunicação interpessoal.
5 O relacionamento interpessoal.
8 Liderança: teorias.
11 Clima organizacional.
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12 Cultura organizacional.
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