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lNTRODUÇÃO

A prática de aproveitamento de água de chuva é antiga e não se sabe ao certo


quando começou (TOMAZ, 2007), entretanto, o interesse pela mesma vem
crescendo ao redor do mundo por possuir um cunho não convencional de
conservação das águas, cada vez mais em pauta nas questões ambientais, e
por ser uma fonte alternativa de abastecimento de excelente qualidade, inclusive
para beber, exceto em locais com forte poluição atmosférica (ANDRADE NETO,
2004) , além da facilidade de captação e armazenamento.

Vale lembrar que aproveitamento de chuva não pode ser confundido com reuso
ou reaproveitamento. O termo reuso é utilizado para a água que já foi utilizada
pelo homem e o reaproveitamento é semelhante ao reuso (TOMAZ, 2007).

Por mais que a água da chuva apresente o menor teor de substâncias estranhas
dentre todas as fontes de água (DACACH, 1979, apud UFSC, 2014) ela é
contaminada na superfície de captação ao escoar e “lavar” a superfície ao
carregar a sujeira (fezes de animais, folhas, detritos, poeira, microrganismos,
etc.) acumulada no intervalo entre duas chuvas (ANDRADE NETO, 2004).
Portanto, deve-se descartar essa água, conhecida como first-flsuh, visando não
comprometer a qualidade da água que será armazenada (GOLÇAVES 2009,
apud CECIN 2012) por meio de um reservatório de separação.

Tomaz (2007), em sua pesquisa, concluiu que o volume de água a ser


descartado varia de 0,4 a 8 mm por metro quadrado de área de captação
conforme as características do local como poluição atmosférica, vegetação,
índice pluviométrico, etc. Em seus estudos, Gonçalves (2009) conclui que o
descarte de 1mm/m2 é o adequado para projetos (apud CECIN, 2012), já a
ABCMAC indica o descarte de 1 a 2mm/ m2 (apud Rodrigues et all, 2007).
Entretanto, a norma da ABNT NBR 15.527/2007 sugere um descarte de 2 mm/m2
para quando o projetista não possui dados adicionais.

Sabendo que um sistema de aproveitamento de água de chuva é composto


basicamente pala área de captação, normalmente telhados, calhas e condutores
verticais, dispositivo para filtragem, reservatório de separação da primeira água
de chuva e o tanque de armazenamento (LEAL, 2000 apud MAY,2004), o
presente trabalho visa determinar geometrias de reservatório de separação da
primeira água, que possa ser fabricado utilizando tubos e conexões de PVC, e
que seja simples, barato e eficaz, como Andrade Neto(2014) o descreve, através
do método de simulação hidráulica computacional, utilizando programas como
Autodesk Autocad © e SimFlow © e com base no cálculo de volume através do
método indicado pela ABNT NBR 15527:2007 de 2mm/m2.

METODOLOGIA

Volume
De acordo com Tomaz (2012), o melhor método de cálculo de dimensionamento
de um reservatório para armazenamento de água de chuva ainda não foi feito.
Entretanto, no caso dos reservatórios de separação das primeiras águas, a
preocupação gira em torno da quantidade correta de água que deve ser
descartada visando não comprometer a qualidade da água que é armazenada
no reservatório principal.

Os métodos tradicionais de dimensionamento, propostos na NBR 15527, método


Rippl, da simulação, Azevedo Neto, prático alemão, prático inglês e prático
australiano, vem sendo alvos de críticas por basear-se no conceito básico de
regularização de vazão, o que leva em muitos casos a reservatórios de grandes
dimensões que inviabilizam o sistema (CECIN,2012).

O dimensionamento de um reservatório depende da área de captação, dos


índices pluviométricos, dos coeficientes de escoamento da superfície de
captação e de uma análise de viabilidade econômica (FEAM, 2016), busca-se
determinar a capacidade volumétrica que atenda ao máximo possível à demanda
exercida com um menor custo de implementação (MORUZZI et all, 2012).

Quanto mais água é desviada para o tanque de descarte, mais limpa a água
desviada para o tanque de armazenamento será, entretanto, mais desvio
significa menos água armazenada. Balancear esses fatores é a chave para um
design racional de dispositivo de descarte de primeiras-águas. (MARTINSON E
THOMAS,2009).

Considerando diferentes áreas de cobertura: 50 m², 100 m², 200 m², 300 m², 400
m², 500 m², 600 m², 700 m², 800 m², 900 m², 1000 m² e uma chuva de 10 min
com intensidade de 10mm/h, foi calculado o volume do reservatório utilizando o
recomendado pela norma NBR15527 2mm/m2 e também para os valores de
1mm/m2 e 0,5mm/m2 fazendo o volume útil do reservatório o volume a ser
descartado (FEAM, 2016).

Foi calculado o volume utilizando o método de máximo aproveitamento descrito


por Mierzwa et all (2007) em que se usa o conceito do máximo aproveitamento
da água pluvial na estação chuvosa:

Primeiro deve-se calcular a vazão de projeto:

Vp = (A P Ca) / 1000
(1)

Onde,
Vp: volume de precipitação interceptado (m3), vazão de entrada
A: Área da superfície de captação (m2)
P: precipitação (mm)
Ca: Coeficiente de aproveitamento

Depois calcular o tempo de enchimento útil pela equação desenvolvida por


Souza (2003) :

2×𝐴 𝑄 − 𝑎 √𝐿 × 𝑖 − ℎ
𝑡= 2
[𝑄 × 𝑙𝑛 ( ) + 𝑎(√𝐿 × 𝑖 − ℎ − √𝐿 × 𝑖 )]
𝑎 𝑄 − 𝑎√𝐿 × 𝑖
(2)

Onde,
t: tempo para que seja atingida a cota de transferência da água para o
reservatório de armazenagem (s);
A: área superficial da caixa (m2);
Q: Vazão de entrada do reservatório (m3/s)
h: cota a partir da qual a água pluvial é transferida ao reservatório (m)
L: Comprimento da tubulação de descarte (m)
i: inclinação da tubulação de descarte (m/m)
a: coeficiente de correção hidráulico
sendo,

𝜋 × 𝐷2 1
𝑎= × × √2𝑔
4 √𝐶
(3)

𝐿
𝐶 = 1+𝑓 × +𝐾
𝐷
(4)
Onde,
D: diâmetro da tubulação de saída do reservatório de descarte(m)
g: aceleração da gravidade
C: coeficiente relacionado aos fatores de atrito (f e K)
f: fator de atrito da perda distribuída
L: comprimento da tubulação de descarte da caixa de sedimentação
K: fator de atrito da perda localizada

Tabela 1 Valores utilizados nas equações 2, 3 e 4

A h D i g f L K Ca
0,0314 1 0,025 0,005 9,8 0,03 0,5 2 0,75

Após conseguir o tempo de enchimento do volume útil, calcula-se o volume com:

V = Qt
(5)

E o método descrito por Martinson et all (2009) utilizando uma eficiência de


remoção de 90%, o que equivale a um descarte mais sensível de 2mm/m2, e
85% (MARTINSON et all, 2009) e 76,9%, remoção de sólidos totais encontrada
por SILVA et all (2017) ao estudar a eficiência de DESVIUFPE que possui a
similaridade de materiais e geométricas com o estudado.

Deve-se determinar o tempo máximo que o reservatório leva para esvaziar,


usando 20min, depois calcula-se o volume de first-flush, em horas, com:

𝑟 𝑡𝑟
𝑓𝑓 = × + 0,24𝑒 2,4𝑛𝑟
450000 1 − 𝑛𝑟
(6)
Onde,

r: volume de chuva captado

tr : tempo para esvaziar

nr: eficiência de remoção

ff: first flush

E, por ultimo para encontrar o volume a ser descartado deve-se multiplicar o first-
flush pela área de captação.

Para cada método foi plotado um gráfico de dispersão área de captação versus
volume para analisar qual melhor método a ser utilizado.

Geometria

A pesquisa mostrou vários modelos de dispositivos os quais incluem: tanque de


desvio com fecho hídrico (Dacach,1979), tanque de armazenamento utilizando
um “tê” intercalando tubulação dispensando boias, vasos comunicantes,
(Andrade Neto, 2004) (apud Andrade Neto, 2014), reservatório de autolimpeza
com boia (Dacach, 1990), dispositivo australiano (Marks, 2001), tonel de
descarte com orifício na parte inferior (Dacach, 19900) (apud May, 2004),
DesviUFPE, dispositivo feito de tubos de PVC acoplados desenvolvido pela
UFPE (Universidade Federal de Pernambuco), e tonel com bola flutuante ou o
desenvolvido pelo Centro de Educação Popular e Formação Social (CEPFS)
(LEAL et all, 2014), que consiste em uma garrafa pet agindo com válvula de
retenção. Vale lembrar que pode caber modificações para cada modelo.
Andrade Neto (2015) chama atenção para a facilidade de modulação do
DesviUFPE, entretanto diz que o material flotante pode retornar para a cisterna
comprometendo a qualidade da água, mas diz que poderia ser revertido com
uma válvula de retenção.
Contudo, comparando a eficácia de métodos, Silva et all (2017) comparou o
DesviUFPE com o dispositivo de vasos comunicantes e fecho hídrico e
constatou uma boa retenção de sólidos por parte do DesviUFPE.
Pensando nisso foi feito no programa Autodesk Autocad © 3 geometrias: o
DesviUFPE com uma válvula de retenção como sugeria Andrade Neto (2015),
um tonel de pvc com tampa conectado a um tê com um orifício na parte inferior
e outra geometria criada com conexões de tubos.

RESULTADOS E DISCUSSÕES

Volume

De acordo com os métodos estudados foi possível plotar o Gráfico 1 que


relaciona os volumes encontrados.
A quantidade de água a ser desviada utilizando o recomendável de first-flush
pela norma e por outros autores, levou a volumes grandes que podem inviabilizar
o projeto dependendo da demanda de água a ser armazenada.
Observa-se que os volumes encontrados pelo método descrito por Martinson e
Thomas (2009) são influenciados diretamente pela eficiência de remoção,
quanto maior a eficiência de remoção maior será o volume desviado para o
reservatório de separação e, consequentemente, menor será o volume de chuva
armazenado.
Os volumes encontrados usando Método do Máximo Aproveitamento (Mierzwa
et all, 2007) foram os que apresentaram o menor resultado, Gráfico 2, se
diferenciando dos demais com sua característica decrescente, quanto maior a
área, menor o volume a ser desviado para descarte, contrariando uma
proporcionalidade de contaminação por área e consequentemente um maior
desvio de água, além de que apresenta um comportamento de tender a um valor
fixo de volume independente da área.
VOLUMES PELOS MÉTODOS ESTUDADOS
2500

2000

1500
VOLUME

1000

500

0
0 200 400 600 800 1000 1200
ÁREA

0,5mm 1,0mm 2,0mm 85% 76,9% 90% MMA

Gráfico 1: Volumes de Reservatório encontrados através dos métodos analisados

Volume pelo Método de Máximo


Aproveitamento
60.0

40.0
Volume

32.7

20.0

0.0
0 500 1000 1500
Área
média

Gráfico 2: Volume de reservatório encontrado pelo Método do Máximo Aproveitamento

Tabela 2: Valores encontrados para volumes pelos métodos avaliados

Área 0,5 mm 1mm 2mm 76,9% 85% 90%


50 25,00 50,00 100,00 76,25 92,39 104,67
100 50,00 100,00 200,00 153,0344 186,22 210,58
200 100,00 200,00 400,00 308,2067 369,26 426,09
300 150,00 300,00 600,00 465,5167 553,97 646,54
400 200,00 400,00 800,00 624,9644 738,74 871,94
500 250,00 500,00 1000,00 786,55 923,56 1102,26
600 300,00 600,00 1200,00 950,2733 1108,44 1337,53
700 350,00 700,00 1400,00 1116,134 1293,37 1577,74
800 400,00 800,00 1600,00 1284,133 1478,35 1822,88
900 450,00 900,00 1800,00 1454,27 1663,39 2072,97
1000 500,00 1000,00 2000,00 1626,544 1848,49 2327,99

De acordo com os resultados encontrados e ciente de que quanto mais água


desviada, mais limpa será a água destinada ao tanque de armazenamento, além
de levar em conta a quantidade para aproveitamento para manter a viabilidade
do projeto (Martinson et all, 2009), o volume de descarte sugerido pela norma
NBR ABNT 15527:2007 (FEAM,2016) e outros autores (Gonçalves,2009 apud
CECIN, 2012 e Tomaz, 2007), 2mm/m2 , 1mm/m2, 0,5mm/m2, é o melhor método
para se utilizar nesse caso. Pois, de acordo com Martinson et all (2009) um
descarte acima de 2mm/m2 é o mais sensível chegando a uma eficiência de
remoção de 90% e, observando os valores de descarte referentes a 2mm/m2 e
90%, o volume de água a ser descartado é menor quando se utiliza o
recomendado pela norma e ainda mantem boa eficiência de remoção.

CONCLUSÃO

REFERÊNCIAS

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