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SES-PE

Técnico de Necropsia

Noções da nomenclatura anatômica e ossos (generalidades) ............................................................ 1


Sistema Circulatório e linfático ............................................................................................................ 5
Sistema Respiratório ......................................................................................................................... 10
Sistema Nervoso ............................................................................................................................... 17
Sistema Digestivo ............................................................................................................................. 21
Sistema Urinário, Genitais Masculino e Feminino ............................................................................. 32
Sistema Endócrino ............................................................................................................................ 38
Topografia: Cabeça, pescoço e tronco .............................................................................................. 46
Técnica de necropsia e seus fundamentos ....................................................................................... 48

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Noções da nomenclatura anatômica e ossos (generalidades)

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Introdução à Anatomia Humana

A anatomia é o estudo da forma e da constituição do corpo, pré-requisito indispensável para o estudo


da fisiologia dos órgãos. Seu estudo compreende tanto a evolução do indivíduo desde a fase de zigoto
até a velhice (ontogenia), como o desenvolvimento de uma estrutura no reino animal (filogenia).
A unidade fundamental do corpo é a célula. A união de diversas células de mesma função dá origem
aos tecidos. A união de diversos tecidos origina os órgãos, que por sua vez originam os sistemas.

A anatomia macroscópica pode ser estudada de duas formas:


(1) anatomia sistemática ou descritiva, que estuda os vários sistemas separadamente e;
(2) anatomia topográfica ou cirúrgica, que estuda todas as estruturas de uma região e suas relações
entre si.

Métodos de estudo

1. Inspeção: analisando através da visão. A análise pode ser de órgãos externos (ectoscopia) ou
internos (endoscopia);
2. Palpação: analisando através do tato é possível verificar a pulsação, os tendões musculares e as
saliências ósseas, dentre outras coisas;
3. Percussão: através de batimentos digitais na superfície corporal podemos produzir sons audíveis,
que ajudam a determinar a composição de órgãos ou estruturas (gases, líquidos ou sólidos);
4. Ausculta: ouvindo determinados órgãos em funcionamento (Ex.: coração, pulmão, intestino);
5. Mensuração: permite a avaliação da simetria corporal e de eventuais megalias;
6. Dissecção: consiste na separação minuciosa dos diferentes órgãos para uma melhor visualização;
7. Métodos de estudo por imagem: inclui os raios X, ecografia, ressonância nuclear magnética e
tomografia computadorizada.

Posição anatômica:
É a posição usada para poder descrever a localização de uma lesão ou estrutura.
Cabeça, olhos e palma das mãos (com dedos estendidos) voltadas anteriormente. Braços unidos ao
corpo. Membros inferiores unidos, pés paralelos e voltados anteriormente.

Planos anatômicos do corpo:


- Mediano: é o plano vertical que corta o corpo longitudinalmente, dividindo-o em duas metades (direita
e esquerda). O plano corta as linhas medianas das superfícies anterior e posterior do corpo.
- Sagital: são planos verticais que atravessam o corpo paralelamente ao plano mediano.
- Coronal ou Frontal: são planos verticais que atravessam o corpo formando ângulos retos com o
plano mediano, dividindo o corpo em parte anterior (frontal) e posterior (dorsal).
- Transverso: são planos horizontais que atravessam o corpo formando ângulos retos com os planos
mediano e frontal, dividindo o corpo em parte superior e inferior.

Termos de relação:
Superficial, intermediário e profundo: ajuda a definir a posição de uma estrutura.
Medial: próxima ou mais próxima do plano mediano do corpo.
Lateral: está mais afastado do plano mediano.
Anterior: na face anterior, frontal ou ventral do corpo.
Posterior: na face posterior ou dorsal do corpo.
Dorso: face posterior ou dorsal de qualquer parte do corpo que se projete anteriormente.

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Caudal: região glútea.
Superior: situado mais próximo ao vértice ou do ponto mais alto do crânio.
Inferior: situado mais próximo à planta dos pés.
Proximal: situado mais próximo à sua fixação ou sua origem.
Distal: situado mais distante à sua fixação ou sua origem
Ínfero-medial: mais próximo dos pés e do plano mediano.
Súperolateral: mais próximo do vértice e mais afastado do plano mediano.
Ipsilateral: relação entre duas estruturas situadas do mesmo lado do corpo.
Contralateral: relação entre duas estruturas situadas em lados opostos do corpo.

Movimentos em plano coronal: abdução e adução;


Movimentos em plano mediano: flexão e extensão;
Movimentos em plano transverso: rotação.

Definições:
Eixo: reta que passa pelo centro de um corpo e em volta da qual esse corpo executa movimento de
rotação.
Planos: superfície plana limitada.

Osteologia

O osso é constituído por cálcio, sais, vasos sanguíneos e componentes celulares – osteócitos (células
ósseas) e matriz extracelular (orgânica e inorgânica).

Aspecto macroscópico do osso:


Constituído de medula óssea (vermelha e amarela) e periósteo (ricamente vascularizado).

Classificação (tipos) dos ossos:


- osso esponjoso (com medula óssea, que produz elementos do sangue);
- osso compacto.

Os tipos de ossos se diferenciam pela quantidade relativa de material sólido e pelo número e tamanho
de poros contidos em si.
Todos os ossos possuem uma camada superficial de osso compacto ao redor de uma massa central
de osso medular esponjoso; exceto quando este último é substituído por uma cavidade medular.
É nas cavidades medulares e nas trabéculas dos ossos esponjosos onde são formadas as células
sanguíneas.

Tipos de crescimento ósseo:


- intramembranoso;
- endocondral.

Divisão do esqueleto:
- axial;
- apendicular.

Esqueleto axial: crânio, vértebras cervicais e osso hioide.


Esqueleto apendicular: cíngulo superior (escápula e clavícula), MMSS, cíngulo inferior (quadril e
sacro) e MMII.

Funções do esqueleto:
- proteção para estruturas vitais;
- sustentação para o corpo e suas cavidades vitais;
- base mecânica para o movimento;
- armazenamento de sais;
- produção de células sanguíneas.

Classificação dos ossos:


- ossos longos (são ossos tubulares – exemplo: fêmur, úmero);

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- ossos curtos (são ossos cuboides – carpos e tarsos);
- ossos planos (são ossos com função protetora – crânio: frontal, parietal);
- ossos irregulares (são aqueles que possuem várias formas diferentes – naso, vértebras, escápula);
- ossos sesamóides (desenvolvem-se entremeados com tendões, e são encontrados onde os tendões
cruzam as extremidades de ossos longos nos membros; mudando o ângulo dos tendões e protegendo-
os de desgaste excessivo – exemplo: patela).
- ossos heterotópicos (se formam nos tecidos moles onde não estão normalmente presentes).

Ossificação:
O crescimento ósseo tem origem embrionária (mesênquima).
- Ossificação intramembranosa: ocorre diretamente do mesênquima.
- Ossificação endocondral: é formado um modelo cartilaginoso a partir do mesênquima, e a posterior
ossificação deste modelo.

O crescimento ósseo se dá a partir das epífises e diáfises dos ossos, que se calcificam na idade adulta,
formando a sinostose ou “linha epifisal” (linha de junção formada durante o processo de fusão).

O tecido conjuntivo reveste o osso, formando o periósteo; e reveste a cartilagem, formando o


pericôndrio.
O periósteo e o pericôndrio nutrem a face externa do tecido esquelético e são capazes de depositar
cartilagem e osso, consolidando as estruturas no caso de fraturas.

Entre as costelas, existem 7 verdadeiras, 3 falsas e 2 flutuantes.

Termos utilizados em acidentes ósseos:


-Capítulo: cabeça articular pequena e redonda.
-Côndilo: área articular arredondada, que geralmente ocorre em pares.
-Crista: crista do osso.
-Epicôndilo: eminência superior a um côndilo.
-Fóvea: área plana e lisa, geralmente coberta por cartilagem, onde um osso articula-se com outro osso.
-Forame: passagem através de um osso.
-Fossa: área oca ou deprimida.
-Sulco: depressão ou escavação alongada.
-Cabeça: extremidade articular grande e redonda.
-Linha: elevação linear.
-Maléolo: processo arredondado.
-Incisura: entalhe na borda de um osso.
-Protuberância: projeção de osso.
-Espinha: processo semelhante a um espinho.
-Processo Espinhoso: parte que se projeta semelhante a um espinho.
-Trocanter: elevação arredondada grande.
-Tróclea: processo articular semelhante a uma roda, ou processo que atua como roldana.
-Tubérculo: eminência pequena e elevada.
-Tuberosidade ou Túber: grande elevação arredondada.

Vascularização e inervação óssea:


As artérias entram nos ossos a partir do periósteo, uma camada de tecido conjuntivo que reveste o
osso. As artérias periostais penetram por inúmeros pontos para nutrir o osso compacto. Por tanto, o osso
cujo periósteo for removido, morre.
Próximo ao centro do corpo de um osso, uma artéria nutrícia passa obliquamente através do osso
compacto e supre o osso esponjoso e a medula óssea.
Artérias metafisárias e epifisárias suprem as extremidades dos ossos.

Articulações

As articulações são o local de união ou junção entre dois ou mais ossos ou partes de ossos do
esqueleto.
Podem ser simples ou compostas.

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Definição de junturas: união ou junção entre dois ou mais ossos ou partes rígidas do esqueleto.

Classificação das junturas:

- Fibrosas:
Suturas - podem ser cerreada (como no crânio), lisas ou lineares (como no naso) e escamosas.
Sindesmose (membrana Inter óssea) – como entre o rádio e a ulna, e entre a tíbia e a fíbula no
tornozelo.
Gonfose – unem os dentes ao crânio.
- Cartilaginosas:
Primárias ou Sincondrose (só cartilagem), como nas costelas com as vértebras, nas epífises e
diáfises.
Secundária ou Sínfise (é fibrocartilagem: cartilagem e tecido fibroso), como nos discos
intervertebrais e na sínfise púbica.
- Sinoviais: tem amplo grau de movimento, devido à cápsula sinovial (que permite essa amplitude).
Tem líquido sinovial para facilitar a movimentação da articulação (produzido pela membrana sinovial).
É composta por cavidade articular, cavidade hialina e cápsula articular.
Em volta da articulação sinovial, existem os ligamentos que são os que mantém estáveis as
articulações.
A juntura sinovial une os ossos por uma cápsula articular que se estende e reveste uma cavidade
articular. A cavidade articular de uma articulação sinovial é um espaço virtual que contém uma pequena
quantidade de líquido sinovial lubrificante, secretada pela membrana sinovial.
As articulações são ricamente inervadas, e por isso, quando traumatizadas, transmitem a sensação de
dor.
Quando ocorre uma lesão articular (com distensão ligamentar, ou ruptura), células inflamatórias são
conduzidas para o local, juntamente com o líquido intersticial, causando edema. O inchaço comprime os
nervos articulares, causando ainda mais dor.

Ligamentos do joelho: patelar, colateral da tíbia, colateral da fíbula, cruzado anterior e posterior,
menisco-femoral e transverso do joelho.

Os ligamentos unem dois ossos. Os tendões ligam músculos à ossos.

Tipos de movimentos:
- Rotação (giro ao redor do eixo longitudinal);
- Flexão / Extensão;
- Adução / abdução;
- Circundação (associação de flexão, extensão, abdução e adução).

Classificação funcional das articulações: de acordo com a amplitude de movimento.


- uniaxial: faz movimento em um único plano (exemplo: cotovelo).
- biaxial: faz movimento em dois planos (sagital e frontal).
- triaxial: faz movimentos em vários planos, como circundação (exemplo: articulação coxofemoral).

Classificação morfológica das articulações sinoviais:


- Esferoide;
- Plana (entre costelas e coluna; entre a clavícula e o acrômio): movimento de deslizamento;
- Bicondilares ou condilares (joelho, coxofemoral);
- Gínglimo ou dobradiça (cotovelo);
- Trocoide;
- Selares;
- Elipsoides;

Vascularização e inervação das articulações:


As articulações recebem sangue das artérias articulares originadas nos vasos ao redor das próprias.
São ricas em inervação; as terminações nervosas se localizam na cápsula articular.

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Questões

01. Em relação aos Planos anatômicos do corpo, Assinale a alternativa correta.


(A) Transverso: são planos verticais que atravessam o corpo formando ângulos retos com o plano
mediano, dividindo o corpo em parte anterior (frontal) e posterior (dorsal).
(B) Sagital: são planos verticais que atravessam o corpo paralelamente ao plano mediano.
(C) Mediano: são planos horizontais que atravessam o corpo formando ângulos retos com os planos
mediano e frontal, dividindo o corpo em parte superior e inferior.
(D) As alternativas B e C estão corretas

02. Tipo de anatomia que estuda todas as estruturas de uma região e suas relações entre si.
(A) Anatomia topográfica ou cirúrgica
(B) Anatomia sistemática
(C) Anatomia descritiva
(D) Todas as alternativas estão corretas.

03. Posição anatômica:


É a posição usada para poder descrever apenas a localização de uma estrutura.
( ) Certo
( ) Errado

Gabarito

01. B/02. A/03. Errado.

Respostas

01. Resposta: B
Sagital: são planos verticais que atravessam o corpo paralelamente ao plano mediano.
Transverso: são planos horizontais que atravessam o corpo formando ângulos retos com os planos
mediano e frontal, dividindo o corpo em parte superior e inferior.
Mediano: é o plano vertical que corta o corpo longitudinalmente, dividindo-o em duas metades (direita
e esquerda). O plano corta as linhas medianas das superfícies anterior e posterior do corpo.

02. Resposta: A
A anatomia macroscópica pode ser estudada de duas formas:
(1) anatomia sistemática ou descritiva, que estuda os vários sistemas separadamente e;
(2) anatomia topográfica ou cirúrgica, que estuda todas as estruturas de uma região e suas relações
entre si.

03. Resposta: Errado


É a posição usada para poder descrever a localização de uma lesão ou estrutura.
Cabeça, olhos e palma das mãos (com dedos estendidos) voltadas anteriormente. Braços unidos ao
corpo. Membros inferiores unidos, pés paralelos e voltados anteriormente.

Sistema Circulatório e linfático

Anatomia - Sistema Circulatório

É a rede de transporte formado pelo coração e vasos sanguíneos. Por meio desse sistema, o coração
bombeia sangue através do vasto sistema de vasos do corpo.
O sangue carrega nutrientes, oxigênio e substâncias residuais das células.
O sangue, sob pressão alta, deixa o coração e é distribuído pelo corpo através das artérias de parede
espessa.
Os vasos de distribuição final, arteríolas, entregam sangue oxigenado para os capilares, que formam
o leito capilar.

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Nos capilares, o sangue oferece oxigênio e nutrientes para as células, retendo escórias e dióxido de
carbono.
O sangue proveniente do leito capilar penetra nas vênulas de parede fina.
As vênulas drenam para as pequenas veias que se anastomosam em grandes veias até retornarem
ao coração, onde serão bombeadas para o pulmão para se reoxigenarem.

Artérias
Carregam sangue do coração para os órgãos.
Suas paredes tem 3 túnicas:
- túnica adventícia;
- túnica média;
- túnica íntima (endotélio, subendotélio, membrana basilar e lâmina elástica).

Existem três tipos de artérias:


- artérias elásticas ou de condução: são as maiores; o corpo é capaz de manter sua pressão sanguínea
no sistema arterial por causa de sua elasticidade.
Exemplo: aorta e ramos que se originam do arco da aorta.

A elasticidade permite expandir-se quando o coração contrai e retornar ao normal entre as contrações
cardíacas.
- artérias musculares ou de distribuição: distribuem o sangue para várias partes do corpo. Suas
paredes consistem principalmente de fibras musculares lisas dispostas circularmente. Regulam o fluxo
de sangue para diferentes partes, conforme as necessidades do corpo.
Exemplo: artéria femoral.

- arteríolas: são as menores, têm lumens estreitos e paredes musculares espessas.


O grau de pressão arterial dentro do sistema vascular é regulado principalmente pelo grau de tônus
do músculo liso nas paredes arteriolares. Se o tônus está acima do normal, ocorre hipertensão arterial.

1º Ramo arterial da curva da aorta: tronco braquiocefálico arterial, que se subdivide em:
a) Artéria subclávia direita (vai para o encéfalo, medula espinhal, pescoço e ombro);
b) Artéria carótida comum direita (vai para a cabeça e pescoço).
2º Ramo arterial da curva da aorta: Artéria carótida comum esquerda (vai para a cabeça e pescoço).
3º Ramo arterial da curva da aorta: Artéria subclávia esquerda (vai para o encéfalo, medula espinhal,
pescoço e ombro).

Distribuição das artérias dos membros superiores:


-Subclávia: distribui para encéfalo, medula espinhal, pescoço e ombro.
-Axilar: distribui para ombro, músculos torácicos e escapulares e úmero.
-Braquial: distribui para braço.
-Radial: distribui para face lateral do antebraço, punho e mão.
-Ulnar: distribui para face medial do antebraço, punho e mão.
-Arco Superficial Palmar: distribui para palma da mão e dedos.
-Arco Profundo Palmar: distribui para palma da mão e dedos.

Distribuição das artérias dos membros inferiores:


-Ilíaca Comum: distribui para pelve, genitália externa e membros inferiores.
-Ilíaca Interna: distribui para pelve, nádegas, genitália externa e coxa.
-Ilíaca Externa: distribui para membros inferiores.
-Femoral: distribui para virilhas e músculos da coxa.
-Poplítea: distribui para região posterior da perna, joelho, fêmur, patela e fíbula.
-Tibial Anterior: distribui para joelho, músculos anteriores da perna e tornozelo.
-Tibial Posterior: distribui para músculos, ossos e articulações das pernas e dos pés.
-Fibular: distribui para músculos profundos da região posterior da perna, músculos fibulares, fíbula,
tarso e face lateral do calcanhar.
-Dorsal do Pé: distribui para músculos e articulações da face dorsal do pé.
-Plantar Lateral: distribui para metatarsos e artelhos.
-Plantar Medial: distribui para flexor curto dos dedos, adutor do hálux e dedos.

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Circulação colateral:

São canais opcionais de fluxo sanguíneo que ocorrem no caso de obstrução de canais principais,
garantindo o suprimento sanguíneo para as estruturas distais à obstrução.
Isso é possível devido à existência de anastomoses (comunicações) entre os ramos das artérias, que
servem como desvio para o fluxo sanguíneo.
Quando uma artéria principal é ocluída por algum motivo (compressão, posição, ligadura cirúrgica,
êmbolo sanguíneo, metastático ou gorduroso), artérias opcionais de menor tamanho podem aumentar
seu diâmetro e suprir as estruturas irrigadas pela artéria ocluída.
Existem locais que não têm circulação colateral, ou onde essas são ineficientes. As artérias que não
fazem anastomoses com outras adjacentes são denominadas artérias anatômicas ou artérias terminais
verdadeiras. Isso ocorre na retina, cuja oclusão arterial resulta em cegueira.
Artérias terminais funcionais são aquelas que cujas anastomoses são ineficazes. Por exemplo: as
coronárias podem ter anastomoses eficientes ou não; isso pode depender de tempo para a circulação
colateral ser criada; quando não conseguem, são chamadas “artérias terminais funcionais”.

Veias

Trazem o sangue dos leitos capilares para o coração.


As grandes veias pulmonares são atípicas porque carregam sangue bem oxigenado (arterial) dos
pulmões para o coração.
Por causa da pressão sanguínea baixa no sistema venoso, as paredes das veias são mais finas do
que aquelas de suas artérias companheiras.
As menores veias são as vênulas.
A pressão sanguínea dentro das veias é baixa, o que não ajuda no fácil retorno venoso ao coração.
As veias de tamanho médio, nos membros e em outros locais onde o fluxo de sangue é contrário à
força da gravidade, têm válvulas laminares que não permitem o sangue retornar no sentido oposto.
Existem duas bombas venosas responsáveis por manter o fluxo sanguíneo venoso: a bomba
arteriovenosa (onde a pressão arterial impulsiona o sangue em direção ao coração) e a bomba músculo-
venosa (a expansão externa dos ventres dos músculos esqueléticos dos membros, limitados pela fáscia
profunda, comprime as veias ordenhando o sangue superiormente e os bombeiam ao coração).
Uma veia grande, como por exemplo a veia cava superior, é caracterizado por amplos feixes de
músculo liso longitudinal e uma túnica adventícia bem desenvolvida.
As veias podem ser duplas ou múltiplas. Aquelas que acompanham artérias profundas (veias
acompanhantes) envolvem-nas em uma rede irregular de ramos. As veias acompanhantes ocupam uma
bainha vascular relativamente inflexível com as artérias que elas acompanham. Como resultado, elas são
esticadas e achatadas à medida que a artéria se expande durante a contração do coração, o que auxilia
na condução do sangue venoso em direção ao coração.

Mecanismo de surgimento de varizes nos membros inferiores:

Quando as paredes das veias perdem sua elasticidade, elas se tornam fracas. Uma veia enfraquecida
dilata sob a pressão da sustentação de uma coluna de sangue contra a gravidade. Isso resulta em veias
varicosas, distendidas e edemaciadas.
Isso é observado com maior freqüência nas pernas devido a ser lá que a pressão ortostática do sangue
venoso é maior, principalmente quando o paciente fica muito tempo de pé.
As veias varicosas possuem um calibre maior que a normal, e as válvulas não impedem o sangue
venoso de voltar, uma vez que estão destruídas pela inflamação ou outros fatores idiopáticos.
Devido a essas válvulas incompetentes, a coluna de sangue retroage, aumentando ainda mais a
pressão sobre as paredes venosas e fazendo a varicosidade evoluir.
A veia varicosa também ocorre na presença de degeneração da fáscia muscular, devido a sua
incapacidade de conter a expansão muscular, inativando assim a bomba músculo-venosa.

Distribuição das veias dos membros superiores:

Superficiais:
-Cefálica: drena a face lateral do membro superior.
-Basílica: drena a face medial do membro superior.
-Mediana: drena a palma da mão e antebraço.

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Profundas:
-Radial: drena a face medial do antebraço.
-Ulnar: drena a face lateral do antebraço.
-Braquial: drena o antebraço, cotovelo, braço e úmero.
-Axilar: drena o braço, a axila e a parede torácica súperolateral.
-Subclávia: drena o braço, o pescoço e a parede torácica.

Distribuição das veias dos membros inferiores:

Superficiais:
-Safena magna: drena a face medial da perna e coxa, virilha, genitália externa e parede abdominal.
-Safena parva: drena os pés e face posterior da perna.

Profundas:
-Tibial posterior: drena o pé e músculos do compartimento posterior.
-Tibial anterior: drena o tornozelo, joelho e face anterior da perna.
-Poplítea: drena o joelho, músculos e ossos da perna e coxa.
-Femoral: drena os músculos da coxa, fêmur e genitália externa.
-Ilíaca externa: drena o membro inferior e a parede abdominal.
-Ilíaca interna: drena a coxa, a nádega, genitália externa e pelve.
-Ilíaca comum: drena a pelve, a genitália externa e o membro inferior.
-Cava inferior: drena os membros inferiores, pelve e abdome.

Capilares
São tubos endoteliais simples que ligam o lado arterial e venoso da circulação. Geralmente estão
dispostos em rede, chamados leitos capilares, entre as arteríolas e as vênulas.
Em algumas regiões, como nos dedos, existem conexões diretas entre artérias e veias pequenas
próximas ao leito capilar que elas suprem e drenam. Os locais de tais comunicações, anastomoses
arteríolovenulares (desvio AV) permite que o sangue passe diretamente do lado arterial para o venoso da
circulação, sem passar pelos capilares.
Os desvios AV na pele são numerosos, e possuem um papel importante na conservação do calor do
corpo.
Na circulação terminal dos dedos não se deve usar anestesia com vasoconstrictor, pois não há
circulação colateral; e se houver lesões dos vasos, ocorrerá necrose na ponta dos dedos.

Sistema Linfático

É parte do sistema circulatório, composta de vasta rede de vasos linfáticos que estão conectados com
linfonodos, pequenas massas de tecido linfático.
Também inclui órgãos linfáticos, como o baço.
A linfa é um líquido tecidual que entra e é transportada por um vaso linfático. É clara e aquosa,
possuindo os mesmos componentes que o plasma sanguíneo.

O sistema linfático é constituído de:


- plexos linfáticos: rede de vasos muito pequenos que se originam nos espaços intercelulares da
maioria dos tecidos.
- linfáticos: rede de vasos linfáticos que se originam dos plexos linfáticos, ao longo dos quais os
linfonodos estão localizados.
- linfonodos: filtros através dos quais a linfa passa no seu caminho para o sistema venoso.
- agregados de tecido linfoide: estão nas paredes do canal alimentar, no baço e no timo.
- linfócitos circulantes: células formadas no tecido linfoide tais como linfonodos, baço e tecido mielóide
da medula óssea.

Após atravessar em um ou mais linfonodos, a linfa entra nos vasos linfáticos maiores (troncos linfáticos)
que se unem para formar o ducto torácico ou o ducto linfático direito.
O ducto torácico começa no abdome como uma bolsa (a cisterna do quilo) e sobe através do tórax e
entra na junção das veias jugular interna e subclávias esquerdas, pelo ângulo venoso.
O ducto linfático direito drena a linfa do lado direito da cabeça e pescoço, do MSD e da metade direita
da cavidade torácica. O ducto torácico drena a linfa do restante do corpo.

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Vasos linfáticos superficiais estão na pele e no tecido subcutâneo. Esses vasos drenam os vasos
linfáticos profundos, situados na fáscia profunda entre os músculos e o tecido subcutâneo, que
acompanham a maioria dos vasos sanguíneos.

Funções do sistema linfático:

Drenagem do líquido, coleta do plasma linfático dos espaços teciduais e transporte da linfa para o
sistema venoso.
Absorção e transporte de gordura, no qual capilares linfáticos especiais (lácteos) recebem toda a
gordura absorvida do intestino, e conduzem o quilo através do ducto torácico para o sistema venoso.
Formação de um mecanismo de defesa para o corpo.

Câncer e o sistema linfático:

O câncer pode se disseminar por contiguidade (crescimento para o tecido adjacente) ou por metástase
(disseminação para locais distantes do tumor original).
A metástase pode ocorrer por semeadura direta (das membranas serosas das cavidades corporais),
por disseminação linfogênica (através dos vasos linfáticos) ou por disseminação hematogênica (através
dos vasos sanguíneos).
Na disseminação linfogênica (mais comum), a metástase é filtrada e aprisionada pelos linfonodos, que
se tornam locais de câncer secundário.
Assim, ao remover um tumor potencialmente metastático, o cirurgião determina o estágio da
metástase, removendo e examinando os linfonodos na ordem de passagem da linfa.

Linfangite é a inflamação secundária dos vasos linfáticos e linfadenite, a inflamação dos linfonodos.
Isto ocorre quando o sistema linfático está envolvido no transporte químico ou bacteriano após um
traumatismo grave ou uma infecção.
São estriações vermelhas na pele acompanhadas de linfonodomegalia.
Uma infecção não contida pelos linfonodos pode tornar-se uma septicemia.
O linfedema é o acúmulo localizado de líquido intersticial, e ocorre quando a linfa não drena uma área
do corpo.
Por exemplo: pessoas operadas de câncer na axila, em que foram retirados os linfonodos, podem
evoluir com um edema local (linfedema) de MS. Pessoas que tem câncer com metástase linfogênica
também podem apresentar linfedema, uma vez que as metástases podem formar êmbolos nos vasos
linfáticos.

Questões

01. Podemos classificar a Circulação colateral como sendo canais opcionais de fluxo sanguíneo?
( ) Certo
( ) Errado

02. Linfangite é a inflamação secundária dos vasos linfáticos e linfadenite, a inflamação dos linfonodos.
( ) Certo
( ) Errado

03. Assinale a alternativa correta:


(A) Plexos linfáticos: filtros através dos quais a linfa passa no seu caminho para o sistema venoso.
(B) Agregados de tecido linfoide: rede de vasos muito pequenos que se originam nos espaços
intercelulares da maioria dos tecidos.
(C) linfócitos circulantes: células formadas no tecido linfoide tais como linfonodos, baço e tecido
mielóide da medula óssea.
(D) As alternativas A e B estão corretas

04. A Artéria carótida comum esquerda faz parte do:


(A) 1º Ramo arterial da curva da aorta
(B) 2º Ramo arterial da curva da aorta
(C) 3º Ramo arterial da curva da aorta
(D) Nenhuma das alternativas

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Gabarito

01. Certo/02. Certo/03. C/04. B.

Respostas

01. Resposta: Certo


São canais opcionais de fluxo sanguíneo que ocorrem no caso de obstrução de canais principais,
garantindo o suprimento sanguíneo para as estruturas distais à obstrução.

02. Resposta: Certo


Linfangite é a inflamação secundária dos vasos linfáticos e linfadenite, a inflamação dos linfonodos.
Isto ocorre quando o sistema linfático está envolvido no transporte químico ou bacteriano após um
traumatismo grave ou uma infecção.

03. Resposta: C
Linfócitos circulantes: células formadas no tecido linfoide tais como linfonodos, baço e tecido
mielóide da medula óssea.
- plexos linfáticos: rede de vasos muito pequenos que se originam nos espaços intercelulares da
maioria dos tecidos.
- agregados de tecido linfoide: estão nas paredes do canal alimentar, no baço e no timo.

04. Resposta: B
1º Ramo arterial da curva da aorta: tronco braquiocefálico arterial, que se subdivide em:
a) Artéria subclávia direita (vai para o encéfalo, medula espinhal, pescoço e ombro);
b) Artéria carótida comum direita (vai para a cabeça e pescoço).
2º Ramo arterial da curva da aorta: Artéria carótida comum esquerda (vai para a cabeça e pescoço).
3º Ramo arterial da curva da aorta: Artéria subclávia esquerda (vai para o encéfalo, medula espinhal,
pescoço e ombro).

Sistema Respiratório

Anatomia - Vias Aéreas Superiores

As vias aéreas superiores começam desde o osteo da narina (orifício da narina) e vão até a borda
inferior da cartilagem cricóide coincidindo com C6. São divididas em três porções especificamente: a
rinofaringe (nasofaringe), a orofaringe e a hipofaringe ou laringofaringe.
O otorrinolaringologista tem como campo de trabalho as vias aéreas superiores (o nariz, ouvido e
garganta).
O aparelho respiratório humano começa na cavidade nasal. Localizada na parte média da face, acima
da cavidade bucal, é delimitada por ossos e cartilagens que formam o nariz, e é dividida pelo septo nasal
em duas metades: direita e esquerda. É revestida pela continuação da pele do nariz, que em forma
progressiva se transforma em mucosa nasal.
A cavidade nasal comunica-se posteriormente com a faringe, por meio de amplo orifício, a coana, e
por pequenos orifícios, com os seios da face ou seios paranasais.
O assoalho corresponde ao teto da cavidade bucal.
A parede medial é formada pelo septo nasal.
A parede lateral, de ambos os lados, apresenta três relevos chamados conchas ou cornetos nasais -
superior, médio e inferior - que delimitam espaços chamados meatos nasais superior, médio e inferior. A
mucosa de revestimento é rica em vasos sanguíneos e tem nervos olfatórios, que permitem realizar suas
funções respiratória e olfatória.

As funções da cavidade nasal são: olfação, respiração, filtração de poeira, umidificação do ar


inspirado e recepção de secreções provenientes dos seios paranasais e ductos lacrimonasais.

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As estruturas cartilaginosas do nariz são as cartilagens alares. Acima dessas estruturas cartilaginosas
fica o osso nasal. Pacientes com rinomegalia podem passar por uma intervenção cirúrgica acima dessa
cartilagem com o cirurgião plástico.
A cocaína é uma amina e faz vasoconstricção, assim a perfusão diminui nessa região, causando a
necrose da cartilagem local.
A cavidade nasal tem como função filtrar, aquecer e umidificar o ar e a olfação (através do nervo
olfatório que emite suas terminações nervosas para as cavidades nasais).

Seios da face
Os seios paranasais são extensões cheias de ar da parte respiratória da cavidade nasal no interior dos
ossos: maxila, etmoide, esfenoide e frontal.
- Seios frontais: drenam através do ducto frontonasal para o infundíbulo, que se abre no hiato semilunar
do meato nasal médio. Inervados pelos ramos dos nervos supra orbitais.
- Seios etmoidais: compreendem diversas cavidades - células etmoidais - que estão localizadas entre
a cavidade nasal e a órbita. São supridos pelos ramos dos nervos nasociliares.

As células etmoidais anteriores drenam direta ou indiretamente para o meato médio do nariz através
do infundíbulo.
As médias se abrem diretamente no meato nasal médio e são chamadas de “células da bolha” porque
formam a bolha etmoidal.
As posteriores se abrem diretamente no meato superior do nariz.
- Seios esfenoidais: estão no corpo do esfenoide. Devido a estes seios, o corpo do esfenoide é frágil.
São supridos pelas artérias etmoidais posteriores e o nervo etmoidal posterior.
- Seios maxilares: são os maiores dos seios paranasais. Ocupam os corpos das maxilas. Cada seio
drena por uma abertura - osteo maxilar – no interior do meato médio. O suprimento arterial deve-se aos
ramos da artéria maxilar e ramos da artéria palatina maior. A inervação é proveniente de ramos do nervo
maxilar.

A sinusite é uma inflamação dos seios paranasais, geralmente associada a um processo infeccioso.
As causas mais comuns que podem desencadear a sinusite são: a gripe, alergia, desvio do septo nasal
e más condições climáticas. Mas existem várias maneiras de prevenir a sinusite. O primeiro passo é
garantir uma boa função nasal, provocando uma drenagem adequada das cavidades. As medidas
profiláticas em relação às alergias também funcionam positivamente para a prevenção da sinusite.
Esta patologia pode ser dividir em quatro tipos. O primeiro deles é o infeccioso. A sinusite neste caso
tem características de dor na região dos seios da face, seguida de obstrução nasal, secreção purulenta
e febre.
A sinusite alérgica apresenta dor nos seios da face e vem com todos os sintomas comuns da alergia,
coriza clara e abundante, obstrução nasal e crises de espirros.
O terceiro tipo é a sinusite traumática, causada por diferença de pressão. Por exemplo, durante viagens
de avião ou mergulho. Suas características são a dor maxilar e pouca obstrução nasal.
O quarto tipo de sinusite é a crônica. Neste caso a drenagem do muco fica definitivamente
comprometida, e a mucosa fica espessa e fibrosa.
A parasinusite é quando vários seios inflamam.

A fístula liquórica pode ocorrer quando há fraturas muito graves do nariz, favorecendo a migração de
bactérias da flora nasal para o meio cefálico, e infecção das meninges. Ocorre rinorreia de líquor, uma
descarga nasal de líquido claro, intermitente, que emana do nariz quando o paciente se inclina para frente.

Faringe
A faringe é a parte posterior das cavidades nasal e bucal, que se comunicam amplamente, constituindo
uma via de passagem única para o ar e os alimentos dos sistemas respiratório e digestivo.

É dividida em 3 partes:
- nasofaringe: posterior ao nariz até a úvula (ou palato mole);
- orofaringe: da úvula até a epiglote;
- hipofaringe ou laringofaringe: da epiglote até o início da traquéia (parte anterior) e do esôfago (parte
posterior).

A nasofaringe tem função respiratória.

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O nariz se abre através de duas coanas: aberturas duplas entre a cavidade do nariz e a nasofaringe.
Tonsila faríngea ou adenoides: é um agregado de tecido linfoide. Encontra-se na túnica mucosa do
teto da parede posterior da nasofaringe.
Prega salpingofaríngea: recobre o músculo salpingofaríngeo, que abre o osteo faríngeo da tuba
auditiva durante a deglutição.
Tonsila tubária: coleção de tecido linfoide na túnica submucosa da faringe próximo do osteo faríngeo
da tuba auditiva.

Adenoide
A adenoide é um agregado de tecido linfoide, cuja função é a defesa do organismo contra infecções.
O crescimento exagerado da adenoide (hipertrofia) pode obstruir as vias nasais e impedir a respiração
normal.
A hipertrofia de adenoide é chamada de adenoidite, que é uma inflamação das adenoides (ou tonsilas
faríngeas) que pode obstruir a passagem de ar da cavidade do nariz através dos cóanos (ou coanas) para
a nasofaringe, tornando necessária a respiração pela boca. Essa infecção proveniente das tonsilas
faríngeas aumentadas pode se propagar para as tonsilas tubárias, causando tumefação e o fechamento
das tubas auditivas. A diminuição da audição pode resultar da obstrução do nariz e do bloqueio das tubas
auditivas.

Ouvidos
O ouvido se divide em ouvido externo (que termina na membrana timpânica), ouvido médio (onde tem
os ossículos – bigorna, estribo e martelo) e ouvido interno.
O ouvido médio se comunica com a garganta através do osteo faríngeo da tuba auditiva (ou trompa
de eustáquio). Quando se muda de altitude em grandes proporções, sente-se uma pressão no ouvido.

Tuba auditiva
A tuba auditiva conecta a cavidade timpânica à nasofaringe, onde se abre posterior ao meato inferior
da cavidade nasal. Sua função é equilibrar a pressão na orelha média com a pressão atmosférica,
permitindo, assim, o movimento livre da membrana timpânica. Como precisa ficar efetivamente aberta,
ela precisa de alguns músculos do palato mole responsáveis pela equalização da pressão (estalando os
tímpanos), sendo comumente associada com atividades como bocejo e deglutição.

A otite média (ou infecção da orelha média) é causada pela infecção que se dissemina a partir da
nasofaringe para a orelha média e que pode produzir perda da audição temporária ou permanente.
A infecção no ouvido médio se faz através da tuba auditiva quando está com sua função prejudicada
por inflamações ou obstruções, como acontece, por exemplo, nas alergias do nariz ou nas infecções da
faringe (garganta). O germe (bactéria) presente na garganta migra pela tuba auditiva até o ouvido médio
onde se multiplica nas secreções aí acumuladas, resultando uma otite média aguda. Também um vírus
pode causar otite média. O risco de ocorrer uma infecção é maior se a tuba auditiva é pequena ou se não
funciona de maneira eficiente, como acontece nas crianças pequenas. Também a criança que mama no
peito ou toma mamadeira na posição deitada é mais propensa às otites porque a posição facilita a entrada
de alimentos, sucos digestivos e germes na tuba auditiva. A infecção do ouvido médio ocorre, na maioria
das vezes, após gripe. É frequente, também, através do contato com outras crianças.

Glote
A glote é o aparelho vocal da laringe. Compreende as pregas e os processos vocais junto com a rima
da glote (abertura entre as pregas vocais). O formato da rima varia de acordo com a posição das pregas
vocais, que numa respiração comum é estreita e cuneiforme e durante a respiração forçada é larga e em
forma de pipa.
As pregas vocais controlam a produção de sons que saem da laringe. Cada prega possui um ligamento
vocal e um músculo vocal.

Laringe
A laringe está situada na parte média do pescoço, comunica-se superiormente com a faringe e
inferiormente com a traquéia; realiza a função de fonação (produção da voz), e fecha as vias aéreas
durante a deglutição dos alimentos. É constituída por cartilagens, membranas, ligamentos e músculos
estriados voluntários que permitem as modulações da voz humana.
Ela é composta de 9 cartilagens, sendo 3 ímpares (tireóidea, cricóidea e epiglótica) e 3 pares
(aritenóidea, corniculada e cuneiforme).

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As cartilagens tireóide, cricóide e aritenóidea são cartilagens hialinas e podem sofrer calcificação, que
se inicia depois dos 20 anos. As restantes são cartilagens elásticas.

- Cartilagem tireóidea: é a maior das cartilagens. A margem superior e os cornos superiores fixam o
osso hioide por meio da membrana tireo-hióidea. A articulação cricotireóidea é responsável pela rotação
e deslizamento da cartilagem tireóidea, o que resulta em mudanças no comprimento das pregas vocais.
- Cartilagem cricóidea: é muito menor que a cartilagem tireóidea, porém é mais espessa e resistente.
É o único anel completo de cartilagem a envolver qualquer parte da via aerífera. Fixa-se na margem
inferior da cartilagem tireóidea pelo ligamento cricotireóideo mediano e no 1° anel traqueal pelo ligamento
cricotraqueal.
- Cartilagens ariteóideas: são pares de pirâmides de 3 lados que se articulam com a cartilagem
cricóidea. As articulações cricoaritenóideas permitem às cartilagens aritenóideas deslizarem
aproximando-se ou afastando-se uma da outra, fazendo movimentos importantes na abordagem,
retesamento e relaxamento das pregas vocais.
- Cartilagem epiglótica: fibrocartilagínea, dá flexibilidade à epiglote. Está situada atrás da raiz da língua
e do osso hioide e na frente do adito da laringe.

Os músculos de laringe são divididos em:


- extrínsecos e
- intrínsecos:

- Músculos extrínsecos da laringe: movem a laringe como um todo. São levantadores da laringe (mm.
tireo-hióidea, estilo-hioideo, milo-hioideo, digástrico, estilofaríngico e palatofaríngeo, supra-hióideos e
estilofaríngeo) ou são abaixadores da laringe (mm. omohióideo, esterno-hioideo e esternotireóideo, infra-
hióideos).

- Músculos intrínsecos da laringe: move as partes laríngeas, fazendo alterações no comprimento e


tensão das pregas vocais e no tamanho e formato da rima da glote. Todos, exceto o músculo
cricotireóideo, são supridos pelo nervo laríngeo recorrente. O músculo cricotireóideo é suprido pelo nervo
laríngeo externo, um dos 2 ramos terminais do nervo laríngeo superior. Esses músculos são considerados
como um grupo funcional:
O cricotireóideo estende e tensiona o ligamento vocal.
O tireoaritenóideo relaxa o ligamento vocal.
O cricoaritenóideo posterior abduz as pregas vocais.
O cricoaritenóideo lateral aduz as pregas vocais.
Os aritenóideos transversos e obliquo abduzem as cartilagens aritenóides (aduzindo a parte
intercartilagínea das pregas vocais, fechando a rima da glote).
O vocal relaxa o ligamento vocal posterior enquanto mantém (ou aumenta) a tensão da parte anterior.

O mecanismo de emissão do fonema está relacionado com a variação na tensão e comprimento das
pregas vocais, na largura da rima da glote e na intensidade do esforço respiratório, que produz mudanças
na altura do som da voz. Quanto maior o comprimento das pregas vocais, menor a amplitude da voz dos
homens após a puberdade.
A laringe é a estrutura da fonação e é formada por um esqueleto cartilaginoso.
As pessoas emitem sons mais graves e sons mais agudos em função do movimento da cartilagem
aritenóide (em cima da cartilagem cricóide). Quando a aritenóide roda, ela estica a prega vocal, mudando
o tom para agudo; quando a aritenóide relaxa, ocorre o movimento contrário, e se fala mais grave.
A distância entre uma prega vocal e outra é chamada de rima da glote. Não se consegue falar na
inspiração porque as pregas vocais estão abertas para aumentar a passagem de ar.
Para tratar o ronco, o paciente deve perder o peso, não ingerir bebidas alcoólicas e fazer exercícios
que estimulem a musculatura da região.

Cricotireoidostomia
A cricotireoidostomia ou laringotomia intercricotireoidiana ou coniotomia consiste na abertura da
membrana cricotireóidea, cricotraqueal ou tireo-hióidea comunicando-a com o meio externo. É um
procedimento simples, eficaz, seguro e rápido.
Indicações: sobretudo em caráter de urgência e emergência, particularmente no paciente
politraumatizado com lesões maxilofaciais graves, onde a intubação não foi possível ou é contraindicada.

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Nestas situações, a cricotireoidostomia é muito útil, pois permite o acesso rápido e seguro às vias aéreas.
Toda cricotireoidostomia deve ser convertida para uma traqueostomia dentro de 24h-72h.
Contraindicações: crianças (abaixo dos 10 anos), pelo risco de lesar as cordas vocais; em casos de
urgência/emergência, pode-se tentar a traqueostomia de urgência ou a cricotireoidostomia por punção.
Não deve ser utilizada eletivamente para acesso prolongado das vias aéreas.

Traqueostomia
A traqueostomia é um procedimento cirúrgico ao nível do pescoço que estabelece um orifício artificial
na traquéia, abaixo da laringe, indicado em emergências e nas intubações prolongadas. O objetivo é não
prejudicar as cordas vocais do paciente ao passar o tubo de ar.
A traqueostomia é um procedimento frequentemente realizado em pacientes necessitando de
ventilação mecânica prolongada. A técnica, nestes pacientes, apresenta diversas vantagens quando
comparada com o tubo orotraqueal, incluindo maior conforto do paciente, mais facilidade de remoção de
secreções da árvore traqueobrônquica e manutenção segura da via aérea. O tubo orotraqueal é mais
utilizado quando o paciente vai ficar pouco tempo respirando com ventilação mecânica, como em cirurgias
que requerem anestesia geral.
O procedimento de traqueostomia é simples. O pescoço do paciente é limpo e coberto e logo são feitas
incisões para expor os anéis cartilaginosos que formam a parede externa da traquéia. Uma abertura é
feita na traquéia entre o 1° e o 2° anel traqueal ou através do 2° até o 4° anel. Posteriormente, o cirurgião
corta esses anéis e insere na traquéia um tubo de traqueostomia uma presa ao pescoço por meio de
esparadrapos, permitindo uma comunicação entre a traquéia e a região do pescoço.
Deve-se lembrar das veias tireóideas inferiores, da artéria tireóidea ima, da veia braquiocefálica
esquerda, do arco venoso jugular, das pleuras, do timo e da traquéia.

Edema de glote
O edema de glote é uma reação alérgica do organismo na qual, através do grande aumento das células
de defesa, a garganta (glote) começa a inchar e pode se fechar, fazendo com que a respiração se torne
difícil. Por ser uma reação alérgica, não existem substâncias certas que a causam e sim o contato com
alguma substância que provoque reação alérgica. Bolo na garganta e falta de ar pode ser um indício do
início do edema.

Questões

01. As cartilagens tireóide, cricóide e aritenóidea são cartilagens elásticas.


( ) Certo ( ) Errado

02. Rima da glote é a distância entre uma prega vocal e outra.


( ) Certo ( ) Errado

03. Os músculos de laringe são divididos em: extrínsecos e intrínsecos. Em relação ao músculo
extrínseco é correto afirmar que:
“Move as partes laríngeas, fazendo alterações no comprimento e tensão das pregas vocais e no
tamanho e formato da rima da glote”.
( ) Certo ( ) Errado

04. Em relação à hipertrofia de adenoide, pode-se afirmar que a diminuição da audição pode resultar
da obstrução do nariz e do bloqueio das tubas auditivas.
( ) Certo ( ) Errado

Gabarito

01. Errado/02. Certo/03. Errado/04. Certo.

Respostas
01. Resposta: Errado
São cartilagens hialinas e podem sofrer calcificação, que se inicia depois dos 20 anos. As restantes
são cartilagens elásticas.

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02. Resposta: Certo
Não se consegue falar na inspiração porque as pregas vocais estão abertas para aumentar a
passagem de ar.

03. Resposta: Errado


Músculos extrínsecos da laringe: movem a laringe como um todo.

04. Resposta: Certo


Essa infecção proveniente das tonsilas faríngeas aumentadas pode se propagar para as tonsilas
tubárias, causando tumefação e o fechamento das tubas auditivas.

Anatomia - Vias Aéreas Inferiores

As vias aéreas inferiores se iniciam na traquéia, e consiste na traquéia, nos brônquios principais e nos
seguimentos brônquicos ou árvore traqueobrônquica.

Traquéia
As vias aéreas inferiores começam abaixo da última cartilagem da laringe (cartilagem cricóide), na
traquéia.
A traquéia é constituída por anéis cartilaginosos conectados por uma membrana. Num corte
transversal percebe-se que a laringe, a traquéia e os brônquios são revestidos por uma mucosa
brônquica. O anel de cartilagem é um semicírculo (de aproximadamente 270º). Por tanto, a parede
posterior da traquéia é formada por tecido muscular liso revestido internamente de mucosa, chamado de
membranosa da traquéia.
Atrás da traquéia está o esôfago. A membranosa da traquéia facilita a passagem dos alimentos pelo
esôfago.
Os anéis de cartilagem intercalados com os ligamentos permitem uma mobilidade da árvore brônquica.
À medida que se desce pela árvore brônquica, o aspecto da cartilagem muda, perdendo a forma de
anel e passando a ser constituída de placas.

Os brônquios são um local de passagem do ar; é preciso que esteja sempre aberto. A cartilagem
promove uma sustentação da parede traqueobrônquica.
Nos bronquíolos terminais, os anéis cartilaginosos desaparecem, ficando apenas um tubo cilíndrico
A traquéia possui dois segmentos: um cervical e um torácico. A traquéia começa abaixo da cricóide,
ou na borda inferior de C6, atravessa o pescoço, entra no mediastino médio e, ao nível de T4, ela se
bifurca em dois ramos grandes. Essa área de bifurcação é chamada de carina traqueal.
Todas as outras bifurcações são chamadas de carina secundaria.

A traquéia se divide em brônquio fonte direito e brônquio fonte esquerdo, um para cada pulmão.

O brônquio fonte direito é mais curto que o esquerdo. O brônquio fonte esquerdo possui um ângulo
mais perpendicular a traquéia enquanto o brônquio fonte direito parece quase uma continuação da
traquéia.
Se uma criança aspira um corpo estranho, baseando se na anatomia, o corpo estranho iria para o
brônquio fonte direito.
Quando se faz uma intubação orotraqueal, e se introduz muito o tubo, ele certamente se direcionará
pelo brônquio fonte direito, insuflando apenas o pulmão direito. Isto é chamado de intubação seletiva.
Os brônquios fonte direito e esquerdo vão se dividir em brônquios lobares.
O pulmão direito tem 3 lobos, então o brônquio fonte direito se divide em 3 brônquios: o brônquio do
lobo superior direito, o brônquio do lobo médio direito e o brônquio do lobo inferior direito.
O pulmão esquerdo possui dois lobos, então o brônquio fonte esquerdo se divide em brônquio do lobo
superior esquerdo e brônquio do lobo inferior esquerdo.

Questões

01. A traquéia começa abaixo da cricóide, ou na borda inferior de C6.


( ) Certo ( ) Errado

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02. As vias aéreas inferiores começam acima da última cartilagem da laringe
( ) Certo ( ) Errado

Gabarito

01. Certo/02. Errado.

Respostas

01. Resposta: Certo


A traquéia possui dois segmentos: um cervical e um torácico. A traquéia começa abaixo da cricóide,
ou na borda inferior de C6, atravessa o pescoço, entra no mediastino médio e, ao nível de T4, ela se
bifurca em dois ramos grandes.

02. Resposta: Errado


As vias aéreas inferiores começam abaixo da última cartilagem da laringe.

Anatomia - Pulmão

Cada lobo do pulmão possui segmentos. O superior direito possui três segmentos; o médio direito
possui dois segmentos e o inferior direito possui cinco segmentos.
Esses segmentos são brônquios segmentares.
No lobo esquerdo, o superior possui quatro segmentos e o inferior possui variações. Existe um
segmento no lobo superior esquerdo chamado de língula que pertence ao lóbulo superior esquerdo e é o
correspondente do lobo médio direito.
Cada segmento possui um nome baseado na posição anatômica.
Por exemplo, no lobo superior direito existem três nomeados de acordo com a posição: o segmento
apical, o segmento posterior e o segmento anterior. O lobo médio possui os segmentos lateral e o medial.
Já o inferior possui cinco segmentos que são: basal anterior, basal posterior, basal lateral e basal medial.
Existe também um segmento apical no lobo inferior.
O nome do segmento é simplesmente equivalente à sua posição.
Os lobos são separados por fissuras, que é a pleura visceral que entra entre os lobos.
No pulmão direito existe duas fissuras: a fissura oblíqua (que separa o lobo inferior do médio e do
superior) e a horizontal (que separa o lobo superior do médio). No esquerdo só há uma fissura que separa
o lobo superior do inferior.
O hilo pulmonar é composto pelas artérias pulmonares direita e esquerda, veias pulmonares direita e
esquerda e brônquios fontes direito e esquerdo.
No hilo do pulmão direito está a artéria pulmonar direita, a veia pulmonar direita e o brônquio fonte
direito.
No hilo do pulmão esquerdo está a artéria pulmonar esquerda, a veia pulmonar esquerda e o brônquio
fonte esquerdo.
As artéria brônquicas, que nutrem os brônquios, partem da aorta. A veia brônquica direita drena para
veia ázigos, e a esquerda para hemiázigos.
Os lobos do pulmão são drenados para linfonodos localizados no mediastino. Existem linfonodos
paratraqueais, pré-traqueais, subcarinais, hilares e lobares. A linfa corre da periferia para o hilo e para o
mediastino.

Questões

01. Os lobos são separados por fissuras, que é a fissura visceral que entra entre os lobos.
( ) Certo
( ) Errado

02. Os lobos do pulmão são drenados para linfonodos localizados no mediastino.


( ) Certo
( ) Errado

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Gabarito

01. Errado/02. Certo.

Respostas

01. Resposta: Errado


Os lobos são separados por fissuras, que é a pleura visceral que entra entre os lobos.

02. Resposta: Certo


Os lobos do pulmão são drenados para linfonodos localizados no mediastino. Existem linfonodos
paratraqueais, pré-traqueais, subcarinais, hilares e lobares

Sistema Nervoso

A coordenação nervosa refere-se ao controle de funções de um organismo, desempenhado pelo


sistema nervoso.

-A célula nervosa

O sistema nervoso é constituído por elementos altamente diferenciados, as células nervosas, ou


neurônios. Os neurônios podem variar em forma e tamanho. Todos tem em comum, entretanto, um corpo
celular, os dendritos e o axônio.

Os dendritos e o axônio são prolongamentos do corpo celular. Os dendritos são, geralmente,


expansões curtas e muito ramificadas (dendron= árvores). O axônio é geralmente longo e pouco
ramificado.
Há neurônio cujo axônio apresenta um envoltório chamado bainha de mielina. Esta bainha é formada
por células especiais, as células de Schwann, que envolvem os axônio e os revestem com várias camadas
de proteínas e lipídeos. A bainha funciona como isolante elétrico e permite condução mais rápida de
impulso.
Os corpos celulares dos neurônios se localizam no centros nervosos, como o cérebro, a medula e os
gânglios; os nervos por exemplo, são formados por feixes de axônios.
As células nervosas se comunicam umas com as outras através de seus prolongamentos: as
terminações dos axônios com as ramificações dos dendritos, sendo este o sentido obedecido na
propagação do impulso nervoso.

Tipos de neurônios

- Os neurônios sensitivos conduzem o impulso nervoso das células para o Sistema Nervoso Central.
- Os neurônios motores conduzem o impulso nervoso do Sistema Nervoso Central para os músculos
ou glândulas.
- Os neurônios de associação encontram-se no Sistema Nervoso Central e servem de ligação entre os
neurónios sensitivos e os motores que processam e coordenam a informação.

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Sinapse

Como já explicado anteriormente, as sinapses são regiões de conexão química estabelecidas entre
um neurônio e outro; entre um neurônio e uma fibra muscular ou entre um neurônio e uma célula
glandular.

O impulso nervoso

Em um neurônio, os estímulos se propagam sempre no mesmo sentido: são recebidos pelos dendritos,
seguem pelo corpo celular, percorrem o axônio e, da extremidade deste, são passados à célula seguinte
(dendrito – corpo celular – axônio). O impulso nervoso que se propaga através do neurônio é de origem
elétrica e resulta de alterações nas cargas elétricas das superfícies externa e interna da membrana
celular.

A membrana de um neurônio em repouso apresenta-se com carga elétrica positiva do lado externo
(voltado para fora da célula) e negativa do lado interno (em contato com o citoplasma da célula). Quando
essa membrana se encontra em tal situação, diz-se que está polarizada. Essa diferença de cargas
elétricas é mantida pela bomba de sódio e potássio. Assim separadas, as cargas elétricas estabelecem
uma energia elétrica potencial através da membrana: o potencial de membrana ou potencial de repouso
(diferença entre as cargas elétricas através da membrana).

f
Quando um estímulo químico, mecânico ou elétrico chega ao neurônio, pode ocorrera alteração da
permeabilidade da membrana, permitindo grande entrada de sódio na célula e pequena saída de potássio
dela. Com isso, ocorre uma inversão das cargas ao redor dessa membrana, que fica despolarizada
gerando um potencial de ação. Essa despolarização propaga-se pelo neurônio caracterizando o impulso
nervoso.
Imediatamente após a passagem do impulso, a membrana sofre repolarização, recuperando seu
estado de repouso, e a transmissão do impulso cessa.
O estímulo que gera o impulso nervoso deve ser forte o suficiente, acima de determinado valor crítico,
que varia entre os diferentes tipos de neurônios, para induzir a despolarização que transforma o potencial
de repouso em potencial de ação. Esse é o estímulo limiar. Abaixo desse valor o estímulo só provoca
alterações locais na membrana, que logo cessam e não desencadeiam o impulso nervoso.
Qualquer estímulo acima do limiar gera o mesmo potencial de ação que é transmitido ao longo do
neurônio. Assim, não existe variação de intensidade de um impulso nervoso em função do aumento do
estímulo; o neurônio obedece à regra do “tudo ou nada”.

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Sistema nervoso dos vertebrados

Nos vertebrados, o sistema nervoso está localizado na região dorsal e protegido pela caixa craniana e
pela coluna vertebral. Compreende: encéfalo, medula e nervos.
De um ponto de vista funcional o sistema nervoso humano está dividido em somático e autônomo.

Sistema nervoso Somático

A porção somática do sistema nervoso compreende todas as partes envolvidas no controle voluntário.
Dos organismos. Compreende o sistema nervoso central, formado pelo encéfalo e pela medula nervosa,
onde ocorrem a interpretação e a integração dos impulsos nervoso, e de onde partem ordens para todo
o organismo. O sistema nervoso central é protegido por um sistemas de membranas, as meninges: pia-
mater, em contato direto com os órgãos do sistema nervoso; dura-máter, sob os ossos do crânio e da
coluna vertebral e aracnoide, que situa-se entre as duas anteriores.
O sistema nervoso somático inclui, também, o sistema nervoso periférico, que compreende os nervos
formados por prolongamentos de neurônios sensoriais e efetuadores, que conduzem, respectivamente,
impulsos dos receptores sensoriais ao sistema nervoso central e, deste, de volta para as parte periféricas
do corpo, onde estão os efetuadores de respostas.
O encéfalo humano, como o de todos os vertebrados forma-se a partir de um dilatação do tubo neural,
que se subdivide em três porções: anterior, posterior e médio. Num estágio posterior, a porção anterior
do encéfalo se subdivide, constituindo o cérebro (grandemente expandido sob a forma de hemisférios
cerebrais) e o diencéfalo (tálamo, hipotálamo e hipófise posterior).
O cérebro é a sede de todas as ações voluntárias de que o animal é capaz de realizar. É notável o
aumento da superfície cerebral obtido através dos dobramentos (circunvoluções), à medida que subimos
a escala evolutivas dos vertebrados, revelando um aumento de áreas sensitivas e motoras em
vertebrados superiores.
O diencéfalo estabelece numerosas conexões com outras partes do encéfalo. O tálamo contém feixes
ascendentes e descendentes que ligam o cérebro a medula. O hipotálamo engloba os centros que
controlam o sono, vigília, fome, sede, osmorregulação, temperatura, instinto sexual, prazer e dor. A parte
superior da hipófise, considerada a glândula mestra do sistema endócrino, é formada por uma projeção
do diencéfalo, abaixo do hipotálamo. Ela armazena secreções produzidas por células neuro-secretoras.
O encéfalo médio parece ser a parte menos importante do encéfalo dos mamíferos, equivalendo aos
lobos ópticos dos vertebrados inferiores.
O cerebelo é o órgão responsável pela coordenação das atividades dos músculos esqueléticos, do
tato, visão e audição, em nível inconsciente, a partir de informações recebidas. Indivíduos com lesão no
cerebelo exibem fraqueza e perda do tônus muscular, assim como movimentos descoordenados. Suas
atividades estão relacionadas com o equilíbrio e postura corporal. O cerebelo trabalha em conexão com
o córtex cerebral e o tronco encefálico.
O bulbo, além de ser caminho para todos os feixes nervosos que ligam a medula espinhal ao cérebro,
contêm centros de controle da respiração, deglutição salivação vômito e circulação.

A medula espinhal é uma extensão do encéfalo, estendendo-se da base do crânio até logo abaixo das
costelas. E uma haste de tecido cerebral, com um pequeno canal passando através de todo seu

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comprimento, que contém um líquido cefalorraquidiano, e colocação branca por fora e cinzento por dentro.
É uma importante via de comunicação com os centros nervosos superiores, contendo inúmeros feixes
ascendentes e descendentes. Além disso, atua como centro de coordenação autônoma, que controlam
algumas ações reflexas.

Sistema nervoso autônomo

O sistema nervoso autônomo este sistema funciona de forma autónoma, controlando a função
involuntária de diversos órgãos, já que a maior parte da sua atividade não chega ao córtex O sistema
nervoso autónomo divide-se em sistema nervoso simpático e sistema nervoso parassimpático. Estes
trabalham de forma contrária, podendo-se afirmar que o sistema parassimpático restaura os níveis de
equilíbrio alterados pelo simpático.
A função do sistema nervoso simpático (SNS)é a de preparar o corpo para uma emergência, de
responder a um estímulo do ambiente quando o organismo se encontra ameaçado, excitando e ativando
os órgãos necessários às respostas.
Já o sistema nervoso parassimpático (SNP) visa reorganizar as atividades desencadeadas pelo
SNA Simpático, relaxando as atividades. Relaciona-se diretamente com a capacidade de regulação do
organismo face às condições ambientais em que se encontra – homeostasia, capacidade está garantida
pelo hipotálamo. Dando um exemplo: se o SNA simpático faz com que o ritmo cardíaco acelere, a função
do SNA parassimpático é estabilizar esse ritmo.

As fibras nervosas do sistema nervoso autônomo fazem sinapse num gânglio antes de atingirem o
órgão alvo, sendo assim chamadas de fibras pré-ganglionares e fibras pós-ganglionares. As fibras pré-
ganglionares do sistema nervoso autônomo (simpáticas e parassimpáticas) liberam o neurotransmissor
acetilcolina no gânglio autonômico e são chamadas de fibras colinérgicas. As fibras pós-ganglionares
parassimpáticas são também colinérgicas, mas as fibras pós-ganglionares simpáticas podem ser tanto
colinérgicas como adrenérgicas (liberam noradrenalina ou adrenalina). A maioria da fibras pós-
ganglionares simpáticas, sem dúvidas, são do tipo adrenérgicas.

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Sistema Digestivo

Anatomia - Trato Digestório

O trato digestório é um tubo único que se estende da boca até o ânus, e em determinados trajetos
desse tubo ele vai receber algumas denominações e características próprias, por exemplo, o esôfago, o
estômago (que vem a ser uma dilatação), o intestino delgado, intestino grosso e o ânus. Tudo faz parte
de um tubo único, com esfíncteres e dilatações com características próprias e nomes próprios.
As camadas teciduais do trato digestório são mucosa, submucosa, muscular e serosa. O esôfago é
uma exceção, por não ter a camada serosa.

Esôfago

O esôfago é um órgão tubular fibro-músculo-mucoso com cerca de 23 a 25cm de comprimento, cuja


função principal é conduzir o alimento da cavidade oral até o estômago. É um órgão que faz parte do trato
digestório.
Ele começa na região do pescoço (ou cervical), depois passa pelo tórax, e depois abdômen. É um
órgão que percorre três regiões, então ele vai ter três denominações: esôfago cervical, esôfago torácico
e esôfago abdominal, de acordo com a região que ele percorre.
O esôfago é um tubo muscular que se estende do esfíncter superior até sua transição entre o esôfago
e o estômago que é chamado de cárdia.
O esôfago possui lâminas circulares internas de músculo e lâminas longitudinais externas de músculo
(no terço superior, com músculo esquelético, no terço médio com ambos os músculos, e no terço inferior
de músculo liso).
A faringe tem três músculos, constritor superior, médio e inferior. O esôfago começa no músculo
constritor inferior da faringe, que também é denominado de esfíncter esofagiano superior. Esse esfíncter
esofagiano superior é músculo estriado esquelético, porque é o músculo da deglutição, cujo ser humano
é capaz de controlar. Do músculo constritor inferior da faringe até o estômago mede mais ou menos o
trajeto de 15cm. Contando do incisivo superior até o estômago, 25cm (medido geralmente pela
endoscopia). Do esfíncter esofagiano superior, são 20cm.
O terço proximal do esôfago é musculatura esquelética, então a gente tem controle. A partir do terço
médio, é musculatura lisa, então não temos mais controle.

No trajeto do esôfago até o estômago, durante a deglutição, ocorre três compressões (constrições),
nas quais podem ser observadas na deglutição através de radiografia contrastada, que utiliza o bário (um
líquido radiopaco) no exame, mostrando o estreitamento do lúmem onde as estruturas adjacentes
produzem impressões importantes que indicam mais provavelmente a localização dos possíveis objetos
estranhos deglutidos e entalados ou um estreitamento após ingestão acidental de um líquido cáustico
num caso de bloqueio esofágico:
- No seu início, na junção faringo-esofágica (esfíncter esofágico superior), causada pelo músculo
constritor inferior da faringe (15cm dos dentes incisivos).
- Na constrição bronco aórtica (torácica), onde ele é cruzado pelo arco da aorta. (22,5cm dos dentes
incisivos) e pelo brônquio principal esquerdo (a 27,5cm dos dentes incisivos).
- Na constrição diafragmática, onde ele passa através do diafragma, formando o esfíncter fisiológico
esofágico inferior (aproximadamente a 40cm dos dentes incisivos).
As constrições não são visíveis no esôfago vazio. Entretanto, à medida que ele se expande durante o
enchimento, as estruturas citadas comprimem suas paredes.
Se a pessoa tem uma doença em que o botão aórtico aumenta muito ela terá disfagia. É o que acontece
na doença de Chagas.

Observando o esôfago na posição anatômica, percebe-se que ele tem uma leve curvatura no trajeto
de um “Z”.
No desenvolvimento embriológico a aorta sai de VE ela faz o cajado e nessa rotação ela ocupa o lado
esquerdo no plano mediano e o esôfago ocupa o lado direito.
Então, se ocorrer uma lesão do esôfago cervical, aborda-se do lado esquerdo, pois o acesso ao
esôfago fica mais fácil. Se for na porção torácica do esôfago, aborda-se o lado direito do paciente.

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A maior parte do esôfago está na cavidade torácica e a menor parte está na cavidade abdominal,
abaixo do diafragma.
O esôfago começa na região cervical, no músculo constritor inferior da faringe, e termina no estômago.
Durante esse trajeto, ao atravessar o diafragma, existe um orifício, chamado de hiato esofágico, um
“buraco” no diafragma por onde o esôfago chega à cavidade abdominal. Na cavidade abdominal temos
alguns hiatos (furos, ou passagens), como por exemplo, o hiato aórtico (por onde passa a aorta).
Os hiatos são usados como passagem para estruturas que têm transição entre o tórax e o abdômen,
e tem que atravessar o diafragma, que é o limite entre a cavidade torácica e abdominal.
Existe o hiato aórtico, o hiato esofágico, hiato da veia cava.
No hiato esofagiano existe um esfíncter (um músculo que controla a passagem do alimento de um
segmento do tubo para outro). Mas este não é um esfíncter verdadeiro, pois não é composto por
musculatura. É um “esfíncter fisiológico”.
Então o esfíncter esofagiano inferior é um esfíncter fisiológico, e impede o refluxo dos alimentos do
estômago pra dentro do esôfago.
Existe uma transição do epitélio do esôfago para o epitélio do estômago, uma mudança brusca de
tecido chamado de linha Z.
A Linha Z é uma linha denteada designada por cirurgiões e endoscopistas onde a túnica mucosa muda
abruptamente da túnica mucosa do esôfago para a túnica mucosa do estômago, como a junção
esofagogástrica.
O epitélio do esôfago não é igual do estômago, e por isso não tolera tanta acidez.
Neste segmento pode haver o refluxo do ácido do estômago para o esôfago, o chamado refluxo
gastroesofágico, que é uma falha do esfíncter esofagiano inferior.
O esfíncter esofagiano inferior é um complexo de estruturas que mantém aquela região fechada, que
são: crura diafragmática (ou pilares diafragmáticos), ângulo de His (é um ângulo formado entre o terço
distal do esôfago e o fundo gástrico), e por uma membrana chamada freno-esofágica, que fixa o esôfago
no diafragma. Essas estruturas ajudam impedindo o refluxo.
O esôfago não tem a camada serosa, e por isso, as metástases e tumores no esôfago ocorrem com
mais rapidez do que nos outros órgãos e disseminam com mais facilidade.
Tem apenas musculatura longitudinal externa e musculatura circular interna.
O fato de não ter serosa deixa o esôfago muito friável, fácil de rasgar.
A serosa é uma camada que dá sustentação. Lesões no esôfago têm mais chances de desenvolverem
fístulas.
As suturas de esôfago têm maior chance de sofrer rompimento dos pontos. Isso torna difíceis as
cirurgias de esôfago.
Quando não está havendo deglutição, o esôfago fica contraído (fechado). E durante o seu trajeto, ele
tem relação anatômica com outras estruturas. No esôfago cervical, temos relação posterior à traquéia,
lateralmente os vasos jugular interna e carótida comum, nervo vago, nervo frênico, plexo cervical, do lado
esquerdo o ducto torácico. Na região torácica, o esôfago se localiza no mediastino posterior juntamente
com a aorta descendente (torácica), logo relação anatômica é intima com a aorta, arco aórtico, pleura, os
pulmões, ainda com a traquéia. E na cavidade abdominal relação intima com o estômago e o diafragma.
Os vasos linfáticos do esôfago são contínuos. Se existe um tumor no terço médio, não se pode tirar
apenas o terço médio do esôfago, é preciso fazer uma esofagectomia total; isso porque a drenagem
linfática é contínua e vai para o ducto torácico. Não dá para tirar segmentos. No lugar do esôfago,
geralmente coloca-se um pedaço do estômago ou do intestino grosso (cólon transverso), que é preparado
e quando implantado tem peristalse normal. Essa cirurgia denomina-se esofagoplastia.
O plexo linfático do esôfago cervical é drenado pelo ducto torácico e é formado por gânglios
mediastinais, traqueais, subcarinais, e linfonodos diafragmático e celíaco.
O esôfago tem um plexo nervoso interno, dentro do órgão. Ele se contrai ao estímulo doloroso. Um
impulso elétrico é gerado dentro das camadas do órgão. O movimento peristáltico, que é o movimento do
bolo alimentar ao longo do trato digestório, é gerado pela distensão provocada pelo bolo alimentar que
chega dentro no órgão e a liberação de neurotransmissores na musculatura.
O órgão responde com uma contração, que movimenta o bolo alimentar, reestimulando o plexo até
que ele chegue ao estômago. Esse plexo é chamado de plexo mioentérico de Meissner-Auerbach, porque
é gerado dentro das camadas do trato digestório, isso no trato digestório inteiro. Isso tem no esôfago no
terço médio e inferior, porque no terço superior é musculatura esquelética.
A vascularização do esôfago cervical é feita por vasos cervicais, principalmente ramos da artéria
tireóidea superior, ramos da artéria tireóidea inferior. No esôfago torácico, vamos ter ramos direito da
aorta torácica, ramos intercostais e artérias brônquicas. Entre o diafragma e o estômago, estão as artérias
frênicas (do diafragma) inferiores e artéria gástrica esquerda, que vem do tronco celíaco.

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A drenagem venosa na parte cervical é feita por ramos da subclávia e hipofaringe; na parte torácica,
pelas veias ázigos, hemiázigos e intercostais; na parte abdominal, pelos ramos das veias gástricas, que
são ramos da veia porta.
A veia porta drena para o fígado. Uma obstrução na veia porta impede a passagem de todo o sangue
da cavidade abdominal que drena para veia porta, o que inclui o esôfago abdominal, fazendo com que as
veias se dilatem e inchem e suas válvulas se tornem incompetentes. O sangue começa então a
congestionar na região de estômago e esôfago, o que é chamado de varizes do esôfago e gástricas. Ao
se romperem, o sangue vai pra dentro do estômago e esôfago, gerando hemorragia digestiva alta.
Existe uma inervação extrínseca que é feita pelo plexo simpático e pelo nervo vago, que faz a inervação
parassimpática de todo o trato digestório e a inervação intrínseca que é feita pelo plexo mioentérico. O
nervo vago desce paralelo ao esôfago até a cavidade abdominal.

Estômago

O estômago é a continuação da parte abdominal do esôfago no trato digestório.


Topograficamente, o estômago fica na região epigástrica, na parte superior e central do abdômen.
A função do estômago é atuar como misturador enzimático, reservatório de alimento e fazer a digestão
enzimática com suco gástrico (ácido clorídrico e enzimas), que converte a massa de alimento em uma
mistura líquida: o quimo, que passa para o duodeno.
Ele mistura o alimento pelos movimentos peristálticos, e digere principalmente as proteínas.
O estômago também faz a defesa do organismo, porque muitas bactérias morrem em pH ácido.
O piloro é uma estrutura muscular que tem a função valvular. O piloro é um esfíncter (uma musculatura
que tem a função valvular). Ele regula a passagem do alimento do estômago para o duodeno.
Esvaziamento do estômago ocorre quando a pressão intragástrica supera a resistência do músculo
esfíncter do piloro.
Piloro espasmo: é a incapacidade das fibras musculares lisas que circundam o anel pilórico de
relaxarem normalmente, fazendo com que o estômago fique cheio por não deixar passar facilmente o
alimento do estômago para o duodeno. Normalmente resulta em vômito.
Estenose Hipertrófica Congênita do Piloro: é o espessamento do músculo liso no piloro fazendo com
que o piloro fique alongado, rígido, grande, com estreitamento do canal pilórico. Assim, a parte proximal
do estômago fica dilatada. Ocorre por influência genética.
Úlceras Gástricas ou Pépticas são lesões da túnica mucosa do estômago comumente associadas com
a presença de Helicobacter pylori.
Normalmente um muco recobre a túnica mucosa formando uma barreira entre o ácido e as células da
túnica mucosa e, algumas vezes, esta proteção é inadequada e o suco gástrico corrói a túnica mucosa,
formando uma úlcera. Se a úlcera atingir as artérias gástricas, pode causar uma hemorragia.
A vagotomia pode ser realizada em conjunção com a ressecção da área ulcerada (antrectomia ou
ressecção do antro pilórico). Ela consiste em diminuir a produção ácida. Na vagotomia seletiva retira-se
a parte nervosa do estômago, mas os ramos vagais para o piloro, trato biliar, intestinos e plexo celíaco
são preservados.
A vagotomia cessa a produção do ácido gástrico sem cessar a peristalse. O problema deste
procedimento (ultrapassado) é que no caso de um tumor gástrico, é difícil a detecção dos seus sintomas
no início do quadro, devido à dessensibilização.
Uma úlcera gástrica posterior pode erodir o pâncreas através da parede do estômago, resultando em
dor referida no dorso.
A sonda nasogástrica serve para drenagem (aberta) ou alimentação (fechada) e deve ser tecnicamente
introduzido desde as narinas até o estômago.

O estômago possui quatro partes e duas curvaturas:


1) Cárdia: envolve o osteo cárdico.
2) Fundo: parte superior dilatada que está relacionada com a cúpula esquerda do diafragma. Limitada
inferiormente pelo plano horizontal do osteo cárdico.
A incisura cárdica está entre o esôfago e o fundo.
O fundo pode ser dilatado por gás, líquido, alimento ou qualquer combinação destes.
3) Corpo: entre o fundo e o antro pilórico.
4) Parte pilórica: região infundibuliforme do estômago.
Antro pilórico: é a sua parte mais larga.
Canal pilórico: é a sua parte mais estreita.

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O piloro guarda o osteo pilórico. É a região esfinctérica distal da parte pilórica.
Sua parede é mais grossa porque contém músculo liso circular.
Sua camada média é espessada para formar o músculo esfíncter do piloro.
Está normalmente em contração tônica. Está fechado, exceto quando emite o quimo. Em intervalos
irregulares, o peristaltismo gástrico passa o quimo através do canal e do osteo pilóricos para o intestino
delgado para a posterior mistura, digestão e absorção.

Músculo esfíncter do piloro: controla a descarga dos conteúdos do estômago através do óstio pilórico
para o duodeno.

- Curvatura menor: forma a margem côncava menor do estômago.


Incisura angular: indica a junção do corpo com a parte pilórica do estômago.
- Curvatura maior: forma a margem convexa mais longa do estômago.

A mucosa gástrica é longitudinal e tortuosa, diferente da esofagiana que é longitudinal e lisa e do


delgado que é circular. E a musculatura do esôfago se continua com a do estômago, formando as duas
camadas que acompanham todo o trato digestivo. Por fora uma musculatura longitudinal e por dentro
uma musculatura circular. É isso que dá o peristaltismo visceral, que é a contração de uma víscera de
maneira a propagar o conteúdo dessa víscera.
No interior do estômago existe uma lâmina mucosa de cor marrom avermelhada, exceto na parte
pilórica que é rósea.
Quando contraída a túnica mucosa é transformada em pregas gástricas ou rugas (cristas longitudinais).
Muito marcadas em direção à parte pilórica e à curvatura maior.
O canal gástrico (sulco) forma-se durante a deglutição entre as pregas gástricas longitudinais da túnica
mucosa, ao longo da curvatura menor. Esse canal se forma por causa da fixação firme da túnica mucosa
gástrica na túnica muscular (sem camada oblíqua neste local). Por ele passam saliva e pequenas
quantidades de alimento mastigado e outros líquidos até o canal pilórico.

Posição anatômica do estômago:


O estômago é a parte expandida do trato digestório entre o esôfago e o intestino delgado; é um órgão
tubular oco. Normalmente em forma de J.
Sua forma e posição anatômica variam por causa dos movimentos do diafragma durante a respiração,
dos conteúdos do estômago e da posição da pessoa.

O estômago localiza-se na região epigástrica. É coberto pelo peritônio, exceto onde os vasos
sanguíneos correm ao longo de suas curvaturas e em uma pequena área posterior ao osteo cárdico.
As duas lâminas do omento menor estendem-se em torno do estômago e abandonam a curvatura
maior como omento maior.

- Anteriormente: lobo esquerdo do fígado e parede abdominal anterior.


- Esquerda: baço.
- Direita: vesícula biliar, fígado e duodeno.
- Medialmente: ligamento hepatogástrico.
-Posteriormente: bolsa omental (a face posterior do estômago forma a maior parte da parede anterior
da bolsa omental), pâncreas e rim esquerdo.
- Superiormente: diafragma.
- Inferiormente: cólon transverso.

O leito do estômago é formado pelas estruturas que formam a parede posterior da bolsa omental.
De superior para inferior ele é formado por:
- pilar esquerdo do diafragma;
- baço;
- rim esquerdo e gandula suprarrenal;
- artéria esplênica;
- pâncreas;
- mesocólon e colo transversos.

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Vascularização do estômago:
O estômago possui um suprimento arterial rico. As artérias gástricas originam-se do tronco celíaco e
seus ramos.

- Artéria gástrica esquerda: origina-se do tronco celíaco, corre no omento menor em direção à cárdia
e depois curva-se para seguir ao longo da curvatura menor e anastomosar com a artéria gástrica direita.
Ela vai vascularizar a parte proximal da pequena curvatura, artéria esplênica, que vai para o baço, e
hepática comum, que vai para o fígado.
- Artéria gástrica direita: origina-se da artéria hepática própria, às vezes da hepática comum ou da
gastroduodenal. Corre para a esquerda ao longo da curvatura menor para anastomosar com a artéria
gástrica esquerda. Irriga a parte distal da pequena curvatura.
- Artéria gastromental direita: artéria hepática comum vai dar a artéria hepática, própria que sobe para
o fígado, e a artéria gastroduodenal, que desce passando atrás do duodeno e vai dar a artéria
gastromental direita (ou gastroepiplóica direita) que irriga a parte lateral direita (distal) da grande
curvatura. Corre pela esquerda ao longo da curvatura maior para anastomosar-se com a artéria
gastromental esquerda.
- Artéria gastromental esquerda: origina-se da artéria esplênica. Segue ao longo da curvatura maior
para anastomosar com a artéria gastromental direita.
- Artérias gástricas curtas: originam-se da extremidade distal da artéria esplênica ou de seus ramos
esplênicos e passam para o fundo do estômago.

A importância dessa rica vascularização acontece em tumores de esôfago, onde é necessário retirar
uma parte do estômago, que só é possível porque as artérias conseguem se suprir entre si.

As veias gástricas são paralelas às artérias em posição e trajeto, e desembocam na veia porta.
As veias gástricas esquerda e direita drenam para a veia porta do fígado.
As veias gástricas curtas e a veia gastromental esquerda: drenam para a veia esplênica, que se une à
mesentérica superior para formar a veia porta do fígado.
A veia gastromental direita esvazia-se na veia mesentérica direita.
Veia pré-pilórica sobe acima do piloro em direção à veia gástrica direita (cirurgiões a usam para
identificar o piloro).
Todo o sangue do trato digestório vai passar pelo fígado, que funciona como um filtro, então todas as
veias convergem para a veia porta (formada pela veia mesentérica superior e veia esplênica). Numa
situação de impedimento de fluxo portal, cirrose, por exemplo, que o sangue não consegue passar
adequadamente pelo fígado, isso gera um aumento de pressão dentro do sistema porta. O sangue fica
retido, aumenta a pressão dentro da veia e o sangue fica retido, estasiado, seguindo outra direção.
A veia ázigos se comunica com a veia gástrica esquerda. Essas veias são muito finas e com aumento
de pressão, a luz fica tortuosa, formando as chamadas varizes de esôfago.

Inervação do Estômago:
O nervo vago faz toda a inervação parassimpática das vísceras abdominais. O vago direito é também
chamado de vago anterior, e o vago esquerdo é o vago posterior, são dois troncos vagais.
Ao nível de junção esofagogástrica é possível palpar o nervo vago. A importância do nervo vago é,
através da acetilcolina, aumentar a secreção de ácido.
Nas cirurgias para úlcera duodenal e péptica, uma das medidas adotadas é cortar o nervo vago para
diminuir a secreção gástrica. O nervo vago também aumenta o peristaltismo e abre o piloro.
- Suprimento nervoso parassimpático do estômago: troncos vagais anterior e posterior e seus ramos,
que entram no abdome através do hiato esofágico.
- Tronco vagal anterior: derivado do nervo vago esquerdo. Entra no abdome como um único ramo que
se localiza na face anterior do esôfago. Corre em direção à curvatura menor, onde emite ramos hepáticos
e duodenais que saem do estômago pelo ligamento hepatoduodenal. O resto continua ao longo da
curvatura menor, dando origem aos ramos gástricos anteriores.
- Tronco vagal posterior: é o maior, derivado do nervo vago direito. Entra no abdome na face posterior
do esôfago e passa em direção à curvatura menor do estômago.
Fornece ramos para as faces anterior e posterior do estômago.
Emite um ramo celíaco que corre pelo plexo celíaco e depois continua ao longo da curvatura menor,
dando origem aos ramos gástricos posteriores.

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- Suprimento nervoso simpático do estômago: segmentos T6 até T9 da medula espinhal. Passa para
o plexo celíaco através do nervo esplâncnico maior e é distribuído através dos plexos em torno das
artérias gástricas e gastromental.

Vasos linfáticos:
Os linfonodos geralmente acompanham as artérias. Temos linfonodos gástricos esquerdos e
paragástricos, gástrico direito, gastroepiplóico, esplênicos. E toda a drenagem linfática do estômago vai
para os linfonodos do tronco celíaco.
Quando se opera um tumor gástrico, ressecar todos os linfonodos é difícil O sistema linfático
anastomosa-se entre si, e a disseminação de tumores é grande.
No Japão (local onde mais se desenvolve câncer gástrico) foram determinados os linfonodos passíveis
de metástases, que devem ser retirados a qualquer custo.
Todos convergem para o Gânglio Celíaco (o principal) e depois para o ducto torácico.

- Linfa dos dois terços superiores: drena ao longo dos vasos gástricos direito e esquerdo para os
linfonodos gástricos.
- Linfa do fundo e parte superior do corpo: também drenam ao longo das artérias gástricas curtas e
vasos gastromentais esquerdos para os linfonodos pancreáticos e esplênicos.
- Linfa do terço inferior, dois terços direitos: drena ao longo dos vasos gastromentais direitos para os
linfonodos pilóricos.
- Linfa do terço esquerdo da curvatura menor drena ao longo dos vasos gástricos curtos e esplênicos
para os linfonodos pancreático-duodenais.

Carcinoma do Estômago:
É quando o corpo ou a parte pilórica do estômago contém um tumor maligno, a massa pode ser
palpável. É mais comum nos homens. Quando ocorre na parte de cima deve retirá-lo todo, mas quando
ocorre na parte de baixo, retira-se somente a parte do tumor. No tumor, a parede do estômago fica lisa,
sem pregas.

Gastroscopia:
É usada pelos médicos para inspecionar a túnica mucosa do estômago cheio de ar, o que permite a
eles observar as lesões gástricas e fazer biópsias.
A drenagem linfática é excessiva no estômago e por isso cria uma impossibilidade de remover todos
os linfonodos numa cirurgia. Assim, os linfonodos ao longo dos vasos esplênicos podem ser extraídos
removendo-se o baço, os ligamentos gastroesplênico e esplenorretal e o corpo e cauda do pâncreas.
Já os linfonodos envolvidos ao longo dos vasos gastromentais podem ser removidos ressecando o
omento maior. Contudo, a remoção dos linfonodos aórticos e celíacos e aqueles em torno do pâncreas
são mais difíceis.

Gastrectomia:
Pode ser total (remoção de todo o estômago) ou parcial (remoção de parte do estômago).
Ela pode ser utilizada para remover a região do estômago envolvida por um câncer ou para excisar o
antro pilórico em alguns casos de úlcera péptica. Para remover um câncer, ela precisa remover todos os
vasos linfáticos regionais envolvidos.
Como as anastomoses das artérias que suprem o estômago fornecem boa circulação colateral, uma
ou mais artérias podem ser ligadas nesse procedimento.
Quando se remove o antro pilórico, o omento maior é incisado paralelo e abaixo da artéria gastromental
direita, requerendo ligadura de todos os ramos omentais desta artéria.
O omento não se regenera por causa das anastomoses com outras artérias como ramos omentais da
artéria gastromental esquerda, que ainda estão intactos.
Câncer na região pilórica é mais frequente. Deve-se fazer a remoção dos linfonodos pilóricos e
gastromentais direitos (que recebem a drenagem linfática dessa região).
O gânglio sentinela é um indicador de mau-prognóstico, porque ele é o primeiro gânglio linfático que
drena uma neoplasia, e é o primeiro a receber células metastáticas. É essencial após descoberta de tumor
maligno verificar se o gânglio sentinela está invadido, pois o inicio de metastização determina estratégias
terapêuticas mais agressivas.

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Cirurgia de redução de estômago deixa-se apenas 30 ml de volume na cavidade do estômago. O
intestino delgado é ligado para refazer o trânsito. Para não dilatar suas paredes, é colocado um anel de
silicone preso em volta da víscera.

Intestino Delgado

O intestino delgado é a porção do trato digestório que segue ao estômago. Ele é formado por três
partes bem definidas: o duodeno, o jejuno e o íleo. Toda essa parte do intestino delgado se localiza no
mesogástrio (na anatomia palpatória)
O duodeno tem várias partes retroperitoneais; as demais partes, o jejuno e o íleo são vísceras
peritoneais ou intraperitoneais.
O intestino delgado é responsável pela absorção de nutrientes, sais minerais, sais biliares e
aminoácidos.
Algumas doenças congênitas determinam ausência de luz (parte interna do órgão), e o cirurgião tem
que extirpar parte desse intestino na tentativa de salvar a criança. Quando se tira muita quantidade de
intestino, a criança desenvolve a “síndrome do intestino curto”, onde ela não pode se alimentar com nada
pela boca (via oral). Ela se alimenta por uma veia parieteral, por onde entra os nutrientes. Essa criança
nunca come e ela sobrevive numa faixa de até dez anos de idade apenas. É uma doença gravíssima que
talvez só se resolva com um possível transplante intestinal.

A superfície absortiva da mucosa intestinal mostra muitas pregas denominadas válvulas coniventes ou
pregas de Kerckring, que aumentam a área de absorção da mucosa cerca de três vezes. Essas pregas
estendem-se circularmente, por quase todo o intestino e estão bastante desenvolvidas especialmente no
duodeno e no jejuno.
Localizadas em toda a superfície do intestino delgado, desde aproximadamente o ponto em que o
ducto biliar comum esvazia-se no duodeno, até a válvula ileocecal, existem milhões de pequenas
vilosidades, que se projetam cerca de 1 mm, a partir da superfície da mucosa. Essas vilosidades
aumentam em dez vezes a área absortiva.
As células epiteliais intestinais, também chamadas de enterócitos, caracterizam-se pela borda em
escova, contendo microvilosidades, o que aumenta a superfície de exposição às substâncias no intestino
mais 20 vezes.
Assim, a combinação das pregas de Kerckring com as vilosidades e as microvilosidades aumenta a
área absortiva da mucosa em cerca de 600 vezes.

Irrigação do Intestino Delgado:


A vascularização arterial do duodeno é feita por ramos do tronco celíaco e da mesentérica superior. A
irrigação em todo o resto do intestino delgado é feita pela mesentérica superior que vai formar os ramos
jejunais e os ramos ileais.
Tanto o duodeno quanto jejuno e íleo tem as suas veias acompanhando os ramos arteriais e drenam
para a veia mesentérica superior que é uma tributária da veia porta.
Uma medicação que é absorvida via oral chega até a circulação venosa e é drenado para a veia porta.
O sangue contendo a medicação chega na veia mesentérica superior e depois entra na veia porta.
A medicação é metabolizada no fígado, e é enviada para veias hepáticas, que drenam para veia cava
inferior, átrio direito, ventrículo direito, pulmão (onde o sangue é oxigenado), átrio esquerdo, ventrículo
esquerdo, artéria aorta e de lá para os tecidos do corpo.
Por tanto, medicações para uso oral devem estar preparadas para passarem pelo fígado, e
possivelmente serem metabolizadas, diferente das medicações de uso endovenoso, intramuscular, por
via retal ou tópica.
Um tubo de alimentação entérica passa pelo duodeno e necessariamente tem que ficar no jejuno.
A inervação do intestino delgado se faz pelos ramos vagais (tronco posterior), gânglios celíacos e
gânglios esplâncnicos.

Duodeno
Ampola, porção descendente, porção horizontal e porção ascendente.
O duodeno fica a direita do estômago, no retroperitônio. O duodeno forma um “C”, o arco duodenal,
ao redor da cabeça do pâncreas que também é retroperitonial, mantendo uma intima relação com esse
órgão.
O duodeno em toda sua extensão é fundamental como todo o resto do intestino delgado pra absorção
dos nutrientes.

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A primeira porção do duodeno que se segue logo após o piloro chama-se ampola duodenal; ela é
dilatada como uma ampola porque recebe todo o quimo que está dentro de estômago.
A segunda porção é chamada de porção descendente; é a formadora do arco, abraçando toda a
cabeça do pâncreas.
A seguir a terceira porção ou porção horizontal.
A quarta porção é chamada de ascendente. Ela emerge então em direção ao peritônio, onde começa
ser completamente envolvida pelo peritônio, aqui já dando origem a próxima parte do intestino delgado,
que é o jejuno.
Todas as porções do duodeno são retroperitoneais, pois o peritônio recobre apenas a face anterior do
órgão.
Algumas áreas do duodeno são fundamentais ao início do processo de digestão. A bile produzida no
fígado e o suco pancreático produzido no pâncreas, com as enzimas pancreáticas são drenadas para o
intestino, para promover então o processo da digestão.
Tanto o colédoco quanto o ducto principal pancreático se unem e desembocam na segunda porção
duodenal. Eles jogam a bile e o suco pancreático na segunda porção duodenal.
A união do colédoco e do ducto principal pancreático vai formar um orifício que é chamado de papila
duodenal.
Também existe a papila secundária, do ducto pancreático secundário.
O duodeno é formado por uma parede de musculatura longitudinal interna, uma circular interna e a
parte interna a mucosa. Esta musculatura circular e longitudinal abraça os ductos que entram e permitem
a formação de uma área mais dilatada, chamada de ampola de Vater ou ampola hepatopancreática. Essa
é a parte mais dilatada da união dos dois ductos (colédoco e do ducto principal pancreático).
O colédoco desce posteriormente ao duodeno, passando por detrás da primeira porção duodenal, se
juntando ao ducto pancreático principal, pra formar a ampola hepatopancreática ou ampola de Vater, e
um ducto secundário vindo a formar uma papila secundária.
A musculatura duodenal faz o controle da liberação das substâncias que caem dentro da luz intestinal.
Ela abraça esses dois ductos que formam um orifício (papila duodenal), na intenção de formar um
esfíncter, chamado de esfíncter de Oddi.
Essa musculatura da parede duodenal se contrai sobre a ampola controlar a drenagem do ducto
pancreático e do colédoco.
Quando se tem uma carga maior dentro da luz intestinal, receptores de membrana induzem o
relaxamento desse esfíncter e permitem a liberação dessas enzimas pancreáticas e do suco biliar.

Jejuno
O jejuno começa na flexura duodeno – jejuna (ângulo de Treitz).
O ângulo de Treitz ou ângulo duodeno jejunal ou junção duodeno jejunal é a junção entre o duodeno
e o jejuno.
O jejuno e o íleo têm características muito semelhantes, mas eles se diferem em termos de absorção.
Um é mais predisposto a absorção de determinados elementos, o outro para outros elementos.
Macroscopicamente é difícil detectar as diferenças, porque elas giram mais em torno da microscopia
de cada um.
O jejuno tem 2 metros e meio, tem a alça mais fixa e tem uma mucosa mais clara e muito mais
pregueada. Sua aparência é um pouco mais espessa, mais grossa do que o íleo.
Sua posição é um pouco mais alta em relação ao íleo. O conteúdo do jejuno é mais alimentar.

Diferenças entre duodeno e jejuno:


Na prática as diferenças entre o duodeno e o jejuno são poucas.
O íleo é menos espesso, menos vascularizado, menos avermelhado, mais próximo ao hipogástrio, tem
a mucosa mais lisa, tem muita capacidade de absorção e o mesentério tem mais gordura.
O jejuno é mais espesso, mais vascularizado, mais avermelhado, mais próximo a região umbilical do
abdome, tem a mucosa extremamente pregueada, tem pouca capacidade de absorção e o mesentério
tem menos gordura.

Íleo
O íleo tem 3 metros e meio, é a parte terminal do meu intestino delgado, tem uma mucosa mais escura.
O íleo tem uma mucosa mais lisa e cheia de placas de veia.
Sua posição é um pouco mais baixa em relação ao jejuno.
No íleo começa a se formar uma substância líquida fecalóide (não é fezes ainda).

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Existe muita água no intestino delgado. Quem absorve essa água é o intestino grosso. No íleo terminal
desemboca na primeira parte do intestino grosso, chamado de ceco.
O intestino delgado, responsável pela absorção de substâncias, precisa de tempo para realizar esta
tarefa.
O íleo terminal entra na musculatura do ceco e forma a válvula ileocecal. Essa válvula se mantém
fechada tempo suficiente para que todo conteúdo seja absorvido no intestino delgado e só o que não
precisa ser aproveitado chegue ao íleo terminal em forma de secreção fecalóide.
Então a válvula ileocecal se abre e permite a liberação dessas substâncias para dentro da primeira
porção do intestino grosso, que é o ceco, cheio de água e resto alimentar.

Intestino Grosso

Diferente do intestino delgado, que possui grande mobilidade, o intestino grosso tem ligamentos muito
próximos às suas paredes, formando as goteiras parieto-cólicas. Ele serve de moldura para o intestino
delgado.
O peritônio recobre o cólon, que forma uma moldura ao redor do mesogástrio.
O intestino grosso tem um maior calibre e é formado pelo ceco em sua primeira porção, que é bastante
dilatada, pelo apêndice cecal, pelos cólons ascendente, transverso, descendente, sigmoide, reto e o canal
anal.

Irrigação do Intestino Grosso:


O intestino grosso é irrigado por ramos diferentes da artéria mesentérica superior.
A artéria ileocólica, ramo apendicular, irriga o ceco.
As artérias íleo-ceco-cólica e cólica direita irrigam o colón ascendente.
As artérias cólica média e a artéria mesentérica inferior irrigam o cólon transverso.
As artérias cólica esquerda e sigmóidea irrigam o cólon descendente.
As artérias sigmóideas irrigam o sigmoide.
As artérias retais superior, retais médias, retais inferior irrigam o reto.

As artérias cólica média e cólica esquerda formam uma arcada marginal chamada arcada de Rioland.
É uma arcada que vem em torno de todo o cólon e promove anastomose entre a artéria mesentérica
superior e inferior, via cólica média e esquerda.
Também tem a arcada de Drummond.
As veias acompanham as artérias na metade do cólon transverso, que é drenado para a veia
mesentérica superior.
A metade do cólon transverso, cólon descendente, sigmoide e reto são drenados para a artéria
mesentérica inferior.
O reto recebe ramos diretos da aorta e também da ilíaca interna.
Dois plexos venosos diferentes drenam o reto e o canal anal, formando o plexo hemorroidário.
Hemorroida é uma variz desse plexo hemorroidário.

Ceco
Na luz do ceco existem dois orifícios: a válvula ileocecal e o do apêndice cecal. A fossa ilíaca direita é
exatamente a localização mais comum do apêndice.
A válvula ileocecal evita o refluxo fecal.
O apêndice é um órgão linfoide que produz células de defesa para essa região da fossa ilíaca. Ele
também não é um órgão fundamental na cavidade abdominal, mas participa da sua defesa.
O apêndice inflama porque dentro dele cai a secreção fecalóide (água, resto alimentar). Nesse resto
alimentar está o fecalito, porções esferoides de fezes endurecidas e caroço de algumas frutas. Essa
secreção entra e sai pelo orifício do apêndice, mas em determinado momento pode ocorrer a obstrução
dessa entrada, impedindo-a de sair e inflamando o apêndice. Essa secreção é cheia de bactérias que se
proliferam e causam uma lesão na mucosa, evoluindo para a perfuração da parede e extravasamento do
líquido contaminado para a cavidade peritoneal, gerando peritonite.
No ceco, a secreção fecalóide vai tendo sua água absorvida em todo o trajeto, passando pelo cólon
ascendente, pela flexura direita ou flexura hepática, pelo colón transverso, pela flexura esquerda ou
flexura esplênica, pelo colón descendente, pelo colón sigmoide até chegar no sigmoide e no reto, onde
se formam as fezes.

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Cólon
Os cólons possuem um caminho bastante pregueado para conseguir aumentar a área de absorção de
água sem aumentar o tamanho da cavidade. Mas as pregas são mais separadas que no ceco.
Esse pregueamento forma saculações (haustos) que são presas por três fitas (formadas pela própria
musculatura longitudinal) chamadas tênias.
Nessas três tênias estão presas o cólon e os apêndices omentais (que produzem algumas células de
defesa pra melhorar a proteção dos cólons). Os a apêndices omentais são bolsas de omento (peritônio)
preenchidos por gordura.
As tênias são as seguintes:
- livre (anterior);
- omental (posterior);
- mesocólica (posterior).

O cólon ascendente fica no lado direito, na flexura direita (hepática).


O cólon transverso tem maior porção e maior mobilidade. Sua alça está para baixo e para frente.
O cólon descendente fica do lado esquerdo, na flexura esquerdo (esplênica).

Sigmoide
No sigmoide, as fezes já estão formadas, sendo encaminhadas ao reto.

Reto
Na parte final do intestino grosso está o reto, um órgão peritoneal e extra peritoneal. Ele não esta atrás
e sim abaixo, entrando na pelve. Não possui tênias nem mesentério.
No homem ele faz relação anatômica com a bexiga, com as vesículas seminais e com a próstata.
Na mulher, faz relação anatômica com o canal vaginal e com o útero.
O reto forma a ampola retal (bastante dilatada) e uma dilatação que suporta todas as fezes que passa
por ali e cuja água já foi quase totalmente absorvida.
O bolo fecal vai se depositar ali e formar fezes moldáveis, com uma quantidade de água o suficiente
pra que não sejam fezes ressecadas.
O músculo levantador do ânus vem de encontro ao reto, formando na sua parte final o canal anal.

A ampola retal é a porção terminal do reto, imediatamente antes da defecação, onde as fezes ficam
em forma de “S”, seguindo o sacro.
A ampola retal tem 3 pregas transversais: superior, média e inferior, e termina na linha pectínea, onde
estão os seios anais, com glândulas que secretam muco.
O canal anal é uma estrutura de mais ou menos 3 a 5 cm no homem adulto e é delimitada pela linha
pectínea. A linha pectínea possui pequenas glândulas que são produtoras de muco pra facilitar a
passagem das fezes pelo canal anal sem lesão da mucosa, e isso delimita também o final do reto e início
do canal anal. Este canal anal termina exteriormente com a cobertura de pele e formação de ânus.
O canal anal possui zona cutânea e zona mucosa.
Ao final do reto existe um espessamento da camada muscular, principalmente da circular. O levantador
do ânus também abraça essa porção do reto e do canal anal, formando um esfíncter, denominado
músculo do esfíncter interno do ânus ou esfíncter interno do ânus de controle involuntário.
O músculo levantador do ânus forma diversas porções musculares definidas como esfíncter externo
do ânus ou músculo do esfíncter externo do ânus de controle voluntário.
Quando a ampola retal se dilata (com a chegada de fezes) a resposta do sistema nervoso é de
contração imediata do esfíncter externo, propriedade essa que vai sendo desenvolvida com o crescimento
(o RN não tem essa capacidade).
A ampola retal se enche então e essa distensão provoca então o fechamento e a contração do músculo
esfíncter interno. Por uma necessidade de convívio social, há contração também do músculo esfíncter
externo.
Quando o indivíduo relaxa o músculo do esfíncter externo do ânus, o músculo esfíncter interno também
relaxa e ocorre a evacuação.

Os homens primitivos evacuavam de cócoras (como evacuam ainda os índios) porque é necessário a
distensão do períneo, músculo levantador do ânus, a distensão desse períneo pra poder relaxar o
esfíncter externo e promover o relaxamento do esfíncter interno.
O homem tem que sentar para promover o relaxamento da região perineal e aí então, o esfíncter
externo relaxando, promove o relaxamento do interno.

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Existe um controle social muito grande sobre a evacuação. Muitas pessoas trazem da infância um
trauma, uma visão negativa das fezes e da evacuação. Isso gera, ainda na infância, e no futuro, a
obstipação intestinal psicológica, pois o indivíduo não consegue relaxar. As fezes ficam paradas na
ampola retal acabam por ressecar. Após 20 dias de absorção intensa de água ocorre a formação de
fecaloma, que são fezes endurecidas como pedra.
Para se tirar um fecaloma, é preciso fazer um toque retal, quebrar essas fezes com o dedo indicador,
e retirá-la aos pedaços.

Questões

01. O esôfago começa na região cervical, no músculo constritor inferior da faringe, e termina no
estômago.
( ) Certo
( ) Errado

02. O esôfago não tem a camada serosa, e por isso, as metástases e tumores no esôfago ocorrem
com mais rapidez do que nos outros órgãos e disseminam com mais facilidade.
( ) Certo
( ) Errado

03. A primeira porção do duodeno que se segue logo após o piloro chama-se ampola duodenal; ela é
dilatada como uma ampola porque recebe todo o quimo que está dentro de estômago. Porém não ocorre
absorção de nutrientes no duodeno.
( ) Certo
( ) Errado

04. A arcada de Rioland refere-se a:


(A) As artérias cólica média e a artéria mesentérica
(B) As artérias cólica média e cólica esquerda
(C) As artérias sigmóideas
(D) A artéria ileocólica

Gabarito

01. Certo/02. Certo/03. Errado/04. B.

Respostas

01. Resposta: Certo


O esôfago começa na região cervical, no músculo constritor inferior da faringe, e termina no estômago.
Durante esse trajeto, ao atravessar o diafragma, existe um orifício, chamado de hiato esofágico, um
“buraco” no diafragma por onde o esôfago chega à cavidade abdominal.

02. Resposta: Certo


Tem apenas musculatura longitudinal externa e musculatura circular interna.
O fato de não ter serosa deixa o esôfago muito friável, fácil de rasgar.

03. Resposta: Errado


O duodeno em toda sua extensão é fundamental como todo o resto do intestino delgado pra absorção
dos nutrientes.

04. Resposta: B
As artérias cólica média e cólica esquerda formam uma arcada marginal chamada arcada de Rioland.
É uma arcada que vem em torno de todo o cólon e promove anastomose entre a artéria mesentérica
superior e inferior, via cólica média e esquerda.

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Sistema Urinário, Genitais Masculino e Feminino

1
O sistema excretor nos humanos

O sistema excretor é formado por um conjunto de órgãos que filtram o sangue, produzem e excretam
a urina - o principal líquido de excreção do organismo. É constituído por um par de rins, um par de
ureteres, pela bexiga urinária e pela uretra.
Os rins situam-se na parte dorsal do abdome, logo abaixo do diafragma, um de cada lado da coluna
vertebral. Cada rim é formado de tecido conjuntivo, que sustenta e dá forma ao órgão, e por milhares ou
milhões de unidades filtradoras, os néfrons, localizados na região renal.
O néfron é uma longa estrutura tubular microscópica que possui, em uma das extremidades, uma
expansão em forma de taça, denominada cápsula de Bowman, que se conecta com o túbulo contorcido
proximal, que continua pela alça de Henle e pelo túbulo contorcido distal; este desemboca em um tubo
coletor. São responsáveis pela filtração do sangue e remoção das excreções.

Funcionamento dos rins

O sangue chega ao rim através da artéria renal, que se ramifica muito no interior do órgão, originando
grande número de arteríolas aferentes, onde cada uma ramifica-se no interior da cápsula de Bowman do
néfron, formando um enovelado de capilares denominado glomérulo. O sangue arterial é conduzido sob
alta pressão nos capilares do glomérulo. Essa pressão tem intensidade suficiente para que parte do
plasma passe para a cápsula de Bowman, processo denominado filtração. Essas substâncias
extravasadas para a cápsula de Bowman constituem o filtrado glomerular, que é semelhante, em
composição química, ao plasma sanguíneo, com a diferença de que não possui proteínas, incapazes de
atravessar os capilares glomerulares.
O filtrado glomerular passa em seguida para o túbulo contorcido proximal. Nesse túbulo, ocorre
reabsorção ativa de sódio. A saída desses íons provoca a remoção de cloro, fazendo com que a
concentração do líquido dentro desse tubo fique menor (hipotônico) do que do plasma dos capilares que
o envolvem. Com isso, quando o líquido percorre o ramo descendente da alça de Henle, há passagem
de água por osmose do líquido tubular (hipotônico) para os capilares sanguíneos (hipertônicos) – ao que
chamamos reabsorção. O ramo descendente percorre regiões do rim com gradientes crescentes de
concentração. Consequentemente, ele perde ainda mais água para os tecidos, de forma que, na curvatura
da alça de Henle, a concentração do líquido tubular é alta.
Esse líquido muito concentrado passa então a percorrer o ramo ascendente da alça de Henle, que é
formado por células impermeáveis à água e que estão adaptadas ao transporte ativo de sais. Nessa
região, ocorre remoção ativa de sódio, ficando o líquido tubular hipotônico. Ao passar pelo túbulo
contorcido distal, que é permeável à água, ocorre reabsorção por osmose para os capilares sanguíneos.
Ao sair do néfron, a urina entra nos dutos coletores, onde ocorre a reabsorção final de água.
Dessa forma, estima-se que em 24 horas são filtrados cerca de 180 litros de fluido do plasma; porém
são formados apenas 1 a 2 litros de urina por dia.

1
http://www.afh.bio.br/

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Além desses processos gerais descritos, ocorre, ao longo dos túbulos renais, reabsorção ativa de
aminoácidos e glicose. Desse modo, no final do túbulo distal, essas substâncias já não são mais
encontradas.

Regulação da função renal

A regulação da função renal relaciona-se basicamente com a regulação da quantidade de líquidos do


corpo. Havendo necessidade de reter água no interior do corpo, a urina fica mais concentrada, em função
da maior reabsorção de água; havendo excesso de água no corpo, a urina fica menos concentrada, em
função da menor reabsorção de água.
O principal agente regulador do equilíbrio hídrico no corpo humano é o hormônio ADH (antidiurético),
produzido no hipotálamo e armazenado na hipófise. A concentração do plasma sanguíneo é detectada
por receptores osmóticos localizados no hipotálamo. Havendo aumento na concentração do plasma
(pouca água), esses osmorreguladores estimulam a produção de ADH. Esse hormônio passa para o
sangue, indo atuar sobre os túbulos distais e sobre os túbulos coletores do néfron, tornando as células
desses tubos mais permeáveis à água. Dessa forma, ocorre maior reabsorção de água e a urina fica mais
concentrada. Quando a concentração do plasma é baixa (muita água), há inibição da produção do ADH
e, consequentemente, menor absorção de água nos túbulos distais e coletores, possibilitando a excreção
do excesso de água, o que torna a urina mais diluída.

Sistema Reprodutor

Mudanças no corpo
A descoberta do sexo acontece com a descoberta do corpo. Moças e rapazes costumam acompanhar
atentamente as mudanças que ocorrem nos seus órgãos sexuais externos. Essas mudanças são
provocadas pela ação de hormônios. As características sexuais primárias, visíveis nos órgãos genitais,
são determinadas geneticamente e estão presentes desde o nascimento, tanto no homem como na
mulher.

O Corpo Masculino

As principais modificações visíveis no corpo masculino ao longo da adolescência estão descritas


abaixo. Os testículos (dentro do saco escrotal) crescem primeiro e, pouco tempo depois, o pênis. Na
puberdade, os pelos surgem em diversos locais: no rosto, nas axilas, no peito e nas áreas próximas aos
testículos. A voz também sofre mudanças. Esse conjunto de características que se definem na
puberdade, em consequência da ação hormonal, recebe o nome de características sexuais secundárias.
Estas, porém, não obedecem a padrões rígidos. Adolescentes de mesma idade podem apresentar
diferenças significativas em relação à estatura do corpo, quantidade de pelos, tamanho do pênis, timbre
de voz etc. O grupo étnico a que pertence o indivíduo, a herança genética, hábitos alimentares, problemas
de saúde, dentre outros fatores, são responsáveis por essas diferenças.
Assim, colegas de mesma idade que a sua podem ser mais altos ou mais baixos que você ou terem a
voz mais ou menos grave que a sua, por exemplo. Isto não deve preocupá-lo. As pessoas são diferentes
e apresentam ritmos desiguais de desenvolvimento do corpo. É importante gostar de você, aprendendo
a cuidar e valorizar o seu próprio corpo.

2
LOPES, SÔNIA. Bio 2.São Paulo, Ed. Saraiva, 2002.

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Veja as principais modificações visíveis no corpo masculino, ao longo do tempo.
Os rapazes possuem uma pequena quantidade de hormônios sexuais femininos, as garotas, uma
pequena quantidade de hormônios sexuais masculinos. Na puberdade, às vezes, um pequeno
desequilíbrio na quantidade desses hormônios pode provocar um ligeiro crescimento das mamas nos
rapazes ou pelos em excesso nas garotas. Em geral, isso desaparece com o tempo, mas, se persistir, o
mais aconselhável é procurar orientação médica. Na região genital, encontramos o pênis e o saco
escrotal.

Pênis e a Ejaculação - O pênis é um órgão de forma cilíndrica e constituído principalmente por tecido
erétil, ou seja, que tem capacidade de se erguer. Com a excitação sexual, esse tecido e banhado e
preenchido por maior quantidade de sangue, o que torna o pênis ereto e rígido. Na ponta do pênis, há a
glande (a “cabeça”), que pode estar coberta pelo prepúcio. Na glande, há o orifício da uretra, canal que
no corpo masculino se comunica tanto com o sistema urinário quanto com o sistema reprodutor. O
tamanho do pênis varia entre os homens e não tem relação biológica com fertilidade e nem com potência
sexual.

Quando o homem é estimulado, como ocorre numa relação sexual, culmina com o esperma sendo
lançado para fora do corpo masculino sob a forma de jatos. Esse fenômeno chama-se ejaculação. O
esperma é ejaculado através da uretra, por onde a urina também é eliminada. Durante uma ejaculação
normal são expelidos de 2 a 4 mililitros de esperma; cada mililitro contém aproximadamente 100 milhões
de espermatozoides.

Saco Escrotal: Os espermatozoides, gameta sexual masculino, são produzidos nos testículos. Os
testículos ficam no saco escrotal, que tem aparência flácida e um pouco enrugada. É importante eles se
localizarem fora do abdome, pois os espermatozoides são produzidos em uma temperatura mais baixa
do que a do restante do corpo. Nos dias frios ou durante um banho frio, o saco escrotal se encolhe,
favorecendo o aquecimento dos testículos. O uso de cueca apertada pode causar infertilidade temporária,
decorrente do aquecimento excessivo que provoca nos testículos.

Testículos: Os testículos são glândulas sexuais masculinas. São formadas por tubos finos e
enovelados, chamados túbulos seminíferos. Diferentemente do que ocorre com as garotas, que já nascem
com “estoque” de gametas (óvulos) “prontos” no corpo, é na puberdade, sob ação dos hormônios, que se
inicia no corpo masculino a produção de gametas (os espermatozoides) nos testículos. A produção de
espermatozoides começa na puberdade, por volta dos 12 ou 13 anos de idade e vai até o fim da vida.
Cada espermatozoide é formado basicamente de três partes: cabeça, colo e cauda com flagelo. Os
testículos produzem também o hormônio sexual masculino, chamado testosterona. O hormônio
testosterona estimula o aparecimento das características sexuais secundárias masculinas: pelos no rosto
e no restante do corpo, modificações na voz etc.

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Epidídimos: Os espermatozoides que acabam de ser formados ficam armazenados no epidídimo, um
outro enovelado de túbulos localizados sobre os testículos. Os epidídimos são dois órgãos formados por
tubos enovelados, cada um localizado junto a um testículo. Reveja o esquema do sistema genital
masculino e observe a localização dos epidídimos. Os espermatozoides podem ficar armazenados
nesses tubos por aproximadamente uma a três semanas, até que a maturação seja completada. Isso
aumenta a sua mobilidade. Os espermatozoides passam do epidídimo para um tubo com parede muscular
chamado ducto deferente. De cada epidídimo parte um ducto deferente. Posteriormente e sob a bexiga
urinária, cada ducto deferente se une ao canal da glândula seminal do mesmo lado e forma um tubo
único, chamado ducto ejaculatório. Os ductos ejaculatórios lançam os espermatozoides num outro canal
- a uretra. A uretra é um tubo que se inicia na bexiga urinária, percorre o interior do pênis e se abre no
meio externo.

Glândulas Seminais e Próstata: As glândulas seminais são duas glândulas em forma de bolsa. Elas
produzem um líquido denso que nutre os espermatozoides e aumenta a sua mobilidade. A próstata é uma
glândula produtora de um líquido de aspecto leitoso. Esse líquido é leitoso e neutraliza a acidez de restos
de urina na uretra e, numa relação sexual, a acidez natural da vagina, protegendo assim os
espermatozoides. Em sua “viagem” até a uretra, os espermatozoides recebem os líquidos produzidos
pelas glândulas seminais e pela próstata. Ao passar pela uretra, os espermatozoides recebem também
um líquido lubrificante produzidos pelas glândulas bulbouretrais. Ao conjunto formado pelos
espermatozoides e os líquidos produzidos pelas glândulas seminais, pela próstata e pelas glândulas
bulbouretrais dá-se o nome de esperma ou sêmen.

O Corpo Feminino

Observe a figura abaixo que mostra a passagem da adolescente para a mulher adulta. Algumas das
mudanças dessa passagem são o aumento dos seios e o aparecimento de pelos pubianos e pelos nas
axilas. Essas são algumas das características sexuais secundárias femininas. Antes de falarmos do
interior do corpo feminino, vamos conversar sobre a parte externa, por meio da qual a mulher recebe
estímulos e se relaciona com o meio ambiente. Para a mulher, conhecer o próprio corpo é fundamental
para ajudar a mantê-lo saudável. O ginecologista (médico especializado em órgãos reprodutores
femininos) pode esclarecer dúvidas caso seja notado alguma alteração que cause estranheza.
.
Monte de Vênus ou púbis: é a área triangular acima da vulva e na qual aparecem pelos, a partir da
puberdade.

Vulva: nessa região, estão os pequenos e grandes lábios, que são dobras de pele muito sensíveis.
Entre os pequenos lábios, há o clitóris, pequenina estrutura do tamanho aproximado de uma ervilha e,
que em geral, provoca grandes sensações de prazer, quando estimulado.

Abertura da vagina: leva aos órgãos sexuais internos. Essa abertura é parcialmente bloqueada, na
maioria das garotas virgens, por uma fina membrana chamada hímen, que, geralmente, é rompido na
primeira relação sexual com a penetração do pênis. O hímen tem uma abertura por onde ocorre a saída
do sangue menstrual.

Uretra: o orifício da uretra é por onde sai a urina; não conduz a nenhum órgão sexual interno.

Ânus: o ânus é o orifício por onde saem as fezes; é a saída da tubo digestório. Também não tem
ligação com órgãos sexuais internos.

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Períneo: entre o ânus e a vulva, na entrada da vagina, existe uma região chamada períneo. No
homem, o períneo localiza-se entre o saco escrotal e o ânus.

Na hora do parto, muitas vezes é necessário fazer um pequeno corte no períneo, para que a cabeça
do bebê não lacere (corte) os músculos dessa região. Isso é importante para proteger a mãe, pois lesões
extensas no períneo farão com que ela, no futuro, possa sofrer de “queda de bexiga” e perda da
capacidade de controlar a retenção da urina. Após o nascimento do bebê, o médico faz a sutura (dá
pontos com linha e agulha cirúrgica) do períneo. O procedimento é feito com anestesia local.

Vagina: é o canal que liga a vulva até o útero.

Útero: é um órgão oco, constituído por tecido muscular, com grande elasticidade, que tem forma e
tamanho semelhantes aos de uma pera. Em caso de gravidez, o útero está preparado para alojar o
embrião até o nascimento.

Ovários: os ovários são as glândulas sexuais femininas, nas quais, desde o nascimento da menina –
ficam armazenados aproximadamente 400 mil gametas femininos. Essas células sexuais são chamadas
óvulos. Elas contém a metade do material genético necessário ao desenvolvimento de um bebê. Os
óvulos que existem nos ovários das meninas são imaturos. Os hormônios sexuais são responsáveis pelo
amadurecimento e pela liberação desses óvulos.

Tubas uterinas: são dois tubos delgados que ligam os ovários ao útero. Revestindo esses tubos
internamente, existem células com cílios que favorecem o deslocamento do óvulo até a cavidade uterina.

Os seios: o desenvolvimento dos seios ocorre na puberdade e nem sempre acontece de forma
idêntica, às vezes, um seio é ligeiramente maior do que o outro. O tamanho do seio varia de uma mulher
para outra. Do mesmo modo que acontece com o nariz, com as mãos ou com os pés, que não são de
tamanho igual em todas as pessoas, nem mesmo no caso de irmãos. O seio é formado por um tecido
gorduroso e por pequenas glândulas chamadas glândulas mamárias. Essas glândulas são ligadas ao
mamilo (bico) por canais, através dos quais o leite passa durante a amamentação. O mamilo, em geral,
é muito sensível ao toque.
O desenvolvimento dos seios e de outras formas do corpo das meninas, como a cintura mais fina , os
quadris arredondados, depende de quando e quanto hormônio sexual é produzido pelo corpo dela, ou
seja, pelos ovários. Algumas meninas começam a produzir mais hormônios sexuais mais cedo do que
outras. Por isso, além de ficarem menstruadas primeiro, determinadas garotas desenvolvem o “corpo de
mulher” mais precocemente que outras. Outro fator importante a considerar é a hereditariedade, os traços
físicos herdados dos pais, avós etc. Numa família na qual as mulheres possuem seios pouco
desenvolvidos, é bem provável que as meninas venham a ter, também, seios pequenos. Ninguém melhor
do que o médico para dizer se o desenvolvimento dos seios e dos demais sinais de maturação do corpo
está de acordo com o previsto para a idade da garota.

A Ovulação

A ovulação é a liberação de um óvulo maduro feita por um dos ovários por volta do 14º dia do ciclo
menstrual, contado a partir do primeiro dia de menstruação. No ovário (o local de onde sai o óvulo) surge
o corpo lúteo ou amarelo – uma estrutura amarelada que passa a produzir o estrogênio e progesterona.
Esses hormônios atuam juntos, preparando o útero para uma possível gravidez, além disso, o estrogênio
estimula o aparecimento das características sexuais femininas secundárias. O óvulo liberado é “captado”
por uma das tubas uterinas, que ligam os ovários ao útero. Revestindo essas tubas internamente, existem
células com cílios que favorecem o deslocamento do óvulo até a cavidade do útero.

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A Fecundação

A mulher pode ficar grávida se, quando o óvulo estiver nesses tubos, ela mantiver relação sexual com
o parceiro e um espermatozoide (célula reprodutora masculina) entrar no óvulo. O encontro de gametas
(óvulo e espermatozoide), na tuba uterina, chama-se fecundação. Apenas um dos milhões de
espermatozoides contidos no esperma penetra no óvulo, na fecundação. Depois da fecundação, ocorre
então a formação da célula-ovo ou zigoto. Essa primeira célula de um novo ser sofre divisões durante o
seu trajeto pelo tubo até o útero. O sexo biológico desse novo ser humano – ou seja, o sexo do bebê – é
definido na fecundação pelos cromossomos X ou Y.
Os seres humanos, salvo raras exceções possuem 46 cromossomos, sendo que dois deles são os
cromossomos sexuais (que definem o sexo). As mulheres possuem dois cromossomos X (portanto ela á
XX) e os homens, um X e um Y (portanto XY).

Na divisão celular (meiose) para a formação dos gametas (óvulo e espermatozoide) a mulher só gera
gametas (óvulos) X enquanto que o homem pode gerar gametas (espermatozoides) X e Y. Então:
- Se o espermatozoide que contém o cromossomo X fecundar o óvulo (X), o embrião será do sexo
feminino (XX).
- Se o espermatozoide que contém o cromossomo Y fecundar o óvulo (X), o embrião será do sexo
masculino (XY).

A Menstruação

A menstruação ocorre quando não há fecundação e o óvulo é eliminado pelo canal vaginal com o
sangue e o material resultante da descamação da mucosa uterina. O ciclo menstrual é o período entre o
início de uma menstruação e outra. Esse período dura, em média 28 dias, mas pode ser mais curto ou

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mais longo. A primeira menstruação se chama menarca e, na maioria das vezes ocorre entre 11 e 13
anos, embora não exista uma idade determinada para isso. A menstruação representa o início da vida
fértil, isto é, o período em que a mulher pode, se não houver problemas, engravidar.
Por volta dos 50 anos o “estoque” de óvulos se esgota, pois alguns foram liberados nas ovulações e
outros se degeneraram. Cessam as menstruações e, com isso a fertilidade da mulher. Nessa fase,
denominada menopausa, grande parte das mulheres sentem desconforto por conta da redução de
hormônios. Esse desconforto é marcado principalmente por aumento da sensação de calor corporal e
pode ser diminuído com tratamento médico.
A menstruação pode vir acompanhada de cólicas. Se as dores forem leves, atividades físicas
orientadas, técnicas de relaxamento bolsa de água quente sobre o ventre e chás podem ser de grande
ajuda. Caso as cólicas sejam intensas e dolorosas, é recomendado procurar um ginecologista, que pode
ajudar a solucionar esse problema. Durante a menstruação o cuidado com a higiene deve ser redobrado.
O sangue eliminado não é sujo, mas, em contato com o ar, pode provocar mau cheiro e se transformar
em um meio propício para o desenvolvimento de micróbios. A rotina não deve ser alterada. Tomar banho,
lavar os cabelos, fazer ginástica, dançar, tomar sorvete não faz mal algum. Os absorventes descartáveis
são os mais indicados, e a troca deles deve ser regular, de acordo com a intensidade do fluxo sanguíneo.

Sistema Endócrino

O Sistema Endócrino é o conjunto de glândulas responsáveis pela produção dos hormônios que são
lançados no sangue e percorrem o corpo até chegar aos órgãos-alvo sobre os quais atuam. Junto com o
sistema nervoso, o sistema endócrino coordena todas as funções do nosso corpo. O hipotálamo grupo
de células nervosas localizadas na base do encéfalo, faz a integração entre esses dois sistemas.

Controle hormonal

Hormônios são substâncias produzidas por glândulas especiais, chamadas endócrinas. Eles são
liberados dessas glândulas diretamente nos líquidos corporais-sangue e linfa- e atuam em células-alvo
geralmente distantes do seu local de produção. Uma vez recebidos pelo alvo, os hormônios
desencadeiam uma série de reações químicas, exercendo ação de controle do metabolismo das células;
seu efeito pode ser imediato ou levar vários dias para aparecer, persistindo por meses ou até anos,
dependendo do hormônio.
Ao contrário das glândulas endócrinas, as glândulas exócrinas não produzem hormônios e liberam
suas secreções por dutos ou canais, como é o caso das glândulas lacrimais, sudoríparas e salivares.
Existe glândula mista, representada pelo pâncreas, que apresenta uma porção endócrinas que secreta
hormônios e uma porção exócrina, que secreta suco pancreático no duodeno através do duto pancreático.
Além das glândulas endócrinas, existem órgãos que também secretam hormônios, como é o caso do
coração, do estômago, do intestino delgado e dos rins. Os hormônios secretados por esses órgãos
geralmente apresentam efeitos locais.
O controle hormonal é realizado pelo sistema endócrino, composto por glândulas e por outras
estruturas com função endócrina do nosso organismo.
A ação conjunta dos diversos hormônios e do sistema nervoso garante a coordenação e a harmonia
das funções do nosso organismo.

Glândulas do Sistema Endócrino


As glândulas endócrinas estão localizadas em diferentes partes do corpo: hipófise, tireoide e
paratireoides, suprarrenais, pâncreas e as glândulas sexuais.

Hipófise

A hipófise também denominada glândula pituitária, é uma pequena glândula com cerca de 1 cm de
diâmetro. Aloja-se na sela túrcica ou fossa hipofisária do osso esfenoide na base do cérebro. Está
localizada abaixo do hipotálamo e posteriormente ao quiasma óptico, sendo ligada ao hipotálamo pela
haste pedúnculo hipofisário ou infundíbulo, é envolvida pela dura – máter. A hipófise é considerada uma
glândula mestra, pois secreta hormônios que controlam o funcionamento de outras glândulas, sendo
grande parte de suas funções reguladas pelo hipotálamo.

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A hipófise é dividida anatomicamente e funcionalmente em duas partes (anterior e posterior). Cada
parte será responsável por funções fisiológicas diferenciadas. Sendo assim, reconhece -se na hipófise:

-Adeno-hipófise (hipófise anterior):Secreta os hormônios que controlam o funcionamento de outras


glândulas endócrinas, quando estimuladas a fazer isso pelo hormônios do hipotálamo.
-TSH (hormônio tireotrófico): hormônio que estimula e regula a atividade da tireoide na produção dos
hormônios T3 e T4;
-ACTH (hormônio adrenocorticotrófico): que controla a atividade do córtex da glândula suprarrenal;
-LH (hormônio luteinizante): hormônio que regula as atividades das gônadas masculinas e femininas,
como a produção de testosterona nos testículos, indução da ovulação e formação do corpo lúteo.
-FSH (hormônio folículo-estimulante): hormônio que atua na produção dos folículos, nos ovários; e dos
espermatozoides, nos testículos.
Somatotrofina, hormônio do crescimento ou GH: hormônio que promove a captação de aminoácidos
para a formação de proteínas. Com isso, esse hormônio atua no crescimento de todo o organismo,
incluindo tecidos, ossos e cartilagens, promovendo o aumento na estatura principalmente dos jovens na
puberdade. Após a puberdade, a produção desse hormônio cai consideravelmente. Há casos em que,
em virtude de uma disfunção na hipófise, a pessoa continua a produzir esse hormônio mesmo após a
puberdade. Quando isso ocorre, não há aumento da estatura, mas os ossos do crânio, da face, das mãos
e dos pés aumentam, causando uma doença que chamamos de acromegalia.
O excesso do hormônio do crescimento provoca o aumento exagerado no tamanho do corpo, o que
chamamos de gigantismo; já a sua deficiência (que geralmente é causada por fatores genéticos), provoca
o nanismo. Algumas crianças que têm deficiência na produção do hormônio do crescimento podem ser
tratadas com injeções desse hormônio para promover o seu crescimento.
Prolactina: esse hormônio atua promovendo a produção de progesterona nos ovários femininos e
também na produção de leite nas glândulas mamárias, durante a gravidez e a amamentação.

-Neuro- Hipófise (hipófise posterior): Só armazena hormônios produzido pelo hipotálamo.


O lado posterior é conectado à parte do cérebro chamada de hipotálamo através do infundíbulo. Os
hormônios são feitos nos corpos celulares dos nervos posicionados no hipotálamo, e estes hormônios
são então transportados pelos axônios das células nervosas em direção à hipófise posterior.
Os hormônios secretados pela hipófise posterior são:
-Ocitocina: hormônio que atua nas contrações do útero durante o parto, estimulando a expulsão do
bebê. Em alguns casos, os médicos aplicam esse soro contendo ocitocina na mãe para estimular o parto.
Esse hormônio também promove a liberação de leite durante a amamentação.
-ADH (hormônio antidiurético): esse hormônio atua no controle da eliminação de água pelos rins,
portanto tem efeito antidiurético, ou seja, é liberado quando a quantidade de água no sangue diminui,
provocando uma maior absorção de água no túbulo renal e diminuindo a urina. Quando o nível desse
hormônio está acima do normal, ocorre a contração das arteríolas, provocando um aumento da pressão
arterial, por isso o nome vasopressina. Há casos em que a quantidade de ADH no organismo da pessoa
é deficiente, provocando excesso de urina e muita sede. A esse quadro damos o nome de diabetes
insípida

Tireoide

A tireoide ou tiroide é uma glândula em forma de borboleta (com dois lobos- esquerdo e direito), que
fica localizada na parte anterior pescoço, logo abaixo da região conhecida como Pomo de Adão (ou
popularmente, gogó). É uma das maiores glândulas do corpo humano e tem um peso aproximado de 15
a 25 gramas (no adulto).
Ela age na função de órgãos importantes como o coração, cérebro, fígado e rins. Interfere, também,
no crescimento e desenvolvimento das crianças e adolescentes; na regulação dos ciclos menstruais; na
fertilidade; no peso; na memória; na concentração; no humor; e no controle emocional. É fundamental
estar em perfeito estado de funcionamento para garantir o equilíbrio e a harmonia do organismo.
A tireoide utiliza o iodo para produzir os hormônios vitais, sendo que os principais são a tiroxina (T4)
e a triiodotironina (T3). Esses hormônios são responsáveis pelo nosso metabolismo basal, ou seja, é
ele que estimula as células a trabalharem e garante que tudo funcione corretamente no corpo.
A função dessa glândula é regulada por um mecanismo de auto controle que envolve o cérebro.
Quando os níveis de hormônios da tiroide estão baixos, o hipotálamo no cérebro produz um hormônio
conhecido como liberador de tirotrofina (TRH), que faz com que a glândula pituitária (adenoipóifise) libere
o hormônio estimulador da tireoide (TSH) (figura 01).

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Figura 01. Liberação dos hormônios tiroxina (T4) e triofotironina (T4) regulada pela hipófise.

Problemas relacionados a tireoide

Os distúrbios da tireoide ocorrem quando essa glândula para de funcionar corretamente, podendo
produzir mais ou menos hormônios do que o normal. Uma vez que a glândula tireoide é controlada pela
glândula pituitária no e pelo hipotálamo, distúrbios de estes nestes tecidos também podem afetar a função
da tireoide.

-Hipertireoidismo
O hipertiroidismo, também conhecido como hiperfuncionamento da tiroide, é uma doença metabólica
caracterizada pela produção excessiva de hormônios tireoidianos (chamados T3 e T4). Esses hormônios
desempenham um papel fundamental da regulação do metabolismo, incluindo funções vitais como as
frequências cardíaca e respiratória. Se os hormônios T3 e T4 são produzidos em excesso, geram uma
variedade de sintomas.
Os sintomas do hipertireoidismo, que se manifestam em várias semanas, podem ser os seguintes:
Sintomas hipertireoidismo– nervosismo, tremores nas mãos
– Perda de peso;
– Transpiração excessiva: pele úmida, quente;
– Problemas psíquicos: ansiedade, distúrbios do sono;
– Palpitações e/ou um ritmo cardíaco mais acelerado;
– Distúrbios menstruais nas mulheres;
– Diarreia;
– Bócio (aumento do volume da glândula tireóide);

– olhos saltados (exoftalmia), nas pessoas atingidas pela doença de Basedow;

– fadiga (falta de energia) e fraqueza– osteoporose– cabelos quebradiços e oleosos– dor muscular–
unhas quebradiças.

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-Hipotireoidismo

Assim como o hipertireoidismo, o hipotireoidismo também causa um aumento de volume da tireóide.


Contudo, esse aumento não é acompanhado de mais produção dos hormônios tireoidianos, mas sim pela
queda na produção dos hormônios T3 (triiodotironina) e T4 (tiroxina).
Como outros males da tireoide, o hipotireoidismo é mais comum em mulheres, mas pode ocorrer em
qualquer indivíduo independente de gênero ou idade. Os endocrinologistas orientam mulheres,
especialmente acima de 40 anos, a fazerem o autoexame da tireoide regularmente.

Entre os sintomas do hipotireoidismo estão:

Depressão
Desaceleração dos batimentos cardíacos
Intestino preso
Menstruação irregular
Diminuição da memória
Cansaço excessivo
Dores musculares
Sonolência excessiva
Pele seca
Queda de cabelo
Ganho de peso
Aumento do colesterol no sangue

Paratireoide

As paratireóides são quatro pequenas glândulas que se localizam atrás da glândula da tireoide, na
região do pescoço. Essas glândulas secretam um hormônio chamado de paratormônio (PTH) e são
responsáveis pelo equilíbrio do cálcio e manutenção da massa óssea.
O paratormônio é uma proteína com massa molecular de 8.500 Da. Ele se liga a receptores em
osteoblastos, sendo este um sinal para estas células produzirem um fator estimulante de osteoclastos
que aumenta o número e atividade dessas células, promovendo assim a reabsorção da matriz óssea
calcificada e a liberação de Ca2+ no sangue. Por outro lado, o aumento da concentração de Ca2+ suprime
a produção de hormônio da paratireóide. A calcitonina produzida na glândula tireóide também influencia
os osteoclastos, inibindo tanto sua ação de reabsorção de osso como a liberação de Ca2+, diminuindo a
concentração deste íon no plasma e estimulando a osteogênese, tendo, portanto, ação oposta a do
paratormônio.
Além de aumentar a concentração de Ca2+ plasmático, o hormônio da paratireóide reduz a
concentração de fosfato sanguíneo. Este efeito resulta da atividade do paratormônio em células dos
túbulos renais, diminuindo a reabsorção de fosfato e aumentando sua excreção na urina. O paratormônio
aumenta indiretamente a absorção de Ca2+ no trato digestivo, estimulando a síntese de vitamina D, que é
necessária para esta absorção. A secreção das células paratireóides é regulada pelos níveis sanguíneos
de Ca2+.

Hipoparatireoidismo

É a doença resultante da falta de produção de paratormônio pelas glândulas paratireóides. A falta


desse hormônio causa a redução do cálcio no sangue.
Os sintomas são decorrentes da falta de cálcio: fraqueza, cãibras, sensação de formigamento no corpo
e dormência nas mãos, espasmos involuntários dos músculos da face, e, mais raramente, malformações
dos dentes e das unhas.
A causa mais frequente da doença é consequência da retirada das paratireóides durante cirurgias,
sejam elas para a retirada de tumores de paratireoide ou em cirurgias de tireoide. A segunda causa mais
frequente são doenças autoimunes das paratireóides. As outras causas incluem doenças genéticas,
exposição à radiação, doenças infiltrativas e falta de magnésio.

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Hiperparatireoidismo

É a doença resultante do excesso de produção de paratormonio pelas glândulas paratireóides. O


excesso deste hormônio causa o aumento do cálcio no sangue e na urina.
A maioria dos pacientes não apresenta sintomas. No entanto, uma pequena parcela pode apresentar
fraqueza, falta de apetite, náuseas, vômitos, intestino preso, confusão mental, depressão, muita sede e
muita vontade de urinar (poliúria). Além disso, os portadores de hiperparatireoidismo podem ter cálculos
renais e osteoporose.
A causa mais frequente é o adenoma (tumor benigno) de uma das quatro glândulas paratireóides. A
segunda causa mais frequente é um aumento das quatro glândulas da paratireoide, conhecido como
“hiperplasia primária das paratireóides”. Raramente o aumento de PTH é decorrente de um câncer
maligno (carcinoma) de paratireoide.

Pâncreas

O pâncreas é uma glândula anfícrena que pertence aos sistemas digestivo e endócrino, com cerca de
12,5 cm de comprimento, em forma de folha, situada atrás do estômago, entre a porção superior do
intestino e o baço.
O pâncreas é composto por três regiões principais: cabeça, que é a parte que se encaixa no duodeno,
o corpo e a cauda, que é a parte final.

O pâncreas pode ser classificado de acordo com seu funcionamento:

-Pâncreas Exócrino: Tem a função de produzir sucos digestivos e enzimas que ajudam a partir em
pedaços menores as proteínas, os açúcares e as gorduras, para que possam passar para o intestino,
auxiliando na digestão dos alimentos e metabolismo dos nutrientes;
-Pâncreas Endócrino: Tem uma função importante na produção de hormônios, como a insulina e
glucagon, os quais regulam a forma como o organismo utiliza os açúcares.
Por terem funções diferentes, o pâncreas exócrino e endócrino são formados por células diferentes,
por exemplo, o pâncreas endócrino é formado por conglomerados de células chamadas ácinos que irão
produzir o suco pancreático. Misturados com os ácinos, encontram-se os Ilhotas de Langerhans, que
são grupos isolados de células que produzem os hormônios que fazem o controle dos níveis de açúcar
no sangue.

Insulina

A insulina é um hormônio sintetizado no pâncreas, que promove a entrada de glicose nas células e
também desempenha papel importante no metabolismo de lipídeos e proteínas. Existem algumas
patologias relacionadas à função da insulina no corpo, como: diabetes, resistência à insulina e
hiperinsulinemia. Conheça agora um pouco mais sobre a importância deste hormônio para nossa saúde.

Atuação no organismo: Os carboidratos que ingerimos através dos alimentos (pão, massas, açúcares,
cereais) são mais rapidamente convertidos em glicose quando precisamos de energia. Para a glicose
penetrar em cada célula do corpo é necessário que haja insulina circulante, que faz com que o hormônio
chegue aos receptores de insulina nas células (Figura 01).

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Figura 01. Mecanismo de penetração de glicose na célula
Quando a glicemia (taxa de glicose no sangue) aumenta após uma refeição, a quantidade de insulina
também aumenta para que o excesso de glicose possa ser rapidamente absorvido pelas células.

Diabetes

O diabetes é uma síndrome metabólica de origem múltipla, decorrente da falta de insulina e/ou da
incapacidade de a insulina exercer adequadamente seus efeitos, causando um aumento da glicose
(açúcar) no sangue. O diabetes acontece porque o pâncreas não é capaz de produzir o hormônio insulina
em quantidade suficiente para suprir as necessidades do organismo, ou porque este hormônio não é
capaz de agir de maneira adequada (resistência à insulina). A insulina promove a redução da glicemia ao
permitir que o açúcar que está presente no sangue possa penetrar dentro das células, para ser utilizado
como fonte de energia. Portanto, se houver falta desse hormônio, ou mesmo se ele não agir corretamente,
haverá aumento de glicose no sangue e, consequentemente, o diabetes.
3
Diabetes tipo I

As células do pâncreas são incapazes de produzir insulina e se não há insulina circulante a absorção
de glicose fica prejudicada e ocorre o aumento de glicose no sangue. Neste caso é necessário injetar
insulina subcutânea para que possa ser absorvida pelo sangue.

Diabetes tipo II

As células musculares e adiposas são incapazes de utilizar toda a insulina secretada pelo pâncreas.
Assim, a glicose no sangue é pouco aproveitada por essas células.

Hiperinsulinemia

Algumas das causas da hiperinsulinemia são: obesidade, sedentarismo e consumo elevado de


carboidratos refinados, que provoca aumento de glicose no sangue e conseqüentemente aumento na
produção de insulina.

Resistência à insulina

Ocorre dificuldade de penetração da glicose nas células e dessa forma é produzido mais insulina, já
que este é o seu papel, levar glicose à célula, só que devido a essa dificuldade este hormônio não atua
de forma ideal, não desempenha sua função por completo. Esse excesso de insulina pode gerar um
estado de pré-diabetes ou diabetes mesmo.

3
SCHWARTZ M.V.- Staying slim with insulin in mind. Science 289: 2066-7, 2000.

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Suprarrenais

As glândulas suprarrenais têm este nome devido ao fato de se situarem sobre os rins, apesar de terem
pouca relação com estes em termos de função. As suprarrenais são glândulas vitais para o ser humano,
já que possuem funções muito importantes, como regular o metabolismo do sódio, do potássio e da água,
regular o metabolismo dos carboidratos e regular as reações do corpo humano ao stress.

Hormônios produzidos pelas suprarrenais:

- Aldosterona: A principal ação da aldosterona é a retenção de sódio. Onde há sódio, estão associados
íons e água. Portanto, a aldosterona age profundamente no equilíbrio dos líquidos, afetando o volume
intracelular e extracelular dos mesmos. Glândulas salivares e sudoríparas também são influenciadas pela
aldosterona para reter sódio. O intestino aumenta a absorção de sódio como reação à aldosterona.

- Adrenalina e a Noradrenalina: Tais hormônios são secretados em resposta à estimulação simpática


e são considerados como hormônios gerais. Liberados em grandes quantidades depois de fortes reações
emocionais como, por exemplo, susto ou medo, estes hormônios são transportados pelo sangue para
todas as partes do corpo, onde provocam reações diversas, principalmente constrição dos vasos,
elevação da pressão arterial, aumento dos batimentos cardíacos, etc.
Tais reações resultam no aumento do suprimento de oxigênio às células. Além disso, a adrenalina,
que aumenta a glicogenólise hepática e muscular e a liberação de glicose para o sangue, eleva o
metabolismo celular. A combinação dessas reações possibilita, por exemplo, reações rápidas de fuga ou
de luta frente a diferentes situações ameaçadoras.

- Cortisol: O cortisol serve para ajudar o organismo a controlar o estresse, reduzir inflamações,
contribuir para o funcionamento do sistema imune e manter os níveis de açúcar no sangue constantes,
assim como a pressão arterial.

Glândulas sexuais

O hipotálamo produz GnRH, que estimula a adeno-hipófise a liberar LH e FSH que, por sua vez, agirão
sobre as gônadas, estimulando a produção de testosterona, estrógeno e progesterona.

-Mulher

Na mulher o aumento de LH e FSH é o estímulo para a maturação folicular. O folículo, em processo


de amadurecimento, passa a secretar estrógeno, o qual prepara o útero para receber o embrião,
provocando espessamento da parede do endométrio, aumento da irrigação sanguínea e da produção de
muco. Quando o folículo rompe, o nível de estrógeno cai e, como ele tem efeito inibitório sobre a secreção
de LH e FSH, esses hormônios têm um pico, provocando a liberação do óvulo de 16 a 24 horas depois.
Forma-se, então, o corpo lúteo, que começa a secretar progesterona.
Caso haja a fecundação, os níveis de estrógeno e de progesterona seguem aumentando, inibindo o
eixo hipotálamo-hipófise ao longo da gestação. Assim, nesse período, o LH e o FSH se mantêm baixos,
e a mulher se torna anovulatória. Se não houver a fecundação, o óvulo entra em involução em até 72
horas. A progesterona e o estrógeno começam a cair e o estímulo para manutenção da parede do
endométrio cessa, provocando sua descamação, caracterizando a menstruação. Então, o LH e o FSH,
que estavam baixos, começam a subir novamente, iniciando um novo ciclo, conforme o gráfico abaixo.

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-Homem

Os hormônios do sistema genital masculino são produzidos nas gônadas masculinas, muito
conhecidas como testículos. São os hormônios que determinam as características sexuais secundárias,
induzem a formação dos gametas masculinos e promovem o impulso sexual.4
É na puberdade, aproximadamente entre os 11 e os 14 anos, que começam a ocorrer as mudanças
psicológicas e também fisiológicas no corpo dos meninos. Nessa fase da vida, dois hormônios produzidos
pela adeno-hipófise agem sobre os testículos, estimulando a produção de testosterona. Esses hormônios
são o hormônio folículo-estimulante (FSH) e o hormônio luteinizante (LH), também chamados de
gonadotrofinas por atuarem sobre as gônadas.
No homem, o hormônio luteinizante também pode ser chamado de hormônio estimulador das células
intersticiais (ICSH), porque age estimulando as células intersticiais, ou de Leydig, a produzirem
testosterona. A testosterona e os hormônios gonadotróficos FSH e LH atuam juntos na ativação da
espermatogênese (produção de espermatozoides).
A testosterona é o principal hormônio masculino. Ela determina o desenvolvimento dos órgãos genitais,
a descida dos testículos para a bolsa escrotal e o aparecimento das características sexuais secundárias
masculinas, como a distribuição de pelos pelo corpo, engrossamento da voz, desenvolvimento dos
músculos e dos ossos, entre outras. Também é a testosterona que induz o amadurecimento dos órgãos
genitais, além de promover o impulso sexual.
A testosterona começa a ser produzida ainda na fase embrionária e é a presença dela que determina
o desenvolvimento dos órgãos sexuais masculinos. Se houver ausência desse hormônio, ou a falta de
receptores compatíveis a ele nas células do embrião, o sexo que se desenvolverá será o feminino.

4
http://mundoeducacao.bol.uol.com.br/

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Topografia: Cabeça, pescoço e tronco

Anatomia - Crânio e Coluna Vertebral

O crânio é composto por 22 ossos.


O crânio abriga o neurocrânio ou calvária (invólucro protetor do encéfalo e das meninges) e o
viscerocrânio (esqueleto da face, protetor das cavidades nasal, oral, órbitas e aparelhos de mastigação).
O neurocrânio ou calvária é composto por 8 ossos: frontal, parietais, temporais, occipital, esfenoide e
etmoide.
O viscerocrânio é composto por 14 ossos: lacrimais (2), nasais (2), maxilar (2), zigomático (2), palatino
(2), conchas nasais inferiores (2), mandíbula (1) e vômer (1).

A abóbada craniana é o teto do crânio. A base do crânio é um assoalho formado pelos ossos etmoide,
partes do occipital e partes do temporal.

Fossas do crânio:
- Fossa anterior: frontal, etmoide e esfenoide.
- Fossa média: ossos maiores do esfenoide, parte dos temporais lateralmente e posteriormente.
- Fossa posterior: occipital, esfenoide e temporal.

Ossos que formam a órbita: esfenoide, etmoide, frontal, lacrimal, maxila e zigomático.
Ossos dos seios da face: etmoidal, frontal, maxilar e esfenoidal.

Fontanela:
Nas suturas do recém-nascido existem grandes áreas de tecido fibroso denominado fontículos ou
fontanelas, que tem a função de permitir o crescimento do cérebro e também mecanismos de defesa na
criança em caso de quedas e inchaço cerebral.
O fontículo anterior é o mais proeminente, conhecido como “moleira”.
A depressão do fontículo indica desidratação.

A coluna vertebral é composta por 33 ossos, sendo eles 7 cervicais, 12 torácicos, 5 lombares, 5
sacrais e 4 coccígeos.
Sua função é a proteção da medula espinhal e nervos espinais, a sustentação do peso do corpo
superior ao nível da pelve, a postura, a locomoção e oferecer um eixo parcialmente rígido e flexível para
o corpo e uma base estendida sobre a qual a cabeça está posicionada e gira.

A vértebra é composta basicamente por corpo (anteriormente), pedículo (liga o corpo ao arco), arco
(posterior ao canal medular), processo transverso (lateralmente), processo espinhoso (posteriormente ao
arco) e pela lâmina (segmento que liga os processos transverso e espinhoso).

Características das vértebras cervicais:


São as únicas que possuem forame nos processos transversos (para passagem da artéria vertebral);
O corpo da vértebra cervical é retangular;
O processo espinhoso é bifurcado, fendido, com exceção de C7.

As 2 primeiras vértebras cervicais são as únicas com nomenclatura:


C1 ou Atlas: corpo diferenciado.
C2 ou Axis;

Características das vértebras torácicas:


O processo espinhoso é longo, oblíquo e apontado para baixo;
Articulam com as costelas pelas “faces articulares”.

Características das vértebras lombares:


O corpo vertebral lombar é maior que nas outras vértebras;
O processo espinhoso é curto e reto.

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Discos intervertebrais:
Localizam-se entre uma vértebra e outra, com função de amortecer e diminuir o atrito entre as
vértebras.
É constituído de tecido conjuntivo (colágeno).

Hérnia de disco: é o extravasamento do núcleo pulposo através do anel fibroso, podendo ocorrer
compressão da medula espinhal ou das raízes nervosas da cauda equina (feixes de nervos que
transmitem estímulos nervosos para diversas partes), dependendo da altura da lesão.
Ligamentos que são atravessados durante uma anestesia peridural ou raque anestesia: supre espinal,
inter-espinal e amarelo.

Curvaturas normais da coluna vertebral:


- cervical: côncava posteriormente (lordose);
- torácica: côncava anteriormente (cifose);
- lombar: côncava posteriormente (lordose);
- sacral: côncava anteriormente (cifose).

Curvaturas anormais:
Cifose torácica excessiva;
Hiperlordose lombar;
Escoliose.

Espinha Bífida: é uma anomalia congênita comum da coluna vertebral, na qual as lâminas (arcos
neurais) de L5 e/ou S1 não se desenvolvem normalmente e não se fundem posteriormente no canal
vertebral.
A epífise de um processo transverso não se funde.
Seu defeito é oculto pela pele sobrejacente, mas seu local é frequentemente indicado por um tufo de
pelos.
A maioria das pessoas com espinha bífida oculta não tem problemas no dorso.
Um tipo raro é a espinha bífida cística, onde um ou mais arcos da vértebra não se desenvolvem
completamente. Este tipo está associado com a herniação das meninges (meningocele, cisto meníngeo)
e/ou da medula espinhal (meningomielocele).
Formas graves de espinha bífida resultam de defeito no tubo neural (fechamento incompleto do tubo
neural durante a 4ª semana de desenvolvimento embrionário).

Questões

01. É uma anomalia congênita comum da coluna vertebral, na qual as lâminas (arcos neurais) de L5
e/ou S1 não se desenvolvem normalmente e não se fundem posteriormente no canal vertebral.
(A) Cifose torácica excessiva;
(B) Espinha Bífida
(C) Hiperlordose lombar;
(D) Escoliose.

02. O fontículo posterior é o mais proeminente, conhecido como “moleira”.


( ) Certo
( ) Errado

03. O neurocrânio ou calvária é composto por 14 ossos: lacrimais (2), nasais (2), maxilar (2), zigomático
(2), palatino (2), conchas nasais inferiores (2), mandíbula (1) e vômer (1).
( ) Certo
( ) Errado

04. Em relação às Fossas do crânio, os ossos que compõem os seios da face são:
(A) Etmoidal, frontal, maxilar e esfenoidal.
(B) Occipital, esfenoide e temporal.
(C) Esfenoide, etmoide, frontal, lacrimal, maxila e zigomático.
(D) Frontal, etmoide e esfenoide.

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Gabarito

01. B/02. Errado/03. Errado/04. A.

Respostas

01. Resposta: B
Espinha Bífida: é uma anomalia congênita comum da coluna vertebral, na qual as lâminas (arcos
neurais) de L5 e/ou S1 não se desenvolvem normalmente e não se fundem posteriormente no canal
vertebral.

02. Resposta: Errado


O fontículo anterior é o mais proeminente, conhecido como “moleira”.
Nas suturas do recém-nascido existem grandes áreas de tecido fibroso denominado fontículos ou
fontanelas, que tem a função de permitir o crescimento do cérebro e também mecanismos de defesa na
criança em caso de quedas e inchaço cerebral.

03. Resposta: Errado


O neurocrânio ou calvária é composto por 8 ossos: frontal, parietais, temporais, occipital, esfenoide e
etmoide.

04.Resposta: A
Fossas do crânio:
- Fossa anterior: frontal, etmoide e esfenoide.
- Fossa média: ossos maiores do esfenoide, parte dos temporais lateralmente e posteriormente.
- Fossa posterior: occipital, esfenoide e temporal.
- Ossos que formam a órbita: esfenoide, etmoide, frontal, lacrimal, maxila e zigomático.
- Ossos dos seios da face: etmoidal, frontal, maxilar e esfenoidal.

Técnica de necropsia e seus fundamentos

Técnicas de Necropsia

Na atualidade são utilizados diferentes métodos de necropsias que são variações das técnicas de
Virchow, Ghon, Letulle e Rokitansky.

Na técnica de Rokitansky, há retirada dos órgãos isoladamente logo após terem sido dissecados,
abertos e examinados no local e favorecem as condições, geralmente necessárias, nos casos em que a
autopsia autorizada é parcial ou restritiva e o limite de tempo é escasso para a realização do
procedimento.
No método de Virchow, os órgãos são retirados e examinados posteriormente em laboratório. Este
método é recomendado para mostrar as alterações de cada órgão, porém a relação topográfica entre eles
é prejudicada.
A técnica de Ghon onde a retirada dos órgãos se realiza com monoblocos de órgãos com função
anatômica e funcional relacionados.
Na técnica de Letulle, os órgãos das cavidades cervical, torácica e abdominal são retirados em
monobloco.
Os métodos de Ghon e Letulle preservam as relações entre os órgãos e sistema linfático.

Vejamos mais detalhadamente a utilização dessas técnicas:

a) Ectoscopia5: A necropsia inicia-se pela inspeção externa ou ectoscopia do corpo. Esta parte do
exame tem por objetivo descrever, além das possíveis lesões externas, os fenômenos cadavéricos (rigor
mortis ou flacidez muscular e livores, entre outros), estado de nutrição, estatura, ainda que aproximada,

5
http://www.patologia.medicina.ufrj.br/graduacao/images/_dep-patologia/arquivos_texto/Metodos_Estudo/UFRJ-HUCFF-POP-Necropsia-logo.pdf

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compleição física, cor da pele e dos pêlos, e o aspecto das mucosas de globos oculares, boca e genitália
externa. Visa também detectar eventuais alterações gerais, como palidez e icterícia, por exemplo. Para a
realização da ectoscopia o cadáver deve estar nu. Realiza-se o exame das superfícies dorsal e ventral
do corpo, iniciando-se do geral para o específico e das regiões proximais para as distais dos membros. A
descrição dos achados no laudo seguirá esta mesma ordem.
VESTES: nos orifícios de saída produzidos por projetil de arma de fogo, deve-se observar, na face
interna, das vestes em contato com o corpo, a presença de fragmentos de pele que podem ter sido
levados pela bala desde o orifício de entrada. É o sinal de LATES E TOVO.

b) Acesso às cavidades corporais: O exame interno, próxima etapa da necropsia, é dividido em


exame interno da cabeça (cavidade craniana) e do tronco (cavidades torácica e abdominal) e inicia-se
pela incisão. Após a incisão, são retirados os planos ósseos das respectivas cavidades. O exame interno
deve começar pela cabeça.
CABEÇA: Para o acesso à cavidade craniana é realizada a incisão bimastóidea, de um processo
mastóideo (posterior ao pavilhão auditivo) ao contralateral, em orientação coronal, passando pelas
regiões temporais e parietais. Após essa incisão os planos subcutâneos do couro cabeludo são rebatidos,
expondo-se a abóbada craniana e os músculos temporais. Os músculos temporais são rebatidos com
uma faca ou uma rugina. A abóbada craniana é serrada com serra de arco, passando pelo osso frontal,
cerca de três centímetros acima das sobrancelhas, em orientação transversal em relação ao longo eixo
do corpo. Na altura do osso temporal, realiza-se uma angulação de cerca de 120 graus na linha de
serragem, de maneira a se formar uma calota craniana em forma de cunha. O osso não é serrado em
toda a sua espessura para se evitarem danos às meninges e ao encéfalo. Serram-se a tábua óssea
externa e partes da tábua interna para, posteriormente, completar-se a abertura com o uso de cinzel e
martelo.
TRONCO: Para a realização do procedimento completo, a incisão a se utilizar para o exame interno
do tronco é a biacrômio-fúrculo-pubiana, também chamada “em Y”. Esta incisão inicia-se nos ombros, a
partir do acrômio de cada escápula, convergindo-se, ambos os cortes, para a fúrcula esternal, após
passarem pelo bordo inferior das regiões mamárias. Da fúrcula esternal o corte desce para a sínfise
pubiana em linha reta, medialmente, fazendo-se um pequeno contorno na cicatriz umbilical. Após essa
incisão, os planos cutâneo, subcutâneo e muscular são rebatidos para a exposição do gradil costal e da
cavidade peritoneal. Outras técnicas de incisão podem ser utilizadas na dependência do que se deseja
examinar e das características próprias do corpo em estudo. Em recém-nascidos a incisão preferencial é
a mentopubiana, que se estende, na linha média, do mento à sínfise púbica, podendo ser feito um
pequeno contorno na cicatriz umbilical ou, então, pouco acima desta, o corte divergir, “em V”, até o púbis.
Em casos excepcionais, quando se realizam necropsias parciais, a incisão irá depender do(s) órgão(s) a
ser(em) estudado(s). Cabe ao patologista a decisão da técnica de incisão mais apropriada a ser usada.
O gradil costal é retirado, juntamente com o esterno, através da secção do corpo das costelas, por
meio de um costótomo, o mais próximo possível dos bordos laterais do corpo. As extremidades cortadas
das cortelas devem ser protegidas com gaze. A clavícula é desarticulada do manúbrio esternal com o uso
de um bisturi e, então, se retira o plastrão costoesternal, separando-o dos ligamentos com o pericárdio
ou outras estruturas.
Não serão realizadas, a menos que haja autorização específica dos familiares, incisões na face e nas
extremidades dos membros, que possam implicar em mutilação do corpo, salvo a retirada da extremidade
distal do fêmur esquerdo (autópsias de fetos ou de recém-natos, para a pesquisa de sífilis) e das
musculaturas das panturrilhas, em adultos, para a pesquisa de trombos venosos profundos.

c) Evisceração: Consta da retirada das vísceras de suas respectivas cavidades para dissecção e
exame posteriores. Após a evisceração, o exame das cavidades propriamente ditas poderá ser levado a
termo. Assim, após a retirada do encéfalo, procede-se ao exame da base do crânio e, após a retirada das
vísceras tóracoabdominais, são examinadas as porções posteriores dos arcos costais, a coluna vertebral
e o retroperitônio. Usualmente são pesados e, ou medidos os órgãos (encéfalo, tireóide, glândulas
salivares submandibulares, timo, coração, pulmões, fígado, baço, pâncreas, adrenais, rins, e a próstata).
CAVIDADE CRANIANA: A retirada do encéfalo é feita após rebater-se a dura-máter. Seccionam-se
os pares de nervos cranianos e, posteriormente, a medula espinhal cervical alta. Para o exame da base
da cavidade craniana, é rebatida a dura-máter que o recobre. Deve-se, neste momento, e com cuidado,
retirar a hipófise por meio de fratura ou corte do dorso da sela túrcica do esfenóide.
CAVIDADES TORÁCICA E ABDOMINAL: A retirada das vísceras das cavidades torácica e abdominal
pode ser realizada por técnicas diversas que podem ser usadas em combinação, na dependência de cada
caso em exame. A escolha da técnica de evisceração a ser utilizada é atribuição do médico patologista.

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As técnicas de evisceração são basicamente quatro:
- Técnica de Ghon, en bloc, ou em blocos: É a mais utilizada em necropsias de adultos, constando
da retirada das vísceras em três blocos principais. O primeiro bloco, também chamado bloco
cardiopulmonar, é constituído da língua e órgãos do pescoço (faringe, esôfago, laringe, traquéia,
glândulas tireóide e paratireóides e as glândulas salivares submandibulares, entre outros), além do
coração, com os vasos da base e ramos, e dos pulmões com os brônquios principais e as demais
estruturas do mediastino. O segundo bloco, também chamado bloco digestivo, constitui-se
principalmente pelo estômago, usualmente acompanhado do terço distal do esôfago, e pelo duodeno,
pâncreas e a porção inicial do jejuno, além do fígado com a vesícula biliar e as vias biliares extra-hepáticas
e o baço. Este bloco é retirado após a remoção dos intestinos delgado (com o mesentério) e grosso (ceco,
cólons ascendente, transverso, descendente e sigmoide e parte do reto), junto com o omento maior.
Compõem o terceiro bloco, ou bloco genitourinário, as suprarrenais com os rins e os ureteres, a
bexiga, o reto, a próstata e ambos os testículos com os epidídimos e os funículos espermáticos, ou o
útero com os anexos bilaterais e o terço superior da vagina. Tal conjunto é retirado juntamente com a veia
cava inferior e tributárias e com a aorta e ramos, além dos linfonodos e demais estruturas retroperitoneais.
- Técnica de Letulle ou en masse: Nesta técnica, todas as vísceras, das cavidades torácica e
abdominal, são retiradas como um único bloco. Pode ser usada, preferencialmente, em necropsias
perinatais, ou quando se deseja detectar lesões em estruturas que atravessam o diafragma.
- Técnica de Virchow ou órgão a órgão: Nesta, os órgãos são retirados através da secção dos
pedículos ou hilos de cada um, separadamente. Está indicada quando se deseja diminuir o tempo de
exposição dos profissionais aos materiais biológicos infecciosos, quando não for necessário o estudo das
relações anatômicas entre os diferentes órgãos, e quando for possível direcionar o estudo dos órgãos e
prescindir do exame de alguns deles, com o intuito de se realizar apenas uma “verificação de óbito”.
- Técnica de Rokitansky ou in situ: Nesta, as vísceras não são retiradas de seus lugares, sendo
examinadas in situ. Tem a vantagem de também minimizar o tempo de exposição aos materiais biológicos
infecciosos, além de abreviar, sobremodo, o tempo de realização do exame necroscópico. Pode ser
utilizada associada com as outras técnicas de evisceração descritas.
Dependendo da indicação clínica, poderão ser retirados outros órgãos, como, por exemplo, os globos
oculares, os seios paranasais, e as estruturas do ouvido médio e interno. Na necessidade de se analisar
a medula óssea, idealmente se coleta um fragmento do esterno e fragmentos dos arcos costais ou
segmentos de corpos vertebrais (torácicos ou lombares). Na retirada da medula espinhal, esta será feita
pela remoção dos corpos vetebrais, seccionando-se, com serra ou cinzel, os arcos vertebrais bilaterais,
após a retirada completa das vísceras torácicas e abdominais.

d) Dissecação: É a técnica pela qual o patologista irá, através de cortes nas peças, realizar o exame
sistemático de cada órgão e estrutura, possibilitando o achado das alterações anatomopatológicas
porventura existentes. Em geral, as vísceras sólidas são seccionadas em seus maiores eixos e
examinadas as superfícies externa e aos cortes. As vísceras ocas são abertas longitudinalmente e têm
suas superfícies externa e interna examinadas, juntamente com as características de suas paredes. Os
cortes permitem uma visualização detalhada das estruturas em análise. Os órgãos que seguem técnicas
diferentes ou particulares de dissecção são a seguir descritos:
- ENCÉFALO: Há duas técnicas básicas de exame anatomopatológico do encéfalo. Na primeira, a ser
utilizada rotineiramente, o tronco cerebral, juntamente com o cerebelo, é separado do cérebro. O cérebro
é então seccionado em cortes coronais de cerca de 1,0cm cada. O cerebelo e o tronco cerebral são
cortados em cortes mais finos, oblíquos ou transversais. Na outra, a ser utilizada quando se deseja uma
correlação com exames de imagem (tomografia computadorizada ou ressonância nuclear magnética), o
encéfalo é cortado como um todo, em planos transversais, discretamente descendentes no sentido
anteroposterior. Os cortes do encéfalo, em virtude da consistência diminuída do tecido, são realizados
após a fixação em solução de formol, preferencialmente a 20%, por 15 dias. O encéfalo deve ser pesado
tanto a fresco, quanto após a fixação.
- TRAQUÉIA: É aberta pela sua porção membranosa (posterior), até os brônquios fontes, usualmente
ainda unidos aos pulmões;
- CORAÇÃO: Há duas técnicas básicas de dissecção do coração. Na primeira, a ser utilizada quando
se deseja investigar um infarto do miocárdio, o órgão é examinado em cortes transversais de cerca de
1,0cm cada. Na outra, a ser seguida quando se deseja examinar detalhadamente as estruturas valvares,
o endocárdio, o miocárdio, e as artérias coronárias e ramos; as câmaras de enchimento e de
esvaziamento ventriculares e os átrios são abertos no sentido do fluxo sanguíneo normal. Inicia-se o corte
das veias cavas superior e inferior, abrindo-se o átrio direito. Observa-se a disposição in situ das
estruturas da valva tricúspide e, após, secciona-se, lateralmente, a parede da câmara de enchimento do

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ventrículo direito e, a seguir, com corte anterior e adjacente ao septo interventricular, abre-se a câmara
de esvaziamento do ventrículo direito. Este último corte normalmente é estendido ao tronco da artéria
pulmonar, sendo, a seguir, abertas as artérias pulmonares direita e esquerda. O exame do lado esquerdo
inicia-se com a secção das quatro veias pulmonares, de modo a se expor a cavidade atrial esquerda.
Igualmente examinam-se as cúspides da valva mitral e, fazendo-se cortes homólogos, aos realizados
no ventrículo direito, abrem-se as câmaras de enchimento e de esvaziamento do ventrículo esquerdo, de
modo a se expor também a luz do ramo ascendente da aorta. A abertura das cavidades cardíacas é
realizada com uma faca de lâmina fina, curta e pontiaguda ou com uma tesoura de lâmina longa e ponta
romba, sendo a abertura das artérias com a tesoura. Os vasos, depois de abertos, são examinados quanto
à sua parede e a sua superfície endotelial. O exame das artérias coronárias e ramos é idealmente
realizado antes da abertura do coração. Após a observação da origem dos óstios das artérias coronárias
direita e esquerda, as aa. coronárias e os seus ramos são abertos, longitudinalmente, com uma tesoura
pequena com lâminas finas e uma das pontas romba. Pode-se também fazer cortes transversais e
sequenciais, em todo o trajeto das artérias coronárias e de seus ramos, na busca de obstruções das suas
luzes. Usualmente o coração é pesado, após ter sido aberto e limpo dos coágulos, e são medidos a
espessura das paredes das câmaras de enchimento ventriculares, direita e esquerda, a cerca de 1 cm
após as valvas tricúspide e mitral, e os perímetros das valvas tricúspide, pulmonar, mitral e aórtica.
- ESTÔMAGO: É aberto pela grande curvatura, cujo corte se estende para o duodeno, expondo-se a
papila de Vater. Neste momento deve-se espremer um pouco a vesícula biliar in situ para se verificar se
estão pérvias as vias biliares extra-hepáticas.
- FÍGADO: É cortado no plano coronal, após o exame e a retirada da vesícula biliar.
- INTESTINO DELGADO: É aberto pelo bordo antimesentérico;
- INTESTINO GROSSO: Sua abertura deve ser, a partir do cólon sigmóide, por corte acompanhando
(lateralmente) uma das tênias (faixa muscular longitudinal), usualmente a tênia livre.
- RINS: São desencapsulados e cortados do córtex para a medula passando pelo hilo. No caso de
uma das eviscerações em bloco e em que se queira examinar os ureteres, o melhor procedimento é retirar
o máximo da gordura perirrenal e, após o corte do rim, acessar a cavidade pielo-calicial, a qual é aberta
com uma tesoura, cujo corte é direcionado para o ureter, o qual é aberto até a bexiga;
- BEXIGA: Pode ser aberta, com uma tesoura, através do colo vesical ou das inserções dos ureteres.
- ÚTERO: Pode ser aberto com uma tesoura, através do colo uterino, em direção às trompas (abertura
em “Y”) ou ser cortado em fatias paralelas de cerca de 5mm cada, no plano sagital, sendo o primeiro
corte, mediano, buscando-se passar pela cavidade endometrial e pelo canal endocervical. Para facilitar o
exame da luz dessas estruturas, pode-se amputar o colo uterino antes dos cortes.

Ações Preliminares

- Conferir a identificação do cadáver e providenciar sua identificação civil papiloscópica, sempre que
possível.
- Consultar a ocorrência policial e a solicitação de necropsia feita em hospitais.
- Conferir as informações da guia e do cadáver.

Ações durante o exame pericial

- Iniciar o exame pela análise das vestes, buscas de detalhes que possam influenciar na condução da
necropsia, como zonas de esfumaçamento, queimadura e tatuagem.
- Nos casos de vítimas de projétil de arma de fogo e que o corpo esteja em decomposição, recomenda-
se radiografá-lo antes do exame.
- Examinar todo o cadáver com a finalidade de se constatar as lesões e as alterações externas
macroscopicamente visíveis. Recomenda-se agrupá-las conforme sua classificação, descrevendo-as em
sua localização, tamanho, número e forma, no sentido craniocaudal, medial para lateral e de anterior para
posterior.
- Descrever todas as lesões observadas, mesmo que não se relacionem ao evento em apuração.
- Acessar as cavidades craniana, torácica e abdominal, para análise de possíveis lesões e alterações
macroscópicas. A cavidade raquidiana deve ser acessada quando houver suspeita de trauma
raquimedular. A região cervical deve ser dissecada nos casos de enforcamento, estrangulamento,
esganadura e trauma raquimedular cervical.
- A coleta de sangue e urina é recomendada, nos casos de homicídio e morte suspeita.
- A coleta de material para exame histopatológico deve ser realizada quando a morte for suspeita e
nos casos de suspeita de erro médico.

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- Os projéteis recolhidos devem ser individualizados ou separados em letais e não letais, para serem
enviados para o exame balístico.
- Procurar identificar os orifícios de entrada e de saída de projétil de arma de fogo, descrever as
características da ferida de entrada do projétil para inferir sobre a distância do disparo, antes do exame
interno.
- Descrever o número e posição do gume, nas feridas provocadas por instrumentos pérfuro-cortantes.
- Deve-se ilustrar com fotografias e/ou gráficos as lesões externas e internas encontradas.
- Nos crimes com suspeita de práticas sexuais, deve-se coletar material biológico das áreas suspeitas
para exame laboratorial (pesquisa de espermatozoides, dosagem do PSA, exame de DNA), além de
amostra referência da vítima (sangue ou swab oral) para exame de DNA.
- Em necropsia de vítimas do sexo feminino em idade fértil, examinar o útero para verificar a presença
de gravidez.
- Nas necropsias de vítimas de acidentes de trânsito, deve-se coletar sangue para dosagem de
alcoolemia. Resolução n. 432/2013, art. 12. CONTRAN.

Recomendações: (reportam as considerações orientativas que o documento determina)


- Conforme o Artigo 95 do Código de Ética Médica, “é vedado ao médico realizar exames médico-
legais de corpo de delito em seres humanos no interior de prédios ou dependências de delegacia de
polícia, unidades militares, casas de detenção e presídios”.
- Na necropsia, a dissecação do pescoço e dos vasos sanguíneos deve ser realizada pelo médico-
legista.
- É importante estabelecer contato com os peritos que realizaram o exame do local de crime de
homicídio para subsidiar a condução da necropsia.
- A redação do laudo, como qualquer peça técnica, deve ser feita na terceira pessoa, respeitando-se
a impessoalidade, e a linguagem utilizada deve ser acessível ao seu destinatário.

Elaboração do laudo

Geralmente o laudo descrito na realização do exame consta os seguintes itens:

1. Preâmbulo
- Devem constar a hora, o dia, o mês, o ano e a cidade em que a perícia é realizada, o nome da
autoridade requisitante do exame, o Médico Legista incumbido da perícia, o nome do Diretor do IML que
designou o perito, o nome do exame solicitado e a qualificação do periciando.

2. Quesitos
- Houve morte?
- Qual a causa da morte?
- Qual o instrumento ou meio que a produziu?
- Foi produzida com o emprego de veneno, fogo, explosivo, asfixia, tortura ou outro meio insidioso ou
cruel? (resposta especificada).

3. Histórico
Os dados importantes do histórico estarão na guia de requisição de necropsia, na ocorrência policial e
na solicitação hospitalar de necropsia. Este item serve como norteador para a perícia, visto que orientará
o estabelecimento de nexos causal e temporal entre os achados durante o exame e o delito em
investigação.

4. Descrição
Aconselha-se subdividir este item em:
- Apresentação do corpo: descrever as vestes do cadáver, invólucros e como se apresenta o cadáver
para o exame.
- Identificação do corpo: descrever características do cadáver quanto a sexo, idade, estatura, peso,
biótipo, ancestralidade geográfica, cor dos olhos, cabelos, tatuagens, sinais particulares e defeitos físicos.
Se o corpo estiver acompanhado de documentos de identificação, anotar seu número e órgão que o
expediu.
- Sinais de morte: informar quais fenômenos cadavéricos o corpo apresenta.
- Estimativa da data provável do óbito: pelos fenômenos cadavéricos apresentados, estimar data e
hora aproximada do óbito.

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- Exame externo: descrever pormenorizadamente as alterações observadas tais como: palidez
cutânea, pletora facial, cianose labial e de leitos ungueais, turgência de jugulares, edema de membros
inferiores, drenagem de líquidos ou espuma pelos orifícios oral e nasais, e todas as lesões encontradas,
suas características, topografia, número e suas repercussões no organismo.
Nos casos de ferimentos por arma de fogo, caracterizar bem as feridas de entrada dos projéteis em
todos os seus detalhes de tal forma que se possa estabelecer a distância dos disparos. Nas feridas
pérfuro-incisas, descrever formato e dimensão para estabelecer o número e a posição dos gumes. Deve-
se utilizar a terminologia anatômica. As lesões que não guardam relação ao fato delituoso, quando
existirem, serão descritas à parte.
- Exame interno: descrever as cavidades acessadas, seus achados e características.
A incisão biacrômio mento pubiana é a que melhor permite acesso às cavidades cervical torácica e
abdominal. No exame das lesões provocadas por projétil de arma de fogo ou instrumento pérfuro-cortante,
identificar quais vísceras foram lesionadas para definição do seu trajeto e da sua gravidade (letalidade).
Quantificar o volume dos derrames encontrados dentro das cavidades.
Nos casos de vítimas de projéteis de arma de fogo e de arma branca, sugere-se realizar a descrição
dos exames externo e interno num mesmo subitem. Assim, logo após a descrição da ferida externa, já
indica/indicar por onde o instrumento que a produziu penetrou no corpo, que vísceras ele lesou e por
onde saiu, ou em que local interrompeu sua progressão.
Essa maneira facilita a descrição e a interpretação dos trajetos encontrados.

5. Discussão
Estabelecer o nexo causal entre os achados do exame e o delito em apuração. As lesões que não
guardam relação com o evento em apuração devem ser elencadas, excluindo-se seu nexo causal com o
evento. Informar se foram feitas radiografias e descrever laudo sumário sobre elas. Informar, de acordo
com as características da ferida de entrada, a distância do disparo da arma de fogo, bem como o trajeto
descrito pelo projétil no corpo examinado.
Informar o destino dado ao projétil retirado do corpo da vítima. Separar e informar quais projéteis,
individualmente, poderiam causar a morte. Definir número e posição dos gumes do instrumento pérfuro-
cortante e determinar seu sentido de ação. Informar se foram realizadas fotografias e/ou gráficos e se
foram coletadas amostras de material biológico para exames de laboratório. Referir quais exames
solicitou.
Se houver relato de atendimento médico da vítima antes do óbito, transcrever, neste tópico, os
aspectos relevantes dos procedimentos realizados.

6. Conclusão
Estabelecer a cronologia dos eventos que, partindo de uma causa básica, produziram alterações no
organismo da vítima, culminando com o seu óbito. É um resumo objetivo, porém real e lógico, dos eventos
que determinaram a sua morte. Iniciar pela causa imediata, indo até a causa básica, que é anotada por
último.

7. Respostas aos quesitos


O perito responde aos quesitos com os seguintes termos:
- SIM (quando tem convicção de que ocorreu o que o quesito pergunta).
- NÃO (quando tem convicção de que não ocorreu o que o quesito pergunta).
- SEM ELEMENTOS (quando não tem convicção para responder nem sim, nem não ao que o quesito
pergunta).
- PREJUDICADO (quando a pergunta que o quesito faz não se aplica àquela situação, ou quando a
resposta anterior prejudica a resposta do quesito seguinte).
- AGUARDAR (quando depende de exame laboratorial para determinar a causa da morte. Exceto o 2º
quesito que deverá ser respondido informando a causa imediata da morte, e o 3º quesito que deverá ser
respondido informando o instrumento ou meio que produziu a morte, quando isso for possível).

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Fluxograma

Vias de acesso, abertura de cavidades, dissecção de estruturas e órgãos do cadáver em fetos,


recém-nascidos, crianças e adultos

Entende-se por NASCIDO VIVO o produto da concepção que depois de expulso ou extraído
completamente do corpo da mãe, respira ou dá qualquer outro sinal de vida, quer tenha ou não sido
cortado o cordão umbilical e esteja ou não desprendido a placenta. Assim, a criança que nasce com
“qualquer” sinal de vida, com qualquer idade gestacional, deve ser considerada NASCIDA VIVA, tendo,
então, direito ao Registro de Nascimento. Se vier a morrer, em qualquer momento posterior terá direito a
uma Declaração de Óbito.
Entende-se por FETO todos os produtos da concepção extraídos ou expelidos sem vida do corpo da
mãe. A melhor doutrina e as mais autorizadas jurisprudências, nacionais e estrangeiras, recomendam
que o feto que atinge a maturação, após a eliminação, já pode ser considerado cadáver.
A OMS define “Óbito fetal” ou “Morte fetal” como a morte do produto da concepção antes da expulsão
do corpo da mãe, INDEPENDENTE da duração da gestação. O tempo é usado apenas para classificar
as perdas fetais em: a) precoces, quando o feto tem menos de 20 semanas de vida intrauterina; b)
intermediárias, quando tem entre 20 e 27 semanas; e c) tardia, quando os fetos têm mais de 28 semanas.
O aborto corresponde às mortes fetais precoces.

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1. Idade Gestacional

O fundamento básico para que o produto da concepção seja considerado cadáver é a idade
gestacional (28 semanas). Por representar dado de obtenção, às vezes difícil, estabeleceu-se um paralelo
entre ele e um critério ponderal. O feto com 28 semanas corresponde a um peso de 1000 g ou
comprimento de 35 cm, nestas condições devem ser considerado cadáveres, recebendo Declaração de
Óbito e Registro Civil.
A Declaração de Óbito deve ser preenchida, ressaltando que se trata de óbito fetal. No campo “Nome”
é colocado apenas NATIMORTO, para o qual, segundo a lei, não há nome a ser registrado.
Questiona-se a razão que existe para que o ordenamento jurídico tutele o feto morto com mais de 28
semanas e deixe de tutelar o feto com menos de 28 semanas ou com menos de 1000 g. O que deve
nortear a atitude de se considerar ou não um feto como cadáver é a semelhança humana. Desta forma,
recomenda-se fornecer Declaração de Óbito para fetos mortos com idade gestacional entre 20-27
semanas (peso entre 500 e 1000 g; comprimento mínimo de 25 cm), uma vez que a semelhança humana
é completa. Não se trata de imposição legal, uma vez que a lei é omissa a respeito, mas de uma
recomendação. Sob o ponto de vista de saúde pública, pode fornecer informações importantes sobre a
saúde materna.
O feto morto, com idade gestacional inferior a 20 semanas, (peso inferior a 500 g e com menos de 25
cm de comprimento) é considerado, juridicamente, parte da mãe, não havendo obrigatoriedade em se
realizar o Registro Civil e fornecer a Declaração de Óbito. Epidemiologicamente, no entanto, estas
informações poderiam fornecer subsídio para estudo dos abortamentos. Se houver interesse da família
em realizar o sepultamento, o médico pode fornecer Declaração de Óbito, caso contrário, pode ser
incinerado no hospital.
Todos os fetos que dão entrada no IML devem ser submetidos a exame cadavérico e receber a
Declaração de Óbito, independentemente da idade gestacional.

2. Exame da Placenta

A placenta deve ser sempre examinada e as possíveis anomalias ou lesões traumáticas descritas. Nos
casos em que a placenta não acompanha o corpo, isto deve ser citado no laudo. A placenta de um bebê
a termo se apresenta como uma formação carnuda, redonda ou oval, com a largura máxima de 15-20 cm.
A parte materna é formada por cotilédones e a parte fetal deve ser lisa e brilhante, coberta pela membrana
amniótica, tem cor azulada e dá para ver os vasos do cordão umbilical. O peso é de 500-600 gramas,
representando 1/6 do peso do feto. A forma é discoidal, espessada no centro (2-3 cm) e afinando na
direção periférica.
Os natimortos constituem uma indicação absoluta para o exame patológico da placenta. A
histopatologia placentária pode esclarecer a causa da morte e ajudar o planejamento de novas gestações.
As lesões placentárias podem ser classificadas em lesões do cordão umbilical, lesões vasculares fetais,
insuficiência uteroplacentária materna e inflamação placentária. Deve‐se lembrar que doenças maternas
como diabetes, hipertensão, gravidez prolongada e doença materna autoimune levam a diminuição do
fluxo uteroplacentário.
Quanto aos vasos do cordão umbilical, a presença de artéria umbilical única varia de 2,7‐12% das
necropsias em natimortos. Isoladamente, esta alteração não pode explicar a causa da morte. Entretanto,
sua associação com malformações anatômicas (cardíacas) e anomalias de cariótipo é importante.
Na face fetal da placenta, áreas esbranquiçadas podem sugerir lesões oclusivas trombóticas dentro
da circulação fetal, fato este que pode ser comprovado pela histologia. Placentas pequenas
comprometem o desenvolvimento do feto. Corioamnionite também leva a prejuízo do fluxo sanguíneo
fetoplacentário e pode resultar em morte fetal.
Nas necropsias em lactentes é importante, sempre, descrever a cavidade oral, a laringe, a traqueia,
os brônquios principais e o conteúdo gástrico, pela alta frequência de morte súbita por aspiração de
conteúdo gástrico. A cavidade craniana deve ser aberta, para descrever o aspecto do liquor, das
meninges e do encéfalo.
ABORTO: é a expulsão do feto ou embrião do ventre materno, independentemente da idade
gestacional, havendo evidência ou não de vida, antes do seu término normal, com a morte do produto de
concepção.
EMBRIÃO: produto da concepção até a oitava semana de vida.
FETO: produto da concepção após a oitava semana de vida.
RECÉM-‐NASCIDO: criança que acaba de nascer, particularmente antes de receber os primeiros
cuidados de higiene e proteção.

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NEONATO: com idade entre 0--‐30 dias.
LACTENTE: com idade entre 30 dias e um ano.
CRIANÇA: com idade entre 1 e 12 anos.
ADOLESCENTE: com idade entre 12--‐18 anos
INFANTICÍDIO: quando a mãe mata o filho, durante ou logo após o parto, sob influência do estado
puerperal.

Necropsia em fetos: ao ser encaminhado ao IML raramente se tem informações sobre a parturiente.
Geralmente chegam em estado de putrefação, com dificuldade na identificação (prematuridade extrema
e dilaceração acentuada). Não é possível estabelecer a raça em necropsias de fetos. O paquímetro é
mais indicado para medir as estruturas fetais. O feto retido pode ficar no útero até quatro semanas. A
estimativa da idade fetal pode ser feita utilizando--‐se a Tabela de Streeter, que utiliza duas medidas para
estimar a idade fetal: o comprimento craniocaudal e o comprimento médio da sola plantar.

Medidas antropométricas: durante o exame cadavérico devem ser verificadas as seguintes medidas:
peso (kg), peso placentário, comprimento total, comprimento craniocaudal, diâmetro interparietal,
perímetro cefálico, torácico e abdominal e comprimento médio da planta do pé. As crianças maiores
também tem que ser classificadas de acordo com as tabelas de crescimento, incluindo--‐se o score z. As
tabelas estão disponíveis no sistema e na pasta de tabelas.
Para os prematuros, a contagem tem de ser feita da seguinte forma: retirar da idade, as semanas que
faltaram para o término da gestação, até dois anos de idade. Ex. Criança prematura de 35 semanas,
morreu com 3 meses de idade. A idade (12 semanas) – 5 semanas (tempo de prematuridade) = 7
semanas (dois meses e uma semana. Portanto, ele vai ser colocado na curva de crescimento para
crianças com dois meses e uma semana.
Exame externo: a putrefação é muito rápida e a rigidez muscular muito tênue ou inexistente. Deve--‐
se verificar a existência de malformações, como ânus imperfurado, anomalias de genitais, faciais etc. A
documentação fotográfica é importante, assim como a coleta de sangue para confronto genético posterior,
se necessário. Na necropsia fetal, a causa da morte é na maioria das vezes a prematuridade.

Necropsia em recém-nascido: duas questões são essenciais:


1º) houve vida extrauterina e
2º) a sobrevivência era viável. O feto que morre durante um episódio de cabeça derradeira, ou de
extração não pode ser considerado nascido vivo. Considera-se clinicamente vivo o feto no qual se observa
a presença de batimentos cardíacos, pulsação no cordão umbilical ou movimento voluntário da
musculatura.
Para responder se houve vida extrauterina, pode-se verificar a presença de ar nos pulmões, no
estômago e intestinos, no ouvido médio e também a presença de alimento no estômago. A Docimásia
Hidrostática de Galeno é o método mais antigo. A putrefação inviabiliza esta prova. O exame microscópico
revelará a existência de ar e outras alterações.
A manobra de GALENO consta de quatro etapas:
1ª) o bloco que contém as vísceras torácicas e os órgãos do pescoço e da boca é imerso em um
recipiente de água;
2ª) verificam‐se os pulmões isoladamente, que devem ser separados ainda dentro da água;
3ª) os pulmões que não flutuam devem ser cortados em pedaços pequenos;
4ª) os fragmentos que vierem a flutuar na fase precedente devem ser espremidos contra a parede do
recipiente. Se não ocorrem flutuações, mesmo quando o pulmão é segmentado em pedaços, não houve
respiração. No caso de flutuação de alguns segmentos, a análise deve ser criteriosa, pensando-se nos
erros mais comuns.

Causas de Erros

- falsos negativos: pode ter havido respiração, mas nas horas seguintes o ar é reabsorvido dos
alvéolos, como acontece na membrana hialina e o pulmão volta a ter o aspecto colapsado. Outra
possibilidade é a ocorrência de pneumonia de evolução rápida a partir de uma infecção adquirida dentro
do útero, o que faz com que o edema e afluxo de células inflamatórias ocupem o espaço do ar. O
nascimento em meio líquido também deve-se considerado. Pode ter havido também respiração parcial:
somente com alguns lóbulos distendidos e a maioria com aspecto fetal. Explica‐se pela diferença de
resistência nos diversos lobos pulmonares.

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- falsos positivos: é o erro de consequências mais graves, pois pode levar um inocente para a cadeia.
Não houve respiração, mas o teste indica que sim. Duas situações devem ser afastadas: a putrefação e
a respiração artificial. O melhor modo de demonstrar o enfisema intersticial é pelo exame histopatológico.
Para a putrefação, acredita-se que nos natimortos não ocorra o mesmo processo que nos recém-nascidos
que respiraram, pois não há entrada de bactérias neles. Sua putrefação causa um amolecimento e
desintegração do parênquima pulmonar, mais por autólise que por putrefação.
Para responder a segunda pergunta: se era viável o feto? Dois parâmetros necessitam ser
investigados: idade gestacional do feto e presença ou não de patologias incompatíveis com a vida. No
Brasil, são considerados viáveis os que pesam acima de 2500 g (este parâmetro está sendo revisto).

3 Causas de Morte Perinatal

Naturais: as principais causas são: anóxia intrauterina, prematuridade, tocotraumatismos, anomalias


congênitas, doença hemolítica do RN, Síndrome da Angústia Respiratória e pneumonia. Mais de 50%
ocorrem por anóxia intrauterina, que pode resultar de: contrações uterinas múltiplas (hipercinesia),
hipotensão arterial da mãe, doença placentária prévia, circular e procidência do cordão. Nos EUA, cerca
de 75% dos casos de morte perinatal são devidos à prematuridade (alterações respiratórias ou cerebrais).
A principal é a doença da membrana hialina (incapacidade das células alveolares produzirem
surfactante – responsável por manter os alvéolos abertos). Prematuros têm maior tendência a
desenvolverem hemorragias cerebrais não traumáticas. Os tocotraumatismos ocorrem em 2-7% dos
partos e ocorrem apesar do bom atendimento obstétrico.
A ligadura do cordão umbilical deve ser feita imediatamente; quando mal feita pode levar a
sangramento pelas artérias umbilicais, ramos das hipogástricas. O volume de sangue de um RN é
pequeno e as perdas discretas podem levar ao óbito.
Provas de vida durante o parto: o que cabe aos peritos buscar é a comprovação de que havia
circulação sanguínea durante os períodos expulsivo e de dilatação do parto. As lesões mais importantes
neste sentido são o caput sucedaneum, o cefalohematoma e as lesões do crânio, meninges e cérebro.
‐ caput succedaneum: tumefação observada no setor occipital e em parte adjacente dos setores
parietais ocorre nos partos de apresentação cefálica e decorre de compressão sofrida por parte do crânio
no canal de parto. Desse modo, o sangue arterial chega ao couro cabeludo, mas o retorno venoso é
prejudicado, resultando em edema e, por vezes, hemorragia difusa e discreta na área atingida.
‐ cefalohematoma: distingue‐se por ser bem delimitado, de localização precisa sobre o osso em que
está localizado, pois se trata de sangue extravasado entre o periósteo e a tábua óssea.
‐ lesões do crânio: podem deformar seus diâmetros. As hemorragias são encontradas em quase 60%
dos recém--‐nascidos de baixo peso (<1000g).

4. Determinação do Tempo de Sobrevida Fetal

1. Presença de sangue materno sobre a superfície corporal, pele avermelhada coberta de verniz
caseoso, tumor de parto ou bossa, cordão umbilical branco azulado, pulmões com áreas atelectasiadas
e outras insufladas: minutos ou poucas horas após o parto.
2. Tumor do parto em fase de absorção, verniz caseoso ressecado, mecônio: muitas horas até o fim
do primeiro dia.
3. Cai o cordão umbilical: por volta do 6º dia.

5. Determinação do Tempo de Morte Fetal Intraútero

1. O sinal mais fidedigno é o da maceração fetal, dividida por Laugley em quatro graus:
a. Grau zero: a pele tem aspecto bolhoso – menos de 8 horas
b. Grau um: a epiderme começa a se descolar – entre 8--‐24 horas
c. Grau dois: extensas áreas de descolamento epidérmico e nas cavidades serosas aparecem efusões
avermelhadas – mais de 24 horas
d. Grau três: o fígado toma a coloração amarelo--‐amarronzado e as efusões das cavidades serosas
tornam‐se turvas – mais de 48 horas.

As técnicas adotadas em adultos já foram objeto de estudo anterior.

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Técnicas de colheita, acondicionamento e armazenamento de tecidos e fluidos do cadáver6;

a) Coleta de material biológico para exames anatomopatológico, toxicológico e de alcoolemia


- As peças anatômicas coletadas para exame anatomopatológico devem ter pequeno tamanho,
representar a lesão e ser acondicionadas em frasco contendo formol a 10%. O volume de formol deve
ser 10 vezes o da peça para uma boa fixação.
- O material biológico coletado para exame toxicológico não poderá ser colocado em formol a 10%.
- Conservar o material coletado congelado.
- Para dosagem de alcoolemia, deve-se coletar sangue (volume de 4ml) de preferência das cavidades
cardíacas, ou do interior dos vasos sanguíneos, excepcionalmente de cavidades corpóreas evitando-se,
sempre que possível, coletar da cavidade abdominal. Conservar o sangue coletado a uma temperatura
em torno de 4°C.

b) Coleta de material biológico para exame de DNA em cadáveres


- Este procedimento tem por objetivo a identificação de cadáver ou a utilização do material coletado
como amostra referência.
- Para os procedimentos de coleta, utilizar sempre luvas descartáveis e máscara, bem como
instrumental (pinça, cabo de bisturi, lâmina de bisturi e tesoura) descontaminado ou descartável para
evitar possibilidade de contaminação cruzada entre as amostras.
- O material biológico a ser coletado dependerá das condições do corpo.

b.1. Cadáver de morte recente


Deve se coletar sangue de cavidades internas, grandes vasos ou vísceras do corpo, preferencialmente,
câmaras cardíacas.
A coleta poderá ser realizada por meio de:
- swab esterilizado.
- frasco plástico apropriado com capacidade mínima de 1,0Ml.
- papel próprio para captura e conservação de DNA.

O método de coleta deve ser realizado de acordo com a rotina estabelecida pelo laboratório de DNA
para onde as amostras serão enviadas.
No caso de coleta de sangue com swab, utilizar pelo menos 2 (dois) swabs. Após a coleta, deve-se
deixar os swabs secar à temperatura ambiente e embalá-los em envelopes de papel ou recipientes secos
apropriados, lacrados, identificados em etiquetas impermeáveis contendo as devidas informações
pertinentes ao caso, bem como data, tipo de amostra e responsável pela coleta.
O armazenamento das amostras deverá ser realizado da seguinte forma:
- swab: manter sob refrigeração a 4°C em média.
- frasco plástico com sangue: manter sob refrigeração a 4°C em média.
- sangue coletado em papel próprio para captura e conservação de DNA: secar e armazenar em
envelope de papel à temperatura ambiente.
Na impossibilidade de coleta de sangue, por exemplo, nos casos de corpo fragmentado, recomenda-
se a coleta de tecidos moles (músculo esquelético de tecidos profundos, por exemplo, quadríceps femoral,
e/ou cartilagem de articulação íntegra, por exemplo, de ombro ou de joelho)

A quantidade de tecido mole a ser coletada é de aproximadamente 2 g (músculo: 2cm3; cartilagem


2cm2).

b.2. Cadáver em estado de decomposição


Deverão ser coletadas amostras de, pelo menos, 2 (duas) fontes distintas.
- Cartilagem: coletar cartilagem de articulação íntegra, por exemplo, de ombro ou de joelho, na
quantidade de aproximadamente 2 g ou 2cm2, se a decomposição não tiver comprometido este tecido.
Para o procedimento, utilizar material (pinça, cabo de bisturi, lâmina de bisturi e tesoura) esterilizado ou
descartável.
- Dentes: coletar dentes que, preferencialmente, não apresentem sinais de tratamento odontológico
nem lesões ou cáries. Deve-se coletar, se possível, molares ou pré-molares, utilizando instrumental
odontológico apropriado e esterilizado. Dentes caninos ou incisivos devem ser evitados, pois são úteis

6
http://www.politec.mt.gov.br/documentos/procedimento_operacional_padrao-pericia_criminal.pdf. Acessado em:20.03.2017

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nos trabalhos de antropologia forense e odontologia legal na comparação fotográfica com a pessoa
desaparecida. Recomenda-se a coleta de, pelo menos, 2 (dois) dentes.

- Osso longo: coletar amostra, preferencialmente, de fêmur. A amostra é coletada, por meio de um
corte de aproximadamente 4-8 cm, denominado “janela”, realizado no meio do eixo longo do osso. O corte
em “janela” é importante, pois não separa o osso longo por completo, o que prejudicaria a análise
antropológica do cadáver como, por exemplo, a estimativa de altura. Para o corte “janela”, recomenda-
se, preferencialmente, a utilização de uma serra osciladora médica, com lâmina esterilizada. Se não
houver este tipo de serra disponível, podem-se utilizar outras serras, tendo o cuidado de se usar sempre
lâminas esterilizadas.
Se não for possível coletar amostras de fêmur, utilizar outros ossos longos: tíbia, úmero, rádio e ulna.
Na impossibilidade de se coletar amostras de ossos longos, a coleta das amostras poderá ser feita a partir
de qualquer osso disponível, por exemplo, costela, falanges, ossos do metatarso, hálux, etc, na
quantidade de aproximadamente 20 g, se possível.
Em caso de restos humanos em decomposição e fragmentados, poderá ser coletado qualquer osso
disponível, na quantidade de aproximadamente 20 g, se possível, e, preferencialmente, ossos que
apresentem camada cortical densa.

b.3. Corpo carbonizado


Deverão ser coletadas amostras de, pelo menos, 2 (duas) fontes distintas.
- Poderão ser coletadas quaisquer das amostras acima mencionadas: sangue, músculo esquelético,
cartilagem, dentes e ossos, a depender das condições do corpo e do grau de carbonização.
- Swab da mucosa interna da bexiga urinária: 4 (quatro) unidades.

Acondicionamento e armazenamento de amostras


- As amostras de tecido mole (músculo e cartilagem), dente e osso devem ser acondicionadas em
frascos plásticos apropriados, lacrados e identificados em etiquetas impermeáveis contendo as devidas
informações pertinentes ao caso, bem como data, tipo de amostra e responsável pela coleta.
- As amostras devem ser armazenadas em congelamento a -20°C. Se não for possível armazenamento
contínuo a temperaturas negativas, armazenar a 4°C.
- Nos procedimentos de coleta e acondicionamento, não devem ser utilizados formol ou quaisquer
outras substâncias que possam prejudicar a análise do material genético presente na amostra.
- Alguns dos materiais utilizados para a coleta de material biológico não são descartáveis, como
tesouras e pinças metálicas. Estes materiais devem ser devidamente descontaminados antes de serem
utilizados nos procedimentos de coleta.
- Para tanto, sugere-se a limpeza com o uso de água e detergente seguida de autoclavagem ou
descontaminação com solução de hipoclorito de sódio a 1%.

c) Coleta de material biológico de possível agressor presente no cadáver


- Nos casos de suspeita de crime sexual, deve-se coletar material biológico das cavidades oral, vaginal
e anal do cadáver. Em cadáver do sexo masculino, coletar também material da região peniana (sulco
bálano-prepucial).
- Durante a coleta de material da cavidade vaginal, priorizar a coleta de secreções e não da parede
mucosa. Na coleta de material da cavidade anal, umedecer levemente o swab com água destilada e, em
seguida, proceder à coleta.
- As coletas deverão ser realizadas utilizando-se, pelo menos, 4 (quatro) swabs esterilizados para cada
região examinada. Os swabs deverão ser numerados pela ordem de coleta, sendo que o 1° e 2° swab
deverão ser enviados para o exame de DNA e o 3° e 4° deverão ser enviados para teste de triagem para
detecção da presença de sêmen (PSA, Seminogelina, etc) e pesquisa de espermatozoides.
- Em casos de suspeita de deposição de secreções ou fluidos (saliva, sêmen, sangue, etc) em outras
regiões do corpo como, por exemplo, regiões perioral, tórax, abdome, coxa ou regiões com mordida(s),
umedecer levemente o swab com água destilada e em seguida proceder à coleta. A coleta deverá ser
realizada, utilizando-se, pelo menos, 2 (dois) swabs esterilizados para cada região.
- Nos casos de suspeita de ter havido luta corporal entre agressor e vítima, deverá ser coletado material
subungueal dos dedos do cadáver a fim de se buscar detectar material biológico do possível agressor.
Esta coleta deverá ser realizada com swab esterilizado, conforme exemplificado anteriormente, e, se
possível, recorte da extremidade das unhas dos dedos das mãos, utilizando-se tesoura descontaminada
ou bisturi, com o cuidado de não ferir a pele dos dedos e de não perder material abaixo das unhas. Deve-
se utilizar 1 (um) swab para cada mão, com a respectiva identificação de mão direita e esquerda.

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- Em todas as situações acima citadas, após a coleta, deve-se deixar os swabs secar à temperatura
ambiente e embalá-los em envelopes de papel ou recipientes secos apropriados, lacrados, identificados
em etiquetas impermeáveis contendo as devidas informações pertinentes ao caso, bem como data, tipo
de amostra e responsável pela coleta.
O armazenamento deverá ser sob refrigeração, a temperatura de 4°C em média.
- Observar a presença de pelos com características diversas aos da vítima. Em caso positivo, coletá-
los, com utilização de pinça descontaminada, e embalá-los e armazená-los, conforme recomendação
acima.
- Para os procedimentos de coleta, utilizar sempre luvas descartáveis e máscara para evitar
possibilidade de contaminação.
- Em todas as situações acima citadas, deverá ser realizada coleta de material biológico do cadáver,
como amostra de referência, conforme os critérios de coleta de material biológico para exame de DNA
em cadáveres.
- Alguns dos materiais utilizados para a coleta de material biológico não são descartáveis, como
tesouras e pinças metálicas. Estes materiais devem ser devidamente descontaminados antes de serem
utilizados nos procedimentos de coleta. Para tanto, sugere-se a limpeza com o uso de água e detergente
seguida de autoclavagem ou descontaminação com solução de hipoclorito de sódio a 1%.

Material
Nunca se deve utilizar um número excessivo de instrumentos nas necropsias. Usar, apenas, os
estritamente necessários.
Tratando-se de necropsia de animais de laboratório convencionais (pequenos roedores e coelho), o
material geralmente indispensável é o seguinte:
- cabo de bisturi;
- lâmina de bisturi;
- tesoura reta e ponta fina;
- pinça de dissecção dente-de-rato;
- pinça de dissecção lisa;
- gaze em compressas.

O tamanho dos instrumentos varia de acordo com o tamanho da espécie. Quando fazemos uma
necropsia em espécies de médio e grande porte, a esses instrumentos, devem ser juntadas as seguintes
peças:
- faca de açougue, em número de duas;
- fuzil, a ser utilizado no afiamento das facas;
- martelo com cabo em gancho;
- serra elétrica ou articulada;
- tábua retangular ou quadrada, com 80 cm aproximadamente, para se colocar as vísceras e facilitar o
exame das mesmas.
Uma bandeja deve ser utilizada para se colocar os instrumentos empregados na necropsia, tomando-
se cuidado para não deixá-los dentro ou sobre o animal e, assim, provocar acidentes.
É fundamental que o operador, como também o seu auxiliar, estejam devidamente paramentados,
usando jaleco, máscara, gorro e luvas cirúrgicas descartáveis. O emprego de luvas grossas de borracha
é mais recomendado quando são necropsias dos animais de médio e grande porte para evitar que se
rasguem com facilidade. Além disso, elas devem, sempre que possível, ser revestidas de luvas de linho
ou algodão, cuja finalidade é tornar os órgãos e o instrumental menos escorregadio e proteger, as de
borracha, contra eventuais cortes.
O local da realização da necropsia deve ser, preferencialmente, em uma sala própria para esse fim,
devidamente iluminada e ventilada. Quando se trata da necropsia de primatas não-humanos do Velho
Mundo, ou de qualquer outra espécie que potencialmente possua risco de contaminação para o operador
ou para o meio ambiente, a mesma deve ser realizada em uma capela de fluxo laminar.

Metodologia
É fundamental que um médico veterinário seja responsável pelas necropsias, embora um técnico bem
treinado possa também realizá-las sob a supervisão do primeiro. Da mesma forma, é essencial ter
conhecimento do histórico do animal antes de iniciar uma necropsia. Evidente que informações sobre o
animal, como espécie, linhagem, sexo, idade, peso, cor da pelagem, número e setor de origem ou
experimento em que foi utilizado, são importantes e devem ser registradas em formulário próprio.

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Esse histórico consiste basicamente dos dados relativos ao seu comportamento, sintomatologia,
características ambientais do local onde era mantido e do experimento em que foi utilizado. Muitas vezes,
em virtude da comparação do histórico do animal com os achados de necropsia se consegue estabelecer
um diagnóstico.
Deve-se sempre ter em mente que exames complementares podem ser necessários, uma vez que a
avaliação macroscópica, muitas vezes, é incapaz de detectar todas as lesões. Para isso, recomenda-se
que estejam à disposição, durante uma necropsia, os materiais utilizados para exames histopatológico,
bacteriológico, parasitológico e bioquímico.
Iniciamos a prática da necropsia com o exame externo do cadáver. Nesse exame, são observadas as
alterações cadavéricas, o estado de nutrição do animal e as alterações encontradas na pele e nos orifícios
naturais.
A observação das alterações cadavéricas nos permite estimar o tempo entre a morte e a necropsia; o
estado de nutrição do cadáver dá indicações muito úteis ao diagnóstico anatomopatológico; um bom
estado nutricional sugere uma morte por doença infecciosa aguda, intoxicação aguda ou traumatismo; os
estados caquéticos indicam doenças infecciosas crônicas, certas verminoses, senilidade, doenças
orgânicas de evolução lenta (câncer etc.).
A pele e os pêlos devem ser examinados em toda a superfície cutânea. Pele pálida indica anemias,
ao passo que amarelada indica icterícias. Hemorragias e ulcerações devem ser investigadas. Pêlos
luzidios indicam doenças agudas enquanto os opacos indicam doenças crônicas. Presença de alopécia
localizada é comum em processos cicatriciais; quando difusa, sugere sarna, e circular, tinhas.
A boca é o primeiro orifício natural a ser examinado. São inspecionados as gengivas, os lábios, a
mucosa das bochechas, o céu da boca e a língua. Segue-se com a cavidade nasal, os olhos, o conduto
auditivo, o orifício anal, o aparelho genital masculino e feminino e as mamas.
Todas as alterações encontradas, tais como icterícia, aftas, tumorações, corrimentos, secreções,
dentre outras, devem ser registradas e devidamente investigadas.
O próximo passo é a abertura propriamente dita do cadáver. Dependendo do porte do animal, pode-
se fixá-lo à mesa de necropsia adequada à espécie. Em decúbito dorsal e distendido, expõe-se toda a
região ventral do animal. Promove-se a incisão longitudinal da pele sobre a linha mediana, desde a região
mandibular até a sínfise pubiana. A pele é rebatida após divulsão e sua textura, quantidade de tecido
adiposo subcutâneo e a cor dos tecidos são relevantes dados a serem registrados.
A partir desse momento, deve-se optar pela abertura inicial da cavidade abdominal ou da cavidade
torácica e nunca das duas simultaneamente. Isso porque, na eventualidade da existência de líquido, seja
em uma, seja em outra cavidade, o mesmo pode transvazar de uma cavidade para outra, confundindo o
operador sob a real origem do líquido.
Ao se optar pela cavidade abdominal, a musculatura abdominal é incisada, também sobre a linha
média, ou linha alba, desde a altura da cartilagem xifoide até a sínfise pubiana. A seguir, a mesma é
seccionada ao longo da linha da última vértebra, tomando-se cuidado para não lesar os órgãos
abdominais. Desse modo, a musculatura abdominal pode ser rebatida lateralmente e podem ser
observados a cor e a posição dos órgãos abdominais, distensão intestinal, quantidade e características
do fluido peritoneal.
Por sua vez, a exposição dos órgãos torácicos é possível, com a abertura da cavidade, sendo
promovida por secções laterais do gradil costal, sobre as articulações costocondrais e, após secção do
diafragma, pode-se rebater ou retirar o plastrão. Junto do plastrão esternal, observa-se o timo, localizado
próximo à base do coração.

Animais de laboratório
Descreveremos agora como remover as vísceras, porém não faremos descrições dos métodos de
exame dos aparelhos e sistemas, pois fogem ao objetivo deste capítulo.
Deve-se iniciar a remoção das vísceras, seccionando-se o pavimento da cavidade bucal junto da face
interna da asa da mandíbula. Após desarticulação dos ossos hioides, a língua é exposta para que, com
o auxílio de uma pinça, seja removida no conjunto língua-esôfago-traqueia-pulmão-coração. O diafragma
é seccionado, circundando-se toda sua periferia. A dissecção para retirada dos órgãos é completada pela
secção dos ligamentos mediastínicos e dorsais do abdômen até as proximidades da pelve, e a remoção
do conjunto de órgãos é obtida após secção do reto. Os órgãos do sistema urogenital são então
seccionados separadamente.
A inspeção do sistema nervoso central não é uma conduta comum durante a necropsia de animais de
laboratório. Porém, se há história clínica que sugira qualquer anormalidade nessa área, ela deve ser
inspecionada. As pequenas espécies de roedores permitem que, após o rebatimento da pele da cabeça,
o crânio seja seccionado com o auxílio de tesoura. Dessa forma, e após incisão de sua parte posterior e

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de ligamentos da base da cavidade cranial, o cérebro pode ser facilmente removido. Para colheita da
medula espinhal, o animal deve ser mantido em decúbito ventral e em seguida faz-se a dissecção da pele
e musculatura dorsais, desde a região occipital até o osso sacro; daí, seccionam-se as raízes espinhais
e as duas extremidades do arco neural, o que permite sua retirada por tração.
Da mesma forma, o sistema músculo-esquelético, assim como outros órgãos, só é examinado
detalhadamente se apresentar alguma anomalia.

Colheita de Material
Várias técnicas são empregadas para colheita de material em uma necropsia, dependendo do objetivo
da investigação. As mais comuns são:

Colheita de Material para Exame Anatomopatológico


O fragmento do espécime a ser coletado deve ter de 0,5 cm a 1,0 cm de espessura e contemplar o
seio de lesão, os limites das mesmas com o tecido normal e as áreas aparentemente normais,
circunvizinhas à lesão.
A solução fixadora é, geralmente, a formalina constituída de solução de formol a 10% ou 20%. Porém,
como o ácido fórmico é uma impureza nociva à fixação dos tecidos, sugere-se a neutralização do mesmo,
através do uso de carbonato de cálcio ou da formalina tamponada (pH 7), cuja fórmula é a seguinte:
Formaldeído - 100 ml
Água Destilada - 900 ml
Fosfato Sódio Monobásico - 4,0 g
Fosfato Sódio Dibásico - 12,3 g

O frasco receptor deverá ser de boca larga, para evitar eventuais compressões dos tecidos, e de
tamanho suficiente para acondicionar a peça e a quantidade de solução fixadora que é de,
aproximadamente, 15 vezes superior ao volume da peça.
Alguns tecidos podem flutuar no fixador (pulmões normais e medula óssea normal, por exemplo);
nesses casos, coloca-se um chumaço de algodão ou gaze sobre os mesmos, de modo que haja sua
imersão na solução fixadora.
A identificação do material deve estar rotulada no frasco e o seu transporte deve ser com cuidado para
evitar o extravio ou a quebra do mesmo.

Colheita de Material para Exame Parasitológico


No exame de ectoparasitos – as sarnas são as mais comuns nos animais de laboratório –, procede-se
da seguinte forma: com uma cureta ou um escalpelo, raspam-se até sangrarem (sem chegar à hemorragia
franca) os bordos de diversos pontos cutâneos afetados; se possível, os recentemente inflamados. Os
raspados são recolhidos em tubo de hemólise ou em outro recipiente que possa ser fechado
hermeticamente. Em seguida, remeter o espécime ao laboratório, sendo dispensado qualquer
conservador. Pode-se, ainda, obter um fragmento representativo da lesão e enviá-lo, em solução fixadora
de formol, para análise.
No exame de endoparasitos, o material pode ser coletado diretamente dos intestinos do animal durante
a necropsia, colocados em frascos ou placas de Petri com solução de salina e encaminhados
imediatamente para o laboratório. Os cuidados com a identificação e o transporte do material também
devem ser observados.

Colheita de Material para Exame Bacteriológico


Este procedimento deve ser feito antes de qualquer interferência sobre o órgão e sob condições de
total assepsia, para a qual utiliza-se álcool 70º, ou outra solução antisséptica, e todos os instrumentos
necessários deverão estar estéreis. Sangue, tecidos e também secreções são utilizados para
identificação de bactérias. O material deve ser remetido rapidamente ao laboratório, acondicionado de
maneira a conservá-lo fresco, ou seja, refrigerado.

Em complemento ao texto, vamos estudar a seguir outros temas relacionados as técnicas de


necropsia.

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Instrumental

O técnico de necropsia arruma o instrumental a ser utilizado e o coloca em uma mesa ao lado da mesa
de necropsia, de maneira que possa ser alcançado facilmente, sem que sejam necessários grandes
deslocamentos. O instrumental mínimo para a realização de uma necropsia inclui:
- Afastadores de Farabeuf
- Agulha e linha de sutura, martelo
- Aventais
- Balança para pesar vísceras
- Cabo e lâminas de bisturi
- Câmara frigorífica para acondicionamento de cadáver
- Envelopes para acondicionamento de projéteis de arma de fogo
- Equipamento de informática para digitação e impressão dos laudos
- Fita métrica
- Foco
- Formol a 10% para fixação de vísceras para exame histopatológico
- Freezer para acondicionamento de vísceras e conteúdos biológicos para exame toxicológico
- Gorros
- Livro de registro de material coletado
- Local seguro para guarda de projéteis
- Luvas cirúrgicas
- Mapas do corpo humano indicando a topografia das regiões anatômicas
- Máquina fotográfica
- Máscaras
- Mesa de necropsia
- Negatoscópio, balança para pesar o cadáver
- Pia para lavagem das mãos
- Pinças dente de rato e hemostáticas curvas e retas
- Propés
- Recipiente transparente graduado para medir volume de liquido retirado do corpo
- Recipientes para coleta de urina
- Ruginas, costótomo
- Sabonete
- Sala de necropsia com iluminação natural
- Sangue e vísceras
- Serra de crânio ou serrote
- Swabs7 esterilizados
- Talhadeira
- Tesouras curvas e retas
- Toalhas de papel para secagem das mãos.

Normas de biossegurança em necropsia

O IML é responsável pela produção da prova material do crime, cabendo a ele as funções de
determinar, por meio do exame médico-legal, as causas e as circunstâncias da morte de origem violenta
ou suspeita, avaliar a ocorrência e a intensidade das lesões corporais de indivíduos vitimados pelo crime
ou acidente, examinar a integridade física de presos sob a custódia da polícia, identificar corpos mediante
exames papiloscópico e odontolegal e identificar pessoas vivas por meio de confronto de imagem facial.
Pela própria natureza das funções, e dada à grande circulação de pessoas no órgão, é fácil perceber
que tanto profissionais e usuários do IML estão expostos a tipos de riscos que lhe são próprios e que
sugerem a adoção de um programa de prevenção e redução de riscos voltado aos conceitos de
Biossegurança.
A Biossegurança é uma área de conhecimento relativamente nova, regulada em vários países por
legislação e diretrizes específicas. No Brasil, a legislação foi criada em 1995, e, ao menos por enquanto,
remete apenas à tecnologia de engenharia genética e aos requisitos para o manejo de organismos
geneticamente modificados.

7
SWAB: dispositivo contendo uma haste cilíndrica que na sua extremidade apresenta algodão enrolado.

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No meio acadêmico, científico e tecnológico, no entanto, a Biossegurança foi definida como um
conjunto de medidas para a segurança, minimização e controle de riscos nas atividades de trabalho
biotecnológico que era aplicado, especialmente, nas áreas das ciências da saúde e biológicas. O conceito
evoluiu e se expandiu para outras áreas e contempla o controle dos métodos de segurança para evitar
riscos de acidentes químicos, físicos, microbiológicos e ecológicos para o trabalhador (profissional técnico
e de apoio), cliente, paciente e cidadão, buscando a preservação do meio-ambiente e melhor qualidade
de vida.

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