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A modificação e abandono das áreas portuárias na década de 1980, fez com que
as cidades perdessem importância econômica e contato com a água. Com a desativação
dos portos, a falta de condições físicas de adaptação às novas necessidades e a
consequente estagnação das atividades econômicas relacionadas às atividades portuárias
gerou a degradação de seus territórios. Tidas, num primeiro momento, como berço e
lugar central de suas metrópoles durante séculos, o esvaziamento das zonas portuárias
decorreu, principalmente, das dificuldades de acomodar as novas logísticas portuárias às
limitadas instalações e espaços das áreas centrais, bem como, da conteinerização e a
especialização do movimento portuário, e da difícil acessibilidade dos meios de
transportes de apoio (rodovias e ferrovias).
A revitalização das áreas históricas, iniciada no início do século XIX, tem como
premissa, a preocupação com a preservação do passado histórico, levada pelo
desaparecimento dos centros históricos e da necessidade iminente de conservação
desses espaços consagrados. Nesse sentido, a reabilitação e recomposição impulsionada
nos anos de 1960 e 1970, críticos a destruição de áreas históricas, têm como principais
características: o entendimento da tipologia existente, a necessidade de manter a
população residente e a construção de novos edifícios que respeitassem os tipos já
existentes. Como exemplo, pode-se destacar, o mercado público de Paris e a estação
férrea Pensilvânia em Nova Iorque.
Nos anos 60, surge a Carta de Veneza, que tinha ênfase no contexto urbano e
não apenas nos monumentos, logo só haveria sentido se o todo (o que está ao redor)
fosse preservado e não apenas o edifício em si. Nesse âmbito, o patrimônio deveria ser
tratado como parte integrante da cidade. Entre os seus termos dessa carta, destacam-se,
o foco na multidisciplinaridade, a manutenção preventiva e a concepção de
autenticidade, como pontos cruciais a valorização do interior histórico.
Além disso, houve uma preocupação com a Pedestrianização das vias, onde
previa um contato mais direto da população com a cidade e consequente valorização e
interesse de preservação dos centros históricos pelos pedestres. Logo, com um maior
uso das ruas, a cidade torna-se mais prazerosa com a valorização dos pedestres. A
exemplo dessa atuação, em Recife (com a Rua Nova), Bruxelas, Frankfurt.
Aldo Rossi
Como premissa básica, a cidade deve ser entendida como arquitetura, uma
construção no tempo, que carrega sentimento de gerações, onde, a sua função pode
mudar, mas a forma (que deve ser requalificada) permanece. Em sua percepção, a
arquitetura da cidade deve conter tanto a manufatura (obra de engenharia + arquitetura),
como os fatos urbanos, sejam eles, primários (monumentos) ou secundários
(residenciais). Além disso, ele propõe a criação de desenhos que aliam as propostas
vanguardistas aos centros históricos, visando a preservação de memórias da cidade,
logo, mantendo a autoidentificação entre cidade-população.
Dentre as críticas dirigidas que fez ao Movimento Moderno, destacam-se as
observações ao funcionalismo, intitulado de ingênuo, ao uso de termos e conceitos
como orgânico, racional ecologia urbana, psicologia coletiva e ambiente; e, por último,
a tendência Moderna em determinar a industrialização como causa geradora dos
problemas da habitação na Europa.
Jane Jacobs
Jane Jacobs critica o urbanismo ortodoxo, ou seja, a concepção de espaços
específicos e “individuais” de lazer, o excesso de parques e espaços livres, no qual,
diminuem a interação das pessoas nos espaços da cidade, apontando 3 responsáveis por
essa situação urbana: Le Corbousier, Daniel Bunham por recriar centros com a modelo
clássico, e Howard. Além disso, bate de frente ao processo de gentrificação, a
concepção de edifícios sem relação com a rua, sem calçadas, e critica veemente o
zoneamento da cidade, devendo ser gerada a diversidade, para assegurar a presença de
mais pessoas nas ruas e não fragmentá-la.