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ELEMENTOS DE MÁQUINAS
I-1
I - INTRODUÇÃO AO PROJETO DE MÁQUINAS
Neste capítulo, conceitos básicos de algumas áreas relacionadas ao projeto mecânico serão
apresentados de forma sucinta, uma vez que muitos destes são abordados com maior profundidade em
outras disciplinas.
Uma vez decidido o lançamento do produto, seu projeto é detalhado e os elementos que o
compõem são dimensionados ou escolhidos, segundo normas, procedimentos ou critérios pré
estabelecidos. No caso particular do projeto de sistemas mecânicos, a resistência dos materiais é,
normalmente, o fator mais importante na determinação das dimensões e geometria de seus elementos.
Entretanto, outras características, como as listadas a seguir, podem influenciar no projeto dos
elementos ou do sistema como um todo; sendo assim, também devem ser consideradas.
As principais normas referentes aos assuntos abordados nesta disciplina serão citadas como
referências, caso sejam necessários maiores detalhes ou estudos mais aprofundados.
Os termos das Séries Renard podem ser multiplicados ou divididos pela potência de 10 e as
normas ABNT NBR 6403 e NBR 6404 fixam séries de números e de dimensões normalizadas,
respectivamente. Estas normas são apresentadas em anexo neste capítulo.
Para que uma montagem proceda sem a necessidade de retrabalho ou de ajuste secundário das
peças, deve ser assegurada uma intercambiabilidade entre as mesmas, através da definição das
dimensões correspondentes das peças dentro de uma determinada tolerância. Essa tolerância é
estabelecida através dos afastamentos admissíveis das dimensões ou dos correspondentes símbolos de
tolerância padronizados, apostos às dimensões nominais das peças.
É importante ressaltar que a escolha do tipo de ajuste e das tolerâncias mais adequados a uma
determinada montagem depende basicamente das condições de funcionamento da mesma e dos custos
envolvidos, uma vez que os campos de tolerância estreitos refletem diretamente no custo de produção.
σ σ
σr σr
σe
σe
0,2% ε 0,2% ε
(a) (b)
Figura 1.1 – Diagramas σxε de ensaios de tração (a) Material dúctil (b) Material frágil
Ensaios padronizados de identificação das características dos materiais possibilitam uma análise
comparativa dos mesmos. Dentre estes, o ensaio de tração é um dos mais usuais e diagramas tensão
normal (σ) x deformação específica (ε), característicos de um material dúctil como um aço de baixo
teor de carbono e de um material frágil como o ferro fundido são ilustrados na Figura 1.1a e 1.1b,
respectivamente.
Na Tabela A1.3 do Apêndice são apresentados os principais tipos de aços com suas respectivas
classificações e composições, segundo a ABNT. São apresentadas também nas Tabelas A1.4 e A1.5 as
características mecânicas de alguns aços para construção mecânica.
S S S
S máx = S mín
t t t
S S S
S máx
S méd
S mín
t t t
S S S
S máx S máx ≠ S mín S máx = S mín
S méd S máx
S máx
S méd
S mín S méd
S mín = 0 t S mín t t
S mín
A forma de variação da solicitação no tempo tem pouca influência sobre o fenômeno de Fadiga
do Material, pois o que importa essencialmente na fadiga são os valores das Solicitações Máxima
( S máx ) e Mínima ( S mín ). As Solicitações cíclicas particulares ilustradas nas Figuras 1.2f a 1.2i
apresentam formato senoinal e serão analisadas mais detalhadamente a seguir.
Qualquer Solicitação Variável do tipo senoidal pode ser interpretada como a superposição de
uma Solicitação Constante que gera a Solicitação Média ( S méd ) e uma Solicitação Alternada
S máx + S min
S méd = e AS = S máx − S mín (1.1)
2
Portanto, tem-se:
AS AS
S mín = S méd − e S máx = S méd + (1.2)
2 2
S máx
KS = (1.3)
S méd
Pulsatória Ondulada S mín < S máx S máx 2 < S méd < S máx 1 < KS < 2
Pulsatória 0 S máx / 2 2
Alternada S mín < S máx 0 < S méd < S máx 2 2 < KS < ∞
Nas Equações 1.1 à 1.3, as Solicitações (S) representam Tensões Normais (σ) causadas por
esforços de tração, compressão ou flexão, ou Tensões de Cisalhamento (τ) causadas por esforços
cortantes ou de torção.
1.5 - TENSÕES ADMISSÍVEIS E COEFICIENTES DE SEGURANÇA
S crítica
S adm ≡ S = (1.4)
cs
dúctil Se
Constante ou Estática
frágil Sr
dúctil S F e Se
Variável ou Dinâmica
frágil SF e Sr
onde:
à S e - tensão limite de escoamento ( σ e , τ e )
As inúmeras incertezas que envolvem um projeto mecânico não nos permitem determinar com
precisão o comportamento de um elemento de máquina do ponto de vista de sua resistência e vida;
sendo assim, o elemento deve ser superdimensionado, fazendo-se com que as tensões máximas que
ocorrem sejam bem menores que a tensão crítica, adotada como causa provável de falha do material.
A adoção de coeficientes de segurança adequados é uma questão bastante difícil por exigir o
conhecimento de inúmeras peculiaridades do projeto e muitas vezes é realizada de forma empírica,
baseado na experiência do projetista e na análise de falhas ocorridas anteriormente.
Para realizar-se uma análise mais detalhada, os cs(s) normalmente são subdivididos em diversos
fatores de segurança, como no exemplo apresentado a seguir:
cs = f 1 . f 2 . f 3 . f 4 (1.6)
A Equação 1.6 não deve ser utilizada na determinação dos valores de cs quando S F for
considerada a tensão crítica, a não ser em cálculos preliminares. Elementos de máquinas sujeitos à
fadiga devem ser verificados através de métodos apropriados e este assunto será abordado mais
detalhatamente em capítulos posteriores nesta disciplina.
Scrítica
f 1 - Relação de Elasticidade f1 =
Se
f 2 - Tipo de Solicitação
Baseado nos fatores de segurança indicados, os cs(s) podem ser adotados de acordo com os
valores recomendados na Tabela 1.4.
A Figura 1.3 ilustra a concentração de tensões introduzida por um furo em uma barra plana
submetida ao esforço de tração P. Os efeitos deste entalhe na barra podem ser determinados através da
aplicação da Teoria da Elasticidade, de técnicas computacionais como o Método dos Elementos
Finitos ou ainda empregando-se materiais fotoelásticos.
P σ máx P
w d
σ máx τ máx
Kt = ou K t = (1.7)
σ nom τ nom
onde σ nom e τ nom são as tensões nominais médias calculadas para um carregamento particular e
considerando-se uma distribuição uniforme de tensões na seção analisada.
No caso da barra com furo, exemplificada na Figura 1.3, a tensão média nominal σ nom que atua
na seção transversal com furo é calculada como
P
σ nom = (1.8)
( w − d )h
sendo que, a tensão normal máxima σ máx que ocorre na prática, pode atingir níveis cerca de duas a
três vezes este valor nominal σ nom , dependendo da relação entre o diâmetro d do furo e a largura w da
Alfa α Α Nu ν Ν
Beta β Β Csi ξ Ξ
Gama γ Γ Ômicron ο Ο
Delta δ, ∂ ∆ Pi π Π
Épsilon ε Ε Ro ρ Ρ
Zeta ζ Ζ Sigma σ Σ
Eta η Η Tau τ Τ
Teta θ Θ Upsilon υ Υ
Iota ι Ι Fi φ,ϕ Φ
Capa κ Κ Chi χ Χ
Lâmbda λ Λ Psi ψ Ψ
Mu µ Μ Ômega ω Ω