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ATUALIZAÇÃO PARA OS LEITORES

Prezados leitores, tendo em vista a recente publicação da Lei nº 13.500/2017, que realizou
algumas alterações na Lei nº 8.666/1993 (Lei Geral de Licitações e Contratos), a exemplo
da criação de uma nova hipótese de dispensa de licitação (inciso XXXV do art. 24),
confeccionamos esta pequena síntese, objetivando prestar um serviço de atualização.

1. Lei nº 13.500, de 26 de outubro de 2017

A Lei federal nº 13.500, de 26 de outubro de 2017, foi publicada com o objetivo de


indicar parâmetros relativos às transferências de recursos e meios do Fundo Penitenciário
Nacional (Funpen) aos Estados, Municípios e Distrito Federal para financiamento e apoio
das atividades e programas destinados à modernização do Sistema Penitenciário
Nacional. A norma trouxe algumas mudanças na Lei Complementar 79/94 (criadora do
Funpen), alterando alguns trechos e incluindo novos dispositivos.
Além das mudanças supracitadas, a Lei nº 13.500/2017 também trouxe alterações e
inovações ao texto da Lei nº 8.666/93, conforme veremos a seguir.

2. Nova hipótese de dispensa de licitação (inc. XXXV do art. 24)

O art. 24 da Lei nº 8.666/93 estabelece um rol (taxativo) de situações nas quais o


administrador poderá dispensar a realização de procedimento licitatório.

A Lei nº 13.500/2017 incluiu a esse rol uma nova hipótese de licitação dispensável
(inciso XXXV):

Art. 24. É dispensável a licitação:

(...)
XXXV – para a construção, a ampliação, a reforma e o aprimoramento de
estabelecimentos penais, desde que configurada situação de grave e iminente risco à
segurança pública.

Nota-se a existência de pressupostos que deverão ser observados para a efetiva


caracterização dessa nova hipótese de dispensa, quais sejam:

a) que o objeto da dispensa seja a construção, a ampliação, a reforma e o


aprimoramento de estabelecimentos penais; e
b) que a situação se configure como de grave e iminente risco à segurança pública.

Em relação a esta nova hipótese de contratação direta, convém registrar a crítica


de que ela, na prática, abrangerá situações já abarcadas pela hipótese de dispensa do inciso
IV do artigo 24 da Lei nº 8.666/93 (dispensa emergencial). Nada obstante, importa
ponderar que a nova hipótese (inciso XXXV) não possui as mesmas condicionantes
previstas na anterior (inciso IV). Nesse prumo, por exemplo, não há aqui a limitação
temporal de 180 dias, para a respectiva contratação direta.

Nada obstante a inexistência do limite temporal de 180 dias, seria esdrúxulo


admitir que essa hipótese de dispensa fosse viável para “construção, a ampliação, a
reforma e o aprimoramento de estabelecimentos penais”, sem qualquer limitação
temporal. Diante da realidade caótica de nossos estabelecimentos prisionais, isso geraria
uma autorização para fuga indiscriminada à obrigatoriedade de licitar, em todas as obras
e reformas em nosso sistema prisional.

Mesmo sem a aplicação da limitação temporal de 180 dias (que realmente é muito
curta para este tipo de intervenção de engenharia), convém firmar que essa hipótese de
dispensa (inciso XXXV) apenas será admissível quando configurada “situação de grave
e iminente risco à segurança pública”. Assim, deve-se admitir a utilização desta hipótese
de dispensa apenas em situações emergenciais, nas quais a submissão à tramitação do
processo licitatório se demonstre incompatível com a urgência exigida para a intervenção
(“situação de grave e iminente risco à segurança pública”).

Nas construções de presídios, obras, recuperações e ampliações ordinárias, deve-


se priorizar a adoção do devido procedimento licitatório.
Por fim, vale ponderar que a nova hipótese de dispensa não constava na redação
original da Medida Provisória nº 781/2017, tendo sido inseridas tais regras no Parlamento.
É passível de discussão a pertinência temática entre o texto original da Medida Provisória,
que tratava sobre transferências de recursos e meios do Fundo Penitenciário Nacional
(Funpen), e a nova hipótese de dispensa? Houve contrabando legislativo?
Particularmente, embora seja possível esta discussão, já que a MP não tratava sobre o
tema, acreditamos difícil que o STF entenda que não há pertinência temática entre a
hipótese de dispensa criada e o texto original da MP.

3. Modificação do inciso I do parágrafo único do art. 26

Em decorrência do acréscimo da nova hipótese de licitação dispensável, a Lei nº


13.500/2017 precisou alterar a redação do inciso I do parágrafo único do art. 26 da Lei nº
8.666/93, que trata sobre os elementos de instrução das contratações diretas, para exigir
que o processo formal de dispensa demonstre qual é o “grave e iminente risco à segurança
pública” que autoriza a contratação direta.

Antiga Redação Nova Redação

Art. 26. (...) Art. 26. (...)

Parágrafo único. O processo de Parágrafo único. O processo de dispensa,


dispensa, de inexigibilidade ou de de inexigibilidade ou de retardamento,
retardamento, previsto neste artigo, será previsto neste artigo, será instruído, no
instruído, no que couber, com os seguintes que couber, com os seguintes elementos:
elementos:
I - caracterização da situação emergencial,
I - caracterização da situação emergencial calamitosa ou de grave e iminente risco à
ou calamitosa que justifique a dispensa,
segurança pública que justifique a
quando for o caso;
dispensa, quando for o caso;

4. Inserção do § 5º ao art. 40 (Possibilidade de exigência de cota para


mão de obra oriunda do sistema prisional)
Em seguida, objetivando estimular a contratação de ex-detentos, promovendo assim
a sua ressocialização e reinserção no mercado de trabalho, a Lei nº 13.500/2017 inseriu
um novo dispositivo à Lei nº 8.666/93, para prever que a Administração Pública poderá
exigir que as empresas contratadas pelo Poder Público tenham um mínimo de
funcionários que sejam oriundos do sistema prisional.

Vale a leitura do dispositivo:

Art. 40. (...)

§ 5º A Administração Pública poderá, nos editais de licitação para a contratação de


serviços, exigir da contratada que um percentual mínimo de sua mão de obra seja
oriundo ou egresso do sistema prisional, com a finalidade de ressocialização do
reeducando, na forma estabelecida em regulamento.

Trata-se de uma exigência discricionária da Administração Pública, na forma que será


estabelecida em Regulamento.

Cada unidade federativa terá autonomia para definir os termos para aplicação, ou
mesmo não aplicação, desta regra de fomento à ressocialização de egressos do sistema
prisional.
ATUALIZAÇÃO PARA OS LEITORES

Decisões Jurisprudenciais

(LICITAÇÕES E CONTRATOS – Até 17 de Outubro/2017)


Prezados leitores, confeccionamos esta pequena síntese com as principais decisões
jurisprudenciais, na área de licitações e contratos, no mês de outubro. Esta é uma forma que
encontramos para prestar um serviço de atualização para nossos leitores e alunos.

Licitação. Bens e serviços de informática. Planejamento. Prova de conceito.


Julgamento.

Acórdão 2059/2017 Plenário (Representação, Relator Ministro Benjamin Zymler)

Provas de conceito não devem ser utilizadas na fase interna da licitação (planejamento da
contratação), uma vez que não se prestam à escolha da solução de TI e à elaboração de
requisitos técnicos, mas a, na fase externa, avaliar se a ferramenta ofertada no certame
atende às especificações técnicas definidas no projeto básico ou no termo de referência.

Licitação. Sanção administrativa. Obrigatoriedade. Gestor. Apuração.

Acórdão 2077/2017 Plenário (Representação, Relator Ministro-Substituto Augusto


Sherman)

A apuração das condutas faltosas praticadas por licitantes não consiste em faculdade do
gestor público com tal atribuição, mas em dever legal.A aplicação de penalidades não se
restringe ao Poder Judiciário, mas, nos termos das Leis 8.666/1993 e 10.520/2002, cabe
também aos entes públicos que exercem a função administrativa

Contrato Administrativo. Equilíbrio econômico-financeiro. Avaliação.


Economicidade.

Acórdão 2007/2017 Plenário (Levantamento, Relator Ministro Benjamin Zymler)

Quando a equação econômico-financeira inicial se assenta em bases antieconômicas,


ocorre violação ao princípio da economicidade desde a origem contratual. Nesse caso,
não há que se falar em ato jurídico perfeito nem em direito adquirido à manutenção de
situação lesiva aos cofres públicos.
Licitação. Locação (Licitação). Bens imóveis. Parcelamento do objeto. Serviço de
vigilância e guarda. Serviço de manutenção e reparos. Serviço de limpeza.
Condomínio.

Acórdão 2020/2017 Plenário (Representação, Relator Ministro-Substituto Weder de


Oliveira)

Licitação que tenha por objeto a locação de bem imóvel juntamente com serviços de
segurança, manutenção, limpeza e conservação (solução imobiliária completa), contidos
na taxa condominial, não representa, por si só, violação ao art. 23, § 1º, da Lei 8.666/1993,
haja vista que esse dispositivo não traz regra absoluta, devendo ser avaliado, caso a caso,
se o parcelamento é vantajoso ou não para a Administração.

Licitação. Empresa estatal. Atividade-fim. Seleção. Dispensa de licitação.

Acórdão 2033/2017 Plenário (Denúncia, Relator Ministro Benjamin Zymler)

Embora as empresas estatais estejam dispensadas de licitar a prestação de serviços


relacionados com seus respectivos objetos sociais (art. 28, § 3º, inciso I, da Lei
13.303/2016), devem conferir lisura e transparência a essas contratações, em atenção aos
princípios que regem a atuação da Administração Pública, selecionando seus parceiros
por meio de processo competitivo, isonômico, impessoal e transparente.

Licitação. Orçamento estimativo. Elaboração. Equipamentos. Cotação. Preço


mínimo.

Acórdão 8514/2017 Segunda Câmara (Auditoria, Relator Ministro José Múcio Monteiro)

Na elaboração de orçamento estimativo para equipamentos a serem fornecidos em


mercado restrito, devem ser adotados os valores decorrentes das cotações mínimas. As
médias ou medianas de cotações de preços devem ser empregadas apenas em condições
de mercado competitivo.

LICITAÇÃO PRESENCIAL e CONDICIONANTES AMBIENTAIS.

Acórdão nº 2131/2017 – TCU – Plenário.

9.2. com base no art. 7º da Resolução-TCU 265/2014, dar ciência ao Departamento


Nacional de Obras Contra as Secas que:
9.2.1. a ausência de justificativa técnica e econômica para a realização de licitações na
forma presencial afronta o art. 13 da Lei 12.462/2011 e o art. 13 do Decreto 7.581/2011,
que exigem, em caso de empreendimentos com recursos federais, a utilização de licitação
preferencialmente na forma eletrônica;
9.2.2. o não cumprimento da condicionante (…) referente à elaboração do Projeto Básico
Ambiental (PBA), o qual deveria ter sido apresentado quando da solicitação da Licença
de Instalação (…) configura infringência ao art. 4º, § 1º, inciso II, da Lei 12.462/2011 e
aos arts. 2º e 8º da Resolução-Conama 237/1997;
9.2.3. o não cumprimento, antes do início das obras, das condicionantes (…) alusivas ao
uso das jazidas, pedreiras e areal, ao desmatamento racional, às desapropriações e
reassentamentos, às obras complementares e medidas mitigadoras, inerentes ao
empreendimento barragem Fronteiras, constitui afronta ao art. 4º, § 1º, inciso II, da Lei
12.462/2011, aos arts. 2º e 8º da Resolução-Conama 237/1997, ao art. 10 da Lei
6.938/1981 e aos arts. 2º e 4º do Decreto-Lei 3.365/1941;

CONTRATAÇÃO DE SERVIÇOS DE PUBLICIDADE.

Acórdão nº 2158/2017 – TCU – Plenário.

9.2. com fundamento no art. 250, inciso II, do Regimento Interno do TCU, c/c arts. 2º e
8º da Resolução-TCU 265/2014, determinar ao Ministério da Saúde que:
9.2.1. condicione a prorrogação dos contratos (…) à exclusão do pagamento referente ao
percentual de ressarcimento pelo custo dos serviços internos e dos honorários sobre
serviços de terceiros, uma vez que não há motivação para sua manutenção à luz dos itens
3.6, 3.6.1, 3.11.2 e 3.12 das Normas Padrão da Atividade Publicitária;
9.2.2. condicione a prorrogação dos contratos (…) à renegociação dos percentuais de
honorários para a execução dos serviços (quesitos valorados nas propostas de preços),
limitados aos já obtidos no certame, utilizando-se das fontes que entender cabíveis (por
exemplo, outros contratos contemporâneos cujas características dos serviços demandados
e portes sejam similares aos do Ministério da Saúde), desde que reflitam de maneira
objetiva a realidade da contratação pretendida/realizada pelo órgão, em respeito à
necessidade de motivação e fundamentação dos atos administrativos;
9.2.3. alternativamente, na eventualidade de restarem infrutíferas as negociações acima
determinadas, promova novo certame com a observância dos critérios neles consignados,
abstendo-se de prorrogar os contratos vigentes, sem prejuízo de eventual apuração futura
do Tribunal, caso seja constatado que foram realizados pagamentos indevidos no âmbito
dos contratos já firmados;
9.2.4. no que se refere aos contratos em andamento e até o seu final, condicione os
ressarcimentos pelo custo dos serviços internos à comprovação objetiva, detalhadamente,
campanha a campanha (fatura a fatura, ou de outra forma, conforme critérios do
Ministério da Saúde), de que sua supressão compromete a execução do contrato; (…)
9.3. com fundamento no art. 250, inciso III, do Regimento Interno do TCU, c/c arts. 6º e
8º da Resolução-TCU 265/2014, recomendar à Secretaria Especial de Comunicação
Social que:
9.3.1. faça constar, nos modelos de editais que disponibilizar e nas orientações dirigidas
aos órgãos e entidades por ocasião da elaboração de seus editais, que:
9.3.1.1. nem todos os percentuais de valoração das propostas precisam ser previstos e que
se deve adotar valores compatíveis com o tipo de serviço a ser contratado,
comparativamente com outros contratos da própria Administração Pública, tanto em
materialidade, como em perfil dos anúncios e anunciantes;
9.3.1.2. os custos internos podem ser dispensados conforme as Normas-Padrão da
Atividade Publicitária, sendo sua adoção a exceção, necessariamente precedida de
demonstração de que sua supressão inviabiliza a execução dos serviços, considerando os
princípios da eficiência e da economicidade na Administração Pública;
9.3.2. regulamente o art. 5º da Lei 12.232/2010, estabelecendo critérios para escolha do
tipo da licitação (“melhor técnica” ou “técnica e preço”), haja vista a necessidade de
motivação e fundamentação dos atos administrativos;
9.3.3. disponibilize modelos de editais para licitações do tipo “técnica e preço”,
contribuindo para dar aplicabilidade à opção prevista no art. 5º da Lei 12.232/2010;

CONTRATAÇÃO INTEGRADA.

Acórdão nº 2123/2017 – TCU – Plenário.

9.4. determinar à Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes que, com


fundamento no art. 43, inciso I, da Lei 8.443/1992:
9.4.1. adote providências cabíveis no sentido de exigir das empresas contratadas no
regime de contratação integrada, por ocasião da apresentação do projeto básico e/ou
executivo, a apresentação de orçamento detalhado contendo a descrição, unidade de
medida, quantitativo, preços unitários de todos os serviços da obra, acompanhado das
respectivas composições de custo unitário, bem como do detalhamento de encargos
sociais e da taxa de BDI, nos termos do parágrafo único do art. 2º da Lei 12.462/2011 c/c
a Súmula TCU nº 258/2010, aplicável a todos os regimes de execução contratual do RDC;

BDI, DATA-BASE, PREÇO DE REFERÊNCIA e RDC.

Acórdão nº 2136/2017 – TCU – Plenário.

9.7. dar ciência ao Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes das seguintes


impropriedades:
9.7.1. o BDI adotado para a elaboração dos orçamentos base (…) no valor de 28,32%,
estava em desacordo com o percentual informado aos licitantes no (…) instrumento
convocatório;
9.7.2. o orçamento base (…) foi elaborado com a utilização dos preços referenciais do
Sicro 2 referentes a julho de 2012, em desacordo com a previsão contida no (…) Edital
(…)
9.7.3. a falta de apresentação, por parte das empresas contratadas, de planilha de serviços,
quantidades e preços unitários, mesmo em contratação por preço global, na modalidade
de contratação integrada do RDC, contraria o que estabelece a Lei 12.462/2011 e a
jurisprudência desta Corte;

PROVA DE CONCEITO, MOMENTO PROCESSUAL e PLANEJAMENTO DA


CONTRATAÇÃO.

Acórdão nº 2059/2017 – TCU – Plenário.

9.4. determinar ao Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão que:


9.4.1. no procedimento destinado à elaboração e à identificação de requisitos técnicos,
abstenha-se de identificá-los em prova de conceito realizada na fase preparatória dos
certames e, em homenagem aos princípios da impessoalidade e da isonomia, promova o
exame de outras plataformas disponíveis no mercado;
9.4.2. o processo de identificação das necessidades de negócio, com consequente
estabelecimento de requisitos para a contratação, se dê em conformidade com a IN SLTI
4/2014;

LIMPEZA E CONSERVAÇÃO.

Acórdão nº 9080/2017 – TCU – 1ª Câmara.

9.2. recomendar ao Hospital Geral de Fortaleza do Ministério da Defesa (HGeF), com


fulcro no art. 43, inciso I, da Lei 8.443/1992 c/c o artigo 250, inciso III, do Regimento
Interno/TCU, que adote os seguintes procedimentos, com vistas à melhoria da sistemática
de contratação dos serviços de limpeza e conservação das áreas médico-hospitalares e
administrativas da organização:
9.2.1. no seu modelo de processo de aquisições para a contratação de bens e serviços e
para a gestão dos contratos decorrentes, adote os seguintes controles internos na etapa de
elaboração dos estudos técnicos preliminares que servirão de base para a elaboração do
termo de referência ou projeto básico, devendo conter, dentre outros aspectos, em
obediência à Lei 8.666/1993, art. 6º, inc. IX, alínea “c”, e nos moldes do Acórdão
6.638/2015-TCU-1ª Câmara:
9.2.1.1. o levantamento de mercado junto a diferentes fontes possíveis, incluindo as
contratações similares feitas por outros órgãos, consultas a sítios na internet, consultas a
publicações especializadas (e.g. comparativos de soluções publicados em revistas
especializadas) e pesquisa junto a fornecedores, a fim de avaliar as diferentes soluções
que possam atender às necessidades que originaram a forma de prestação de serviços
utilizada;
9.2.1.2. a identificação dos diferentes tipos de solução possíveis de contratar e que
atendam à necessidade de limpeza do HGeF, incluindo estudos que evidenciem o
levantamento das áreas a serem limpas, o quantitativo e a relação de material a ser
utilizado, a análise da produtividade do contrato anterior, a análise de custo/benefício da
sua manutenção ou a realização de nova contratação;
9.2.2. adote providências no sentido da emissão de pareceres técnicos relativos ao Edital,
Termo de Referência e Contrato alusivos aos serviços de limpeza, envolvendo, em
especial, a análise da Planilhas de Custos e Formação de Preço (PCFP), conforme
estipulado no artigo 38, item VI, § único, da Lei 8.666/1993;

PESQUISA DE PREÇOS, LIMPEZA E CONSERVAÇÃO.

Acórdão nº 9080/2017 – TCU – 1ª Câmara.

9.2. recomendar ao Hospital Geral de Fortaleza do Ministério da Defesa (HGeF), com


fulcro no art. 43, inciso I, da Lei 8.443/1992 c/c o artigo 250, inciso III, do Regimento
Interno/TCU, que adote os seguintes procedimentos, com vistas à melhoria da sistemática
de contratação dos serviços de limpeza e conservação das áreas médico-hospitalares e
administrativas da organização: (…)
9.2.3. realize pesquisas de preços mediante a utilização dos parâmetros abaixo elencados,
com base no artigo 2º da IN 5, de 27/6/2014, apresentando as devidas justificativas para
a impossibilidade de utilização da melhor técnica possível, fazendo constar no processo
administrativo para a aquisição de bens e contratação de serviços os devidos critérios que
fundamentem os preços excessivos ou a inexequibilidade dos preços, dando
sustentabilidade à média dos preços adotada como resultado final para fins de estimativa,
conforme bem delineado no § 6º do artigo 2º da IN 5/2015 – SLTI e no Acórdão
2829/2015-TCU-Plenário:
9.2.3.1. Portal de Compras Governamentais;
9.2.3.2. pesquisa em mídia especializada com a data e hora de acesso e a contratações
similares de outros entes públicos, em execução ou concluídos nos 180 dias anteriores à
data de pesquisa de preços;
9.2.3.3. pesquisa com fornecedores distintos após solicitação formal, excluindo o próprio
contratado;
9.2.4. realize pesquisa de preços com base em padronização do processo de estimativa,
de forma a conferir confiabilidade e representatividade para aferição dos preços correntes
de mercado, de modo a permitir a formação de juízo acerca da adequação das propostas
pela comissão de licitação, de acordo com o Acórdão 1.878/2015-TCU-2ª Câmara,
atentando para os seguintes aspectos calcados na jurisprudência do TCU:
9.2.4.1. identificação da fonte de informação e do agente responsável pela elaboração da
pesquisa (Acórdão 2.451/2013-TCUPlenário);
9.2.4.2. identificação do servidor responsável pela cotação (Acórdão 909/2007-TCU-1ª
Câmara);
9.2.4.3. empresas pesquisadas devem ser do ramo pertinente (Acórdão 1.782/2010-TCU-
Plenário);
9.2.4.4. empresas pesquisadas não podem ser vinculadas entre si (Acórdão 4.561/2010-
TCU-1ª Câmara);
9.2.4.5. caracterização completa das fontes consultadas (Acórdão 3.889/2009-TCU-1ª
Câmara);
9.2.4.6. indicação fundamentada e detalhada das referências utilizadas (Acórdão
1.330/2008-TCU-Plenário);
9.2.4.7. metodologia utilizada e conclusões obtidas (Nota Técnica AGU/PGF/UFSC
376/2013);
9.2.4.8. data e local de expedição (Acórdão 3.889/2009- TCU-1ª Câmara);
9.2.4.9. as informações devem constar do processo da pesquisa, em especial, as memórias
de cálculo e fontes de consulta pesquisadas (Acórdão 1.091/2007-TCU-Plenário);

PLANEJAMENTO, FISCALIZAÇÃO, CONTROLES INTERNOS, LIMPEZA E


CONSERVAÇÃO.

Acórdão nº 9080/2017 – TCU – 1ª Câmara.

9.2. recomendar ao Hospital Geral de Fortaleza do Ministério da Defesa (HGeF), com


fulcro no art. 43, inciso I, da Lei 8.443/1992 c/c o artigo 250, inciso III, do Regimento
Interno/TCU, que adote os seguintes procedimentos, com vistas à melhoria da sistemática
de contratação dos serviços de limpeza e conservação das áreas médico-hospitalares e
administrativas da organização: (…)
9.2.5. institua e faça constar dos processos alusivos à prestação de serviços de limpeza os
devidos Planos de Rotinas de Trabalho e relatórios de acompanhamento e fiscalização da
execução do contrato, no intuito de atestar a verificação da conformidade da prestação
dos serviços e da devida alocação dos materiais efetivamente necessários, de forma a
assegurar o perfeito cumprimento do contrato, manter controle gerencial acerca da
produtividade do pessoal empregado nos contratos, a fim de subsidiar a estimativa para
as futuras contratações devendo ser exercido por um ou mais representantes do HGeF,
especialmente designados na forma dos artigos 67 e 73 da Lei 8.666/93 e do artigo 6º do
Decreto 2.271/1997, e de acordo com o item 25 do Caderno de Logística do SLTI;
9.2.6. no seu modelo de processo de aquisições para a contratação de serviços de limpeza,
dote controles internos para a gestão dos contratos decorrentes (Lei 8.666/93, artigos 6º,
inc. IX, alínea “f” e 7º, § 4º ; art. 40, inciso X e art. 48, inc. II), no sentido de:
9.2.6.1. definir método de cálculo das quantidades de materiais necessários à contratação;
9.2.6.2. documentar o método utilizado para a estimativa de quantidades no processo de
contratação, juntamente com os documentos que lhe dão suporte;
9.2.6.3. manter controle gerencial, na etapa de fiscalização técnica da execução
contratual, acerca da utilização dos materiais empregados nos contratos, a fim de
subsidiar a estimativa para as futuras contratações;
9.2.6.4. estabelecer critérios de aceitabilidade de preços global e unitários, fixando preços
máximos para mão de obra e materiais utilizados, de forma que propostas com valores
superiores sejam desclassificadas;
9.2.7. adote medidas no sentido de incluir nos processos de trabalho alusivos à prestação
de serviços de limpeza os critérios e requisitos para a aferição da qualidade dos serviços
prestados, dentro das rotinas a serem executadas pelos fiscais dos contratos, e a
vinculação dos pagamentos realizados ao nível de qualidade dos resultados obtidos, de
acordo com o princípio da eficiência previsto na Constituição Federal, art. 37, caput;
9.2.8. no seu modelo de processo de aquisições para a contratação de serviços de limpeza
e para a gestão dos contratos decorrentes, inclua controle interno na etapa de elaboração
do termo de referência ou projeto básico para prever no modelo de gestão do contrato,
quando se tratar de contratação de serviços, a segregação das atividades de recebimento
de serviços de forma que:
9.2.8.1. o recebimento provisório, a cargo do fiscal que acompanha a execução do
contrato, baseie-se no que foi observado ao longo do acompanhamento e fiscalização (Lei
8.666/1993, art. 73, inciso I, “a”);
9.2.8.2. o recebimento definitivo, a cargo de outro servidor ou comissão responsável pelo
recebimento definitivo, deve basear-se na verificação do trabalho feito pelo fiscal e na
verificação de todos os outros aspectos do contrato que não a execução do objeto
propriamente dita (Lei 8.666/1993, art. 73, inciso I, ‘b’); 9.3. dar ciência ao HGeF acerca
da seguinte impropriedade:
9.3.1. ausência de justificativas explícitas nas alterações contratuais para a prestação de
serviços de limpeza da unidade hospitalar, decorrente do surgimento de novas áreas em
face de eventuais reformas das instalações (artigo 65, letra “b”, da Lei 8.666/1993);

MERCADO RESTRITO e ORÇAMENTO ESTIMATIVO.

Acórdão nº 8514/2017 – TCU – 2ª Câmara.

9.1. dar ciência à Companhia de Águas e Esgotos de Rondônia que, de acordo com a
jurisprudência predominante neste Tribunal, na elaboração de orçamento estimativo para
equipamentos a serem fornecidos em mercado restrito, devem ser adotados os valores
decorrentes das cotações mínimas, e não os das medianas (…);
COMPRAS PÚBLICAS e SANÇÕES.

Instrução Normativa SG/PR nº 1, de 13.10.2017.

PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA

SECRETARIA-GERAL

SECRETARIA DE ADMINISTRAÇÃO

DOU de 16/10/2017 (nº 198, Seção 1, pág. 5)

Estabelece critérios sobre conduta e dosimetria na aplicação da penalidade de


impedimento de licitar e contratar prevista no art. 7º da Lei nº 10.520, de 17 de julho
de 2002, no âmbito da Presidência da República.

O SECRETÁRIO DE ADMINISTRAÇÃO DA SECRETARIA-GERAL DA


PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA, no uso da atribuição que lhe confere o inciso VII,
do art. 7º, do Anexo V do Decreto nº 9.038, de 26 de abril de 2017, e

considerando o teor das determinações 9.5.1 e 9.5.2 do Acórdão nº 754/2015-TCU-


Plenário, expedido pelo Tribunal de Contas da União, as quais foram objeto de
divulgação aos órgãos do Sistema de Serviços Gerais - SISG no Portal de Compras do
Governo Federal;

considerando a necessidade de instrução processual administrativa no âmbito da


Presidência da República com adequação entre meios e fins, com vedação a imposição
de obrigações, restrições e sanções em medida superior àquelas estritamente
necessárias ao atendimento do interesse público, resolve:

Art. 1º - Estabelecer procedimentos para a definição da dosimetria na aplicação da


penalidade de impedimento de licitar e contratar prevista no art. 7º da Lei nº 10.520, de
17 de julho de 2002, no âmbito da Presidência da República.

Art. 2º - Nas licitações na modalidade pregão realizadas no âmbito da Presidência da


República é obrigatória a instauração de procedimento administrativo para a aplicação
das respectivas sanções, quando da ocorrência das condutas a seguir relacionadas:

I - não assinar o contrato/ata de registro de preços ou não aceitar/retirar o instrumento


equivalente, quando convocado dentro do prazo de validade de sua proposta:
Pena - impedimento do direito de licitar e contratar com a União e descredenciamento
do Sistema de Cadastramento Unificado de Fornecedores - SICAF pelo período de 4
(quatro) meses;

II - deixar de entregar documentação exigida para o certame:


Pena - impedimento do direito de licitar e contratar com a União e descredenciamento
do SICAF pelo período de 2 (dois) meses;

III - fizer declaração falsa ou apresentar documentação falsa:


Pena - impedimento do direito de licitar e contratar com a União e descredenciamento
do SICAF pelo período de 24 (vinte e quatro) meses;

IV - ensejar o retardamento da execução do objeto:


Pena - impedimento do direito de licitar e contratar com a União e descredenciamento
do SICAF pelo período de 4 (quatro) meses;

V - não manter a proposta:

Pena - impedimento do direito de licitar e contratar com a União e descredenciamento


do SICAF pelo período de 4 (quatro) meses;

VI - falhar na execução do contrato:

Pena - impedimento do direito de licitar e contratar com a União e descredenciamento


do SICAF pelo período de 12 (doze) meses;

VII - fraudar na execução do contrato:

Pena - impedimento do direito de licitar e contratar com a União e descredenciamento


do SICAF pelo período de 30 (trinta) meses;

VIII - comportar-se de modo inidôneo:

Pena - impedimento do direito de licitar e contratar com a União e descredenciamento


do SICAF pelo período de 24 (vinte e quatro) meses; e

IX - cometer fraude fiscal:

Pena - impedimento do direito de licitar e contratar com a União e descredenciamento


do SICAF pelo período de 40 (quarenta) meses;

Parágrafo único - Para os fins desta Instrução Normativa, considera-se:

I - retardar a execução do objeto qualquer ação ou omissão do licitante que prejudique


o bom andamento da licitação, inclusive deixar de entregar a amostra no prazo
assinalado no edital, que evidencie tentativa de indução a erro no julgamento, ou que
atrase a assinatura do contrato ou da ata de registro de preços;

II - não manter a proposta a ausência de seu envio, bem como a recusa do envio de seu
detalhamento, quando exigível, ou ainda o pedido, pelo licitante, da desclassificação
de sua proposta, quando encerrada a etapa competitiva, desde que não esteja
fundamentada na demonstração de vício ou falha na sua elaboração, que evidencie a
impossibilidade de seu cumprimento;

III - falhar na execução contratual o inadimplemento grave ou inescusável de obrigação


assumida pelo contratado;

IV - fraudar na execução contratual a prática de qualquer ato destinado à obtenção de


vantagem ilícita, induzindo ou mantendo em erro a Administração Pública; e
V - comportar-se de modo inidôneo a prática de atos direcionados a prejudicar o bom
andamento do certame ou do contrato, tais como a fraude ou frustração do caráter
competitivo do procedimento licitatório, ação em conluio ou em desconformidade com
a lei, indução deliberada a erro no julgamento, prestação falsa de informações,
apresentação de documentação com informações inverídicas, ou que contenha emenda
ou rasura, destinados a prejudicar a veracidade de seu teor original.

Art. 3º - As sanções previstas nos incisos I a IX do art. 2º poderão ser majoradas em


50% (cinquenta por cento), para cada agravante, até o limite de 60 (sessenta) meses,
em decorrência do seguinte:

I - quando restar comprovado que o licitante ou contratado tenha registro no Sistema


de Cadastramento Unificado de Fornecedores - SICAF de penalidade aplicada no
âmbito da Presidência da República, em decorrência da prática de qualquer das
condutas tipificadas na presente norma, nos 12 (doze) meses que antecederam o fato
em decorrência do qual será aplicada a penalidade;

II - quando restar comprovado que o licitante tenha sido desclassificado ou inabilitado


por não atender às condições do edital, quando for notória a sua impossibilidade de
atendimento ao estabelecido;

III - quando o licitante, deliberadamente, não responder às diligências destinadas a


esclarecer ou a complementar a instrução do processo licitatório; ou

IV - quando restar comprovado que o licitante tenha prestado declaração falsa de que
é beneficiário do tratamento diferenciado concedido em legislação específica.

Art. 4º - As penas previstas nos incisos I, II, IV e V do art. 2º poderão ser reduzidas
em 50% (cinquenta por cento), uma única vez, após a incidência do previsto no art. 3º,
quando não tenha havido nenhum dano à Administração, em decorrência de qualquer
das seguintes atenuantes:

I - a conduta praticada tenha sido, desde que devidamente comprovada, decorrente de


falha escusável do licitante ou contratado;

II - a conduta praticada seja decorrente da apresentação de documentação que contenha


vícios ou omissões para os quais não tenha contribuído, ou que não sejam de fácil
identificação, desde que devidamente comprovado; ou

III - a conduta praticada seja decorrente da apresentação de documentação que não


atendeu às exigências do edital, desde que reste evidenciado equívoco em seu
encaminhamento e a ausência de dolo.

Art. 5º - A penalidade a que se refere o inciso II do art. 2º será afastada quando a


entrega da documentação ocorrer fora dos prazos estabelecidos, desde que não tenha
acarretado prejuízos à Administração, observando-se ainda, cumulativamente, que:

I - a documentação entregue esteja correta e adequada ao que fora solicitado;


II - o eventual atraso no cumprimento dos prazos não seja superior a sua quarta parte;

III - não tenha ocorrido nenhuma solicitação de prorrogação dos prazos;

IV - não tenha ocorrido nenhuma hipótese de agravantes prevista no art. 3º; e

V - o licitante faltoso não tenha sofrido registro de penalidade no SICAF em


decorrência da prática de quaisquer condutas tipificadas na presente norma em
procedimentos licitatórios ou em contratações ocorridas nos 12 (doze) meses que
antecederam o fato em razão do qual será aplicada a penalidade.

Art. 6º - Quando a ação ou omissão do licitante ou contratante ensejar o enquadramento


de concurso de condutas, aplicar-se-á a pena mais grave.

Art. 7º - A aplicação das penas previstas nesta Instrução Normativa não exclui a
possibilidade de aplicação de outras sanções previstas no edital, no contrato ou na
legislação vigente, sem prejuízo das responsabilidades civil e criminal, inclusive por
perdas e danos causados à Administração.

Art. 8º - Na apuração dos fatos de que trata a presente Instrução, a Administração


atuará com base no princípio da boa-fé objetiva, assegurando ao licitante ou ao
contratante a ampla defesa e o contraditório, o direito de juntar todo e qualquer meio
de prova necessário à sua defesa, podendo, inclusive, requerer diligências.

Parágrafo único - A Administração Pública formará sua convicção com base na livre
apreciação dos fatos e condutas praticadas, devendo, quando necessário, promover
diligências para a apuração da veracidade das informações e provas apresentadas pela
defesa.

Art. 9º - Esta Instrução Normativa entra em vigor na data de sua publicação.

ANTONIO CARLOS PAIVA FUTURO


ATUALIZAÇÃO PARA OS LEITORES

Prezados leitores, tendo em vista a recente publicação da Instrução Normativa nº 01/2017,


que estabelece critérios sobre conduta e dosimetria na aplicação da penalidade de
impedimento de licitar e contratar prevista no art. 7º da Lei nº 10.520, de 17 de julho de
2002, no âmbito da Presidência da República, confeccionamos esta pequena síntese,
objetivando prestar um serviço de atualização.

1. Instrução Normativa nº 01, de 13 de outubro de 2017

A Instrução Normativa nº 01, que foi publicada no DOU de 16/10/2017, estabelece


critérios sobre conduta e dosimetria na aplicação da penalidade de impedimento de licitar
e contratar prevista no art. 7º da Lei nº 10.520, de 17 de julho de 2002, no âmbito da
Presidência da República. A referida norma, que foi editada pelo Secretário de
Administração da Secretaria-Geral da Presidência da República, objetiva atender às
determinações emanadas pelo TCU por meio do Acórdão nº 754/2015-Plenário (itens
9.5.1 e 9.5.2).

Nesse diapasão, tem-se a Norma Operacional DIRAD/SE/MP nº 2 de 17 de março de


2017, que dispõe sobre as condutas e a dosimetria na aplicação da penalidade de
impedimento de licitar e contratar previstas no artigo 7º da Lei nº 10.520, de 17 de julho
de 2002, no âmbito do Ministério do Planejamento, Desenvolvimento e Gestão.

É estabelecido na Instrução Normativa nº 01/2017, para cada conduta tipificada no


art. 7º da Lei nº 10.520/2002, o período em que a licitante e/ou contratado estará impedido
de licitar e contratar com a União e será descredenciado do Sistema de Cadastramento
Unificado de Fornecedores (Sicaf), assim como as hipóteses de aplicação de agravantes
e atenuantes. Dessa forma, busca-se padronizar a aplicação da penalidade do art. 7º da
Lei nº 10.520/2002, evitando, assim, para casos idênticos períodos de impedimento de
participar de licitação distintos, atenuando a subjetividade do gestor na aplicação da
penalidade após a apuração de conduta da licitante/contratada.

______________________________________________________________________

Instrução Normativa SG/PR nº 01, de 13.10.2017.


PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA

SECRETARIA-GERAL

SECRETARIA DE ADMINISTRAÇÃO
DOU de 16/10/2017 (nº 198, Seção 1, pág. 5)

Estabelece critérios sobre conduta e dosimetria na aplicação da penalidade de


impedimento de licitar e contratar prevista no art. 7º da Lei nº 10.520, de 17 de julho
de 2002, no âmbito da Presidência da República.

O SECRETÁRIO DE ADMINISTRAÇÃO DA SECRETARIA-GERAL DA


PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA, no uso da atribuição que lhe confere o inciso VII,
do art. 7º, do Anexo V do Decreto nº 9.038, de 26 de abril de 2017, e

considerando o teor das determinações 9.5.1 e 9.5.2 do Acórdão nº 754/2015-TCU-


Plenário, expedido pelo Tribunal de Contas da União, as quais foram objeto de
divulgação aos órgãos do Sistema de Serviços Gerais - SISG no Portal de Compras do
Governo Federal;

considerando a necessidade de instrução processual administrativa no âmbito da


Presidência da República com adequação entre meios e fins, com vedação a imposição
de obrigações, restrições e sanções em medida superior àquelas estritamente
necessárias ao atendimento do interesse público, resolve:

Art. 1º - Estabelecer procedimentos para a definição da dosimetria na aplicação da


penalidade de impedimento de licitar e contratar prevista no art. 7º da Lei nº 10.520, de
17 de julho de 2002, no âmbito da Presidência da República.

Art. 2º - Nas licitações na modalidade pregão realizadas no âmbito da Presidência da


República é obrigatória a instauração de procedimento administrativo para a aplicação
das respectivas sanções, quando da ocorrência das condutas a seguir relacionadas:

I - não assinar o contrato/ata de registro de preços ou não aceitar/retirar o instrumento


equivalente, quando convocado dentro do prazo de validade de sua proposta:
Pena - impedimento do direito de licitar e contratar com a União e descredenciamento
do Sistema de Cadastramento Unificado de Fornecedores - SICAF pelo período de 4
(quatro) meses;

II - deixar de entregar documentação exigida para o certame:


Pena - impedimento do direito de licitar e contratar com a União e descredenciamento
do SICAF pelo período de 2 (dois) meses;

III - fizer declaração falsa ou apresentar documentação falsa:

Pena - impedimento do direito de licitar e contratar com a União e descredenciamento


do SICAF pelo período de 24 (vinte e quatro) meses;

IV - ensejar o retardamento da execução do objeto:


Pena - impedimento do direito de licitar e contratar com a União e descredenciamento
do SICAF pelo período de 4 (quatro) meses;

V - não manter a proposta:

Pena - impedimento do direito de licitar e contratar com a União e descredenciamento


do SICAF pelo período de 4 (quatro) meses;
VI - falhar na execução do contrato:

Pena - impedimento do direito de licitar e contratar com a União e descredenciamento


do SICAF pelo período de 12 (doze) meses;

VII - fraudar na execução do contrato:

Pena - impedimento do direito de licitar e contratar com a União e descredenciamento


do SICAF pelo período de 30 (trinta) meses;

VIII - comportar-se de modo inidôneo:

Pena - impedimento do direito de licitar e contratar com a União e descredenciamento


do SICAF pelo período de 24 (vinte e quatro) meses; e

IX - cometer fraude fiscal:

Pena - impedimento do direito de licitar e contratar com a União e descredenciamento


do SICAF pelo período de 40 (quarenta) meses;

Parágrafo único - Para os fins desta Instrução Normativa, considera-se:

I - retardar a execução do objeto qualquer ação ou omissão do licitante que prejudique


o bom andamento da licitação, inclusive deixar de entregar a amostra no prazo
assinalado no edital, que evidencie tentativa de indução a erro no julgamento, ou que
atrase a assinatura do contrato ou da ata de registro de preços;

II - não manter a proposta a ausência de seu envio, bem como a recusa do envio de seu
detalhamento, quando exigível, ou ainda o pedido, pelo licitante, da desclassificação
de sua proposta, quando encerrada a etapa competitiva, desde que não esteja
fundamentada na demonstração de vício ou falha na sua elaboração, que evidencie a
impossibilidade de seu cumprimento;

III - falhar na execução contratual o inadimplemento grave ou inescusável de obrigação


assumida pelo contratado;

IV - fraudar na execução contratual a prática de qualquer ato destinado à obtenção de


vantagem ilícita, induzindo ou mantendo em erro a Administração Pública; e

V - comportar-se de modo inidôneo a prática de atos direcionados a prejudicar o bom


andamento do certame ou do contrato, tais como a fraude ou frustração do caráter
competitivo do procedimento licitatório, ação em conluio ou em desconformidade com
a lei, indução deliberada a erro no julgamento, prestação falsa de informações,
apresentação de documentação com informações inverídicas, ou que contenha emenda
ou rasura, destinados a prejudicar a veracidade de seu teor original.

Art. 3º - As sanções previstas nos incisos I a IX do art. 2º poderão ser majoradas em


50% (cinquenta por cento), para cada agravante, até o limite de 60 (sessenta) meses,
em decorrência do seguinte:
I - quando restar comprovado que o licitante ou contratado tenha registro no Sistema
de Cadastramento Unificado de Fornecedores - SICAF de penalidade aplicada no
âmbito da Presidência da República, em decorrência da prática de qualquer das
condutas tipificadas na presente norma, nos 12 (doze) meses que antecederam o fato
em decorrência do qual será aplicada a penalidade;

II - quando restar comprovado que o licitante tenha sido desclassificado ou inabilitado


por não atender às condições do edital, quando for notória a sua impossibilidade de
atendimento ao estabelecido;

III - quando o licitante, deliberadamente, não responder às diligências destinadas a


esclarecer ou a complementar a instrução do processo licitatório; ou

IV - quando restar comprovado que o licitante tenha prestado declaração falsa de que
é beneficiário do tratamento diferenciado concedido em legislação específica.

Art. 4º - As penas previstas nos incisos I, II, IV e V do art. 2º poderão ser reduzidas
em 50% (cinquenta por cento), uma única vez, após a incidência do previsto no art. 3º,
quando não tenha havido nenhum dano à Administração, em decorrência de qualquer
das seguintes atenuantes:

I - a conduta praticada tenha sido, desde que devidamente comprovada, decorrente de


falha escusável do licitante ou contratado;

II - a conduta praticada seja decorrente da apresentação de documentação que contenha


vícios ou omissões para os quais não tenha contribuído, ou que não sejam de fácil
identificação, desde que devidamente comprovado; ou

III - a conduta praticada seja decorrente da apresentação de documentação que não


atendeu às exigências do edital, desde que reste evidenciado equívoco em seu
encaminhamento e a ausência de dolo.

Art. 5º - A penalidade a que se refere o inciso II do art. 2º será afastada quando a


entrega da documentação ocorrer fora dos prazos estabelecidos, desde que não tenha
acarretado prejuízos à Administração, observando-se ainda, cumulativamente, que:

I - a documentação entregue esteja correta e adequada ao que fora solicitado;

II - o eventual atraso no cumprimento dos prazos não seja superior a sua quarta parte;

III - não tenha ocorrido nenhuma solicitação de prorrogação dos prazos;

IV - não tenha ocorrido nenhuma hipótese de agravantes prevista no art. 3º; e

V - o licitante faltoso não tenha sofrido registro de penalidade no SICAF em


decorrência da prática de quaisquer condutas tipificadas na presente norma em
procedimentos licitatórios ou em contratações ocorridas nos 12 (doze) meses que
antecederam o fato em razão do qual será aplicada a penalidade.
Art. 6º - Quando a ação ou omissão do licitante ou contratante ensejar o enquadramento
de concurso de condutas, aplicar-se-á a pena mais grave.

Art. 7º - A aplicação das penas previstas nesta Instrução Normativa não exclui a
possibilidade de aplicação de outras sanções previstas no edital, no contrato ou na
legislação vigente, sem prejuízo das responsabilidades civil e criminal, inclusive por
perdas e danos causados à Administração.

Art. 8º - Na apuração dos fatos de que trata a presente Instrução, a Administração


atuará com base no princípio da boa-fé objetiva, assegurando ao licitante ou ao
contratante a ampla defesa e o contraditório, o direito de juntar todo e qualquer meio
de prova necessário à sua defesa, podendo, inclusive, requerer diligências.

Parágrafo único - A Administração Pública formará sua convicção com base na livre
apreciação dos fatos e condutas praticadas, devendo, quando necessário, promover
diligências para a apuração da veracidade das informações e provas apresentadas pela
defesa.

Art. 9º - Esta Instrução Normativa entra em vigor na data de sua publicação.

ANTONIO CARLOS PAIVA FUTURO

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