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INSTITUTO DE TECNOLOGIA
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA MECÂNICA
MODELAGEM DE TURBINAS DE EIXO HORIZONTAL
PROF. DR. JERSON ROGERIO PINHEIRO VAZ
BELÉM – PA
2017
Resumo
A produção de energia através da força dos ventos está tomando uma posição melhor
na matriz energética no país e na Amazônia, mais especificamente no estado do Pará,
no qual estudos realizados em algumas cidades detectaram velocidades média de
ventos propicias a implantação de turbinas eólicas. Neste trabalho será apresentado o
dimensionamento de uma turbina eólica de eixo horizontal para atender uma residência
na cidade de Salinópolis, estado do Pará. Através do modelo BET e do modelo de
otimização de Glauert, foi dimensionado um rotor, atendendo as necessidades.
Palavras-chave: Energia Eólica, BET, Otimização de Turbinas Eólicas.
Sumário
Resumo.......................................................................................................................................... 2
1. Introdução ................................................................................................................................. 4
2. Fundamentação Teórica ............................................................................................................ 6
2.1. Velocidade de Projeto ........................................................................................................ 6
2.2. Teoria do Elemento de Pá .................................................................................................. 6
2.3. Correções ......................................................................................................................... 10
2.3.1. Prandtl ....................................................................................................................... 10
2.3.2. Glauert....................................................................................................................... 11
2.3.3. Implementação Computacional ................................................................................ 11
2.4. Otimização de Glauert...................................................................................................... 12
3. Resultados ............................................................................................................................... 15
4. CONCLUSÃO ............................................................................................................................ 21
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................................................................................... 22
1. Introdução
A questão energética é um dos tópicos mais importante da atualidade (MARTINS, 2007).
Este fato remete as diversas buscas de fontes alternativas e renováveis de energia para
suprir as demandas energéticas e diminuir os danos ambientais causados pelo uso
excessivo de fontes não renováveis. Segundo Twildell (2015) a energia renovável é a
energia obtida a partir de fluxos de energia naturalmente repetitivos e persistentes que
ocorrem no ambiente local, então a energia eólica se apresenta como uma fonte de
energia de grande viabilidade.
A energia eólica, dentre todas as fontes renováveis é uma das que mais cresce
no mundo. No Brasil, mesmo ainda sendo a sua utilização muito limitada, muitas áreas
são favoráveis a implementação, devido grande parte ser litorânea. Para que seja
avaliada corretamente a viabilidade de implantação, faz-se necessário inicialmente que,
sejam feitas medições de vento (velocidade e direção), em alturas específicas, de
localidades escolhidas como de prováveis ventos fortes (FRADE, 2000). No estado do
Pará foram realizadas medições em algumas regiões litorâneas, identificando ventos
com forças notórias a implementação de turbinas eólicas, como o município de
Salinópolis. Essas medições foram realizadas através do Projeto Região Norte, uma
parceria CEPEL (Centro de Pesquisa de Energia Elétrica da ELETROBRAS) e
ELETRONORTE, o qual tem como finalidade coletar dados de velocidade e vento em
alguns estados da Amazônia legal para anexar ao atlas mundial de velocidade de vento.
k
k 1 V
k V
p(V ) e C (1)
V C
Após seccionada, para cada posição radial haverá uma relação entre as forças
geradas, as características do perfil aerodinâmico, a velocidade do vento e a rotação,
equações (2), (3), (4), (5), (6) e (7). A figura 1 apresenta o triângulo de velocidades para
uma determinada secção.
(1 a)V0
tan 1 (2)
(1 a ')r
V 1 a r 1 a '
2 2
W 0
(5)
V0 1 a
W (6)
sin
r 1 a ' (7)
W
cos
L (8)
CL
1
W 2 cl
2
D (9)
CD
1
W 2 cl
2
1
FN W 2cC N (12)
2
1
FT W 2 cCT (13)
2
O empuxo gerado para cada secção dr do rotor é FN multiplicada pela
dE BFN dr (14)
Ao mesclar as equações (6), (12) e (14), tem-se (16). Ao mesclar (6), (7), (13) e
(15), tem-se (17).
1 V0 1 a
2 2
dE B cCN dr (16)
2 sin 2
1 V 1 a r 1 a '
dT B 0 crdr (17)
2 sin cos
cB
(18)
2 r
Assim, ao juntar as equações (16), (18) e (19) é possível encontrar a equação (21)
para a . E da mesma maneira, juntando as equações (17), (18) e (20), encontra-se a
equação (22) para a ' .
1 (21)
a
4sin 2
1
CN
1 (22)
a'
4sin cos
1
CT
2.3. Correções
Os fatores de correção surgiram da necessidade de corrigir e otimizar a aerodinâmica
de rotores, transformando e adaptando o modelo para uma melhor aplicabilidade.
2.3.1. Prandtl
O fator de correção de Prandtl foi desenvolvido devido a necessidade de correção da
consideração de número infinito de pás, já que o comportamento de um rotor com
número infinito de pás difere de um com número finito. O fator de correção de Prandtl
corrige de forma generalizada o modelo BET é dado pela equação (23), ele simula o
carregamento induzido na ponta e na raiz da pá, corrigindo os valores de a e a ' através
de um fator F .
2
F cos 1 (e f ) (23)
B Rr
f pá (24)
2 r sin
B r rcubo
f cubo (25)
2 rcubo sin
As equações (21) e (22) são então corrigidas, conforme as equações (26) e (27).
1 (26)
a
4 F sin 2
1
CN
1 (27)
a'
4 F sin cos
1
CT
2.3.2. Glauert
Uma relação empírica foi desenvolvida por Glauert para a correção do fator de indução
axial para valores acima de 0,4. Essa correção deve ser feita para valores de a maiores
que um determinado valor ac Spera (1994 apud HANSEN, 2008) afirma que ac é
1
a 2 K (1 2ac ) ( K (1 2ac ) 2) 2 4( Kac2 1) (28)
2
4 F sin 2
K (29)
CN
implementada uma comunicação com o software XFOIL que se baseia no método dos
painéis. Para valores de maiores que o ângulo de estol fora aplicada a correção pós
estol, conforme Vaz (2010).
Dados de entrada
Calcular ,
Calcular e
, ,e .
Não Não
Calcular e .
?
Sim
Calcular , , e
etc. do rotor completo
O coeficiente de potência pode ser dado por (30), onde representa a tip-speed
ratio dada pela equação (31). Na equação (30) x representa a low-speed ratio, isto é, a
relação de velocidade em um posição radial da pá, e dada pela equação (32). Na equação
(31) representa a rotação angular do rotor e R o raio na ponta da pá.
8
Cp
2
0
a '(1 a) x 3dx (30)
R
(31)
Vo
r
x (32)
Vo
acordo com (33). O que resulta nas equações que otimizam a ' e a , equações (34) e
(35), respectivamente.
f ( a ', a ) a '(1 a )
(33)
df
0
da
1 3a
a' (34)
4a 1
a 8 r sin 2
c F (36)
1 a BCn
(1 aotimo )V0
otimo tan 1 (38)
(1 a 'otimo )r
Dados de entrada
Calcular , , , ,e Calcular , e .
, , e .
Calcular e
Não
Sim
Rotor
Ótimo
De posse dos dados disponibilizados por Frade (2000) foi possível calcular a
densidade de frequência de velocidade com que os ventos se mostram na localidade. A
figura 4 apresenta a densidade de frequência dos ventos e nela é possível ver a
velocidade de máxima densidade, a qual foi escolhida como velocidade de projeto e
equivale a 5,5 m/s.
Figura 4 – Densidade de frequência de velocidade de vento na cidade de Salinópolis-
Pará
Característica Valor
Raio do Cubo 0,4 m
Raio da Ponta 3,0 m
TSR de Projeto 6
Velocidade de Projeto 5,5 m/s
Número de Pás 3
Perfil Aerodinâmico NACA1001
AOA Ótimo 8º
AOA Estol 10º
Densidade do fluido 1,205 kg/m³
Velocidade do Som 340 m/s
Viscosidade Cinemática 15,111x10-6 m²/s
Número máximo de interações 100
Número máximo de interações - XFOIL 100
Tolerância 0,001
Por fim, cabe a ressalva de que este é apenas o projeto preliminar da turbina. Em
trabalhos futuros deve-se, por exemplo, selecionar materiais para fabricação,
dimensionar os componentes do trem de potência, projetar a torre e a fundação, entre
outras etapas.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
MARTINS, F.R.; GUARNIERI, R.A. e PEREIRA, E.B. "O aproveitamento energia
eólica" Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais, Centro de Previsão do Tempo e
Estudos Climáticos, São José dos Campos, SP, Brasil, 2007