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Outubro/2018
Prof.° M.Sc. Ademir Paulino
ESTEC Eletrônica I 1
Transistor Bipolar de Junção - TBJ
Com o passar dos anos, esse setor tornou-se um dos mais importantes, obtendo
rápidos avanços em termos de projeto, técnicas de fabricação, aplicações de alta
potência e alta frequência e miniaturização.”
Transistor Bipolar de Junção - TBJ
Resumindo:
Emissor: material fortemente dopado.
Base: material levemente dopado (resistência alta),
com largura 150 vezes menor do que a largura do
transistor.
Coletor: material moderadamente dopado.
Polarizando as junções do TJB
Com ambos os potenciais aplicados, tem-se a situação da Figura abaixo. Então uma
junção p-n está diretamente polarizada (base-emissor) e outra junção, p-n, está
reversamente polarizada (base-coletor).
O material interno, n, muito fino, apresenta
baixa condutividade e apenas uma pequena
parcela dos portadores majoritários
conseguirá fluir pelo mesmo (corrente de
base IB, da ordem de µA). Aplicando-se a
LKC, obtém-se: 𝐼𝐸 = 𝐼𝐶 + 𝐼𝐵
A corrente ICO ou ICBO é uma corrente de fuga devido aos portadores minoritários,
identificada na Figura acima com o terminal de emissor aberto. Esta corrente, tal
como a corrente Is do diodo (corrente de saturação reversa), é sensível à temperatura
da junção (em altas temperaturas, o funcionamento do TBJ pode ser afetado). Novas
tecnologias de fabricação têm amenizado o efeito de temperatura no TBJ.
Configuração Base Comum - BC
𝐼𝐶 ≅ 𝐼𝐸 𝑉𝐵𝐸 = 0,7 𝑉
Curvas características do TBJ
Na curva característica de saída da Figura abaixa são apresentadas as curvas de
corrente de coletor (e de emissor) x tensão VCB. Notar que as curvas de corrente são
paralelas ao eixo de VCB.
𝐼𝐶
𝛼𝑑𝑐 = ≅1
𝐼𝐸
Dessa relação resulta:
𝐼𝐶 = 𝛼𝑑𝑐 ∙ 𝐼𝐸
Na prática, têm-se uma variação em α nos dispositivos TBJ na faixa de 0,90 a 0,998.
Como este parâmetro é definido para portadores majoritários exclusivamente, tem-se
que:
𝐼𝐶 = 𝛼 ∙ 𝐼𝐸 + 𝐼𝐶𝐵𝑂
Aplicando esta equação à curva característica de saída do TBJ, tem-se que com 𝐼𝐸
= 0 𝑚𝐴, a corrente de coletor será igual a ICBO, valor tão baixo que não é detectável
graficamente. Para a grande maioria dos casos, considera-se 𝛼𝑑𝑐 = 𝛼𝑎𝑐 para o TBJ.
Polarização do TBJ na configuração BC
Para polarizar corretamente o TBJ na configuração BC,
dentro da região ativa, utiliza-se a aproximação 𝐼𝐸 ≅ 𝐼𝐶 e
considera-se 𝐼𝐵 ≅ 0 𝑚𝐴. O circuito equivalente para esta
aproximação é mostrado ao lado, para um TJB pnp. O
diodo pn emissor-base do transistor está diretamente
polarizado e então o dispositivo é ligado.
Na região ativa o TBJ opera como amplificador linear, onde 𝐼𝐶 = 𝛽 ∙ 𝐼𝐵 , onde 𝛽 é definido
como fator de ganho de corrente. A Figura abaixo mostra um exemplo básico de circuito
amplificador a transistor, na configuração BC. Obviamente a polarização dc do dispositivo não
é mostrada, já que o único fenômeno que se quer verificar é a amplificação de sinais ac.
𝑉𝑖 0,200
𝐼𝐸 = 𝐼𝑖 = = = 10 𝑚𝐴
𝑅𝑖 20
𝐼𝐶 ≅ 𝐼𝐸 , então 𝐼𝐿 ≅ 𝐼𝐸 = 10 𝑚𝐴
𝑉𝐿 = 𝐼𝐿 = 10 𝑚𝐴 5𝑘Ω = 50 𝑉
Ganhos:
𝑉𝑖 50 𝐼𝑖 0,010
𝐴𝑉 = = = 250 e 𝐴𝐼 = = =1
𝑉𝐿 0,200 𝐼𝐿 0,010
Configuração Emissor Comum - EC
A configuração EC para o TBJ é, de longe, a mais utilizada. O emissor (E) é o terminal
comum com relação aos terminais de entrada e saída. A Figura abaixo mostra o
esquema de um TBJ npn (notação e símbolo), com as fontes VBB e VCC polarizando-o
para a operação na região ativa (amplificação linear). Para a análise da polarização do
TBJ considera-se o sentido real da corrente (de elétrons). Nos cálculos do circuito,
porém, considera-se o sentido convencional da corrente. Pela LKC, 𝐼𝐸 = 𝐼𝐶 + 𝐼𝐵 .
Etapa 2:
- Com VBB > VF (tensão direta da junção pn base-emissor), ocorre
a entrada dos elétrons do emissor na região da base;
- Tais elétrons podem circular em direção ao terminal da base
(passando por RB e pela fonte VBB) ou em direção ao coletor (C);
- A base é fracamente dopada e muito estreita...
A maioria dos elétrons irá para o terminal do coletor, devido à sua maior dopagem em relação à base. O coletor
recebe este nome devido ao fato de que coleta ou captura a maior parte dos elétrons livres vindos do emissor.
Etapa 3:
- Os elétrons livres, atraídos pelo terminal positivo da contínua
VCC, circulam através do resistor RC (que limitam a corrente de
coletor, praticamente igual à corrente de emissor, pelo fator alfa);
- Em resumo, na maioria dos TBJs mais de 95% dos elétrons
vindos do emissor migram para o coletor e menos que 5 %
circulam pelo terminal externo da base.
Curvas Características - EC
As curvas características de saída e de entrada para a configuração Emissor Comum do
TBJ são apresentadas na figura abaixo:
Na configuração EC, a
região de corte é
diferente da apresentada
na configuração BC.
Lembre-se de que em
BC, com 𝐼𝐸 = 0 𝐴
implica 𝐼𝐶 ≅ 0 𝐴 (vide
gráfico correspondente).
𝐼𝐶
𝛽𝑑𝑐 =
𝐼𝐵
Nas folhas de dados de fabricantes (datasheets), 𝛽𝑑𝑐 é identificado como hFE, onde h
vem de híbrido (de circuito equivalente ac híbrido) e as letras FE designam,
respectivamente, amplificação de corrente direta (forward) e configuração emissor-
comum.
Para a análise do TBJ em 𝑐𝑎, é definido um ganho 𝛽𝑎𝑐 , cujo nome técnico é fator de
amplificação de corrente direta em emissor comum. O termo amplificação é
apropriado uma vez que 𝐼𝐶 é geralmente a corrente de saída e 𝐼𝐵 a de entrada. Para o
cálculo de 𝛽𝑑𝑐 é utilizada a equação:
Δ𝐼𝐶
𝛽𝑎𝑐 =
Δ𝐼𝐵 𝑉𝐶𝐸 𝑐𝑜𝑛𝑠𝑡𝑎𝑛𝑡𝑒
Considerando que 𝛽𝑑𝑐 e 𝛽𝑎𝑐 têm valores muito próximos, pode-se escrever
𝐼𝐶 = 𝛽 ∙ 𝐼𝐵
Configuração Coletor Comum - CC
Este tipo de configuração é indicado para o casamento de impedâncias, uma vez que
apresenta uma alta impedância de entrada e uma baixa impedância de saída, situação
diferente das configurações BC e EC. A Figura abaixo apresenta a notação do TBJ em
CC, onde se vê que o terminal de coletor é comum à entrada e à saída do circuito. Os
símbolos para as configurações pnp e npn são mostrados respectivamente.
∴ 𝐴𝐼 = 𝛽 + 1
A respeito da área limitada pela curva de potência e pelos valores limites de corrente
de coletor e de tensão entre coletor e emissor, esta recebe o nome de ÁREA DE
OPERAÇÃO SEGURA - SOA. Qualquer ponto de operação do TBJ dentro desta área
garante o componente operando em boas condições.
Dissipação de potência