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COMPILAÇÃO LEGISLATIVA

- SOCIETÁRIO E REGISTO COMERCIAL -

2a EDIÇÃO

OUTUBRO 2017

_______________________________________________________________________________________

Av. Presidente Nicolau Lobato, Timor Plaza, CBD 3, Piso 2, Nº 202., Dili, Timor-Leste
COMPILAÇÃO LEGISLATIVA – SOCIETÁRIO E REGISTO COMERCIAL

Índice

LEGISLAÇÃO ESTRUTURANTE Páginas


Lei N.º 10/2017, de 17 de Maio – Nova Lei das Sociedades Comerciais 2-56

Decreto-Lei N.º 16/2017, de 17 de Maio – Registo Comercial 57-70


Decreto-Lei N.º 34/2017, de 27 de Setembro – Licenciamento de Atividades 71-92
Económicas

LEGISLAÇÃO COMPLEMENTAR
Anexo do Decreto-Lei N.º 24/2009, de 26 de Agosto – Primeira Alteração ao 93-107
Decreto-Lei N.º 3/2004, de 4 de Fevereiro, relativo ao Regime Jurídico do
Notariado
Decreto-Lei N.º 25/2009, de 26 de agosto – Regulamento Notarial 107-132
Decreto do Governo N.º 28/2017, de 12 de Julho – Modelos de Atos 133-161
Constitutivos de Sociedades Comerciais
Decreto do Governo N.º 27/2017, de 12 de Julho – Fixa os Critérios Para A 162-163
Obrigatoriedade De Órgão de Fiscalização Ou Auditor Externo Nas Sociedades
Comerciais

DOCUMENTAÇÃO DE SUPORTE
Glossário de Códigos da Classificação Industrial de Padrão Internacional (ISIC) 164-169
Jornal da República Pg. 002 da Compilação

Quarta-Feira, 17 de Maio de 2017 Série I, N.° 19

$ 5.50 PUBLICAÇÃO OFICIAL DA REPÚBLICA DEMOCRÁTICA DE TIMOR - LESTE

SUPLEMENTO

LEI N.º 10 / 2017 pequenas e médias empresas comerciais e, de igual modo, crie
um quadro legal completo e seguro que ofereça a devida
de 17 de Maio sustentação ao complexo edifício da moderna empresa
comercial multinacional.
NOVA LEI DAS SOCIEDADES COMERCIAIS
Nesse sentido, o presente diploma introduz uma profunda
alteração ao quadro legal vigente, revoga integralmente a Lei
A criação de um quadro legislativo abrangente e de acordo n.º 4/2004, sobre Sociedades Comerciais, e aprova uma nova
com as melhores práticas internacionais para o exercício da Lei das Sociedades Comerciais, estabelecendo um regime
atividade comercial representa um fator essencial para a promo- jurídico regra estável para todos os tipos especiais de
ção de um desenvolvimento económico consistente e susten- sociedades comerciais que se venham a criar no futuro.
tável de qualquer Estado moderno, quer pela criação dos
instrumentos legais necessários ao exercício da atividade O Parlamento Nacional decreta, nos termos do n.º 1 do artigo
económica num mercado globalizado, quer pela imagem de 95.º da Constituição da República, para valer como lei, o
progresso e credibilidade que transmite para os demais seguinte:
Estados, organizações internacionais e investidores
estrangeiros. Artigo 1.º
Nova Lei das Sociedades Comerciais
De entre as várias reformas em curso necessárias a criar esse
quadro legislativo, afigura-se de especial importância e É aprovada em anexo à presente lei, da qual faz parte integrante,
urgência a revisão da legislação substantiva e registal relativa a Nova Lei das Sociedades Comerciais.
à constituição, atividade e extinção de sociedades comercias.
Artigo 2.º
A Lei n.º 4/2004, de 21 de abril, sobre Sociedades Comerciais, Representante legal da sociedade
encontra-se largamente ultrapassada nas suas soluções. Se,
por um lado, mantém institutos legais em desuso internacional- 1. As sociedades comerciais constituídas antes da entrada
mente, como as Sociedades em Nome Coletivo, as Sociedades em vigor da presente lei devem nomear representante legal
em Comandita, a exigência de capitais sociais mínimos e da sociedade no prazo de três meses a contar da entrada
máximos ou ainda as ações ao portador, por outro, não regula em vigor da mesma.
institutos essenciais à moderna empresa globalizada, tais como
a divulgação dos beneficiários de participações sociais e as 2. Na falta de registo da nomeação de representante legal da
sociedades coligadas. sociedade no prazo referido no número anterior consideram-
se representantes legais da sociedade todos os adminis-
Urge assim uma profunda revisão desta Lei e a aprovação de tradores nomeados que tenham residência permanente em
um regime jurídico que simplifique e facilite a criação de Timor-Leste.

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Artigo 3.º Artigo 5.º


Sociedades em Nome Coletivo e Sociedades em Comandita Conversão de títulos de ações ao portador

1. As sociedades em nome coletivo e as sociedades em 1. Os titulares de ações ao portador, ou os seus sucessores,


comandita registadas devem, no prazo de um ano a contar devem requerer junto da sociedade emitente, no prazo de
da entrada em vigor da presente lei, deliberar: um ano a contar da data da entrada em vigor da presente
lei, a conversão dos seus títulos em títulos nominativos.
a) A sua transformação em sociedade por quotas ou
sociedade anónima; ou 2. O pedido de conversão só é aceite se o requerente entregar,
juntamente com o pedido, os títulos representativos de
b) A sua dissolução. ações ao portador relativamente aos quais pretende a
conversão.
2. Os atos de registo inerentes aos atos referidos no n.º 1
estão isentos de emolumentos. 3. Estando pendente penhora ou arresto sobre os títulos de
ações ao portador, o exequente ou arrestante pode requerer
3. Decorridos três meses sobre o prazo estabelecido no n.º 1 a conversão dos títulos na pendência da ação, devendo
deste artigo sem que nenhum dos atos referidos seja para o efeito juntar certidão judicial do arresto ou penhora.

registado, deve o conservador de registo competente decla-


4. A sociedade pode fazer a conversão mediante substituição
rar a sociedade dissolvida, promover oficiosamente o
dos títulos existentes ou modificações no respetivo texto,
registo da dissolução a expensas da sociedade dissolvida
devendo fazer constar do livro de registo de ações as
e notificar a administração ou o representante legal da
conversões efetuadas e a respetiva data.
entrada em liquidação da sociedade.

5. A conversão de títulos está isenta do pagamento de quais-


Artigo 4.º
quer quantias, independentemente da sua natureza.
Proibição de emissão, conversão e transmissão de ações ao
portador
Artigo 6.º
Suspensão dos direitos dos sócios de ações ao portador
1. É proibida às sociedades a emissão de ações ao portador
a partir da data da entrada em vigor da presente lei.
1. Decorrido o prazo previsto no n.º 1 do artigo anterior, o
titular de ações ao portador que não tenha requerido a
2. É igualmente proibida, a partir da data referida no número
conversão dos títulos fica com todos os seus direitos
anterior, a conversão de títulos representativos de ações
enquanto acionista suspensos.
nominativas em títulos ao portador, bem como a transmissão
entre vivos de títulos representativos de ações ao portador,
2. A sociedade deve averbar ao Livro de registo de ações os
com exceção da transmissão que resulte de sentença ou de títulos que se encontram suspensos e passar a reter os
venda judicial. lucros que correspondam aos títulos suspensos.

3. O conservador do registo comercial competente deve pro- 3. Até ao término do prazo previsto no n.º 1 do artigo anterior,
ceder, relativamente a todas as sociedades que prevejam o titular de ações ao portador continua a poder exercer os
nos seus estatutos a possibilidade de emissão de ações ao seus direitos, aplicando-se ao depósito de ações ao
portador, ao averbamento, efetuado ao registo do respetivo portador, para efeitos de tomar parte em assembleia geral,
ato constitutivo, da data da entrada em vigor desta lei e da o previsto nos artigo 247.º e 248.º da Lei n.º 4/2004, de 21 de
consequente proibição de emissão de ações ao portador. abril.

4. O averbamento referido no número anterior deve ser Artigo 7.º


efetuado, oficiosa e gratuitamente, no prazo de trinta dias Destruição dos títulos representativos de ações ao portador
a contar da data da entrada em vigor da presente lei.
1. Decorrido um ano sobre o termo do prazo previsto no n.º 1
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do artigo 5.º, os títulos representativos de ações ao portador Artigo 11.º


não convertidos são considerados destruídos e os Entrada em vigor
montantes retidos nos termos do artigo anterior convertem-
se em reserva livre. A presente lei entra em vigor 120 dias após a sua publicação.

2. À destruição dos títulos aplica-se, com as devidas


adaptações, o disposto sobre a amortização de quotas por
exclusão do sócio nos termos dos artigos 180.º e seguintes Aprovada em 27 de março de 2017.
da nova Lei das Sociedades Comerciais aprovada em anexo
a esta lei.

Artigo 8.º
Secretário da sociedade O Presidente do Parlamento Nacional,

1. As sociedades registadas antes da entrada em vigor desta


lei que tenham nomeado um secretário da sociedade que
não cumpra os requisitos ou sobre o qual existam os Adérito Hugo da Costa
impedimentos previstos no artigo 69.º da nova Lei das
Sociedades Comerciais, em anexo, devem, no prazo de
noventa dias a contar da entrada em vigor desta lei, nomear
novo secretário da sociedade. Promulgada em 15 de maio de 2017.

2. Findo o prazo referido no número anterior, o mandato do


secretário da sociedade considera-se automaticamente
caducado. Publique-se.

Artigo 9.º
Pessoas que podem exercer a função de auditor

Enquanto não existir enquadramento legal que defina os O Presidente da República,


critérios e título necessário para o exercício da atividade de
auditor de contas, podem as sociedades comerciais nomear
para os cargos que o exijam qualquer pessoal singular com
qualificações académicas e profissionais na área da auditoria
financeira ou contabilidade, e comprovada experiência Taur Matan Ruak
profissional.

Artigo 10.º
Revogação

É revogada a Lei n.º 4/2004, de 21 de abril, sobre Sociedades


Comerciais, sem prejuízo do disposto nas normas transitórias
constantes dos artigos 2.º a 8.º desta lei.

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ANEXO qualquer interessado, deve ordenar a cessação da atividade


(a que se refere o artigo 1.º) no país e a liquidação do património situado em Timor
Leste das sociedades que não cumpram o disposto nos
NOVA LEI DAS SOCIEDADES COMERCIAIS n.ºs 1 e 2, podendo conceder-lhes um prazo, não superior a
trinta dias, para regularizarem a situação.

CAPÍTULO I Artigo 4.º


Parte geral Personalidade

Secção I As sociedades comerciais adquirem personalidade jurídica com


Disposições gerais o registo definitivo do seu ato constitutivo, sem prejuízo do
disposto quanto à constituição de sociedades por fusão, cisão
Artigo 1.º ou transformação de outras.
Tipos de sociedades comerciais
Artigo 5.º
1. São tipos de sociedades comerciais as sociedades por Capacidade
quotas e as sociedades anónimas.
1. A capacidade das sociedades comerciais compreende os
2. As sociedades que tenham por objeto o exercício de uma direitos e obrigações necessários ou convenientes à
empresa comercial só podem constituir-se segundo um dos prossecução do seu fim, excetuados aqueles que lhes sejam
tipos previstos no número anterior. vedados por lei ou sejam inseparáveis da personalidade
singular.
3. As sociedades que tenham exclusivamente por objeto o
exercício de uma empresa não comercial podem adotar um 2. As liberalidades que possam ser consideradas usuais,
dos tipos referidos no n.º 1, sendo-lhes, nesse caso, segundo as circunstâncias da época e as condições da
aplicável a presente lei. própria sociedade, não são havidas como contrárias ao fim
desta.
Artigo 2.º 3. É vedado às sociedades prestar garantias pessoais ou reais
Lei pessoal a obrigações alheias, salvo se houver interesse próprio da
sociedade fundamentadamente declarado por escrito pelo
1. As sociedades comerciais têm como lei pessoal a lei do
órgão de administração ou se entre elas existir uma relação
Estado onde se encontre situada a sede principal e efetiva
de grupo.
da sua administração.
4. As disposições estatutárias e as deliberações sociais que
2. As sociedades que tenham no país a sua sede estatutária
fixem à sociedade determinado objeto ou proíbam a prática
não podem opor a terceiros, para afastar a aplicação da lei
de certos atos não limitam a capacidade da sociedade, mas
de Timor-Leste, o facto de aqui não terem a sua
constituem os órgãos da sociedade no dever de não
administração principal.
excederem esse objeto ou de não praticarem esses atos.
Artigo 3.º
Artigo 6.º
Sociedades com atividade permanente em Timor-Leste
Compensação
1. As sociedades que exerçam atividade permanente em Timor-
Não é admitida compensação entre aquilo que um terceiro deve
Leste, embora não tenham aqui sede estatutária nem
à sociedade e o crédito dele sobre algum dos sócios, nem
administração principal, ficam sujeitas ao disposto na lei
entre o que a sociedade deve a terceiro e o crédito que sobre
sobre registo comercial.
este tenha algum dos sócios.
2. As sociedades referidas no número anterior devem designar
um representante legal com residência habitual em Timor- Secção II
Leste e afetar um capital à sua atividade no país, devendo Ato constitutivo
registar as respetivas deliberações.
Subsecção I
3. O representante legal designado nos termos do número Forma e conteúdo do ato constitutivo
anterior fica sujeito ao disposto no artigo 47.º, com as
necessárias adaptações. Artigo 7.º
Forma e conteúdo mínimo do ato constitutivo
4. As sociedades, ainda que não cumpram o disposto nos n.ºs
1 e 2, ficam obrigadas pelos atos praticados em seu nome 1. O ato constitutivo é celebrado por documento particular,
em Timor-Leste e por eles respondem solidariamente as salvo se for exigido forma mais solene pela natureza dos
pessoas que os tenham praticado bem como os administra- bens com que os sócios entram para a sociedade.
dores da sociedade.
2. O ato constitutivo deve ser elaborado em originais em
5. O tribunal, a requerimento do Ministério Público ou de número bastante para os sócios, a sociedade e o registo.
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3. O ato constitutivo deve conter: Artigo 9.º


Sede
a) A data da sua celebração;
1. A sede da sociedade deve ser estabelecida em local
b) A identificação dos sócios e dos que em sua represen- determinado.
tação outorguem no ato;
2. Salvo estipulação dos estatutos em contrário, a adminis-
c) A declaração de vontade dos sócios de constituir uma tração da sociedade pode livremente deslocar a sede dentro
sociedade de um dos tipos previstos na lei; do país.

d) As participações de capital subscritas por cada sócio; 3. A sede da sociedade não impede a estipulação de domicílio
particular para determinados negócios.
e) Os estatutos que devem regular o funcionamento da
sociedade; Artigo 10.º
Formas locais de representação
f) Em anexo, a designação dos administradores, do repre-
sentante legal da sociedade e, quando existam, do fiscal Salvo estipulação dos estatutos em contrário, a administração
único ou dos membros do conselho fiscal e do pode criar sucursais, agências, delegações ou outras formas
secretário da sociedade. locais de representação, no território nacional ou no
estrangeiro.
4. Dos estatutos devem obrigatoriamente constar:
Artigo 11.º
a) O tipo e a firma da sociedade; Expressão do capital

b) O objeto social; O montante do capital social deve ser sempre e apenas expresso
em moeda com curso legal no país.
c) A sede da sociedade;

d) O capital social, com indicação do modo e do prazo da Artigo 12.º


sua realização; Duração

e) A composição dos órgãos da sociedade. 1. A duração da sociedade é por tempo indeterminado, se não
tiver sido fixada nos estatutos.
5. As cópias autenticadas dos originais das autorizações
prévias eventualmente necessárias ao exercício da 2. Salvo disposição legal em contrário, decorrido o prazo de
atividade que constitui objeto da sociedade e o relatório duração fixado nos estatutos, a respetiva prorrogação só
referido no artigo 30.º deve ser apensado ao exemplar do pode ser acordada por unanimidade.
ato constitutivo destinado ao registo.
Subsecção II
6. O ato constitutivo deve ser celebrado por um número de Registo do ato constitutivo
sócios igual, pelo menos, ao mínimo legalmente exigido
para cada tipo de sociedade. Artigo 13.º
Prazo e legitimidade para a promoção do registo
7. O ato constitutivo deve ser redigido numa das línguas
oficiais de Timor-Leste. 1. O registo da sociedade deve ser requerido no prazo de
quinze dias a contar da data do ato constitutivo.
8. Os modelos de ato constitutivo são aprovados por decreto
do Governo, sem prejuízo de os sócios poderem optar por 2. Os membros do órgão de administração, o representante
redigir o seu próprio ato constitutivo. legal e o secretário da sociedade, quando exista, têm o
dever de promover o registo dentro do prazo legal.
Artigo 8.º
Objeto 3. Qualquer sócio tem legitimidade para requerer o registo.

1. O objeto social deve ser indicado de modo que dê a conhecer 4. O Ministério Público deve promover a liquidação das
as atividades que a sociedade se propõe exercer e que sociedades não registadas que exerçam atividade há mais
constituem aquele. de três meses.

2. É proibida, na menção do objeto da sociedade, a utilização Artigo 14.º


de expressões que possam fazer crer a terceiros que ela se Comprovação da realização do capital social
dedica a atividades que por ela não podem ser exercidas,
nomeadamente por só o poderem ser por sociedades 1. O registo depende da produção de prova da realização do
abrangidas por regimes especiais ou subordinadas a montante do capital social que, nos termos do ato constitu-
autorizações administrativas. tivo, deva encontrar-se realizado.
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2. Relativamente às participações de capital em dinheiro, tal 2. A responsabilidade a que se refere o número anterior é
prova consiste em comprovativo de que as mesmas se solidária e ilimitada e não depende da excussão do
encontram depositadas em instituição de crédito à ordem património afeto à atividade social.
da administração da sociedade ou em declarações de
realização do capital pelos sócios.3. O depósito a que refere Subsecção III
o número anterior só pode ser levantado após o registo e Invalidade, responsabilidade e suspensão
por quem obrigue a sociedade.
Artigo 18.º
3. Decorridos três meses sobre a data do depósito sem que a Invalidade do ato constitutivo
sociedade esteja registada, pode aquele ser levantado por
quem o tenha efetuado. 1. Ao ato constitutivo da sociedade aplicam-se as regras
gerais sobre negócios jurídicos, com as modificações
4. Relativamente às participações de capital a realizar em constantes dos números seguintes.
espécie, tal prova consiste em declaração assinada pelos
administradores da sociedade e certificada pelo secretário, 2. A inobservância da forma, quando esta for exigida, só
quando exista, que ateste ter a sociedade entrado na invalida todo o negócio se este não puder converter-se,
titularidade dos bens e terem estes sido já entregues à nos termos do n.º 3, de modo que à sociedade fique o
sociedade, salvo o disposto no n.º 3 do artigo 31.º. simples uso e fruição dos bens cuja transferência determina
a forma especial ou não puder reduzir-se às demais
Artigo 15.º participações, nos termos do n.º 4.
Efeitos dos atos anteriores ao registo
3. O negócio nulo ou anulado pode converter-se num negócio
1. Com o registo, a sociedade assume a obrigação de reembolso, de tipo ou conteúdo diferente, do qual contenha os requisi-
a quem as tiver suportado, das despesas de registo, fiscais, tos essenciais de substância e de forma, quando o fim
e emolumentares inerentes ao processo constitutivo. prosseguido pelas partes permita supor que elas o teriam
2. Todas as demais despesas, incluindo honorários por ser- querido se tivessem previsto a invalidade.
viços, derivadas do processo constitutivo da sociedade,
mas anteriores ao registo desta, podem ser por ela assumi- 4. Se a sociedade já estiver registada ou já tiver iniciado a
das, por ato da administração, que deve ser comunicado à atividade, o efeito da declaração de nulidade ou da anulação
contraparte no prazo de trinta dias após o registo. do ato constitutivo é a entrada da sociedade em liquidação,
não sendo prejudicados os atos celebrados com terceiros
3. Com o registo, a sociedade assume os direitos e obrigações de boa-fé.
decorrentes dos atos anteriormente praticados em nome
dela, desde que não seja excedido o prazo a que se refere o 5. Registada a sociedade, a declaração de nulidade ou a
n.º 1 do artigo 13.º e que tais atos tenham sido praticados anulação de apenas parte do ato constitutivo, ou apenas
por quem após tal registo obrigue a sociedade. em relação a algum ou alguns dos contraentes, não
determina a entrada da sociedade em liquidação, salvo
4. A assunção pela sociedade dos direitos e obrigações quando o ato constitutivo não pudesse ser concluído sem
referidos nos números anteriores libera de responsabilidade a parte declarada nula ou anulada.
os que seriam pessoalmente responsáveis pelos atos de
que eles decorram. 6. A nulidade resultante da violação do disposto quanto ao
conteúdo mínimo dos estatutos deve ser sanada por
Artigo 16.º deliberação dos sócios, tomada nos termos previstos para
Relações entre os sócios anteriores ao registo a alteração dos estatutos, no prazo de trinta dias a contar
do conhecimento do vício.
1. Às relações entre os sócios anteriores ao registo aplicam-
se, com as necessárias adaptações, as disposições dos 7. A nulidade prevista no número anterior pode ser sanada,
estatutos e as disposições relativas ao tipo de sociedade quando os sócios o não façam, pelo tribunal, a
em causa, salvo aquelas que pressuponham esse registo. requerimento de qualquer interessado.

2. Antes do registo, as transmissões entre vivos das partes Artigo 19.º


sociais e as alterações dos estatutos requerem sempre o Responsabilidade na constituição da sociedade
consentimento unânime dos sócios.
1. Os administradores e o secretário da sociedade que emitam
Artigo 17.º a declaração de que, tendo examinado todo o processo
Relações com terceiros anteriores ao registo constitutivo, verificaram não existir qualquer irregularidade
no mesmo, respondem solidariamente para com a sociedade
1. Sem prejuízo do disposto no artigo 15.º, se antes do registo pela sua falsidade, inexatidão ou deficiência, sem prejuízo
for dado início à atividade social, os que agirem em da responsabilidade penal que ao facto caiba.
representação da sociedade, bem como os sócios que os
autorizem a agir, são pessoalmente responsáveis pelos atos 2. Nas relações entre si, o direito de regresso entre os res-
praticados. ponsáveis existe na medida das respetivas culpas e das
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Jornal da República Pg. 008 da Compilação

consequências que delas advierem, presumindo-se iguais 3. É ainda proibida toda a estipulação que conceda a algum
as culpas dos responsáveis. sócio um direito especial à obtenção de informações sobre
a vida da sociedade.
3. Não respondem, porém, dos mencionados no n.º 1, aqueles
que desconhecessem a falsidade, inexatidão ou deficiência Artigo 23.º
da declaração e, agindo com a diligência de um gestor Direitos especiais
criterioso e ordenado, as não devessem conhecer.
1. Só por estipulação nos estatutos da sociedade podem ser
Artigo 20.º criados direitos especiais de algum sócio.
Suspensão da atividade
2. Os direitos especiais não podem ser suprimidos ou
1. Após o registo da sociedade, os sócios podem deliberar, modificados sem o consentimento do respetivo titular, salvo
por unanimidade, suspender a atividade por período certo. estipulação expressa em contrário nos estatutos.

2. Os sócios, e todos os que em nome da sociedade agirem, Artigo 24.º


respondem pessoal, solidária e ilimitadamente pelos atos Obrigações dos sócios
praticados após o registo da suspensão e enquanto esta
durar, sem dependência da excussão do património afeto à Todo o sócio é obrigado:
atividade social.
a) A contribuir para a sociedade com bens suscetíveis de
3. A suspensão de atividade terá uma duração máxima de três penhora;
anos, renovável uma única vez por igual período, devendo
a deliberação de reinício de atividade ou de renovação da b) A quinhoar nas perdas.
suspensão ser tomada pelos sócios antes do termo do
período em curso, sob pena de a sociedade se dissolver. Artigo 25.º
Participação nos lucros e nas perdas
4. A suspensão não prejudica a necessidade de estarem
preenchidos os órgãos sociais e de, no fim de cada exercício, 1. Salvo disposição legal ou estatutária em contrário, os sócios
ser sujeito a aprovação dos sócios um balanço da quinhoam nos lucros e perdas da sociedade segundo a
sociedade e a possibilidade de estes deliberarem, a todo o proporção dos valores nominais das respetivas participa-
tempo, reiniciar a atividade. ções no capital.

Secção III 2. Se o contrato determinar apenas a parte de cada sócio nos


Relações dos sócios com a sociedade lucros, presumir-se-á ser a mesma a sua parte nas perdas.

Subsecção I 3. É nula a cláusula que prive um sócio de quinhoar nos luc-


Direitos e obrigações dos sócios em geral ros ou que o isente de participar nas perdas da sociedade;
a nulidade da cláusula determina a aplicação do disposto
Artigo 21.º no n.º 1.
Direito à igualdade de tratamento
4. É nula a cláusula pela qual a divisão dos lucros ou perdas
Sendo idênticas as situações relevantes, todos os sócios seja deixada ao critério de terceiro.
devem ser igualmente tratados pela sociedade.
Artigo 26.º
Artigo 22.º Lucro e limites à sua distribuição
Direitos dos sócios
1. Salvo disposição legal que o permita, não podem ser
1. Todo o sócio tem direito, nos termos e com as limitações distribuídos aos sócios quaisquer bens da sociedade
previstas na lei e sem prejuízo de outros direitos senão a título de lucro.
especialmente consagrados, a:
2. É lucro da sociedade o valor apurado nas contas do exercício,
a) Quinhoar nos lucros; segundo as regras legais de elaboração e aprovação das
mesmas, que exceda a soma do capital social e dos
b) Eleger os órgãos de administração e fiscalização, tomar- montantes já integrados ou a integrar nesse exercício a
lhes contas e exercer as ações de responsabilidade; título de reservas que a lei ou os estatutos não permitam
distribuir aos sócios.
c) Obter informações sobre a vida da sociedade;
3. No caso de haver prejuízos transitados, o lucro do exercício
d) Participar nas deliberações sociais. não pode ser distribuído sem que se tenha procedido
primeiro à cobertura daqueles e, depois, à formação ou
2. É proibida toda a estipulação pela qual algum sócio deva reconstituição das reservas legal ou estatutariamente
receber retribuição certa do seu capital. obrigatórias.
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Artigo 27.º Artigo 30.º


Deliberação de distribuição de lucros Verificação do valor de realização em espécie

1. Nenhuma distribuição de lucros pode ser feita sem 1. Os bens com que devam ser realizadas em espécie as partici-
precedência de deliberação dos sócios nesse sentido. pações de capital devem ser objeto de identificação,
descrição e avaliação por meio de relatório a elaborar por
2. A deliberação deve discriminar, de entre as quantias a auditor ou sociedade de auditores de contas independente,
distribuir, os lucros do exercício e as reservas livres. que será apensado ao ato constitutivo.

3. O órgão de administração tem o dever de não executar 2. O relatório deve ser elaborado em data não anterior em mais
qualquer deliberação de distribuição de lucros, sempre que de sessenta dias à do ato constitutivo e dele devem constar
a mesma ou a sua execução, atento o momento desta, viole os critérios usados na avaliação.
o disposto no artigo anterior.
Artigo 31.º
4. Em caso de não execução da deliberação nos termos do Momento da realização das participações de capital
número anterior, o órgão de administração deverá
comunicar ao órgão de fiscalização, quando exista, as razões 1. As participações de capital devem ser integralmente
que a justificam e convocar uma assembleia geral para realizadas no momento do ato constitutivo, sem prejuízo
apreciar e deliberar sobre a situação. do disposto nos números seguintes.
Artigo 28.º 2. A realização das participações em dinheiro pode ser diferida
Restituição de bens indevidamente recebidos nos termos fixados para cada tipo de sociedade.
1. Os sócios devem restituir à sociedade os bens que dela 3. A entrega dos bens, em realização de uma participação de
tenham recebido com violação do disposto na lei, mas,
capital em espécie, só pode ser diferida se nisso tiver
quanto às importâncias recebidas a título de lucros ou
interesse a sociedade e sempre para data certa que deve
reservas, apenas estão obrigados à devolução se
ser mencionada no ato constitutivo.
conheciam a irregularidade ou, atentas as circunstâncias,
tinham obrigação de a conhecer.
4. Caso o diferimento da realização de uma participação de
capital em espécie seja superior a um ano, deve ser objeto
2. Os credores sociais podem propor ação para a restituição à
de novo relatório a elaborar por auditor ou sociedade de
sociedade das importâncias referidas no número anterior,
auditores de contas e, sendo o seu valor inferior ao
desde que a não restituição afete significativamente a
resultante da avaliação anterior, aplica-se o disposto no
garantia dos seus créditos.
n.º 3 do artigo 29.º.
3. Cabe à sociedade ou aos credores sociais o ónus de provar
o conhecimento ou o dever de não ignorar a irregularidade. 5. Sendo a sociedade privada, por ato legítimo de terceiro, de
bem já prestado pelo sócio ou tornando-se, quando diferida
Artigo 29.º nos termos do n.º 3, impossível a entrega, o sócio deve
Forma de realização das participações de capital realizar em dinheiro o valor nominal da sua participação,
no prazo de oito dias após a verificação de qualquer
1. Quando em dinheiro, a sua realização consiste na entrega daqueles factos.
de uma quantia em moeda oficial pelo menos igual ao valor
nominal da participação e, quando em espécie, na Artigo 32.º
transferência para a sociedade de bens suscetíveis de Cumprimento da realização de participação de capital
penhora, de valor pelo menos igual ao valor nominal da
participação. 1. Os direitos da sociedade à realização das participações de
capital são irrenunciáveis e insuscetíveis de compensação.
2. Quando a participação de capital seja realizada pela
transferência para a sociedade de um direito de crédito 2. O sócio que não realizar pontualmente a participação a que
sobre terceiro e este não for pontualmente satisfeito pelo está obrigado, responde, para além do capital vencido, pelos
devedor, o sócio deve realizar em dinheiro o crédito ou a respetivos juros moratórios e ainda pelos demais prejuízos
parte não recebida pela sociedade no prazo de oito dias que do seu incumprimento resultarem para a sociedade.
após o vencimento.
3. Enquanto se verificar o incumprimento, o sócio não poderá
3. Se por qualquer motivo houver desconformidade para menos exercer os direitos sociais correspondentes à parte em mora,
entre o valor dos bens à data da realização e o valor nomeadamente o direito aos lucros.
resultante da avaliação, o sócio é responsável pela
diferença, que deve realizar em dinheiro até ao valor nominal Artigo 33.º
da sua participação. Direitos dos credores quanto às entradas

1. Os credores de qualquer sociedade podem:


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a) Exercer os direitos da sociedade relativos às partici- a) Seguindo sempre as instruções da sociedade ou de um


pações de capital não realizadas e exigíveis; dos seus órgãos;

b) Promover judicialmente a realização das participações b) Aprovando sempre as propostas feitas por estes;
de capital antes de exigíveis, desde que isso seja c) Exercendo o direito de voto ou abstendo-se de o exercer
necessário para a conservação da adequada garantia em contrapartida de vantagens especiais.
dos seus créditos.
Subsecção II
2. A sociedade pode ilidir o pedido desses credores, satisfa- Prestações suplementares
zendo os seus créditos com juros de mora, quando
vencidos, ou, quando por vencer, garantindo adequada- Artigo 36.º
mente tais créditos ou satisfazendo-os com o desconto Obrigação de prestações suplementares
correspondente à antecipação e com as despesas
acrescidas. 1. Os estatutos podem prever a existência de prestações suple-
mentares a realizar em dinheiro.
Artigo 34.º
Perda de metade do capital 2. Os estatutos devem fixar o montante global máximo das
prestações suplementares, sob pena de estas não serem
1. O órgão de administração que, pelas contas de exercício, exigíveis.
verifique que a situação líquida da sociedade é inferior a
metade do valor do capital social deve propor, nos termos 3. As prestações suplementares não integram o capital social
previstos no número seguinte, que a sociedade seja da sociedade, não vencem juros nem conferem direito a
dissolvida ou o capital seja reduzido, a não ser que os participar nos lucros.
sócios realizem, nos sessenta dias seguintes à deliberação
4. Os sócios são obrigados a realizar as prestações suplemen-
que da proposta resultar, quantias em dinheiro que
tares na proporção da sua participação no capital social.
reintegrem o património em medida igual ao valor do capital
social.
Artigo 37.º
2. A proposta deve ser apresentada e votada, ainda que não Exigibilidade das prestações suplementares
conste da ordem de trabalhos, na própria assembleia que
apreciar as contas ou em assembleia a convocar nos oito 1. A exigibilidade das prestações suplementares depende
dias seguintes à sua aprovação judicial nos termos sempre da deliberação dos sócios que fixe o montante,
previstos no artigo 94.º. dentro do limite referido no n.º 2 do artigo anterior, e o
prazo de realização, o qual não poderá ser inferior a sessenta
3. Não tendo os membros da administração cumprido o dias.
disposto nos números anteriores ou não tendo sido
tomadas as deliberações ali previstas, pode qualquer sócio 2. A deliberação deve ser tomada pela maioria exigida para
ou credor requerer ao tribunal, enquanto aquela situação alterar os estatutos.
se mantiver, a dissolução da sociedade, sem prejuízo de os 3. Os sócios não podem deliberar exigir prestações suplemen-
sócios poderem efetuar as entradas referidas no n.º 1 até tares sem que o capital subscrito se encontre totalmente
noventa dias após a citação da sociedade, ficando a realizado, nem depois de a sociedade ter sido dissolvida
instância suspensa por este prazo. por qualquer causa.
4. O disposto neste artigo não se aplica às sociedades com
4. Os credores da sociedade não podem sub-rogar-se aos só-
menos de 5.000 dólares norte-americanos de capital social.
cios no exercício do direito a exigir prestações suplemen-
tares.
Artigo 35.º
Acordos parassociais
5. É aplicável à obrigação de realizar as prestações suplemen-
1. Os acordos parassociais celebrados entre todos ou entre tares o disposto no artigo 32.º.
alguns sócios pelos quais estes, nessa qualidade, se
obriguem a uma conduta não proibida por lei têm efeitos Artigo 38.º
entre os intervenientes, mas com base neles não podem Restituição das prestações suplementares
ser impugnados atos da sociedade ou dos sócios para
com a sociedade. 1. As prestações suplementares só podem ser restituídas aos
sócios desde que a situação líquida da sociedade não se
2. Os acordos referidos no número anterior podem respeitar torne, por efeito dessa restituição, inferior à soma do capital,
ao exercício do direito de voto, mas não à conduta de da reserva legal e das reservas estatutárias obrigatórias.
intervenientes ou de outras pessoas no exercício de funções
de administração ou de fiscalização. 2. O capital social não pode ser aumentado enquanto não
forem restituídas aos sócios as prestações suplementares
3. São nulos os acordos pelos quais um sócio se obrigue a que estes tiverem realizado, salvo por conversão, total ou
votar: parcial, destas em capital social.
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3. A restituição das prestações suplementares depende de 2. Salvo estipulação expressa em contrário pelas partes, os
deliberação dos sócios. direitos inerentes à participação social objeto de penhor
cabem ao titular da participação, mas o saldo de liquidação
Subsecção III da sociedade deve ser entregue ao credor pignoratício e
Contrato de Suprimento imputado a juros e capital da dívida garantida, devendo o
excesso ser restituído ao titular da participação.
Artigo 39.º
Noção 3. O usufrutuário de participações sociais tem direito:

1. Considera-se contrato de suprimento o contrato pelo qual a) Aos lucros distribuídos correspondentes ao tempo de
o sócio empresta à sociedade dinheiro ou outra coisa duração do usufruto;
fungível, ficando aquela obrigada a restituir outro tanto do
mesmo género e qualidade, ou pelo qual o sócio b) A votar nas assembleias gerais, salvo quando se trate
convenciona com a sociedade o diferimento do vencimento de deliberações que importem alteração dos estatutos
de créditos seus sobre ela. ou dissolução da sociedade;

2. Fica sujeito ao regime do contrato de suprimento o crédito c) A usufruir dos valores que, no ato de liquidação da
de terceiro contra a sociedade que o sócio adquira por sociedade ou de amortização da quota, caibam à
negócio entre vivos. participação social sobre que incide o usufruto.

Artigo 40.º 4. Nas deliberações que importem alteração dos estatutos ou


Regime do contrato de suprimento fusão, cisão, transformação ou dissolução da sociedade, o
voto pertence conjuntamente ao usufrutuário e ao titular
1. O contrato de suprimento não depende de forma especial, de raiz.
independentemente do seu valor, mas tem de estar registado
no livro de registo de ónus, encargos e garantias, para ser 5. O usufruto de participações sociais rege-se pelo disposto
eficaz perante os sócios, credores sociais ou terceiros. no Código Civil, em tudo o que não estiver previsto na
2. Na falta de estipulação, o contrato de suprimentos presume- presente lei.
se gratuito.
Artigo 42.º
3. Não tendo sido estipulado prazo para o reembolso dos sup- Aquisição e alienação de bens a sócios
rimentos e se as partes não acordarem na sua determinação,
compete ao tribunal a sua fixação, devendo este ter em 1. Excetuando as que tenham por objeto bens de consumo e
consideração as consequências que o reembolso acarretará se integram na normal atividade da sociedade, as
para a sociedade, podendo, designadamente, determinar aquisições e alienações de bens sociais aos sócios, titulares
que o pagamento seja fracionado em certo número de de uma participação superior a 1% do capital social, só
prestações. podem ser feitas a título oneroso e depois de previamente
aprovadas por deliberação dos sócios em que não vote o
4. São nulas as garantias reais prestadas pela sociedade sócio a quem os bens hajam de ser adquiridos ou alienados.
relativas a obrigações de reembolso de suprimentos e
extinguem-se as de outras obrigações quando estas ficarem 2. A deliberação dos sócios deve ser sempre precedida da
sujeitas ao regime de suprimentos. verificação do valor dos bens nos termos do artigo 30.º.
5. A celebração de contratos de suprimentos não depende de
3. Os contratos de que procedam as alienações e aquisições
prévia deliberação dos sócios, salvo disposição em
aos sócios referidos no n.º 1 devem, sob pena de nulidade,
contrário nos estatutos da sociedade, mas a estipulação
constar de documento escrito, que pode ser meramente
de juros só é eficaz se for consentida por todos os sócios
particular se outra forma não for exigida pela natureza dos
e após parecer prévio de auditor de contas que ateste que
bens, e ser inscritos no livro de registo de ónus, encargos
a taxa de juros fixada não excede em mais de um ponto
e garantias.
percentual a taxa de juro média da banca comercial de acordo
com as informações oficiais do Banco Central de Timor-
Artigo 43.º
Leste.
Direito à informação
Subsecção IV
1. Sem prejuízo do disposto para cada tipo de sociedade, todo
Outros direitos e obrigações
o sócio tem direito a:
Artigo 41.º
Usufruto e penhor de participação social a) Consultar os livros de atas da assembleia geral;

1. A constituição de usufruto e o penhor de participações b) Consultar o livro de registo de ónus, encargos e


sociais estão sujeitos à forma exigida e às limitações garantias;
estabelecidas para a transmissão de tais participações, sem
prejuízo do disposto na legislação de registo comercial. c) Consultar o livro de registo de ações;
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Jornal da República Pg. 012 da Compilação

d) Consultar os registos de presenças, quando existam; irregularidades na vida da sociedade pode, indicando os
factos em que se fundamentam as suspeitas e quais as
e) Consultar todos os demais documentos que, legal ou irregularidades, requerer ao tribunal a realização de exame
estatutariamente, devam ser patentes aos sócios antes à sociedade para apuramento destas.
das assembleias gerais;
2. O tribunal, ouvida a administração, pode ordenar a realização
f) Solicitar aos administradores e, quando existam, ao do exame, nomeando para o efeito um auditor de contas.
fiscal único ou aos membros do conselho fiscal e ao
secretário da sociedade quaisquer informações 3. O auditor de contas deve ser indicado pela entidade regula-
pertinentes aos assuntos constantes da ordem de dora da atividade profissional.
trabalhos da assembleia geral antes de se proceder à
votação, desde que razoavelmente necessárias ao 4. O tribunal pode, se assim entender conveniente, condicionar
esclarecido exercício do direito de voto; a realização do exame à prestação de caução pelo
requerente.
g) Requerer, por escrito, à administração, informação
escrita sobre a gestão da sociedade, nomeadamente 5. Apurada a existência de irregularidades, o tribunal pode,
sobre qualquer operação social em particular; atenta a gravidade das mesmas, ordenar:

h) Requerer cópia de deliberações ou lançamentos nos a) A regularização das situações ilegais apuradas, para
livros referidos nas alíneas a) a d). tanto fixando prazo;

2. O direito consignado na alínea g) do número anterior pode b) A destituição dos titulares de órgãos sociais responsá-
ser subordinado à titularidade de uma certa percentagem veis pelas irregularidades apuradas;
do capital social, que não pode, em caso algum, ser superior
a 5%. c) A dissolução da sociedade, se forem apurados factos
que constituam causa de dissolução.
3. O sócio que utilize, em prejuízo da sociedade, informação
assim obtida responde pelos danos a esta causados. 6. Apurada a existência de irregularidades, as custas do
processo, a remuneração do auditor referido no n.º 2 e as
4. Em caso de recusa da informação solicitada, o sócio pode despesas que o requerente fundadamente tenha realizado,
requerer ao tribunal que ordene que esta lhe seja prestada, serão suportadas pela sociedade que terá direito de
fundamentando o pedido. Ouvida a sociedade o juiz decide regresso contra os titulares de órgãos sociais responsáveis
sem mais provas no prazo máximo de dez dias. Se o pedido pelas irregularidades.
for deferido, os administradores responsáveis pela recusa
devem indemnizar o sócio pelos prejuízos causados e 7. Idêntico exame judicial à sociedade pode ser requerido pelo
reembolsá-lo das despesas que fundadamente tenha conservador do registo comercial sempre que a omissão
realizado. de atos de registo ou o teor de documentos levados a
registo indiciem a existência de irregularidades que, após
5. O sócio a quem seja prestada informação falsa, incompleta
notificação à administração, não sejam sanadas.
ou manifestamente não elucidativa, pode requerer ao
tribunal exame judicial à sociedade nos termos do artigo
Secção IV
45.º.
Órgãos da sociedade
Artigo 44.º Subsecção I
Comunicações da sociedade aos sócios Disposições gerais
1. Todos os atos da sociedade, de que aos sócios deva ser Artigo 46.º
dado conhecimento pessoal, devem ser-lhes comunicados Órgãos das sociedades
por escrito, por meio que permita a prova da receção.
1. Sem prejuízo do disposto em legislação especial, são órgãos
2. O meio referido no n.º 1 pode ser substituído por correio das sociedades comerciais:
eletrónico em relação aos sócios que tenham comunicado
previamente à sociedade o seu consentimento para a a) O representante legal;
utilização de meios eletrónicos para a comunicação de atos,
informações e documentos respeitantes à sociedade. b) A assembleia geral;

3. Quando não seja possível a comunicação a todos os sócios c) A administração;


nos termos dos n.ºs 1 e 2, devem ser publicados anúncios
d) O secretário da sociedade;
nos termos do n.º 2 do artigo 162.º.
e) O órgão de fiscalização.
Artigo 45.º
Exame judicial à sociedade 2. Todos os titulares dos órgãos sociais devem declarar por
escrito se aceitam exercer os cargos para que foram eleitos
1. Se algum sócio tiver fundadas suspeitas de graves ou designados.
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Jornal da República Pg. 013 da Compilação

Subsecção I j) As que não estejam, por disposição legal ou estatutária,


Representante legal compreendidas na competência de outros órgãos da
sociedade.
Artigo 47.º
Representante legal Artigo 49.º
Formas de deliberação
1. A sociedade é obrigada a nomear um representante legal
com residência permanente em Timor-Leste, estando a 1. Os sócios deliberam reunindo em assembleia geral, nos
nomeação sujeita a registo comercial. termos prescritos para cada tipo societário.

2. Qualquer membro de outro órgão social ou terceiro que seja 2. A reunião em assembleia geral deve ser precedida de
pessoa singular com capacidade plena de exercício e convocação e das demais formalidades, nos termos e prazos
habilitações adequadas ao exercício da função pode ser fixados para cada tipo de sociedade, mas a comparência de
nomeado representante legal. todos os sócios, pessoalmente ou através de representante
com poderes especiais para o efeito, sana quaisquer
3. O representante legal tem poderes para receber comunica- irregularidades, incluindo a falta de convocação, desde
ções, citações e notificações que sejam dirigidas à que nenhum se oponha à constituição da assembleia geral,
sociedade. na qual, porém, só podem ser tomadas deliberações sobre
as matérias expressamente consentidas por todos.
4. A administração pode nomear o representante legal como
gerente ou procurador da sociedade, nos termos do n.º 3 3. Os sócios podem deliberar sem recurso a assembleia geral,
do artigo 67.º, ficando tal ato sujeito a registo comercial. desde que todos declarem por escrito o sentido do seu
voto, em documento que inclua a proposta de deliberação,
5. O representante legal está obrigado a agir no interesse da devidamente datado, assinado e endereçado à sociedade.
sociedade e de acordo com as instruções que lhe sejam
dadas pelo órgão de administração. 4. A deliberação por escrito considera-se tomada na data em
que seja recebido na sociedade o último dos documentos
6. Os sócios podem deliberar, livremente e a todo o tempo, a referidos no número anterior.
destituição do representante legal.
5. Uma vez tomada a deliberação nos termos dos n.ºs 3 e 4, o
secretário da sociedade ou, quando não exista, o presidente
Subsecção II
da mesa da assembleia geral ou quem o substitua, deve dar
Assembleia geral
conhecimento daquela, por escrito, a todos os sócios.
Artigo 48.º
Artigo 50.º
Matérias da competência deliberativa dos sócios
Assembleia geral
Além de outras matérias que lhes são especialmente atribuídas
1. Salvo disposição legal em contrário, todos os sócios têm
por lei, compete aos sócios deliberar sobre as seguintes
direito a participar nas reuniões da assembleia geral e aí
matérias:
discutir e votar.
a) Eleição e destituição da administração, do órgão de fiscaliza- 2. As pessoas que integrem os órgãos sociais devem com-
ção e do representante legal; parecer às reuniões da assembleia geral, quando convoca-
das pelo presidente da mesa.
b) O balanço, a conta de ganhos e perdas e o relatório da
administração referentes ao exercício; 3. Os estatutos da sociedade podem prever o direito de partici-
pação dos sócios através de meios de comunicação à
c) O relatório e o parecer do órgão de fiscalização; distância, nos termos de regulamento a aprovar pela
assembleia geral.
d) Aplicação dos resultados do exercício;

e) Alteração dos estatutos, sem prejuízo do disposto no n.º 2 Artigo 51.º


do artigo 9.º; Restrição ao direito de voto por conflito de interesses

f) Aumento e redução do capital social; O sócio não pode votar, nem pessoalmente nem por meio de
representante, nem representar outro sócio numa votação,
g) Cisão, fusão e transformação da sociedade; sempre que, em relação à matéria objeto da deliberação, se
encontre em conflito de interesses com a sociedade.
h) Dissolução da sociedade;
Artigo 52.º
i) Aprovação de um regulamento interno que permita a Reuniões ordinárias e extraordinárias da assembleia geral
participação dos sócios nas assembleias gerais através de
meios de comunicação à distância, nos termos do disposto 1. A assembleia geral deve reunir ordinariamente nos três
no n.º 3 do artigo 50.º: meses imediatos ao termo de cada exercício, para:
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Jornal da República Pg. 014 da Compilação

a) Deliberar sobre o balanço, a conta de ganhos e perdas qualquer outro local dentro do município onde se encontra
e o relatório da administração referentes ao exercício; a sede, desde que devidamente identificado no aviso
convocatório.

b) Deliberar sobre a aplicação de resultados; 4. Quando a lei ou os estatutos exigirem um quórum para que
a assembleia geral possa reunir para deliberar sobre
c) Eleger os administradores e os membros do órgão de determinada matéria, pode desde logo ser fixada no aviso
fiscalização para as vagas que nesses órgãos se convocatório uma segunda data para nova reunião, para o
verifiquem. caso de não estar presente o quórum necessário na primeira
reunião convocada, desde que entre as duas datas medeiem,
2. A assembleia geral ordinária pode deliberar sobre a pro- pelo menos, 15 dias; a reunião que se realize na segunda
positura de ações de responsabilidade contra adminis- data considera-se, para todos os efeitos, uma reunião da
tradores e sobre a destituição daqueles que a assembleia
assembleia geral em segunda convocação.
geral considere responsáveis, mesmo quando esta matéria
não conste da ordem de trabalhos.
5. O aviso convocatório deve ser assinado pelo presidente da
mesa, ou ainda, nos casos previstos no n.º 2 do artigo
3. A assembleia geral reúne extraordinariamente sempre que
anterior, por qualquer um dos administradores, pelo
devidamente convocada, por iniciativa do presidente da
mesa ou a requerimento da administração, do órgão de presidente do conselho fiscal ou pelo fiscal único ou pelos
fiscalização ou de sócios que representem, pelo menos, sócios que convocarem a assembleia geral.
10% do capital social.
Artigo 55.º
Artigo 53.º Funcionamento da assembleia geral
Convocação das reuniões da assembleia geral
1. As reuniões da assembleia geral são conduzidas por uma
1. As reuniões da assembleia geral são convocadas pelo pre- mesa, composta por um presidente e por, pelo menos, um
sidente da mesa, nos termos e nos prazos fixados para secretário.
cada tipo de sociedade, com exceção da convocatória para
a primeira assembleia geral que cabe aos sócios. 2. O presidente da mesa é eleito em assembleia geral, de entre
os sócios ou outras pessoas singulares, devendo as
2. Se o presidente da mesa não estiver nomeado, tiver cessado funções de secretário da mesa ser desempenhadas pelo
o seu mandato, ou não convocar uma reunião da assembleia secretário da sociedade, quando exista, ou, em caso
geral, quando deva legalmente fazê-lo, podem a adminis- contrário, por qualquer outra pessoa com direito a estar
tração, o órgão de fiscalização ou os sócios que a tenham presente, escolhido por este.
requerido convocá-la diretamente, sendo as despesas
documentadas que aqueles fundadamente tenham realizado 3. O presidente da mesa eleito em assembleia geral mantêm-se
suportadas pela sociedade. em funções até que seja eleito novo presidente da mesa,
salvo estipulação em contrário do estatuto da sociedade
Artigo 54.º ou renúncia ao cargo efetuada por comunicação escrita
Aviso convocatório dirigida à administração ou ao secretário da sociedade, se
existir.
1. O aviso convocatório deve, no mínimo, conter:
4. Quando não haja presidente da mesa por falta de eleição,
a) A firma, o tipo, a sede, o número de identificação fiscal,
cessação do mandato ou por não comparência deste, servirá
e, sendo caso disso, a menção de que se encontram em
de presidente da mesa qualquer administrador ou sócio
liquidação;
eleito pelos presentes.
b) O local, dia e hora da reunião;
Artigo 56.º
c) A espécie da reunião; Interrupção e suspensão das sessões

d) A ordem de trabalhos da reunião, com menção 1. Quando os assuntos da ordem de trabalhos não possam
especificada dos assuntos a submeter a deliberação ser esgotados no dia para que a reunião foi convocada,
dos sócios. deve esta continuar à mesma hora e no mesmo local no
primeiro dia útil seguinte.
2. O aviso convocatório deve ainda conter a indicação dos
documentos que se encontrem na sede social para consulta 2. Sem prejuízo do disposto no número anterior, pode ser
dos sócios e as regras de participação através de meios de deliberada a suspensão dos trabalhos e marcada nova
comunicação à distância, se existirem. sessão para data que não diste mais de trinta dias.

3. As reuniões efetuam-se na sede da sociedade ou, quando 3. Uma mesma reunião da assembleia só pode ser suspensa
a mesa da assembleia geral entenda conveniente, em duas vezes.
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Artigo 57.º 3. As nulidades previstas nas alíneas a), b) e c) não podem ser
Maiorias arguidas se já tiverem decorrido mais de cinco anos sobre
a data do seu registo, salvo pelo Ministério Público se a
1. Os votos que cabem aos sócios impedidos de votar nos deliberação constituir facto criminalmente punível para que
termos do artigo 51.º, não são tidos em conta para a a lei estabeleça prazo prescricional superior.
determinação da maioria exigida na lei ou nos estatutos.
Artigo 61.º
2. A atribuição dos votos, o quórum de reunião das assem- Deliberações anuláveis
bleias gerais e a formação das maiorias necessárias às
deliberações, consoante as matérias, obedecem às regras 1. São anuláveis as deliberações dos sócios que:
fixadas na lei para cada tipo societário.
a) Violem qualquer disposição da lei, de que não decorra
Artigo 58.º a nulidade nos termos do n.º 1 do artigo anterior, ou
Unidade de voto dos estatutos da sociedade;

1. Os votos a que cada sócio tenha direito não podem ser b) Não tenham sido precedidas do fornecimento ao sócio
emitidos em sentidos diversos numa mesma votação, nem dos elementos de informação que tenha solicitado e a
ser apenas parcialmente exercidos. que legal ou estatutariamente tenha direito;

c) Tenham sido tomadas em assembleia geral cujo


2. A violação do disposto no número anterior importa que
processo de convocação contenha alguma irregularid-
todos os votos emitidos pelo sócio nessa votação sejam
ade diversa das mencionadas no n.º 2 do artigo anterior.
computados como abstenções.
2. Para a anulação de uma deliberação com base no disposto
3. Um sócio que represente outros pode votar em sentido na alínea b) do número anterior, é irrelevante que a
diverso dos seus representados e bem assim deixar de assembleia geral ou outros sócios declarem ou tenham
exercer o seu direito de voto ou o dos seus representados. declarado que a recusa de informação não influenciou a
tomada da deliberação.
Artigo 59.º
Falta de assentimento dos sócios 3. A anulabilidade de uma deliberação cuja anulação tenha
sido requerida no prazo legal cessa desde que os sócios
Salvo disposição legal ou estatutária em contrário, as confirmem a deliberação anulável por outra deliberação,
deliberações dos sócios que tenham por objeto direitos porém, o sócio que nisso tiver interesse pode fazer
especiais de algum ou alguns dos sócios ou categorias de prosseguir a ação com vista à anulação da deliberação
sócios não produzem quaisquer efeitos enquanto os titulares relativamente ao período anterior à deliberação que a tenha
de tais direitos não tiverem dado o seu assentimento, expressa confirmado.
ou tacitamente.
Artigo 62.º
Artigo 60.º Ação de anulação
Deliberações nulas
1. Tem legitimidade para impugnar uma deliberação:
1. São nulas as deliberações dos sócios:
a) Qualquer sócio que nela tenha participado, a menos
a) Tomadas em assembleia geral não convocada, salvo o que tenha votado no sentido que obteve vencimento;
disposto no n.º 2 do artigo 49.º;
b) Qualquer sócio que tenha sido irregularmente impedido
b) Tomadas por escrito quando algum sócio não tenha de participar na assembleia, ou que nesta não tenha
exercido por escrito o direito de voto nos termos do n.º comparecido tendo ela sido irregularmente convocada;
3 do artigo 49.º;
c) O órgão de fiscalização;
c) Que sejam contrárias aos bons costumes;
d) Qualquer administrador ou membro do órgão de
d) Sobre matéria que não esteja, por lei ou por natureza, fiscalização, se a execução da deliberação puder fazer
sujeita a deliberação dos sócios; incorrer qualquer deles em responsabilidade penal ou
civil.
e) Que violem normas legais destinadas principal ou
exclusivamente à tutela de credores da sociedade ou 2. O prazo para a propositura da ação de anulação é de vinte
violem o interesse público. dias contados a partir da:

2. Não se considera convocada, para os efeitos da alínea a) a) Data em que a deliberação foi tomada;
do número anterior, a assembleia geral cujo aviso convo-
catório não seja assinado por quem tenha competência b) Data em que o sócio teve conhecimento da deliberação,
para o efeito, ou não contenha a data, hora, local e ordem se foi irregularmente impedido de participar na
de trabalhos da reunião. assembleia ou se esta foi irregularmente convocada.
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Jornal da República Pg. 016 da Compilação

Artigo 63.º e) O exato teor das deliberações propostas e o resultado


Disposições comuns às ações de nulidade e anulação das respetivas votações;

1. Tanto a ação de declaração de nulidade como a de anulação f) A expressa menção do sentido do voto de algum sócio
devem ser propostas apenas contra a sociedade. que assim o requeira;
2. A sociedade suporta todos os encargos das ações propostas
g) As assinaturas de quem presidiu à reunião da assem-
pelo órgão de fiscalização, ainda que estas sejam julgadas
bleia geral e a de quem tiver secretariado a reunião;
improcedentes.

3. A sentença que declarar nula ou anular uma deliberação é h) Em anexo, uma lista de presenças organizada pelo
eficaz contra e a favor de todos os sócios e órgãos da secretário da mesa e assinada pelos membros da mesa
sociedade, mesmo que não tenham sido parte ou não da assembleia geral, exceto quando todos os sócios
tenham intervindo na ação. presentes assinem a ata.

4. A declaração de nulidade ou a anulação não prejudica os 3. No livro de atas ou nas folhas soltas deve ser inscrita
direitos adquiridos de boa-fé por terceiros, com fundamento menção das deliberações tomadas por escrito, nos termos
em atos praticados em execução da deliberação. dos n.ºs 3 e 4 do artigo 49.º, e das deliberações que constem
de escritura pública ou de instrumento fora de notas, sendo
5. Não há boa-fé se os terceiros conheciam ou deviam conhe-
arquivadas cópias desses documentos na sociedade.
cer a causa da nulidade ou da anulabilidade.
4. Nenhum sócio tem o dever de assinar as atas que não
Artigo 64.º
estejam consignadas no respetivo livro ou nas folhas
Suspensão de deliberações sociais
soltas, devidamente numeradas e rubricadas.
1. Qualquer pessoa com legitimidade para requerer a declaração
de nulidade ou a anulação de uma deliberação dos sócios Subsecção III
pode requerer ao tribunal que seja decretada, cautela- Administração
rmente, a suspensão da execução de uma deliberação ou a
da sua eficácia caso já tenha sido executada ou esteja em Artigo 66.º
vias de execução. Administração

2. O prazo para requerer a providência cautelar é de cinco 1. Todos os administradores devem ser pessoas singulares
dias, contados a partir das datas referidas nas alíneas a) e com plena capacidade jurídica.
b) do n.º 2 do artigo 62.º ou a partir do conhecimento da
deliberação se o requerente não for sócio, membro da 2. A composição, designação, destituição e funcionamento
administração ou do órgão de fiscalização. da administração devem obedecer às regras fixadas para
cada tipo de sociedade, devendo a primeira administração
3. O requerente deve indicar o interesse que tem na providência
ser designada pelos sócios no ato constitutivo nos termos
e os danos que da execução, da continuação da execução
da alínea f) do n.º 3 do artigo 7.º.
ou da sua eficácia podem resultar.

4. Em tudo o que não contrarie o estabelecido nos números Artigo 67.º


precedentes aplica-se o disposto na lei processual civil. Competência da administração

Artigo 65.º 1. À administração das sociedades compete gerir e representar


Atas a sociedade, nos termos fixados para cada tipo de
sociedade.
1. As deliberações dos sócios só podem ser aprovadas pelas
atas das assembleias ou, quando sejam admitidas 2. Os administradores de uma sociedade devem agir sempre
deliberações por escrito, pelos documentos donde elas no interesse da sociedade e empregar nessa atuação a
constem. diligência de um gestor criterioso e ordenado.

2. As atas devem conter: 3. A sociedade pode, por ato dos administradores que a
representem, propor gerentes para o desempenho de algum
a) A identificação da sociedade, o local, o dia, a hora e a ramo de negócio que se integre no seu objeto ou constituir
ordem de trabalhos da reunião; procuradores para a prática de determinados atos ou
categorias de atos, independentemente de autorização
b) A identificação de quem presidiu à reunião; expressa nos estatutos.

c) A identificação de quem secretariou a reunião; 4. A sociedade responde civilmente pelos atos e omissões
das pessoas referidas nos n.ºs 2 e 3 nos mesmos termos em
d) Referência aos documentos e relatórios submetidos à que os comitentes respondem pelos atos e omissões dos
assembleia; comissários.
Série I, N.° 19 Quarta-Feira, 17 de Maio de 2017 Página 15
Jornal da República Pg. 017 da Compilação

5. Nas sociedades que não tenham secretário da sociedade, a) Certificar a declaração do autor das traduções
ou em caso de indisponibilidade deste, as funções legalmente exigidas de que os textos foram fielmente
constantes da alíneas e), h), i) e j) do artigo 70.º competem traduzidos;
à administração da sociedade.
b) Secretariar as reuniões da assembleia geral, da
Artigo 68.º administração e do órgão de fiscalização e assinar as
Poderes de representação dos administradores e vinculação respetivas atas;
da sociedade
c) Certificar, sempre que devido, que as assinaturas dos
1. Os atos praticados pelos administradores, em nome da sócios ou dos administradores foram apostas nos
sociedade e dentro dos poderes que a lei lhes confere, documentos pelos próprios e na sua presença;
vinculam-na para com terceiros, não obstante as limitações
constantes dos estatutos ou resultantes de deliberações d) Assegurar o preenchimento e assinatura da lista de
dos sócios, mesmo que tais limitações estejam publicadas. presenças das assembleias gerais, quando exista;

2. A sociedade pode, no entanto, opor a terceiros as limitações e) Promover o registo e a publicação dos atos a ele sujeitos;
de poderes resultantes do seu objeto social, se provar que
o terceiro sabia ou não podia ignorar, tendo em conta as f) Certificar que todas as cópias ou transcrições extraídas
circunstâncias, que o ato praticado não respeitava essa dos livros da sociedade são verdadeiras, completas e
cláusula e se, entretanto, a sociedade o não assumiu, por atuais;
deliberação expressa ou tácita dos sócios.
g) Certificar o conteúdo, total ou parcial, dos estatutos
3. O conhecimento referido no número anterior não pode ser em vigor, bem como a identidade dos membros dos
provado apenas pela publicidade dada aos estatutos da vários órgãos da sociedade e quais os poderes de que
sociedade. são titulares;

4. Os administradores obrigam a sociedade, apondo a sua h) Requerer a legalização e zelar pela conservação,
assinatura, com a indicação dessa qualidade. atualidade e ordem dos livros da sociedade;

Subsecção IV i) Assegurar que todos os livros que devam ser patentes


Secretário da sociedade para consulta de sócios ou de terceiros, o sejam durante
pelo menos duas horas em cada dia útil, às horas de
Artigo 69.º serviço e no local de conservação destes indicado no
Secretário da sociedade registo;

1. A designação de um secretário da sociedade é facultativa j) Assegurar que sejam entregues ou enviadas, no prazo
e não pode recair sobre qualquer sócio, membro da máximo de oito dias, a quem tendo direito as tenha
administração ou do órgão de fiscalização. requerido, cópias atualizadas dos estatutos, das
deliberações dos sócios e da administração, bem como
2. Com a exceção do primeiro, que pode ser logo designado dos lançamentos em vigor no livro de registo de ónus,
pelos sócios no ato constitutivo nos termos da alínea f) do encargos e garantias.
n.º 3 do artigo 7.º, o secretário da sociedade é designado e
destituído pela administração em ata sujeita a registo 2. As certificações feitas pelo secretário, referidas nas alíneas
comercial. c), f) e g) do número anterior, substituem, para todos os
efeitos legais, a certidão de registo comercial.
3. As funções de secretário são exercidos por pessoa singular
com plena capacidade jurídica, com formação académica 3. O secretário da sociedade deve participar ao Ministério
adequada ao desempenho das funções, não podendo Público todos os atos ilícitos sancionados pela lei penal
exercê-las em mais de sete sociedades, salvo nas que se de que tome conhecimento no exercício das suas funções.
encontrem numa relação de grupo nos termos desta lei.
Subsecção V
4. O secretário da sociedade, que seja também procurador ou Órgão de fiscalização
representante legal desta, não pode intervir num mesmo
ato nessa dupla qualidade. Artigo 71.º
Obrigatoriedade
5. O secretário da sociedade pode ser designado por prazo
certo ou tempo indeterminado. 1. Nas sociedades anónimas é obrigatória a existência de um
fiscal único.
Artigo 70.º
Competência do secretário da sociedade 2. Devem ter conselho fiscal as sociedades anónimas que
ultrapassem em número de sócios, capital social, valor de
1. Para além de outras funções que por lei ou pelos estatutos balanço ou volume de receitas os limites fixados por decreto
lhe sejam cometidas, compete ao secretário da sociedade: do Governo.
Série I, N.° 19 Quarta-Feira, 17 de Maio de 2017 Página 16
Jornal da República Pg. 018 da Compilação

3. Devem ter fiscal único ou conselho fiscal as sociedades do disposto na alínea f) do n.º 3 do artigo 7.º, são eleitos na
por quotas que ultrapassem em número de sócios, capital assembleia geral ordinária, mantendo-se em funções até à
social, valor de balanço ou volume de receitas os limites assembleia geral ordinária seguinte, devendo na eleição
fixados por decreto do Governo. ser designado o presidente.

4. No caso de o preenchimento dos critérios ser superveniente 2. O fiscal único e os membros do conselho fiscal podem ser
à constituição da sociedade, a sociedade deve nomear fiscal reeleitos.
único ou conselho fiscal no prazo de noventa dias a contar
do preenchimento desses critérios. 3. O fiscal único e os membros do conselho fiscal podem ser
destituídos por deliberação dos sócios tomada em
5. O decreto do Governo pode igualmente definir critérios nos assembleia geral, desde que ocorra justa causa para a
termos dos quais a sociedade por quotas pode nomear destituição, mas só depois de lhes ser dada oportunidade,
auditor externo, que fica sujeito ao disposto nos artigos para, nessa assembleia, exporem as razões das suas ações
73.º, 75.º e 76.º, com as necessárias adaptações, e a registo e omissões.
comercial.
Artigo 75.º
Artigo 72.º Competência do órgão de fiscalização
Composição do órgão de fiscalização
1. Compete ao órgão de fiscalização:
1. A fiscalização da sociedade compete a um fiscal único ou a a) Fiscalizar a administração da sociedade;
um conselho fiscal, composto por três membros.

2. O fiscal único ou um dos membros do conselho fiscal, se b) Verificar a regularidade e a atualidade dos livros da
for o caso, deve ser auditor de contas ou sociedade de sociedade e dos documentos que aos respetivos
auditores de contas. lançamentos servem de suporte;

3. A sociedade de auditores de contas que integre o órgão de c) Verificar, quando o julgue conveniente e pela forma
fiscalização deve designar um sócio ou um empregado seu, que entenda adequada, a extensão da caixa e as
em qualquer caso um auditor de contas, para o exercício existências de qualquer espécie de bens ou valores
das funções que lhe são conferidas junto da sociedade. pertencentes à sociedade ou por ela recebidos em
garantia, depósito ou a outro título;
4. Os restantes membros do conselho fiscal devem ser pessoas
singulares com plena capacidade jurídica. d) Verificar a exatidão das contas anuais;

Artigo 73.º e) Verificar se os critérios valorimétricos adotados pela


Impedimentos sociedade conduzem a uma correta avaliação do
património e dos resultados;
1. Não podem ser membros do órgão de fiscalização:
f) Elaborar anualmente um relatório sobre a sua ação
a) Os administradores, o representante legal e o secretário fiscalizadora e dar parecer sobre o balanço, a conta de
da sociedade; ganhos e perdas, a proposta de aplicação dos resulta-
dos e o relatório da administração;
b) Qualquer empregado da sociedade ou qualquer pessoa
que receba da sociedade qualquer remuneração que g) Exigir que os livros e registos contabilísticos deem a
não seja pelo exercício das funções de membro do órgão conhecer, fácil, clara e precisamente, as operações da
de fiscalização; sociedade e a sua situação patrimonial;
c) Os cônjuges, parentes ou afins, até ao terceiro grau, h) Cumprir as demais obrigações constantes da lei e dos
inclusive, das pessoas referidas nas alíneas anteriores. estatutos.
2. O fiscal único ou membro do conselho fiscal indicado nos
termos do n.º 2 do artigo 72.º não pode ser sócio da 2. O membro do órgão de fiscalização indicado no n.º 2 do
sociedade. artigo 72.º tem, sem prejuízo dos deveres dos outros
membros do órgão de fiscalização, o especial dever de
3. A superveniência de algum dos impedimentos referidos proceder a todas as verificações e exames necessários à
nos números anteriores importa a caducidade automática correta e completa auditoria e relatório sobre as contas,
da designação, e deve ser comunicada pelo membro afeto nos termos previstos em lei especial.
à administração da sociedade.
Artigo 76.º
Artigo 74.º Poderes e deveres do órgão de fiscalização
Eleição e destituição do fiscal único ou dos membros do
conselho fiscal 1. Para o cumprimento das obrigações do órgão de fiscalização,
o fiscal único ou cada um dos membros do conselho fiscal,
1. O fiscal único e os membros do conselho fiscal, com exceção conjunta ou separadamente, têm o poder de:
Série I, N.° 19 Quarta-Feira, 17 de Maio de 2017 Página 17
Jornal da República Pg. 019 da Compilação

a) Obter da administração ou do secretário da sociedade, 6. Salvo disposição em contrário dos estatutos da sociedade,
quando exista, para exame e verificação, a apresentação o conselho fiscal pode aprovar um regulamento interno
dos livros, registos e documentos da sociedade; que permita a participação dos seus membros nas reuniões
através de meios de comunicação à distância.
b) Obter da administração ou do secretário da sociedade,
quando exista, quaisquer informações ou esclareci- Secção V
mentos sobre qualquer assunto que caiba nas Responsabilidade dos titulares dos órgãos sociais
competências respetivas ou em que qualquer um tenha
intervindo ou de que tenha tomado conhecimento; Artigo 78.º
Responsabilidade dos administradores para com a
c) Obter de terceiros que tenham realizado operações por sociedade
conta da sociedade as informações de que careçam
para o conveniente esclarecimento de tais operações; 1. Os administradores respondem para com a sociedade pelos
danos que lhe causarem por atos ou omissões praticados
d) Assistir às reuniões da administração. com preterição dos deveres legais ou estatutários, salvo
se provarem que procederam sem culpa.
2. O fiscal único ou os membros do conselho fiscal, quando
exista, têm o dever de: 2. A responsabilidade é excluída se alguma das pessoas
referidas no número anterior provar que atuou em termos
a) Comparecer nas reuniões da assembleia geral para as informados, livre de qualquer interesse pessoal e segundo
quais forem convocados; critérios de racionalidade empresarial.

b) Comparecer nas reuniões da administração em que se 3. Não são responsáveis pelos danos resultantes de uma
apreciem as contas do exercício; deliberação da administração os administradores que nela
não tenham participado ou tenham votado vencidos e não
c) Guardar segredo dos factos e informações de que tenham participado na respetiva execução; os adminis-
tiverem conhecimento, sem prejuízo do dever de tradores devem fazer constar da ata o sentido do seu voto,
participação ao Ministério Público de todos os atos sob pena de se presumir que votaram a favor.
ilícitos sancionados pela lei penal;
4. Os administradores não são responsáveis para com a
d) Informar a administração das irregularidades e inexati- sociedade, se o ato ou omissão assentar em deliberação
dões verificadas e, se as mesmas não forem corrigidas, dos sócios, ainda que anulável, salvo o disposto na parte
informar a primeira assembleia geral que se realize após final do n.º 4 do artigo 43.º ou se a deliberação tiver sido
o decurso do prazo razoável necessário à sua correção. tomada por proposta deles.

3. No exercício das suas funções, os membros do conselho 5. A responsabilidade dos administradores é solidária,
fiscal ou o fiscal único devem agir no interesse da aplicando-se o disposto no n.º 2 do artigo 17.º às relações
sociedade, dos credores e do público em geral, e empregar entre eles.
a diligência de um fiscal rigoroso e imparcial.
Artigo 79.º
Artigo 77.º Exclusão, limitação, renúncia e prescrição da
Reuniões, deliberações e atas do conselho fiscal responsabilidade

1. Ao presidente do conselho fiscal cabe convocar e presidir 1. É nula a cláusula que exclua ou limite a responsabilidade
às reuniões. dos administradores.

2. O conselho fiscal reúne sempre que algum membro o requeira 2. A deliberação pela qual os sócios aprovem o balanço e as
ao presidente e, pelo menos, uma vez por trimestre. contas não implica renúncia da sociedade ao direito à
indemnização contra os administradores.
3. As deliberações são tomadas por maioria, só podendo o
conselho reunir com a presença da maioria dos seus 3. A sociedade só pode renunciar ao direito à indemnização
membros, os quais não podem delegar as suas funções. ou transigir sobre ele mediante deliberação expressa dos
sócios sem o voto contrário de uma minoria que represente,
4. Das reuniões é elaborada uma ata, a ser assinada por todos pelo menos, 10% do capital social e só se o dano não
os membros presentes, da qual devem constar as constituir diminuição relevante da garantia dos credores.
deliberações tomadas e um relatório sucinto de todas as
verificações, fiscalizações e demais diligências dos seus 4. O prazo de prescrição só começa a correr a partir do
membros desde a reunião anterior, e dos seus resultados. conhecimento do facto pela maioria dos sócios.

5. Se houver fiscal único em vez de conselho fiscal, deve, pelo Artigo 80.º
menos uma vez por trimestre, ser exarado no livro ou nele Ação de responsabilidade proposta pela sociedade
colado ou por outra forma incorporado o relatório a que se
faz menção no número anterior, devidamente assinado. 1. A ação de responsabilidade a propor pela sociedade
Série I, N.° 19 Quarta-Feira, 17 de Maio de 2017 Página 18
Jornal da República Pg. 020 da Compilação

depende de deliberação dos sócios tomada por maioria Artigo 85.º


simples, e deve ser proposta no prazo de três meses a Responsabilidade solidária do sócio
contar da data em que a deliberação tiver sido tomada.
1. O sócio que, só por si ou conjuntamente com outros a quem
2. A deliberação de propor a ação de responsabilidade implica esteja ligado por acordos parassociais, tenha, por força de
a destituição dos administradores visados, devendo os disposições dos estatutos, o direito de designar
sócios designar, de imediato e se necessário, representantes administrador sem que todos os sócios deliberem sobre
especiais da sociedade para o exercício do direito à essa designação responde solidariamente com a pessoa
indemnização. por ele designada, sempre que esta for responsável, nos
termos desta lei, para com a sociedade ou os sócios e se
Artigo 81.º verifique culpa na escolha da pessoa designada.
Ação de responsabilidade proposta por sócios
2. O sócio que, pelo número de votos de que dispõe, só por si
1. A ação de responsabilidade a favor da sociedade pode ser ou por outros a quem esteja ligado por acordos
proposta por sócio que detenha uma participação no capital parassociais, tenha a possibilidade de fazer eleger
não inferior a 10%, se a sociedade não tiver já intentado a administrador ou membro do órgão de fiscalização
respetiva ação. responde solidariamente com a pessoa eleita, havendo
culpa na escolha desta, sempre que ela for responsável,
2. No caso previsto no número anterior, deve ser provocada nos termos desta lei, para com a sociedade ou os sócios,
a intervenção da sociedade na ação, nos termos da lei de contando que a deliberação tenha sido tomada pelos votos
processo. desse sócio e dos acima referidos e de menos de metade
dos votos dos outros sócios presentes ou representados
Artigo 82.º na assembleia.
Responsabilidade para com os credores da sociedade 3. O sócio que tenha possibilidade, ou por força de disposições
estatutárias ou pelo número de votos de que dispõe, só
1. Os administradores respondem para com os credores da por si ou conjuntamente com pessoas a quem esteja ligado
sociedade quando, pela inobservância de uma disposição por acordos parassociais, de destituir ou fazer destituir
legal ou estatutária, principal ou exclusivamente destinada administrador ou membro do órgão de fiscalização e pelo
à proteção destes, o património social se torne insuficiente uso da sua influência determine essa pessoa a praticar ou
para a satisfação dos respetivos créditos. omitir um ato responde solidariamente com ela, caso esta,
por tal ato ou omissão, incorra em responsabilidade para
2. Sempre que a sociedade ou os sócios o não tenham feito, com a sociedade ou os sócios, nos termos desta lei.
os credores da sociedade podem, desde que haja justo
receio de diminuição relevante da garantia patrimonial, Artigo 86.º
exercer o direito à indemnização de que a sociedade seja Responsabilidade do sócio único
titular.
1. Sem prejuízo do disposto no artigo anterior e também do
3. À responsabilidade prevista no n.º 1 aplica-se o disposto disposto quanto a sociedades coligadas, se for declarada
nos n.ºs 2 a 5 do artigo 78.º. a insolvência de uma sociedade com um único sócio, quer
a sociedade seja titular de partes do seu próprio capital,
Artigo 83.º quer não, o sócio único responde pessoal, solidária e
Responsabilidade direta para com sócios e terceiros ilimitadamente por todas as dívidas da sociedade, se se
provar que o património social não foi exclusivamente afeto
Os administradores respondem também, nos termos gerais, ao cumprimento das respetivas obrigações.
para com os sócios e terceiros, pelos danos que a estes
diretamente causem no exercício das suas funções. 2. Presume-se a não afetação exclusiva prevista na parte final
do número anterior, quando os livros contabilísticos da
Artigo 84.º sociedade não forem mantidos nos termos previstos nas
Responsabilidade de gerentes, procuradores e titulares de alíneas b) e g) do n.º 1 do artigo 75.º ou quando tiverem
outros órgãos sido celebrados negócios jurídicos entre a sociedade e o
sócio sem revestirem a forma escrita.
1. As disposições constantes dos artigos 78.º a 83.º aplicam-
se, com as necessárias adaptações, aos gerentes e Secção VI
procuradores da sociedade. Livros e contas da sociedade

Subsecção I
2. Os membros do conselho fiscal, o fiscal único, o secretário
Livros da sociedade
da sociedade e o representante legal, quando existam,
respondem nos termos previstos nos artigos 78.º a 83.º, Artigo 87.º
mas respondem também solidariamente com os Livros obrigatórios
administradores pelos atos ou omissões destes, quando o
dano se não teria produzido se tivessem cumprido com a 1. Além dos livros de escrituração e contabilidade que a lei
diligência devida as suas obrigações. declara obrigatórios, as sociedades devem ter:
Série I, N.° 19 Quarta-Feira, 17 de Maio de 2017 Página 19
Jornal da República Pg. 021 da Compilação

a) Livro de atas da assembleia geral; 10. Todos os lançamentos nos livros devem ser redigidos
numa das línguas oficiais de Timor-Leste, podendo os
b) Livro de atas da administração; anexos aos livros ser redigidos numa das línguas oficiais
ou de trabalho de Timor-Leste.
c) Livro de atas do órgão de fiscalização, quando este
existir; 11. O ministro com a tutela da área da economia pode aprovar
por diploma ministerial formulários oficiais imperativos para
d) Livro de registo de ónus, encargos e garantias; os livros obrigatórios.

e) Livro de registo de ações; Subsecção II


Contas das sociedades
f) Livro de registo de emissões de obrigações.
Artigo 88.º
2. Do livro de registo referido na alínea d) do número anterior, Duração, início e termo dos exercícios
devem constar, nomeadamente, todas as garantias pessoais
e reais que a sociedade preste, todos os ónus e encargos 1. O exercício das sociedades deve ser anual, podendo iniciar-
que incidam sobre bens da sociedade e suas participações se em 1 de abril, 1 de julho, 1 de outubro ou 1 de janeiro e
sociais, todas as limitações à plena titularidade ou terminar, respetivamente, em 31 de março, 30 de junho, 30
disponibilidade de bens da sociedade e suas participações de setembro e 31 de dezembro, consoante o que for
sociais, as alienações e aquisições aos sócios nos termos determinado nos estatutos.
do artigo 42.º, e ainda os suprimentos prestados pelos 2. No silêncio dos estatutos, o exercício da sociedade inicia-
sócios nos termos dos artigos 39.º e 40.º; em anexo ao livro se a 1 de janeiro e termina a 31 de dezembro.
devem ser arquivadas cópias dos atos ou contratos de
que as referidas situações decorram. 3. O primeiro exercício económico das sociedades que adotem
um exercício anual diferente do correspondente ao ano
3. Os livros devem estar sempre na sede da sociedade ou em civil não poderá ter uma duração inferior a 6 meses, nem
outro local situado no município em que a sociedade tenha superior a 18, sem prejuízo do disposto na lei fiscal.
a sua sede, desde que este local tenha sido, para o efeito,
comunicado ao registo por declaração assinada pelo Artigo 89.º
secretário, quando exista, ou pela administração da Contas anuais, relatório e proposta
sociedade.
No fim de cada exercício, a administração da sociedade deve
4. Os livros referidos nas alíneas a), d) e e) do n.º 1 devem organizar as contas anuais e, salvo se todos os sócios forem
estar patentes para consulta dos sócios durante pelo menos administradores e a sociedade não tiver órgão de fiscalização,
duas horas por dia às horas de serviço. elaborar um relatório respeitante ao exercício e uma proposta
de aplicação de resultados.
5. O livro referido na alínea d) do n.º 1 deve estar patente para
consulta de qualquer interessado durante o período Artigo 90.º
referido no número anterior. Relatório da administração

6. Todos os lançamentos nos livros referidos nas alíneas d) a 1. O relatório da administração deve descrever, com referência
f) do n.º 1 que deixem de ser atuais, devem ser inutilizados às contas anuais, o estado e a evolução da gestão da socie-
pelo secretário da sociedade, quando exista, ou pela dade nos diferentes sectores em que a sociedade atuar,
administração, por forma bem visível mas que não impeça fazendo especial menção a custos, condições do mercado
a leitura do lançamento, devendo o responsável assinar e e investimentos, de forma a permitir uma fácil e clara
apor à margem a data da inutilização. compreensão da situação económica e da rentabilidade
alcançada pela sociedade.
7. Qualquer interessado pode requerer o lançamento nos liv-
2. O relatório deve ser assinado por todos os administradores,
ros de ato relativo à sociedade que neles deva constar.
salvo recusa de algum, que deve ser justificada por escrito
em documento anexo.
8. A qualquer sócio ou interessado que o requeira deverá ser
fornecida, no mais curto espaço de tempo e em prazo não 3. As contas anuais, o relatório respeitante ao exercício e a
superior a oito dias, cópia de qualquer ata ou lançamento proposta de aplicação de resultados devem ser assinados
em livro, a cuja consulta tenha direito. pelos administradores que estiverem em funções ao tempo
da apresentação, mas os antigos administradores devem
9. O sócio tem direito a consultar e a obter cópia de qualquer prestar todas as informações que lhes sejam pedidas
ata de reunião ou deliberação da administração, desde que relativas ao seu mandato.
tenham decorrido três meses sobre a data da mesma ou,
antes desse prazo ter decorrido, se tal for autorizado pelo Artigo 91.º
secretário, quando exista, ou pela administração, por Relatório e parecer do conselho fiscal ou do fiscal único
entender não haver risco de dano para a sociedade por
essa divulgação. 1. As contas anuais, o relatório da administração e a proposta
Série I, N.° 19 Quarta-Feira, 17 de Maio de 2017 Página 20
Jornal da República Pg. 022 da Compilação

de aplicação de resultados devem ser entregues ao órgão forem apresentados aos sócios até três meses após o termo
de fiscalização, quando este existir, instruídos com os do exercício a que respeitem, pode qualquer sócio requerer
inventários que lhes sirvam de suporte, até trinta dias antes ao tribunal a fixação de um prazo, não superior a sessenta
da data prevista para a assembleia geral ordinária. dias, para a sua apresentação.

2. O órgão de fiscalização deve elaborar o relatório e parecer 2. Se, decorrido o prazo fixado nos termos da parte final do
referidos na alínea f) do n.º 1 do artigo 75.º até à data da número anterior, a apresentação não tiver tido lugar, o
expedição ou publicação dos avisos convocatórios da tribunal pode determinar a cessação de funções de um ou
assembleia geral ordinária. mais administradores e ordenar exame judicial nos termos
do artigo 45.º, nomeando um administrador judicial
3. Deve ser indicado no relatório: encarregado de elaborar as contas anuais e o relatório da
administração referentes a todo o prazo decorrido desde a
a) Se as contas anuais e o relatório da administração são última aprovação de contas.
exatos e completos, se dão a conhecer fácil e claramente 3. Elaborados o balanço, as contas e o relatório, são sujeitos
a situação patrimonial da sociedade, se satisfazem as à aprovação dos sócios, em assembleia geral para o efeito
disposições legais e estatutárias, e se o órgão de convocada pelo administrador judicial.
fiscalização concorda ou não com a proposta de
aplicação de resultados; 4. Se os sócios não aprovarem as contas, o administrador
judicial requer ao tribunal, no âmbito do exame, que elas
b) As diligências e verificações a que se procedeu e o sejam aprovadas judicialmente, fazendo-as acompanhar de
resultado delas; parecer de auditor de contas sem relação com a sociedade.

c) Os critérios valorimétricos adotados pela administra- Secção VII


ção, e a sua adequação; Alterações do contrato

d) Quaisquer irregularidades ou atos ilícitos; Subsecção I


Alterações em geral
e) Quaisquer alterações que se entenda deverem ser feitas
aos documentos referidos no n.º 1 e a respetiva Artigo 95.º
fundamentação. Princípios gerais

4. Aplica-se ao relatório e parecer do órgão de fiscalização o 1. Compete aos sócios deliberar sobre as alterações dos
disposto nos n.ºs 2 e 3 do artigo anterior. estatutos da sociedade, salvo quando a lei disponha em
sentido diverso.
Artigo 92.º
Emissão de obrigações e subscrição pública 2. Se a alteração tiver como consequência o aumento das
prestações impostas pelos estatutos aos sócios, essa
1. Nas sociedades que emitam obrigações ou recorram a imposição só vincula os sócios que expressamente
subscrição pública, as contas devem ainda ser objeto de consentirem nesse aumento.
parecer a emitir por auditor ou sociedade de auditores de
contas sem relação com a sociedade ou com o fiscal único 3. As alterações aos estatutos da sociedade devem ser redigidas
ou com qualquer dos membros do conselho fiscal. numa das línguas oficiais de Timor-Leste.

2. O disposto no número anterior é aplicável às sociedades Subsecção II


que exerçam atividade permanente em Timor-Leste, embora Aumento de capital
neste não tenham a sua sede estatutária nem administração
principal. Artigo 96.º
Modalidades e limites
Artigo 93.º
Consulta das contas anuais 1. O capital de uma sociedade pode ser aumentado por recurso
a novas entradas ou por incorporação de reservas
As contas anuais, o relatório respeitante ao exercício e a disponíveis.
proposta de aplicação de resultados, juntamente com o relatório
e parecer do órgão de fiscalização, quando estes existam, devem 2. Não pode ser deliberado aumento de capital enquanto não
estar patentes aos sócios na sede da sociedade, às horas de se mostrar integralmente realizado o capital social inicial
serviço, a partir da data de expedição ou publicação dos avisos ou proveniente de aumento anterior.
convocatórios da assembleia geral ordinária.
Artigo 97.º
Artigo 94.º Requisitos da deliberação
Aprovação judicial das contas
A deliberação de aumento do capital deve mencionar
1. Se as contas anuais e o relatório da administração não expressamente:
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Jornal da República Pg. 023 da Compilação

a) A modalidade e o montante do aumento de capital; Artigo 101.º


Registo e publicação da deliberação
b) O valor nominal das novas participações sociais;
A deliberação que aprovar a redução do capital social deve ser
c) Os prazos para a realização das participações de capital registada e publicada.
decorrentes do aumento;

d) As reservas a incorporar, se o aumento do capital for por Artigo 102.º


incorporação de reservas; Momento em que se torna efetiva a redução do capital social

e) Se no aumento apenas participam os sócios e em que termos, O capital social fica reduzido com o registo da deliberação
ou se aquele será aberto a terceiros, nomeadamente com sobre a redução do capital.
recurso a subscrição pública;
Artigo 103.º
f) Se são criadas novas quotas ou ações ou se é aumentado Tutela dos credores sociais
o valor nominal das existentes.
1. Aos credores cujos créditos se tenham constituído antes
Artigo 98.º de ter sido publicada a deliberação de redução e não
Aumento por recurso a novas entradas possam exigir o pagamento, deve ser prestada garantia, se
a exigirem no prazo de trinta dias a contar da publicação;
1. Aplica-se às entradas nos aumentos de capital o preceitua- os credores devem ser informados do direito referido neste
do quanto a entradas da mesma natureza na constituição número na publicação da deliberação.
da sociedade.
2. Os credores cujos créditos já se encontrem garantidos não
2. A deliberação de aumento de capital por recurso a novas podem exercer o direito concedido no número anterior.
entradas só pode permitir o deferimento da realização das
participações, nos limites estabelecidos na lei. 3. Os pagamentos aos sócios com base na redução do capital
não podem ser efetuados antes de decorridos sessenta
Artigo 99.º dias sobre a data de publicação da deliberação de redução
Aumento por incorporação de reservas e só depois de ter sido dada satisfação ou garantia aos
credores que a tenham exigido.
1. O aumento de capital por incorporação de reservas, se não
for deliberado na assembleia geral que aprove as contas Artigo 104.º
do exercício, nem nos sessenta dias subsequentes, só pode Redução motivada por perdas
ter lugar acompanhado da aprovação de um balanço
especial, organizado, aprovado e registado nos termos 1. O disposto no artigo anterior não se aplica:
prescritos para o balanço anual.
a) Se a redução for motivada por perdas;
2. As quotas ou ações próprias da sociedade participam do
aumento, salvo deliberação em contrário dos sócios. b) Se a redução tiver por finalidade a constituição ou
reforço da reserva legal.
3. Havendo participações sociais sujeitas a usufruto, este
incide nos mesmos termos sobre as novas participações 2. Nos casos previstos no número anterior, os sócios não
decorrentes do aumento por incorporação de reservas. ficam exonerados das suas obrigações de liberação do
capital.
Subsecção III
Redução do capital social Artigo 105.º
Redução e aumento de capital simultâneo
Artigo 100.º
Requisitos da deliberação de redução 1. É permitido deliberar a redução do capital a um montante
inferior ao mínimo estabelecido na lei para o respetivo tipo
1. A deliberação que determine a redução do capital deve ex- de sociedade, se tal redução ficar expressamente
plicar a finalidade desta e bem assim a respetiva modalidade, condicionada à efetivação de aumento do capital para
mencionando se é reduzido o valor nominal ou se há montante igual ou superior àquele mínimo, a realizar nos
extinção de participações e, neste caso, quais as partes sessenta dias seguintes àquela deliberação.
atingidas pela redução.
2. O disposto quanto ao capital mínimo de cada tipo de
2. A redução não motivada por perdas só pode ser deliberada sociedade não obsta a que a deliberação de redução seja
se a situação líquida da sociedade ficar a exceder a soma válida se, simultaneamente, for deliberada a transformação
do capital, da reserva legal e das reservas estatutárias da sociedade para um tipo que possa legalmente ter um
obrigatórias em, pelo menos, 20%, comprovada por meio capital do montante reduzido.
de relatório a elaborar por auditor ou sociedade de auditores
de contas, que será apensado à deliberação.
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Jornal da República Pg. 024 da Compilação

Subsecção IV f) O projeto de alteração a introduzir nos estatutos da


Modificação do objeto social sociedade incorporante ou o projeto de estatutos da
nova sociedade;
Artigo 106.º
Direitos dos credores g) As medidas de proteção dos direitos dos credores;

h) Os direitos assegurados pela sociedade incorporante


Se a alteração dos estatutos tiver por efeito uma modificação ou pela nova sociedade a sócios que sejam titulares de
essencial do objeto, ou dela decorrer uma mudança total de direitos especiais;
atividade, pode qualquer credor social, no prazo de trinta dias
após o registo da deliberação, exigir o vencimento antecipado i) Nas fusões em que a sociedade incorporante ou a nova
dos seus créditos, salvo acordo prévio em contrário. sociedade seja uma sociedade anónima, as categorias
de ações dessas sociedades e a data a partir da qual
Secção VIII estas ações são entregues e dão direito a lucros, bem
Fusão de sociedades como as modalidades desse direito.

Artigo 107.º 2. O projeto ou um anexo a este deve indicar os critérios de


Noção e modalidades avaliação adotados, bem como as bases da relação de troca
referida na alínea e) do número anterior.
1. Duas ou mais sociedades, ainda que de tipo diverso, po-
dem fundir-se numa só. Artigo 109.º
Fiscalização do projeto
2. A fusão pode realizar-se:
1. A administração de cada uma das sociedades participantes
a) Por meio da transferência global do património de uma deve comunicar o projeto de fusão e seus anexos, para que
ou mais sociedades para outra e a atribuição aos sócios sobre eles emita parecer, ao respetivo órgão de fiscalização
daquelas de ações ou quotas desta; ou, na falta deste, a um auditor de contas ou sociedade de
auditores de contas.
b) Por meio da constituição de uma nova sociedade, para
a qual se transferem globalmente os patrimónios das 2. O conselho fiscal ou o fiscal único, o auditor de contas ou
sociedades fundidas, sendo aos sócios destas sociedade de auditores de contas, podem exigir a todas as
atribuídas ações ou quotas da nova sociedade. sociedades participantes as informações e os documentos
de que careça e proceder às verificações necessárias.
Artigo 108.º
Projeto de fusão Artigo 110.º
Registo do projeto e convocação da assembleia
1. As administrações das sociedades que pretendam fundir-
se devem elaborar, em conjunto, um projeto de fusão donde 1. O projeto de fusão deve ser submetido a deliberação dos
constem, além de outros elementos necessários ou sócios de cada uma das sociedades participantes, em
convenientes para o perfeito conhecimento da operação assembleia geral, seja qual for o tipo de sociedade; as
visada: assembleias são convocadas, depois de efetuado o registo
do projeto de fusão, para se reunirem decorridos, pelo
a) A modalidade, os motivos, as condições e os objetivos menos, trinta dias sobre a data da expedição ou da
da fusão, relativamente a todas as sociedades publicação da convocatória, nos termos do n.º 2, conforme
participantes; o que ocorrer mais tarde.

b) A firma, a sede, o montante do capital e o número do 2. Deve ser publicada, nos termos da legislação de registo
registo de cada uma das sociedades; comercial, notícia de ter sido efetuado o registo do projeto
de fusão, de que este e a documentação anexa podem ser
c) A participação que alguma das sociedades tenha no consultados, na sede de cada sociedade, pelos respetivos
capital de outra; sócios e credores sociais e de quais as datas designadas
para as assembleias.
d) Balanços das sociedades intervenientes, especialmente
organizados, donde conste o valor dos elementos do Artigo 111.º
ativo e do passivo a transferir para a sociedade Consulta de documentos
incorporante ou para a nova sociedade;
1. A partir da publicação do aviso exigido pelo artigo anterior,
e) As ações ou quotas a atribuir aos sócios da sociedade os sócios e credores de qualquer das sociedades partici-
a incorporar nos termos da alínea a) do n.º 2 do artigo pantes na fusão têm o direito de consultar, na sede de cada
anterior ou das sociedades a fundir nos termos da alínea uma delas, os seguintes documentos e de obter, sem
b) desse número e, se as houver, as quantias em dinheiro encargos, cópia integral destes:
a atribuir aos mesmos sócios, especificando-se a relação
de troca das participações sociais; a) Projeto de fusão;
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Jornal da República Pg. 025 da Compilação

b) Relatórios e pareceres elaborados pelos órgãos de capital de outra, não pode dispor de número de votos
fiscalização ou por auditores de contas. superior à soma dos que competem a todos os outros sócios
na deliberação de aprovação do projeto de fusão.
2. Podem ainda consultar as contas, relatórios dos órgãos de
administração, relatórios e pareceres dos órgãos de 2. Para os efeitos do número anterior, aos votos da sociedade
fiscalização e deliberações das assembleias gerais sobre somam-se os votos de outras sociedades, dominadas ou
essas contas, relativamente aos três últimos exercícios. subordinadas àquela nos termos do disposto no Capítulo
IV desta lei, bem como os votos de pessoas que atuam em
Artigo 112.º nome próprio, mas por conta de alguma dessas sociedades.
Reunião da assembleia
3. Por efeito de fusão por incorporação, a sociedade incorpo-
1. Reunida a assembleia, a administração começa por declarar rante não recebe ações ou quotas de si própria em troca de
expressamente se, desde a elaboração do projeto de fusão, ações ou quotas na sociedade incorporada de que sejam
houve mudança relevante nos elementos de facto em que titulares aquela ou esta sociedade ou ainda pessoas que
ele se baseou e, no caso afirmativo, quais as modificações atuem em nome próprio, mas por conta de uma ou de outra
do projeto que se tornam necessárias. dessas sociedades.

2. Tendo havido mudança relevante nos termos do número Artigo 115.º


anterior, a assembleia delibera se o processo de fusão deve Direito de exoneração dos sócios
ser recomeçado ou se prossegue na apreciação da proposta.
1. Se a lei ou norma estatutária atribuir ao sócio que tenha
3. A proposta apresentada às várias assembleias deve ser votado contra o projeto de fusão o direito de se exonerar,
rigorosamente idêntica; qualquer modificação introduzida pode o sócio exigir, nos trinta dias subsequentes à data da
pela assembleia considera-se rejeição da proposta, sem publicação prescrita no n.º 1 do artigo 117.º, que a sociedade
prejuízo da renovação desta. adquira ou faça adquirir por terceiro a sua participação
social.
4. Qualquer sócio pode, na assembleia, exigir as informações
sobre as sociedades participantes que forem indispensá- 2. Salvo estipulação diversa dos estatutos ou acordo das
veis para se esclarecer acerca da proposta de fusão. partes, o valor da participação deve ser fixado por auditor
de contas sem relação com as sociedades que pretendam
Artigo 113.º fundir-se.
Deliberação
3. A sociedade deve pagar a contrapartida fixada no prazo de
1. A deliberação é tomada, na falta de disposição especial, noventa dias, sob pena de o sócio poder requerer a sua
nos termos prescritos para a alteração dos estatutos da dissolução.
sociedade.
4. O direito do sócio a alienar por outro modo a sua participação
2. A deliberação só pode ser executada depois de obtido o social não é afetado pelo estatuído nos números anteriores,
consentimento dos sócios prejudicados quando: nem a essa alienação, quando efetuada no prazo aí fixado,
obstam as limitações prescritas pelos estatutos da
a) Aumentar as obrigações de todos ou alguns dos sociedade.
sócios;
Artigo 116.º
b) Afetar direitos especiais de que sejam titulares alguns Documento de fusão
sócios;
1. Aprovada a fusão por deliberação da assembleia geral de
c) Alterar a proporção das suas participações sociais em cada uma das sociedades participantes, compete às
face dos restantes sócios da mesma sociedade, salvo respetivas administrações outorgar o respetivo documento
na medida em que tal alteração resulte de pagamentos de fusão.
que lhes sejam exigidos para respeitar disposições
legais que imponham valor mínimo ou certo de cada 2. Se a fusão se realizar mediante a constituição de nova
unidade de participação. sociedade, devem observar-se as disposições que regem
essa constituição, salvo se outra coisa resultar da sua
3. Se alguma das sociedades participantes tiver várias cate- própria razão de ser.
gorias de ações, a deliberação de fusão da respetiva
assembleia geral só é eficaz depois de aprovada pela Artigo 117.º
assembleia especial de cada categoria. Publicidade da fusão e oposição dos credores

Artigo 114.º 1. A administração de cada uma das sociedades participantes


Participação de uma sociedade no capital de outra deve promover o registo da deliberação que aprovar o
projeto de fusão, bem como a sua publicação nos termos
1. No caso de alguma das sociedades possuir participação no da legislação sobre registo comercial.
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Jornal da República Pg. 026 da Compilação

2. Dentro dos trinta dias seguintes à última das publicações 4. Os portadores de obrigações, convertíveis ou não em ações,
ordenadas no número anterior, os credores das sociedades gozam, relativamente à fusão, dos direitos que lhes tiverem
participantes, cujos créditos sejam anteriores a essa sido atribuídos para essa hipótese; se nenhum direito
publicação, podem deduzir oposição judicial à fusão, com específico lhes tiver sido atribuído, gozam do direito de
fundamento no prejuízo que dela derive para a realização oposição, nos termos deste artigo.
dos seus créditos.
Artigo 120.º
3. Os credores referidos no número anterior devem ser avisa- Portadores de outros títulos
dos do seu direito de oposição na publicação prevista no
n.º 1 e, se os seus créditos constarem de livros ou Os portadores de títulos que não sejam ações, mas aos quais
documentos da sociedade ou forem por esta de outro modo sejam inerentes direitos especiais, devem continuar a gozar de
conhecidos, por escrito, por meio que permita a prova da direitos pelo menos equivalentes na sociedade incorporante
receção. ou na nova sociedade, salvo se:

Artigo 118.º a) For deliberado, em assembleia especial dos portadores de


Efeitos da oposição títulos e por maioria absoluta do número de cada espécie
de títulos, que os referidos direitos podem ser alterados;
1. A oposição judicial deduzida por qualquer credor impede o
registo da fusão até que se verifique algum dos seguintes b) Todos os portadores de cada espécie de títulos consentirem
factos: individualmente na modificação dos seus direitos, caso
não esteja prevista, na lei ou nos estatutos, a existência de
a) Haver sido julgada improcedente, por decisão com assembleia especial;
trânsito em julgado, ou, no caso de absolvição da
instância, não ter o opoente intentado nova ação no c) O projeto de fusão previr a aquisição desses títulos pela
prazo de trinta dias; sociedade incorporante ou pela nova sociedade e as
condições dessa aquisição forem aprovadas, em
b) Ter havido desistência do opoente; assembleia especial, pela maioria dos portadores presentes
e representados.
c) Ter a sociedade satisfeito o opoente ou prestado a
caução fixada por acordo ou por decisão judicial; Artigo 121.º
Registo da fusão
d) Haverem os opoentes consentido na inscrição;
Decorrido o prazo previsto no n.º 2 do artigo 117.º sem que
e) Terem sido consignadas em depósito as importâncias tenha sido deduzida oposição ou se tenha verificado algum
devidas aos opoentes. dos factos referidos no n.º 1 do artigo 118.º, deve a
administração de qualquer das sociedades participantes na
2. Se julgar procedente a oposição, o tribunal determina o fusão ou da nova sociedade proceder ao registo comercial da
reembolso do crédito do opoente ou, não podendo este fusão.
exigi-lo, a prestação de caução.
Artigo 122.º
3. O disposto no artigo anterior e nos n.ºs 1 e 2 não obsta à Efeitos do registo
aplicação das cláusulas contratuais que atribuam ao credor
o direito à imediata satisfação do seu crédito, se a sociedade Com o registo da fusão:
devedora se fundir com outra.
a) Extinguem-se as sociedades incorporadas ou, no caso de
Artigo 119.º constituição de nova sociedade, todas a sociedades
Credores obrigacionistas fundidas, transmitindo-se os seus direitos e obrigações
para a sociedade incorporante ou para a nova sociedade;
1. O disposto nos artigos 117.º e 118.º é aplicável aos credores
obrigacionistas, com as alterações constantes dos b) Os sócios das sociedades extintas tornam-se sócios da
números seguintes. sociedade incorporante ou da nova sociedade.

2. Devem efetuar-se assembleias dos credores obrigacionistas Artigo 123.º


de cada sociedade, a convocar pelo representante comum Condição ou termo
de cada emissão, para se pronunciarem sobre a fusão,
relativamente aos possíveis prejuízos para esses credores; Se a eficácia da fusão estiver sujeita a condição ou termo
as deliberações devem ser tomadas por maioria absoluta suspensivos e ocorrerem, antes da verificação destes,
dos obrigacionistas presentes ou representados. alterações relevantes nos elementos de facto em que as
deliberações se basearam, pode a assembleia de qualquer das
3. Se a assembleia não aprovar a fusão, o direito de oposição sociedades deliberar que seja requerida ao tribunal a resolução
deve ser exercido coletivamente através do representante ou a modificação da fusão, ficando a eficácia desta diferida até
comum. ao trânsito em julgado da decisão a proferir no processo.
Série I, N.° 19 Quarta-Feira, 17 de Maio de 2017 Página 25
Jornal da República Pg. 027 da Compilação

Artigo 124.º 2. Não são neste caso aplicáveis as disposições relativas à


Responsabilidade emergente da fusão troca de participações sociais, aos relatórios dos órgãos
sociais da sociedade incorporada e à responsabilidade
1. Os administradores, os membros do conselho fiscal ou o desses órgãos.
fiscal único e o secretário de cada uma das sociedades
participantes são solidariamente responsáveis pelos danos 3. O documento de fusão pode ser lavrado sem prévia
causados pela fusão à sociedade e aos seus sócios e deliberação de assembleias gerais, desde que se verifiquem
credores, se não tiverem observado a diligência de um cumulativamente os seguintes requisitos:
gestor criterioso e ordenado na verificação da situação
patrimonial das sociedades e na conclusão da fusão. a) No projeto de fusão seja indicado que o documento
será outorgado sem prévia deliberação das assembleias
2. Nas relações entre si, os coobrigados respondem nos termos gerais, caso a respetiva convocação não seja requerida
do n.º 2 do artigo 19.º. nos termos previstos na alínea d);

3. A extinção de sociedades ocasionada pela fusão não impede b) Tenha sido efetuada a publicidade exigida pelo artigo
o exercício dos direitos de indemnização previstos no n.º 1 110.º com a antecedência mínima de dois meses
e, bem assim, dos direitos e obrigações que resultem da relativamente à data do documento;
fusão para elas, considerando-se essas sociedades
existentes para esse efeito. c) Os sócios tenham podido tomar conhecimento, na sede
social, da documentação referida no artigo 108.º, a partir,
Artigo 125.º pelo menos, do oitavo dia seguinte à publicação do
Efetivação de responsabilidade no caso de extinção da projeto de fusão, e disso tenham sido avisados no
sociedade mesmo projeto ou simultaneamente com a comunicação
deste;
1. Os direitos previstos no artigo anterior, quando relativos às
d) Até quinze dias antes da data marcada para a elaboração
sociedades referidas no seu n.º 3, são exercidos por um
do documento, não tenha sido requerida por sócios
representante especial, cuja nomeação pode ser requerida
detentores de 5% do capital social a convocação da
judicialmente por qualquer sócio ou credor da sociedade.
assembleia geral para se pronunciar sobre a fusão.
2. O representante especial deve convidar os sócios e credores
Artigo 127.º
da sociedade, mediante aviso publicado nos termos do n.º
Nulidade da fusão
2 do artigo 162.º, a reclamar os seus direitos de
indemnização, no prazo por ele fixado, não inferior a trinta
1. A nulidade da fusão só pode ser declarada com fundamento
dias.
na falta de documento ou na prévia declaração de nulidade
ou anulação de alguma das deliberações das assembleias
3. A indemnização atribuída à sociedade deve ser afetada à gerais das sociedades participantes.
satisfação dos respetivos credores, na medida em que não
tenham sido pagos ou caucionados pela sociedade 2. A ação declarativa da nulidade da fusão só pode ser pro-
incorporante ou pela nova sociedade, repartindo-se o posta enquanto não tiverem sido sanados os vícios
excedente entre os sócios, de acordo com as regras existentes, mas nunca depois de decorridos seis meses a
aplicáveis à partilha do saldo de liquidação. contar da publicação da fusão registada ou da publicação
da sentença transitada em julgado que declare nula ou
4. Os sócios e os credores que não tenham reclamado anule alguma das deliberações das referidas assembleias
tempestivamente os seus direitos não são abrangidos na gerais.
repartição ordenada no número precedente.
3. O tribunal não declara a nulidade da fusão se o vício que a
5. O representante especial tem direito ao reembolso das des- produz for sanado no prazo que fixar.
pesas que fundadamente tenha realizado e a uma remunera-
ção da sua atividade; o tribunal, em seu prudente arbítrio, 4. A declaração judicial da nulidade está sujeita à mesma
fixa o montante das despesas e da remuneração, bem como publicidade exigida para a fusão.
a medida em que elas devem ser suportadas pelos sócios e
credores interessados. 5. Os efeitos dos atos praticados pela sociedade incorporante,
depois da inscrição da fusão no registo e antes da decisão
Artigo 126.º declarativa da nulidade, não são afetados por esta, mas a
Incorporação de sociedade totalmente pertencente a outra sociedade incorporada é solidariamente responsável pelas
obrigações contraídas pela sociedade incorporante durante
1. O preceituado nos artigos anteriores aplica-se, com as exce- esse período; do mesmo modo respondem as sociedades
ções estabelecidas nos números seguintes, à incorporação fundidas pelas obrigações contraídas pela nova sociedade,
por uma sociedade de outra, de cujas quotas ou ações se a fusão for declarada nula.
aquela seja a única titular, diretamente ou por conta dela
mas em nome próprio.
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Jornal da República Pg. 028 da Compilação

Secção IX g) As categorias de ações das sociedades resultantes da


Cisão de sociedades cisão, quando estas sejam anónimas, e as datas a partir
das quais estas ações são entregues;
Subsecção I
Disposições gerais h) A data a partir da qual as novas participações concedem
o direito de participar nos lucros, bem como quaisquer
Artigo 128.º particularidades relativas a este direito;
Noção e modalidades i) Os direitos assegurados pelas sociedades resultantes
da cisão aos sócios da sociedade cindida titulares de
1. É permitido a uma sociedade: direitos especiais;
a) Destacar parte do seu património para com ela constituir j) O projeto de alterações a introduzir nos estatutos da
outra sociedade; sociedade incorporante ou o projeto de estatutos da
nova sociedade;
b) Dissolver-se e dividir o seu património, sendo cada
uma das partes resultantes destinada a constituir uma k) As medidas de proteção dos direitos dos credores;
nova sociedade;
l) As medidas de proteção do direito de terceiros não
c) Destacar partes do seu património ou dissolver-se, sócios a participar nos lucros da sociedade;
dividindo o seu património em duas ou mais partes,
para as fundir com sociedades já existentes ou com m) A atribuição da posição contratual da sociedade ou
partes do património de outras sociedades, separadas sociedades intervenientes, decorrente dos contratos
por idênticos processos e com igual finalidade. de trabalho celebrados com os seus trabalhadores, os
quais não se extinguem por força da cisão.
2. A cisão pode ter lugar ainda que a sociedade se encontre
em liquidação. 2. O projeto ou um anexo a este deve indicar os critérios de
avaliação adotados, bem como as bases da relação de troca
3. As sociedades resultantes da cisão podem ser de tipo a que se refere a alínea f) do número anterior.
diferente do da sociedade cindida.
Artigo 130.º
Artigo 129.º Disposições aplicáveis
Projeto de cisão
É aplicável à cisão de sociedades, com as necessárias
1. A administração da sociedade a cindir ou, tratando-se de adaptações, o disposto relativamente à fusão.
cisão-fusão, as administrações das sociedades participan- Artigo 131.º
tes devem, em conjunto, elaborar um projeto de cisão, Exclusão de novação
donde constem, além dos demais elementos necessários
ou convenientes para o perfeito conhecimento da operação A atribuição de dívidas da sociedade cindida à sociedade
visada: incorporante ou à nova sociedade não importa novação.

a) A modalidade, os motivos, as condições e os objetivos Artigo 132.º


da cisão relativamente a todas as sociedades Responsabilidade por dívidas
participantes;
1. A sociedade cindida responde solidariamente pelas dívidas
que, por força da cisão, tenham sido atribuídas à sociedade
b) A firma, a sede, o montante do capital e o número de
incorporante ou à nova sociedade.
identificação fiscal de cada uma das sociedades;
2. As sociedades beneficiárias das entradas resultantes da
c) A participação que alguma das sociedades tenha no cisão respondem solidariamente, até ao valor dessas
capital de outra; entradas, pelas dívidas da sociedade cindida anteriores ao
registo da cisão.
d) A enumeração completa dos bens a transmitir para a
sociedade incorporante ou para a nova sociedade, e os 3. A sociedade que, por motivo da solidariedade prescrita nos
valores que lhes são atribuídos; números anteriores, pague dívidas que não lhe hajam sido
atribuídas, tem direito de regresso contra a devedora
e) Tratando-se de cisão-fusão, o balanço de cada uma principal.
das sociedades participantes, elaborado nos termos
da alínea d) do n.º 1 do artigo 108.º; Subsecção II
Cisão simples
f) As quotas ou ações da sociedade incorporante ou da Artigo 133.º
nova sociedade e, se for caso disso, as quantias em Requisitos da cisão simples
dinheiro que são atribuídas aos sócios da sociedade a
cindir, especificando-se a relação de troca das 1. A cisão prevista na alínea a) do n.º 1 do artigo 128.º não é
participações sociais, bem como as bases desta relação; possível:
Série I, N.° 19 Quarta-Feira, 17 de Maio de 2017 Página 27
Jornal da República Pg. 029 da Compilação

a) Se o valor do património da sociedade cindida se tornar sociedades, tendo aquela que satisfaça dívidas em
inferior à soma das importâncias do capital social, da montante superior à proporção que resulta do projeto de
reserva legal e das reservas estatutárias obrigatórias, e cisão, direito de regresso contra as novas sociedades.
não se proceder, antes da cisão ou juntamente com ela,
à correspondente redução do capital social; Artigo 137.º
Participação na nova sociedade
b) Se o capital da sociedade a cindir não estiver integral-
mente realizado. Salvo acordo diverso entre os interessados, os sócios da
2. Para efeitos da alínea a) do número anterior adiciona-se a sociedade dissolvida por cisão-dissolução participam em cada
importância das prestações suplementares efetuadas pelos uma das novas sociedades na proporção em que participavam
sócios e ainda não reembolsadas. naquela.

3. A verificação das condições exigidas nos números Artigo 138.º


precedentes deve constar expressamente dos pareceres e Disposição aplicável
relatórios dos órgãos de administração e de fiscalização
das sociedades, bem como do auditor de contas ou É especialmente aplicável à cisão-dissolução, com as
sociedade de auditores de contas. necessárias adaptações, o disposto no artigo 122.º.

Artigo 134.º Subsecção IV


Ativo e passivo destacáveis Cisão-fusão

1. Na cisão simples, só podem ser destacados para a constitui- Artigo 139.º


ção da nova sociedade os elementos seguintes: Requisitos especiais

a) Participações noutras sociedades, quer constituam a Os requisitos a que, por lei ou contrato, esteja submetida a
totalidade, quer parte das de que a sociedade a cindir transmissão de certos bens ou direitos não são dispensados
seja titular, e apenas para a formação de nova sociedade no caso de cisão-fusão.
cujo objeto exclusivo consista na gestão de partici-
pações sociais; Artigo 140.º
Constituição de novas sociedades
b) Bens que no património da sociedade a cindir estejam
coordenados, de modo a formarem uma unidade 1. Na constituição de novas sociedades, por cisões-fusões
autónoma. simultâneas de duas ou mais sociedades, apenas podem
intervir estas.
2. No caso da alínea b) do número anterior, podem ser atribuí-
das à nova sociedade dívidas que economicamente se 2. A participação dos sócios da sociedade cindida na formação
relacionem com a constituição ou o funcionamento da do capital da nova sociedade não pode ser superior ao
unidade aí referida. valor dos bens destacados, líquido das dívidas que
convencionalmente os acompanhem.
Artigo 135.º
Redução do capital da sociedade a cindir Artigo 141.º
Disposições aplicáveis
A redução do capital da sociedade a cindir só fica sujeita ao
regime geral na medida em que não se contenha no montante 1. À cisão-fusão é especialmente aplicável, com as necessárias
global do capital das novas sociedades. adaptações, o disposto no artigo 114.º e nos artigos 123.º e
124.º.
Subsecção III
Cisão-dissolução 2. É ainda aplicável à cisão-fusão, se a sociedade cindida
mantiver a personalidade jurídica, o disposto nos artigos
Artigo 136.º 133.º e 134.º e, na hipótese contrária, o disposto nos artigos
Requisitos de cisão-dissolução 122.º, 125.º, 136.º e 137.º.

1. A cisão-dissolução prevista na alínea b) do n.º 1 do artigo Secção X


128.º deve abranger todo o património da sociedade a cindir. Transformação de sociedades

2. Não tendo a deliberação de cisão estabelecido o critério de Artigo 142.º


atribuição de bens ou de dívidas que não constem do Princípios gerais
projeto definitivo de cisão, os bens são repartidos entre as
novas sociedades na proporção que resultar do projeto de 1. Qualquer sociedade pode, após a sua constituição e registo,
cisão. adotar outro tipo societário, salvo proibição da lei.

3. Pelas dívidas respondem solidariamente as novas 2. As sociedades civis podem transformar-se em sociedades
Série I, N.° 19 Quarta-Feira, 17 de Maio de 2017 Página 28
Jornal da República Pg. 030 da Compilação

comerciais, desde que adotem um dos tipos previstos no vencidas, nem podem conter disposições que ponham em
n.º 1 do artigo 1.º, aplicando-se-lhes, com as necessárias causa ou, de algum modo, limitem os direitos de
adaptações, as regras sobre a constituição e registo de obrigacionistas anteriormente existentes.
sociedades.
Artigo 146.º
3. A transformação de uma sociedade não importa a sua Formalidades da transformação
dissolução.
Aplica-se à transformação de sociedades, em tudo o que não
Artigo 143.º estiver especialmente disposto nesta secção, o disposto sobre
Impedimentos à transformação alteração dos estatutos.

Uma sociedade não pode transformar-se: Artigo 147.º


Participações dos sócios
a) Se não estiverem totalmente realizadas as participações de
capital previstas nos estatutos e já vencidas; Salvo acordo de todos os sócios, a proporção de cada
participação em relação ao capital não pode ser alterada.
b) Se o balanço de transformação mostrar que o valor do
património líquido da sociedade é inferior ao seu capital; Artigo 148.º
Exoneração de sócios discordantes
c) Se, tratando-se de uma sociedade anónima, tiver emitido
obrigações convertíveis em ações ainda não totalmente 1. Os sócios que não votem favoravelmente a deliberação de
reembolsadas ou convertidas. transformação podem exonerar-se da sociedade,
manifestando essa vontade por escrito nos trinta dias
Artigo 144.º subsequentes ao registo da transformação.
Relatório da administração
2. Aos sócios que se exonerem da sociedade ao abrigo do
1. A administração da sociedade deve organizar um relatório número anterior será pago o valor da sua participação, nos
justificativo da transformação, que será instruído com: termos previstos no artigo 115.º.

a) Um balanço da sociedade elaborado especialmente para 3. Se o pagamento do valor das participações de sócios que
o efeito; se exonerem afetar o capital social, todos os sócios serão
chamados a deliberar sobre a revogação da transformação
b) Um projeto dos estatutos que passam a reger a ou a redução do capital.
sociedade.
4. A exoneração torna-se efetiva a partir da data do seu registo.
2. Se a assembleia geral que deliberar a transformação se reali-
zar nos sessenta dias seguintes à aprovação do balanço Artigo 149.º
do último exercício, é dispensada a apresentação de um Garantias de terceiros
balanço especial, instruindo-se o relatório com aquele.
1. A transformação não afeta a responsabilidade pessoal dos
3. Aplica-se, com as necessárias adaptações, tudo o que sócios pelas dívidas sociais anteriormente contraídas.
nesta lei se dispõe quanto à fiscalização do projeto e à
consulta de documentos no caso de fusão de sociedades. 2. A responsabilidade pessoal dos sócios, que resulte da
transformação da sociedade, não abrange as dívidas sociais
Artigo 145.º anteriormente contraídas.
Deliberações
3. Os direitos de gozo ou de garantia que, à data da transfor-
1. Devem ser objeto de deliberações diferentes: mação, incidam sobre participações sociais são mantidos,
passando a ter por objeto as novas participações
a) A aprovação do balanço; correspondentes.

b) A aprovação da transformação e dos estatutos que Secção XI


passam a reger a sociedade. Dissolução e liquidação

2. As deliberações de transformação que impliquem a Subsecção I


eliminação de direitos especiais, só produzem efeitos se Dissolução
merecerem a aprovação dos sócios que devam assumir
aquela responsabilidade e dos titulares dos direitos Artigo 150.º
especiais afetados. Causas de dissolução e seu registo

3. Os novos estatutos não podem fixar prazos mais longos 1. As sociedades dissolvem-se nos casos previstos na lei,
para a realização de participações de capital ainda não nos estatutos e ainda:
Série I, N.° 19 Quarta-Feira, 17 de Maio de 2017 Página 29
Jornal da República Pg. 031 da Compilação

a) Por deliberação dos sócios; e esclarecimentos sobre a vida e situação da sociedade


que os liquidatários solicitem.
b) Pelo decurso do prazo de duração;
Subsecção II
c) Pela suspensão da atividade por período superior a Liquidação
três anos;
Artigo 153.º
d) Pelo não exercício de qualquer atividade por período Regras gerais
superior a doze meses consecutivos, não estando a
sua atividade suspensa nos termos do artigo 20.º; 1. A sociedade em liquidação continua a ter personalidade
jurídica, sendo-lhe aplicáveis, salvo disposição expressa
e) Pela extinção do seu objeto; em contrário, os preceitos por que até à dissolução se regia.

f) Pela ilicitude ou impossibilidade superveniente do seu 2. A sociedade em liquidação mantém a mesma firma acrescida
objeto se, no prazo de quarenta e cinco dias, não for da expressão “em liquidação”.
deliberada a alteração deste, nos termos previstos para
a alteração dos estatutos; Artigo 154.º
Partilha imediata
g) Por se verificar, pelas contas do exercício, que a situação
líquida da sociedade é inferior a metade do valor do 1. Se, à data da dissolução, a sociedade não tiver dívidas,
capital social, salvo o disposto no artigo 34.º; podem os sócios proceder imediatamente à partilha dos
haveres sociais, pela forma prescrita no artigo 159.º.
h) Por sentença judicial que determine a dissolução.
2. As dívidas de natureza fiscal ainda não exigíveis à data da
2. Em caso de dúvida sobre a ocorrência de uma causa de dissolução não obstam à partilha nos termos do número
dissolução e no caso previsto na alínea e) do número anterior, mas por essas dívidas ficam ilimitada e
anterior, deve a assembleia geral ser convocada para solidariamente responsáveis todos os sócios, embora
deliberar sobre o reconhecimento ou não da dissolução ou reservem, por qualquer forma, as importâncias que
sobre a prorrogação da sociedade ou alteração do seu estimarem para o seu pagamento.
objeto.
Artigo 155.º
3. Qualquer credor ou o Ministério Público tem legitimidade Prazo de liquidação
para requerer ao tribunal que declare a dissolução da
sociedade pela verificação de qualquer facto dela 1. A liquidação extrajudicial não pode durar mais de dois anos
determinante, ainda que tenha havido deliberação dos desde a data do registo da dissolução até ao registo do
sócios a não reconhecer a dissolução nos termos do encerramento da liquidação.
número anterior.
2. Não estando encerrada a liquidação naquele prazo, esta
Artigo 151.º continua judicialmente; os liquidatários devem requerer o
Efeitos da dissolução prosseguimento judicial da liquidação no prazo de oito
dias após o termo do prazo referido no número anterior.
1. A dissolução tem como efeito a entrada da sociedade em
liquidação. Artigo 156.º
Liquidatários
2. A dissolução produz efeitos a partir da data em que for
registada ou, quanto às partes, na data do trânsito em 1. Os administradores da sociedade passam a ser liquidatários
julgado da sentença que a declare ou determine. desta, salvo cláusula dos estatutos ou deliberação em
contrário.
Artigo 152.º 2. Não podem ser nomeadas liquidatários pessoas coletivas,
Obrigações da administração da sociedade dissolvida excetuadas as sociedades de advogados ou de auditores
de contas.
1. Dissolvida a sociedade, os administradores devem submeter
à aprovação dos sócios, no prazo de sessenta dias, o inven- 3. Ocorrendo justa causa qualquer interessado pode requerer
tário, o balanço e a conta de ganhos e perdas reportados à a destituição judicial dos liquidatários.
data do registo da dissolução.
4. Os liquidatários iniciam funções na data da aprovação das
2. Aprovadas as contas pelos sócios, os administradores que contas referidas no n.º 1 do artigo 152.º.
não passem a ser liquidatários devem entregar a estes todos
os documentos, livros, papéis, registos, dinheiro ou bens Artigo 157.º
da sociedade. Regras aplicáveis aos liquidatários

3. Os administradores devem ainda fornecer toda a informação 1. Com ressalva das disposições legais que lhes sejam especial-
Série I, N.° 19 Quarta-Feira, 17 de Maio de 2017 Página 30
Jornal da República Pg. 032 da Compilação

mente aplicáveis e das limitações resultantes da natureza 3. Se não puder ser feito o reembolso integral, o ativo existente
das suas funções, os liquidatários têm, em geral, os deveres, é distribuído pelos sócios, por forma que a diferença para
os poderes e a responsabilidade dos administradores da menos recaia em cada um deles na proporção da parte que
sociedade. lhe competir nas perdas da sociedade; para esse efeito,
haverá que ter em conta a parte das entradas devida pelos
2. Os liquidatários só podem iniciar novas operações no âmbito sócios.
do objeto da sociedade e contrair empréstimos com prévia
deliberação dos sócios nesse sentido. 4. Se depois de feito o reembolso integral se registar saldo,
3. Os liquidatários devem especialmente concluir os negócios este deve ser repartido na proporção aplicável à distribui-
e operações já iniciados à data da dissolução, cobrar os ção de lucros.
créditos e cumprir as obrigações da sociedade e, salvo
deliberação unânime dos sócios, reduzir a dinheiro o 5. Os saldos de liquidação que não possam ser entregues ao
património residual. respetivo sócio, são depositados em seu nome num banco
estabelecido no país.
4. Os liquidatários devem exigir dos sócios as entradas não
realizadas na medida em que sejam necessárias ao Artigo 160.º
cumprimento das obrigações da sociedade ou aos encargos Registo e extinção da sociedade
da liquidação.
1. Os liquidatários devem requerer o registo da deliberação de
Artigo 158.º encerramento da liquidação no prazo de quinze dias,
Contas anuais, contas finais e relatório dos liquidatários devendo fazê-la acompanhar dos documentos referidos
no n.º 1 do artigo 158.º.
1. Além das contas, que no fim de cada exercício devem
apresentar aos sócios sobre a situação patrimonial da 2. A sociedade considera-se extinta na data do registo do
sociedade e o andamento da liquidação, os liquidatários encerramento da liquidação, nos termos desta lei ou em
devem apresentar contas finais ou de encerramento, processo de insolvência.
acompanhadas de relatório completo sobre a liquidação, e
uma proposta de partilha do ativo restante. Artigo 161.º
Passivo e ativo supervenientes
2. Aprovadas as contas finais e a proposta de partilha, os
sócios devem designar o depositário dos livros e 1. Registado o encerramento da liquidação e extinta a
documentação da sociedade, que devem ser conservados sociedade, os antigos sócios respondem solidariamente
por cinco anos. pelo passivo da sociedade que não tenha sido considerado
na liquidação até ao montante que tenham recebido em
3. As contas finais só podem ser apresentadas aos sócios partilha do saldo de liquidação.
estando satisfeitos ou acautelados todos os créditos de
terceiros conhecidos dos liquidatários. 2. As ações em que a sociedade seja parte continuam após a
sua extinção, considerando-se substituída pelos sócios à
4. Os liquidatários respondem diretamente perante os credores data da dissolução, não se suspendendo a instância nem
pelos danos que lhes causem por efeito do incumprimento sendo necessária a habilitação.
do disposto no número anterior.
3. Verificando-se, depois de registado o encerramento da
5. Se o ativo social for insuficiente para o cumprimento de liquidação, a existência de bens da sociedade que não foram
todas as dívidas da sociedade, os liquidatários devem, logo partilhados, compete a qualquer um dos sócios referidos
que disso se apercebam, requerer a insolvência da no número anterior propor aos restantes a partilha
sociedade. adicional, que será feita nos termos por todos acordados.

Artigo 159.º Secção XII


Aprovação das contas finais e partilha da sociedade Publicidade dos atos sociais

1. Aprovadas as contas finais, o ativo, líquido dos encargos Artigo 162.º


da liquidação e das dívidas de natureza fiscal ou de registo Publicações
ainda não exigíveis, é partilhado entre os sócios nos termos
fixados nos estatutos ou, na sua falta, nos termos dos 1. As publicações de atos sujeitos a registo são feitas numa
números seguintes. das línguas oficiais nos termos previstos na legislação de
registo comercial.
2. O ativo restante é destinado em primeiro lugar ao reembolso
do montante das entradas de capital efetivamente realiza- 2. Os avisos, anúncios e convocações dirigidos aos sócios
das; esse montante é a fração de capital correspondente a ou a credores, quando a lei ou o contrato mandem publicá-
cada sócio, sem prejuízo do que dispuser o estatuto da los, devem ser publicados num jornal de âmbito nacional
sociedade para o caso de os bens com que o sócio realizou ou, na falta deste, em pelo menos um dos jornais mais lidos
a entrada terem valor superior àquela fração nominal. no município onde se encontra a sede da sociedade.
Série I, N.° 19 Quarta-Feira, 17 de Maio de 2017 Página 31
Jornal da República Pg. 033 da Compilação

Artigo 163.º a) Do início da mora, quanto à obrigação de entrada de


Responsabilidade por divergências capital ou de prestações suplementares;

1. A sociedade responde pelos prejuízos causados a sócios b) Do termo da conduta dolosa ou culposa, ou da sua
ou terceiros pelas divergências entre o teor dos atos pratica- revelação se aquela houver sido ocultada, e da produ-
dos, o teor do registo e o teor das publicações; respondem ção do dano, sem necessidade de que este se tenha
solidariamente com a sociedade os administradores e o integralmente verificado, relativamente à obrigação de
secretário da sociedade, quando exista, salvo se provarem indemnizar a sociedade;
que agiram sem culpa.
c) Do vencimento, relativamente a qualquer outra
2. Os administradores e o secretário da sociedade, quando obrigação.
exista, devem tomar as providências necessárias à remoção
das divergências, no mais breve prazo, a partir da data em 2. Prescrevem no prazo de cinco anos, a partir do momento
que delas tenham conhecimento. referido na alínea b) do número anterior, os direitos dos
sócios e de terceiros, por responsabilidade para com eles
3. No caso de divergência entre o teor de qualquer publicação de outros sócios, administradores, membros do órgão de
e o do registo, a sociedade não pode opor a terceiros o fiscalização, secretário da sociedade e liquidatários.
texto publicado, mas estes podem prevalecer-se dele, salvo
se a sociedade provar que o terceiro tinha conhecimento 3. Prescrevem no prazo de cinco anos, a contar do registo da
do texto constante do registo. extinção da sociedade, os direitos de crédito de terceiros
contra a sociedade, exercíveis contra os antigos sócios e
Artigo 164.º os exigíveis por estes contra terceiros, nos termos do artigo
Menções em documentos dirigidos a terceiros 161.º, se, por força de outros preceitos, não prescreverem
antes do fim daquele prazo.
Sem prejuízo do disposto em lei especial, em todos os contratos,
correspondência, publicações, anúncios e de um modo geral 4. Prescrevem no prazo de cinco anos, a contar da data do
em todos os documentos dirigidos pela sociedade a terceiros, registo da fusão, os direitos de indemnização referidos no
devem ser sempre mencionados a firma, a sede, o número de artigo 124.º.
identificação fiscal e o capital social, juntamente com o montante
do capital realizado, se for diverso. 5. Se o facto de que resulta a obrigação constituir crime para o
qual a lei estabeleça prescrição sujeita a prazo mais longo,
Secção XIII é este o prazo aplicável.
Fiscalização pelo Ministério Público
CAPÍTULO II
Artigo 165.º Sociedades por quotas
Fiscalização pelo Ministério Público
Secção I
1. O Ministério Público deve requerer, sem dependência de Disposições gerais
ação declarativa, a liquidação judicial de sociedade que:

a) Não estando registada, exerça atividade há mais de três Artigo 167.º


meses; Características

b) Não se constitua ou não funcione nos termos 1. A sociedade por quotas tem o capital dividido em quotas e
prescritos na lei; ou os sócios são solidariamente responsáveis pela realização
das quotas de todos nos termos do artigo 173.º.
c) Tenha um objeto ilícito ou contrário à ordem pública.
2. As quotas não podem ser incorporadas em títulos negociá-
2. O tribunal deve ordenar a notificação do requerimento à veis nem denominar-se ações.
sociedade e aos sócios e, sendo a regularização possível,
fixar um prazo razoável para a mesma. 3. Os estatutos da sociedade devem especificar, além do
disposto no n.º 4 do artigo 7.º, a quota de capital de cada
Secção XIV sócio.
Prescrição
4. A firma destas sociedades deve ser formada, com ou sem
Artigo 166.º sigla, pelo nome ou firma de todos, algum ou alguns dos
Prescrição sócios, ou por uma denominação particular, ou pela reunião
de ambos esses elementos, mas em qualquer caso concluirá
1. Os direitos da sociedade contra os sócios, os administrado- pela palavra “Limitada” ou pela abreviatura “Lda.”
res, os membros do conselho fiscal ou o fiscal único, o
secretário da sociedade e os liquidatários, bem como os 5. Salvo o disposto no n.º 1 e no artigo seguinte, só o património
direitos destes contra a sociedade, prescrevem no prazo social responde para com os credores pelas dívidas da
de cinco anos contados a partir: sociedade.
Série I, N.° 19 Quarta-Feira, 17 de Maio de 2017 Página 32
Jornal da República Pg. 034 da Compilação

Artigo 168.º Secção II


Responsabilidade direta dos sócios para com os credores da Relações entre os sócios
sociedade
Subsecção I
1. Pode estipular-se nos estatutos da sociedade que um ou Quotas e sua realização
mais sócios determinados, além de responderem para com
Artigo 171.º
a sociedade nos termos do n.º 1 do artigo anterior,
Quotas
respondam também perante os credores sociais até
determinado montante. 1. O valor nominal de cada quota deve ser igual ou superior a
1 dólar norte-americano e constituir um múltiplo de um.
2. Os estatutos da sociedade tanto podem determinar que a
responsabilidade seja solidária com a sociedade como 2. O disposto no número anterior aplica-se às quotas que
subsidiária em relação a ela, mas, para todos os sócios que resultem de divisão.
assim devam responder, deve ser igual o regime.
3. O capital que cada sócio subscreva no ato constitutivo
3. A responsabilidade regulada nos números anteriores, apenas pode corresponder a uma quota; o capital que cada
abrange apenas as obrigações assumidas pela sociedade sócio subscreva ou lhe fique a pertencer em qualquer
enquanto o sócio a ela pertencer e não se transmite por aumento de capital só pode corresponder a uma nova quota.
morte do sócio, sem prejuízo da transmissão das obrigações
4. São sempre independentes e indivisíveis as quotas a que
a que anteriormente estava vinculado.
correspondam direitos especiais.

4. O sócio que pagar dívidas da sociedade nos termos deste Artigo 172.º
artigo, tem direito de regresso contra a sociedade pela Momento da realização das quotas
totalidade do que houver pago, mas não contra os outros
sócios. 1. Pode ser diferida a realização, até metade do seu valor
nominal, das quotas que devam ser realizadas em dinheiro,
Artigo 169.º desde que o montante realizado em dinheiro e o valor
Número máximo de sócios nominal das quotas realizadas em espécie perfaçam valor
igual ou superior a 5.000 dólares norte-americanos.
1. Uma sociedade por quotas não pode ter mais de trinta
2. A realização das quotas só pode ser diferida, por prazo não
sócios.
superior a três anos, para data certa e determinada ou a
determinar pela administração.
2. Nenhum ato que tenha por efeito fazer com que uma
sociedade por quotas tenha mais de trinta sócios produz 3. Se a data houver de ser determinada pela administração e
quaisquer efeitos em relação à sociedade enquanto esta esta o não fizer, o dever de realizar vence-se no termo do
não tiver sido transformada, por deliberação dos sócios, prazo de três anos a contar da data de registo do ato
em sociedade anónima. constitutivo da sociedade ou da deliberação de aumento
do capital.
3. Se o facto determinante de o número de sócios passar o
limite fixado no n.º 1 for mortis causa, os sucessores podem Artigo 173.º
requerer ao tribunal que fixe um prazo razoável, sob pena Responsabilidade dos outros sócios pela realização das
de dissolução, para ser deliberada a transformação em quotas
sociedade anónima.
1. Se o sócio não realizar pontualmente a sua quota, os outros
sócios são obrigados, proporcionalmente às suas quotas
4. Sempre que uma quota pertencer em contitularidade a várias mas solidariamente para com a sociedade, a realizar a parte
pessoas, contar-se-á apenas um sócio para os efeitos deste em mora.
artigo.
2. Antes de interpelar os outros sócios para a realização da
Artigo 170.º parte em dívida nos termos do número anterior, a
Capital social administração da sociedade deve avisar o sócio em mora,
nos termos do artigo 44.º, de que lhe é concedido o prazo
1. O capital social é livremente fixado pelos sócios. suplementar de sessenta dias, a partir da data de expedição
da comunicação, para realizar a quota, sem prejuízo do
2. O capital social deve sempre corresponder à soma dos disposto nos n.ºs 2 e 3 do artigo 32.º.
valores nominais das quotas.
3. Se o sócio em mora não realizar a quota no prazo fixado nos
termos do número anterior, a sociedade interpela os outros
sócios para que realizem a parte em mora.
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Jornal da República Pg. 035 da Compilação

4. A quota, na sua totalidade, passa a pertencer aos sócios ser comunicadas por escrito à sociedade, sob pena de
que realizem a parte em falta, na proporção em que o façam, ineficácia.
sendo para o efeito dividida e acrescida às respetivas
quotas. 5. Cabe ao representante comum exercer, perante a sociedade,
todos os direitos e cumprir todas as obrigações inerentes
5. O sócio que perca a quota nos termos dos números à quota indivisa, não sendo oponível à sociedade qualquer
anteriores não tem direito a reaver as quantias já pagas por limitação aos poderes de representação para tanto
conta da realização da quota. necessários.
6. Destes efeitos deve também o sócio em mora ser avisado 6. O regime constante deste artigo é aplicável à quota integrada
na comunicação referida no n.º 2. em património autónomo que deva ser partilhado, salvo
7. O secretário da sociedade ou, quando este não exista, um disposição legal em contrário.
administrador deve inscrever nos livros da sociedade e
fazer registar as alterações correspondentes. Artigo 177.º
Unificação de quotas
Artigo 174.º
Direito de preferência nos aumentos do capital 1. A quota primitiva de um sócio e as que posteriormente
adquirir são independentes.
1. Os sócios gozam do direito de preferência na subscrição
dos aumentos de capital social. 2. O titular pode, porém, unificá-las, desde que estejam
integralmente liberadas e lhes não correspondam, segundo
2. À limitação ou supressão do direito de preferência referido os estatutos da sociedade, direitos e obrigações diversas.
no número anterior aplica-se o disposto no n.º 4 do artigo
275.º. 3. A unificação deve ser reduzida a escrito, registada e
comunicada à sociedade.
Subsecção II
Divisão e unificação de quotas Subsecção III
Transmissão de quotas
Artigo 175.º
Divisão de quotas Artigo 178.º
Forma e registo da transmissão
1. Uma quota só pode ser dividida por efeito de amortização
parcial, transmissão parcial ou parcelada, partilha ou divisão 1. A transmissão de quota entre vivos deve constar de docu-
entre contitulares, sem prejuízo do disposto no n.º 1 do mento escrito, que pode ser meramente particular, salvo
artigo 171.º. disposição diversa da lei.

2. Todos os atos que importem divisão de quotas devem 2. A transmissão de quota é ineficaz em relação à sociedade
constar de documento escrito, que pode ser meramente enquanto não lhe for comunicada por escrito e registada.
particular, salvo disposição diversa da lei.
Artigo 179.º
3. A divisão de quota não tem de ser consentida pelos sócios, Direito de preferência na transmissão de quota
sem prejuízo do disposto na lei ou nos estatutos sobre
transmissão de quotas e de a quota se não considerar 1. Salvo disposição em contrário dos estatutos, a sociedade
dividida, para quaisquer efeitos, sem que a divisão tenha e, caso esta o não exerça, os sócios na proporção das
sido inscrita nos livros da sociedade e registada. respetivas quotas, têm direito de preferência em todos os
casos de transmissão de quotas entre vivos.
Artigo 176.º
Quota indivisa 2. A sociedade só pode exercer o direito de preferência se, por
efeito da aquisição, a sua situação líquida não se tornar
1. Os contitulares de quota indivisa devem exercer os direitos inferior à soma do capital social, da reserva legal e das
e cumprir as obrigações a ela inerentes através de um reservas estatutárias obrigatórias.
representante comum.
3. Nenhuma transmissão entre vivos é eficaz, mesmo entre as
2. Os atos da sociedade que devam ser notificados pessoal- partes, se a sociedade e os sócios não tiverem sido
mente aos sócios devem sê-lo na pessoa do representante notificados por escrito, por meio que permita a prova da
comum ou, na falta deste, na pessoa de qualquer dos receção, para o exercício de direito de preferência.
contitulares.
4. Notificada a sociedade e os sócios da pretendida transmis-
3. Os contitulares respondem solidariamente pelas obrigações são, do respetivo preço, identificação do proposto adqui-
inerentes à quota. rente e demais condições, a sociedade primeiro e os sócios
depois, dispõem de quarenta e cinco dias, aquela, e quinze
4. A nomeação e destituição do representante comum devem dias, estes, para exercer o referido direito.
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5. Se o preço da pretendida transmissão exceder em mais de este pode declarar à sociedade, por escrito e por meio que
50% o valor da quota que resultar de avaliação para o permita a prova de receção, no prazo de trinta dias após o
efeito expressamente feita por auditor de contas sem relação conhecimento daquele facto, a sua vontade de amortizar
com a sociedade, a sociedade e os sócios têm o direito a as respetivas quotas.
adquirir a quota pelo valor resultante da avaliação acrescido
de 25%. 5. A amortização torna-se eficaz, desde que registada,
decorridos trinta dias sobre a receção da notificação pela
6. À quota adquirida pela sociedade por efeito do exercício de sociedade, mas, se não se verificarem os pressupostos do
direito de preferência aplica-se o disposto no n.º 3 do artigo n.º 2 do artigo 185.º, só após a sua verificação é paga a
185.º. contrapartida da amortização.

7. A decisão judicial que determine a transmissão de quota em Artigo 182.º


qualquer processo deve ser oficiosamente notificada à Contrapartida da amortização
sociedade para os efeitos deste artigo, devendo esta 1. A contrapartida da amortização consiste no pagamento ao
notificar os sócios por escrito. sócio de uma quantia igual ao valor da quota que resultar
da avaliação, para o efeito expressamente realizada, por
8. Os estatutos não podem estabelecer outras limitações à auditor de contas sem relação com a sociedade.
transmissão de quotas entre vivos.
2. A contrapartida é paga em duas prestações iguais, que se
Subsecção IV vencem, respetivamente, seis meses e um ano após a data
Amortização de quotas em que a amortização se torna eficaz ou em que se verifi-
quem os pressupostos referidos no n.º 2 do artigo 185.º.
Artigo 180.º
Amortização de quotas Artigo 183.º
Exclusão de sócio
1. A amortização de quotas só pode ter lugar nos casos de
exclusão ou exoneração de sócio. 1. Um sócio pode ser excluído nos casos especialmente
previstos nos estatutos e ainda, por decisão judicial,
2. A amortização da quota tem por efeito a sua extinção. quando pelo seu comportamento cause prejuízos
relevantes à sociedade.
3. Se a amortização de quota não for acompanhada da corres-
pondente redução do capital, as quotas dos outros sócios 2. A exclusão do sócio não preclude o dever deste de indem-
serão proporcionalmente aumentadas, devendo tal facto nizar a sociedade pelos prejuízos que lhe tenha causado.
ser levado ao registo.
3. Só por unanimidade é permitida a alteração de estatutos em
4. Não pode ser deliberada a amortização de uma quota que matéria de exclusão de sócios.
não esteja integralmente realizada.
Artigo 184.º
5. Se a sociedade tiver o direito de amortizar a quota pode, em Exoneração de sócio
vez disso, adquiri-la ou fazê-la adquirir por sócio ou por
terceiro, aplicando-se, no primeiro caso, o disposto no n.º 1. Um sócio pode exonerar-se da sociedade nos casos previs-
3 do artigo 185.º. tos nos estatutos e ainda quando, contra o seu voto, os
sócios deliberem:
6. Os sócios só podem deliberar amortizar uma quota nos
termos do n.º 2 do artigo 185.º.
a) Um aumento do capital a subscrever, total ou
parcialmente, por terceiros;
Artigo 181.º
Forma de amortização e sua eficácia b) Uma modificação do objeto com o alcance previsto no
artigo 106.º;
1. A amortização efetua-se por deliberação dos sócios nos
casos de exclusão de sócio, ou por vontade de um sócio, c) A transferência da sede da sociedade para o
no caso de exoneração deste. estrangeiro.

2. Verificado o facto legal ou estatutariamente permissivo da 2. O sócio só pode exonerar-se se as suas quotas estiverem
exclusão de um sócio, os restantes sócios podem, no prazo integralmente realizadas.
de noventa dias, a contar do conhecimento daquele facto
pela administração, deliberar amortizar as quotas de que Subsecção V
aquele seja titular. Aquisição de quotas próprias

3. A deliberação de amortização torna-se eficaz pelo registo e Artigo 185.º


notificação ao sócio excluído. Aquisição de quotas próprias

4. Verificado o facto permissivo da exoneração de um sócio, 1. A sociedade pode, mediante deliberação dos sócios, adquirir
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Jornal da República Pg. 037 da Compilação

quotas próprias a título oneroso e, por mera deliberação da aos sócios, que contenha o aviso convocatório e seja
administração, a título gratuito. expedida com a antecedência mínima de quinze dias em
relação à data marcada para a reunião da assembleia, a
2. A sociedade só pode adquirir quotas próprias integralmente menos que os estatutos determinem que o aviso
realizadas se a sua situação líquida não se tornar, por efeito convocatório deva ser publicado ou estabeleçam prazo
da aquisição, inferior à soma do capital social, da reserva mais longo.
legal e das reservas estatutárias obrigatórias.
2. Nenhum sócio pode ser privado do direito a assistir às
3. Com exceção do direito de receber novas quotas ou reuniões das assembleias gerais, ainda que esteja impedido
aumentos de valor nominal das participações nos aumentos de exercer o direito de voto.
de capital por incorporação de reservas, todos os direitos
inerentes às quotas de que a sociedade seja titular se 3. Salvo disposição dos estatutos em contrário, o sócio apenas
consideram suspensos pode fazer-se representar na assembleia geral por outro
sócio, pelo cônjuge, por descendente ou ascendente,
Subsecção VI bastando, como instrumento de representação voluntária,
Lucros e reserva legal um documento escrito assinado pelo sócio e dirigido ao
presidente da mesa.
Artigo 186.º
Lucros e reserva legal Artigo 189.º
Atribuição de votos e apuramento da maioria
1. Os lucros distribuíveis do exercício têm o destino que for
deliberado pelos sócios. 1. A cada quota de capital corresponde um voto, reportado à
percentagem que o valor nominal da quota representa no
2. Os estatutos podem impor que uma percentagem, não capital social.
inferior a 25% e não superior a 75%, dos lucros distribuíveis
do exercício seja obrigatoriamente distribuída aos sócios. 2. Para determinar se sobre uma proposta recaiu uma maioria
de votos, no sentido da sua aprovação ou da sua rejeição,
3. O crédito dos sócios aos lucros vence-se trinta dias após o não são contadas as abstenções.
registo da deliberação que aprovou as contas do exercício
e da que dispôs sobre a aplicação dos resultados. Artigo 190.º
Competência dos sócios
4. Dos lucros do exercício, uma parte não inferior a 25%, deve
ficar retida na sociedade a título de reserva legal até que Sem prejuízo de outras matérias que a lei ou os estatutos façam
atinja um montante igual a metade do capital social e no depender de deliberação dos sócios, compete a estes deliberar
mínimo de 2.500 dólares norte-americanos. sobre:

5. Aplica-se às sociedades por quotas, com as necessárias a) Alteração dos estatutos, sem prejuízo do disposto no n.º 2
adaptações, o disposto nos n.ºs 2 e 3 do artigo 238.º. do artigo 9.º;

Subsecção VIII b) Exercício do direito de preferência na transmissão de quotas


Direitos especiais dos sócios entre vivos;

Artigo 187.º c) Exclusão não judicial de sócio e a amortização das respetivas


Direitos especiais dos sócios quotas;

Os direitos especiais de natureza patrimonial são transmissíveis d) Aquisição de quotas próprias pela sociedade;
com a respetiva quota, salvo se do ato constitutivo ou dos
estatutos resultar que foram estabelecidos intuitu personae; e) Exigência e a restituição de prestações suplementares;
estes e os direitos especiais não patrimoniais não se transmitem
com a quota. f) Aprovação das contas anuais da sociedade e do relatório
da administração;
Secção III
Órgãos sociais g) Distribuição de lucros;

Subsecção I h) Designação e destituição de administradores;


Assembleia geral
i) Designação e destituição do fiscal único ou de membros do
Artigo 188.º conselho fiscal;
Assembleia geral
j) Fusão, cisão, transformação e dissolução da sociedade;
1. A convocação das assembleias gerais deve ser feita por
escrito, por meio que permita a prova da receção, dirigido k) Aprovação das contas finais dos liquidatários;
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l) Aquisição de participações em sociedades de responsa- dela, por qualquer um deles, dentro dos limites dos seus
bilidade ilimitada ou de objeto diferente do da sociedade poderes, ou pelos dois conjuntamente se os estatutos assim
ou em sociedades reguladas por lei especial. dispuserem.

Artigo 191.º 3. Tendo a administração três ou mais administradores, deve


Maiorias funcionar como órgão colegial, considerando-se tomadas
as deliberações do órgão que reúnam os votos favoráveis
Sem prejuízo dos casos em que a lei ou os estatutos exigem da maioria dos administradores e, salvo disposição
percentagem mais elevada de votos, consideram-se tomadas: estatutária em contrário, a sociedade vinculada pelos
negócios jurídicos concluídos pela maioria dos
a) As deliberações sobre as matérias previstas nas alíneas a) administradores ou pela maioria ratificados.
e j) do artigo anterior, se merecerem votos favoráveis
correspondentes a, pelo menos, dois terços do capital 4. O órgão colegial de administração pode delegar, salvo dis-
social; posição diversa dos estatutos, em algum ou alguns dos
administradores competência para, isolada ou conjunta-
b) As deliberações sobre as restantes matérias, se merecerem mente, se ocuparem de especificadas matérias de gestão
votos favoráveis correspondentes à maioria absoluta do da sociedade ou praticarem determinados atos ou cate-
capital social, em primeira convocatória, e à maioria absoluta gorias de atos.
do capital presente ou representado, em segunda
convocatória. 5. A delegação de competência prevista no número anterior
deve constar da ata da reunião do órgão em que foi
Subsecção II deliberada.
Administração
6. O órgão colegial de administração reúne informalmente ou
Artigo 192.º sempre que convocado por qualquer administrador e de
Composição da administração qualquer reunião deve ser elaborada a ata respetiva que,
na ausência ou inexistência do secretário, é assinada pelos
A sociedade por quotas é gerida e representada por um ou administradores presentes antes de lançada no respetivo
mais administradores que podem ser ou não sócios. livro.

Artigo 193.º 7. Salvo disposição em contrário dos estatutos da sociedade,


Designação e mandato dos administradores a administração pode aprovar um regulamento interno que
permita a participação dos seus membros nas reuniões
1. Os administradores são designados no ato constitutivo ou através de meios de comunicação à distância.
eleitos por deliberação dos sócios.
8. No exercício das suas competências os administradores
2. O mandato dos administradores, que podem ser reeleitos, devem agir com respeito pelas deliberações dos sócios,
tem prazo certo que não pode exceder três exercícios, mas regularmente tomadas, sobre matérias de gestão da
sem prejuízo de os estatutos poderem dispor que tenha sociedade.
duração indeterminada.
Artigo 196.º
3. Os administradores não podem fazer-se representar no Remuneração dos administradores
exercício das suas funções
1. Os administradores têm direito a remuneração fixada por
Artigo 194.º deliberação dos sócios.
Substituição dos administradores
2. Qualquer sócio pode requerer ao tribunal a redução da
Se faltarem definitiva ou temporariamente todos os remuneração dos administradores se forem manifestamente
administradores, qualquer sócio pode praticar os atos urgentes desproporcionadas quer aos serviços prestados quer à
que não possam esperar pela eleição de novos administradores situação da sociedade.
ou pela cessação da falta.
3. Se um administrador for destituído sem justa causa, tem
Artigo 195.º direito a receber, a título de indemnização, as remunerações
Funcionamento da administração que receberia até ao termo do seu mandato ou, se este não
tiver sido conferido por prazo certo, as remunerações
1. Existindo um só administrador, considera-se a sociedade correspondentes a dois exercícios.
obrigada pelos atos praticados, em nome dela, por esse
administrador, dentro dos limites dos seus poderes. Artigo 197.º
Renúncia dos administradores
2. Sendo a administração composta por dois administradores,
ambos têm iguais poderes de administração, considerando- 1. O administrador pode renunciar ao mandato, devendo fazê-
se a sociedade obrigada pelos atos praticados, em nome lo por escrito, por meio que permita a prova da receção
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dirigida à administração; na falta desta, ou quando haja um 3. A firma destas sociedades deve incluir a palavra «uni-
único administrador, ao secretário da sociedade e se este pessoal» antes da palavra «Limitada» ou da abreviatura
não existir, ao presidente da mesa da assembleia geral. «Lda».

2. A renúncia torna-se eficaz perante a sociedade trinta dias Artigo 200.º


após recebida a comunicação referida no n.º 1, ou logo que Negócios jurídicos entre o sócio único e a sociedade
registada se o registo ficar concluído antes daquele prazo.
1. O negócio jurídico celebrado, diretamente ou por interposta
3. Se o mandato tiver prazo certo, o administrador renunciante pessoa, entre a sociedade e o sócio deve constar sempre
deve indemnizar a sociedade pelos prejuízos que da sua de documento escrito, se outra forma mais solene não for
renúncia para ela resultarem. exigida, e ser necessário, útil ou conveniente à prossecução
do objeto da sociedade, sob pena de nulidade.
Artigo 198.º
Destituição dos administradores 2. O negócio jurídico referido no número anterior deve ser
sempre objeto de relatório prévio a elaborar por um auditor
1. Os sócios podem deliberar, a todo o tempo, a destituição de de contas sem relação com a sociedade, que, nomeada-
administradores. mente, declare que os interesses sociais se encontram
devidamente acautelados e obedecer o negócio às
2. Os estatutos podem exigir que a destituição de um ou mais condições e preço normais do mercado, sob pena de não
administradores seja deliberada por maioria qualificada. poder ser celebrado.

3. Se nos estatutos for atribuído a um sócio o direito especial 3. O negócio jurídico referido no número anterior deve regis-
à administração, ele não pode ser destituído por deliberação tado no livro de registo de ónus, encargos e garantias,
dos restantes sócios. para ser eficaz.

4. Ocorrendo justa causa, qualquer administrador pode ser 4. O disposto neste artigo não é aplicável aos suprimentos
destituído por decisão do tribunal a requerimento de realizados nos termos dos artigos 39.º e 40.º.
qualquer sócio ou administrador.
Artigo 201.º
5. A violação grave ou repetida dos deveres de administrador Decisões do sócio único
constitui justa causa de destituição.
As decisões sobre matérias que por lei são da competência
6. Considera-se violação grave dos deveres de administrador, deliberativa dos sócios devem ser tomadas pessoalmente pelo
designadamente: sócio único e lançadas num livro destinado a esse fim, sendo
por aquele assinadas e, se existir, pelo secretário da sociedade.
a) O não registo ou o registo tardio dos atos a ele sujeitos
e a não manutenção em ordem e com atualidade dos CAPÍTULO III
livros da sociedade; Sociedades anónimas

b) O exercício, por conta própria ou alheia, de atividade Secção I


concorrente com a da sociedade, salvo prévio consenti- Disposições gerais e subscrição pública
mento dos sócios. Subsecção I
Disposições gerais
Secção IV
Sociedades por quotas unipessoais Artigo 202.º
Características
Artigo 199.º
Sociedade por quotas unipessoais 1. A sociedade anónima só pode ser constituída por um mínimo
de três acionistas, sem prejuízo do disposto quanto às
1. Qualquer pessoa singular ou coletiva pode constituir uma sociedades coligadas.
sociedade por quotas de cujo capital, que constitui uma
única quota, seja inicialmente o único titular, que se rege 2. Do disposto no n.º 1 excetuam-se as sociedades em que o
pelas disposições desta secção e, com as necessárias Estado detenha a totalidade ou a maioria do capital, as
adaptações, pelas disposições aplicáveis às sociedades quais podem constituir-se apenas com um ou dois
por quotas. acionistas, mas se o Estado for acionista único é-lhe
aplicável o disposto nos artigos 289.º a 291.º com as devidas
2. As disposições da presente secção aplicam-se às socie- adaptações.
dades por quotas originariamente unipessoais, enquanto
a unipessoalidade se mantiver, e às sociedades por quotas 3. O capital das sociedades anónimas não pode ser inferior a
supervenientemente unipessoais, decorridos que sejam 50.000 dólares norte-americanos.
noventa dias sem ter sido reconstituída a pluralidade de
sócios. 4. O capital é dividido em ações, todas de valor nominal igual,
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no valor de 1 dólar norte-americano ou múltiplos de um, pública só pode haver ações ordinárias de uma mesma
representadas por títulos. categoria.

5. A responsabilidade do acionista é limitada ao valor das Artigo 206.º


ações que subscreve. Projeto

6. A firma destas sociedades é formada, com ou sem sigla, 1. Os promotores devem elaborar um projeto de que constem:
pelo nome ou firma de um ou alguns dos acionistas ou por
uma denominação particular, ou pela reunião de ambos a) O projeto integral dos estatutos, com rigorosa especifi-
esses elementos, mas em qualquer caso concluirá pela cação do objeto da sociedade;
expressão “sociedade anónima” ou pela abreviatura “S.A.”.
b) O número de ações destinadas a subscrição pública
Artigo 203.º bem como a sua natureza e valor nominal e o prémio de
Realização do capital emissão, se houver;

1. A sociedade anónima não pode ser constituída sem que c) O montante estimado dos custos suportados pelos
esteja subscrita a totalidade do capital social e este promotores, se estes deverem ser reembolsados pela
realizado, pelo menos, em 25%. sociedade nos termos do n.º 2 do artigo 17.º;

2. Não pode haver diferimento da realização do capital que o d) O prazo da subscrição e as instituições de crédito junto
deva ser em espécie, nem do pagamento do prémio de das quais pode ser feita;
emissão, se a ele houver lugar.
e) O prazo dentro do qual vai reunir a assembleia
Artigo 204.º constitutiva;
Ato constitutivo
f) Um estudo técnico, económico e financeiro previsional,
para três anos, da evolução da sociedade, elaborado
No ato constitutivo devem intervir os acionistas, salvo se a
com base em dados verdadeiros e completos e tomando
sociedade for constituída com recurso a subscrição pública, e
em conta as circunstâncias conhecidas e as previsões
dos estatutos deve constar, além do referido no n.º 4 do artigo
disponíveis nessa data, de forma a esclarecer
7.º, o seguinte:
devidamente os eventuais interessados na subscrição;
a) Valor nominal e o número de ações; g) As regras a que obedecerá o rateio da subscrição, se
b) A autorização, se a houver, para emissão de obrigações; este for necessário;

c) O montante até ao qual a administração pode aumentar o h) A indicação das condições em que a sociedade é
capital social sem deliberação dos acionistas; constituída se a subscrição pública for incompleta ou a
de que, em tal caso, se não constitui;
d) As espécies de ações, ordinárias e preferenciais, se forem
diversas; i) O montante do capital subscrito a realizar no ato da
subscrição, os prazos de realização do restante, bem
e) As diversas categorias de ações ordinárias, se não corres- como o prazo de restituição daquele montante no caso
ponderem direitos iguais a todas. de a sociedade não se chegar a constituir.

Subsecção II 2. O projeto deve ainda conter a identificação completa dos


Constituição com recurso a subscrição pública promotores e dos autores do estudo previsto na alínea f)
do número anterior, se forem diferentes.
Artigo 205.º
Constituição com recurso a subscrição pública Artigo 207.º
Responsabilidade
1. A constituição da sociedade com recurso a subscrição pú-
blica é iniciada por um ou mais promotores, pessoas singu- 1. Pela exatidão dos elementos de facto contidos no projeto
lares ou coletivas, que são solidariamente responsáveis respondem pessoal, solidária e ilimitadamente todos os
por todo o processo até ao registo da sociedade. promotores da sociedade.

2. Os promotores devem subscrever e realizar, em dinheiro, 2. São, para este efeito, também considerados promotores da
eles próprios, ações cujos valores nominais somem pelo sociedade os autores do estudo previsto na alínea f) do n.º
menos 50.000 dólares norte-americanos ou 20% do capital, 1 do artigo anterior.
consoante o que for mais elevado, que não podem alienar
ou onerar antes de aprovadas as contas do terceiro Artigo 208.º
exercício. Fiscalização do projeto e oferta

3. Nas sociedades constituídas com recurso a subscrição 1. Uma cópia do projeto referido no artigo 206.º deve ser
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entregue à entidade supervisora do mercado monetário e 3. Das reuniões devem ser feitas listas de presença e atas
cambial. elaboradas nos termos do n.º 2 do artigo 65.º.

2. Decorridos quinze dias sobre a entrega referida no número 4. Todos os documentos relativos à subscrição e, de um modo
anterior, os promotores devem formular uma oferta pública geral, à constituição da sociedade devem estar patentes
de subscrição, por si assinada, a qual é registada juntamente aos subscritores a partir da publicação da convocatória, a
com o projeto. qual deve mencionar esse facto, indicando o local onde
podem ser consultados.
Artigo 209.º
Publicidade 5. Na primeira data fixada, a assembleia só pode reunir-se
estando presentes ou representados os promotores e ainda
1. Registados a oferta e o projeto, devem estes ser publicados subscritores que sejam titulares ou representem três
na íntegra, sem prejuízo do disposto no número seguinte. quartos do capital subscrito pelo público, neste caso, as
deliberações são tomadas pela maioria dos votos
2. A publicação do estudo previsto na alínea f) do n.º 1 do correspondentes ao capital social, cabendo um voto por
artigo 206.º pode ser substituída pela menção de que cópias ação subscrita.
do mesmo se encontram à disposição de qualquer
interessado, sem quaisquer encargos, nas instituições de 6. Se, na segunda data fixada, não estiverem presentes ou
crédito onde a subscrição pode ser feita. representados os promotores e subscritores que sejam
titulares ou representem metade do capital subscrito pelo
Artigo 210.º público, as deliberações são tomadas por dois terços dos
Realização em dinheiro votos, cabendo um voto por ação subscrita.

Nas sociedades com recurso a subscrição pública, o capital só 7. Se a assembleia não puder deliberar, nos termos dos números
pode ser realizado em dinheiro. anteriores, em nenhuma das datas fixadas na convocatória,
a sociedade não pode constituir-se, aplicando-se o disposto
nos n.ºs 2 e 3 do artigo anterior.
Artigo 211.º
Subscrição incompleta
8. Se a sociedade não chegar a constituir-se, todas as despesas
efetuadas com vista à sua constituição são suportadas
1. A sociedade só pode constituir-se se tiverem sido sub-
pelos promotores.
scritas, pelo menos, 75% das ações oferecidas ao público
e se essa possibilidade estiver prevista no projeto nos
Artigo 213.º
termos da alínea h) do n.º 1 do artigo 206.º.
Deliberações
2. Não podendo a sociedade constituir-se por não terem sido
1. Reunida a assembleia, os promotores devem fazer decla-
subscritas em percentagem suficiente as ações destinadas ração equivalente à prevista no n.º 1 do artigo 112.º e a
ao público, os promotores devem, nos cinco dias úteis assembleia, se tiver havido mudança relevante, deve
seguintes ao fim do prazo de subscrição indicado no deliberar nos termos do n.º 2 do mesmo artigo.
projeto, fazer publicar anúncios em que informem do facto
os subscritores, bem como cancelar o registo do projeto. 2. Não tendo havido mudança relevante ou tendo sido
deliberado não ser necessária a reelaboração do projeto, a
3. Os mesmos anúncios devem informar os subscritores de assembleia constitutiva delibera sobre a constituição da
que a sociedade se não constitui e que o capital por cada sociedade e sobre a designação dos primeiros titulares
um realizado se encontra à sua disposição junto da dos órgãos sociais.
instituição de crédito em que procedeu à subscrição; os
anúncios devem ser repetidos decorrido um mês. 3. Se for deliberada a constituição apesar de o capital não ter
sido integralmente subscrito, deve o capital ser reduzido
Artigo 212.º ao montante subscrito.
Assembleia constitutiva
4. Se for deliberada a reelaboração do projeto ou a não
1. Terminado o prazo de subscrição e podendo ser constituída constituição, aplica-se o disposto nos n.ºs 2 e 3 do artigo
a sociedade, os promotores devem, nos cinco dias úteis 211.º com as necessárias adaptações.
seguintes, convocar uma assembleia de todos os
subscritores. 5. Da ata, que deve ser publicada se tiver sido deliberada a
constituição, deve constar em anexo a lista de presenças
2. A convocação, que deve conter duas datas para que a as- dos subscritores com indicação dos que votaram
sembleia possa reunir, se necessário, em segunda favoravelmente a constituição da sociedade; a lista anexa
convocatória, deve obedecer ao disposto para as não carece de publicação.
assembleias gerais das sociedades anónimas, a assembleia
é presidida por um dos promotores e secretariada por 6. Às deliberações da assembleia constituinte aplicam-se,
advogado. com as necessárias adaptações, as regras sobre nulidade,
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anulabilidade e suspensão das deliberações das assem- mas as ações que integram uma categoria devem conferir
bleias gerais de acionistas. iguais direitos.

7. É também fundamento de anulação das deliberações a 4. As ações preferenciais podem ser remíveis.
falsidade relevante do estudo previsto na alínea f) do n.º 1
do artigo 206.º, mas a anulação não pode ser requerida Artigo 218.º
depois de decorridos seis meses sobre o registo da Momento da realização das ações
constituição da sociedade, ainda que o subscritor só em
data posterior dela tenha conhecimento. 1. Pode ser diferida a realização, até 75% do seu valor nominal,
das ações que devam ser realizadas em dinheiro, desde
8. O disposto no número anterior não prejudica a responsa- que o montante realizado em dinheiro seja, pelo menos,
bilidade civil e criminal dos promotores. igual ao capital mínimo fixado no n.º 3 do artigo 202.º.

Artigo 214.º 2. A realização só pode ser diferida, por prazo não superior a
Registo da constituição cinco anos, para data certa e determinada ou a determinar
pela administração.
Para efeitos do registo, o ato constitutivo é consubstanciado
pela ata da assembleia constitutiva e respetiva lista de 3. Se competir à administração determinar a data e esta o não
presenças. fizer, a obrigação de realizar as ações vence-se no fim do
prazo de cinco anos a contar da data de registo do ato
Artigo 215.º constitutivo da sociedade ou da deliberação de aumento.
Subscrição indireta
4. O montante a realizar pelos acionistas não pode ser inferior
1. A subscrição é pública ainda que seja indiretamente efetuada ao valor nominal das ações, mas pode ser superior se for
por instituições de crédito autorizadas por lei a intervir exigido prémio de emissão.
nestas operações.
5. O pagamento do prémio de emissão não pode ser diferido.
2. Em tal caso, as instituições intervenientes subscrevem to-
do o capital reservado à subscrição pública, assumindo a Artigo 219.º
obrigação de oferecer ao público as ações pelo preço e Responsabilidade pela realização das ações
condições que constam do projeto.
1. Cada acionista responde apenas pela realização das ações
Artigo 216.º que tenha subscrito e, havendo diferimento das entradas
Transmissibilidade das ações em dinheiro para data a determinar pela administração,
nunca entra em mora sem que tenham decorrido trinta dias
As ações das sociedades constituídas por subscrição pública sobre a notificação da deliberação que fixe aquela data.
são sempre livremente transmissíveis, salvo o disposto no n.º
2 do artigo 215.º. 2. São solidariamente responsáveis pela realização das ações
o subscritor primitivo e todos aqueles a quem as ações
Secção II tenham sido, a qualquer título, transmitidas.
Relações dos acionistas com a sociedade
3. Se o acionista ou os antecessores entrarem em mora, deve
Subsecção I a administração notificá-los, novamente, declarando que
Ações e sua realização lhes é concedido um prazo suplementar de noventa dias
para realizarem as ações subscritas e em mora, acrescidas
Artigo 217.º de juros moratórios, sob pena de perderem a favor da
Espécies e categorias de ações sociedade essas ações e as quantias já pagas por conta da
realização das mesmas.
1. As ações podem ser ordinárias ou preferenciais; as ações
ordinárias conferem direito a voto e ao dividendo dos 4. Se a sociedade tiver sido constituída com recurso a
lucros distribuíveis e as ações preferenciais não conferem subscrição pública, na data da expedição quer da primeira,
direito a voto mas conferem direito a um dividendo quer da segunda notificação, devem ser publicados avisos
prioritário e ao reembolso prioritário na partilha do saldo correspondentes dirigidos à generalidade dos subscritores.
de liquidação.
Artigo 220.º
2. As ações ordinárias podem ser divididas em categorias Natureza e forma das ações
diversas se forem diversos os direitos inerentes a cada
categoria de ações. 1. Todas as ações são nominativas.

3. A diversidade de direitos nas ações ordinárias pode consistir 2. As ações podem ser escriturais ou representadas por títulos.
no afastamento da proporcionalidade quanto à distribuição
dos lucros e à partilha do ativo resultante da liquidação,
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Artigo 221.º f) As restrições legais ou estatutárias à transmissão dos


Cupões títulos.

Os títulos podem ser munidos de cupões destinados à 4. Os títulos representativos das ações devem ser postos à
cobrança dos dividendos. disposição dos acionistas no prazo de noventa dias após
o registo da constituição ou de aumento de capital.
Artigo 222.º 5. Durante o período referido no número anterior podem os
Indivisibilidade acionistas requerer à sociedade a emissão de cautelas
provisórias que, para todos os efeitos e até à emissão
1. As ações são indivisíveis. daqueles títulos, os substituem, e devem conter as mesmas
menções dos títulos e devem ser sempre nominativas.
2. Em caso de contitularidade de uma ação, os direitos a ela
inerentes devem ser exercidos por meio de um representante 6. O Governo, por diploma ministerial do ministro com a tutela
comum, respondendo os contitulares direta e da área da economia, estabelece e regulamenta a forma dos
solidariamente pelo cumprimento das obrigações. títulos representativos de ações.

Artigo 223.º Artigo 225.º


Direitos especiais Livro de registo de ações

1. Os direitos especiais conferidos a uma categoria de ações 1. O livro de registo de ações deve conter, em secções sepa-
só podem ser suprimidos ou restringidos mediante radas por espécie e categoria das ações:
deliberação especial tomada em assembleia dos acionistas
titulares de ações da referida categoria. a) O número de ordem de todas as ações;

b) O número e o valor nominal global de cada espécie ou


2. Os direitos especiais transmitem-se com as ações a que são
categoria de ações;
inerentes.
c) As datas de entrega aos acionistas das cautelas pro-
3. As alterações estatutárias que afetem, de modo diverso, visórias ou dos títulos;
diversas espécies de ações, dependem de deliberação
especial tomada em assembleia dos acionistas titulares de d) O nome e a morada do primeiro titular de cada ação;
cada uma das espécies, nos termos e com a maioria exigida
para as alterações estatutárias. e) As conversões efetuadas e a respetiva data;

f) Os desdobramentos ou concentrações e respetiva data;


Artigo 224.º
Títulos representativos de ações g) Os ónus ou encargos sobre as ações;

1. A cada ação deve ser atribuído um número de ordem, que h) A remição de ações preferenciais e a respetiva data;
deve constar dos títulos em que estejam incorporadas. i) A transmissão de ações e a respetiva data.
2. Os títulos representativos de maior número de ações podem 2. Devem constar no livro, em secção separada, as ações de
ser desdobrados em títulos representativos de menor que seja titular a própria sociedade.
número e vice-versa, sempre a pedido e à custa do
acionista. 3. Sendo as ações escriturais, o livro de ações deve conter um
registo individualizado das ações onde se identifique o
3. Os títulos representativos das ações devem conter de respetivo titular e as restrições legais ou estatutárias à sua
forma clara e facilmente compreensível, numa das línguas transmissão, podendo o acionista solicitar à sociedade a
oficiais: emissão de certidão comprovativa desse registo.

4. O secretário da sociedade, se existir, ou um administrador


a) A espécie, a categoria, o número de ordem, o valor no-
deve rubricar as entradas no livro feitas nos termos das
minal e o número global das ações incorporadas em
alíneas c) a i) do n.º 1.
cada título;
5. O registo individualizado de ações pode assumir a forma
b) A firma, a sede e o número de identificação fiscal da eletrónica em termos a regulamentar por decreto do
sociedade; Governo.

c) O montante do capital social subscrito; Subsecção II


Ações preferenciais sem voto
d) O montante percentual em que se encontrem realizadas
as ações incorporadas no título; Artigo 226.º
Emissão e dividendo prioritário
e) As assinaturas, que podem ser de chancela, de um
administrador e do secretário da sociedade, se existir; 1. Os estatutos podem autorizar a sociedade a emitir, até ao
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Jornal da República Pg. 044 da Compilação

montante de metade do capital social, ações sem direito de para todos os efeitos equiparada à reserva legal, sem
voto que confiram, nos termos do n.º 1 do artigo 217.º, o prejuízo da sua eliminação no caso de o capital ser reduzido.
direito a um dividendo prioritário, não inferior a 5% do
valor nominal e a definir na deliberação de emissão, e ao 6. A remição de ações não importa redução do capital e, salvo
reembolso prioritário do seu valor nominal na partilha do disposição contrária dos estatutos, por deliberação da
saldo de liquidação. assembleia geral podem ser emitidas novas ações da mesma
espécie, em substituição das ações remidas, para alienação
2. Havendo lucros distribuíveis, a assembleia geral deve a acionistas ou terceiros.
distribuir pelo menos o dividendo prioritário ou, se aqueles
não forem suficientes, deve repartir os lucros distribuíveis 7. A deliberação de remição de ações está sujeita a registo e
proporcionalmente aos titulares das ações preferenciais. publicação.

Artigo 227.º 8. Os estatutos podem prever sanções para o incumprimento


Não pagamento do dividendo prioritário pela sociedade da obrigação de remir na data neles fixada;
na falta de disposição estatutária, qualquer titular dessas
1. Se o dividendo prioritário não puder ser pago durante dois ações pode solicitar à sociedade, passado um ano sobre
exercícios consecutivos, os titulares de ações preferenciais aquela data sem a remição ter sido efetuada, a transformação
têm direito a que as suas ações sejam transformadas, a das suas ações nos termos do artigo 227.º ou requerer ao
requerimento seu, em ações ordinárias. tribunal que determine a dissolução da sociedade.

2. Havendo várias categorias de ações ordinárias o titular Subsecção III


deve indicar no requerimento a categoria em que as suas Transmissão das ações
ações devem ser transformadas.
Artigo 230.º
Artigo 228.º Transmissão de títulos representativos de ações
Direitos, quórum e maioria
1. Os títulos representativos das ações transmitem-se entre
1. Salvo o direito de voto, as ações preferenciais conferem vivos por endosso lavrado no próprio título e averbamento
aos seus detentores todos os direitos incorporados nas no livro de registo de ações.
ações ordinárias.
2. As ações escriturais transmitem-se entre vivos por contrato
2. As ações preferenciais não contam para efeitos de quórum celebrado por documento escrito e averbamento no registo
ou de formação de maiorias na tomada de deliberações individualizado de ações do livro de registo de ações.
pelos acionistas, mas os seus titulares têm direito a estar
presentes nas reuniões da assembleia geral ou, aí se Artigo 231.º
fazerem representar por meio de um representante comum, Restrições legais à transmissão
se os estatutos proibirem a presença de acionistas sem
direito a voto. As cautelas provisórias ou os títulos representativos de ações,
cuja transmissibilidade esteja condicionada por disposição
Artigo 229.º legal ou estatutária, devem especificadamente conter essa
Ações preferenciais remíveis menção no rosto, de forma facilmente compreensível.

1. Salvo se os estatutos dispuserem o contrário, as ações Subsecção IV


preferenciais podem ser emitidas na condição de serem Aquisição de ações próprias
remidas em data certa ou a determinar pelo conselho de
administração mas que não diste mais de dez anos da data Artigo 232.º
de emissão. Aquisição de ações próprias

2. As ações preferenciais só podem ser remidas depois de 1. Sem prejuízo de disposição proibitiva ou mais restritiva dos
integralmente realizadas. estatutos, uma sociedade anónima não pode adquirir ações
próprias correspondentes a mais de 10% do seu capital.
3. A remição é feita pelo valor nominal das ações, salvo se os
estatutos permitirem a concessão de um prémio de remição, 2. O limite estabelecido nos termos do número anterior pode
de montante fixado na deliberação de emissão. ser excedido ou, em caso de proibição total, esta pode não
ser cumprida, sempre que:
4. A remição só pode ter lugar se, por efeito do pagamento do
valor nominal e do prémio de remição, a situação líquida da a) A aquisição seja especialmente permitida ou imposta
sociedade não se tornar inferior à soma do capital, da por disposição legal;
reserva legal e das reservas estatutárias obrigatórias.
b) Seja adquirido um património, a título universal;
5. A partir da remição, uma importância igual ao valor nominal
das ações remidas deve ser levada a uma reserva especial, c) A aquisição seja feita a título gratuito;
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Jornal da República Pg. 045 da Compilação

d) A aquisição seja feita em processo executivo, se o vel à tomada de quaisquer deliberações sobre matéria
devedor não tiver outros bens suficientes. incluída na ordem de trabalhos;

3. A sociedade só pode adquirir ações próprias se, por esse b) O texto das propostas que a administração ou o conselho
facto, a sua situação líquida não se tornar inferior à soma fiscal ou o fiscal único tenham decidido apresentar à
do capital social, da reserva legal e das reservas estatutárias assembleia;
obrigatórias.
c) O texto das propostas que quaisquer acionistas tenham
4. A sociedade só pode adquirir ações próprias integralmente entregue na sociedade, nomeadamente quando por eles
realizadas, salvo o disposto no n.º 3 do artigo 218.º. tenha sido requerida a reunião da assembleia;

5. Todas as aquisições feitas com violação do disposto neste d) A identificação completa e um currículo das pessoas que a
artigo são nulas, sem prejuízo da responsabilidade daqueles administração tenha proposto para o exercício de cargos
que em tais atos de aquisição intervenham. sociais.

6. A sociedade não pode aceitar em garantia ações represen- Subsecção VI


tativas do seu capital, exceto para caucionar o exercício de Lucros e reserva legal
cargos sociais.
Artigo 237.º
Artigo 233.º Direito aos lucros
Deliberação de aquisição de ações próprias
1. Os lucros distribuíveis do exercício têm o destino que for
1. A aquisição de ações próprias depende de deliberação dos deliberado pelos acionistas.
acionistas.
2. Os estatutos podem impor que uma percentagem, não
2. Na deliberação devem ser especificados o objeto, o preço superior a 25%, dos lucros distribuíveis do exercício seja
e demais condições da aquisição, o prazo e as respetivas obrigatoriamente distribuída aos acionistas.
margens de variação dentro das quais a administração pode
proceder à aquisição. 3. O crédito do acionista aos lucros vence-se trinta dias após
o registo da deliberação que aprovou as contas do
3. Nos casos previstos nas alíneas a) a c) do n.º 2 do artigo exercício e da que dispôs sobre a aplicação dos resultados.
anterior, se a aquisição depender da vontade da sociedade,
esta deve ser expressa em deliberação da administração. Artigo 238.º
Reserva legal
Artigo 234.º
Alienação de ações próprias 1. Dos lucros do exercício, uma parte não inferior a 10% deve
ficar retida na sociedade a título de reserva legal, até que
Aplica-se à alienação de ações próprias, com as necessárias esta atinja um montante igual à quarta parte do capital
adaptações, o disposto nos n.ºs 1 e 2 do artigo anterior. social.

Artigo 235.º 2. Ficam para todos os efeitos equiparadas à reserva legal,


Regime das ações próprias mas não dispensam a integração daquela nos termos
dispostos no número anterior, as reservas constituídas
1. É aplicável às ações próprias, com as necessárias pelas seguintes verbas:
adaptações, o disposto no n.º 3 do artigo 185.º.
a) Prémios de emissão de ações;
2. No relatório e nas contas do exercício deve ser feita expressa
menção ao número de ações de que a própria sociedade b) Prémios de emissão ou conversão de obrigações
seja titular no fim do exercício. convertíveis em ações;

Subsecção V c) Valor das realizações em espécie que exceda o valor


Direito à informação nominal das ações assim realizadas.

Artigo 236.º 3. A reserva legal e as reservas equiparadas só podem ser uti-


Direito à informação antes da assembleia geral lizadas para:

Além do direito à informação consignado para todos os a) Cobrir o prejuízo apurado no balanço do exercício, salvo
acionistas em geral, os acionistas têm direito a consultar, na se este puder ser coberto por quaisquer outras reservas;
sede da sociedade, às horas de serviço e desde a data da
expedição dos avisos convocatórios ou da sua publicação: b) Cobrir prejuízos transitados de exercícios anteriores que
não puderem ser cobertos por lucros do exercício ou
a) Todos os documentos que constituam suporte indispensá- quaisquer outras reservas;
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Jornal da República Pg. 046 da Compilação

c) Incorporação no capital social. 3. Efetuada uma emissão de obrigações e sendo apenas


subscrita parte dela durante o prazo fixado para a
Secção III subscrição, a emissão fica limitada ao montante subscrito.
Obrigações
Artigo 242.º
Artigo 239.º Registo
Noção e modalidades
1. Está sujeita a registo cada emissão de obrigações, bem
1. As sociedades anónimas podem emitir títulos negociáveis como a emissão de cada série de obrigações.
denominados obrigações que, numa mesma emissão,
confiram direitos de crédito iguais para o mesmo valor 2. Enquanto a emissão de obrigações ou da série não estiver
nominal. registada, não podem ser emitidos os respetivos títulos.

2. Podem, nomeadamente, ser emitidas obrigações que: 3. Os administradores devem promover o registo do montante
efetivo da emissão quando este for reduzido por a
a) Além de conferirem aos seus titulares o direito a um subscrição ter sido incompleta.
juro fixo, os habilitem a um juro suplementar ou a um
prémio de reembolso, quer fixo quer dependente dos Artigo 243.º
lucros realizados pela sociedade; Deliberação de emissão

b) Apresentem juro e plano de reembolso, dependentes 1. A emissão de obrigações deve ser deliberada pelos
da existência de lucros e variáveis em função do acionistas, salvo se os estatutos autorizarem que ela seja
montante destes; deliberada pelo conselho de administração.

c) Sejam convertíveis em ações, com ou sem prémio de 2. A deliberação de emissão de obrigações convertíveis em
emissão ou conversão. ações deve ser sempre tomada pelos acionistas, pela
maioria exigida para a deliberação de aumento do capital.
Artigo 240.º
Condições e limites 3. Tomada a deliberação de emissão de obrigações conver-
tíveis em ações considera-se implicitamente aprovado o
1. Só podem emitir obrigações as sociedades cujos dois últi- aumento do capital da sociedade no montante e nas
mos balanços estejam regularmente aprovados ou que condições que vierem a ser necessários para satisfazer os
tenham resultado da fusão ou cisão de sociedades das pedidos de conversão.
quais uma, pelo menos, se encontre naquela situação.
Artigo 244.º
2. Não podem ser emitidas obrigações se houver acionistas Conteúdo mínimo das deliberações de emissão
em mora.
1. A deliberação que aprove uma emissão de obrigações deve,
3. As sociedades anónimas não podem emitir obrigações que no mínimo, conter:
excedam a importância do capital realizado e existente, nos
termos do último balanço aprovado. a) O quantitativo global da emissão e os motivos que a
justificam, o valor nominal das obrigações, o preço por
4. O limite referido no número anterior calcula-se adicionando que são emitidas e reembolsadas ou o modo de o
o valor nominal de todas as obrigações emitidas pela determinar;
sociedade que não tenham sido amortizadas na data da
deliberação de emissão de novas obrigações. b) A taxa de juro e, conforme os casos, a forma de cálculo
da dotação para pagamento de juro e reembolso ou a
5. Não pode ter lugar nova emissão de obrigações enquanto taxa de juro fixo, o critério de apuramento de juro
não estiverem totalmente subscritas as obrigações de uma suplementar ou do prémio de reembolso;
emissão anterior.
c) O plano de amortização do empréstimo;
Artigo 241.º
Séries e subscrição incompleta d) A identificação dos subscritores e o número de obriga-
ções a subscrever por cada um, quando a sociedade
1. Os acionistas podem autorizar que uma emissão de obriga- não recorra a subscrição pública.
ções por eles deliberada seja efetuada, parceladamente,
em séries, fixadas por eles ou pelo conselho de adminis- 2. A deliberação que aprove uma emissão de obrigações
tração, mas tal autorização caduca ao fim de cinco anos, no convertíveis deve ainda indicar:
que toca às séries ainda não emitidas.
a) As bases e os termos de conversão;
2. Não pode ser lançada uma nova série enquanto não esti-
verem subscritas as obrigações da série anterior. b) O prémio de emissão ou de conversão;
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Jornal da República Pg. 047 da Compilação

c) Se aos acionistas deve ser retirado o direito previsto o direito de preferência dos acionistas ou de obrigacionistas
no n.º 1 do artigo 275.º e as razões de tal medida. na subscrição das obrigações a emitir, devendo regular o
seu exercício.
Artigo 245.º
Juro suplementar Artigo 248.º
Proibição de alterações
1. Nas obrigações com juro suplementar este pode ser:
1. As condições fixadas pela deliberação da assembleia geral
a) Fixo e dependente apenas da existência de lucros dos acionistas para a emissão de obrigações só podem ser
distribuíveis em montante igual ao do juro suplementar; alteradas, sem o consentimento dos obrigacionistas, desde
que da alteração não resulte para estes qualquer redução
b) Variável e correspondente a uma percentagem, não das respetivas vantagens ou direitos ou aumento dos seus
superior a 10%, dos lucros distribuíveis apurados. encargos.

2. É permitido estabelecer que, em qualquer das modalidades 2. A partir da data da deliberação da emissão de obrigações
de juro suplementar previstas no número anterior, o juro convertíveis em ações, e enquanto for possível a qualquer
apenas seja devido se os lucros distribuíveis excederem obrigacionista exercer o direito de conversão, é vedado à
um montante fixo ou uma percentagem fixa do capital, tendo sociedade emitente alterar as condições de repartição de
os obrigacionistas apenas direito ao juro fixo se não for lucros fixadas no ato constitutivo, distribuir aos acionistas,
apurado lucro distribuível superior àquele limite. a qualquer título, ações próprias e atribuir privilégios às
ações existentes.
3. Havendo juro suplementar o auditor de contas emite parecer
sobre o apuramento do lucro e, nomeadamente, sobre a 3. Se o capital for reduzido em consequência de perdas, os
correção e justificação das amortizações e provisões direitos dos obrigacionistas que optem pela conversão
efetuadas. reduzem-se correlativamente, como se esses obrigacio-
nistas tivessem sido acionistas a partir da emissão das
4. O lucro distribuível a considerar, para efeito de pagamento, obrigações.
num determinado exercício, do juro suplementar, é o do 4. Durante o período de tempo referido no n.º 2, a sociedade
exercício anterior. só pode emitir novas obrigações convertíveis em ações,
alterar o valor nominal das suas ações, distribuir reservas
Artigo 246.º aos acionistas, aumentar o capital social mediante novas
Pagamento do juro suplementar e do prémio de reembolso participações ou por incorporação de reservas e praticar
qualquer outro ato que possa afetar os direitos dos
1. O juro suplementar respeitante a cada ano deve ser pago obrigacionistas que venham a optar pela conversão, desde
por uma ou mais vezes, separadamente ou em conjunto que lhes sejam assegurados direitos iguais aos dos
com o juro fixo, conforme se estabelecer na emissão. acionistas.
2. No caso de a amortização de uma obrigação ocorrer antes 5. Os direitos referidos na parte final do número anterior não
da data do vencimento do juro suplementar, deve a abrangem o de receber quaisquer rendimentos dos títulos
sociedade emitente fornecer, ao respetivo titular, ou de participar em distribuição de reservas livres,
documento que lhe permita exercer o seu direito a eventual relativamente a período anterior à data em que a conversão
juro suplementar. vier a produzir os seus efeitos.
3. O prémio de reembolso deve ser integralmente pago na
Artigo 249.º
data da amortização das obrigações, a qual não pode ser
Atribuição de juros e dividendos de obrigações convertíveis
fixada para momento anterior à data limite para aprovação
das contas anuais.
1. Os obrigacionistas têm direito aos juros das respetivas
obrigações até ao momento da conversão, o qual, para
Artigo 247.º
este efeito, se reporta sempre ao termo do trimestre em que
Direito de preferência
o pedido de conversão é apresentado.
1. Os acionistas têm direito de preferência na subscrição das
2. Das condições de emissão deve constar sempre o regime
obrigações convertíveis, aplicando-se o disposto no artigo
de atribuição de dividendos, que é aplicado às ações em
275.º.
que as obrigações se converterem, para o exercício durante
2. Não pode tomar parte na votação que suprima ou limite o o qual a conversão tiver lugar.
direito de preferência dos acionistas na subscrição de
obrigações convertíveis todo aquele que puder beneficiar Artigo 250.º
com tal supressão ou limitação, nem as suas ações são Aumentos por efeito de conversão e registo
tidas em consideração para efeitos de quórum de reunião
ou da maioria exigida para a deliberação. 1. O aumento do capital social resultante da conversão de
obrigações em ações consta de deliberação da administra-
3. A deliberação de emissão de obrigações pode estabelecer ção, que deve ser tomada:
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Jornal da República Pg. 048 da Compilação

a) Dentro dos trinta dias posteriores ao termo do prazo 3. Os obrigacionistas elegem um representante comum, pessoa
para a apresentação do pedido de conversão, quando, singular, sociedade de advogados ou sociedade de
nos termos da emissão, a conversão houver de ser feita auditores de contas, que deve assistir e participar, sem
de uma só vez e em determinado momento; voto, nas assembleias gerais e a quem cabe representar o
conjunto dos obrigacionistas em juízo e perante a sociedade
b) Dentro dos trinta dias posteriores ao termo de cada ou terceiros.
prazo para a apresentação do pedido de conversão,
quando, nos termos da emissão, a conversão puder ser 4. Compete aos obrigacionistas reunidos em assembleia
feita em mais do que um momento. deliberar sobre todos os assuntos de interesse comum.

2. Fixando a deliberação da emissão apenas um momento a Artigo 254.º


partir do qual o direito de conversão pode ser exercido, Títulos representativos de obrigações
devem ser, logo que ele ocorrer, tomadas pela administração
deliberações de aumento de capital, no primeiro e sétimo Os títulos representativos das obrigações emitidos por uma
meses de cada exercício, abrangendo cada deliberação o sociedade devem conter:
aumento resultante das conversões pedidas no decurso
do semestre imediatamente anterior. a) A firma, a sede, o capital subscrito e o número de identifica-
ção fiscal da sociedade;
3. A conversão considera-se, para todos os efeitos, como
efetuada: b) A data da deliberação da emissão;

a) Nos casos previstos no n.º 1, no último dia do prazo c) A data do registo da emissão;
para apresentação do respetivo pedido;
d) O montante total das obrigações dessa emissão, o número
b) Nos casos previstos no n.º 2, no último dia do mês de obrigações emitidas, o valor nominal de cada uma, a
imediatamente anterior àquele em que for tomada a taxa e o modo de pagamento dos juros, os prazos e as
deliberação de aumento de capital que abranja essa condições da subscrição e do reembolso, bem como quais-
conversão. quer outras condições particulares da emissão;

4. O registo do aumento de capital deve ser feito dentro de e) O número de ordem da obrigação;
quinze dias a contar da data das respetivas deliberações.
f) O prémio de emissão ou conversão;
Artigo 251.º
Concordata com credores e dissolução da sociedade g) As garantias especiais da obrigação, se as houver;

1. Se a sociedade emitente de obrigações convertíveis em h) A modalidade, nominativa ou ao portador, da obrigação;


ações fizer concordata com os seus credores, o direito de
conversão pode ser exercido logo que a concordata for i) A série, se for caso disso;
homologada e nas condições por ela estabelecidas.
j) As assinaturas, que podem ser de chancela, de um
2. Se a sociedade que tiver emitido obrigações convertíveis administrador e do secretário da sociedade, se existir.
em ações se dissolver, sem que isso resulte de fusão, podem
os obrigacionistas, na falta de caução idónea, exigir o Secção IV
reembolso antecipado. Órgãos sociais

Artigo 252.º Subsecção I


Obrigações próprias Assembleia geral

A sociedade só pode adquirir obrigações próprias nos casos Artigo 255.º


previstos no n.º 2 do artigo 232.º e satisfeita a condição Limites
estabelecida no n.º 3 do mesmo artigo.
Só a pedido do órgão de administração podem os acionistas
Artigo 253.º deliberar sobre matéria de gestão da sociedade.
Assembleia de obrigacionistas e representante comum
Artigo 256.º
1. Decorridos trinta dias sobre o prazo de subscrição de uma Participação na assembleia
emissão de obrigações, a sociedade convoca, por anúncios
publicados, uma assembleia geral de obrigacionistas. 1. Todos os acionistas que tenham direito a, pelo menos, um
voto, têm direito a estar presentes na assembleia geral e aí
2. Aplicam-se a esta assembleia, com as necessárias discutir e votar.
adaptações, as regras aplicáveis à assembleia geral de
acionistas. 2. Os acionistas podem fazer-se representar em assembleia
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geral por qualquer pessoa singular com capacidade plena presentes ou representados acionistas que possuam ações
de exercício, bastando, como instrumento de representação correspondentes a, pelo menos, um terço do capital e se
voluntária, um documento escrito assinado pelo sócio e merecerem os votos favoráveis correspondentes a dois
dirigido ao presidente da mesa. terços do capital presente ou representado, quer a
assembleia reúna em primeira, quer em segunda
3. Os acionistas sem direito de voto e os obrigacionistas podem convocação mas, neste caso, a assembleia pode deliberar
assistir às assembleias gerais e participar na discussão seja qual for o capital presente ou representado.
dos assuntos constantes da ordem de trabalhos, salvo
disposição dos estatutos em contrário. 4. Havendo várias propostas para a designação de titulares
de órgãos sociais, faz vencimento a que obtiver maior
4. Podem ainda estar presentes na assembleia geral, sendo- número de votos.
lhes vedado participar na discussão, os representantes
comuns de obrigacionistas e de titulares de ações preferen- Subsecção II
ciais sem voto e, bem assim, qualquer pessoa autorizada Administração
pelo presidente, salvo, em relação a esta, oposição dos
acionistas. Artigo 260.º
Composição
5. Sempre que os estatutos exijam a posse de um certo número
de ações para conferir voto em assembleia, podem os 1. A administração é confiada a um conselho de administração
acionistas possuidores de um número de ações inferior ao composto por um número ímpar de membros, que podem
exigido agrupar-se de forma a completarem-no e fazer-se ser ou não acionistas da sociedade.
representar por um deles.
2. Os estatutos podem autorizar a designação de administra-
Artigo 257.º dores suplentes, até ao número máximo de três, cuja ordem
Convocação da assembleia de precedência deve ser estabelecida na deliberação de
eleição e que, no silêncio desta, é determinada pela maior
1. O aviso convocatório deve ser publicado com, pelo menos, idade.
quinze dias de antecedência relativamente à assembleia
geral. 3. Os estatutos podem prever um só administrador, desde que
o capital social não exceda os 200.000 dólares norte-
2. Os estatutos podem impor outras formalidades na americanos, aplicando-se ao administrador único as
convocação dos acionistas e podem permitir a substituição disposições relativas ao conselho de administração que
das publicações por expedição de comunicação escrita, não pressuponham a pluralidade de administradores.
por meio que permita a prova da receção, dirigidas aos
acionistas com a mesma antecedência. 4. Os estatutos podem prever a existência de um Administrador
Executivo ou Comissão Executiva, e membros não
Artigo 258.º executivos, sendo-lhe aplicável o disposto no artigo 272.º
Votos com as devidas adaptações.

1. A cada ação corresponde um voto, salvo disposição em Artigo 261.º


contrário dos estatutos. Duração do mandato e representação

2. Os estatutos podem exigir a posse de um certo número de 1. O mandato dos administradores tem a duração de três anos
ações para conferir um voto, contanto que sejam abrangidas civis, contando-se como completo o ano civil em que os
todas as ações emitidas pela sociedade e caiba um voto, administradores forem designados, exceto se os estatutos
pelo menos, a cada 1.000 dólares norte-americanos de fixarem um prazo mais curto, podendo ser reeleitos.
capital.
2. Embora designados por prazo certo, os administradores
Artigo 259.º mantêm-se em funções até nova designação, sem prejuízo
Quórum constitutivo e deliberativo do disposto nos artigos 268.º a 270.º.

1. A assembleia geral delibera por maioria absoluta dos votos 3. Os administradores não podem fazer-se representar no
correspondentes ao capital social presente ou repre- exercício do seu cargo, exceto em reuniões do conselho de
sentado, salvo disposição diversa da lei ou dos estatutos. administração e por outro administrador, mediante carta
dirigida ao órgão.
2. Para determinar se sobre uma proposta recaiu uma maioria
de votos, no sentido da sua aprovação ou da sua rejeição, Artigo 262.º
não são contadas as abstenções. Substituição de administradores

3. Só se consideram tomadas as deliberações sobre alteração 1. Verificando-se a falta definitiva de algum administrador,
dos estatutos, fusão, cisão, transformação e dissolução procede-se à sua substituição pela chamada do primeiro
da sociedade, se, na assembleia que as tome, estiverem suplente.
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2. Na falta de suplentes, a primeira assembleia geral seguinte conta própria ou alheia, atividade abrangida pelo objeto da
deve, ainda que tal matéria não conste da ordem de sociedade.
trabalhos, eleger um ou mais administradores, para
exercerem funções até ao termo do mandato dos restantes Artigo 268.º
administradores. Suspensão de administradores

Artigo 263.º 1. O conselho fiscal ou o fiscal único podem suspender o exer-


Nomeação judicial cício da atividade dos administradores quando quaisquer
circunstâncias pessoais destes obstem a que exerçam as
1. Quando, durante mais de cento e vinte dias, não tenha sido suas funções por tempo presumivelmente superior a
possível reunir o conselho de administração, por não haver sessenta dias.
bastantes administradores efetivos e não se ter procedido
às substituições previstas no artigo anterior e, bem assim, 2. Durante o período de suspensão do exercício da atividade
quando tenham decorrido mais de cento e oitenta dias sobre dos administradores suspendem-se também todos os seus
o termo do prazo por que foram eleitos os administradores poderes, direitos e deveres, que pressuponham o exercício
sem se ter efetuado nova eleição, qualquer acionista pode efetivo de funções.
requerer a nomeação judicial de um administrador, até se
proceder à eleição de novo conselho de administração. Artigo 269.º
Destituição
2. Ao administrador nomeado judicialmente aplicam-se as
disposições relativas ao conselho de administração que 1. O mandato dos administradores pode ser revogado por
não pressuponham a pluralidade de administradores. deliberação dos acionistas, em qualquer momento, sem
prejuízo de, não sendo a revogação fundada em justa causa,
3. As funções dos administradores ainda existentes, nos ca- o administrador ter direito à indemnização prevista no n.º 3
sos previstos no n.º 1, cessam com a nomeação judicial de do artigo 196.º.
administrador.
2. Podem um ou mais acionistas, titulares de ações correspon-
Artigo 264.º dentes a 10% do capital, requerer ao tribunal a destituição
Presidente do conselho de administração de qualquer administrador, a qualquer momento, com
fundamento em justa causa.
1. O presidente do conselho de administração deve ser
designado pela assembleia geral que proceda à eleição dos Artigo 270.º
administradores, podendo, se os estatutos o permitirem, Renúncia
ser escolhido pelo próprio conselho de administração.
1. O administrador pode renunciar ao seu cargo, mediante
2. Os estatutos podem atribuir ao presidente voto de qualidade carta dirigida ao conselho de administração ou ao secretário
nas deliberações do conselho de administração. da sociedade.

Artigo 265.º 2. A renúncia só produz efeitos no final do mês seguinte


Caução e remuneração àquele em que tiver sido comunicada, salvo se entretanto
for designado ou eleito substituto.
1. A responsabilidade dos administradores deve ser caucio- 3. O administrador renunciante deve indemnizar a sociedade
nada se os estatutos ou a assembleia geral assim o pelos prejuízos que da sua renúncia para ela resultarem.
determinarem.
Artigo 271.º
2. Compete à assembleia geral, ou a uma comissão de acionistas Competência do conselho de administração
por ela eleita, fixar as remunerações dos administradores.
1. Compete ao conselho de administração gerir as atividades
Artigo 266.º da sociedade e representá-la, devendo subordinar-se às
Negócios com a sociedade deliberações dos acionistas ou às intervenções do
conselho fiscal ou do fiscal único, exceto nos domínios
São nulos os contratos celebrados entre a sociedade e os para os quais tenha competência específica.
seus administradores, diretamente ou por interposta pessoa,
salvo os casos de autorização especial concedida expres- 2. É da competência do conselho de administração, além do
samente por deliberação do conselho de administração, com o mais previsto na lei, deliberar sobre:
parecer favorável do conselho fiscal ou do fiscal único.
a) Relatórios e contas anuais;
Artigo 267.º
Proibição de concorrência b) Aquisição, alienação e oneração de quaisquer bens;

É vedado aos administradores, salvo nos casos de autorização c) Prestação de garantias pessoais ou reais pela
concedida expressamente em assembleia geral, exercer, por sociedade;
Série I, N.° 19 Quarta-Feira, 17 de Maio de 2017 Página 49
Jornal da República Pg. 051 da Compilação

d) Abertura ou encerramento de estabelecimentos; adaptações, as regras constantes do n.º 4 do artigo 49.º e


dos artigos 51.º, 60.º, 61.º e 65.º.
e) Extensões ou reduções importantes da atividade da
sociedade; Artigo 274.º
Representação
f) Modificações na organização da empresa;
1. Os administradores exercem conjuntamente os poderes de
g) Projetos de fusão, de cisão e de transformação da representação, ficando a sociedade vinculada, salvo dispo-
sociedade;
sição estatutária em contrário, pelos negócios jurídicos
concluídos pela maioria dos administradores ou por eles
h) Qualquer outro assunto sobre o qual algum adminis-
ratificados.
trador requeira deliberação do conselho.

Artigo 272.º 2. Salvo proibição dos estatutos, a sociedade fica vinculada


Administrador-delegado e comissão executiva pelos atos do administrador-delegado ou dos membros da
comissão executiva, se o poder de representar a sociedade
1. O conselho de administração pode delegar num adminis- estiver incluído na deliberação de delegação de poderes.
trador-delegado ou numa comissão executiva, composta
por vários administradores, a gestão da sociedade. 3. Os administradores obrigam a sociedade apondo a sua
assinatura com a indicação dessa qualidade.
2. Não pode ser delegada a competência sobre as matérias
referidas nas alíneas a), c), e) e g) do n.º 2 do artigo anterior. 4. As notificações ou declarações de terceiros à sociedade
podem ser dirigidas a qualquer um dos administradores,
3. A delegação da gestão corrente não prejudica a competência secretário da sociedade ou representante legal.
do órgão de tomar quaisquer deliberações sobre as mesmas
matérias. 5. As notificações ou declarações de um administrador cujo
destinatário seja a sociedade devem ser dirigidas ao
4. Os administradores são responsáveis pelo acompanha- conselho de administração, secretário da sociedade ou
mento da atuação do administrador-delegado ou dos mem- representante legal.
bros da comissão executiva e respondem solidariamente
com estes pelos prejuízos causados à sociedade quando,
Secção VI
podendo evitá-los ou minorá-los, o não fizerem, salvo se
Aumento de capital
provarem que agiram sem culpa.

Artigo 273.º Artigo 275.º


Reuniões e deliberações do conselho Direito de preferência dos acionistas

1. O conselho deve reunir, ordinariamente, a convocação do 1. Os acionistas que o forem à data do aumento do capital por
seu presidente, pelo menos uma vez por mês, salvo subscrição de novas ações a realizar em dinheiro, têm direito
disposição diversa dos estatutos. de preferência na subscrição das novas ações, proporcio-
nalmente ao número de ações que detenham.
2. O conselho reúne extraordinariamente, sempre que con-
vocado pelo presidente ou por qualquer membro, ou por 2. No caso de nem todos os acionistas exercerem o seu direito
quaisquer dois membros, consoante o número seja igual de preferência, este devolve-se aos restantes, até integral
ou inferior a cinco ou superior a cinco. satisfação dos acionistas ou subscrição das ações.

3. O conselho só pode deliberar se estiver presente, ou 3. Se não forem subscritas novas ações de uma certa categoria
representada nos termos do n.º 3 do artigo 259.º, a maioria pelos detentores de ações da mesma categoria, o direito de
dos seus membros. preferência devolve-se aos restantes acionistas.
4. As deliberações são tomadas por maioria dos votos dos
4. O direito de preferência previsto neste artigo pode ser
administradores presentes ou representados.
suprimido ou limitado por deliberação da assembleia geral
tomada pela maioria necessária à alteração dos estatutos.
5. As reuniões são secretariadas pelo secretário da sociedade,
se existir, que assina as respetivas atas.
Artigo 276.º
6. Salvo disposição em contrário dos estatutos da sociedade, Aviso e prazo para o exercício da preferência
o conselho de administração pode aprovar um regulamento
interno que permita a participação dos seus membros nas Os acionistas devem ser avisados, por anúncio ou por
reuniões através de meios de comunicação à distância comunicação escrita que permita a prova de receção, do prazo
para o exercício do direito de preferência, que não pode ser
7. Às deliberações e às atas são aplicáveis, com as necessárias inferior a quinze dias.
Série I, N.° 19 Quarta-Feira, 17 de Maio de 2017 Página 50
Jornal da República Pg. 052 da Compilação

Artigo 277.º 2. A constituição e o termo de qualquer uma das relações pre-


Subscrição incompleta vistas no número anterior, está sujeito a registo nos termos
da legislação de registo comercial.
1. Se um aumento de capital não for totalmente subscrito, o
mesmo fica limitado às subscrições efetuadas, salvo se a Secção II
deliberação do aumento dispuser que, em tal caso, ele fica Sociedades em relação de simples participação
sem efeito.
Artigo 280.º
2. A administração, no caso de o aumento ficar sem efeito, Sociedades em relação de simples participação
deve avisar os subscritores do facto, por anúncio, no prazo
de oito dias após o fim do período de subscrição, pondo, 1. Existe uma relação de simples participação quando uma
simultaneamente, as somas recolhidas à sua disposição. sociedade, dita participante, é titular de quotas ou ações
em montante igual ou superior a 10% do capital social de
CAPÍTULO IV outra sociedade, dita participada, e entre ambas não existe
Sociedades coligadas nenhuma das outras relações previstas no artigo 279.º.

Secção I 2. À titularidade de quotas ou ações por uma sociedade


Disposições gerais equipara-se, para efeito do montante referido no número
anterior, a titularidade de quotas ou ações por uma outra
Artigo 278.º sociedade que dela seja dependente, direta ou
Âmbito de aplicação indiretamente, ou que com ela esteja em relação de grupo,
e de ações de que uma pessoa seja titular por conta de
1. O presente capítulo aplica-se às relações que entre si qualquer dessas sociedades.
estabeleçam sociedades por quotas e sociedades anónimas
com sede em Timor-Leste. Artigo 281.º
Dever de comunicação
2. Às sociedades com sede em Timor-Leste é ainda aplicável
a proibição estabelecida no artigo 284.º relativa à aquisição 1. Sem prejuízo dos deveres de declaração e de publicidade
de participações de sociedades com sede no estrangeiro de participações sociais na apresentação de contas, uma
que, segundo os critérios estabelecidos pela presente lei, sociedade deve comunicar, por escrito, a outra sociedade
sejam consideradas dominantes. todas as aquisições e alienações de quotas ou ações desta
que tenha efetuado, a partir do momento em que se
3. Às sociedades com sede no estrangeiro é aplicável: estabeleça uma relação de simples participação e enquanto
o montante da participação não se tornar inferior àquele
a) O disposto quanto à constituição de uma sociedade que determinar essa relação.
anónima, nos termos dos n.ºs 1 e 3 do artigo 285.º; 2. A comunicação ordenada pelo número anterior é indepen-
dente da comunicação de aquisição de quotas exigida pelo
b) As sociedades com sede no estrangeiro que, segundo n.º 2 do artigo 178.º , e do registo de aquisição de ações,
os critérios estabelecidos pela presente lei, sejam referido no artigo 230.º, mas a sociedade participada não
consideradas dominantes de uma sociedade com sede pode alegar desconhecimento do montante da participação
em Timor-Leste é aplicável o disposto no artigos 85.º que nela tenha outra sociedade, relativamente às aquisições
quanto à sua responsabilidade perante a sociedade e de quotas que lhe tiverem sido comunicadas e às aquisições
sócios; de ações que tiverem sido registadas, nos termos acima
referidos.
c) As sociedades com sede no estrangeiro que, segundo
os critérios estabelecidos pela presente lei, sejam Secção III
consideradas diretoras de uma sociedade com sede em Sociedades em relação de participações recíprocas
Timor-Leste, é aplicável o disposto no artigo 289.º
quanto à sua responsabilidade perante credores sociais. Artigo 282.º
Sociedades em relação de participações recíprocas
Artigo 279.º
Sociedades coligadas 1. As sociedades que estiverem em relação de participações
recíprocas ficam sujeitas aos deveres e restrições cons-
1. Consideram-se sociedades coligadas: tantes dos números seguintes, a partir do momento em
que ambas as participações atinjam 10% do capital da
a) As sociedades em relação de simples participação; participada.

b) As sociedades em relação de participações recíprocas; 2. A sociedade que mais tardiamente tenha efetuado a
comunicação exigida pelo n.º 1 do artigo 281.º, donde resulte
c) As sociedades em relação de domínio; o conhecimento do montante da participação referido no
número anterior, não pode adquirir novas quotas ou ações
d) As sociedades em relação de grupo. na outra sociedade.
Série I, N.° 19 Quarta-Feira, 17 de Maio de 2017 Página 51
Jornal da República Pg. 053 da Compilação

3. As aquisições efetuadas com violação do disposto no Secção V


número anterior não são nulas, mas a sociedade adquirente Sociedades em relação de grupo
não pode exercer os direitos inerentes a essas quotas ou
ações na parte que exceda 10% do capital, excetuado o Artigo 285.º
direito à partilha do produto da liquidação, embora esteja Domínio total inicial
sujeita às respetivas obrigações, e os seus administradores
são responsáveis, nos termos gerais, pelos prejuízos que a 1. Uma sociedade, dita diretora, pode constituir uma sociedade
sociedade sofra pela criação e manutenção de tal situação. anónima de cujas ações ela seja inicialmente a única titular,
dita subordinada.
4. Cumulando-se as relações, o disposto no n.º 2 do artigo
284.º prevalece sobre o n.º 3 deste artigo. 2. Considera-se em domínio total inicial a sociedade por quotas
unipessoal que seja constituída por um sócio que seja uma
5. Sempre que a lei imponha a publicação ou declaração de sociedade.
participações, deve ser mencionado se existem
participações recíprocas, o seu montante e as quotas ou 3. Para a constituição referida no n.º 1, devem ser observados
ações cujos direitos não podem ser exercidos por uma ou todos os requisitos da constituição de sociedades
por outra das sociedades. anónimas que não sejam incompatíveis com a existência
de um único sócio.
Secção IV
Sociedades em relação de domínio Artigo 286.º
Domínio total superveniente
Artigo 283.º
Sociedades em relação de domínio 1. A sociedade diretora que, diretamente ou por outras
sociedades ou pessoas que preencham os requisitos
1. Considera-se que duas sociedades estão em relação de indicados no n.º 2 do artigo 280.º, domine totalmente uma
domínio quando uma delas, dita dominante, pode exercer, outra sociedade subordinada, por não haver outros sócios,
diretamente ou por sociedades ou pessoas que preencham forma um grupo com esta última, por força da lei, salvo se
os requisitos indicados no n.º 2 do artigo 280.º, sobre a a assembleia geral da primeira tomar alguma das
outra, dita dependente, uma influência dominante. deliberações previstas nas alíneas a) e b) do número
seguinte.
2. Presume-se que uma sociedade é dependente de uma outra
se esta, direta ou indiretamente: 2. Nos seis meses seguintes à ocorrência da situação prevista
no número anterior, a administração da sociedade diretora
a) Detém uma participação maioritária no capital; deve convocar a assembleia geral desta para deliberar em
alternativa sobre:
b) Dispõe de mais de metade dos votos;
a) Dissolução da sociedade subordinada;
c) Tem a possibilidade de designar mais de metade dos b) Alienação de quotas ou ações da sociedade subor-
membros do órgão de administração ou do órgão de dinada;
fiscalização.
c) Manutenção da situação existente.
3. Sempre que a lei imponha a publicação ou declaração de
participações, deve ser mencionado, tanto pela sociedade 3. Tomada a deliberação prevista na alínea c) do número ante-
presumivelmente dominante, como pela sociedade rior ou enquanto não for tomada alguma deliberação, a
presumivelmente dependente, se se verifica alguma das sociedade subordinada considera-se em relação de grupo
situações referidas nas alíneas do n.º 2 deste artigo. com a sociedade diretora e não se dissolve, ainda que tenha
apenas um sócio.
Artigo 284.º
Proibição de aquisição de participações Artigo 287.º
Cessação da relação de domínio total
1. É proibido a uma sociedade adquirir quotas ou ações das
sociedades que, diretamente ou por sociedades ou pessoas 1. A relação de domínio total cessa:
que preencham os requisitos indicados no n.º 2 do artigo
280.º, a dominem, a não ser aquisições a título gratuito, por a) Se a sociedade diretora for extinta;
adjudicação em ação executiva movida contra devedores
ou em partilha de sociedades de que seja sócia. b) Se mais de 10% do capital da sociedade subordinada
deixar de pertencer à sociedade diretora ou às
2. Os atos de aquisição de quotas ou ações que violem o sociedades e pessoas referidas no n.º 2 do artigo 280.º.
disposto no número anterior são nulos, exceto se forem
compras em bolsa, mas neste caso aplica-se a todas as 2. Na hipótese prevista na alínea b) do número anterior, a so-
ações assim adquiridas o disposto no n.º 3 do artigo 282.º. ciedade diretora deve comunicar esse facto, imediatamente
e por escrito, à sociedade subordinada.
Série I, N.° 19 Quarta-Feira, 17 de Maio de 2017 Página 52
Jornal da República Pg. 054 da Compilação

3. A administração da sociedade subordinada deve pedir o sociedade diretora é igualmente responsável nos termos
registo da deliberação referida na alínea b) do n.º 2 do do n.º 1, pelas obrigações da sociedade subordinada,
artigo anterior, bem como do termo da relação de grupo. constituídas antes ou depois da constituição da relação
de grupo, até ao termo desta, exceto se provar que a causa
Artigo 288.º da insolvência não se deve a atos ou obrigações assumidas
Aquisições tendentes ao domínio total durante o período em que durou a relação de grupo.

1. Uma sociedade que, por si ou conjuntamente com outras 3. Não pode mover-se execução contra a sociedade diretora
sociedades ou pessoas mencionadas no n.º 2 do artigo com base em título exequível contra a sociedade
280.º, disponha de quotas ou ações correspondentes a, subordinada.
pelo menos, 90% do capital de outra sociedade, deve
comunicar o facto a esta nos trinta dias seguintes àquele Artigo 290.º
em que for atingida a referida participação. Responsabilidade por perdas da sociedade subordinada

2. Nos seis meses seguintes à data da comunicação, a 1. A sociedade subordinada tem o direito de exigir que a
sociedade dominante pode fazer uma oferta de aquisição sociedade diretora compense as perdas anuais que, por
das participações dos restantes sócios, mediante uma qualquer razão, se verifiquem durante a vigência da relação
contrapartida em dinheiro ou nas suas próprias quotas, de grupo, sempre que estas não forem compensadas pelas
ações ou obrigações, justificada por relatório elaborado reservas constituídas durante o mesmo período.
por auditor externo independente das sociedades
interessadas, que será registado e disponibilizado aos 2. A responsabilidade prevista no número anterior só é exigível
interessados nas sedes das duas sociedades. após o termo da relação de grupo, mas torna-se exigível
durante a vigência da relação de grupo, se a sociedade
3. A sociedade dominante pode tornar-se titular das ações ou subordinada for declarada insolvente.
quotas pertencentes aos sócios livres da sociedade
dependente, se assim o declarar na proposta, estando a Artigo 291.º
aquisição sujeita a registo e publicação. Direito de dar instruções

4. O registo só pode ser efetuado se a sociedade tiver consig- 1. A partir da constituição da relação de grupo, a sociedade
nado em depósito a contrapartida, em dinheiro, ações ou diretora tem o direito de dar à administração da sociedade
obrigações, das participações adquiridas, calculada de subordinada instruções vinculantes.
acordo com os valores mais altos constantes do relatório
do revisor. 2. Podem ser dadas instruções desvantajosas para a sociedade
subordinada, se tais instruções servirem os interesses da
5. Se a sociedade dominante não fizer oportunamente a oferta sociedade diretora ou das outras sociedades do mesmo
permitida pelo n.º 2 deste artigo, cada sócio ou acionista grupo, mas não são lícitas as instruções para a prática de
livre pode, em qualquer altura, exigir por escrito que a atos que em si mesmos sejam proibidos por disposições
sociedade dominante lhe faça, em prazo não inferior a trinta legais não respeitantes ao funcionamento de sociedades.
dias, oferta de aquisição das suas quotas ou ações,
mediante contrapartida em dinheiro, quotas ou ações das 3. Se forem dadas instruções para a administração da so-
sociedades dominantes. ciedade subordinada efetuar um negócio que, por lei ou
pelo contrato de sociedade, dependa de parecer ou
6. Na falta da oferta ou sendo esta considerada insatisfatória, consentimento de outro órgão da sociedade subordinada
o sócio livre pode requerer ao tribunal que declare as ações e este não for dado, devem as instruções ser acatadas se,
ou quotas como adquiridas pela sociedade dominante verificada a recusa, elas forem repetidas, acompanhadas
desde a proposição da ação, fixe o seu valor em dinheiro e do consentimento ou parecer favorável do órgão
condene a sociedade dominante a pagar-lho. correspondente da sociedade diretora, caso esta o tenha.

7. A ação prevista no número anterior deve ser proposta nos 4. É proibido à sociedade diretora determinar a transferência
trinta dias seguintes ao termo do prazo referido no n.º 5 ou de bens do ativo da sociedade subordinada para outras
à receção da oferta, conforme for o caso. sociedades do grupo sem justa contrapartida.

Artigo 289.º Artigo 292.º


Responsabilidade para com os credores da sociedade Deveres e responsabilidades
subordinada
1. Os membros do órgão de administração da sociedade dire-
1. Em caso de insolvência da sociedade subordinada, a tora devem adotar, relativamente ao grupo, a diligência
sociedade diretora é subsidiariamente responsável pelas exigida por lei quanto à administração da sua própria
obrigações da sociedade subordinada. sociedade.

2. Caso a relação de grupo tenha cessado menos de dois anos 2. Os membros do órgão de administração da sociedade diretora
antes da entrada em tribunal da ação de insolvência, a são responsáveis também para com a sociedade
Série I, N.° 19 Quarta-Feira, 17 de Maio de 2017 Página 53
Jornal da República Pg. 055 da Compilação

subordinada, nos termos dos artigos 78.º a 83.º desta lei, g) Natureza e extensão do interesse efetivo detido.
com as necessárias adaptações.
2. Compete ao secretário da sociedade ou, na sua ausência, à
3. Os membros do órgão de administração da sociedade administração da sociedade, realizar todas as diligências
subordinada não são responsáveis pelos atos ou omissões necessárias à obtenção das informações sobre os
praticados na execução de instruções lícitas recebidas. beneficiários efetivos desta e atualizar essa informação com
uma periodicidade anual.
CAPÍTULO V
Beneficiários efetivos 3. A sociedade deve guardar o registo de todas as iniciativas
levadas a cabo para obter esta informação.
Secção I
Disposições gerais Artigo 295.º
Deveres de colaboração e de informação
Artigo 293.º
Noção 1. Todos os sócios estão obrigados a um dever de colaboração
com a sociedade na obtenção da informação sobre os
1. Considera-se beneficiário efetivo a pessoa ou pessoas beneficiários efetivos desta.
singulares que, em última instância, detêm um interesse
efetivo na sociedade, o qual se traduz na propriedade ou 2. Os sócios estão especialmente obrigados a informar a
no controlo, direto ou indireto, de uma sociedade comercial, sociedade sobre qualquer alteração aos beneficiários
ou no exercício de controlo por outros meios sobre essa efetivos desta, no prazo de dez dias úteis a contar da data
sociedade. da alteração.

2. Presume-se a existência de propriedade ou controlo direto Artigo 296.º


sobre a sociedade quando uma pessoa singular detém mais Obrigação de conservação e sigilo
de 25% de participação no capital social ou dos direitos de
voto nessa sociedade. 1. A sociedade deve conservar a informação recolhida pelo
período mínimo de 5 anos.
3. Presume-se a existência de propriedade ou controlo indireto
sobre a sociedade quando uma pessoa singular detém mais 2. Toda a informação recolhida deve ser guardada em sigilo
de 25% de participação no capital social ou dos direitos de apenas podendo ser fornecida às autoridades competentes,
voto em sociedade ou sociedades que, isoladamente ou nos termos do disposto nos artigos seguintes.
em conjunto, detenham a propriedade ou o controlo, direto
ou indireto, dessa sociedade. Artigo 297.º
Divulgação da informação
4. Caso não seja possível identificar nenhuma pessoa singular
que cumpra os requisitos dos números anteriores, presume- 1. A sociedade está obrigada a fornecer as informações sobre
se beneficiário efetivo da sociedade o administrador ou os seus beneficiários efetivos, no prazo de dez dias úteis,
administradores que exercem ativamente funções de gestão sempre que tal lhe for solicitado:
na sociedade.
a) Pela Unidade de Informação Financeira junto do Banco
Artigo 294.º Central de Timor-Leste, nos termos da lei;
Obrigação de recolha de informações
b) Pelas entidades obrigadas ao dever de identificação de
1. A sociedade deve recolher as seguintes informações sobre clientes, nos termos e para os efeitos do disposto no
os beneficiários efetivos: Regime Jurídico da Prevenção e do Combate ao
Branqueamento de Capitais e ao Financiamento do
a) Nome completo; Terrorismo;
b) Tipo, número, data de validade e entidade emitente do c) Pelas demais autoridades competentes nos termos da
documento de identificação, no qual conste a fotografia lei.
e a assinatura do titular do mesmo, emitido por autori-
dade pública competente; 2. A sociedade deve guardar registo de todos os pedidos de
c) Número de identificação fiscal; informação recebidos e do teor das informações prestadas.

d) Data de nascimento; Artigo 298.º


Registo
e) Nacionalidade constante do documento de identifi-
cação; A sociedade está obrigada a comunicar as informações sobre
os beneficiários efetivos ao registo comercial, nos termos da
f) País de residência permanente e, quando diverso, país respetiva lei.
de residência fiscal;
Série I, N.° 19 Quarta-Feira, 17 de Maio de 2017 Página 54
Jornal da República Pg. 056 da Compilação

Artigo 299.º Publique-se.


Contraordenações

O não cumprimento das obrigações e deveres impostos por


este capítulo constitui contraordenação punível nos termos O Presidente da República,
do Regime Jurídico da Prevenção e do Combate ao
Branqueamento de Capitais e ao Financiamento do Terrorismo.

Taur Matan Ruak

RESOLUÇÃO DO PARLAMENTO NACIONAL N.° 10/2017

de 17 de Maio
ANEXO I
RATIFICA O ACORDO DE CRIAÇÃO DA Versão em língua inglesa
ORGANIZAÇÃO DE COOPERAÇÃO PARA A
FLORESTA ASIÁTICA AGREEMENT ON THE ESTABLISHMENT OFTHEASIAN
FOREST COOPERATION ORGANIZATION (AFoCO)

Considerando que é um dos objetivos fundamentais da Preamble


República Democrática de Timor-Leste proteger o meio
ambiente e preservar os recursos naturais, The Parties to this Agreement,

Tendo em conta os compromissos assumidos pela República


Democrática de Timor-Leste por força da adesão à Convenção RECALLING the forest-related decisions adopted at the United
Quadro das Nações Unidas sobre as Alterações Climáticas, Nations Conference on Environment and Development in 1992,
pela Resolução do Parlamento Nacional n.° 7/2006, de 26 de the World Summit on Sustainable Development in 2002, and
abril, especialmente no que diz respeito ao papel da cooperação the United Nations Conference on Sustainable Development
internacional nesta matéria, in 2012 (Rio+20), as well as the provisions of the United Nations
Convention to Combat Desertification in States Experiencing
Sublinhando que as florestas desempenham um papel Serious Drought and/or Desertification/Land Degradation,
fundamental na mitigação e adaptação às alterações climáticas, opened for signature on 14 October 1994, the Ramsar
Verificando que a Organização de Cooperação para a Floresta Convention on Wetlands of International Importance Especially
Asiática visa fortalecer a cooperação regional no setor das as Waterfowl Habitat which was opened for signature on 2
florestas de modo a enfrentar os impactos das alterações February 1971, the Convention on Biological Diversity and
climáticas, the United Nations Framework Convention on Climate Change
which was opened for signature on 4 June 1992;
Considerando as competências constitucionais do Parlamento
Nacional para ratificar tratados internacionais, ALSO RECALLING the proposals for action of the
Intergovernmental Panel on Forests and the Intergovernmental
O Parlamento Nacional resolve, sob proposta do Governo, Forum on Forests and the Resolutions and Decisions of the
nos termos da alínea f) do n.° 3 do artigo 95.º da Constituição United Nations Forum on Forests as well as the Non-legally
da República, ratificar o Acordo de Criação da Organização de Binding Instrument on All Types of Forests;
Cooperação para a Floresta Asiática, cuja versão em língua
inglesa e respetiva tradução em língua portuguesa são WELCOMING the Sustainable Development Goals, as guided
publicadas em anexo. by the United Nations Conference on Sustainable Development
in 2012 (Rio+20), to be integrated into the United Nations post-
2015 development agenda;
Aprovada em 27 de março de 2017.
CONSIDERING the urgent need for closer cooperation on
forests among the Parties in Asia to contribute to the expansion
of forestlands, the advanced study of forests, forestry and
O Presidente do Parlamento Nacional, forest rehabilitation as well as to strengthen the capacities of
the Parties in coping with global climate change issues;

RECOGNIZING that all Parties play significant roles in restoring


Adérito Hugo da Costa and rehabilitating degraded lands, promoting sustainable
Série I, N.° 19 Quarta-Feira, 17 de Maio de 2017 Página 55
Jornal da República Pg. 057 da Compilação

DECRETO-LEI N.º 16 /2017 facilitação do regime das traduções necessárias à constituição


das sociedades. Prevê ainda a possibilidade de introduzir o
de 17 de Maio registo eletrónico, em consonância com a modernização da
Administração Pública e melhoria do ambiente de negócios
REGISTO COMERCIAL que o Governo pretende levar a cabo. De salientar que este
projeto de Decreto-Lei se encontra em harmonia com o Guia de
Reforma e Fomento Económico atualmente prosseguida pelo
Na sequência das inovações trazidas pelo Serviço de Registo Governo, estando nomeadamente em linha com o projeto de
e Verificação Empresarial (SERVE), o registo comercial em Timor- Decreto-Lei que cria o SERVE como Instituto Público e a
Leste viu-se fraturado entre dois sistemas organizativos e proposta de Lei das Sociedades Comerciais.
normativos distintos. Por um lado, as entidades criadas até
2012 tinham os seus registos lavrados junto da Direção Assim, o Governo decreta, nos termos das alíneas e), n) e o)
Nacional de Registos e Notariado numa base de dados indepen- do n.º 1 do artigo 115.ºda constituição, para valer como lei, o
dente e sem cruzamento de dados com aquela que o SERVE seguinte:
estabeleceu, a partir de 2012,quando adquiriu competência
exclusiva para o registo comercial inicial. Por outro lado, o CAPÍTULO I
registo comercial passou a ser regulado simultaneamente por DISPOSIÇÕES GERAIS
dois diplomas, sem carácter de complementaridade e com
diversas incompatibilidades, designadamente o Código de Artigo 1.º
Registo Comercial do Decreto-Lei n.º 7/2006, de 1 de Março, e Objeto
o Decreto-Lei n.º 35/2012, de 18 de Julho, que criou o SERVE.
O presente Decreto-Lei define o regime do registo comercial.
O Código de Registo Comercial tem a vantagem de ser um
regime completo e orientado pelos princípios do registo Artigo 2.º
comercial, mas prevê registos de entidades cujo regime Fins do registo
substantivo nunca foi criado nem se prevê a sua criação no
ordenamento jurídico timorense(como os Estabelecimentos O registo comercial destina-se a dar publicidade à situação
Individuais de Responsabilidade Limitada e os Agrupamentos jurídica dos empresários em nome individual, das sociedades
Complementares de Empresas); faz referência a valores comerciais, das sociedades civis sob forma comercial, das
mobiliários que não existem em Timor-Leste; é demasiado empresas públicas e das representações permanentes, tendo
complexo para as necessidades atuais do Registo Comercial por finalidade a segurança jurídica do comércio.
ao distinguir e prever diferentes requisitos e documentos para
cada fase do registoe regras exigentes para a correção de Artigo 3.º
registos efetuados. Por sua vez, o diploma que regula o registo Competência
comercial no SERVE, foi bem-sucedido no seu objetivo de
simplificar e tornar célere o procedimento de registo Os factos sujeitos a registo relativos a empresários comerciais
comercialtendo, contudo, abdicado de algum rigor técnico, e em nome individual, sociedades comerciais, sociedades civis
criado certos problemas na prática registral. Em particular, não sob forma comercial, empresas públicas e representações
está preparado para efetuar o registo de factos que estão permanentes são registados junto do Serviço de Registo e
sujeitos a registo nos termos da Lei das Sociedades Comerciais; Verificação Empresarial, I.P., adiante designado por SERVE.
não prevê meios de impugnação de decisões dos serviços de
registo nem tão pouco para corrigir os registos lavrados com Artigo 4.º
adequadas garantias para os direitos de terceiros (e a mera Princípio da legalidade
remissão para o Código de Registo Comercial não resolve esta
lacuna) e contém erros de cariz técnico que carecem de Os funcionários do SERVE obedecem exclusivamente à lei e
correção. A duplicidade de sistemas é particularmente penosa não podem exigir aos utentes do serviço nenhum ato ou
por criar um ambiente de incertezaonde deve vigorar a formalidade relativa ao registo comercial que não esteja
segurança jurídica, com prejuízo para os utentes dos serviços prevista no presente decreto-lei ou em quaisquer outras leis
públicos de registo comercial. ou regulamentos aplicáveis.

O presente projeto de Decreto-Lei sobre o Registo Comercial Artigo 5.º


utiliza os alicerces do sistema de registo simplificado do SERVE, Carácter público do registo
dando-lhe a densidade e rigor técnico, em harmonia com o
sistema jurídico timorense. Pretende eliminar tudo o que é Qualquer pessoa pode obter informações verbais ou escritas
dispensável e simplificar tudo o que é complexo em ambos os sobre a situação jurídica das entidades registadas junto do
regimes. Deste modo, para além de contemplar os problemas SERVE, bem como certidões atualizadas de registo comercial e
acima identificados, é simplificado o regime de constituição certidões dos documentos arquivados sem necessidade de
das sociedades previsto no SERVE, nomeadamente através da fundamentação, sem prejuízo do pagamento dos emolumentos
dispensa do certificado de admissibilidade da firma e da aplicáveis nos termos da lei.
Série I, N.° 19 Quarta-Feira, 17 de Maio de 2017 Página 741
Jornal da República Pg. 058 da Compilação

CAPÍTULO II a) Documento de identificação do empresário e, caso seja


PROCEDIMENTO DE REGISTO casado, comprovativo do regime de bens;

SECÇÃO I b) Número de identificação fiscal;


OBJETO DO REGISTO
c) Mapa de localização da residência ou estabelecimento
Artigo 6.º do empresário;
Obrigatoriedade e tipicidade
d) Declaração sobre a atividade económica que exerce.
1. É obrigatório o registo dos factos previstos na presente
secção. 2. A alteração do estado civil ou do regime de bens tem por
base a correspondente certidão do registo civil.
2. Apenas os factos sujeitos a registo comercial nos termos
da lei podem ser registados junto do SERVE. 3. Para a alteração de residência ou estabelecimento principal
é bastante a declaração pelo empresário, acompanhada do
Artigo 7.º novo mapa da localização.
Prova documental
Artigo 11.º
1. Só podem ser registados os factos constantes de Sociedades comerciais e sociedades civis sob forma
documentos que legalmente os comprovem. comercial

2. Sem prejuízo do disposto na presente secção, os registos 1. Sem prejuízo de outros previstos na lei, estão sujeitos a re-
são lavrados com base nos atos jurídicos, deliberações, gisto os seguintes factos relativos às sociedades comer-
decisões judiciais, certidões, relatórios ou projetos que,nos ciais, bem como às sociedades civis sob forma comercial
termos da lei, os comprovem. sempre que aplicável:

Artigo 8.º a) A constituição da sociedade;


Primeiro registo
b) A designação e cessação de funções, por qualquer
Nenhum facto referente a empresário comercial em nome causa que não seja o decurso do tempo, dos membros
individual, sociedade comercial ou civil sob forma comercial, dos órgãos de administração e de fiscalização das
empresa pública ou representação permanente pode ser sociedades, do secretário da sociedade, do represen-
registado sem que simultaneamente seja registada a entidade tante legal e do auditor externo;
a que respeita.
c) A fusão, cisão, transformação e dissolução das socie-
Artigo 9.º dades, bem como o aumento ou redução capital social,
Empresários comerciais em nome individual a modificação do objeto social e qualquer outra
alteração ao contrato de sociedade;
1. A pessoa singular que prossiga uma atividade comercial em
nome próprio fica obrigada, sem prejuízo de outros previs- d) O projeto de fusão ou de cisão;
tos na lei, ao registo dos seguintes factos:
e) A aprovação do projeto de fusão ou decisão;
a) O início, a alteração e a cessação da atividade; f) A alteração da firma;
b) A firma e a alteração da firma; g) A autorização para que se mantenha na firma o nome
ou apelido do sócio que se retire ou faleça;
c) As alterações do seu estado civil e regime de bens;
h) A suspensão de atividade social;
d) A alteração de residência ou do estabelecimento
principal. i) A mudança da sede da sociedade;

2. O incumprimento do disposto no número anterior é punível j) A criação de sucursais, agências, delegações, ou outras
com coima entre 50 (cinquenta) dólares norte americanos formas locais de representação, no território nacional
e 500 (quinhentos) dólares norte americanos. ou estrangeiro;

Artigo 10.º k) A aprovação das contas da sociedade;


Documentos para registos do empresário comercial em
nome individual l) O encerramento da liquidação ou o regresso à atividade;

1. Para o registo do início de atividade do empresário comercial m) A deliberação da assembleia, nos casos em que a lei a
em nome individual são necessários os seguintes exige, para aquisição ou alienação de bens pela
documentos: sociedade.
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Jornal da República Pg. 059 da Compilação

2. Em especial, estão sujeitos a registo os seguintes factos b) Documentos de identificação dos sócios e, caso sejam
relativos às sociedades por quotas: casados, comprovativo do regime de bens;

a) A unificação, a divisão e a transmissão de quotas, bem c) Número de identificação fiscal dos sócios;
como a alteração do seu valor;
d) Documentos de identificação dos titulares dos órgãos
b) A amortização de quotas; sociais;

c) A constituição e a transmissão de usufruto, o penhor, e) A designação dos órgãos sociais, nos termos da lei;
arresto, arrolamento e penhora de quotas ou direitos
sobre elas e ainda quaisquer outros atos ou providên- f) Declaração de aceitação do cargo subscrita por cada
cias que afetem a sua livre disposição; um dos titulares dos órgãos sociais nomeados;

d) A promessa de transmissão ou o pacto de preferência g) Documentos comprovativos da realização do capital,


que tenha por objeto quotas, quando lhe tenha sido através de comprovativo de depósito em instituição de
atribuída eficácia real. crédito à ordem da administração da sociedade ou de
declarações de realização do capital pelos sócios;
3. Em especial, estão sujeitos a registo os seguintes factos
relativos às sociedades anónimas; h) Mapa de localização da sede;

a) O projeto de constituição da sociedade com recurso a i) Cópias autenticadas dos originais das autorizações
subscrição pública e a oferta pública de subscrição prévias necessárias ao exercício da actividade que
pelos promotores; constitui objecto da sociedade, nos termos da lei.

b) A deliberação de remição de ações; 2. O registo da aprovação de contas da sociedade, nos termos


da alínea k) do n.º 1 do artigo anterior consiste na inscrição
c) A emissão de obrigações e a emissão de cada série de no registo da menção da entrega, para fins de depósito, da
obrigações. ata da deliberação que aprova as contas da sociedade,
acompanhada dos documentos aprovados, nos termos da
4. Em especial, estão sujeitos a registo os seguintes factos lei.
relativos às sociedades coligadas:
3. Para o registo da criação de sucursal ou de outras formas
a) A constituição e o termo de relações de simples locais de representação de sociedade comercial com sede
participação, participações recíprocas, domínio ou de em Timor-Leste no território nacional ou no estrangeiro,
grupo, nos termos da Lei das Sociedades Comerciais; são necessários os seguintes documentos:

b) A deliberação de alienação de quotas ou ações da a) Deliberação de criação da sucursal ou de outra forma


sociedade dominada ou subordinada; local de representação, com menção da sua localização;

c) O relatório do auditor externo que justifique a oferta de b) Deliberação de designação do respetivo representante,
aquisição das participações tendente ao domínio total com menção dos poderes atribuídos;
e a aquisição das ações participações pertencentes aos
sócios livres da sociedade subordinada pela sociedade c) Documento de identificação do representante e demais
diretora. titulares dos órgãos sociais, quando aplicável;

5. O registo dos factos previstos na alínea g), h), i) k) e m) do d) Declaração de aceitação do cargo subscrita pelo
número 1do presente artigo estão isentos de emolumentos. representante nomeado.

6. O incumprimento do disposto nos números 1 a 4 do presente Artigo 13.º


artigo é punível com coima entre 50 e 500 dólares Empresas públicas
americanos, para pessoas singulares, e entre 500 e 5.000
dólares americanos para pessoas coletivas. 1. Estão sujeitos a registo, para além de outros previstos na
lei, os seguintes factos relativos a empresas públicas:
Artigo 12.º
Documentos necessários a registos das sociedades a) A constituição da empresa pública;
comerciais e sociedades civis sob forma comercial
b) A fusão, cisão e qualquer outra alteração dos estatutos;
1. Para o registo da constituição de sociedadessão necessários
os seguintes documentos: c) A extinção das empresas públicas e o encerramento da
liquidação.
a) O ato constitutivo com base em modelo pré-aprovado
ou redigido pelas partes nos termos da lei; 2. O registo comercial relativo às empresas públicas tem por
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Jornal da República Pg. 060 da Compilação

base o respetivo diploma, conforme publicado em Jornal b) As ações que tenham como fim, principal ou acessório,
da República. declarar, fazer reconhecer, constituir, modificar ou
extinguir qualquer dos direitos referidos nos artigos 9.º
Artigo 14.º e 11.º;
Representações permanentes
c) As ações de declaração de nulidade ou anulação do
1. As sociedades com sede estatutária e administração principal ato constitutivo;
no estrangeiro que exerçam atividade permanente em Timor-
Leste estão sujeitas às seguintes obrigações de registo, d) As ações de declaração de nulidade ou anulação de
sem prejuízo de outras previstas na lei: deliberações sociais, bem como os procedimentos
cautelares de suspensão destas;
a) A criação e a extinção de representação permanente;
e) As ações de declaração de nulidade ou cancelamento
b) Designação e cessação de funções do representante de um registo;
legal;

c) Deliberação de afetação de capital à atividade da f) Ações de insolvência sobre entidades sujeitas a registo;
representação permanente;
g) As providências cautelares não especificadas
d) A nomeação do representante legal como gerente ou requeridas com referência às ações mencionadas nas
procurador, quando aplicável. alíneas anteriores;

2. O disposto no número anterior aplica-se às sucursais, h) As decisões finais, com trânsito em julgado, proferidas
agências ou outras formas de representação estabelecidas nas ações e procedimentos cautelares referidos nas
em território de Timor-Leste por sociedade comerciais por alíneas anteriores.
sede no estrangeiro.
2. Os registos das ações previstas no número anterior são
3. O incumprimento neste artigo é punível com coima entre 50 anotadas por averbamento ao respetivo registo.
(cinquenta) e 500 (quinhentos) dólares americanos, para
pessoas singulares, e entre 500 (quinhentos) e 5.000 (cinco 3. Os registos promovidos pelo Ministério Público estão
mil) dólares americanos, para pessoas coletivas. isentos de emolumentos.

Artigo15.º SECÇÃO II
Documentos necessários para o registo de representação APRESENTAÇÃO AO REGISTO
permanente de sociedade estrangeira
Artigo 17.º
Para o registo de representação permanente em Timor-Leste Iniciativa e legitimidade
de sociedade com sede no estrangeiro, são necessários os
seguintes documentos: 1. O registo comercial efetua-se a pedido dos interessados,
salvo nos casos de registo oficioso previstos na lei.
a) Prova da existência da sociedade comercial, de acordo com
a lei do país de origem; 2. Todas as pessoas que tenham interesse no registo de certo
facto têm legitimidade para o requerer, salvo as exceções
b) Redação atualizada dos respetivos estatutos; previstas na lei.

c) Deliberação de criação da representação em Timor-Leste, 3. Têm legitimidade exclusiva para requerer o registo, nomea-
com menção do capital afeto e a localização da mesma; damente:
d) Deliberação de designação do respetivo representante
a) Do início, alteração e cessação da atividade de empre-
e) Documento de identificação do representante e demais sários comerciais em nome individual, o empresário ou
titulares dos órgãos sociais, se aplicável; o seu representante;

f) Mapa de localização da representação permanente em Timor- b) Da constituição de sociedades, os membros do órgão


Leste. de administração, o secretário da sociedade, o
representante legal ou qualquer sócio;
Artigo 16.º
Ações e decisões sujeitas a registo c) Do projeto do contrato de sociedade anónima com apelo
a subscrição pública de ações, os respetivos pro-
1. Sem prejuízo de outras previstas na lei, estão sujeitas a motores;
registo:
d) Da constituição de empresas públicas, quem for
a) As ações de interdição e inabilitação do empresário em nomeado para o efeito no diploma de criação da empresa
nome individual e de levantamento destas; pública ou pelo Conselho de Administração.
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Jornal da República Pg. 061 da Compilação

4. O Ministério Público tem legitimidade para requerer o registo 2. Os documentos redigidos em língua estrangeira devem ser
das ações por ele propostas e respetivas decisões finais. acompanhados de tradução certificada por uma das
seguintes entidades:
5. O representante da massa insolvente, nos termos da lei, tem
legitimidade para requerer todos os registos do interesse a) Representação diplomática de Timor-Leste no
do processo de insolvência. estrangeiro;

Artigo 18.º b) Representação diplomática acreditada em Timor-Leste;


Representação
c) Instituto Nacional de Linguística, nos termos da lei;
1. Para além dos sujeitos com legitimidade nos termos do n.º d) Notário ou tradutor ajuramentado, nos termos da lei;
2 do artigo anterior, pode igualmente requerer atos de registo
o mandatário munido de procuração. e) Advogado com inscrição ativa em Timor-Leste.
2. Os atos para os quais certos sujeitos têm legitimidade 3. A certificação de traduções elaboradas por advogados,
exclusiva só podem ser requeridos por mandatário com nos termos da alínea e) do número anterior, é válida
poderes especiais para o ato. unicamente para efeitos de registo comercial devendo
obedecer, com as necessárias adaptações, às formalidades
Artigo 19.º previstas no Regulamento Notarial e no Regime Jurídico
Prazos do Notariado, e conter em anexo a identificação e os dados
profissionais do advogado tradutor, acompanhados de uma
1. O registo de constituição de sociedades deve ser requerido declaração de responsabilidade pessoal pelo teor da
no prazo de 15 dias a contar da data do ato constitutivo. tradução.
2. O registo dos restantes factos sujeitos a registo deve ser
Artigo 22.º
requerido no prazo de 30 dias a partir da data em que tiverem
Documentos e cópias
ocorrido, salvo outros prazos previstos na lei.

3. As ações de declaração de nulidade ou de anulação dos 1. Os documentos que titulam os factos levados a registo
atos constitutivos de sociedades comerciais ou civis sob estão sujeitos a depósito no SERVE.
forma comercial, bem como de deliberações sociais, não
terão seguimento após os articulados enquanto não for 2. Para além de documentos originais e de fotocópias auten-
feita prova de ter sido pedido o seu registo. ticadas nos termos da lei notarial, são admitidas para instru-
ção dos registos e para depósito as fotocópias dos docu-
4. Nos procedimentos cautelares de suspensão de deliberações mentos originais que, a pedido do interessado, os agentes
sociais, a decisão não será proferida enquanto não for feita do SERVE extraiam e atestem a respetiva conformidade com
a prova referida no número anterior. o original.

5. A apresentação voluntária ao registo fora dos prazos SECÇÃO III


previstos neste decreto-lei dá origem ao agravamento da INSCRIÇÃO NO REGISTO
taxa emolumentar nos termos a definir no regime
emolumentar. Artigo 23.º
Apreciação do pedido de registo
Artigo 20.º
Requerimento de registo 1. Compete ao conservador apreciar a viabilidade do pedido
de registo, em face das disposições legais aplicáveis, dos
1. Os requerimentos para a prática de atos de registo são documentos apresentados e dos registos anteriores,
efetuados por meio de formulários, disponibilizados nas verificando especialmente a legitimidade dos interessados,
instalações do SERVE e na sua página da internet. a regularidade formal dos títulos e a validade dos atos
neles contidos.
2. Os formulários de requerimento de atos de registo são
aprovados por Diploma Ministerial do membro do Governo 2. Em caso de ausência ou impedimento do conservador, a
que tutela o SERVE. sua substituição cabe ao funcionário de categoria superior
3. Os requerimentos de atos de registo e os respetivos colocado no mesmo serviço, nos termos da lei.
documentos instrutórios são entregues presencialmente
no SERVE, sem prejuízo de poderem ser entregues por via Artigo 24.º
eletrónica nos termos a regular por decreto do governo. Prioridade do registo

Artigo21.º 1. O direito inscrito em primeiro lugar prevalece sobre os que


Língua e traduções se lhes seguirem, relativamente aos mesmos factos ou bens,
segundo a ordem da apresentação.
1. Todos os documentos apresentados para fins de registo
são obrigatoriamente redigidos em Português ou Tétum. 2. Em caso de recusa de registo, o registo efetuado na se-
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Jornal da República Pg. 062 da Compilação

quência de reclamação ou recurso julgado procedente d) Em caso de falta de pagamento do emolumento devido
conserva a prioridade do ato recusado. pelo ato, quando devido nos temos da lei;

Artigo 25.º e) Quando for manifesta a nulidade do facto cujo registo


Prazo se requer;

Os registos são efetuados no prazo de cinco dias úteis a partir f) Quando o facto constante do documento já estiver
da data da submissão regular do pedido. registado ou não estiver sujeito a registo.

Artigo26.º 2. O conservador pode requerer exame judicial à sociedade,


Publicação nos termos da lei, sempre que o teor de documentos levados
a registo indicie a existência de irregularidades que, após
1. Efetuado o registo, o conservador promove a publicação notificação à administração, não sejam sanadas.
do seu resumo ou, caso esteja sujeito a publicação
obrigatória, do texto integral, no prazo de um dia útil. 3. Não pode ser recusado o registo que seja titulado por
decisão judicial transitada em julgado e que tenha sido
2. A publicação é feita, numa das línguas oficiais, na página notificada ao Ministério Público, salvo se dele resultar
da internet dedicada à publicação dos registos gerida pelo manifesta desarmonia com a situação jurídica do bem
SERVE. resultante de registos anteriores.

Artigo 27.º 4. A recusa do registo é fundamentada por escrito e está su-


Efeitos do registo jeita aos meios de impugnação previstos no presente
decreto-lei.
O registo constitui presunção de que existe a situação jurídica
registada nos precisos termos em que se encontra inscrita. SECÇÃO IV
REGISTO PROVISÓRIO
Artigo 28.º
Oponibilidade do registo Artigo 30.º
Registo provisório por dúvidas
1. Os factos sujeitos a registo, ainda que não registados,
podem ser invocados entre as próprias partes ou seus O registo deve ser feito provisoriamente por dúvidas quando
herdeiros, sem prejuízo do disposto na Lei das Sociedades exista motivo que, não sendo de recusa, obste ao registo do
Comerciais quanto ao ato constitutivo e as respetivas ato tal como é pedido.
alterações.
Artigo 31.º
2. Os factos sujeitos a registo só produzem efeitos perante Provisoriedade
terceiros depois da data do respetivo registo, salvo se
provar que o terceiro tinha conhecimento do facto. Os despachos de recusa e de registo provisório por dúvidas
são elaborados de forma concisa mas devidamente
3. Os factos sujeitos a registo e publicação obrigatória só fundamentada e notificados aos requerentes.
produzem efeitos contra terceiros depois da data da publi-
cação, salvo se provar que o terceiro tinha conhecimento Artigo 32.º
do facto. Suprimento das deficiências

4. A falta de registo não pode ser oposta aos interessados 1. Sempre que possível, as deficiências do processo de registo
pelos seus representantes legais, a quem incumbe a devem ser supridas com base nos documentos apresen-
obrigação de o promover, nem pelos herdeiros destes. tados ou já depositados no SERVE, bem como pelo recurso
aos meios informáticos disponíveis.
Artigo 29.º
Recusa do registo 2. Sem prejuízo do normal funcionamento do serviço, para
efeitos do número anterior, o SERVE comunica ao
1. O conservador recusa o registo: requerente, por qualquer meio, para, se quiser, suprir as
deficiências do processo de registo no prazo máximo de 5
a) Quando faltar algum dos documentos que deva ser dias úteis.
depositado nos termos da lei, ou quando for manifesto
que o facto não está titulado nos documentos 3. Após a apresentação e antes de efectuado o registo, pode
apresentados; o interessado juntar documentos em apresentação
complementar para sanar as deficiências que não envolvam
b) Em caso de ilegitimidade do requerente; novo pedido de registo, nem constituam motivo de recusa
nos termos do artigo 29.
c) Em caso de falta ou insuficiência de poderes de
representação do requerente;
Série I, N.° 19 Quarta-Feira, 17 de Maio de 2017 Página 746
Jornal da República Pg. 063 da Compilação

Artigo 33.º 2. As informações facultadas pelo SERVE apenas podem ser


Convolação referentes às entidades sujeitas a registo e aos registos
sobre ela lavrados, incluindo sobre os titulares das
1. No caso de se verificarem divergências que não envolvam participações sociais e membros de órgãos sociais, não
contradições entre o pedido de registo e os documentos podendo,contudo, ser facultadas informações sobre a
apresentados, o registo é efectuado conforme a qualificação situação jurídica individual de qualquer sócio ou outros
que resulta dos documentos. membros de órgãos societários.

2. Quando forem pedidos e apresentados diferentes atos de 3. O SERVE pode cobrar emolumentos pelo fornecimento de
registo relativamente a facto ou factos de que se deva informações escritas, incluindo por fotocópias sem valor
lavrar um único registo, este é efectuado com menção do probatório, referente a inscrições no registo da entidade
número da primeira apresentação, considerando-se as em causa, nos termos da lei.
demais convoladas
4. Para efeitos do disposto no n.º 1, apenas os funcionários do
3. Se for pedido e apresentado um único ato de registo SERVE podem consultar as pastas e documentos.
englobando factos de que se devam lavrar registos
distintos, o SERVE procede às necessárias apresentações, Artigo 37.º
realizando os registos em conformidade. Certidões

Artigo 34.º 1. O SERVE disponibiliza Certidões de Registo Comercial e


Desistência certidões de documentos que ali estejam depositados,
mediante requerimento.
É permitida a desistência de um registo e dos que dele
dependam no caso de deficiência que motive a recusa ou se 2. A Certidão de Registo Comercial menciona todos os registos
for junto documento comprovativo da extinção do facto. em vigor efetuados junto do SERVE, relativos ao sujeito
em causa e contém obrigatoriamente:
Artigo 35.º
Registo provisório por natureza a) A firma da sociedade;

São provisórios por natureza os seguintes registos: b) O número único da empresa;

a) De negócio jurídico anulável, ou ineficaz por falta de consen- c) O endereço da sede;


timento, antes de sanado o vício ou caducado o direito de
o arguir; d) O objeto social;

b) Efetuados na pendência de impugnação de decisão do e) O capital social;


conservador ou enquanto não decorrer o prazo para a sua
interposição; f) O nome e número do documento de identificação fiscal
dos sócios e as respetivas participações, se a Certidão
c) De negócio jurídico celebrado por gerente ou por procurador de Registo Comercial for relativa a uma sociedade por
sem poderes suficientes, antes da ratificação; quotas;

d) Os registos das ações judiciais previstas nas alíneas a) a f) g) Nome e número do documento de identificação dos
do n.º 1 do artigo 16.º. administradores e do representante legal da sociedade;

e) De penhora ou arresto de quotas das sociedades por quotas h) A data de emissão da Certidão do Registo Comercial.
ou dos direitos a que se refere a alínea c) do n.º 2 do artigo
11 e, bem assim, da apreensão dos mesmos bens em proces- 3. A Certidão de Registo Comercial é emitida, numa das lín-
so de insolvência, no caso de sobre eles subsistir o registo guas oficiais e em inglês, com base em modelo e traduções
de aquisição a favor de pessoa diversa do executado, do aprovadas por Diploma Ministerial do membro do Governo
arrestado, ou do insolvente; que tutela o SERVE.

f) Dependentes de qualquer registo provisório. 4. Sempre que um facto ou conjunto de factos sejam levados
a registo é emitida e disponibilizada gratuitamente uma
CAPÍTULO III Certidão de Registo Comercial atualizada.
INFORMAÇÕES, CERTIDÕES EARQUIVO
5. As restantes certidões são disponibilizadas ao requerente
Artigo 36.º no prazo de um dia útil após a receção do pedido e do
Informações pagamento do emolumento aplicável.

1. O SERVE fornece informações verbais e escritas, mediante 6. Todas as certidões contêm o selo branco do SERVE e têm a
requerimento verbal e escrito respetivamente. validade de um ano a partir da data de emissão.
Série I, N.° 19 Quarta-Feira, 17 de Maio de 2017 Página 747
Jornal da República Pg. 064 da Compilação

7. A recusa da passagem de certidão está sujeita a reclamação ação declarativa, a liquidação judicial da sociedade que,
e recurso. não estando registada, exerça atividade há mais de três
meses.
Artigo 38.º
Número Único da Empresa 3. O tribunal pode ordenar a cessação da atividade e a
liquidação do património situado em Timor das sociedades
1. O número único da empresa é o número pelo qual o em- que exercem atividade permanente em Timor-Leste mas que
presário comercial em nome individual, a sociedade, a não têm aqui sede estatutária nem administração principal
empresa pública e a representação permanente é identificada e que não cumpram as suas obrigações de registo, nos
perante a administração pública e corresponde ao Número termos da Lei das Sociedades Comerciais.
de Identificação Fiscal.
4. Quando a omissão de atos de registo indicie a existência de
2. O número único da empresa é emitido no momento do irregularidades que, após notificação à administração, não
primeiro registo das entidades sujeitas a registo, de acordo sejam sanadas, o conservador notifica o Ministério Público
com as regras do Número de Identificação Fiscal, através para requerer exame judicial à sociedade, nos termos da lei.
do sistema de acesso compartilhado pela Administração
Tributária com o SERVE. Artigo 42.º
Regime Sancionatório
3. O SERVE emite os Números de Identificação Fiscal dos
empresários comerciais em nome individual, dos sócios, 1. As infrações previstas no presente decreto-lei, quando
dos representantes legais ou dos titulares de órgãos sociais outras sanções não estejam especialmente previstas, são
que ainda não o possuam. processadas e punidas nos termos do regime jurídico das
contraordenações.
Artigo 39.º
Certidão de dívidas fiscais 2. A autoridade competente para instaurar o procedimento
por contraordenação eaplicar as respetivas sanções é a
O SERVE emite as certidões de dívidas fiscais necessárias à Autoridade de Inspeção e Fiscalização da Atividade
instrução dos atos de registo de acordo com as informações Económica, Sanitária e Alimentar, criada pelo Decreto-Lei
constantes do sistema de acesso compartilhado pela n.º 26/2016, de 29 de junho.
Administração Tributária.
3. Sempre que o conservador tome conhecimento de uma
Artigo 40.º infração prevista no presente decreto-lei, participao facto
Arquivofísico e informático do SERVE à autoridade competente para iniciar o procedimento de
contraordenação.
1. A cada empresário comercial em nome individual, sociedade 4. Nas infrações relativas a sociedades comerciais ou
comercial ou outras entidades sujeitas a registo comercial sociedades civis sob forma comercial, considera-se que o
é destinada uma pasta onde são depositados todos os infrator é a pessoa singular com obrigação de requerer o
documentos a eles respeitantes e a cópia atualizada dos primeiro registo da sociedade ou, depois de esta se
respetivos registos. encontrar registada, a própria sociedade.
2. Os documentos depositados no SERVE são digitalizados e 5. Nas infrações relativas a representações permanentes,
arquivados em suporte eletrónico na base de dados considera-se que o infrator é a sociedade estrangeira que
informática. estabelece a representação permanente, sendo solidaria-
3. O SERVE mantém os documentos em papel em arquivo mente responsáveis o representante legal ou qualquer
físico durante o período de 10 (dez) anos, decorridos os administrador da sociedade estrangeira.
quais podem ser destruídos. 6. Em caso de infrações reiteradas e reincidentes, a autoridade
competentepode aplicar as seguintes sanções acessórias:
CAPÍTULO IV
INCUMPRIMENTO a) A suspensão até três anos do direito de participar em
aquisições públicas;
Artigo 41.º
Incumprimento da obrigação de registo b) A suspensão ou cancelamento de licença para o
exercício de atividade económica e encerramento
1. A pessoa singular que exerça uma atividade comercial em temporário ou definitivo de estabelecimento.
nome próprio e que não esteja registado como empresário
comercial em nome individual não pode prevalecer-se dos CAPÍTULO V
efeitos legais decorrentes dessa qualidade face a terceiros, VÍCIOS DO REGISTO
mas também não pode invocar a falta de registo para se
eximir às responsabilidades e obrigações inerentes a essa Artigo 43.º
qualidade. Inexatidões

2. O Ministério Público deve requerer, sem dependência de 1. O registo é inexato quando se mostre lavrado em desconfor-
Série I, N.° 19 Quarta-Feira, 17 de Maio de 2017 Página 748
Jornal da República Pg. 065 da Compilação

midade com o título que lhe serviu de base ou enferme de 4. Considera-se que o interessado consente na retificação
deficiências provenientes desse título que não sejam causa sempre que, decorridos 30 dias da sua notificação, não se
de nulidade. tenha pronunciado, sob qualquer forma, em sentido
contrário.
2. Os registos inexatos são retificados nos termos do artigo
45.º. 5. O conservador pode convocar uma conferência com vista
ao esclarecimento dos interessados e à obtenção do
Artigo 44.º respetivo consentimento para a retificação do registo.
Nulidade do registo
6. A retificação do registo não prejudica os direitos adquiridos
1. O registo é nulo: a título oneroso por terceiros de boa-fé, se o registo dos
factos correspondentes for anterior ao registo da retificação
a) Quando for falso ou tiver sido feito com base em títulos ou na pendência do respetivo processo.
falsos;
CAPÍTULO VI
b) Quando tiver sido feito com base em títulos CESSAÇÃO DE EFEITOS DO REGISTO
insuficientes para a prova legal do facto registado;
Artigo 46.º
c) Quando enfermar de omissões ou inexatidões de que Caducidade
resulte incerteza acerca dos sujeitos ou do objeto da
relação jurídica a que o facto registado se refere; 1. Os registos caducam por força da lei ou pelo decurso do
prazo de duração do negócio.
d) Quando tiver sido feito com violação das regras de
trato sucessivo. 2. Os registos de arresto, penhora, penhor, consignação de
rendimentos, apreensão, arrolamento e outras providências
2. A nulidade do registo não é sanável pelo decurso do tempo cautelares caducam decorridos 10 anos sobre a data da
e é declarada por decisão fundamentada do conservador inscrição, sem prejuízo da caducidade prevista na lei
sempre que este tenha tomado conhecimento supervenien- processual.
tedos documentos ou dos factos que justificam a nulidade
do registo, ou por decisão judicial transitada em julgado. 3. Os registos de usufruto e o penhor de participação social
caducam decorridos 50 anos sobre a data da inscrição,
3. A declaração de nulidade do registo não prejudica os direitos sem prejuízo de poderem ser renovados por períodos de
adquiridos a título oneroso por terceiro de boa fé, se o igual duração.
registo dos correspondentes factos for anterior ao registo 4. Os registos previstos no 35.º caducam decorridos 10 anos
da ação de nulidade. sobre a data da inscrição, sem prejuízo da caducidade
prevista na lei processual.
4. Os registos nulos nos termos da alínea b) a d) do número 1
podem ser retificados, se não estiver pendente ação de 5. A caducidade deve ser anotada por averbamento ao
declaração de nulidade. respetivo registo.

5. Havendo indícios da prática de crime, o conservador remete Artigo 47.º


ao Ministério Público os documentos e cópias necessárias Cancelamento
para eventual instauração de procedimento criminal.
1. O cancelamento do registo faz cessar a sua produção de
Artigo 45.º efeitos.
Retificação
2. Os registos são cancelados com base na extinção dos
1. Os registos inexatos e os registos nulos passíveis de retifica- direitos, ónus ou encargos neles definidos, por execução
ção podem ser retificados por iniciativa do conservador de decisão administrativa, nos casos previstos na lei, ou
ou a pedido de qualquer interessado. de decisão judicial transitada em julgado.

2. A inexatidão proveniente da desconformidade com o título 3. O cancelamento de um registo deve ser anotado por
é retificada oficiosamente em face dos documentos que averbamento ao respetivo registo.
serviram de base ao registo e anotada por averbamento,
mas se houver prejuízo de direitos de titulares inscritos é Artigo 48.º
necessário o consentimento de todos os interessados ou Cancelamento do registo do empresário comercial em nome
decisão judicial. individual

3. A retificação dos registos nulos nos termos do número 4 do 1. O empresário comercial em nome individual registado que
artigo anterior só pode ser feita pelo conservador, depois não exerça uma atividade comercial por período superior a
de notificados todos os interessados e mediante o seu dois anos é notificado para, no prazo de 90 dias, declarar
consentimento, ou por decisão judicial. se quer manter o registo.
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Jornal da República Pg. 066 da Compilação

2. Se o empresário comercial em nome individual não declarar Artigo 50.º


a intenção de manter o registo no prazo referido no número Comunicação da Administração Tributária
anterior o conservador procede ao seu cancelamento.
1. Presume-se que o empresário comercial em nome individual
Artigo 49.º ou a sociedade comercial que não entregue a declaração
Dissolução e liquidação da sociedade comercial anual de rendimentos à Administração Tributária nos
termos da lei, não se encontra a exercer uma atividade
1. O conservador ou o agente do SERVE notifica a sociedade comercial.
para se pronunciar quanto à sua dissolução quando:
2. Para os efeitos do disposto na presente secção, a
a) Não exerça qualquer atividade por período superior a Administração Tributária comunica ao SERVE sempre que:
dois anos, não estando a sua atividade suspensa, e
não tenha sido promovida a sua dissolução, a) O empresário comercial em nome individual não
entregue, durante dois anos consecutivos, a sua
b) Não entregue a declaração anual de impostos durante declaração anual de rendimentos;
três anos consecutivos,
b) A sociedade comercial não entregue, durante três anos
c) Tenha suspendido ou renovado a suspensão da sua consecutivos, a sua declaração anual de rendimentos.
atividade há mais de quatro anos e não tenha sido
promovida a sua dissolução. CAPÍTULO VII
IMPUGNAÇÃO
2. Caso a sociedade não se pronuncie e não regularize a situa-
ção no prazo de 90 dias, o conservador: Artigo 51.º
Decisões impugnáveis
a) Requer oficiosamente a dissolução judicial da
sociedade; ou 1. A decisão de recusa, expressa ou tácita, da prática de qual-
quer ato de registo nos termos requeridos, da passagem
b) Declara a sociedade dissolvida e promove oficiosa- de certidões ou de emissão de documentos, da retificação
mente o registo da dissolução e do encerramento da de registo lavrado ou outras decisões que afetem os direitos
liquidação quando, de acordo com informações reunidas dos particulares podem ser impugnadas através de:
junto dos representantes legais, da Administração
Tributária ou de outras entidades relevantes, e a) Reclamação;
decorridos 30 dias após a afixação de edital na sede da
sociedade, não seja comprovadamente apurada a b) Recurso administrativo;
existência de qualquer ativo ou passivo a liquidar.
c) Recurso contencioso.
3. O edital previsto na alínea b) do número anterior deve
obrigatoriamente conter: 2. A interposição de recurso depende de reclamação prévia.

a) A identificação completa da sociedade; 3. O recurso administrativo é facultativo e é dirigido ao Diretor


Nacional de Registos e Notariado.
b) O nome dos titulares do órgão de administração;
4. O recurso judicial é dirigido ao tribunal administrativo ou,
c) Referência ao presente artigo; quando não o haja, ao tribunal de primeira instância em
matéria cível.
d) Descrição dos elementos que a comunicação de
existência de ativo ou passivo da sociedade deve contar, 5. A interposição de recurso judicial faz precludir o direito de
nomeadamente a identificação do devedor ou do credor, recurso administrativo e equivale à desistência dos
do valor em causa e os respetivos documentos compro- processos administrativos pendentes.
vativos;
Artigo 52.º
e) Indicação do endereço eletrónico ou do local ou onde Reclamação
deve ser apresentada a comunicação prevista na alínea
anterior; 1. A reclamação é escrita e dirigida ao conservador no prazo
de 30 dias a contar da data de notificação ao interessado
f) A data de afixação do edital; da decisão reclamada ou, em caso de indeferimento tácito,
do termo do prazo para a prática do ato.
g) A assinatura do conservador.
2. A reclamação é fundamentada e contém o pedido expresso
4. A decisão do conservadorprevista na alínea b) do n.º 2 está da pretensão do reclamante.
sujeita aos meios de impugnação previstos no presente
decreto-lei. 3. A reclamação é apreciada e decidida pelo conservador que
Série I, N.° 19 Quarta-Feira, 17 de Maio de 2017 Página 750
Jornal da República Pg. 067 da Compilação

praticou o ato de recusa, ou seu substituto, no prazo de 15 interpor recurso contencioso com vista à prática do ato
dias, e notificada ao reclamante. recusado.

4. A decisão da reclamação é fundamentada, com referência 2. A interposição do recurso é entregue no tribunal compe-
expressa à manutenção da decisão reclamada ou ao tente, nos termos da lei de processo, no prazo de 30 dias a
deferimento, integral ou parcial, do pedido do reclamante. contar da data de notificação da decisão que tiver
indeferido, total ou parcialmente, a reclamação ou o recurso,
5. Considera-se tacitamente indeferida a pretensão do recla- ou do termo do prazo para a prática do ato.
mante cuja decisão do conservador não seja proferida no
prazo legal. CAPÍTULO VIII
FIRMAS
Artigo 53.º
Recurso administrativo Artigo 55.º
Unidade e Exclusivo
1. Caso a pretensão do reclamante nos termos do artigo anterior
seja indeferida, expressa, tácita ou parcialmente pelo 1. Os empresários comerciais em nome individual e as
conservador, o interessado pode interpor recurso da sociedades comerciais estão obrigados a adotar uma única
decisão de recusa da prática do ato para o Diretor Nacional firma, que os individualiza e identifica.
de Registos e Notariado.
2. O registo da firma é efetuado no momento da inscrição no
2. A interposição de recurso administrativo faz-se com a entrega registo comercial e confere ao seu titular o direito ao seu
de requerimento junto do SERVE, acompanhado dos uso exclusivo no território nacional.
documentos que o recorrente considerar necessários, no
prazo de 30 dias a contar da data da notificação da decisão Artigo 56.º
de indeferimento ou do termo do prazo para a prática do Empresário comercial em nome individual
ato.
1. A firma do empresário comercial em nome individual é
3. O requerimento de recurso deve: composta pelo seu nome, completo ou abreviado, conforme
seja necessário para identificação da pessoa, podendo
a) Identificar o ato recorrido e os termos do indeferimento aditar-lhe expressão alusiva à atividade exercida, seguido
da reclamação; da sigla “ENIN”.

b) Especificar, de modo completo, os fundamentos em que 2. A firma do empresário comercial em nome individual é
se baseia o recurso; intransmissível por ato entre vivos.

c) Ser acompanhado dos documentos que o recorrente Artigo 57.º


entender necessários para comprovar os fundamentos; Sociedades

d) Requerer que seja ordenada ao conservador a realização 1. As firmas das sociedades são compostas nos termos
do ato. previstos na Lei sobre Sociedades Comerciais, de acordo
com o tipo respetivo, sem prejuízo do disposto na presente
4. Recebido o requerimento de interposição de recurso, o lei.
conservador remete ao Diretor Nacional de Registos e
Notariado cópia do processo principal e da reclamação, 2. Quando, por qualquer causa, deixe de ser sócio pessoa
bem como de outros documentos que considerar singular cujo nome figure na firma da sociedade comercial,
necessários, no prazo de cinco dias. deve tal firma ser alterada no prazo de um ano, a não ser
que o sócio que se retire ou os herdeiros do que falecer
5. Recebido o requerimento de interposição de recurso, o consintam por escrito na continuação da mesma firma.
Diretor requer parecer técnico ao Departamento de Apoio
Jurídico e emite a sua decisão, notificando-a ao SERVE, no Artigo 58.º
prazo de 30 dias. Outras denominações

6. A decisão de deferimento do recurso implica a obrigato- 1. A denominação das empresas públicas é seguida das pala-
riedade da prática oficiosa do ato recusado pelo vras “Empresa Pública” ou das iniciais “E.P.” e obedece às
conservador, sob pena de procedimento disciplinar nos regras de composição das firmas que lhes sejam aplicáveis.
termos da lei.
2. As denominações das representações permanentes de
Artigo54.º sociedades com sede no estrangeiro em Timor-Leste
Recurso contencioso obedecem às regras de composição das firmas, podendo
ser composta pela firma da sociedade estrangeira, seguido
1. Em caso de indeferimento, total, parcial ou tácito da recla- das palavras “Representação Permanente” ou das iniciais
mação ou do recurso administrativo, o interessado pode “R.P.”.
Série I, N.° 19 Quarta-Feira, 17 de Maio de 2017 Página 751
Jornal da República Pg. 068 da Compilação

Artigo 59.º relacionem com atividade, técnica ou produto, ou por


Verdade vocábulos que indiquem proveniência geográfica.

1. Os elementos componentes das firmas devem ser verda- 2. As firmas não podem conter expressões proibidas por lei,
deiros e não induzir em erro sobre a identificação, natureza ofensivas da moral ou dos bons costumes ou incompatíveis
ou atividade do seu titular. com o respeito pelos direitos e liberdades constitucional-
mente consagrados.
2. Os elementos característicos das firmas, mesmo quando
constituídos por designações de fantasia, siglas ou Artigo 62.º
composições, não podem sugerir atividade diferente da Transmissão do estabelecimento
que constitui o objeto social.
1. O adquirente, por qualquer título entre vivos, de um estabe-
3. Sem prejuízo dos direitos adquiridos antes da entrada em lecimento comercial pode adquirir a firma do anterior titular
vigor da presente lei, em especial, não podem fazer parte do estabelecimento, se esse titular o autorizar, por escrito,
das firmas: sem prejuízo do disposto para os empresários comerciais
em nome individual.
a) A expressão “Timor-Leste”, salvo quando for Empresa
Pública ou quando o governo de Timor-Leste participar 2. Se o anterior titular do estabelecimento adquirido for
do capital da sociedade, sem prejuízo dos direitos sociedade em cuja firma constar o nome de sócio, a
adquiridos antes da vigência desta norma; autorização deste também é necessária.

b) Expressões que desrespeitem ou se apropriem 3. É proibida a aquisição de uma firma sem o estabelecimento
ilegitimamente de símbolos nacionais, personalidades a que se achar ligada.
ou instituições cujo nome ou significado seja de
salvaguardar por razões históricas, patrióticas, Artigo 63.º
científicas, institucionais, culturais ou outras Legalidade da firma
atendíveis. Expressões que possam induzir em erro
quanto à caracterização jurídica da sociedade comercial, 1. O cumprimento das regras formais de composição das fir-
incluindo o uso de expressões correntemente usadas mas é verificado no momento do seu registo, nomeada-
na designação de organismos públicos, de entidades mente através de pesquisa no arquivo eletrónico das firmas,
sem fins lucrativo, ou de formas de cooperação sem prejuízo do disposto no artigo 65.º.
empresarial, ainda que não tipificadas no direito
timorense, tais como “consórcio”, “participação em 2. Os titulares de direitos de propriedade industrial podem
associação”, “agrupamento complementar de empresa” requerer o registo dos respetivos títulos no arquivo
ou “jointventure”. electrónico de firmas para efeitos do disposto no número
anterior.
Artigo 60.º
Novidade Artigo 64.º
Certificado de Admissibilidade
1. As firmas devem ser distintas e não suscetíveis de confusão
ou erro com as registadas em Timor-Leste, mesmo quando 1. O requerente pode solicitar ao SERVE uma pesquisa prévia
a lei permita a inclusão de elementos utilizados por outras no arquivo eletrónico das firmas para confirmar a
já registadas, ou com designações de instituições inexistência direitos anteriores incompatíveis, mediante o
notoriamente conhecidas. pagamento de emolumento aplicável, e obter um certificado
de admissibilidade da firma no prazo de dois dias úteis.
2. Os juízos sobre a distinção e a não suscetibilidade de
confusão ou erro devem ter em conta a natureza jurídica da 2. A emissão do certificado de admissibilidade da firma é váli-
pessoa, a proximidade geográfica do seu domicílio ou sede, do por 3 (três) meses e confere o direito ao seu uso
a afinidade das suas atividades e a existência anterior de exclusivo.
nomes de estabelecimento, marcas ou insígnias que
possam induzir em erro sobre a titularidade das firmas ou Artigo 65.º
dos sinais distintivos. Perda do direito ao uso da firma

3. A inclusão na firma de sinais distintivos anteriores só é 1. O conservador, oficiosamente ou a requerimento de interes-


permitida aos seus titulares, que devem fazer prova do sado, declara a perda do direito à firma e cancela o seu
registo ou do uso reiterado no comércio. registo quando verificar:

Artigo 61.º a) Que a firma não cumpre o disposto na presente lei;


Distintividade e licitude
b) Que a firma viola direitos de terceiros;
1. Não são admitidas firmas constituídas exclusivamente por
vocábulos de uso corrente que permitam identificar ou se c) O não exercício de atividade económica pelo empresário
Série I, N.° 19 Quarta-Feira, 17 de Maio de 2017 Página 752
Jornal da República Pg. 069 da Compilação

em nome individual titular da firma, pelo período de 2. Os registos efectuados nos termos e prazos estabelecidos
dois anos; no número anterior estão isentos de emolumentos.

d) O encerramento da liquidação da sociedade ou a Artigo 69.º


cessação da atividade pelo empresário em nome Revogação do Regime Especial de Constituição Imediata de
individual. Sociedades

É revogado o Decreto-Lei n.º 18/2010, de 1 de Dezembro, que


2. Para os efeitos previstos nas alíneas a) a c) do número cria o Regime Especial de Constituição Imediata de Sociedades.
anterior, o conservador notifica previamente o titular da
firma da intenção de declarar a perda do direito, para que Artigo 70.º
este se pronuncie no prazo de um mês. Revogação ao Decreto-Lei sobre o Registo e Verificação
Empresarial (SERVE)
3. A perda do direito à firma com base nos fundamentos da
alínea a) e b) do n.º 1 do presente artigo apenas pode ser É revogado o Decreto-Lei n.º 35/2012, de 18 de Julho, sobre o
declarada se não tiver decorrido prazo superior a três anos Serviço de Registo e Verificação Empresarial (SERVE), salvo
do registo ou do conhecimento do terceiro, respetivamente. no que regule o licenciamento comercial, mantendo-se em vigor
para esse efeito, em particular, os artigos 1.º, 19.º, 20º, 28.º, 35.º,
4. Da decisão do conservador cabe recurso nos termos 36.º, 59.º, e os Anexos ao diploma.
previstos nesta lei.
Artigo71.º
Revogação ao Código de Registo Comercial
5. Os sujeitos obrigados a adotar uma firma devem apresentar
o pedido de registo da nova firma no prazo de um mês após É revogado o Decreto-Lei n.º 7/2006, que aprova o Código de
a declaração definitiva de perda do direito à firma. Registo Comercial, salvo no que respeite às Cooperativas, que
são registadas junto da Conservatória do Registo de Pessoas
6. O disposto no presente artigo não prejudica a possibilidade Colectivas, mantendo-se em vigor para este efeito, em particular,
de impugnação da firma por vias judiciais. o artigo 5.º, as alíneas d) e m) do artigo 9.º, e os artigos 36º, 34º
e 56.º do Anexo I ao Decreto-lei n.º 7/2006, de 1 de Março.
CAPÍTULO IX
DISPOSIÇÕES TRANSITÓRIAS E FINAIS Artigo 72.º
Revogação ao Regulamento Notarial
Artigo 66.º
Publicação É revogado o n.º 2 do artigo 64.º do Anexo I ao Decreto-Lei n.º
25/2009 de 26 de Agosto, que aprova o Regulamento Notarial.
Enquanto a página da internet dedicada à publicação dos Artigo 73.º
registos não estiver operacional, a publicação dos atos cumpre- Revogação ao Regime Emolumentar dos Registos e
se com a afixação do resumo do registo durante o prazo de 15 Notariado
dias no mural do SERVE, sem prejuízo da possibilidade de
qualquer pessoa poder obter informações e certidões sobre 1. São revogados os artigos 35.º, 37.º e 38.º do Decreto-Lei n.º
os registos efetuados junto do SERVE a todo o tempo, nos 46/2011, de 19 de Outubro, que aprova o Regime
termos da lei. Emolumentar dos Registos e Notariado.

Artigo 67.º 2. São revogados o n.º 1 do artigo 34.º, o artigo 35.º, as alíneas
Re-registo a), b), d) e e), do n.º 1 do artigo 36.º, o n.º1 do artigo 41.º e o
n.º 2 do artigo 42º do Decreto-Lei n.º 46/2011, de 19 de
1. Todos os empresários em nome individual, sociedades Outubro.
comerciais e civis sob forma comercial, empresas públicas Artigo 74.º
e representações permanentes que tenham sido registadas Alteração ao Regime Jurídico do Notariado
na Direção Nacional dos Registos e Notariado estão
obrigadas a repetir o pedido de registo comercial junto do O artigo 70.º do Decreto-Lei n.º 3/2004, de 4 de Fevereiro,
SERVE, nos termos da presente lei. relativo ao Regime Jurídico do Notariado, passa a ter a seguinte
redação:
2. O re-registo está isento de emolumentos se for efetuado no
prazo de um ano a contar da entrada em vigor deste diploma. “Artigo 70.°
Efeitos
Artigo 68.º
1. [...]:
Alteração de firmas ilícitas
a) [...];.
1. As sociedades comerciais titulares de firmas previamente
registadas e que violem o disposto no artigo 59.º n.º 3 c) b) registo nas conservatórias da propriedade automóvel e
devem no prazo de 1 (um) ano a contar da entrada em vigor no SERVE;
deste diploma requerer junto do SERVE a alteração da
respectiva firma, sob pena de nulidade da mesma. c) [...];
Série I, N.° 19 Quarta-Feira, 17 de Maio de 2017 Página 753
Jornal da República Pg. 070 da Compilação

d) [...]; DECRETO DO GOVERNO N.º 21 /2017

e) [...]. de 17 de Maio

2. [ ...].” REGULAMENTA A ORGANIZAÇÃO E O


FUNCIONAMENTO DOS CENTROS DE VOTAÇÃO E
Artigo 75.º OS PROCEDIMENTOS DE VOTAÇÃO, CONTAGEM
Entrada em vigor DOS VOTOS E DE APURAMENTO DOS
RESULTADOS
O presente diploma entra em vigor na data em que entrar em
vigor a nova Lei das Sociedades Comerciais.
A realização do princípio do Estado de Direito Democrático,
consagrado no artigo 1.º da Constituição da República
Aprovado em Conselho de Ministros em 14 de Março de 2017 Democrática de Timor-Leste pressupõe a realização de eleições
livres e justas para os órgãos de soberania, nomeadamente
para o Presidente da República e para o Parlamento Nacional.
A realização da eleição do Parlamento Nacional conforma-se
O Primeiro-Ministro, com as normas jurídicas aprovadas pela Lei n.º 6/2006, de 28
de dezembro, na redação que para a mesma foi aprovada pela
Lei n.º 9/2017, de 5 de maio.
____________________
Dr. Rui Maria de Araújo O quadro jurídico e regulamentar em vigor na República
Democrática de Timor-Leste tem sido reconhecido pelas várias
missões de observação eleitoral como apto para a realização
de eleições livres e justas, pelo que, com exceção da devida
O Ministro de Estado Coordenador dos Assuntos Económicos, harmonização com a Lei Eleitoral para o Parlamento Nacional,
recentemente aprovada, o regulamento aprovado pelo presente
Decreto do Governo não introduz alterações de fundo à
_________________ organização e funcionamento dos Centros de Votação ou aos
Estanislau da Silva procedimentos de votação, contagem dos votos e de
apuramento dos resultados eleitorais.

Assim, os eleitores continuam a exercer o respetivo direito de


O Ministro da Justiça, voto no centro de votação que se encontre mais próximo da
sua área de residência, desde que o mesmo se localize na
unidade geográfica pela qual o eleitor se encontre inscrito no
___________ recenseamento eleitoral. Os centros de votação organizar-se-
Ivo Valente ão em estações de voto, cujo número deve variar em função
do número de eleitores constantes das listas de eleitores dos
centros de votação. Dando cumprimento à Lei Eleitoral para o
Parlamento Nacional, estabelece-se a obrigatoriedade de
O Ministro do Comércio, Indústria e Ambiente abertura de, pelo menos, um centro de votação em cada Suco,
podendo esse número ser alargado em razão da distância entre
as aldeias que compõem o Suco.
______________
Constâncio Pinto As operações eleitorais são conduzidas por oficiais eleitorais
recrutados e formados pelo Secretariado Técnico da
Administração Eleitoral, sendo responsáveis pela manutenção
da disciplina no interior das estações de voto e dos centros de
Promulgado em 12 - 05 - 2017 votação, garantindo a segurança, a confidencialidade e a
liberdade do exercício do direito de voto por parte dos
cidadãos.

Publique-se. Incumbe, também, aos oficiais eleitorais assegurar a realização


do ato eleitoral nos estabelecimentos prisionais e nos
estabelecimentos hospitalares, através da deslocação até estes
para a recolha dos votos dos cidadãos que não estando
O Presidente da República, legalmente impedidos de votar se encontram cerceados na
sua liberdade ou mobilidade.

_______________ As operações de contagem e de apuramento inicial dos


Taur Matan Ruak resultados eleitorais iniciam-se logo após o encerramento do
Série I, N.° 19 Quarta-Feira, 17 de Maio de 2017 Página 754
Jornal da República Pg. 071 da Compilação

Quarta-Feira, 27 de Setembro de 2017 Série I, N.° 38

$ 1.75 PUBLICAÇÃO OFICIAL DA REPÚBLICA DEMOCRÁTICA DE TIMOR - LESTE

DECRETO DO PRESIDENTE DA REPÚBLICA N.º 61/2017


SUMÁRIO de 27 de setembro

PRESIDENTE DA REPÚBLICA : A Defensoria Pública é o organismo público responsável pela


Decreto do Presidente da República N.º 61/2017 de 27 de prestação de assistência judicial e extrajudicial, de modo integral
Setembro ............................................................................. 1600 e gratuito, aos cidadãos que dela necessitem em razão da sua
situação económica ou social.

PARLAMENTO NACIONAL : A Defensoria Pública Geral exerce a sua competência disciplinar


Resolução do Parlamento Nacional N.o 20 / 2017 de 27 de e dos quadros da Defensoria Pública por intermédio do
Setembro
Conselho Superior da Defensoria Pública.
Eleição do Grupo Nacional do Parlamento Nacional à
Assembleia Parlamentar da Comunidade dos Países de Língua
Ao Presidente da República compete designar um vogal para
Portuguesa ............................................................................ 1601
o Conselho Superior da Defensoria Pública, bem como o
respetivo suplente.
Resolução do Parlamento Nacional N.o 21 / 2017 de 27 de
Setembro
Eleição da Delegação do Parlamento Nacional à União O mandato dos vogais do Conselho Superior da Defensoria
Interparlamentar .................................................................. 1601 Pública é exercido por um período de 4 anos, renovável por
uma vez no período imediatamente subsequente.
Resolução do Parlamento Nacional N.o 22 / 2017 de 27 de
Setembro O Presidente da República, nos termos da alínea f) do n.° 2 e
Eleição pelo Parlamento Nacional de Cinco Membros para o do n.° 5 do artigo 34.° do Decreto-Lei n.° 10/2017, de 29 de
Conselho de Estado .............................................................. 1602 março (Novo Estatuto da Defensoria Pública), designa, para
fazerem parte do Conselho Superior da Defensoria Pública:
Resolução do Parlamento Nacional N.o 23 / 2017 de 27 de
Setembro · O Dr. Domingos Sarmento, como vogal efetivo;
Eleição pelo Parlamento Nacional de Dois Membros para o
Conselho de Fiscalização do Sistema Nacional de Inteligência · O Dr. Tomé Gerónimo Xavier, como vogal suplente.
da República Democrática de Timor-Leste ........................ 1603

Publique-se,
GOVERNO :
Decreto-Lei N.º 34 / 2017 de 27 de Setembro
Licenciamento de Atividades Económicas ............................. 1604
O Presidente da República,
REGIÃO ADMINISTRATIVA ESPECIAL DE OÉ-CUSSE
AMBENO (RAEOA) :
Deliberação da Autoridade N.º 14 / 2017 de 19 de Setembro
Sobre a Aprovação do Orcamento Retificativo da Região
_______________________
Administrativa Especial de Oé-Cusse Ambeno para 2017 ..... 1625 Francisco Guterres Lú Olo

COMISSÃO DA FUNÇÃO PÚBLICA :


Deliberação N.º 26/2017/CFP .............................................. 1625
Deliberação N.º 27/2017/CFP .............................................. 1626 Assinado no Palácio Presidencial Nicolau Lobato, Díli, aos 22
Deliberação N.º 28/2017/CFP .............................................. 1626 de setembro de 2017
Série I, N.° 38 Quarta-Feira, 27 de Setembro de 2017 Página 1600
Jornal da República Pg. 072 da Compilação

DECRETO-LEI N.º 34 / 2017 Governo Constitucional, nomeadamente, com o disposto no


Decreto-lei n.º 7/2017, de 20 de março, que transformou o
de 27 de Setembro SERVE em instituto público, a Lei n.º 10/2017 de 17 de maio,
que aprova a nova Lei das Sociedades Comerciais, e o Decreto-
LICENCIAMENTO DE ATIVIDADES ECONÓMICAS lei n.º 16/2017, de 17 de maio, que aprova o novo regime de
Registo Comercial.

O VI Governo Constitucional tem feito um esforço significativo Assim, o Governo decreta, nos termos da alínea e) do n.º 1 do
para melhorar o ambiente de negócios no país, tendo, para tal, artigo 115.º, e da alínea d) do artigo 116.º, da Constituição da
implementado um conjunto de reformas destinas a rever o atual República, para valer como lei, o seguinte:
quadro regulador do exercício das atividades económicas,
tornando-o mais simples e menos burocrático sem descurar, CAPÍTULO I
no entanto, a certeza e a segurança necessárias ao comércio DISPOSIÇÕES GERAIS
jurídico.
Artigo 1.º
O atual regime jurídico aplicável ao licenciamento das Objeto
atividades económicas remonta a 2011, tendo sido parcialmente
revogado por diversos diplomas entretanto aprovados. As 1. O presente Decreto-lei define o regime jurídico aplicável ao
reformas e as alterações institucionais que se foram entretanto licenciamento de atividades económicas.
implementado, nomeadamente com a criação do Serviço de
Registo e Verificação Empresarial, I.P. e da Autoridade de 2. O licenciamento de atividades económicas compreende o
Inspeção e Fiscalização da Atividade Económica, Sanitária e procedimento destinado à emissão de autorização para o
Alimentar, I.P., introduziram igualmente novas práticas exercício de atividade económica e à facilitação e emissão
destinadas a facilitar e criar as condições favoráveis para o de licença setorial de atividades de médio e alto risco, nos
florescimento do setor privado e para a proteção dos direitos termos definidos no presente Decreto-lei e demais
dos consumidores. legislação especial.

As consultas realizadas com o setor privado demonstraram Artigo 2.º


ainda a necessidade de se simplificar o procedimento de licen- Âmbito
ciamento, torná-lo menos oneroso e burocrático, canalizando
para uma única entidade, a funcionar como janela única, todo 1. O presente Decreto-lei aplica-se ao licenciamento de
o atendimento necessário para a criação de um negócio. atividades económicas de baixo, médio e alto risco exercidas
por pessoas singulares ou coletivas nacionais ou
O presente diploma pretende, assim, melhorar o atual sistema estrangeiras, ainda que não estejam sujeitas a registo
de licenciamento de atividades económicas com base numa comercial.
análise do risco, seguindo uma tendência nesse sentido,
verificada noutros ordenamentos jurídicos, mas devidamente 2. O regime jurídico constante do presente Decreto-lei é
adaptadas à estrutura institucional e realidade existente em complementar ao regime jurídico existente para cada
Timor-Leste. licenciamento setorial a que haja lugar, nos termos de
legislação especial.
Prevê-se assim a eliminação de todos os procedimentos e
burocracias que sejam desnecessários e que constituam 3. Para efeitos deste Decreto-lei constitui licenciamento setorial
custos, obstáculos e impedimentos à abertura de um negócio o licenciamento de atividades de médio e alto risco, feito
sem, no entanto, deixar de parte a necessidade de proteger a pela entidade competente nos termos da lei e que se destina
saúde, a segurança e o bem-estar dos consumidores, assim a avaliar questões de carácter técnico, de segurança, de
como o meio ambiente. Por este motivo, deixa de ser necessário saúde, de salubridade, entre outras e cuja emissão de licença
o licenciamento comercial de todas as atividades económicas setorial ou autorização prévia é obrigatória para o exercício
que não representem risco deixando-se, no entanto, sujeito a da respetiva atividade económica.
licenciamento setorial, todas as atividades de médio e alto
risco que careçam de vistoria prévia. Artigo 3.º
Classificação das atividades económicas
Neste sentido, o Serviço de Registo e Verificação Empresarial,
I.P. verá a sua função como janela única de atendimento para 1. As atividades económicas são classificadas segundo uma
efeitos de licenciamento reforçada, fazendo a necessária análise feita com base no risco para os consumidores e
comunicação institucional com as demais entidades públicas para o ambiente, em atividades económicas de baixo, médio
responsáveis pelo licenciamento sectorial de atividades de e alto risco.
médio e alto risco e com a Autoridade de Inspeção e Fiscalização
da Atividade Económica, Sanitária e Alimentar, I.P. para efeitos 2. A lista de atividades económicas de baixo risco consta do
de inspeção e fiscalização. anexo I ao presente Decreto-lei dele fazendo parte
integrante.
O presente diploma encontra-se harmonizado com a recente
reforma legislativa do sector privado levada a cabo pelo VI 3. A lista de atividades económicas de médio risco consta do
Série I, N.° 38 Quarta-Feira, 27 de Setembro de 2017 Página 1604
Jornal da República Pg. 073 da Compilação

anexo II ao presente Decreto-lei dele fazendo parte Artigo 6.º


integrante. Dever de comunicação

4. A lista de atividades económicas de alto risco consta do 1. O titular de autorização para o exercício de atividade
anexo III ao presente Decreto-lei dele fazendo parte económica é obrigado a comunicar ao SERVE:
integrante.
a) Qualquer alteração da sua atividade económica que
Artigo 4.º implique a emissão de nova autorização ou licença
Autorização para o exercício de atividade económica setorial;

1. O exercício de atividade económica está sujeito à emissão b) A alteração da localização do estabelecimento


de autorização para o exercício de atividade económica destinado ao exercício de atividade económica;
emitida pelo Serviço de Registo e Verificação Empresarial,
I.P., de ora em diante, abreviadamente designado por c) O encerramento do exercício de atividade.
SERVE, nos termos previstos no presente Decreto-lei e
2. A comunicação prevista no número anterior deve ser feita:
demais legislação complementar.
a) no caso de atividade de baixo risco, no prazo máximo
2. A autorização para o exercício de atividade económica habilita
de 10 dias úteis do início de atividade;
o seu titular ao exercício da atividade económica nela
prevista, devendo ser mantida em local visível ao público. b) no caso de atividade de médio ou alto risco, antes do
seu início.
Artigo 5.º
Princípios gerais 3. O SERVE comunica, oficiosamente, à AIFAESA, todas as
semanas, a lista com os titulares beneficiários de autori-
O licenciamento de atividades económicas obedece aos zação para o exercício de atividade económica, para efeitos
seguintes princípios gerais: de inspeção e fiscalização, nos termos do Decreto-lei n.º
26/2016, de 29 de junho.
a) Principio da necessidade – determinada atividade económica
está sujeita a licenciamento quando, por motivos de índole 4. Sem prejuízo do disposto no artigo 22.º a aprovação,
técnica, de segurança, de saúde, de salubridade ou outros, alteração ou revogação de regime jurídico que estabeleça
está obrigatoriamente sujeita a vistoria prévia, nos termos procedimento para o licenciamento setorial de atividade
do respetivo licenciamento setorial. económica de médio e alto risco deve ser comunicada,
oficiosamente, ao SERVE pela entidade proponente no prazo
b) Princípio da coordenação – as entidades públicas que, no de 10 dias úteis a contar da sua publicação.
exercício das suas atribuições e competências, estejam
envolvidas no sistema de licenciamento de atividades Artigo 7.º
económicas nos termos da lei, devem coordenar a sua ação Meios eletrónicos
e atividade com o SERVE, com a Autoridade de Inspeção e
Fiscalização da Atividade Económica, Sanitária e Alimentar, Todas as comunicações ou solicitações previstas no presente
I.P, de ora em diante abreviadamente designada por Decreto-lei podem ser feitas presencialmente ou através dos
AIFAESA e com as demais entidades públicas relevantes, meios eletrónicos disponibilizados para o efeito.
nos termos das suas atribuições e competências.
CAPÍTULO II
c) Princípio da proteção – o sistema de licenciamento visa PROCEDIMENTO
proteger a saúde humana, os direitos dos consumidores, a
SECÇÃO I
saúde e a segurança dos cidadãos e incentivar a proteção
ATIVIDADES ECONÓMICAS DE BAIXO RISCO
do ambiente;
Artigo 8.º
d) Princípio da celeridade –as entidades públicas que, no
Emissão
exercício das suas atribuições e competências, estejam
envolvidas no sistema de licenciamento de atividades 1. A autorização para o exercício de atividade económica de
económicas nos termos da lei, estão vinculadas a um dever baixo risco é emitida automaticamente pelo SERVE aquando
de celeridade, assegurando que o licenciamento é feito em da emissão do Certidão de Registo Comercial.
tempo razoável, sem atrasos ou dilações injustificadas.
2. A autorização para o exercício de atividade económica de
e) Princípio da simplicidade – o sistema de licenciamento de baixo risco emitida em momento posterior à emissão da
atividades económicas obedece a regras claras, objetivas Certidão de Registo Comercial ou, para entidade não sujeita
e simples que se destinam estritamente a assegurar o ao mesmo, é feita pelo SERVE, a todo o tempo, por
cumprimento da lei. solicitação do requerente ou seu representante.
Série I, N.° 38 Quarta-Feira, 27 de Setembro de 2017 Página 1605
Jornal da República Pg. 074 da Compilação

3. O prazo para a emissão de autorização para o exercício de SECÇÃO II


atividade económica é o previsto para a prática de atos de ATIVIDADES ECONÓMICAS DE MÉDIO E ALTO RISCO
registo.
Artigo 14.º
Artigo 9.º Pedido
Prazo
1. O pedido de autorização para o exercício de atividade
A autorização para o exercício de atividade económica é emitida económica de médio e alto risco é feito, a todo tempo, ao
SERVE que, oficiosamente procede ao seu envio imediato
por tempo indeterminado.
à entidade governamental responsável pelo licenciamento
setorial que haja lugar.
Artigo 10.º
Custo 2. Recebida a comunicação referida no número anterior, a
entidade competente pela emissão da licença setorial
A emissão da autorização para o exercício de atividade comunica ao SERVE a data para envio da respetiva licença
económica é gratuita. setorial.

Artigo 11.º 3. A autorização para o exercício de atividade económica de


Revogação médio e alto risco é emitida pelo SERVE em 5 dias úteis e
após:
1. A autorização para o exercício de atividade económica de a) A realização da vistoria prévia prevista no artigo
baixo risco pode ser revogada, a todo o tempo, nos seguinte;
seguintes casos:
b) A respetiva licença setorial ter sido emitida pela entidade
a) De cessação da atividade que deu origem à sua emissão; competente e remetida ao SERVE, nos termos da lei.

b) De incumprimento das obrigações fiscais ou de Artigo 15.º


segurança social, nos termos da lei. Vistoria prévia

2. A revogação é feita oficiosamente pelo SERVE, a pedido do 1. As atividades de médio e alto risco estão obrigatoriamente
sujeitas a uma vistoria prévia destinada a assegurar que os
titular ou de entidade competente e determina a entrega da
requisitos técnicos, de segurança, de salubridade, de saúde
autorização para o exercício de atividade no prazo máximo
ou outros necessários ao exercício da atividade são
de 5 dias úteis contados da notificação.
cumpridos.

3. A falta de entrega voluntária da autorização pelo titular é 2. A vistoria prévia é feita pela entidade competente pelo
comunicada à AIFAESA, para os devidos efeitos legais. licenciamento setorial nos termos e nas condições previstas
em legislação especial, sem prejuízo das competências
4. Da revogação cabe reclamação ou recurso, nos termos próprias da AIFAESA.
gerais.
3. A entidade governamental responsável pelo licenciamento
Artigo 12.º setorial informa o SERVE de eventual atraso que possa
Caducidade haver na realização da vistoria prévia, dando indicação da
data da sua realização e da data da emissão da respetiva
licença setorial.
A autorização para o exercício de atividade económica de baixo
risco caduca nos seguintes casos:
Artigo 16.º
Prazo
a) Em caso de morte da pessoa singular titular da mesma;.
A autorização para o exercício de atividade económica de
b) Em caso de extinção da pessoa coletiva titular da mesma. atividade de médio e alto risco tem o período de validade da
licença setorial pela entidade competente.
Artigo 13.º
Transmissão da empresa ou estabelecimento Artigo 17.º
Custo
A transmissão, entre vivos ou por morte de empresa ou de
estabelecimento não importa a transmissão da autorização para 1. A emissão da autorização para o exercício de atividade
o exercício de atividade económica de baixo risco emitida a económica é gratuita.
favor do cedente, devendo o adquirente requerer nova
autorização no prazo de 10 dias úteis a contar da data da 2. O disposto no número anterior não prejudica o pagamento
transmissão. dos emolumentos previstos para efeitos de licenciamento
setorial, nos termos da lei.
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Jornal da República Pg. 075 da Compilação

Artigo 18.º estabelecimento só é possível com a transmissão de todos


Suspensão os estabelecimentos abrangidos.

A autorização para o exercício de atividade económica de médio CAPÍTULO III


e alto risco considera-se automaticamente suspensa nos casos LICENCIAMENTO SETORIAL
em que a licença setorial também o seja, nos termos da lei.
Artigo 22.º
Artigo 19.º Parecer prévio
Revogação
1. A aprovação, alteração ou revogação de regime jurídico
1. A autorização para o exercício de atividade económica de que estabeleça procedimento para o licenciamento setorial
médio e alto risco pode ser revogada, a todo o tempo, pelo de atividade económica de médio e alto risco fica sujeita a
SERVE, nos seguintes casos: parecer prévio não vinculativo do SERVE.

a) Cessação da atividade que deu origem à sua emissão; 2. Para efeitos do número anterior, a entidade proponente do
projeto remete ao SERVE, nota justificativa que elenque os
b) Incumprimento das obrigações ficais ou de segurança motivos que justificam a sua criação e fundamente a
social, nos termos da lei. necessidade de instituição de novo regime de licenciamento
à luz dos princípios gerais enumerados no artigo 5.º, das
2. A revogação é feita oficiosamente pelo SERVE, a pedido do boas práticas internacionais sobre a matéria e que avalie
titular ou de entidade competente e determina a entrega da os impactos do mesmo.
autorização para o exercício de atividade no prazo máximo
de 5 dias contados da notificação. 3. O parecer prévio do SERVE é emitido no prazo máximo de 15
dias úteis contados da data da receção do pedido e destina-
3. A falta de entrega voluntária da autorização pelo titular é se a apreciar o projeto de procedimento à luz dos princípios
comunicada à AIFAESA, para os devidos efeitos legais. gerais enumerados no artigo 5.º.

4. Da revogação cabe reclamação hierárquica ou recurso, nos CAPÍTULO IV


termos gerais. REGIME SANCIONATÓRIO

Artigo 20.º Artigo 23.º


Caducidade Contraordenações

A autorização para o exercício de atividade económica de médio 1. Constitui contraordenação grave:


e alto risco caduca:
a) O exercício de atividade económica de baixo risco sem
a) Quando, por qualquer forma prevista na licença ou na lei, a respetiva autorização para o exercício de atividade
cessem os efeitos da licença setorial; económica;

b) Em caso de morte da pessoa singular titular da mesma, b) A não comunicação ao SERVE de alteração de atividade
salvo nos casos em que haja transmissão por morte da nos termos previstos no artigo 6.º do presente Decreto-
empresa ou do estabelecimento para herdeiro, e este lei;
comunique ao SERVE, no prazo máximo de 20 dias úteis
contados da data da morte, a transmissão e a intenção de c) A não entrega voluntária da autorização para o exercício
continuar o exercício da respectiva atividade económica, de atividade económica de baixo risco que tenha sido
fazendo prova disso; revogada.

c) Em caso de extinção da pessoa coletiva titular da mesma. 2. Constitui contraordenação muito grave:

Artigo 21.º a) O exercício de atividade económica de médio e alto


Transmissão da empresa ou estabelecimento risco sem a respetiva autorização para o exercício de
atividade económica ou nos casos em que a mesma se
1. A autorização para o exercício de actividade económica é encontre suspensa;
transmissível quando, por acto entre vivos, seja transmitido
o estabelecimento ao qual certa licença sectorial se encontra b) A prática de atos ou omissões que visem impedir ou
afecta, desde que o adquirente comunique e dela faça prova dificultar a realização de vistoria prévia ou de qualquer
ao SERVE, no prazo máximo de 10 dias úteis, contados da atividade de inspeção ou fiscalização, nos termos da
data da transmissão do estabelecimento. lei;

2. Para efeitos do número anterior, a transmissão da autorização c) A não entrega voluntária da autorização para o exercício
para o exercício de atividade económica de médio e alto de atividade económica de médio e alto risco que tenha
risco cuja licença tenha sido obtida para mais do que um sido revogada.
Série I, N.° 38 Quarta-Feira, 27 de Setembro de 2017 Página 1607
Jornal da República Pg. 076 da Compilação

3. As contraordenações previstas nos números anteriores, Artigo 27.º


quando outras sanções não estejam especialmente Licenciamento setorial
previstas, são processadas e punidas nos termos do regime
jurídico das contraordenações. As instituições competentes pela realização de licenciamento
setorial devem remeter, ao SERVE, no prazo máximo de 90 dias
4. A autoridade competente para instaurar o procedimento contados da data de entrada em vigor do presente diploma,
por contraordenação e aplicar as respetivas sanções é a uma lista com a regulamentação existente e com o procedimento
AIFAESA. aplicável.

Artigo 28.º
5. Sempre que se tome conhecimento de contraordenação
Revogação São revogados:
prevista no presente Decreto-lei é obrigatória a sua
participação à AIFAESA para se iniciar o procedimento de
a) o Decreto-lei n.º 45/2011 de 19 de outubro;
contraordenação.
b) o Decreto-lei n.º 24/2011, de 8 de junho;
6. Em caso de infrações reiteradas e reincidentes, podem ser
aplicadas as seguintes sanções acessórias: c) o Decreto-lei n.º 35/2012, de 18 de julho.

a) A suspensão até três anos do direito de participar em Artigo 29.º


concurso público; Entrada em vigor

b) A suspensão ou cancelamento de licença para o O presente Decreto-lei entra em vigor no prazo de 120 dias
exercício de atividade económica e encerramento após a sua publicação.
temporário ou definitivo de estabelecimento.

CAPÍTULO V Aprovado em Conselho de Ministros em 27 de junho de 2017.


DISPOSIÇÕES TRANSITÓRIAS E FINAIS

Artigo 24.º
Autorizações e licenças emitidas O Primeiro Ministro,

1. As autorizações para o exercício de atividade económica e


as licenças comerciais emitidas antes da entrada em vigor
do presente Decreto-lei mantêm-se válidas caducando ____________________
automaticamente na data nelas prevista. Dr. Rui Maria de Araújo

2. O titular deve, nos 3 meses antes da caducidade prevista no


número anterior, solicitar ao SERVE a emissão de
autorização para o exercício de atividade económica, nos O Ministro de Estado, Coordenador dos Assuntos Económicos
termos previstos neste Decreto-lei. e Ministro da Agricultura e Pescas,

3. A emissão de autorização para o exercício de atividade


económica segue o disposto no presente Decreto-lei com
_________________________
as necessárias adaptações.
Eng. Estanislau Aleixo da Silva
Artigo 25.º
Substituição
Promulgado em 19 / 9 / 2017
A autorização para o exercício de atividade económica emitida
a partir da data de entrada em vigor do presente Decreto-lei e
nos termos do número anterior, substitui, para todos os efeitos Publique-se.
legais, a licença comercial emitida antes da sua entrada em
vigor.

Artigos 26.º O Presidente da República,


Modelo

O modelo de autorização para o exercício de atividade


económica de baixo, médio e alto risco é aprovado por Diploma _________________________
Ministerial do membro do Governo que tutela do SERVE. Dr. Francisco Guterres Lú Olo

Série I, N.° 38 Quarta-Feira, 27 de Setembro de 2017 Página 1608


Jornal da República Pg. 077 da Compilação

Anexo I
Classificação das Atividades económicas – Timor Leste
Risco baixo
Secção Divisão Grupo Classe Designação
C INDUSTRIAS TRANSFORMADORAS
13 Fabricação de têxteis
131 1310 Preparação, fiação, tecelagem e acabamento de têxteis
139 Fabricação de outros têxteis
1391 Fabricação de artigos têxteis confeccionados, excepto vestuário
1392 Fabricação de tapetes e carpetes
1393 Fabricação de cordoaria e redes
1394 Transformação de lã para enchimento de colchões
1399 Fabricação de outros têxteis, não especificados (n.e.)
14 Indústria do vestuário
141 Confeção de artigos de vestuário, exceto artigos de peles com
pelo
1411 Confecção de vestuário em série
1412 Confecção de vestuário por medida
142 1420 Fabricação de artigos com peles com pelo
143 1430 Fabricação de artigos de malha
16 Indústrias da madeira e da cortiça da suas obras, exceto
mobiliário; Fabricação de obras de cestaria e de espartaria
161 1610 Serração, aplainamento e impregnação da madeira
162 Fabricação de artigos de madeira, de cortiça, de espartaria e de
cestaria, exceto mobiliário
1624 Fabricação de obras de cestaria e de espartaria
18 Impressão e reprodução de suportes gravados
181 Impressão e atividades dos serviços relacionados com a
impressão
1811 Impressão de jornais
1812 Outra impressão
1813 Actividades de serviços relacionados com a impressão
182 1820 Reprodução de suportes gravados
32 Outras indústrias transformadoras
321 Fabricação de joalharia, ourivesaria, bijutaria e artigos
similares; cunhagem de moedas
3212 Fabricação de bijutarias
322 3220 Fabricação de instrumentos musicais
323 3230 Fabricação de artigos de desporto
329 3290 Indústrias transformadoras, n.e.
33 Reparação, manutenção de produtos metálicos, máquinas e
equipamentos
331 Reparação e manutenção de produtos metálicos, máquinas e
equipamentos
3311 Reparação e manutenção de produtos metálicos (excepto
máquinas e equipamentos)
3312 Reparação e manutenção de máquinas e equipamentos
3313 Reparação e manutenção de equipamento electrónico e óptico
3314 Reparação e manutenção de equipamento eléctrico
3315 Reparação e manutenção de equipamento de transporte, excepto
veículos
3316 Reparação e manutenção de outro equipamento
332 3320 Instalação de máquinas e de equipamentos industriais
Série I, N.° 38 Quarta-Feira, 27 de Setembro de 2017 Página 1609
Jornal da República Pg. 078 da Compilação

F CONSTRUÇÃO
41 Promoção imobiliária (desenvolvimento de projetos de
edifícios); construção de edifícios
411 Promoção imobiliária (desenvolvimento de projetos de
edifícios)
G COMÉRCIO POR GROSSO E A RETALHO; REPARACAO
DE VEÍCULOS AUTOMÓVEIS E MOTOCICLOS
45 Comércio, manutenção e reparação de veículos automóveis e
motociclos
451 4510 Comércio de veículos automóveis
453 4530 Comércio de peças e acessórios para veículos automóveis
454 Comércio de motociclos, de suas peças e acessórios
4541 Comércio por grosso e a retalho de motociclos, de suas peças e
acessórios
46 Comércio por grosso (inclui agentes), exceto de veículos
automóveis e motociclos
461 4610 Agentes do comércio por grosso
464 Comércio por grosso de bens de consumo, exceto alimentares,
bebidas e tabaco
4641 Comércio por grosso de têxteis, vestuário e calçado
4642 Comércio por grosso de electrodomésticos, aparelhos de rádio e
de televisão
4649 Comércio por grosso de outros bens de consumo
465 Comércio por grosso de equipamentos das tecnologias de
informação e comunicação (TIC)
4651 Comércio por grosso de computadores, equipamentos
periféricos e programas informáticos
4652 Comércio por grosso de equipamentos electrónicos, de
telecomunicações e suas partes
4653 Comércio por grosso de máquinas e equipamentos agrícolas
4659 Comércio por grosso de outras máquinas e equipamentos
466 Outro comércio por grosso especializado
4663 Comércio por grosso de madeira em bruto e de produtos
derivados
4664 Comércio por grosso de materiais de construção, ferragens,
ferramentas e equipamento e acessórios para canalizações
4669 Comércio por grosso de desperdícios e sucata e outros produtos
n.e.
469 4690 Comércio por grosso não especializado
47 Comércio a retalho, exceto de veículos automóveis e
motociclos
471 Comércio a retalho em estabelecimentos não especializados
4719 Comércio a retalho em estabelecimentos não especializados,
sem predominância de produtos alimentares, bebidas ou tabaco
474 Comércio a retalho de equipamento das tecnologias de
informação e comunicação (TIC), em estabelecimentos
especializados
4741 Comércio a retalho de computadores, unidades periféricas,
programas informáticos e equipamentos de telecomunicações,
em estabelecimentos especializados
4742 Comércio a retalho de equipamento audiovisual, em
estabelecimentos especializados
475 Comércio a retalho de outro equipamento para uso doméstico,
Série I, N.° 38 Quarta-Feira, 27 de Setembro de 2017 Página 1610
Jornal da República Pg. 079 da Compilação

475 Comércio a retalho de outro equipamento para uso doméstico,


em estabelecimentos especializados
4751 Comércio a retalho de têxteis, em estabelecimentos
especializados
4752 Comércio a retalho de ferragens, tintas, vidro, equipamento
sanitário, ladrilhos e similares, carpetes, tapetes, cortinados e
revestimentos para paredes e pavimentos, em estabelecimentos
especializados
4759 Comércio a retalho de eletrodomésticos, móveis, de artigos de
iluminação e de outros artigos para o lar, em estabelecimentos
especializados
476 Comércio a retalho de bens culturais e recreativos, em
estabelecimentos especializados
4761 Comércio a retalho de livros, jornais, revistas e artigos de
papelaria, em estabelecimentos especializados
4762 Comércio a retalho de discos, CD, DVD, cassetes e similares,
artigos de desporto, jogos e brinquedos, em estabelecimentos
especializados
477 Comércio a retalho de outros produtos, em estabelecimentos
especializados
4771 Comércio a retalho de vestuário, calçado, artigos de couro e de
viagem, em estabelecimentos especializados
4773 Comércio a retalho de outros produtos novos, em
estabelecimentos especializados
4774 Comércio a retalho de artigos em segunda mão, em
estabelecimentos especializados
478 Comércio a retalho em bancas, feiras e unidades móveis de
venda
4781 Comércio a retalho em bancas, feiras e unidades móveis de
venda, de produtos alimentares agrícolas
4782 Comércio a retalho em bancas, feiras e unidades móveis de
venda, de produtos alimentares transformados, bebidas e tabaco
4783 Comércio a retalho em bancas, feiras e unidades móveis de
venda, de têxteis, vestuário, calçado, malas e similares
4784 Comércio a retalho em bancas, feiras e unidades móveis de
venda, de artigos e equipamento para uso doméstico
4786 Comércio a retalho em bancas, feiras e unidades móveis de
venda, de artigos de papelaria, jornais e artigos de desporto
4787 Comércio a retalho em bancas, feiras e unidades móveis de
venda, de artesanato, brinquedos e tintas
4789 Comércio a retalho em bancas, feiras e unidades móveis de
venda, de outros produtos
479 Comércio a retalho não em lojas, feiras ou mercados
4791 Comércio a retalho por correspondência ou via Internet
4792 Comércio a retalho por outros métodos, não efectuado em
estabelecimentos, bancas, feiras ou unidades móveis de venda
H TRANSPORTES E ARMAZENAGEM
52 Armazenagem e atividades auxiliares dos transportes (inclui
manuseamento)
521 5210 Armazenagem
53 Atividades postais e de courier
531 5310 Atividades postais sujeitas a obrigações do serviço universal
532 5320 Outras atividades postais e de courier

Série I, N.° 38 Quarta-Feira, 27 de Setembro de 2017 Página 1611


Jornal da República Pg. 080 da Compilação

J ATIVIDADES DE INFORMAÇAO E DE COMUNICAÇAO


58 Atividades de edição
581 Edição de livros, de jornais e de outras publicações
5811 Edição de livros
5812 Edição de listas destinadas a consulta
5813 Edição de jornais, revistas e de outras publicações periódicas
5819 Outras actividades de edição
582 5820 Edição de programas informáticos
59 Atividades cinematográficas, de vídeo, de produção de
programas de televisão, de gravação de som e de edição de
música
591 Atividades cinematográficas, de vídeo e de produção de
programas de televisão
5911 Actividades de produção de filmes, de vídeos e de programas
de televisão e técnicas de pós-produção para filmes, vídeos e
programas de televisão
5912 Distribuição de filmes, de vídeos e programas de televisão
5913 Projeção de filmes e de vídeos
592 5920 Atividades de gravação de som e edição de música
62 Consultoria e programação informática e atividades
relacionadas
620 Consultoria e programação informática e atividades
relacionadas
6201 Actividades de programação informática
6202 Actividades de consultoria em informática e de gestão e
exploração de equipamento informático
6209 Outras actividades relacionadas com as tecnologias da
informação e informática
63 Atividades dos serviços de informação
631 Atividades de processamento de dados, domiciliação de
informações e atividades relacionadas; portais Web
6311 Actividades de processamento de dados, domiciliação de
informação e actividades relacionadas
6312 Portais Web
639 Outras atividades dos serviços de informação
6391 Actividades de agências de notícias
6392 Outras actividades dos serviços de informação, n.e.
L ATIVIDADES IMOBILIÁRIAS
68 Atividades imobiliárias
681 6810 Compra e venda de bens imobiliárias
682 6820 Arrendamento de bens imobiliários
M ATIVIDADES DE CONSULTORIA, CIENTIFICAS,
TÉCNICAS E SIMILARES
69 Atividades jurídicas e de contabilidade
691 6910 Atividades jurídicas
692 6920 Atividades de contabilidade e auditoria; consultoria fiscal
70 Atividades de sedes sociais e de consultoria para a gestão
701 7010 Atividades de sedes sociais
702 7020 Atividades de consultoria para os negócios e a gestão
74 Outras atividades de consultoria, científicas, técnicas e
similares
741 7410 Atividades de design
742 7420 Atividades fotográficas
743 7430 Atividades de tradução e interpretação
749 7490 Outras atividades de consultoria, cientificas, técnicas e
similares, n.e.

Série I, N.° 38 Quarta-Feira, 27 de Setembro de 2017 Página 1612


Jornal da República Pg. 081 da Compilação

N ATIVIDADES ADMINISTRATIVAS E DOS SERVIÇOS DE


APOIO
77 Atividades de aluguer
771 7710 Aluguer de veículos automóveis
772 7720 Aluguer de bens de uso pessoal e doméstico
773 Aluguer de outras máquinas e equipamentos
7731 Aluguer de meios de transporte marítimo e fluvial
7732 Aluguer de máquinas e equipamentos para a construção e
engenharia civil
7733 Aluguer de máquinas e equipamentos de escritório (inclui
computadores)
7734 Aluguer de outras máquinas e equipamentos, n.e.
774 7740 Locação de propriedade intelectual e produtos similares, exceto
direitos de autor
78 Atividades de emprego
781 7810 Atividades das empresas de seleção e colocação de pessoal
782 7820 Atividades das empresas de trabalho temporário
783 7830 Outro fornecimento de recursos humanos
79 Agências de viagem, operadores turísticos, outros serviços de
reservas e atividades relacionadas
799 7990 Outros serviços de reservas e atividades relacionadas
81 Atividades relacionadas com edifícios, plantação e manutenção
de jardins
811 8110 Atividades combinadas de apoio aos edifícios
812 8120 Atividades de limpeza
813 8130 Atividades de plantação e manutenção de jardins
82 Atividades de serviços administrativos e de apoio prestados às
empresas
821 8210 Atividades de serviços administrativos e de apoio
822 8220 Atividades dos centros de chamadas
823 8230 Organização de feiras, congressos e outros eventos similares
829 Atividades de serviços de apoio prestados às empresas, n. e.
8291 Actividades de embalagem
8299 Outras actividades de serviços de apoio prestados às empresas,
n.e.
R ATIVIDADES ARTÍSTICAS, DE ESPETÁCULOS,
DESPORTIVAS E RECREATIVAS
90 900 Atividades de teatro, de música, de dança e outras atividades
artísticas e literárias
9001 Actividades de teatro, de música, de dança e outras actividades
das artes do espectáculo
9002 Criação artística e literária
91 910 Atividades das bibliotecas, arquivos, museus e outras atividades
culturais
9101 Actividades das bibliotecas e arquivos
9102 Actividades dos museus e dos sítios e monumentos históricos
9103 Actividades dos jardins zoológicos, botânicos e aquários e dos
parques e reservas naturais

93 Atividades desportivas, de diversão e recreativas


931 Atividades desportivas
9311 Actividades dos clubes desportivos
9319 Outras actividades desportivas
932 9320 Atividades de diversão e recreativas
Série I, N.° 38 Quarta-Feira, 27 de Setembro de 2017 Página 1613
Jornal da República Pg. 082 da Compilação

S OUTRAS ATIVIDADES DE SERVIÇOS


94 Atividades das organizações associativas
941 Atividades das organizações económicas, patronais e
profissionais
9411 Actividades de organizações económicas e patronais
9412 Actividades de organizações profissionais
942 9420 Atividades das organizações sindicais
949 Outras atividades das organizações associativas
9491 Actividades de organizações religiosas
9493 Actividades das associações de juventude e de estudantes
9499 Outras actividades de organizações associativas, n.e.
95 Reparacao de computadoras e de bens de uso pessoal e
doméstico
951 Reparacao de computadores e de equipamento de comunicação
9511 Reparação de computadores e de equipamento periférico
9512 Reparação de equipamento de comunicações
952 Reparacao de bens de uso pessoal e doméstico
9521 Reparação de televisores e de outros bens de consumo similares
9522 Reparação de electrodomésticos e outros equipamentos de uso
doméstico e para o jardim
9523 Reparação de mobiliário e similares de uso doméstico
9529 Reparação de relógios, artigos de joalharia e de outros bens de
uso pessoal e doméstico
96 960 Outras atividades de serviços pessoais
9601 Lavagem e limpeza a seco de têxteis e peles
9602 Actividades de salões de cabeleireiro e institutos de beleza
9603 Actividades funerárias e conexas
9609 Outras actividades de serviços pessoais, n.e.
T ATIVIDADES DAS FAMILIAS EMPERGADORAS DE
PESSOAL DOMÉSTICO E ATIVIDADES DE PRODUCAO
DAS FAMILIAS PARA USO PROPRIO
97 970 9700 Atividades das famílias empregadoras de pessoal doméstico
98 Atividades de produção de bens e serviços pelas famílias para
uso próprio
981 9810 Atividades de produção de bens pelas famílias para uso próprio
982 9820 Atividades de produção de serviços pelas famílias para uso
próprio
U ATIVIDADES DOS ORGANISMOS INTERNACIONAIS E
OUTRAS INSTITUICOES EXTRA-TERRITORIAIS
99 990 9900 Atividades dos organismos internacionais e outras instituições
extra-territoriais

Série I, N.° 38 Quarta-Feira, 27 de Setembro de 2017 Página 1614


Jornal da República Pg. 083 da Compilação

ANEXO II
Classificação das Atividades económicas – Timor Leste
Risco médio

A AGRICULTURA, PRODUÇAO ANIMAL, CAÇA,


FLORESTA, PESCA E AQUICULTURA
01 Agricultura, produção animal, caça e atividades dos serviços
relacionados
011 Culturas temporárias
0111 Cerealicultura (excepto arroz), leguminosas secas e sementes
oleaginosas
0112 Cultura de arroz
0113 Cultura de produtos hortícolas, raízes e tubérculos
0119 Outras culturas temporárias
012 Culturas permanentes
0121 Cultura de frutos tropicais e subtropicais
0122 Cultura de citrinos
0123 Cultura de frutos oleaginosos
0124 Cultura do café
0129 Outras culturas permanentes
013 0130 Cultura de materiais de propagação vegetativa
014 Produção animal
0141 Criação de bovinos e búfalos
0142 Criação de equinos, asininos e muares
0143 Criação de ovinos e caprinos
0144 Suinicultura
0145 Avicultura
0149 Outra produção animal
015 0150 Agricultura e produção animal combinadas
016 0160 Atividades dos serviços relacionados com a agricultura e com a
produção animal
017 0170 Caça e serviços relacionados
02 Silvicultura y exploração florestal
021 Silvicultura e outras atividades florestais
0211 Florestas plantadas
0212 Florestas naturais
022 0220 Exploração florestal
023 0230 Apanha de produtos florestais, excepto madeira
024 0240 Atividades dos serviços relacionados com a silvicultura e
exploração florestal
03 Pesca e aquicultura
031 Pesca
0311 Pesca marítima
0312 Pesca em águas interiores
032 0320 Aquicultura
034 0340 Atividades dos serviços relacionados com a pesca e aquicultura
C INDÚSTRIAS TRANSFORMADORAS
10 Indústrias alimentares
103 1030 Preparação e conservação de frutos e de produtos hortícolas

Série I, N.° 38 Quarta-Feira, 27 de Setembro de 2017 Página 1615


Jornal da República Pg. 084 da Compilação

104 1040 Produção de óleos e gorduras animais e vegetais


105 1050 Indústria de lacticínios
106 Transformação de cereais e leguminosas; Fabricação de
amidos, de féculas e de produtos afins
1061 Transformação de cereais e leguminosas
1062 Fabricação de amidos, féculas e produtos afins
107 Fabricação de produtos de padaria e outros produtos a base de
farinha
1071 Panificação
1072 Fabricação de pastelaria, bolachas, biscoitos e tostas
1073 Indústria do cacau, do chocolate e dos produtos de confeitaria
1074 Indústria do café
1079 Fabricação de outros produtos alimentares, n.e.
108 1080 Fabricação de alimentos para animais
11 Indústria das bebidas
110 Indústria das bebidas
1101 Fabricação de bebidas alcoólicas destiladas
1102 Indústria do vinho (inclui vinho de palma)
1103 Fabricação de cerveja e malte
1104 Fabricação de refrigerantes; produção de águas minerais
naturais e de outras águas engarrafadas
12 Indústria do tabaco
120 1200 Indústria do tabaco
15 Industria do couro e dos produtos do couro
151 1510 Curtimenta e acabamento de peles sem pelo e com pelo;
fabricação de artigos de viagem e de uso pessoal, de
marroquinaria, de correeiro e de seleiro
152 1520 Indústria do calçado
16 Indústrias da madeira e da cortiça da suas obras, exceto
mobiliário; Fabricação de obras de cestaria e de espartaria
162 Fabricação de artigos de madeira, de cortiça, de espartaria e de
cestaria, exceto mobiliário
1621 Fabricação de folheados e painéis à base de madeira
1622 Fabricação de outras obras de carpintaria para a construção
1623 Fabricação de embalagens de madeira
1629 Fabricação de outras obras de madeira e cortiça
17 Fabricação de pasta, de papel, de cartão e seus artigos
171 Fabricação de pasta, de papel e cartão (exceto canelado)
172 Fabricação de papel e de cartão canelados e de artigos de papel
e de cartão
22 Fabricação de artigos de borracha e de matérias plásticas
221 2210 Fabricação de artigos de borracha
222 2220 Fabricação de artigos de matérias plásticas
23 Fabricação de outros produtos minerais no-metálicos
231 2310 Fabricação de vidro e artigos de vidro
232 Fabricação de produtos cerâmicos refratários
233 Fabricação de produtos cerâmicos para a construção
234 Fabricação de outros produtos de porcelana e cerâmicos não
refratários
237 Serragem, corte e acabamento de rochas ornamentais e de
outras pedras de construção
239 Fabricação de produtos minerais não metálicos, n.e.

Série I, N.° 38 Quarta-Feira, 27 de Setembro de 2017 Página 1616


Jornal da República Pg. 085 da Compilação

2391 Fabricação de artigos cerâmicos de uso doméstico e ornamental


e outros produtos, excepto para a construção
2392 Fabricação de produtos cerâmicos para a construção
2393 Fabricação de produtos de betão para a construção
2394 Fabricação de betão pronto
2395 Serragem, corte e acabamento de pedras de construção
2399 Fabricação de outros produtos minerais não metálicos, n.e.
24 Indústrias metalúrgicas de base
241 2410 Siderurgia e fabricação de ferro-ligas
242 2420 Fabricação de tubos, condutas, perfis ocos e respetivos
acessórios, de aço
25 Fabricação de produtos metálicos, exceto máquinas e
equipamentos
251 Fabricação de reservatórios, recipientes, caldeiras e radiadores
metálicos para aquecimento central
2511 Fabricação de estruturas de portas, janelas e elementos
similares em metal
2512 Fabricação de reservatórios, recipientes, caldeiras e geradores a
vapor
259 Fabricação de outros produtos metálicos, tratamento e
revestimento de metais e actividades de mecânica geral
2591 Fabricação de produtos forjados, estampados e laminados
2592 Tratamento e revestimento de metais e actividades de mecânica
geral
2593 Fabricação de cutelaria, ferramentas manuais e ferragens
2599 Fabricação de outros produtos metálicos, n.e.
26 Fabricação de equipamentos informáticos, equipamento para
comunicações e produtos eletrónicos e óticos
261 2610 Fabricação de componentes e de placas, eletrónicos
262 2620 Fabricação de computadores e de equipamento periférico
263 2630 Fabricação de aparelhos e equipamentos de comunicações
264 2640 Fabricação de recetores de rádio e de televisão e bens de
consumo similares
265 2650 Fabricação de instrumentos e aparelhos de medida, verificação
e navegação; relógios e material de relojoaria
27 Fabricação de equipamento elétrico
271 2710 Fabricação de motores, geradores e transformadores eléctricos e
fabricação de material de distribuição e de controlo para
instalações eléctricas, acumulares, pilhas, fios e cabos isolados
e seus acessórios
272 2720 Fabricação de lâmpadas eléctricas e de outro equipamento de
iluminação
273 2730 Fabricação de electrodomésticos e outros aparelhos para uso
doméstico
279 Fabricação de outro equipamento elétrico
28 Fabricação de máquinas e de equipamentos, n.e.
281 2810 Fabricação de máquinas e equipamentos para uso geral
282 2820 Fabricação de outras máquinas e equipamentos para uso
específico
29 Fabricação de veículos automóveis, reboques, semirreboques e
componentes para veículos automóveis
291 2910 Fabricação de veículos automóveis
292 2920 Fabricação de carroçarias, reboques e semirreboques
Série I, N.° 38 Quarta-Feira, 27 de Setembro de 2017 Página 1617
Jornal da República Pg. 086 da Compilação

293 2930 Fabricação de componentes e acessórios para veículos


automóveis
30 Fabricação de outro equipamento de transporte
301 3010 Construção naval
302 3020 Fabricação de material circulante para caminhos-de-ferro
303 3030 Fabricação de aeronaves, de veículos espaciais e equipamento
relacionado
304 3040 Fabricação de veículos militares de combate
309 Fabricação de outro equipamento de transporte, n.e.
31 Fabricação de mobiliário e de colchoes
310 Fabricação de mobiliário e de colchoes
3101 Fabricação de mobiliário de madeira
3102 Fabricação de mobiliário de bambu
3109 Fabricação de colchões e outro mobiliário
32 Outras industrias transformadoras
321 Fabricação de joalharia, ourivesaria, bijuteria e artigos
similares; cunhagem de moedas
3211 Fabricação de joalharia, ourivesaria e artigos similares;
cunhagem de moedas
324 3240 Fabricação de jogos e de brinquedos
325 3250 Fabricação de instrumentos e material médico-cirúrgico
D ELETRICIDADE, GAS, VAPOR, AGUA QUENTE E FRIA E
AR FRIO
35 Eletricidade, gás, vapor, água quente e fria e ar frio
353 Produção e distribuição de vapor, água quente e fria e ar frio
por conduta; produção de gelo
3531 Produção e distribuição de vapor, água quente e fria e ar frio
por conduta
3532 Produção de gelo
F CONSTRUÇÃO
43 Atividades especializadas de construção
433 4330 Atividades de acabamento em edifícios
439 Outras atividades especializadas em construção
4391 Aluguer de equipamento de construção e de demolição, com
operador
4399 Outras actividades especializadas de construção, n.e.
G COMÉRCIO POR GROSSO E A RETALHO; REPARACAO
DE VEÍCULOS AUTOMÓVEIS E MOTOCICLOS
45 Comércio, manutenção e reparação de veículos automóveis e
motociclos
452 4520 Manutenção e reparação de veículos automóveis
454 Comércio, manutenção e reparação de motociclos, de suas
peças e acessórios
4542 Manutenção e reparação de motociclos, de suas peças e
acessórios
46 Comércio por grosso (inclui agentes), exceto de veículos
automóveis e motociclos
462 4620 Comércio por grosso de produtos agrícolas brutos e animais
vivos
463 4630 Comércio por grosso de produtos alimentares, bebidas e tabaco
47 Comércio a retalho, exceto de veículos automóveis e
motociclos

Série I, N.° 38 Quarta-Feira, 27 de Setembro de 2017 Página 1618


Jornal da República Pg. 087 da Compilação

471 Comércio a retalho em estabelecimentos não especializados


4711 Comércio a retalho em estabelecimentos não especializados,
com predominância de produtos alimentares, bebidas ou tabaco
472 Comércio a retalho de produtos alimentares, bebidas e tabaco
4721 Comércio a retalho de frutas e produtos hortícolas em
estabelecimentos especializados
4722 Comércio a retalho de pão, de produtos de pastelaria e de
confeitaria, em estabelecimentos especializados
4729 Comércio a retalho de outros produtos alimentares, bebidas e
tabaco, em estabelecimentos especializados
477 Comércio a retalho de outros produtos, em estabelecimentos
especializados
4772 Comércio a retalho de produtos farmacêuticos, médicos,
cosméticos e de higiene, em estabelecimentos especializados
478 Comércio a retalho em bancas, feiras e unidades móveis de
venda
4785 Comércio a retalho em bancas, feiras e unidades móveis de
venda, de combustíveis e lubrificantes
H TRANSPORTES E ARMAZENAGEM
52 Armazenagem e actividades auxiliares dos transportes
522 Actividades auxiliares dos transportes
5221 Actividades auxiliares dos transportes terrestres
5222 Actividades auxiliares dos transportes por água
5223 Actividades auxiliares dos transportes aéreos
5224 Manuseamento de carga
5225 Actividades dos transitários e agentes aduaneiros do transporte
marítimo
5226 Actividades dos transitários e agentes aduaneiros do transporte
aéreo
5229 Outras actividades de apoio ao transporte
I ALOJAMENTO, RESTAURAÇAO E SIMILARES
56 Restauração e similares
562 Fornecimento de refeições para eventos e outras atividades de
serviço de refeições
5621 Fornecimento de refeições para eventos
5629 Outras actividades de serviço de refeições
J ATIVIDADES DE INFORMAÇAO E DE COMUNICAÇAO
60 Atividades de rádio e de televisão
601 6010 Atividades de rádio
602 6020 Atividades de televisão
61 Telecomunicações
611 6110 Atividades de telecomunicações por fio
612 6120 Atividades de telecomunicações sem fio
613 6130 Atividades de telecomunicações por satélite
619 6190 Outras atividades de telecomunicações
M ATIVIDADES DE CONSULTORIA, CIENTIFICAS,
TÉCNICAS E SIMILARES
71 Atividades de arquitetura, de engenharia e técnicas afins;
Atividades de ensaios e de análises técnicas
711 7110 Atividades de arquitetura, de engenharia e técnicas afins
712 7120 Atividades de ensaios e de análises técnicas
72 Atividades de investigação científica e de desenvolvimento
Série I, N.° 38 Quarta-Feira, 27 de Setembro de 2017 Página 1619
Jornal da República Pg. 088 da Compilação

721 Investigação e desenvolvimento das ciências físicas e naturais


7211 Investigação e desenvolvimento das ciências naturais
7212 Investigação e desenvolvimento das ciências físicas e
engenharia
722 Investigação e desenvolvimento das ciências sociais e humanas
7221 Investigação e desenvolvimento das ciências sociais
7222 Investigação e desenvolvimento das ciências humanas
73 Publicidade, estudos de mercado e sondagens de opinião
731 Publicidade
732 Estudos de mercado e sondagens de opinião
75 Atividades veterinárias
750 7500 Atividades veterinárias
N ACTIVIDADES ADMINISTRATIVAS E DOS SERVIÇOS
DE APOIO
79 Agências de viagem, operadores turísticos, outros serviços de
reservas e actividades relacionadas
791 7910 Agencias de viagem e operadores turísiticos
80 Atividades de investigação e segurança
801 8010 Atividades de segurança privada
802 8020 Atividades relacionadas com sistemas de segurança

P EDUCAÇAO
85 Educação
855 8550 Atividades de serviços e apoio à educação
Q ATIVIDADES DE SAÚDE HUMANA E APOIO SOCIAL
88 Atividades de apoio social sem alojamento
881 8810 Atividades de apoio social sem alojamento para pessoas idosas
e com deficiência
889 Outras atividades de apoio social sem alojamento
8891 Actividades de cuidados para crianças, sem alojamento
8899 Outras actividades de acção social sem alojamento, n.e.
R ACTIVIDADES ARTISTICAS, DE ESPECTACULOS,
DESPORTIVAS E RECREATIVAS
92 920 9200 Lotarias e outros jogos de aposta
S OUTRAS ACTIVIDADES DE SERVIÇOS
94 Actividades das organizações associativas
949 Outras actividades das organizações associativas
9492 Actividades de organizações políticas

Série I, N.° 38 Quarta-Feira, 27 de Setembro de 2017 Página 1620


Jornal da República Pg. 089 da Compilação

ANEXO III
Classificação das Atividades económicas – Timor Leste
Risco alto

B INDÚSTRIAS EXTRATIVAS
05 Extração de hulha e lenhite
051 0510 Extração de hulha (inclui antracite)
052 0520 Extração de lenhite
06 Extração de petróleo e gás natural
061 0610 Extração do petróleo bruto
062 0620 Extração de gás natural
07 Extração e preparação de minerais metálicos
071 0710 Extração e preparação de minerais de ferro
072 0720 Extração e preparação de minerais não ferrosos
08 Outras indústrias extrativas
081 Extração de pedra, areia e argila
0811 Extracção de pedra para construção
0812 Extracção de areia
0813 Extracção de pedra britada
0814 Extracção de argila e caulino
089 Industrias extrativas, n.e.
0891 Extracção de minerais para a indústria química e para a
fabricação de adubos
0892 Extracção de sal
0893 Outras indústrias extractivas, n.e.
09 Atividades dos serviços relacionados com as indústrias
extrativas
091 0910 Actividades dos serviços relacionados com a extracção de
petróleo e gás, excepto a prospecção
099 0990 Outras atividades dos serviços relacionados com as indústrias
extrativas
C INDÚSTRIAS TRANSFORMADORAS
10 Indústrias alimentares
101 1010 Preparação e conservação de carne e de produtos à base de
carne
102 1020 Preparação e conservação de peixes, crustáceos e moluscos
19 Fabricação de coque, produtos petrolíferos refinados e de
aglomerados de combustíveis
191 1910 Fabricação de produtos de coqueria
192 1920 Fabricação de produtos petrolíferos refinados e de aglomerados
de combustíveis
20 Fabricação de produtos químicos e de fibras sintéticas ou
artificiais, exceto produtos farmacêuticos
201 Fabricação de produtos químicos de base, adubos e compostos
azotados, matérias plásticas e borracha sintética, sob formas
primárias
202 Fabricação de pesticidas e de outros produtos agroquímicos
2021 Fabricação de sabões e detergentes, produtos de limpeza e
polimento, perfumes e produtos de higiene
2029 Fabricação de outros produtos químicos, n.e.
203 2030 Fabricação de tintas, vernizes e produtos similares; mástiques;
Série I, N.° 38 Quarta-Feira, 27 de Setembro de 2017 Página 1621
Jornal da República Pg. 090 da Compilação

203 2030 Fabricação de tintas, vernizes e produtos similares; mástiques;


tintas de impressão
204 Fabricação de sabões e detergentes, produtos de limpeza e de
polimento, perfumes e produtos de higiene
205 Fabricação de outros produtos químicos
206 Fabricação de fibras sintéticas ou artificias
21 Fabricação de produtos farmacêuticos de base e de preparações
farmacêuticas
211 Fabricação de produtos farmacêuticos de base
212 Fabricação de preparações farmacêuticas
23 Fabricação de outros produtos minerais no-metálicos
235 Fabricação de cimento, cal e gesso
236 Fabricação de produtos de betão, gesso e cimento
239 Fabricação de produtos abrasivos e de outros produtos minerais
não metálicos
25 Fabricação de produtos metálicos, exceto máquinas e
equipamentos
252 2520 Fabricação de armas e municiones
26 Fabricação de equipamentos informáticos, equipamento para
comunicações e produtos eletrónicos e óticos
266 Fabricação de equipamento de radiação, electromedicina e
eletroterapêutico
D ELETRICIDADE, GÁS, VAPOR, ÁGUA QUENTE E FRIA E
AR FRIO
35 Eletricidade, gás, vapor, água quente e fria e ar frio
351 3510 Produção, transporte, distribuição e comércio de eletricidade
352 3520 Produção de gás; distribuição de combustíveis gasosos por
condutas; comércio de gás
E DESPOLUIÇAO
36 360 3600 Captação, tratamento e distribuição de agua
37 370 3700 Recolha, drenagem e tratamento de águas residuais
38 Recolha, tratamento e eliminação de resíduos; valorização de
materiais
381 Recolha de resíduos
3811 Recolha de resíduos não perigosos
3812 Recolha de resíduos perigosos
382 Tratamento e eliminação de resíduos
3821 Tratamento e eliminação de resíduos não perigosos
3822 Tratamento e eliminação de resíduos perigosos
383 3830 Valorização de materiais
39 390 3900 Descontaminação e atividades similares
F CONSTRUÇAO
41 410 4100 Construção de edifícios (residências e não residências)
42 Engenharia civil
421 4210 Construção de estradas, pontes, túneis, pistas de aeroportos e
vias férreas
422 4220 Construção de redes de transporte de águas, de esgotos, de
distribuição de energia, de telecomunicações e outras redes
429 4290 Construção de outras obras de engenharia civil
43 Atividades especializadas de construção
431 4310 Demolição e preparação de construção
432 Instalação eléctrica, de canalizações, de climatização e outras
instalações
4321 Instalação eléctrica
4322 Instalação de canalizações e de climatização
4329 Outras instalações em construções
Série I, N.° 38 Quarta-Feira, 27 de Setembro de 2017 Página 1622
Jornal da República Pg. 091 da Compilação

G COMÉRCIO POR GROSSO E A RETALHO; REPARACAO


DE VEÍCULOS AUTOMÓVEIS E MOTOCICLOS
46 Comércio por grosso (inclui agentes), exceto de veículos
automóveis e motociclos
466 Comércio por grosso de outras máquinas, equipamentos e suas
partes
4661 Comércio por grosso de combustíveis sólidos, líquidos, gasosos
e produtos derivados
4662 Comércio por grosso de minérios e de metais
47 Comércio a retalho, exceto de veículos automóveis e
motociclos
473 4730 Comércio a retalho de combustíveis em estabelecimentos
especializados
H TRANSPORTES E ARMAZENAGEM
49 Transportes terrestres e transportes por oleodutos ou gasodutos
491 4910 Transporte por caminho-de-ferro
492 Outros transportes terrestres (transportes terrestres de
passageiros)
4921 Transportes terrestres, urbanos e suburbanos, de passageiros
4922 Outros transportes terrestres de passageiros
4923 Transportes rodoviários de mercadorias
493 4930 Transportes por oleodutos ou gasodutos
50 Transportes por água
501 Transportes marítimos de passageiros
5011 Transportes marítimos de passageiros
5012 Transportes marítimos de mercadorias
502 5020 Transportes marítimos de mercadorias
51 Transportes aéreos
511 5110 Transportes aéreos de passageiros
512 5120 Transportes aéreos de mercadorias
I ALOJAMENTO, RESTAURAÇAO E SIMILARES
55 Alojamento
551 Estabelecimentos hoteleiros
5511 Estabelecimentos hoteleiros
5512 Residência para férias
552 Parques de campismo e de caravanismo
5521 Parques de campismo
5522 Parques de caravanismo
559 5590 Outros locais de alojamento
56 Restauração (restaurantes e similares)
561 Restaurantes (inclui atividades de restauração em meios
móveis)
5611 Restaurantes tipo tradicional
5612 Restauração em meios móveis
563 5630 Estabelecimentos de bebidas
K ATIVIDADES FINANCEIRAS E DE SEGUROS
64 Atividades de serviços financeiros, exceto seguros e fundos de
pensões
641 Intermediação monetária
6411 Banco central
6412 Banco público
6419 Outra intermediação monetária
642 6420 Atividades de sociedades gestoras de participações sociais
643 6430 Trusts, fundos e entidades financeiras similares
649 Outras atividades de serviços financeiros, exceto seguros e
fundos de pensões

Série I, N.° 38 Quarta-Feira, 27 de Setembro de 2017 Página 1623


Jornal da República Pg. 092 da Compilação

6491 Actividades de locação financeira


6492 Casas de penhores
6493 Cooperativas de crédito
6494 Outras actividades de crédito
6495 Sociedades de capital de risco
6499 Outras actividades de serviços financeiros n.e., excepto seguros
e fundos de pensões
66 Atividades auxiliares de serviços financeiros e dos seguros
661 Atividades auxiliares de serviços financeiros, exceto seguros e
fundos de pensões
6611 Administração de mercados financeiros
6612 Actividades de negociação por conta de terceiros em valores
mobiliários e outros instrumentos financeiros
6619 Outras actividades auxiliares de serviços financeiros, excepto
seguros e fundos de pensões
662 6620 Atividades auxiliares de seguros e de fundos de pensões
663 6630 Atividades de gestão de fundos
O ADMINISTRAÇAO PÚBLICA E DEFESA; SEGURANÇA
SOCIAL OBRIGATÓRIA
84 Administração pública e defesa; segurança social obrigatória
841 Administração pública em geral, económica e social
8411 Administração Pública Central
8412 Administração Regional e Local
8413 Administração Pública - actividades de saúde, educação,
culturais e sociais, excepto segurança social obrigatória
8414 Administração Pública - actividades económicas
8415 Actividades de apoio ao conjunto da Administração Pública
842 Negócios estrangeiros, defesa, justiça, segurança, ordem
pública e proteção civil
8421 Negócios Estrangeiros
8422 Actividades de Defesa
8423 Actividades de Justiça
8424 Actividades de Segurança, Ordem Pública e Protecção Civil
843 8430 Atividades de segurança social obrigatória
P EDUCAÇAO
85 Educação
851 Educação pré-escolar e ensino básico 1º e 2º ciclos
8511 Educação pré-escolar
8512 Ensino Básico 1º e 2º ciclos
852 Ensino Básico 3º ciclo e secundário
8521 Ensino Básico 3º ciclo
8522 Ensino secundário geral
8523 Ensino técnico-profissional
853 8530 Ensino superior
854 Outras atividades educativas
8541 Formação profissional
8549 Outras actividades educativas, n.e.
Q ATIVIDADES DE SAÚDE HUMANA E APOIO SOCIAL
86 Atividades de saúde humana
861 8610 Atividades dos estabelecimentos de saúde com internamento
862 8620 Atividades de prática clínica em ambulatório, de medicina
dentária e de odontologia
869 Outras atividades de saúde humana
8691 Laboratórios de análises clínicas
8692 Centros de recolha e bancos de órgãos
8699 Outras actividades de saúde humana, n.e.
87 Atividades de apoio social com alojamento
871 8710 Atividades dos estabelecimentos de cuidados continuados
integrados, com alojamento
872 8720 Atividades dos estabelecimentos para pessoas com doença do
foro mental e do abuso de drogas, com alojamento
873 8730 Atividades de apoio social para pessoas idosas e com
deficiência, com alojamento
879 8790 Outras atividades de apoio social com alojamento

Série I, N.° 38 Quarta-Feira, 27 de Setembro de 2017 Página 1624


Jornal da República Pg. 093 da Compilação

Quarta-Feira, 26 de Agosto de 2009 Série I, N.° 31

$ 3.00 PUBLICAÇÃO OFICIAL DA REPÚBLICA DEMOCRÁTICA DE TIMOR - LESTE

estabelece as orientações básicas e as políticas para o funcio-


SUMÁRIO namento e o exercício de toda a actividade notarial em Timor-
Leste.

PRESIDENTE DA REPUBLICA : Trata-se de um diploma inspirado no sistema legislativo no-


DESPACHO PRESIDENCIAL tarial espanhol, no qual se institui, para além dos documentos
SOBRE O NOME DO PALÁCIO PRESIDENCIAL ........ 3418 públicos notariais comuns aos países com o sistema notarial
administrativo e latino, a figura das actas notariais, digna de
GOVERNO : destaque, levando em consideração a sua incontestável utili-
DECRETO-LEI N.º 24 /2009 de 26 de Agosto dade, tanto na esfera administrativa como na judicial.
Primeira alteração ao Decreto-Lei n.º 3/2004, de 4 de Fevereiro,
relativo ao Regime Jurídico do Notariado ........................ 3418 Decorridos cinco anos da sua publicação, surge a necessidade
de se inserirem modificações que permitam harmonizar a lin-
DECRETO-LEI N.º 25/2009 de 26 de Agosto guagem e os termos técnicos do Regime Jurídico do Notariado
Regulamento Notarial .......................................................... 3440 com os diferentes diplomas legais em vigor, bem como com os
projectos de lei que se pretendem aprovar, facilitando a respec-
tiva interpretação aos aplicadores da lei; adoptar medidas de
simplificação administrativa e legitimar certos procedimentos
DESPACHO PRESIDENCIAL administrativos mais adequados à vida moderna; introduzir
SOBRE O NOME DO PALÁCIO PRESIDENCIAL mecanismos de justificação e aquisição de direitos de proprie-
dade imóvel e de outros direitos, pela via notarial; e autorizar,
Por ocasião a inauguração do novo edifício destinado à
provisoriamente, o exercício da actividade notarial aos notários
Presidência da República, e tendo em conta a herança histórica
não timorenses.
de Timor-Leste, S.E.o Presidente da República Democrática de
Timor-Leste, atribui ao novo Palácio Presidencial, o nome de,
Neste contexto, a título de exemplo de legitimação de certos
Palácio Presidencial Nicolau Lobato.
procedimentos em curso, destaca-se a nomeação de notários
Publique-se. pelo Ministro da Justiça, mediante proposta do seu superior
hierárquico directo, com o objectivo de salvaguardar os
princípios da imparcialidade e da legalidade como pilares da fé
José Ramos-Horta pública notarial.
Presidente da República
Como medida de simplificação administrativa, atribui-se a
competência ao notário de, através de meios electrónicos, poder
Dili, 30 de Julho de 2009 requisitar a outros serviços públicos os documentos neces-
sários à instrução de actos notariais, por forma a obter maior
celeridade nas respectivas decisões.

Relativamente ao impedimento do notário em praticar actos


DECRETO-LEI N.º 24 /2009 em que ele ou os seus familiares sejam interessados, nos termos
definidos na lei notarial, estabelece-se que, para certos actos
de 26 de Agosto de natureza não-contratual, outros funcionários possam
intervir, de modo a evitar o recurso frequente a outros cartórios
Primeira alteração ao Decreto-Lei n.º 3/2004, de 4 de notariais. Igualmente, é regulamentada a intervenção do notário
Fevereiro, em actos sujeitos a restrições e proibições.
relativo ao Regime Jurídico do Notariado
Realça-se que a delegação de competências em outros
O Regime Jurídico do Notariado, aprovado através do Decreto– funcionários da repartição notarial é limitada à prática de actos
Lei n.º 3/2004, de 4 de Fevereiro, constitui o diploma legal que que não têm tido qualquer intervenção real do notário.

Série I, N.° 31 Quarta-Feira, 26 de Agosto de 2009 Página 3418


Jornal da República Pg. 094 da Compilação

ANEXO
3. É, ainda, nulo o instrumento no qual tenha intervindo inter- (Nos termos do artigo 4.º do Decreto-Lei n.º 24 /2009, de
veniente acidental incapacitado ou inabilitado. 26 de Agosto
4. O regulamento notarial estabelece os procedimentos e a
admissibildade da revalidação e da sanação dos actos Decreto-Lei n.º 3/2004
notariais. de 4 de Fevereiro

Artigo 76.º - A
Notários internacionais REGIME JURÍDICO DO NOTARIADO

1. Para o desempenho de funções de notário público, em caso A aprovação de um Código do Notariado é um instrumento
de necessidade, pode o Ministro da Justiça seleccionar, importante na sustentação do edifício legislativo de Timor-
por concurso curricular, notários não timorenses, com pelo Leste, designadamente no que toca à actividade económica.
menos cinco anos de experiência, que sejam provenientes
de países com sistema civilista para integrarem provisoria- A função notarial é um dos parâmetros indispensáveis ao
mente o notariado de Timor - Leste. desenvolvimento da riqueza nacional, já que o Notário, mais
do que um mero certificador de assinaturas, deve esforçar-se
2. O exercício da função notarial por notário internacional será para que a função que desempenha o converta em garante da
sempre de carácter técnico, não lhe sendo permitido chefiar segurança dos actos e negócios jurídicos que se realizem en-
a repartição notarial. tre os particulares e entre estes e o Estado, aliviando assim a
3. Os dispositivos da presente lei aplicam-se, com as neces- árdua tarefa dos magistrados judiciais.
sárias adaptações, aos notários internacionais que exerçam
funções em Timor-Leste.” As normas que se referem ao Notariado são formuladas de
maneira que garantem os princípios da liberdade contratual e
Artigo 4.º da legalidade dos direitos das pessoas, dos actos, dos contratos
Republicação e negócios jurídicos. As leis do Notariado devem ser orientadas
para a criação de processos de notariado que outorguem aos
O Decreto-Lei n.º 3/2004, de 4 de Fevereiro, na sua redação interessados simplicidade, economia e eficiência.
actual, é republicado em anexo ao presente diploma, do qual é
parte integrante. Definido em grandes linhas, o presente decreto-lei consub-
stancia-se na simplificação dos procedimentos inerentes à
Artigo 5.º realização dos actos notariais e ao nível de formalismo exigido,
Entrada em vigor na introdução de normas de maior rigor e transparência na
prática notarial e, ainda, na racionalização do exercício da
O presente diploma entra em vigor 30 dias após a sua função notarial.
publicação.
São consignados os princípios fundamentais que enformam o
Aprovado em Conselho de Ministros em 24 de Junho de 2009. sistema do notariado latino, em que Timor-Leste se pretende
inserir, mantendo-se naturalmente inalterados, maxime o
reconhecimento da fé pública aos actos praticados pelo notário,
O Primeiro-Ministro, com as inerentes consequências ao nível do valor probatório
dos documentos.
______________________
(Kay Rala Xanana Gusmão) De acordo com os princípios do notariado latino, consagra-se
uma norma geral definidora dos actos sujeitos a solenidade,
tendo como base a criação, modificação ou extinção de direitos
A Ministra da Justiça subjectivos sobre bens imóveis, seguida da iniciação da
tipologia, embora não taxativa, de outros actos que a ele devem
______________________________ submeter-se.
(Lúcia Maria Brandão Freitas Lobato )
Ao nível do funcionamento dos serviços, passa a prever-se
que o recrutamento de notários se faça de entre juristas com
Promulgado em . 24 / 8 / 09 preparação especial, e atribui-se competência genérica de
excepção a certas entidades para a prática de actos notariais.
Publique-se.
Simultaneamente, com a preocupação de tornar cada espécie
de acto notarial, individualmente considerado, mais célere e
O Presidente da República, mais singelo, expurgando-o de requisitos considerados
supérfluos, respeitando sempre contudo, a certeza e o rigor
técnico-jurídicos, procura-se com o presente decreto-lei, dotar
______________________ a generalidade dos actos notariais de uma técnica mais simples,
(José Ramos-Horta) transformando-os em realidades mais acessíveis e inteligíveis
Série I, N.° 31 Quarta-Feira, 26 de Agosto de 2009 Página 3427
Jornal da República Pg. 095 da Compilação

aos cidadãos. Pretende-se assim, obter resultados ao nível da a) licenciatura em Direito;


eficiência e eficácia da prática notarial quotidiana, com benefício
para os utentes, e bem assim, para os próprios serviços. b) conclusão do curso específico ministrado pelo Centro
de Formação Jurídica;
Nestes termos, o Governo decreta, ao abrigo da alínea b) do
n.º 1 e do n.º 3 do artigo 115.º da Constituição da República, c) idade mínima de vinte e três anos;
para valer como lei, o seguinte:
d) não ter sido condenado por crime;
TÍTULO I
NOTÁRIOS e) não estar afectado pelas incapacidades e incompatibili-
CAPÍTULO I dades referidas neste diploma;
OS NOTÁRIOS, A FUNÇÃO NOTARIAL E NOMEAÇÃO
NO EXERCÍCIO DAS FUNÇÕES NOTARIAIS f) nacionalidade timorense.

Artigo 1.° Artigo 6.°


Notário público Juramento do notário

Notário público é o agente da função notarial, a pessoa habili- A Direcção Nacional dos Registos e do Notariado, marcará o
tada pelo Estado para redigir e autorizar sob a sua assinatura dia e a hora em que o aspirante deverá prestar juramento.
todos os actos e contratos que devam celebrar--se com a sua
intervenção, entre os particulares ou entre estes e toda espécie Artigo 7.°
de pessoas colectivas. Acto solene do juramento

O Ministro da Justiça receberá o juramento do notário nos


Artigo 2.° seguintes termos: «Juro por Deus e por minha honra desem-
Função notarial penhar bem e fielmente o cargo para que sou investido, respeitar
e cumprir a Constituição e as leis da República Democrática de
1. A função notarial destina-se a dar forma legal e conferir fé Timor-Leste e jamais desmerecer da confiança devida ao
pública aos actos jurídicos extrajudiciais. carácter da minha profissão».
2. Para os efeitos previstos no artigo anterior, pode o notário
prestar assessoria às partes na expressão da sua vontade Artigo 8.°
negocial. Registo de assinatura dos Notários

Artigo 3.° Prestado juramento, o novo notário registará no livro de registo


Órgão da função notarial de assinaturas de notários, na Direcção Nacional dos Registos
e do Notariado, a assinatura e rubrica manuais que usará nos
1. O órgão da função notarial é o notário. seus actos como notário, ficando autorizado a exercer a
profissão.
2. Os restantes funcionários notariais apenas podem praticar
os actos que lhes sejam cometidos por disposição legal Artigo 9.°
expressa. Assinatura secreta
3. Excepcionalmente, desempenham funções notariais:
1. O notário pode utilizar alguma senha particular para evitar
a) os agentes consulares timorenses; o risco de qualquer adulteração ou falsificação.

b) as entidades a quem a lei atribua, em relação a certos 2. Para esse efeito deve comunicá-la à Direcção Nacional dos
actos, a competência dos notários. Registos e do Notariado, que deve assentá--la num livro
especial que manterá para este fim e que guardará sob
4. Os actos praticados no uso da competência de que gozam estrita vigilância, junto com a nota que contenha a comuni-
os órgãos especiais da função notarial devem obedecer ao cação.
preceituado neste diploma, na parte que lhes for aplicável.
Artigo 10.°
Artigo 4.° Competência funcional
Órgão competente para nomear
1. O notário goza de autonomia e independência técnica no
Cabe ao Ministro da Justiça nomear os notários para o exercício exercício da sua função e uma vez nomeado, é considerado
das funções notariais, sob proposta da Direcção Nacional dos do ponto de vista administrativo, funcionário do Ministério
Registos e do Notariado. da Justiça, da Direcção Nacional dos Registos e do Nota-
riado.
Artigo 5.°
Exigências para a nomeação 2. A remuneração dos notários será fixada por diploma conjunto
dos Ministérios do Plano e das Finanças, da Justiça e da
São exigências prévias para a nomeação como notário: Administração Estatal.

Série I, N.° 31 Quarta-Feira, 26 de Agosto de 2009 Página 3428


Jornal da República Pg. 096 da Compilação

Artigo 11.° adequada, a praticar determinados actos ou certas cate-


Competência técnica gorias de actos.

1. Compete, em geral, ao notário redigir o instrumento público 5. A assinatura do funcionário autorizado a praticar actos no-
conforme a vontade das partes, a qual deve indagar, inter- tariais está sujeita ao registo no livro de registo de assina-
pretar e adequar ao ordenamento jurídico, esclarecendo- turas e às comunicações legais.
as do seu valor e alcance.
6. A autorização referida no n.º 4 não pode abranger a prática
2. Em especial, compete ao notário, designadamente: de actos titulados por escritura pública, testamentos
públicos, actas de aprovação, de abertura e de depósito de
a) lavrar testamentos públicos; testamentos cerrados ou de testamentos internacionais e
os respectivos averbamentos, actas de qualquer natureza
b) lavrar outros instrumentos públicos; e, de um modo geral, todos os actos em que seja necessário
interpretar a vontade dos interessados ou esclarecê-los
c) lavrar actas; juridicamente.

d) exarar termos de autenticação em documentos particu- Artigo 12.°


lares, ou de simples reconhecimento da autoria da letra Lugar de exercício do notário
com que esses documentos estão escritos ou das
assinaturas neles apostas; 1. O Ministério da Justiça, sob proposta da Direcção Nacional
dos Registos e do Notariado, indicará ao notário o cartório
e) passar certificados de vida e identidade, e bem assim onde exercerá habitualmente e principalmente a sua
do desempenho de cargos públicos, de gerência ou de profissão.
administração de pessoas colectivas e de sociedades;
2. Salvo disposição legal em contrário, o notário pode praticar,
f) passar certificados de outros factos que haja verificado; dentro da área de jurisdição em que se encontra sedeado o
cartório notarial, todos os actos da sua competência que
g) certificar, ou fazer certificar, traduções de documentos lhe sejam requisitados, ainda que digam respeito a pessoas
escritos em língua estrangeira; domiciliadas ou a bens situados fora dessa área.

h) passar primeiras cópias de instrumentos públicos e de 3. Os notários são competentes no âmbito da sua jurisdição,
outros documentos arquivados; para dar fé pública de todos os actos, factos e declarações
que autorizem com tal carácter e que segundo as leis devam
i) passar fotocópias de instrumentos e de outros ser autorizados por eles.
documentos, ou conferir com os respectivos originais
as fotocópias extraídas pelos interessados; Artigo 13.°
Matrícula de notário
j) autenticar as fotocópias extraídas;
Cumprido o disposto nos artigos precedentes, a Direcção
k) transmitir por telecopia, sob forma certificada, o teor Nacional dos Registos e do Notariado deve:
dos instrumentos públicos, registos e outros docu-
mentos que se achem arquivados no cartório, a outros a) inscrever o notário no registo, atribuindo-lhe um número
serviços públicos perante os quais tenham de fazer fé e identificativo;
a receber os que lhe forem transmitidos, por esses
serviços, nas mesmas condições; b) comunicar a todos os tribunais e, em especial, aos que inte-
grem o distrito judicial onde o notário é colocado, a respec-
l) intervir nos actos jurídicos extrajudiciais, a que os tiva nomeação, acompanhada da senha, assinatura e
interessados pretendam dar garantias especiais de rubrica do novo notário;
certeza ou de autenticidade; c) publicar apenas por uma vez o aviso da nomeação, num
dos diários locais e juntar ao processo do nomeado o ex-
m) conservar os documentos que por lei devam ficar no emplar que confirme tal publicação.
arquivo notarial e os que lhe forem confiados com esse
fim. CAPÍTULO II
DAS INCAPACIDADES, SUSPENSÕES,
3. A pedido dos interessados, pode o notário requisitar, por INCOMPATIBILIDADES E RESTRIÇÕES
qualquer via, a outros serviços públicos, documentos que
sejam necessários à instrução dos actos da sua compe- Artigo 14.°
tência. Incapacidades

4. O notário pode por despacho, sob sua responsabilidade e Não podem ser nomeados notários:
conforme as necessidades dos serviços, autorizar um ou
vários funcionários da repartição notarial com formação a) os cegos;
Série I, N.° 31 Quarta-Feira, 26 de Agosto de 2009 Página 3429
Jornal da República Pg. 097 da Compilação

b) os surdo-mudos, mesmo quando saibam ler e escrever por reconhecimentos notariais apostos em documentos que
sistema especial; não titulem actos de natureza contratual, excepto se o
representado, representante ou autor do documento for o
c) os que tenham sido condenados por crime; próprio notário.

d) os que tiverem sido condenados por prestar falso teste- 2. Os funcionários autorizados, no limite das suas competên-
munho, por escrito ou verbalmente. cias, podem praticar os actos a que se refere o número
anterior, ainda que o representado, representante ou autor
Artigo 15.° do documento seja o próprio notário.
Superintendência administrativa do notário
Artigo 17.º- B
A Direcção Nacional dos Registos e do Notariado, no exercício Extensão dos impedimentos
da autoridade de supervisão e na defesa da confiança devida
ao Notariado, poderá suspender e destituir administrativamente 1. O impedimento do notário aplica-se igualmente aos funcio-
o notário processado ou condenado por crime doloso ou nários autorizados para a prática de actos do cartório a que
preterintencional, quando a seu juízo o feito ilícito obste ao pertença o notário impedido.
desempenho do seu cargo.
2. O impedimento é extensivo aos actos cujas partes ou bene-
Artigo 16.° ficiários tenham como procurador ou representante legal
Incompatibilidades alguma das pessoas compreendidas na alínea a) do n.º 1
do artigo 17.º.
Não podem exercer o notariado:
TÍTULO II
a) os militares em serviço activo, os ministros de cultos reli- DOS REGISTOS NOTARIAIS
giosos e os dirigentes dos partidos políticos;
CAPÍTULO I
b) o Presidente da República; DOS LIVROS NOTARIAIS

c) os membros do Governo; Artigo 18.°


Livros
d) os deputados;
1. Os actos notariais, de acordo com a sua natureza, são la-
e) as demais pessoas que por lei se vejam impedidas de exer- vrados nos dois seguintes livros: Livro de Protocolo e
cer o notariado. Livro de Registo de Documentos.

Artigo 17.° 2. Nenhum notário pode lavrar actos ou registar documentos


Restrições e proibições ao exercício do notariado noutros livros que não sejam os indicados no número an-
terior, salvo disposição legal expressa em contrário.
Tendo em conta razões de conteúdo dos actos, os notários
não podem autorizar: 3. Os livros são abertos no primeiro dia de Janeiro de cada
ano e são fechados no dia trinta e um de Dezembro desse
b) acto em que se constituam, reconheçam, modifiquem, trans- mesmo ano.
mitam ou extingam direitos a seu favor ou contra si, do seu
cônjuge, dos seus parentes até ao quarto grau de consan- CAPÍTULO II
guinidade ou segundo de afinidade; DO PROTOCOLO, COMPOSIÇÃO, ABERTURA E
FECHO
c) testamentos públicos que contenham disposições a seu
favor, do seu cônjuge ou de qualquer dos seus parentes Artigo 19.°
até ao quarto grau; Protocolo

d) autorizar actos ou negócios relativos a pessoas colectivas O Livro de Protocolo é utilizado pelos notários, cônsules e
ou entidades nas quais os parentes por consanguinidade outros funcionários, de acordo com o artigo 3.º, para lavrar,
ou afinidade mencionados na alínea a) tenham exercido ou por ordem das respectivas datas, as escrituras que se hajam
exerçam cargos como directores, gerentes, administradores de outorgar neles.
ou representantes legais;
Artigo 20.°
e) os demais casos que a lei estabeleça. Sistema de protocolo

Artigo 17.º- A 1. O livro de protocolo faz-se pelo sistema de cadernos de


Excepções folhas soltas e escritura à máquina ou mecanográfica.

1. O disposto no n.º 1 do artigo anterior não se aplica aos 2. Cada caderno contém dez folhas, todas numeradas e ru-
Série I, N.° 31 Quarta-Feira, 26 de Agosto de 2009 Página 3430
Jornal da República Pg. 098 da Compilação

bricadas pela Inspecção de Registos e do Notariado. 11. A omissão de registo de algum documento na acta espe-
cial referida no número anterior, a falta de incorporação do
3. No começo da actividade do notário e no começo de cada mesmo no Livro de Registo de Documentos ou a alteração
ano civil, que se estende desde o primeiro dia de Janeiro dos dados que deve conter, são sancionados segundo as
até ao dia trinta e um de Dezembro, são-lhe entregues dez circunstâncias, de acordo com o disposto na lei.
cadernos numerados e rubricados e a quantidade de papel
notarial suficiente para o exercício da sua função. 12. Devem incorporar-se obrigatoriamente os seguintes docu-
4. O notário deve solicitar com o devido tempo, à Inspecção mentos:
de Registos e do Notariado, cadernos de protocolo nume-
rados e rubricados, no caso de os dez que lhe tenham sido a) as actas de diligências de protestos;
entregues não sejam suficientes.
b) as actas notariais, qualquer que seja a sua natureza;
Artigo 21.º
Papel notarial c) as procurações gerais ou especiais outorgadas no es-
trangeiro, prévia ou simultaneamente à sua utilização
Toda a actividade notarial deve ser realizada em papel simples no país;
numerado e rubricado, identificado como papel notarial e com
os selos de segurança que a Inspecção de Registos e do d) os demais documentos autorizados pelo notário cujo
Notariado determine. registo não é efectuado em acta especial nem no Livro
do Protocolo, ou cuja incorporação no livro de registo
Artigo 22.º de documentos seja determinada por lei ou regula-
Regulamentação do sistema de lavrar o protocolo mentos para efeitos de autenticidade.

O sistema de lavrar o protocolo, o sistema de fecho anual e Artigo 25.°


arquivo e a devolução dos cadernos de protocolo restantes é Competência das autoridades nacionais para decretar a
objecto de regulamento notarial. incorporação de documentos

Artigo 23.º Os juízes e as autoridades administrativas, no âmbito das suas


Acto jurídico de incorporação de documentos competências, podem decretar a incorporação de documentos,
quando o considerem conveniente.
Incorporar um documento é o acto jurídico de lavrar ou registar
documentos no livro de registo de documentos, com as Artigo 26.°
formalidades que a presente lei e os respectivos regulamentos Incorporações voluntárias
determinam.
As incorporações de documentos voluntárias podem ser
Artigo 24.º requeridas pela pessoa interessada na incorporação do
Livro de registo de documentos documento em causa.

7. O Livro de Registo de Documentos é o destinado a registar Artigo 27.°


documentos, lavrar actas notariais e outros documentos Conteúdo do livro de registos de documentos
solicitados pelas partes, durante o ano civil, pelo notário
que o detém, por força da lei, regulamento ou decisão da O Livro de Registo de Documentos forma-se:
autoridade judicial ou administrativa ou por solicitação da
parte interessada, com fins gerais de autenticidade ou d) pelos documentos públicos e privados que se incorporem,
conservação e reprodução. nos termos dos artigos anteriores;

8. O Livro de Registo de Documentos segue os termos apli- e) pelas actas notariais;


cáveis ao livro do protocolo, com excepção das formalida-
des não compatíveis com a sua natureza e composição. f) (Revogada).

9. As incorporações voluntárias de documentos são as so- Artigo 28.°


licitadas no âmbito da lavratura de instrumento público ou Incorporação de documentos não redigidos nas línguas
de acta notarial. oficiais

10. Os atestados, certificados e as actas referentes a testamen- 1. Para incorporar documentos não redigidos nas línguas
tos cerrados, quando não incorporadas no Livro de Registo oficiais da República Democrática de Timor-Leste, é neces-
de Documentos, que o notário autorize, são anotados sário que sejam previamente traduzidos pelo notário ou
cronologicamente em cada mês, numa acta especial, com por um tradutor ajuramentado, autorizado pelo Ministério
indicação precisa do número da intervenção, do nome do da Justiça.
requerente, do resumo da matéria ou do conteúdo, da data,
do número dos papeis utilizados e o emolumento cobrado 2. Na falta de tradutor profissional, a tradução escrita faz-se
pelo acto. por um intérprete, que comparece diante do notário no
Série I, N.° 31 Quarta-Feira, 26 de Agosto de 2009 Página 3431
Jornal da República Pg. 099 da Compilação

acto da solicitação da incorporação do documento e assina caso de prejuízos aos particulares ou ao Estado, sem prejuízo
a acta respectiva, responsabilizando-se pela tradução. das acções penais que possam caber.

Artigo 29.° Artigo 35.°


Sistema de registo de documentos Superintendência dos arquivos notariais

O sistema de escrituração do livro de registo de documentos é Os arquivos notariais estão sob a superintendência da Direcção
objecto de regulamento notarial. Nacional dos Registos e do Notariado, com uma dependência
especializada denominada Inspecção de Registos e do
Artigo 30.° Notariado, cuja orgânica e competências serão objecto de
Desentranhamento de documentos incorporados regulamento próprio.

1. Não podem desentranhar-se documentos incorporados Artigo 36.°


sem prévio mandato judicial e prévia vista do Ministério Relação dos testamentos autorizados
Público e só por evidente necessidade, em caso de erro ou
incorporação indevida de documentos. Os notários devem remeter ao Arquivo Central, nos três dias
subsequentes ao mês a que disser respeito, uma relação dos
2. O processo de desentranhamento é objecto de regulamento testamentos autorizados, a qual deve conter os seguintes
notarial. elementos:

CAPÍTULO III e) a natureza do acto;


SEGREDO, CONSERVAÇÃO E ARQUIVO DOS
REGISTOS NOTARIAIS f) os nomes completos, a nacionalidade, o estado civil, o
domicílio e a profissão do outorgante e, sendo possível, o
Artigo 31.° lugar e data do seu nascimento;
Confidencialidade dos registos
g) o local e a data da outorga;
Os registos notariais são, em geral secretos, só podendo ser
examinados por: h) o nome completo e o domicílio do notário e das testemunhas.

a) magistrados judiciais e do Ministério Público, em cumpri- TÍTULO III


mento de decisões judiciais. DOS DOCUMENTOS NOTARIAIS

b) inspectores notariais em virtude de visitas extraordinárias CAPÍTULO I


e inspecções obrigatórias; ESCRITURAS PÚBLICAS

c) as partes, seus herdeiros e procuradores com faculdade SECÇÃO I


para tal; OBJECTO E FORMALIDADES

d) os funcionários autorizados pela Direcção Nacional dos Artigo 37.°


Registos e do Notariado, e para controle do pagamento Objecto da escritura pública
devido de emolumentos.
2. Escritura Pública é o instrumento notarial em que se fazem
Artigo 32.° constar declarações de vontade, actos jurídicos que
Exibição dos registos impliquem prestação de consentimento, contratos e
negócios jurídicos de toda a espécie, no Livro do Protocolo,
A exibição faz-se pelo próprio notário e abrange unicamente nos termos legais e autorizada pelo notário.
os actos ou partes que interessem.
3. Celebram-se por escritura pública, além de outros
Artigo 33.° especialmente previstos na lei:
Recusa de exibição
a) os actos que importem reconhecimento, constituição,
Se o notário recusar a exibição dos registos, o interessado aquisição, modificação, divisão ou extinção dos direitos
pode recorrer para o Director Nacional dos Registos e do de propriedade, usufruto, uso e habitação, enfiteuse,
Notariado, nos termos previstos no regulamento notarial superfície ou de servidão sobre coisas imóveis;

Artigo 34.° b) os actos que importem revogação, rectificação ou alte-


Conservação e integridade dos registos ração de negócios que por força da lei ou por vontade
das partes tenham sido celebrados por escritura pública;
É dever dos notários tomar todas as providências necessárias
para a conservação e integridade dos registos que permaneçam c) os actos de constituição, modificação e distrate de hi-
em seu poder e é responsável, administrativa e civilmente, em poteca voluntária ou de consignação de rendimentos,
Série I, N.° 31 Quarta-Feira, 26 de Agosto de 2009 Página 3432
Jornal da República Pg. 100 da Compilação

e de fixação ou de alteração de prestações mensais de a sua numeração é repetida na escritura imediatamente


alimentos, quando onerem coisas imóveis;. seguinte.

d) os actos de alienação ou repúdio de herança ou de le- 2. As escrituras sem efeito têm título e a sua numeração não
gado desde que deles façam parte coisas imóveis; se repete na imediatamente seguinte.

e) a cessão de hipoteca ou do grau de prioridade do seu 3. Escritura errada é a que não se acaba de redigir, e inutiliza-
registo, a extinção de garantia hipotecária e a cessão se com a palavra “ERRADA”, não é assinada pelo notário,
ou penhor de créditos hipotecários; não se cobrando emolumentos por ela.

f) os negócios de transmissão da propriedade de esta- 4. Escritura sem efeito é aquela que o notário terminou e que
belecimentos comerciais ou industriais; as partes voluntariamente não assinaram, porém fazendo o
notário constar que se tornou sem efeito e por ela as partes
g) o contrato de renda perpétua e o de renda vitalícia se a pagam emolumentos e encargos.
coisa ou direito alienado for sobre um imóvel;
Artigo 42.°
h) a habilitação notarial; Dados básicos da escritura pública

i) a partilha de coisas imóveis ou de quotas de sociedades 2. Qualquer escritura pública deve conter, pelo menos:
das quais façam parte coisas imóveis;
a) o lugar e a data em que é lavrada;
j) a justificação notarial.
b) os nomes completos dos outorgantes, das testemunhas
Artigo 38.° e intervenientes acidentais quando seja o caso, assim
Redacção das escrituras públicas como outros nomes pelos quais a pessoa seja conhe-
cida na sua vida particular, se tiver, e o seu número de
1. As escrituras públicas são redigidas em língua portuguesa documento de identidade;
e com estilo claro e preciso.
c) a nacionalidade, o estado civil, a idade, o domicílio
2. O notário pode traduzir escrituras para a língua tétum se completo com menção detalhada do mesmo, de qual-
assim for requerido pelos interessados e inscrevê-las no quer pessoa que compareça na escritura, seja como
Livro de Protocolo, logo a seguir à versão em português, outorgante ou testemunha, interveniente acidental,
fazendo nota de que se trata de uma tradução fiel. representante legal ou voluntário;

Artigo 39.° d) nos actos sujeitos a registo, se o outorgante ou repre-


Assistência de intérprete sentado for casado, a menção do regime matrimonial
de bens e o nome completo do cônjuge;
4. Quando as escrituras públicas forem outorgadas por pes-
soas que não conheçam o idioma português, devem ser e) [revogada];
assistidas por um intérprete da sua escolha, o qual deve
transmitir verbalmente a tradução do instrumento, salvo f) o disposto na alínea d) aplica-se às escrituras de habi-
se o notário conhecer o idioma das partes. litação notarial relativamente aos habilitandos;

5. Quando o notário conhecer o idioma das partes, transmite g) a menção das procurações e dos documentos relativos
oralmente a tradução do instrumento, fazendo constar do ao instrumento que justifiquem a qualidade de procura-
documento que fez a tradução oral e que a vontade das dor e de representante, com expressa menção à verifica-
partes está fielmente reflectida no mesmo. ção dos poderes necessários para o acto.

6. Se houver mais do que um outorgante e não for possível 3. O regulamento notarial estabelece as formalidades das pro-
encontrar uma língua que todos os intervenientes compre- curações.
endam, intervêm os intérpretes que forem necessários.
Artigo 42.º - A
Artigo 40.° Verificação da identidade
Numeração das escrituras
2. O notário deve sempre verificar a identidade dos outorgantes
As escrituras deverão estar numeradas de forma seguida e e demais intervenientes no acto e a mesma deve ser feita
estar tituladas. por uma das formas seguintes:

Artigo 41.° d) pela exibição do bilhete de identidade ou documento


Escrituras erradas e sem efeito equivalente do cidadão residente, emitido pelas
autoridades timorenses;
1. As escrituras erradas podem não ter título e caso o tenham,
Série I, N.° 31 Quarta-Feira, 26 de Agosto de 2009 Página 3433
Jornal da República Pg. 101 da Compilação

e) pela exibição do passaporte quer os portadores residam c) quando algum dos outorgantes o requerer, excepto nas
ou não em Timor Leste; actas de diligência de protesto;
f) pela declaração de duas testemunhas de conhecimento, d) sempre que o notário o considerar conveniente, excepto
cuja identidade o notário tenha verificado exclusiva- nas actas de diligência de protesto;
mente por uma das formas previstas nas alíneas
anteriores. e) nos demais casos estabelecidos na lei ou nos regula-
2. Só pode ser aceite, para a verificação da identidade, docu- mentos.
mento cujos dados coincidam com os elementos de
identificação fornecidos pelos interessados e cujo prazo 2. O regulamento notarial estabelece os requisitos a que devem
de validade não tenha ainda expirado, admitindo-se a obedecer as testemunhas de conhecimento e as instrumen-
alteração da residência e do estado civil se, quanto a estes, tárias.
for exibido documento comprovativo da sua alteração não
ocorrida há mais de seis meses. Artigo 45.º - A
Intervenção de tradutores, leitores, intérpretes e peritos
3. Nos actos notariais devem ser mencionados o número e a
data dos documentos exibidos para a identificação de cada 2. Devem intervir no acto intérpretes quando os outorgantes
outorgante, bem como o respectivo serviço emitente. não compreendam a língua portuguesa ou sejam surdos
ou mudos ou surdos–mudos.
4. As testemunhas instrumentárias podem servir de abona-
dores. 2. Pode intervir no acto leitor quando o outorgante for cego.

Artigo 43.° 3. Podem intervir peritos no acto para garantirem a sanidade


Leitura, outorga, assinatura e autorização das escrituras mental de algum dos outorgantes ou qualquer outro facto
públicas cuja intervenção de especialista se torne necessária, a
pedido das partes ou do notário.
2. O regulamento notarial estabelece:
a) a forma que deve revestir a leitura, outorga, assinatura 4. A verificação da identidade de tradutores, leitores, intérpre-
e autorização das escrituras públicas; tes e peritos só pode verificar-se por uma da formas previs-
tas nas alíneas a) e b) do artigo 42.º - A.
b) a forma de como deve fazer-se a passagem de folha;
5. O notário pode solicitar prova das qualidades alegadas
c) (Revogada) pelos tradutores e peritos.
d) as menções que o notário pode fazer numa escritura
depois de redigida e antes de assinada. 6. O regulamento notarial estabelece os requisitos a que devem
obedecer os intervenientes acidentais, inclusive os abona-
3. A leitura, outorga e assinatura de uma escritura deve fazer- dores e o fim a que se destina cada tipo de intervenção.
se em princípio num só acto com as excepções que o regula-
mento notarial estabelecer. CAPÍTULO II
ACTAS NOTARIAIS
SECÇÃO II
Intervenientes acidentais Artigo 46.°
Actas notariais
Artigo 44.°
Testemunhas de conhecimento Os notários autorizam as actas em que se consignem factos ou
coisas que presenciem e as declarações que recebam, com o
São testemunhas de conhecimento as pessoas que intervêm formalismo estabelecido para as escrituras públicas, no que
no acto com a finalidade de identificar os outorgantes. for compatível com a natureza desses actos e sem prejuízo das
modificações previstas no artigo seguinte.
Artigo 45.°
Testemunhas instrumentárias Artigo 47.°
Formulação das actas notariais
2. As testemunhas instrumentárias devem intervir nos se-
guintes casos: 2. Na formulação das actas notariais, têm- se em conta os se-
guintes critérios:
a) testamentos públicos, actas de aprovação, depósito,
abertura de testamentos cerrados e internacionais e c) a identidade das pessoas que assinam as actas deve
nos instrumentos de revogação de testamentos; ser verificada pelo notário por uma das formas previstas
no artigo 42.º -A;
b) quando algum dos outorgantes não souber ou não
puder assinar e não lhes seja possível apôr qualquer d) o declarante ou o notário podem solicitar a intervenção
impressão digital; de testemunhas instrumentárias ou intervenientes
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Jornal da República Pg. 102 da Compilação

acidentais, conforme o caso, salvo se o declarante não e) as folhas que ocupa o documento incorporado, con-
souber ou não puder assinar, caso em que devem inter- forme o caso;
vir testemunhas instrumentárias, ou for cego, caso em
que o mesmo deve designar pessoa que proceda a se- f) a referência à anterior;
gunda leitura do documento, excepto disposição legal
expressa em contrário; g) a assinatura, rubrica e o carimbo do notário.

e) não se requer unidade de acto nem de contexto. 2. Podem consignar-se numa só acta, o requerimento e a in-
corporação propriamente dita, com o conteúdo e formalida-
2. Salvo disposição legal expressa em contrário as actas são des que o regulamento e a presente lei estabeleçam.
sempre incorporadas ao livro de registo de documentos.
CAPÍTULO III
Artigo 48.° CÓPIAS, ATESTADOS E CERTIFICADOS
Finalidade das actas notariais
SECÇÃO I
2. As actas, de acordo com a sua finalidade, podem ser: CÓPIA E ATESTADO DE INCORPORAÇÃO DE
DOCUMENTOS
a) actas de notificação e requerimento, a pedido de parte
ou por determinação legal ou judicial; Artigo 50.°
Primeira cópia das escrituras publicas e atestado
b) de incorporação de actos lavrados fora dos livros nota-
riais, que consiste no registo dos respectivos actos no 1. Os notários entregam às partes, qualquer que seja a natureza
Livro de Registo de Documentos, nomeadamente a do acto, uma cópia das escrituras públicas ou atestado
autenticação de documentos, o registo das actas das incorporações efectuadas.
referentes a testamento cerrado, traduções e os certifica-
dos notariais, sujeitos a registo em acta referida no n.º 2. A entrega é feita até ao terceiro dia contado da data de
4 do artigo 24.º do presente diploma; assinatura da escritura ou da incorporação do documento.

c) de incorporação de outros documentos públicos e pri- 3. O cumprimento da obrigação de emitir a primeira cópia ou
vados; atestado não está subordinado ao pedido das partes.

d) de comprovação, com o objectivo de provar factos 4. A cópia e o atestado, nos termos deste artigo, devem emitir–
ocorridos ou situações que ocorram na presença do se, em regra, a favor do adquirente, beneficiário ou respec-
notário; tivos representantes, devidamente mandatados para o
efeito.
e) de incorporação de documentos por determinação le-
gal; 5. Em qualquer momento as outras ou a outra parte podem
solicitar cópia da escritura ou atestado da incorporação ao
f) de diligências de protesto. registo de documentos.

3. O regulamento notarial estabelece o conteúdo e a forma Artigo 51.°


que devem revestir as actas referidas no número anterior. Formalidades da emissão de cópias

Artigo 49.° O regulamento notarial estabelece as formalidades e a


Actas de incorporação de documentos pertinência da emissão de cópias bem como a regulamentação
em caso de extravio da primeira cópia da escritura ou atestado
h) A acta em que se faz constar a incorporação de documento da incorporação e a emissão de segundas ou ulteriores cópias.
deve conter:
Artigo 52.°
a) o título, com especificação do número referente à incor- Notas marginais
poração no Livro de Registo de Documentos;
(Revogado).
b) o local e data em que se realiza a incorporação;
SECÇÃO II
c) o carácter da mesma, se for preceptiva, indicando a dis- ATESTADOS POR EXIBIÇÃO
posição legal, se for judicial ou administrativa, expres-
sando a determinação que a impõe e o expediente de Artigo 53.°
onde foi ditada, se for voluntária, fazendo constar a Objecto dos atestados por exibição
solicitação do interessado;
1. Além do atestado referido nos artigos anteriores, os notários
d) a enumeração dos documentos que se incorporam ao podem emitir atestados por exibição de documentos
registo; públicos ou privados, por solicitação da parte interessada
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Jornal da República Pg. 103 da Compilação

e com o fim de certificar a existência, natureza ou conteúdo e) fotocópia autenticada dos documentos referidos na alí-
do documento reproduzido, sem que isso implique subro- nea anterior;
gá-lo na sua eficácia e efeitos.
f) documento que para o efeito esteja arquivado no cartório,
2. Na fotocópia autenticada, que é aquela cuja reprodução de donde conste a assinatura a ser reconhecida.
um documento se realiza por procedimento fotográfico, 2. A exigência, em disposição legal, de reconhecimento por
electrostático ou similar, declara--se a sua conformidade semelhança pode ser substituída pela exibição do bilhete
com o atestado por exibição e não por certificação. de identidade de residente, de documento equivalente ou
do passaporte, ou fotocópia autenticada dos mesmos, cuja
Artigo 54.° natureza, número, data e entidade emitente o funcionário
Forma e conteúdo dos atestados por exibição do serviço receptor deve anotar no documento respectivo.

O regulamento notarial estabelece a forma e o conteúdo dos 3. Incorre em responsabilidade disciplinar o funcionário que
atestados por exibição. exigir a legalização de documentos por via do reconheci-
mento por semelhança, quando se mostre cumprido o
SECÇÃO III disposto no número anterior.
CERTIFICADOS
4. Os reconhecimentos notariais são por semelhança, salvo
Artigo 55.° quando a lei exigir expressamente o reconhecimento
Objecto dos certificados presencial.

Os notários podem emitir certificados que tenham por objecto: Artigo 56.°
Elementos do certificado
a) declarar a existência de situações jurídicas, actos ou factos,
conhecidos pelo notário, ou que este comprova mediante (Revogado).
exibição de documentos públicos ou privados;
Artigo 56.º - A
b) reconhecer a assinatura e letra ou apenas a assinatura Assinatura a rogo
aposta em documentos públicos ou privados.
6. A assinatura a rogo só pode ser reconhecida como tal
Artigo 55.º - A quando por via do reconhecimento presencial e desde que
Espécies de reconhecimentos o rogante não saiba ou não possa assinar.

1. Os reconhecimentos notariais podem ser simples ou com 7. O rogo deve ser dado ou confirmado perante o notário, no
menções especiais, presenciais ou por semelhança. próprio acto do reconhecimento da assinatura e depois de
lido o documento ao rogante.
2. São simples os reconhecimentos que apenas respeitem à
letra e assinatura, ou só à assinatura, do signatário do 8. Os abonadores assinam o documento declarando que o
documento. fazem a pedido do rogante.

3. O reconhecimento com menções especiais é o que inclui, 9. O notário pode exigir que o rogante aponha no documento,
por exigência da lei ou a pedido dos interessados, a menção no espaço reservado às assinaturas, a impressão digital
de qualquer circunstância especial que se refira a estes, do indicador da mão direita ou, na sua falta, pela forma
aos signatários ou aos rogantes, e que seja conhecida do indicada pelo notário, devendo o mesmo fazer referência
notário ou por ele verificada em face de documentos que nesse caso.
lhe sejam exibidos.
10. O reconhecimento da assinatura a rogo deve fazer ainda
4. É presencial o reconhecimento da letra e da assinatura, ou expressa menção das circunstâncias que o legitimam.
só da assinatura, aposta em documentos escritos e
assinados ou apenas assinados na presença do notário ou Artigo 57º
de outro funcionário autorizado, ou o reconhecimento que Requisitos gerais dos certificados
é realizado estando o signatário presente no acto.
2. Qualquer certificado notarial deve conter:
Artigo 55.º - B
Reconhecimento por semelhança g) o acto ou facto objecto do certificado;

2. É por semelhança o reconhecimento de assinatura feito por h) o nome completo da pessoa que tenha solicitado a sua
simples confronto de: emissão, quando estes dados não resultem da própria
modalidade da certificação, nos termos dos artigos
d) documentos de identificação referidos no artigo 42.º- anteriores;
A, no qual esteja aposta a assinatura do signatário;
i) a menção da forma como o notário tenha verificado a

Série I, N.° 31 Quarta-Feira, 26 de Agosto de 2009 Página 3436


Jornal da República Pg. 104 da Compilação

identidade do outorgante, signatário ou rogante, do funcionário competente do serviço que o recebe.


testemunhas e intervenientes acidentais, conforme o
caso; 6. Os reconhecimentos de assinatura devem conter:

j) a menção especifica do acto nos termos dos artigos c) além dos elementos da alínea b) do n.º 1 do artigo 57.º,
anteriores, por forma a que se demonstre claramente o as menções que as leis e regulamentos exijam, de acordo
cumprimento dos requisitos legais para cada tipo de com a intervenção que se requer, se for com menções
intervenção; especiais;

k) as menções que as leis e regulamentos exijam, de acordo d) a expressa menção das circunstâncias que legitimam o
com a intervenção que se requer; reconhecimento e da forma como foi verificada a
identidade do rogante, por uma das formas previstas
l) a designação do serviço emitente, do lugar e da data em no n.º 4 do artigo 55.º-A, se for a rogo.
que foram passados, o carimbo, a rúbrica e assinatura
do notário ou do funcionário autorizado por lei, sendo Artigo 58.º
que quando haja lugar a intervenção de testemunhas, Recusa de reconhecimentos
abonadores ou intervenientes acidentais, estas devem
ser apostas antes da assinatura do funcionário 5. O notário deve recusar o reconhecimento da letra ou as-
competente. sinatura em cuja feitura tenham sido utilizados materiais
que não ofereçam garantias de fixidez, e, bem assim, da
2. É aplicável à verificação da identidade do signatário ou letra ou assinatura apostas em documentos que contenham
rogante, bem como à verificação da identidade e intervenção linhas ou espaços em branco não inutilizados.
de quaisquer intervenientes acidentais, o disposto no
presente diploma para os documentos notariais. 6. Deve ainda ser recusado o reconhecimento de assinatura
aposta em papel em branco ou em documento cuja leitura
3. O reconhecimento de assinatura com menção especial da não seja facultada ao notário.
qualidade de representante do signatário pode ser feito
por simples confronto da assinatura constante do 7. Se o documento tiver sido redigido em língua que o notário
documento com a assinatura aposta em qualquer um dos não domine, o reconhecimento só pode ser feito desde
documentos referidos no n.º 4 do artigo 55.º - A. que o mesmo lhe seja traduzido, ainda que verbalmente,
por um intérprete da sua escolha, o qual deve ser devida-
Artigo 57.º - A mente identificado como interveniente no acto.
Requisitos especiais dos certificados
8. O reconhecimento em documento, acto ou contrato sujeito
1. Nos certificados de vida e de identidade deve-se fazer men- a obrigação fiscal não deve ser efectuado sem que se prove
ção dos elementos de identificação do requerente, a forma o cumprimento da referida obrigação, salvo disposição le-
como a sua identidade foi verificada, a sua assinatura ou a gal expressa que conceda isenção, devendo nesse caso
declaração de que não sabe ou não pode assinar, sendo ser mencionado o dispositivo legal que a conceda.
neste caso obrigatória a oposição da sua impressão digital
do indicador direito ou, se não for possível, de qualquer TÍTULO IV
outro indicado pelo notário, com menção expressa desta ADMINISTRAÇÃO E DISCIPLINA DO NOTARIADO
circunstância.
CAPÍTULO I
2. No certificado de desempenho de cargos públicos de ADMINISTRAÇÃO
administração ou gerência de sociedades comerciais ou de
pessoas colectivas deve declarar-se a espécie de docu- Artigo 59.°
mento público ou privado exibido para fazer prova da Superintendência do notariado
qualidade que se pretende certificar. Compete exclusivamente à Direcção Nacional dos Registos e
do Notariado a superintendência do notariado, através do
3. Nos certificados de outros factos deve consignar–se com exercício de poderes de controle, disciplinares e de regula-
precisão o facto certificado e a forma como este facto veio mentação da função.
ao conhecimento do notário.
CAPÍTULO II
4. Nos documentos transmitidos por telecópia, nos termos da VISITAAOS SERVIÇOS NOTARIAIS
alínea k) do n.º 2 do artigo 11.º, além das menções referidas
no número anterior, a referência do meio utilizado para o Artigo 60.°
envio dos documentos. Apresentação dos livros

5. Nos documentos recebidos por telecópia, as folhas devem Os notários estão obrigados a apresentar, qualquer que seja o
ser todas numeradas e rubricadas e ser lavrada uma nota lugar onde se encontre instalado o cartório, os livros de
de recebimento com a indicação do número de folhas protocolo e de registo de documentos, à Inspecção dos
efectivamente recebidas, local, data, categoria e assinatura Registos e do Notariado.

Série I, N.° 31 Quarta-Feira, 26 de Agosto de 2009 Página 3437


Jornal da República Pg. 105 da Compilação

Artigo 61.° TÍTULO V


Visita anual ESCRITURAS ESPECIAIS

1. A visita será anual entre os dois primeiros meses do ano. CAPÍTULO I


HABILITAÇÃO NOTARIAL
2. A apresentação da Inspecção dos Registos e do Notariado
faz-se sem necessidade de oficio escrito, após prévia Artigo 66. °
consulta à divisão de Administração, Finanças e Logística, Habilitação de herdeiros
da Direcção Nacional dos Registos e do Notariado, para
verificação da cobrança e pagamento dos emolumentos da 1. A habilitação de herdeiros pode ser obtida por via notarial.
forma devida.
2. Não pode ser obtida habilitação de herdeiros por via no-
Artigo 62.° tarial quando um dos herdeiros seja menor de idade.
Visita extraordinária
Artigo 67.°
1. A Inspecção dos Registos e Notariado pode, em qualquer Escritura de habilitação
momento, sem necessidade de justificação, exigir a
apresentação de todos ou parte dos registos notariais. 1. A habilitação notarial consiste na declaração feita em
escritura pública, por três pessoas, que o notário considere
2. A visita é realizada por um funcionário designado pela dignas de crédito, de que os habilitandos são herdeiros do
Direcção Nacional dos Registos e do Notariado, para ocupar falecido e não há quem lhes prefira na sucessão ou que
o cargo de Inspector dos Registos e do Notariado. concorra com eles.

Artigo 63.° 2. A declaração deve conter a menção do nome completo, do


Funcionários competentes para efectuar a visita estado civil, da naturalidade e da última residência habitual
do autor da herança e dos habilitandos.
Os funcionários competentes da Inspecção dos Registos e do
Notariado encarregados das visitas, lançam na última folha de Artigo 68.°
cada caderno do protocolo e do registo de Documentos uma Declarantes admitidos
nota de revisão que deve conter:
1. Não são admitidos como declarantes, para efeitos do n.° 1
a) a expressão ‘VISITADO’; do artigo anterior, aqueles que não possam ser testemu-
nhas, nem os parentes sucessíveis dos habilitandos, nem
b) o dia, o mês e o ano da visita; o cônjuge de qualquer deles.

c) a assinatura ou visto do funcionário que realizou a visita. 2. O notário deve advertir os declarantes de que incorrem nas
penas aplicáveis ao crime de falsas declarações perante o
CAPÍTULO III oficial público se dolosamente e em prejuízo de outrem
DA DISCIPLINA DOS NOTÁRIOS tiverem prestado falsas declarações.

Artigo 64.° Artigo 69.°


Competência Documentos a instruir

1. Compete à Direcção Nacional dos Registos e do Notariado 1. A escritura de habilitação deve ser instruída com os se-
exercer o regime disciplinar dos notários, em conformidade guintes documentos:
com as disposições do presente capítulo e com a demais
legislação aplicável aos funcionários públicos. a) certidão narrativa de óbito do autor da herança;

2. Para o efeito o Director Nacional dos Registos e do Notariado b) documentos justificativos da sucessão legítima, quando
pode designar uma comissão disciplinar. nesta se fundamente a qualidade de herdeiro de algum
dos habilitandos;
Artigo 65.°
Procedimento disciplinar c) certidão de teor do testamento ou da escritura de doação
por morte, mesmo que a sucessão não se funde em
O regime disciplinar aplicável aos funcionários da Direcção algum desses actos.
Nacional dos Registos e do Notariado, segue o regime aplicável
aos demais funcionários públicos, sem prejuízo da responsa- 2. Quando a lei reguladora da sucessão não for a timorense e
bilidade civil e criminal. o notário não a conhecer, a escritura deve ser instruída
com documento idóneo comprovativo da referida lei.

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Artigo 70.° Artigo 72.º- B


Efeitos Apreciação das razões invocadas

1. A habilitação notarial tem os mesmos efeitos da habilitação Cabe ao notário decidir se as razões invocadas pelos interes-
judicial e é título bastante para que se possam fazer em co- sados os impossibilitam de comprovar, pelos meios extrajudi-
mum, a favor de todos os herdeiros e do cônjuge sobrevivo, ciais normais, os factos que pretendem justificar.
os seguintes actos:
TÍTULO VI
a) registos nas conservatórias do registo predial;. DAS RECUSAS E RECURSOS

b) registo nas conservatórias do registo comercial e da CAPÍTULO I


propriedade automóvel; RECUSAS

c) averbamentos de títulos de crédito; Artigo 73.°


Recusa da prática de acto
d) averbamentos da transmissão de direitos de propriedade
literária, científica, artística ou industrial; 2. O notário deve recusar a prática de acto que lhe seja reque-
rido, nos casos seguintes:
e) levantamentos de dinheiro ou de outros valores.
a) se o acto for nulo;
2. Os actos referidos nas alíneas a) a d) do número anterior,
podem ser requeridos por qualquer um dos herdeiros b) se o acto não couber na sua competência ou ele estiver
habilitados ou pelo cônjuge sobrevivo. pessoalmente impedido de o praticar;
c) se tiver dúvidas sobre a integridade das faculdades
Artigo 71.° mentais dos intervenientes;
Impugnação
d) se as partes não fizerem os preparos devidos, salvo
O herdeiro preterido que pretenda impugnar a habilitação no- disposição legal expressa em contrário.
tarial, além de propôr a acção nos termos da lei de processo
civil, deve solicitar ao tribunal a imediata comunicação da 2. As dúvidas sobre a integridade das faculdades mentais
pendência do processo ao respectivo cartório notarial. dos intervenientes deixam de constituir fundamento de
recusa, se no acto for junto documento médico que garanta
Artigo 72.° a sanidade mental daqueles.
Habilitação de legatários
3. Quando se trate de testamento, a falta de preparo não cons-
O disposto nos artigos anteriores é aplicável, com as neces- titui fundamento da recusa.
sárias adaptações, à habilitação de legatários, quando estes 4. A intervenção do notário não pode ser recusada com
forem indeterminados ou instituídos genericamente ou quando fundamento do acto ser anulável ou ineficaz.
a herança for toda distribuída em legados.
5. Nos casos previstos no número anterior, o notário deve
CAPÍTULO II advertir as partes da existência do vício e consignar no
Justificação notarial instrumento a advertência que tenha feito.
Artigo 73.º - A
Artigo 72.º - A Nulidade dos actos notariais
Objecto da justificação notarial
2. O acto notarial é nulo, por vício de forma, sem prejuízo das
4. O interessado que pretenda justificar o seu direito por falta nulidades que decorrem da lei, quando:
de título que o comprove ou com a finalidade de aquisição
originária do direito por usucapião, pode obtê-lo mediante g) tenha sido lavrado fora dos livros notariais, salvo dis-
escritura de justificação notarial. posição legal expressa em contrário;

5. A justificação notarial, para fins de registo predial ou h) falte a menção do dia, mês e ano ou do lugar em que foi
comercial, consiste na declaração feita pelo justificante, lavrado;
perante três declarantes, em que este se afirme, com exclu-
são de outrem, titular do direito a que se arroga, especifi- i) falte a assinatura de qualquer intérprete, perito, leitor,
cando a causa da aquisição e referindo as razões que o abonador ou testemunha;
impossibilitam de a comprovar pelos meios normais. j) falte a assinatura de qualquer dos outorgantes que
saiba e possa assinar e a aposição da impressão digi-
6. Os requisitos e o conteúdo da escritura de justificação no- tal, quando obrigatória;
tarial, para efeitos do estabelecimento ou reatamento do
trato sucessivo e para o estabelecimento do novo trato k) falte a declaração do cumprimento das formalidades
sucessivo, são definidos no regulamento notarial. previstas nos artigos 45.º e 45.º - A;

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l) Falte a assinatura do notário. CAPÍTULO II


DISPOSIÇÕES FINAIS
2. É também nulo o instrumento notarial lavrado por funcio-
nário que seja incompetente em razão de matéria, do lugar, Artigo 77.º
ou esteja legalmente impedido, sem prejuízo do disposto Emolumentos
na lei civil quanto à força probatória dos documentos.

3. É, ainda, nulo o instrumento no qual tenha intervindo in- Os emolumentos, taxas e despesas a cobrar pela função no-
terveniente acidental incapacitado ou inabilitado.] tarial são estabelecidos por Decreto -Lei.

4. O regulamento notarial estabelece os procedimentos e a Artigo 78.º


admissibildade da revalidação e da sanação dos actos Regulamento Notarial
notariais.
O Regulamento Notarial é aprovado por Decreto-Lei..
CAPÍTULO II
Recursos Artigo 79.º
Entrada em vigor
Artigo 74.º
Recursos O presente diploma entra em vigor 30 dias após a sua
publicação.
1. Quando o notário se recusar a praticar o acto, pode o in-
teressado interpor recurso, para o Director Nacional dos
Registos e do Notariado.

2. O interessado pode, à sua escolha, interpor recurso perante


aos tribunais competentes.
DECRETO-LEI N.º 25/2009
Artigo 75.º
Acto recusado cuja realização for determinada em recurso de 26 de Agosto

O acto recusado cuja realização seja determinada no julgamento REGULAMENTO NOTARIAL


do recurso deve ser efectuado pelo notário recorrido, logo
que as partes o solicitem, com referência à decisão transitada.
O Regime Jurídico do Notariado, aprovado pelo Decreto - Lei
TÍTULO VII n.° 3/2004, de 4 de Fevereiro, e alterado pelo Decreto-Lei n.°
DISPOSIÇÕES FINAIS E TRANSITÓRIAS 24/2009, de 26 de Agosto, estabelece as orientações políticas
para o sistema notarial de Timor-Leste e atribui ao Governo a
CAPÍTULO I responsabilidade de regulamentar as orientações políticas
DISPOSIÇÕES TRANSITÓRIAS definidas neste diploma legal.

Artigo 76.º Nestes termos, para a efectiva implementação do referido re-


Disposições transitórias gime jurídico e o exercício da actividade notarial, e, ainda, com
o objectivo de se proporcionar aos nacionais, estrangeiros e
A implementação do presente decreto-lei inicia-se na data fixada investidores a segurança nos negócios jurídicos extrajudiciais,
por diploma do Ministro da Justiça, conforme cronograma es- apresenta-se o presente diploma que regulamenta o referido
pecial. Regime Jurídico do Notariado, nomeadamente os livros
notariais, a sua escrituração, guarda e arquivo, as actas notariais
Artigo 76.º - A e a emissão de cópias, atestados e certificados.
Notários internacionais
O diploma que se apresenta foi elaborado com base no sistema
4. Para o desempenho de funções de notário público, em caso jurídico que se pretende para Timor-Leste, bem como nas leis
de necessidade, pode o Ministro da Justiça seleccionar, já em vigor no país e que lhe são complementares, nomeada-
por concurso curricular, notários não timorenses, com pelo mente os Códigos de Processo Civil, das Sociedades Comer-
menos cinco anos de experiência, que sejam provenientes ciais e de Registo Comercial, o Regime Jurídico das Pessoas
de países com sistema civilista para integrarem provisoria- Colectivas sem fins Lucrativos e o Projecto de Código Civil.
mente o notariado de Timor - Leste.
Trata-se de uma lei que visa a adopção de procedimentos ade-
5. O exercício da função notarial por notário internacional será
quados à vida moderna e que possibilita a utilização de meios
sempre de carácter técnico, não lhe sendo permitido chefiar
informáticos como forma de simplificação administrativa no
a repartição notarial.
que se refere à resposta aos pedidos dos utentes, nomeada-
6. Os dispositivos da presente lei aplicam-se, com as neces- mente em relação à comunicação entre os serviços por via
sárias adaptações, aos notários internacionais que exerçam electrónica, com vista a minimizar os constrangimentos aos
funções em Timor-Leste.” usuários.

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Estabelece-se, contudo, rigor técnico como garante da fé b) Livro de registo de documentos.


pública e segurança jurídica, evitando tanto quanto possível
o recurso aos tribunais. Artigo 2.°
Fins a que se destinam
Assim:
Os livros notariais destinam - se à lavratura e registo dos actos
O Governo decreta, nos termos da alínea o) do n.º 1º do artigo notariais.
115º da Constituição da República, e do artigo 78.º do Decreto-
Lei n.º 3/2004, de 4 de Fevereiro, para valer como lei, o seguinte: Artigo 3.°
Livros dos serviços especiais
Artigo 1.°
Aprovação do Regulamento Notarial Os serviços consulares e os demais órgãos especiais da função
notarial têm os mesmos livros que os cartórios notariais.
É aprovado o Regulamento Notarial, anexo ao presente di-
ploma e do qual faz parte integrante. Artigo 4.°
Entrega
Artigo 2.°
Entrada em vigor 1. Os livros do protocolo e o papel notarial são entregues
pessoalmente ao notário pela Inspecção dos Registos e
O presente diploma entra em vigor trinta dias após a sua do Notariado.
publicação.
2. A entrega é feita mediante um termo emitido pelo de-
Aprovado em Conselho de Ministros em 24 de Junho de 2009. partamento referido no número anterior, no qual deve
constar pelo menos o número de papel, cadernos entregues
O Primeiro-Ministro, e a data.
3. O termo de entrega deve ser assinado pelo notário que re-
______________________ cebe os cadernos e o papel notarial.
(Kay Rala Xanana Gusmão)
Artigo 5.°
Modelos
A Ministra da Justiça,
1. Os livros a que se referem as alíneas a) e b) do artigo 1.º
______________________________ obedecem aos modelos a serem aprovados por despacho
(Lúcia Maria Brandão Freitas Lobato ) do Membro do Governo responsável pela área da justiça.

Promulgado em . 24 / 8 / 09 2. Os modelos aprovados podem ser modificados por despacho


do Membro do Governo responsável pela área da justiça,
Publique-se. sob proposta da Direcção Nacional dos Registos e do
Notariado, sendo sempre observados os requisitos esta-
belecidos no Regime Jurídico do Notariado.
O Presidente da República,
Artigo 6.°
______________________ Informatização
(José Ramos-Horta)
O Membro do Governo responsável pela área da justiça pode,
sob proposta da Direcção Nacional dos Registos e do Nota-
ANEXO riado, determinar a substituição dos livros por suportes
informáticos adequados, ainda que apenas para efeitos de
TÍTULO I arquivo.
LIVROS, ÍNDICES E ARQUIVO
Artigo 7.°
CAPÍTULO I Desdobramento de livros
DISPOSIÇÕES COMUNS
1. Os livros do protocolo e de registo de documentos podem
Artigo 1.° ser desdobrados em dois.
Livros notariais
2. Desdobrado o livro do protocolo, um deles destina - se à
Especialmente destinados aos actos notariais previstos no lavratura de testamentos públicos.
Regime Jurídico do Notariado, deve haver em cada cartório
notarial os seguintes livros: 3. Desdobrado o livro de registo de documentos, um deles
destina - se à incorporação de actas de testamentos cer-
a) Livro de protocolo; rados.

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Artigo 8.° Artigo 12.°


Numeração e identificacão dos livros Numeração e rúbrica

1. Todos os livros têm um número de ordem privativo de cada A numeracão das folhas e a rúbrica devem ser feitas sempre à
espécie de livro e serviço, a iniciar com o número um. mão pelo Inspector dos Registos e do Notariado.

2. Em caso de desdobramento, o livro que daí resulta deve ser Artigo 13.°
distinguido com uma letra do alfabeto. Legalização dos livros nos serviços especiais

Artigo 9.° Nos serviços especiais a que se refere o Regime Jurídico do


Encadernacão de livros Notariado, os livros são legalizados pelas autoridades compe-
tentes para legalizar os restantes livros neles existentes.
1. O notário deve providenciar a encadernação dos livros no
primeiro mês de cada ano, após a sua utilização e encerra- CAPÍTULO II
mento, em volume com o máximo de duzentas folhas. ÍNDICES

2. Quando num ano civil o número de folhas exceda as du- Artigo 14.°
zentas, o livro deve ser desdobrado em volumes. Elaboracão de índices

3. Em caso de desdobramento em volumes, no termo do livro 1. Em cada cartório notarial, são elaborados diariamente índices
imediatamente anterior deve ser lavrada uma nota marginal de actos lavrados e incorporados nos livros do protocolo
pelo Inspector dos Registos e do Notariado, a informar e de registo de documentos.
que o livro tem continuidade no volume seguinte, o qual
deve ser distinguido com um número cardinal. 2. Os índices são elaborados em suporte informático ou em
sistema de fichas, dos quais devem ser extraídas cópias
4. Compete à Direcção Nacional dos Registos e do Notariado para serem encadernadas ao fim de cada ano.
determinar os requisitos a que deve obedecer a conservação
e encadernação dos livros. 3. Em cada cartório notarial, deve haver um índices privativo
para testamentos e instrumentos de revogação de poderes.
5. Para efeitos do disposto no número anterior, devem usar –
se sempre materiais que impeçam a deterioração e extravio Artigo 15.°
dos livros e folhas. Catalogação e elementos dos índices

6. Os volumes encadernados devem conter o nome do livro, 1. Os índices devem ser catalogados por forma a conter, pelo
o ano e o nome do cartório notarial. menos, o nome dos titulares, a espécie, o valor e a indicação
do número dos actos e das folhas em que estes foram exa-
Artigo 10.° rados.
Legalização dos livros
2. Para os registos incorporados, deve fazer-se referência ao
1. Nenhum livro pode entrar no serviço notarial sem que maço em que se encontram arquivados os respectivos
esteja previamente legalizado pela Inspecção dos Registos documentos, quando arquivados.
e do Notariado.
3. Os actos de dissolução devem ser anotados aos actos de
2. A legalização consiste no preenchimento dos termos de constituição das respectivas pessoas jurídicas.
abertura e encerramento, que são lançados na primeira e
na última folha, na rúbrica das folhas restantes e na nume- 4. Se o acto de dissolução for referente à pessoa jurídica
ração de todas elas. constituída em outro cartório notarial, o notário deve
notificar o serviço detentor do acto constitutivo.
3. Se os livros já numerados e rubricados não forem suficientes,
a numeração e rúbrica são feitas à medida que sejam entre- 5. Não se faz menção dos titulares nos seguintes actos:
gues novos livros.
a) Habilitação ou partilha, nas quais deve ser feita refe-
Artigo 11.° rência aos autores da herança;
Termo de abertura e termo de encerramento
b) Constituição de sociedade ou alteração do pacto so-
1. No termo de abertura, faz-se menção do número do livro, do cial, na qual deve ser feita menção da denominacão da
serviço a que pretence, do destino que lhe é dado e da data sociedade;
da abertura.
c) Escritura em que outorguem marido e mulher, na qual se
2. No termo de encerramento, faz – se menção do número de faz referência apenas a um dos titulares, acrescido do
folhas do livro, rúbricas usadas e da data do encerramento. termo marido ou mulher;

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d) Em que os outorgantes actuem em representação, no livro a que disser respeito, mas distinguidos com diferentes
qual deve ser mencionado o nome do representado. letras do alfabeto.

6. Quando utilizado o sistema de fichas, a catalogação deve 3. Os documentos são identificados pelo acto, devendo ser
ser feita por ordem alfabética. feita a referência nos mesmos ao número do livro e às folhas.

Artigo 16.° Artigo 21.°


Remessa dos índices de testamentos Arquivo de correspondências e circulares

1. São remetidos ao arquivo central os índices dos testamen- Em cada cartório notarial deve haver maços privativos de
tos, nos termos das disposições respectivas do Regime correspondências emitidas, recebidas e circulares, arquivadas
Jurídico do Notariado. em ordem cronológica.

2. O disposto no número anterior aplica - se aos instrumentos Artigo 22.°


de revogação de poderes. Saída de livros e documentos

CAPÍTULO III 1. Os livros e documentos não podem sair do cartório nota-


ARQUIVO DE LIVROS E DOCUMENTOS rial, excepto quando seja lavrado algum acto de serviço
externo ou haja necessidade, por força maior, de remoção
Artigo 17.° urgente ou de extracção de cópias no exterior.
Arquivo de documentos
2. Pode ocorrer a saída de livros e documentos do cartório
Além dos livros notariais, ficam arquivadas, também, as cópias notarial apenas com autorização fundamentada do notário.
autenticadas ou os originais dos documentos apresentados
para integrar ou instruir os actos lavrados nos livros, salvo Artigo 23.°
quando a lei ou regulamentos determinem apenas a sua Transferência de livros e documentos para outros arquivos
exibição.
1. Os livros e respectivos documentos só podem ser transfe-
Artigo 18.° ridos para o arquivo central após o decurso de trinta anos.
Arquivo de documentos incorporados
2. A tranferência é feita após o termo de encerramento e
1. Em qualquer tipo de incorporação, o notário deve arquivar encadernação.
cópia autenticada ou o original do documento incorporado.
3. Os livros são sempre acompanhados dos maços de do-
2. O notário deve levar diariamente a arquivo o livro de registo cumentos e do índice dos respectivos actos.
de documentos, acompanhado do maço contendo as có-
pias dos documentos incorporados, para efeitos de guarda CAPÍTULO IV
e conservação. Livro do protocolo

Artigo 19.° Artigo 24.°


Maços de documentos Conceito

1. As cópias ou os originais dos documentos referidos nos O livro do protocolo é o utilizado pelos notários, cônsules e
artigos anteriores devem ser arquivados pela ordem outros órgãos que exerçam funções notariais, para lavrar, por
cronológica dos actos a que digam respeito, em maços ordem das respectivas datas, as escrituras que hajam de
distintos conforme a espécie. outorgar neles.

2. Devem ser organizados maços privativos de: Artigo 25.°


Redacção do protocolo
a) Cópias ou originais dos documentos respeitantes aos
actos lavrados no livro do protocolo; 1. As escrituras públicas são escritas sem espaços em branco
b) Cópias ou originais dos documentos incorporados no e por extenso, excepto no que respeita às palavras usadas
livro de registos de documentos. como fórmulas de tratamento ou de cortesia, para designar
títulos académicos, identificacão de lugares, números de
Artigo 20.° contas, de documentos ou do registo nos serviços de
Numeração cadastro e nos registos públicos.

1. Cada maço de documentos relativo a actos lavrados ou in- 2. O texto deve ser lavrado com respeito às margens.
corporados nos livros tem o número de ordem do livro a
que diz respeito. 3. Os espaços em branco devem ser trancados.

2. No caso de desdobramento, cada maço tem o número do 4. Quando o documento for muito extenso, as partes e o no-
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tário podem acordar resumir no protocolo algumas cláusulas lavrados e do seu estado.
do acto e descrever outras em documento complementar, o
qual deve ser arquivado, com expressa menção na escritura. 3. Quando o livro do protocolo não for encerrado pelo Direc-
tor Nacional dos Registos e do Notariado que tenha proce-
Artigo 26.° dido à abertura, deve o referido termo fazer referência a
Materiais a serem usados na composição dos actos este facto.

Os materiais usados na composição e impressão dos actos 4. O disposto no número anterior aplica-se aos casos de sub-
notariais devem ser de cor preta conferindo inalterabilidade e stituição ou sucessão de notários.
duração à escrita.
Artigo 30.°
Artigo 27.° Devolução do remanescente
Documento complementar
1. Os cadernos do protocolo não utilizados durante o ano são
1. Os bens que constituam objecto de acto titulado pelo ins- devolvidos pelo notário à Inspecção dos Registos e do
trumento notarial podem ser descritos em documento Notariado.
separado, com observância da forma de lavrar o protocolo,
estabelecida no presente regulamento e nas demais 2. A devolução do remanescente referido no número anterior
disposições da lei notarial. é feita mediante termo de entrega, lavrado pelo notário, o
qual deve conter a quantidade de cadernos remanescentes,
2. Os estatutos das associações, fundações, de outras pes- a data da entrega e seguir assinado pelo funcionário do
soas colectivas sem fins lucrativos e das sociedades comer- serviço receptor.
ciais, bem como as cláusulas contratuais dos actos em que
sejam interessadas as instituições de crédito ou em que a 3. Os cadernos remanescentes devem ser destruídos pela Di-
extensão do clausulado o justifique, também podem ser recção Nacional dos Registos e do Notariado.
lavrados em documento separado, observando-se o
disposto no número anterior. CAPÍTULO V
LIVRO DE REGISTO DE DOCUMENTOS
Artigo 28.°
Minutas SECÇÃO I
1. As partes podem apresentar ao notário minuta do acto que DEFINIÇÃO E FORMADE LAVRAR OU REGISTAR
pretendam outorgar. DOCUMENTOS NO LIVRO DE REGISTO DE
DOCUMENTOS
2. O notário deve reproduzir a minuta, desde que se demonstre
redigida em conformidade com o disposto no presente di- Artigo 31.°
ploma, excepto naquilo em que ela infringir normas de in- Conceito
teresse e ordem públicas.
O livro de registo de documentos é o livro formado pelos
3. Se a redacção da minuta for imperfeita, o notário deve ad-
documentos incorporados, actas notariais e actas de registo
vertir os interessados da imperfeição verificada e adoptar
de actos lavrados fora dos livros notariais, juntos ao mesmo
a redacção que, em seu juízo, mais fielmente exprima a von-
durante o ano civil pelo notário que os detém ou órgão da
tade dos outorgantes ou declarantes.
função notarial, por disposição legal, resolução judicial ou
4. A minuta apresentada, depois de rubricada pelo notário, é administrativa ou por solicitação da parte interessada, com
restituida ao apresentante, salvo se este solicitar que fique fins gerais de conservação e reprodução.
arquivada.
Artigo 32.°
5. A minuta, quando arquivada, deve ser rubricada, em todas Actos de incorporação obrigatória
as suas folhas, pelos outorgantes ou declarantes que
saibam e possam fazê-lo. A incorporação é obrigatória nos actos cuja lei ou regulamentos
determinem a respectiva incorporação.
6. A Direcção Nacional dos Registos e do Notariado pode
homologar a utilização de minutas oficiais em língua Artigo 33.°
portuguesa e em língua tetum. Actos de incorporação facultativa

Artigo 29.° Os actos são de incorporação facultativa nos casos em que


Termo de encerramento seja facultado ao interessado a incorporação do documento
pretendido.
1. No fim de cada ano, a Inspecção dos Registos e do Notaria-
do procede ao encerramento do livro. Artigo 34.°
Forma de incorporar documentos públicos ou particulares
2. No termo de encerramento, além das disposições genéricas,
deve ser feita menção do número de instrumentos públicos 1. A incorporação de documentos públicos ou particulares,
Série I, N.° 31 Quarta-Feira, 26 de Agosto de 2009 Página 3444
Jornal da República Pg. 112 da Compilação

voluntária, por determinação administrativa ou judicial, Artigo 40.°


consiste em lavrar uma acta que reflecte a cópia fiel do Instrução do processo
documento que se pretende incorporar.
1. Apresentada a petição, o notário deve emitir o seu parecer
2. Quando o documento a incorporar for considerado extenso, e remeter o processo ao juízo competente.
pode o notário apenas fazer constar da acta o resumo do
documento incorporado. 2. O notário pode solicitar a apresentação de outros do-
cumentos ou prova testemunhal, se considerar que a prova
3. O registo referido no número anterior deve conter o resumo produzida pelo requerente é insuficiente para a completa
da essência do documento, nomeadamente o nome do fundamentação do pedido.
interessado, a qualidade, o tipo, o efeito para que se destina
e a data em que o documento incorporado foi escrito. 3. Instruído o processo, vai independetemente de despacho,
logo que seja recebido em juízo, com vista ao Ministério
4. O notário deve atestar a autenticidade das cópias dos do- Público, a fim de este emitir parecer num prazo de quinze
cumentos incorporados. dias, devendo em seguida ser julgado por sentença num
prazo de vinte dias.
5. A incorporação de documentos particulares não confere
aos mesmos a qualidade de documento público. Artigo 41.°
Recorribilidade da decisão
Artigo 35.°
Forma de incorporar outros tipos de documentos Da sentença pode o interessado interpor recurso à instância
superior, com efeito suspensivo, sendo o processo julgado
Os documentos que, nos termos da lei e regulamentos, não como o de agravo em matéria cívil.
devam ser lavrados no livro do protocolo, são incorporados
no livro de registo de documentos ao serem lavrados no Artigo 42.°
mesmo, com as formalidades exigidas para o livro do protocolo, Termos posteriores à decisão do processo
com as necessárias adaptações.
Julgado procedente o pedido por decisão definitiva, deve o
Artigo 36.° chefe da secretaria judicial remeter o ofício informativo da
Devolução do remanescente decisão ao cartório notarial detentor do registo, com conheci-
mento à Direcção Nacional dos Registos e do Notariado.
1. O papel notarial remanescente num ano civil é devolvido
pelo notário à Inspecção dos Registos e do Notariado. Artigo 43.°
2. A entrega deve obedecer às disposições do presente re- Cumprimento do julgado
gulamento referentes aos cadernos do protocolo. O desentranhamento cuja realização for determinada pelo juízo
competente deve ser feito pelo notário logo que receba o ofício
SECÇÃO II com referência à decisão transitada em julgado.
DO DESENTRANHAMENTO DOS REGISTOS
Artigo 44.°
Artigo 37.° Desentranhamento
Admissibilidade
1. O desentranhamento consiste no averbamento ao registo
O desentranhamento do registo incorporado faz - se mediante do resumo da decisão judicial que o determine.
decisão judicial transitada em julgado, sempre devido a erro
ou incorporação indevida de documentos. 2. O resumo deve conter o nome do requerente, a identificação
do acto, o fundamento da decisão judicial e indicação do
Artigo 38.° juízo que proferiu a sentença, além das datas da sentença
Legitimidade e do averbamento.
O desentranhamento de documentos pode ser solicitado por
TÍTULO II
pessoa singular ou colectiva interessada devidamente repre-
DOCUMENTOS NOTARIAIS
sentada.
CAPÍTULO I
Artigo 39.°
DEFINIÇÃO, TIPOS, DOCUMENTOS PASSADOS NO
Petição de desentranhamento
ESTRANGEIRO E UTILIZAÇÃO
O interessado no desentranhamento de documento incorpora-
Artigo 45.°
do indevidamente ou de forma errada deve apresentar no
Conceito de documento
cartório notarial detentor do registo incorporado petição diri-
gida ao juiz cível do tribunal distrital competente em relação ao
Documento é qualquer objecto elaborado pelo homem com o
cartório notarial detentor do registo, acompanhada da expo-
fim de reproduzir ou representar uma pessoa, coisa ou facto.
sição e dos documentos que pretende oferecer como prova de
suas alegações.

Série I, N.° 31 Quarta-Feira, 26 de Agosto de 2009 Página 3445


Jornal da República Pg. 113 da Compilação

Artigo 46.° Artigo 49.°


Tipos de documento Utilização de documentos arquivados

1. Os documentos escritos podem ser autênticos, particulares 1. Os documentos e os actos arquivados no cartório notarial
e autenticados. podem ser utilizados para integrar ou instruir os actos que
nele venham a ser lavrados, desde que não tenha expirado
2. São documentos autênticos todos aqueles que tenham sido o prazo de validade e não se tenham modificado as condi-
emitidos com as formalidades legais pelo notário ou outro ções à data em que hajam de ser lavrados.
oficial provido de fé pública, nos limites da sua competência
ou dentro do círculo de actividades que lhes é atribuido. 2. Salvo disposição legal em contrário, é permitida a instrução
de actos notariais com base em documentos emitidos por
3. São documentos particulares todos os documentos que entidades oficiais arquivados no cartório notarial cujo prazo
não tenham sido emitidos por autoridade pública, nos de validade tenha expirado, desde que o notário possa so-
termos do número anterior. correr-se de meios informáticos de comunicação para veri-
ficar a actualidade e exactidão dos dados neles contidos.
4. São documentos autenticados os confirmados pelas partes
nos termos prescritos nas leis notariais. 3. Nos casos previstos no número anterior, o notário deve
consignar no instrumento aquela circunstância e, tratando-
Artigo 47.° se de documento que deva ficar arquivado, obter e arquivar
Documentos notariais uma impressão em papel da consulta efectuada.

1. Em conformidade com o estabelecido no Regime Jurídico 4. O notário pode utilizar para verificação de suficiência de
do Notariado, são documentos notariais as escrituras pú- poderes de pessoas colectivas documentos caducados,
blicas, as actas notariais, as cópias, os atestados, os cer- desde que os representantes desta declarem não ter havido
tificados e todos os documentos que sejam lavrados com modificação dos poderes de administração e a parte con-
intervenção notarial nos termos da lei e regulamentos. tratante não se oponha a tal facto.

2. As escrituras públicas têm como objecto a declaração de 5. Quando hajam de ser aceites os documentos referidos no
vontades, actos jurídicos que impliquem prestação de número anterior, o notário deve fazer menção expressa de
consentimento, contratos e negócios jurídicos de toda a ter advertido as partes para o facto.
espécie.
CAPÍTULO II
3. As actas notariais têm como objecto a consignação de Reconstituição de documentos notariais
factos ou coisas presenciados pelo notário e as declarações
que receba, sempre que a natureza do acto não requeira a Artigo 50.°
formalidade de escritura pública e possa ter efeitos jurídicos. Admissibilidade

4. As cópias, certificados, atestados e quaisquer outros O notário pode autorizar a reconstituição de documentos
documentos emitidos pelo notário têm como objecto o que notariais que se tenham extraviado ou deteriorado no cartório
a lei e regulamentos determinem. notarial detentor ou emissor do documento.

5. O simples reconhecimento de letra e assinatura ou apenas Artigo 51.°


de assinatura e os certificados não atribuem aos respectivos Requisitos
documentos a natureza de autênticos.
A reconstituição de documentos notariais é feita com base
Artigo 48.° nos índices lavrados, certidões e certificados emitidos pelo
Documentos passados no estrangeiro respectivo cartório notarial ou quaisquer outros documentos
que se achem arquivados no cartório notarial, no arquivo cen-
1. Os documentos autênticos passados no estrangeiro, em tral ou quaisquer arquivos públicos.
conformidade com a legislação local, consideram–se lega-
lizados quando a assinatura do funcionário que os lavrou Artigo 52.°
tenha sido reconhecida por agente diplomático ou consu- Legitimidade
lar timorense, em conformidade com as leis aplicáveis.
1. O pedido de reconstituição deve ser feito por uma das
2. Os documentos privados passados no estrangeiro consi- partes que tenha intervindo no acto, seus representantes
deram-se legalizados quando a assinatura da autoridade com poderes bastantes ou pelos herdeiros, devendo ser
pública que tenha legalizado o documento esteja reconhe- notificada à outra parte.
cida por agente diplomático ou consular timorense.
2. O testamento apenas pode ser reconstituído a pedido do
3. O notário tem a faculdade de exigir a legalização de docu- testador.
mentos passados no estrangeiro desde que tenha dúvidas
sobre a autenticidade dos mesmos.
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Jornal da República Pg. 114 da Compilação

Artigo 53.° mencionar o número do registo na respectiva repartição


Competência e formalidades do registo comercial e o capital social, citando ainda o
montante do capital social realizado;
1. É competente para autorizar a escritura de reconstituição o
cartório notarial no qual o respectivo documento se tenha h) A forma como o notário tenha feito a verificação da iden-
deteriorado ou extraviado. tidade, ou seja, pela intervenção de testemunhas de conhe-
cimento ou por exibição de documento de identificação;
2. No texto de reconstituição, o notário deve fazer referência
de todos os dados do acto reconstituído, o qual é assinado i) A menção das procurações ou outros documentos que
pelos interesados. justifiquem a qualidade de procurador ou de representante,
bem como a suficiência de poderes para intervenção no
3. O acto reconstituído deve ser sempre assinado pelas partes, acto;
salvo se uma delas não puder ou souber assinar, apondo a
sua impressão nos termos do presente diploma. j) O nome completo, estado e residência habitual das pessoas
que intervenham como interveniente acidental e os motivos
CAPÍTULO III da sua intervenção;
ESCRITURAS PÚBLICAS
k) A referência ao juramento ou compromisso de honra,
SECÇÃO I conforme o caso, dos intervenientes acidentais, quando
ACTOS SUJEITOS A ESCRITURA PÚBLICA E os houver, com a indicação dos motivos que determinaram
REQUISITOS a sua intervenção;

Artigo 54.° l) A menção de todos os documentos que fiquem arquivados,


Actos sujeitos a escritura pública mediante referência a essa circunstância, acompanhada da
indicação da natureza, e, ainda, tratando - se de declaração
São exarados por escritura pública todos os actos cuja lei ou de cumprimento de obrigação fiscal, dos respectivos
regulamentos exijam essa formalidade ou ainda quando os números, data e repartição emitente;
interessados declarem pretender que a sua vontade negocial
se revista desta forma. m) A menção dos documentos apenas exibidos, pela indicação
da sua natureza, data de expedição e repartição emitente;
Artigo 55.°
Requisitos de uma escritura pública n) A indicação dos outorgantes que não assinem e a declaração
de que não o fazem por não saberem ou poderem fazê - lo;
Além dos dados básicos estabelecidos no Regime Jurídico do
Notariado e outros que advêm de disposição legal, a escritura o) A menção de haver sido feita em voz alta a leitura e explicação
pública deve conter: do conteúdo do acto, na presença simultânea dos inter-
venientes, com a advertência de que têm permissão para
a) A denominação do acto ou actos a serem exarados; proceder à segunda leitura do documento para si mesmos
se assim o quiserem;
b) O nome completo do notário responsável pelo acto, a men- p) A assinatura ou impressão digital dos outorgantes e demais
ção da respectiva qualidade e a designação do cartório a intervenientes, em seguida ao contexto e a assinatura do
que pertence; notário, que é a última do instrumento.
c) Se intervier um substituto, por impedimento ou falta do no-
2. Nas escrituras de repúdio de herança, deve - se fazer menção
tário, a indicação do motivo da substituição e o nome do
em especial de o repudiante ter ou não descendentes.
substituto;
d) O nome completo, estado e residência habitual das pessoas 3. A capacidade legal de estrangeiros, sejam pessoas singula-
que outorguem na qualidade de representantes ou de res ou colectivas, pode ser certificada pela autoridade
declarantes em escritura de habilitação ou justificação no- diplomática do seu país em Timor - Leste.
tarial;
SECÇÃO II
e) A indicação do número do contribuinte dos outorgantes e REQUISITOS ESPECIAIS E DOCUMENTOS
intervenientes, assim como dos representantes e repre-
sentados, se a legislação tributária assim o estabelecer; SUBSECÇÃO I
ACTOS SUJEITOS A REGISTO
f) No caso de pessoa colectiva sem fins lucrativos, a deno-
minação, sede, o capital social, número de contribuinte ou Artigo 56.°
qualquer outro elemento de identificação que os interes- Disposições gerais
sados requeiram;
1. Nos actos sujeitos a registo, o notário deve redigir a escri-
g) Além dos elementos referidos no número anterior, nos tura em conformidade com a legislação notarial e respectiva
actos referentes às sociedades comerciais, o notário deve lei de registo.

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Jornal da República Pg. 115 da Compilação

2. Além das disposições legais referentes às leis de registo, a pessoal do notário, tenha adquirido os bens partilha-
requerimento dos outorgantes podem constar no acto dos, transmitidos ou onerados, o qual deve ser expressa-
outras circunstâncias descritivas não exigidas pela legis- mente mencionado no texto da escritura;
lação registral, mas que estabeleçam uma melhor
determinação do objecto do acto. d) Nos casos de extravio ou inutilização do registo causado
por incêndio, inundação ou outra calamidade como tal
3. As partes devem ser advertidas sobre as consequências de reconhecida por despacho do Membro do Governo
não registarem os direitos adquiridos. responsável pela área da justiça.

4. O doador deve ser advertido da obrigatoriedade de requerer 2. A falta de descrição e inscrição dos prédios prova – se
o registo a favor do donatário, no prazo de três meses, na através da exibição de certidão negativa do registo predial
escritura de doação que produza efeitos independente- expedida com a antecedência máxima de seis meses.
mente da aceitação.
Artigo 59.°
SUBSECÇÃO II Menções relativas ao cadastro
ACTOS REFERENTES ABENS IMÓVEIS
Nos instrumentos em que se descrevem prédios, deve indicar
Artigo 57.° – se o número de inscrição no departamento cadastral ou, no
Requisitos dos actos de disposição e oneração sobre bens caso de nele estar omisso, a declaração emitida por este
imóveis departamento de haver sido participada a sua inscrição.

1. Os actos que importem aquisição, alienação ou oneração Artigo 60.°


de bens imóveis, devem conter obrigatoriamente a menção: Harmonização dos elementos de identificação de imóveis

a) Das referências cadastrais que lhes correspondam, assim 1. Os elementos do certificado emitido pelo departamento de
como a certificação descritiva e gráfica nos termos estabele- registo predial devem coincidir com os do cadastro.
cidos pela legislação cadastral e do registo predial;
2. Quando os elementos referidos no número anterior não
b) Do número de inscrição em definitivo no registo predial a corresponderem entre si, os serviços competentes podem
favor do autor da herança ou da pessoa que pretenda dispôr ser notificados pelo notário, por qualquer via, para que
ou onerar o seu direito de propriedade; procedam à respectiva harmonização.
c) Do órgão emissor do título de propriedade apresentado, da
data de emissão e se o mesmo foi emitido em suporte de Artigo 61.°
papel ou consultado através do sistema informático. Actos de disposição sobre fracções autónomas

2. Quando o documento tiver sido consultado através de su- 1. Nas escrituras que importem a aquisição ou disposição de
porte informático, o notário deve providenciar a sua im- fracções sujeitas à constituição de propriedade horizontal,
pressão para posterior arquivo. além das referências cadastral e predial deve - se fazer men-
ção do número de inscrição, em definitivo, do título cons-
3. A prova da propriedade é feita mediante certificados emitidos titutivo da propriedade horizontal.
pelas autoridades públicas competentes para a emissão de
títulos de propriedade, pelos departamentos cadastrais e 2. O disposto no número anterior não se aplica se o acto de
do registo predial, com a antecedência máxima de seis disposição ou oneração ocorrer no mesmo dia do acto da
meses, podendo ser obtida por meios informáticos. constituição no referido regime da propriedade horizontal.

Artigo 58.° 3. É admissível a realização de actos pelos quais se transmitam


Dispensa do registo prévio ou onerem fracções autónomas de prédios em regime de
propriedade horizontal cujo registo se mantenha provisório
1. A exigência prevista na alínea b) do n.° 1 do artigo anterior por natureza, desde que no instrumento se consigne a
pode ser dispensada: sujeição da plena eficácia do acto à condição da conversão
em definitivo do registo da propriedade horizontal.
a) Nos actos de alienação ou oneração gratuitas;
Artigo 62.°
b) Nos actos de partilha de herança ou de transmissão de Constituição de propriedade horizontal
prédios que dela façam parte, quando não descritos e
inscritos, se os partilhantes ou transmitentes se 1. Os instrumentos de constituição da propriedade horizontal
encontrarem habilitados como únicos herdeiros, ou for apenas podem ser lavrados se for junto documento emitido
feita, no mesmo acto ou dia, a respectiva habilitação de pelo serviço competente, com a antecedência máxima de
herdeiros; seis meses, comprovativo de que as fracções autonómas
satisfazem os requisitos legais para serem constituídas no
c) Nos actos de alienção ou oneração de bens outorgados referido regime.
por quem, no mesmo acto ou dia e com conhecimento

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Jornal da República Pg. 116 da Compilação

2. Tratando–se de prédio construído para transmissão de mine a modificação da firma, denominação ou objecto so-
fracções autónomas, o documento a que se refere o número cial, deve ser mencionada a exibição de documento
anterior pode ser substituído pela exibição do respectivo comprovativo de admissibilidade da firma ou denominação
projecto de construção e, sendo caso disso, dos posterio- ou da sua manutenção em relação ao novo objecto, nos
res projectos de alteração aprovados pela entidade com- termos da legislação respectiva, com indicação da sua data,
petente. emitido com a antecedência máxima de seis meses.

3. O documento autêntico que se destine a completar o título SUBSECÇÃO IV


constitutivo da propriedade horizontal, quanto à especifi- REGIME ESPECIALPARATESTAMENTOS
cação de partes do edifício correspondentes às fracções
autonómas ou ao seu valor relativo, expresso em percenta- Artigo 65.°
gem ou permilagem, não pode ser lavrado sem a observân- Dados dos testamentos públicos
cia do disposto nos números anteriores.
1. O testamento público, em especial, deve conter:
4. O notário deve certificar se o prédio que se pretende cons-
tituir no regime da propriedade horizontal se encontra ou a) O lugar, a data de nascimento e a profissão do testador;
não descrito na conservatória competente, por certidão do
registo predial passada com a antecedência máxima de seis b) A menção de se haver destruído qualquer referência ao
meses. conteúdo do testamento em suporte informático.

5. Outros documentos necessários à instrução do processo 2. A prova da titularidade dos bens referidos nos artigos
devem ser emitidos com a antecedência máxima de seis anteriores é facultativa, ainda que a declaração de vontade
meses, salvo disposição legal em contrário. seja referente a bens imóveis.

Artigo 63.° SECÇÃO III


Modificação da propriedade horizontal REPRESENTAÇÃO E CONSENTIMENTO CONJUGAL

1. Os instrumentos de modificação do título constitutivo da Artigo 66.°


propriedade horizontal que importem alteração da Representante de pessoa colectiva e sociedades comerciais
composição ou do destino das respectivas fracções apenas
podem ser lavrados se for junto documento emitido pela A prova documental da qualidade de representante de
entidade competente, com a antecedência máxima de seis sociedade comercial ou de pessoa colectiva faz- -se por certi-
meses, comprovativo de que a alteração está de acordo dão do registo comercial, emitida com a antecedência máxima
com os correspondentes requisitos legais. de seis meses, sem prejuízo de o notário poder solicitar outros
documentos por onde complete a verificação dos poderes
2. No caso de a modificação exigir obras de adaptação, a invocados.
exibição do projecto devidamente aprovado pela autoridade
competente dispensa o documento a que se refere o número Artigo 67.°
anterior. Prova da qualidade de representante legal

A prova da representação legal é feita por documento autêntico


SUBSECÇÃO III que justifique a representação que se pretende.
ACTOS SUJEITOS A REGISTO COMERCIAL
Artigo 68.°
Artigo 64.° Representação voluntária
Dados dos actos sujeitos a registo comercial obrigatório
A representação voluntária prova-se por meio de procuração,
1. Os actos sujeitos a registo comercial obrigatório devem cujo original ou cópia autenticada deve obedecer a alguma
conter em especial: das formas prescritas no presente diploma para as procurações.

a) A advertência de que o registo deve ser requerido no SUBSECÇÃO ÚNICA


prazo de quinze ou trinta dias, de acordo com o acto PROCURAÇÕES, SUBSTABELECIMENTOS E
praticado, nos termos da legislação das sociedades CONSENTIMENTO CONJUGAL
comerciais;
Artigo 69.°
b) A advertência ao doador da obrigatoriedade de requerer Forma das procurações
o registo a favor do donatário, observando os prazos
referidos na alínea anterior, na escritura de doação que 1. As procurações que, nos termos da lei, exijam intervenção
produza efeitos independentemente de aceitação. notarial podem revestir uma das seguintes formas:
2. Nos instrumentos de constituição de sociedade comercial
a) Documento autêntico;
ou de alteração dos respectivos estatutos, quando deter-
Série I, N.° 31 Quarta-Feira, 26 de Agosto de 2009 Página 3449
Jornal da República Pg. 117 da Compilação

b) Documento atestado por termo de autenticação; mencionando- se no instrumento o valor patrimonial


indicado no documento apresentado.
c) Documento assinado pelo representado com reconheci-
mento presencial da assinatura; SECÇÃO V
PASSAGEM DA FOLHA
d) Documento assinado pelo representado com reconheci-
mento presencial de letra e assinatura. Artigo 72.°
Forma como se deve fazer a passagem da folha
2. As procurações conferidas também no interesse do pro-
curador ou de terceiro, bem como as que confiram poderes 1. A escritura é lavrada nas duas páginas.
para celebrar negócio consigo mesmo, devem ser lavradas
por documento autêntico ou com reconhecimento pre- 2. A passagem da página é feita após vinte e cinco linhas de
sencial de letra e assinatura. escrita.

3. Devem revestir uma das formas indicadas nas alíneas a), b) 3. Para efeitos do disposto no número anterior, deve ser
e d) do n.º 1 do presente artigo: usada letra e estabelecer-se um espaço entre as frases por
forma a permitir que as vinte e cinco linhas preencham a
a) As procurações com poderes gerais de administração, folha.
civil ou comercial;
SECÇÃO VI
b) As procurações com poderes para contrair obrigações INTERVENIENTESACIDENTAIS
cambiais;
Artigo 73.°
c) As procurações que envolvam poderes de representação Casos de incapacidade e de inabilidade
para outorgar em actos que devam realizar-se por
escritura pública ou outro modo autêntico, ou para cuja 1. A intervenção de testemunhas instrumentárias apenas tem
prova seja exigido documento autêntico. lugar nos casos estabelecidos na lei.

Artigo 70.° 2. Não podem ser testemunhas:


Substabelecimentos e consentimento conjugal
a) Os que não estiverem em seu perfeito juízo e de forma
1. Aos substabelecimentos e ao consentimento conjugal manifesta;
aplicam-se, com as necessárias adaptações, as regras b) Os que não entendam a língua portuguesa ou a língua
estabelecidas para as procurações. tetum, conforme o acto;
2. Podem intervir no acto aqueles cuja intervenção se destina c) Os menores não emancipados;
apenas a prestar o seu consentimento.
d) Os surdos, mudos e cegos;
SECÇÃO IV
VALOR DOS BENS e) Os funcionários ou assalariados do cartório notarial;

Artigo 71.° f) Os que não puderem ou não souberem assinar;


Indicação do valor dos actos
g) O marido e a mulher conjuntamente;
1. Nos actos notariais deve indicar–se o valor, salvo
disposição legal em contrário. h) O cônjuge e parentes até ao quarto grau de consaguini-
dade ou segundo de afinidade;
2. O valor dos actos é expresso sempre na moeda com curso
legal em vigor em Timor - Leste, sem prejuízo do notário, a i) Os que adquiram alguma vantagem patrimonial em
pedido das partes, fazer corresponder a qualquer outra virtude do acto;
moeda.
j) Os que tenham sido condenados por crime de falso
3. Nos actos sujeitos a registo predial deve indicar - se o valor testemunho.
de cada prédio, da parte indivisa ou do direito a que o acto
respeitar, devendo também mencionar - se o valor global 3. Não é permitida a intervenção de qualquer interveniente
dos bens descritos ou relacionados, sempre que dele acidental em mais do que uma qualidade, excepto se intervier
dependa a determinação do valor do acto. também na qualidade de abonador.

4. O valor dos bens, quando não seja determinado com base 4. Compete ao notário verificar a idoneidade dos intervenientes
em simples declaração das partes, deve ser comprovado acidentais.
pela exibição dos documentos emitidos pelas autoridades
competentes, com antecedência não superior a seis meses, 5. O notário deve recusar a intervenção de testemunha que
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Jornal da República Pg. 118 da Compilação

não considere digna de crédito, ainda que não esteja abran- que possa transmitir a sua declaração de que compreendeu
gida pelas proibições do n.º 2 do presente artigo. o conteúdo do acto e de que o mesmo corresponde à sua
vontade.
6. A intervenção de testemunhas nos actos referentes aos
testamentos pode ser dispensada pelo notário, no caso de 3. À intervenção do intérprete a que se refere o número ante-
haver urgência e dificuldade em consegui-las, fazendo-se rior aplica-se, com as necessárias adaptações, o disposto
no texto menção expressa dessa circunstância. no artigo 39. º do Regime Jurídico do Notariado.

7. As testemunhas, quando hajam lugar, são no máximo de 4. O outorgante cego pode designar pessoa que proceda a
duas. segunda leitura do instrumento.

Artigo 74.° SECÇÃO VII


Incapacidade e inabilidade de intérpretes, peritos, CLÁUSULAS QUE O NOTÁRIO PODE ACRESCENTAR À
tradutores e leitores ESCRITURAANTES DAS ASSINATURAS

É aplicável aos intérpretes, peritos, tradutores e leitores, as Artigo 79.°


disposições referentes às testemunhas. Ressalvas e rectificações

Artigo 75.° Os erros materiais ou omissões quando constatados no


Juramento legal e compromisso de honra momento da outorga podem ser corrigidos antes de terminado
o acto, por meio de traço que as cortem, entrelinhas ou rasuras
1. Os intérpretes, peritos e leitores devem prestar compromisso ou por meio de rectificações.
de honra perante o notário de bom desempenho das suas
funções. Artigo 80.°
Forma como se procede às ressalvas e rectificações
2. As testemunhas devem prestar juramento legal sobre os
factos que se dispõem a testemunhar. 1. As palavras rasuradas, entrelinhadas e tracejadas, devem
ser devidamente ressalvadas antes das assinaturas.
3. É aplicavel ao compromisso de honra e ao juramento legal
o disposto nas leis de processo. 2. A eliminação de palavras feita por traços que as cortem
deve ser feita de maneira que as palavras traçadas conti-
Artigo 76.° nuem legíveis e devem ser ressalvadas antes das
Intervenção de peritos assinaturas.

Podem ainda intervir nos actos peritos médicos para atestarem 3. O notário pode rectificar os lapsos cometidos ao longo da
a sanidade mental dos outorgantes, a pedido destes ou do escritura antes das assinaturas.
notário, bem como, por solicitação destes, outros profissionais
com a finalidade de atestarem outros factos. 4. As ressalvas e rectificações podem ser feitas a manuscrito.

Artigo 77.° Artigo 81.°


Actos com intervenção de quem não compreende a língua Efeitos das ressalvas
portuguesa
As palavras rasuradas, entrelinhadas ou tracejadas que não
Quando no acto intervenha outorgante que não domine a tenham sido devidamente ressalvadas são havidas como não
língua portuguesa, aplicam - se as disposições do Regime escritas.
Jurídico do Notariado relativas a intervenção de interprete.
SECÇÃO VIII
Artigo 78.° MEIOS DE SUPRIMENTO
Actos com intervenção de surdos, mudos e cegos
Artigo 82.°
1. O outorgante que, por motivo de surdez, não puder ouvir a Meios de suprimento de erros após as assinaturas
leitura do instrumento, deve lê-lo em voz alta; se não souber
ou não puder ler, tem a faculdade de designar pessoa que, 1. Após as assinaturas, os erros e omissões do acto podem
na presença de todos os intervenientes, proceda a segunda ser supridos por meio de averbamentos, desde que
leitura e lhe explique o conteúdo. referentes a actos ou factos previstos na lei e no presente
diploma, por escritura de rectificação ou adicional.
2. O mudo que souber e puder escrever deve declarar por
escrito, no próprio instrumento, antes das assinaturas, que 2. As escrituras públicas uma vez outorgadas, em regra,
o reconhece como conforme a sua vontade; se não souber havendo erros ou omissões, só podem ser rectificadas ou
ou não puder escrever, deve manifestar a sua vontade por adicionadas pelo mesmo processo que as originou, salvo
sinais que o notário e os demais intervenientes compreen- disposição legal em contrário.
dam, e, se nem isso for possível, deve designar intérprete
Série I, N.° 31 Quarta-Feira, 26 de Agosto de 2009 Página 3451
Jornal da República Pg. 119 da Compilação

3. Para efeitos do disposto no número anterior, podem as dispostos pelo n.º 1 do presente artigo.
partes, após a outorga, solicitar ao notário que modifique
o acto já praticado, adequando – o às suas vontades. Artigo 87.°
Autorização
Artigo 83.°
Escritura de rectificação 1. O notário autoriza a escritura após a certificação da validade
jurídica do acto, da capacidade e legitimidade das partes e,
1. Mediante escritura de rectificação, podem ser corrigidos ainda, do cumprimento das obrigações estabelecidas na
erros constantes da escritura principal, devendo intervir lei e nos regulamentos.
no acto os outorgantes legitimamente interessados, seus
herdeiros ou representantes devidamente mandatados para 2. Quando os interessados se identificam por documento de
o efeito, no acto a rectificar, ou em relação aos quais o erro identificação, a validade do documento é condição neces-
se tenha verificado, desde que, neste último caso, a rectifi- sária para a autorização do acto.
cação não ponha em causa o conteúdo do acto.
3. Quando os outorgantes se fazem representar, a escritura é
2. Quando se tratar de escrituras de habilitação ou justificação autorizada mediante a certificação de que os poderes
notarial, podem intervir no acto outros outorgantes, que consignados no instrumento são bastantes.
não tinham intervindo no acto a rectificar, se mediante
declaração dos interessados for manifestamente impossível 4. O notário não deve autorizar escrituras nas quais os ou-
que sejam os mesmos a outorgar no acto de rectificação. torgantes estejam em representação voluntária, antes de
consultar o registo de revogação de poderes.
Artigo 84.° 5. Os actos notariais podem ser instruídos com base em fo-
Escrituras adicionais tocópias de documentos passados no estrangeiro, desde
que possa conferir posteriormente da autenticidade dos
1. Mediante escritura adicional, podem ser corrigidas omissões mesmos, ficando a emissão de cópia ou atestado do acto
verificadas na escritura principal. condicionada à certificação da referida autenticidade.

2. Aplica - se à escritura adicional o disposto no artigo ante- 6. O facto referido no número anterior deve ser advertido ‘as
rior, com as necessárias adaptações. partes e mencionado no acto.

Artigo 85.° Artigo 88.°


Constituição de novo acto Assinaturas e impressões digitais

O notário não pode constituir outro acto, nem contrato, por 1. A escritura é assinada após a sua autorização e outorga.
meio de escrituras de rectificação ou adicional.
2. As assinaturas são feitas na mesma ordem de intervenção
SECÇÃO IX pelos intervenientes, logo a seguir ao acto, sem deixar
LEITURA, OUTORGAEAUTORIZAÇÃO DAESCRITURA espaços em branco, e pela forma como assinam habitual-
PÚBLICA mente, devendo assinar primeiro os outorgantes, teste-
munhas e intervenientes, se houver, e por último o notário.
Artigo 86.°
Leitura 3. Os documentos complementares devem ser rubricados e
assinados pelos outorgantes a quem directamente
1. O notário deve ler a escritura na íntegra em voz alta e clara, respeitem, que possam e saibam fazê - lo, e pelo notário,
na presença simultânea dos intervenientes, devendo sem prejuízo do disposto no presente diploma sobre os
explicar e adverti - los de que têm conhecimento do con- outorgantes que não saibam ou possam assinar,
teúdo do acto. observando-se o disposto no número anterior.

2. Se integrar no acto documento complementar, este deve ser 4. Os outorgantes que não saibam ou não possam assinar
lido nos mesmos termos que a escritura. apõem a sua impressão digital do indicador direito, devendo
o notário fazer constar essa circunstância no fim do acto e
3. A leitura do documento complementar é dispensada, se os antes das assinaturas e respectivas impressões digitais.
outorgantes declararem que já o leram e que conhecem
perfeitamente o seu conteúdo, o que deve ser consignado 5. Quando algum dos outorgantes referidos no número ante-
no texto da escritura. rior não possua o referido indicador, apõe a sua impressão
digital pela forma indicada pelo notário, devendo ser feita
4. O notário deve informar às partes de que se assim o referência na escritura sobre a forma como foi aposta a
quiserem têm a permissão para proceder à leitura da impressão digital.
escritura para si mesmos.
6. Se algum dos outorgantes se recusar a assinar, deve o no-
5. O notário pode designar um funcionário do cartório no- tário fazer constar este facto no fim do texto da escritura e
tarial para proceder à leitura da escritura, nos termos assinar o acto.

Série I, N.° 31 Quarta-Feira, 26 de Agosto de 2009 Página 3452


Jornal da República Pg. 120 da Compilação

7. O notário não pode apôr a sua assinatura por meio de chan- rectificação, modificação, aditamento ou revogação de
cela ou de qualquer outro processo mecânico. acto anterior;

Artigo 89.° k) As publicações obrigatórias dos actos das sociedades


Continuação do acto no dia seguinte comerciais, pessoas colectivas sem fins lucrativos,
habilitações e justificações notariais, dentre outras
1. A leitura, outorga, e assinatura fazem - se sempre num só estabelecidas na lei e regulamentos.
acto, salvo se por razões ponderosas não for possível fazê 2. Sempre que se adicione à escritura a revogação de testa-
- lo. mento ou a sua modificação, por meio de outra outorgada
2. Se não for possível essa unidade, é dada continuidade no posteriormente, o notário está obrigado a consignar,
dia seguinte, devendo o notário fazer constar essa mediante averbamento à escritura adicionada a razão da
circunstância. adição.
3. O averbamento deve ser feito no prazo de setenta e duas
Artigo 90.° horas contados da data da notificação ou do conhecimento
Presunções do acto ou facto pelo notário.

Ainda que o notário não mencione expressamente na escritura, 4. O averbamento do falecimento do doador só se realiza no
presume - se que: caso de a doação haver sido feita com encargos ou por
motivo de interesse público, que devam ser cumpridos após
a) Tenha verificado correctamente a identidade dos outor- a morte do doador.
gantes, intervenientes e das testemunhas de conhecimento;
5. O disposto nos números anteriores aplica - se aos actos
b) Tenha verificado correctamente a suficiência de poderes lavrados nos livros de registo de documentos, com as
quando intervierem representantes no acto. necessárias adaptações.

CAPÍTULO IV Artigo 92.°


AVERBAMENTOS Local da prática do averbamento

Artigo 91.° O averbado é feito pelo notário do cartório notarial detentor


Factos e actos a averbar do livro.

1. São averbados às escrituras públicas os seguintes actos e Artigo 93.°


factos: Suprimento e rectificações de omissões e inexactidões

a) A comunicação de uma acção judicial em virtude de 1. As omissões e inexactidões verificadas em actos lavrados
impugnação de habilitações e justificações notariais, nos livros notariais, devidas a erro comprovado por docu-
bem como a decisão judicial proferida em qualquer mento público, podem ser supridas ou rectificadas, a todo
acção de impugnação; o tempo, por meio de averbamento, desde que da rectifica-
ção não resultem dúvidas sobre o objecto a que o acto se
b) O falecimento do testador; reporta ou sobre a identidade dos intervenientes.

c) O falecimento do doador; 2. O averbamento a que se refere o número anterior só pode


ser lavrado quando as omissões ou inexactidões respeitem:
d) Os instrumentos de revogação de testamento;
a) À identificação dos outorgantes e aos números de con-
tribuinte fiscal, se este houver;
e) Os instrumentos de revogação e de renúncia de pro-
curação; b) À menção de documentos que serviram de base à es-
critura;
f) A restituição de testamento depositado;
c) À indicação dos números de referência no cadastro, no
g) Os actos notariais de transmissão de créditos sociais; registo predial e das matrículas de entidades sujeitas a
registo, bem como das conservatórias a que se referem;
h) As decisões judiciais de nulidade e de anulação dos
actos notariais; d) À menção do distrito, rua e número de polícia da situação
dos prédios, se houver;
i) A menção de se haver sanado qualquer vício de que
enfermem os actos notariais, as decisões notariais de e) A menção dos valores patrimoniais de bens imóveis;
revalidação dos mesmos e bem assim as decisões dos
recursos interpostos nos processos de revalidação f) O regime matrimonial de bens dos intervenientes, dos
notarial; outorgantes ou dos habilitados;

j) Os actos notariais que envolvam aceitação, ractificação, g) Os simples erros de cálculo ou de escrita revelados pelo

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Jornal da República Pg. 121 da Compilação

contexto do acto. mento, quer no instrumento de revogação deste, se houver,


pode ser feito a requerimento de qualquer dos interessados,
3. A rectificação da identidade dos outorgantes só pode ser mediante exibição da certidão de óbito.
feita por meio de averbamento quando for pelo mesmo
notário que tenha praticado o acto objecto de rectificação. 2. O acto deve conter a menção da data do falecimento do tes-
tador, o número do respectivo registo de óbito, conser-
4. Os interessados devem comprovar se foi paga a diferença vatória que o lavrou e data do averbamento.
do imposto se for devido, tratando-se de rectificação que
envolva aumento de valor do acto, e do selo correspon- 3. O disposto nos números anteriores é aplicável, com as ne-
dente ao acréscimo verificado, se houver. cessárias adaptações, aos averbamentos de falecimento
do doador, quando a doação tenha sido feita sem dispensa
5. As omissões ou inexactidões verificadas em actos lavrados de colacção.
no livro do protocolo, relativas a cumprimento de normas
fiscais cuja verificação caiba ao notário face ao conteúdo Artigo 97.°
do acto, podem ser rectificadas oficiosamente mediante Restituição de testamento depositado
averbamento.
1. No averbamento de restituição de testamento cerrado, que
6. Nos actos lavrados no livro do protocolo em que tenha se encontre depositado no cartório notarial, deve ser aposta
sido omitida a menção de documentos arquivados, pode a a assinatura ou a impressão digital da pessoa a quem a
falta ser oficiosamente suprida por averbamento. restituição foi feita.

7. A omissão do dia, mês e ano ou do lugar em que o acto foi 2. A restituição é feita a quem tenha legitimidade para o efeito
lavrado ou a inexactidão da sua data podem ser oficiosa- ou ao procurador com poderes bastantes.
mente supridas ou rectificadas por averbamento se, pelo
texto do instrumento ou pelos elementos existentes no Artigo 98.°
cartório notarial, for possível determinar a data ou o lugar Arquivo de documentos
da sua celebração.
Os documentos utilizados para o averbamento ficam arquiva-
Artigo 94.° dos no mesmo maço de documentos referente ao acto que lhe
Forma corresponde.

1. O averbamento é um acto notarial que consiste numa ano- Artigo 99.°


tação resumida do último acto ao primeiro, nele se com- Comunicação dos factos a averbar
preendendo a numeração, a natureza do acto averbado e a
data. 1. Sempre que o averbamento deva ser feito em cartório
diferente daquele onde foi lavrado o acto a averbar, o
2. O averbamento deve ser datado e rubricado pelo notário e notário deve notificar o cartório notarial detentor do acto
é aposto à margem do acto ou no alto das páginas por ele sobre os elementos necessários ao averbamento.
ocupadas.
3. Esgotado o espaço indicado no número anterior, o próximo 2. A notificação é feita mediante ofício, o qual deve conter o
averbamento deve ser lavrado na primeira página dispo- nome do outorgante, natureza do acto e a data, podendo
nível de um dos livros, fazendo-se as necessárias remis- ser encaminhado por qualquer via.
sões.
CAPÍTULO V
Artigo 95.° ACTAS NOTARIAIS
Averbamentos oficiosos
SECÇÃO I
1. O averbamento é feito oficiosamente quando o facto a CONCEITO E REQUISITOS
averbar identifique melhor o anterior.
Artigo 100.°
2. Quando embora oficioso, não tenha sido feito, pode o inte- Conceito
ressado o requerer, desde que tenha legitimidade para
intervir no acto. As actas notariais são instrumentos públicos cuja finalidade
principal é consignar factos ou coisas que o notário presencie
3. Para fins do disposto no número anterior, os interessados bem como as declarações que receba, com o mesmo formalismo
devem exibir sempre a certidão do acto que se pretende da escritura pública, excepto para as disposições que lhe são
averbar. específicas.

Artigo 96.° Artigo 101.°


Falecimento de testadores e doadores Requisitos

1. O averbamento do falecimento de testador, quer no testa- 1. As actas notariais devem conter, em especial, os seguintes
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Jornal da República Pg. 122 da Compilação

requisitos: terceiro dia contado da data que se tenha expedido.

a) Na introdução, a menção do nome do requerente, de 6. A solicitação referida no número anterior não pode ser por
quem o notário não necessita de certificar a capacidade conversa telefónica, nem compreender sessões de
e legitimidade, da forma como foi feito o pedido e o mo- perguntas ao notário.
tivo da intervenção do notário, salvo se o declarante
tiver de assinar a acta; 7. Em nenhuma circunstância é permitido ao notário consignar
factos que não tenha comprovado, salvo disposição legal
b) No caso de representação, o notário deve também in- expressa em contrário.
dentificar a parte representada, sem necessidade de
prova da representação, salvo se o requerente tiver de Artigo 102.°
assinar a acta; Lugar para a prática do acto

c) O notário deve identificar a pessoa a quem informar ou As diligências podem ser realizadas no cartório notarial ou
prevenir e fazer saber a esta a cargo de quem elabora a fora deste, inclusive as notificações e os requerimentos, sendo
acta, a sua qualidade de notário e a diligência a ser facultado ao notário convocar o notificado ou requerido a
efectuada; comparecer no cartório notarial, remeter ofício ou efectuar a
diligência pessoalmente.
d) Na descrição, deve relatar objectiva e concretamente
todas as circunstâncias necessárias para os fins SECÇÃO II
jurídicos das diligências e os detalhes das condições TIPOS DEACTAE FINALIDADE
solicitadas;
SUBSECÇÃO I
e) A presença do requerente só se torna necessária se ACTAS DE NOTIFICAÇÃO E REQUERIMENTO
tiver de assinar a acta;
Artigo 103.°
f) Não é necessária a unidade de acto e contexto, assim Conteúdo
numa mesma acta podem descrever-se ao mesmo tempo
factos, coisas ou acontecimentos, e ser expedida no 1. As actas de notificação têm por finalidade transmitir a uma
momento do acto ou posteriormente, desde que seja pessoa uma informação ou decisão, e são assinadas pelo
lavrada no mesmo dia e todas as circuntâncias sejam requerente.
mencionadas na acta;
2. As actas de requerimento têm por finalidade intimar alguém
g) Para efeitos do disposto no número anterior pode o no- para que adopte uma determinada conduta, e são assinadas
tário separar os textos, em ordem cronológica, devendo pelo requerente.
as partes ser advertidas desse procedimento; Artigo 104.°
Acto e local da prática
h) Nas actas podem incluir-se informações, juízo de profis-
sionais, peritos e outros elementos que possam concor- 1. O notário pode efectuar notificações ou requerimentos en-
rer para o melhor esclarecimento dos factos; viando ao destinatário o respectivo ofício por correio com
aviso de recepção ou entregando pessoalmente no cartório
i) As actas notariais são assinadas pelos requerentes e notarial ou no lugar onde se encontre o notificado ou
pelo notário, nos termos do presente diploma; requerido, ainda que distinto do designado, desde que o
declarante não se oponha.
j) Se algum dos requerentes se negar a assinar, deve o
notário descrever essa circunstância na acta. 2. A diligência completa-se com a entrega do ofício subscrito
pelo notário, o qual deve conter o texto literal da notificação
2. Quando houver interferência de peritos ou de quaiquer ou do requerimento e o direito de contestação no prazo
outros intervenientes acidentais, estes devem ser identi- fixado nas leis do processo civil.
ficados e assinar a acta. 3. Se ao chegar ao local, o notário não conseguir notificar ou
informar o destinatário, pode efectuar a diligência através
3. Em qualquer circunstância, o notário apenas autoriza actas de qualquer pessoa idónea que se encontre no local, a
cujo conteúdo não seja contrário à lei e à ordem pública. qual deve ser devidamente identificada e informada do
conteúdo na notificação.
4. O notário pode dar fé de incidentes ocorridos em actos de
autoridades públicas desde que com o conhecimento 4. A diligência considera - se concluída quando efectuada
prévio destas. nos termos do número anterior, ainda que a notificação ou
informação tenha sido feita a uma terceira pessoa, a qual
5. As manifestações verbais percebidas durante a realização deve ser advertida da responsabilidade de transmiti - la ao
de uma acta só podem ser acolhidas com a prévia advertên- destinatário.
cia pelo notário da existência e finalidade da acta, do direito
de constestação e da possibilidade de revogá-la até ao 5. Quando o destinatário ou qualquer pessoa considerada

Série I, N.° 31 Quarta-Feira, 26 de Agosto de 2009 Página 3455


Jornal da República Pg. 123 da Compilação

idónea para efeitos de notificação ou informação se recusar lavrados fora dos livros, nomeadamente as actas referentes a
a receber a notificação ou o requerimento, deve fazer-se testamento cerrado, atestados por exibição, certificados de
menção do ocorrido e a diligência é havida por concluída. tradução e outros certificados, dentre outros actos.

6. As diligências referentes à notificação e requerimento ou o Artigo 110.°


insucesso destas devem ser averbadas na acta, com a Conteúdo
indicação da data.
As actas de registo de actos lavrados fora dos livros notariais
Artigo 105.° podem ter no seu conteúdo apenas o resumo da intervenção,
Contestação podendo restringir - se à indicação do número da intervenção,
nome do requerente, síntese do conteúdo, número de papeis
1. É permitido ao notificado ou requerido apresentar a sua utilizados ou o texto integral da intervenção notarial e a data
contestação na mesma acta, sem a introdução de outras da intervenção notarial.
notificações ou requerimentos.
Artigo 111.°
2. Se o notificado ou requerido pretender notificar ou requerer, Efeitos do registo
ainda que no mesmo contexto, deve ser lavrada uma outra
acta, a expensas do primeiro requerente, desde que seja O registo de actos lavrados fora dos livros notariais não
nos limites do acto. confere aos documentos privados a natureza de autênticos.

3. A constestação, ainda que lavrada em outra data, constitui SUBSECÇÃO III


um mesmo acto, desde que não seja contrária ao disposto ACTA DE APROVAÇÃO DE TESTAMENTO CERRADO
no n.º 1 do presente artigo.
Artigo 112.°
4. Aplica-se, para efeitos de prazo, o disposto nas leis de Composição do testamento cerrado
processo civil.
1. O testamento cerrado é escrito pelo próprio testador ou por
Artigo 106.° outrem a seu rogo e só deve deixar de ser assinado pelo
Emissão de atestado testador se este não puder assinar, caso em que, a seu
rogo, pode ser assinado por outrem.
O atestado de actas de notificação e requerimentos só pode
ser emitido decorrido o prazo de contestação que, uma vez 2. O testamento deve ser rubricado por quem o assine nas
havendo, deve ser junta, salvo se solicitado antes pela parte folhas que não contenham a assinatura.
que tenha interesse legítimo para exercitar desde logo qualquer
acção ou direito. 3. A ressalva de emendas, rasuras, traços, entrelinhas, borrões,
Artigo 107.° notas marginais ou palavras eliminadas, é feita exclusiva-
Efeito jurídico mente por quem o tiver escrito ou pelo próprio testador.

As actas de notificação, requerimento e a sua contestação têm 4. A ressalva faz-se antes da assinatura ou em aditamento
o valor que lhes atribui a lei civil e processual civil, pelo que seguido e novamente assinado.
em nenhuma circunstância podem adquirir a natureza de
contrato. Artigo 113.°
Leitura do testamento
Artigo 108.°
Destinatários 1. Só a pedido do testador o testamento cerrado pode ser lido
pelo notário que lavrar o respectivo instrumento de apro-
As notificações e requerimentos, salvo disposição legal expres- vação.
sa em contrário, nunca podem ser dirigidas a autoridades públi-
cas administrativas, judiciais e funcionários públicos no exercí- 2. Se o testador o autorizar, a leitura pode ser feita em voz alta
cio de suas funções, sem prejuízo de se fazer constar das actas e na presença de outros intervenientes no acto.
de comprovação as acções ou omissões que lhes competem.
Artigo 114.°
SUBSECÇÃO II Formalidades do instrumento
ACTAS DE REGISTO DE ACTOS LAVRADOS FORA
DOS LIVROS NOTARIAIS 1. O instrumento de aprovação é lavrado imediatamente a se-
guir à assinatura aposta no testamento cerrado que o
Artigo 109.° testador apresente ao notário.
Conceito
2. O instrumento de aprovação deve conter, em especial, men-
As actas de registo de actos lavrados fora dos livros notariais ção das seguintes declarações, prestadas pelo testador:
têm como finalidade o registo dos principais dados da actuação
notarial, nos actos cuja lei e regulamentos autorizem que sejam a) Que o testamento apresentado contém as suas dispo-
Série I, N.° 31 Quarta-Feira, 26 de Agosto de 2009 Página 3456
Jornal da República Pg. 124 da Compilação

sições de última vontade; Artigo 116.°


Depósito de outros testamentos
b) Que o testamento está escrito e assinado por si, ou es-
crito por outrem a seu rogo e somente assinado por si, 1. Ao depósito de testamentos feitos por qualquer das formas
ou escrito e assinado por outrem, a seu rogo, visto ele especiais previstas na lei civil aplica-se, com as necessárias
não poder assinar; adaptações, o disposto no artigo anterior.

c) Que o testamento não contém palavras emendadas, eli- 2. O depositante deve, no acto de depósito, declarar perante
minadas, escritas sobre rasura ou entrelinhadas, borrões o notário se tem conhecimento do falecimento do testador,
ou notas marginais, ou, contendo-as, que estão devida- do que se faz expressa menção.
mente ressalvadas;
3. No instrumento de depósito, o notário deve mencionar,
d) Que todas as folhas, à excepção da que vai assinada, ainda, a qualidade do depositante, o número de exemplares
estão rubricadas por quem assinou o testamento. depositados ou qualquer outra circunstância para melhor
identificação do documento.
3. Quando o testamento não tenha sido escrito pelo próprio
testador, o instrumento de aprovação deve ainda conter a Artigo 117.°
declaração, feita por ele, de que conhece o seu conteúdo, Restituição do testamento
por já o haver lido, provando perante o notário que sabe e
pode ler. 1. O testador pode retirar, quando quiser, o testamento que
tenha depositado.
4. No instrumento deve, ainda, constar o número de páginas
completas e de linhas de páginas incompletas que o testa-
2. A restituição do testamento depositado só pode ser feita ao
mento ocupe.
testador ou a procurador com poderes especiais por
5. As folhas do testamento são rubricadas pelo notário e, mandato autêntico ou com reconhecimento presencial de
juntamente com o respectivo instrumento de aprovação, letra e assinatura.
ligadas por processo mecânico adequado a garantir a sua
unidade. SUBSECÇÃO V
ACTADEABERTURA DE TESTAMENTO CERRADO
6. A solicitação do interessado, o testamento é introduzido
em envelope com o nome do testador, que o notário deve Artigo 118.°
fechar e lacrar, apondo sobre o lacre o sinete do cartório Cartório competente
notarial.
Para a abertura de testamento cerrado é competente qualquer
7. A acta de aprovação de testamento cerrado pode ser cartório notarial, excepto quando se encontre depositado, caso
registada no livro de registo de documentos através da em que é competente o cartório respectivo.
acta de registo de actos lavrados fora dos livros notariais.
Artigo 119.°
SUBSECÇÃO IV Documentos necessários
ACTADE DEPÓSITO DE TESTAMENTO CERRADO E
SUA RESTITUIÇÃO 1. O instrumento de abertura de testamento cerrado deve ser
lavrado mediante a exibição da certidão do registo de óbito
Artigo 115.° do testador, no caso do seu falecimento, ou da certidão da
Depósito de testamento cerrado decisão judicial que tenha ordenado a abertura, no caso de
esta ser consequência de declaração judicial de morte
1. O testador pode depositar no cartório notarial o seu testa- presumida do testador.
mento cerrado, se assim o quiser, devendo entregá-lo ao
notário para que seja lavrado instrumento de onde conste 2. A exigência de certidão do registo de óbito do testador é
essa circunstância. dispensada, para o efeito da abertura do testamento, se o
falecimento do testador for do conhecimento pessoal do
2. Do instrumento de depósito de testamento cerrado deve notário.
constar a menção de haver sido lavrado em duplicado.
3. Nos casos a que se refere o número anterior, porém, só
3. O testamento entregue para depósito é obrigatoriamente podem ser extraídas certidões do testamento depois de ao
introduzido em envelope com o nome do testador, que o notário ter sido exibido documento comprovativo da morte
notário deve fechar e lacrar, apondo sobre o lacre o sinete do testador.
do cartório notarial.
Artigo 120.°
4. A acta de depósito de testamento cerrado é registada nos Formalidades do acto de abertura
mesmos termos que o registo dos instrumentos de aprova-
ção, com as necessárias adaptações. 1. A abertura de testamento cerrado compreende os seguintes
actos:
Série I, N.° 31 Quarta-Feira, 26 de Agosto de 2009 Página 3457
Jornal da República Pg. 125 da Compilação

a) A verificação do estado em que o testamento se encontra, das línguas oficiais do conteúdo integral de um documento
nomeadamente da existência de algum vício, emenda, ra- escrito em outra língua ou na versão para língua estrangeira
sura, entrelinha, palavra eliminada, borrão ou nota mar- do conteúdo integral de um documento escrito numa das
ginal não ressalvada; línguas oficiais de Timor - Leste.

b) A leitura do testamento pelo notário, em voz alta e na pre- Artigo 124.°


sença simultânea do apresentante ou interessado e das Formalidades
testemunhas.
1. As traduções devem conter a indicação da língua em que o
2. Estando o testamento encerrado em envelope lacrado com documento está escrito e a declaração de que o texto foi
o nome do testador e sobre ele aposto o sinete, o notário fielmente traduzido.
deve, ainda, verificar a integridade do lacre.
2. A tradução pode ser feita por um tradutor ou pelo próprio
3. Depois de aberto, o testamento é rubricado em todas as notário, em papel comum, podendo ser no próprio
suas folhas pelo apresentante ou interessado, pelas documento, ou, ainda, incorporada no livro de registo de
testemunhas e pelo notário, sendo em seguida arquivado. documentos, nos termos previstos no artigo 28.º do Re-
gime Jurídico do Notariado.
Artigo 121.°
Instrumento de abertura 3. As traduções quando apostas no próprio documento ou
em folha anexa devem ser certificadas pelo notário, podendo
1. Do acto de abertura é lavrada uma acta na qual se consignam, os respectivos certificados serem registados no livro de
em especial, o cumprimento das formalidades previstas no registo de documentos através de acta de registo de actos
artigo anterior e a data do óbito do testador ou a data da lavrados fora dos livros notariais.
decisão judicial que mandou proceder à abertura do testa-
mento, conforme o caso. Artigo 125.°
Requisitos
2. A acta de abertura de testamento cerrado pode ser registada
no livro de registo de documentos através da acta de registo As traduções devem fazer menção:
de actos lavrados fora dos livros notariais.
a) Da declaração da sua conformidade com o original;
Artigo 122.° b) Da conformidade das ressalvas que nelas foram feitas;
Abertura oficiosa
c) Dos requisitos gerais dos certificados, estabelecidos no
1. Quando tiver conhecimento do falecimento em Timor - artigo 57.º do Regime Jurídico do Notariado.
Leste de alguma pessoa cujo testamento se encontre
depositado no respectivo cartório, o notário pode requisitar SUBSECÇÃO VII
à conservatória competente a certidão de óbito do testador, ACTAS DE INCORPORAÇÃO VOLUNTÁRIA DE
a qual é passada com urgência e está isenta do pagamento DOCUMENTOS
de emolumentos.
Artigo 126.°
2. Recebida a certidão de óbito, o notário procede à abertura Conteúdo
do testamento, lavrando o respectivo instrumento.
1. A acta de incorporação de documentos públicos ou privados
3. Aberto o testamento nos termos do número anterior, o tem no seu conteúdo a transcrição na íntegra do texto do
notário deve, de seguida, comunicar a sua existência, por documento que se pretende incorporar.
carta registada, aos herdeiros e testamenteiros nele mencio-
nados, bem como aos parentes sucessíveis mais próximos, 2. Quando o acto corresponder a documentos extensos, não
quando conhecidos. é necessário copiar na íntegra, bastando apenas o nome
do requerente ou do signatário, um resumo do conteúdo
4. O notário só pode fornecer qualquer informação, ou passar do documento, o número de folhas que ocupa e a data, de-
certidão do conteúdo do testamento cerrado, quando vendo o original ou cópia autenticada pelo notário ser ar-
satisfeita a conta do instrumento, na qual se inclui o selo quivada.
do testamento, havendo lei que imponha cobrança de
emolumentos notariais e selo. Artigo 127.°
Documento passado no estrangeiro
SUBSECÇÃO VI
TRADUÇÃO 1. O documento passado no estrangeiro, uma vez legalizado
e traduzido para uma das línguas oficias de Timor - Leste
Artigo 123.° pode ser incorporado mediante acta.
Noção
2. O notário pode dispensar a legalização se não tiver dúvidas
A tradução de um documento consiste na versão para uma sobre a autenticidade do documento que se pretende

Série I, N.° 31 Quarta-Feira, 26 de Agosto de 2009 Página 3458


Jornal da República Pg. 126 da Compilação

incorporar, salvo disposição legal expressa em contrário. 3. A acta deve ser assinada pelo requerente ou declarante,
conforme o caso.
Artigo 128.°
Incorporação de documentos judiciais SUBSECÇÃO IX
ACTAS DE INCORPORAÇÃO PERCEPTIVA DE
A acta de incorporação de documentos judiciais efectua - se a DOCUMENTOS POR DETERMINAÇÃO LEGAL
requerimento de qualquer pessoa que entregue o expediente
com o auto judicial que a ordena. Artigo 133.°
Conteúdo
Artigo 129.°
Incorporação de contratos privados 1. São actas de incorporação perceptiva de documentos por
determinação legal aquelas que visem incorporar no livro
1. Os documentos privados que tenham a natureza de contrato,
de registo de documentos os actos que por lei devem ser
cuja lei não exija que sejam celebrados por escritura pública,
obrigatoriamente incorporados.
podem ser incorporados quando algum dos interessados
o requeira para evitar o extravio e dar autenticidade, me-
diante acta que contenha a sua data, identificação dos 2. As actas de incorporação perceptiva de documentos por
contraentes, qualificação do contrato, conteúdo do negócio determinação legal, quanto ao seu conteúdo, devem obe-
e o número de folhas. decer às disposições do Regime Jurídico do Notariado e
do presente diploma relativas a esta matéria e a todos os
2. Para efeitos do disposto no número anterior, o notário deve requisitos e formalidades exigidos pela lei respectiva para
advertir o interessado que a incorporação não produz os efeitos de validade jurídica do acto.
efeitos de uma escritura pública.
SUBSECÇÃO X
Artigo 130.° ACTAS DE DILIGÊNCIADE PROTESTO
Incorporação de documentos sujeitos a obrigações fiscais
Artigo 134.°
Os documentos privados sujeitos a obrigações fiscais só
podem ser incorporados mediante prova de se haverem Conteúdo e formalidades
cumprido as respectivas obrigações.
As actas de diligência de protesto de letras e outros títulos
Artigo 131.° são objecto de lei especial.
Efeitos da incorporação de documentos privados
CAPÍTULO VI
1. A incorporação de documentos privados não confere aos CÓPIAS, ATESTADOS E CERTIFICADOS
mesmos a natureza de documentos públicos, nem tão pouco
constitui título bastante para inscrição nos registos SECÇÃO I
públicos, salvo se a inscrição pretendida for permitida nos DISPOSIÇÕES GERAIS
termos da lei.
Artigo 135.°
2. Quando se tratar de incorporação no âmbito de um processo Generalidades
judicial ou administrativo, por motivo de pretensão de
direitos, e se questionar a autenticidade do conteúdo do 1. A prova de actos e factos lavrados ou incorporados nos
documento incorporado, o instrumento notarial é ineficaz livros notariais é feita através da emissão de cópias e ates-
para o autor do pedido, devendo apresentar às autoridades tados, nos termos do presente diploma e segundo modelos
os documentos com a natureza da solicitação. aprovados pelo Membro do Governo responsável pela área
da justiça.
SUBSECÇÃO VIII
ACTAS DE COMPROVAÇÃO 2. Os notários podem emitir cópias, atestados e certificados,
relativos a actos, incorporações ou expedientes dos docu-
Artigo 132.° mentos existentes nos seus livros ou privados em poder
Objecto de particulares.

1. As actas de comprovação visam certificar a existência, 3. Nos certificados, o notário deve sempre ter em conta o
condições, qualidades ou funções de um indivíduo, estado cumprimento de qualquer obrigação fiscal prevista na lei,
de uma coisa, factos, datas, eventos ou circunstâncias devendo recusar a certificação de actos nulos, contrários
presenciados pelo notário. à lei ou à ordem pública.

2. O documento deve conter as informações necessárias para 4. Além do disposto no número anterior, a suficiência de
a plena eficácia da intervenção, cujo fim deve ser sempre a poderes para o acto e a legitimidade dos requerentes é
instrução de um processo. imprescindível nos actos de reconhecimento de assinaturas.

Série I, N.° 31 Quarta-Feira, 26 de Agosto de 2009 Página 3459


Jornal da República Pg. 127 da Compilação

5. Os certificados podem ser emitidos no próprio documento qualquer cartório notarial, o qual deve requisitar por qualquer
a certificar, em folha anexa ou em impressos aprovados meio a cópia ou atestado que se pretende.
pelo Membro do Governo responsável pela área da justiça,
sob proposta da Direcção Nacional dos Registos e do Artigo 139.°
Notariado. Formalidade das cópias

6. Além da emissão de cópias e atestados dos documentos 1. A cópia é sempre acompanhada de um certificado, o qual
arquivados nos cartórios notariais a favor das partes, o deve conter a natureza, a sua confrontação com o original,
notário deve sempre emitir, no fim de cada ano, fotocópia a data do acto, o número de folhas que ocupa, o cartório
dos documentos incorporados e das escrituras públicas responsável pelo acto, a data de emissão, a assinatura do
lavradas e remetê-los, por qualquer via, ao arquivo central notário e o selo do serviço emissor.
para efeitos de guarda e conservação.
2. O notário deve numerar e rubricar cada folha da cópia e
SUBSECÇÃO I apôr sobre elas o selo do cartório notarial.
CÓPIAS
Artigo 140.°
Artigo 136.° Correcções
Conceito
Os erros, omissões, as palavras rasuradas, entrelinhadas ou
Cópia é a reprodução da escritura pública por qualquer pro- trancadas nos certificados das cópias detectados no momento
cesso mecânico. da sua expedição podem ser corrigidos desde que se procedam
às respectivas ressalvas, nos termos do presente diploma.
Artigo 137.°
Formalidades de emissão Artigo 141.°
Cópia das escrituras de habilitações e justificações
1. A primeira cópia da escritura pode ser emitida em triplicado, notariais
pelo notário ou funcionário autorizado por lei, sempre e
independemente de requerimento dos interessados, nos 1. A cópia das escrituras de habilitação e justificação notariais
termos da lei notarial. só pode ser emitida decorridos trinta dias da data da pu-
blicação do seu extracto, em dois dos jornais de maior
2. O duplicado da cópia da escritura pode ser remetido pelo circulação no país, sendo uma em língua tétum e outra em
próprio notário à conservatória competente, acompanhado português.
do pedido de registo, as expensas do interessado. 2. O extracto da escritura de habilitação notarial deve conter
o nome do autor da herança, estado civil, o último domi-
3. O triplicado é remetido ao departamento fiscal competente, cícilo, a data e o local do seu falecimento, a menção do
se sobre o acto incidir imposto, para efeito de liquidação, nome dos habilitandos, o estado civil, a nacionalidade, o
as expensas do interessado. domicício, a data da sua emissão e o cartório notarial
emitente.
4. A cópia da escritura não é emitida em triplicado, nem em
duplicado, se a remessa referida nos números anteriores 3. O extracto da escritura de justificação notarial deve conter
poder ser feita por via electrónica ou por qualquer outro a identificação completa do justificante e do facto
meio mais célere. justificado e todas as circunstâncias que o impossibilitam
de comprovar ou de adquirir pelos meios normais, a data
5. As cópias ulteriores devem ser emitidas a pedido expresso da sua emissão e cartório notarial emitente.
de quaisquer dos interessados ou seus representantes
devidamente mandatados para o efeito, nos termos da lei SUBSECÇÃO II
notarial, as quais devem ser devidamente identificadas. ATESTADOS

6. As cópias podem ser emitidas para fins judicias ou ad- Artigo 142.°
ministrativos nos termos da lei. Conteúdo
7. O conteúdo da cópia, quando referente à constituição de
Os atestados têm como conteúdo a cópia literal do registo do
sociedade comercial ou de pessoa colectiva sem fins lucra-
documento incorporado no livro de registo de documentos ou
tivos deve ser comunicado ao Ministério Público, através
fotocópia, a qual é sempre acompanhada de certificado com a
de ofício, para efeitos de fiscalização.
identificação do acto, o número das páginas, a sua confrontação
8. O ofício deve conter a denominação do acto, o objecto, a com o original, assim como o cartório notarial emissor, a data,
sede da pessoa colectiva e a data da sua constituição. assinatura e o selo do cartório notarial.

Artigo 138.° Artigo 143.°


Serviço emissor Forma que revestem os atestados

O pedido de emissão de cópias ulteriores pode ser dirigido a Aplicam-se aos atestados as disposições relativas a emissão
Série I, N.° 31 Quarta-Feira, 26 de Agosto de 2009 Página 3460
Jornal da República Pg. 128 da Compilação

de cópias, com as necessárias adaptações. d) A data e assinatura do notário ou de funcionário legalmente


autorizado.
Artigo 144.°
Caracteres dos atestados SUBSECÇÃO II
ATESTADO DE VIGÊNCIADE LEIS
Os atestados, quando emitidos por cópia literal do conteúdo
do acto, devem ser reproduzidos com caracteres que garantam Artigo 148.°
que o texto permaneça indelével. Conteúdo
SECÇÃO II Os notários podem, com a finalidade de informar as autoridades
ATESTADOS POR EXIBIÇÃO estrangeiras, emitir atestados cujo conteúdo seja o da vigência
Artigo 145.° de determinada norma jurídica em Timor - Leste.
Conteúdo
SUBSECÇÃO III
1. Os atestados por exibição têm por finalidade certificar a TERMO DEAUTENTICAÇÃO
autenticidade da existência, natureza ou conteúdo de
documentos públicos ou particulares reproduzidos. Artigo 149.°
2. O atestado por exibição é emitido na fotocópia do próprio Termo
documento que se pretende autenticado ou em folha anexa.
1. Apresentado o documento para fins de autenticação, o
SUBSECÇÃO I notário deve lavrar o respectivo termo.
AUTENTICAÇÃO DE DOCUMENTOS
2. Ao termo de autenticação aplica-se, em tudo o que não
Artigo 146.° contrarie a sua natureza própria, o disposto neste diploma
Formalidades para as escrituras públicas.

1. É da responsabilidade das partes a autoria e autenticidade Artigo 150.°


dos documentos que se requer a autenticação. Formalidades

2. Podem ser autenticadas cópias de documentos que foram 1. O termo de autenticação, além de satisfazer, na parte aplicável
atestados pelo notário, desde que seja o mesmo a proceder e com as necessárias adaptações, o disposto sobre as escri-
à posterior autenticação. turas públicas, deve conter ainda os seguintes elementos:

3. As escrituras públicas e documentos incorporados nos a) A declaração das partes de que já leram o documento
livros de registo de documentos não podem ser objecto de ou de que estão perfeitamente inteiradas do seu con-
autenticação. teúdo, exprimindo este a sua vontade;

4. Os documentos escritos em língua que o notário não domine b) A ressalva das emendas, entrelinhas, rasuras, palavras
devem ser previamente traduzidos e certificados ou eliminadas ou traços contidos no documento e que
incorporada a respectiva tradução no livro de registo de nele não estejam devidamente ressalvados.
documentos.
2. Se o documento que se pretende atestar estiver assinado a
5. O notário pode autenticar as notificações e outras comunica- rogo, do termo devem constar, para além das menções
ções electrónicas de documentos públicos que lhe forem referidas no número anterior, a identificação do rogado e a
disponibilizados, nos termos da lei. menção de que o rogante, que nele deve apôs a sua impres-
são digital, confirmou o rogo no acto de autenticação.
6. Quando um acto notarial a ser praticado requerer prova por
escritura pública ou documento incorporado no livro de CAPÍTULO VII
registo de documentos, basta que o notário faça referência SANAÇÃO E REVALIDAÇÃO DOS INSTRUMENTOS
ao acto, do respectivo livro e folhas. NOTARIAIS

Artigo 147.° SECÇÃO I


Conteúdo LIMITAÇÃO DOS EFEITOS DE NULIDADES E
SANAÇÃO
A autenticação deve conter:
Artigo 151.°
a) A referência ao acto de autenticação; Limitação dos efeitos de algumas nulidades

b) O número de folhas que ocupa.; Nos actos com disposições a favor de alguma das pessoas
mencionadas na alínea a) do n.º 1 do artigo 17.º do Regime
c) O cartório notarial que atesta a conformidade com o origi- Jurídico do Notariado ou dos respectivos intervenientes
nal; acidentais, incluindo os que figurem nos instrumentos de
Série I, N.° 31 Quarta-Feira, 26 de Agosto de 2009 Página 3461
Jornal da República Pg. 129 da Compilação

aprovação de testamentos cerrados, a nulidade é restrita a que exerça funções no cartório notarial em que o acto foi
essas disposições. lavrado, quando:

Artigo 152.° Se prove a ausência do notário competente e a natureza urgente


Sanação administractiva dos instrumentos notariais do acto;

1. As nulidades por vício de forma, decorrentes da inobser- a) Se prove que foram cumpridas as formalidades devidas
vância dos requisitos previstos nas alíneas b), c), d), e) e f)
do n.º 1 do artigo 73.º – A do Regime Jurídico do Notariado b) Se prove que os intervenientes acidentais, cujas assinaturas
podem ser sanadas pelo próprio notário se, respectiva- faltam, assistiram à sua leitura, explicação e outorga e não
mente: se recusaram a assiná-lo;
c) Se prove que os outorgantes, cujas assinaturas estão em
a) Apesar da omissão do dia, mês, ano ou lugar da cele- falta, assistiram à leitura e explicação do acto, deram a este
bração do acto, for possível proceder ao averbamento o seu acordo e não se recusaram a assiná-lo;
nos termos previstos no n.º 7 do artigo 93.º;
d) Se prove que o acto não assinado pelo notário é conforme
b) Os intervenientes acidentais cujas assinaturas faltam à lei, representa fielmente a vontade das partes e foi
se encontrarem devidamente identificados no acto e presidido pelo notário, que não se recusou a assiná-lo.
declararem, por forma autêntica, ter assistido à sua
leitura, explicação e outorga e que não se recusaram a SUBSECÇÃO ÚNICA
assiná-lo; PROCESSO DE VALIDAÇÃO

c) Os outorgantes que não assinaram ou não apuseram a Artigo 154.°


impressão digital declararem, por forma autêntica, que Formulação do pedido
estiveram presentes na leitura e explicação do acto,
que este corresponde à sua vontade e que não se O pedido de revalidação pode ser apresentado por qualquer
recusaram a fazê-lo. interessado, ou seu representante devidamente mandatado
para o efeito, sendo dirigido ao notário competente.
d) Os outorgantes declaclarem, por forma autêntica, que
foram cumpridas as formalidades previstas nos artigos Artigo 155.°
45.º e 45.º - A do Regime Jurídico do Notariado; Conteúdo do pedido

e) Se o notário cuja assinatura está em falta declarar 1. O pedido especifica o acto a revalidar, o objecto da revali-
expressamente, através de documento autêntico, que dação, as circunstâncias subjacentes em que a mesma se
esteve presente no acto e que, na sua realização, foram fundamenta e a identidade das pessoas interessadas.
cumpridas as formalidades legais.
2. O pedido é acompanhado da junção de prova documental
2. Podem ser sanadas, por decisão do respectivo notário, as e da indicação dos restantes meios de prova.
seguintes nulidades:
Artigo 156.°
a) A nulidade por vício de forma resultante da inobservância Notificação e audição de testemunhas
do disposto no n.º 2 do artigo 80.º, quando as partes decla-
rem, por forma autêntica, que as palavras inutilizadas, quais- 1. O notário ordena a notificação dos interessados para, no
quer que elas fossem, não podiam alterar os elementos prazo de quinze dias, deduzirem oposição e oferecerem os
essenciais ou o conteúdo substancial do acto; meios de prova.

b) A nulidade por incapacidade ou a inabilidade dos abona- 2. O notário decide de imediato, caso considere suficientes os
dores, peritos médicos ou testemunhas, quando este vício meios de prova apresentados.
se refira a apenas um deles e possa considerar-se suprido
pela idoneidade do outro interveniente. 3. Se considerar que a prova apresentada não é suficiente e
for indicada prova testemunhal, o notário procede à inquiri-
SECÇÃO II ção das testemunhas, cujo depoimento é reduzido a escrito
REVALIDAÇÃO e após o qual decide.

Artigo 153.° Artigo 157.°


Revalidação notarial Execução e averbamento da decisã

O acto nulo, por violação das regras de competência territorial 1. Depois de proferida a decisão e após a notificação desta
ou por falta de qualquer dos requisitos nas alíneas c) a f) do aos interessados, a respectiva execução é sustada pelo
artigo 73.° - A do Regime Jurídico do Notariado, que não possa prazo de vinte dias, durante o qual qualquer das partes
ser sanado nos termos dos artigos precedentes, pode ser pode interpor recurso.
revalidado a pedido dos interessados, por decisão do notário
Série I, N.° 31 Quarta-Feira, 26 de Agosto de 2009 Página 3462
Jornal da República Pg. 130 da Compilação

2. Não sendo interposto recurso durante o prazo referido no ou algumas das transmissões que fundamentam o direito
número anterior, o notário procede à execução da decisão do interessado.
e averba – a ao acto revalidado.
Artigo 160.°
TÍTULO III Justificação simultânea
ESCRITURAS ESPECIAIS
As justificações notariais a que se referem os artigos anteriores
CAPÍTULO ÚNICO podem ser feitas no instrumento que titula a aquisição do direito
JUSTICAÇÕES NOTARIAIS justificado, desde que, tratando-se de acto de alienação, o
alienante faça previamente as declarações ali previstas.
Artigo 158.°
Justificação para o reatamento do trato sucessivo no Artigo 161.°
registo predial Restrições à admissibilidade da justificação

1. A justificação para o reatamento do trato sucessivo tem por 1. A justificação de direitos que, nos termos da lei fiscal,
objecto a dedução do trato sucessivo a partir do titular da devam constar do cadastro predial, só é admitida em relação
última inscrição no registo predial e destina-se a suprir a aos direitos nele inscritos.
impossibilidade de se obter título justificativo de alguma
ou algumas das transmissões que fundamentam o direito 2. Além do titular da inscrição cadastral, tem legitimidade para
do interessado. outorgar como justificante quem dele tenha adquirido, por
sucessão ou por acto entre vivos, o direito a que a
2. Na escritura devem reconstituir-se todas as transmissões justificação respeita.
que, desde o titular inscrito, justificam o direito do interes-
sado, especificando-se as suas causas e a identificação Artigo 162.°
dos respectivos sujeitos. Apreciação das razões invocadas

3. A justificação faz-se por meio de declarações prestadas Compete ao notário decidir se as razões invocadas pelos
pelo interessado e nela devem indicar-se as razões que interessados os impossibilitam de comprovar, pelos meios
impossibilitam a obtenção do título justificativo a que se extrajudiciais normais, os factos que pretendem justificar.
refere o n.º 1 do presente artigo.
Artigo 163.°
Artigo 159.° Confirmação das declarações e advertência aos outorgantes
Justificação para o estabelecimento de novo trato sucessivo
no registo predial 1. As declarações prestadas pelo justificante são confirmadas
por três declarantes, aplicando-se-lhes, com as necessárias
1. A justificação para o estabelecimento de novo trato su- adaptações, o disposto na lei notarial relativamente aos
cessivo consiste na afirmação feita pelo interessado, para declarantes nas escrituras de habilitação notarial.
efeitos de inscrição no registo predial, da aquisição origi-
nária do direito. 2. O notário deve advertir aos declarantes, e fazer constar do
acto, de que incorrem nas penas aplicáveis ao crime de
2. Na escritura deve fazer-se a indicação das circunstâncias falsas declarações perante oficial público se dolosamente
de facto em que se baseia a aquisição do direito justificado, e em prejuízo de outrem tiverem prestado falsas
com dedução das transmissões que a tenham antecedido e declarações.
sucedido e que sejam necessárias para a sua invocação.
Artigo 164.°
3. Quando a causa da aquisição se funde em usucapião ba- Documentos
seada em posse não titulada, devem consignar-se no ins-
trumento as circunstâncias de facto que permitem a sua 1. As escrituras de justificação para fins de registo predial são
invocação. instruídas com os seguintes documentos:

4. À justificação prevista neste artigo é aplicável, com as ne- a) Certidão do teor da descrição dos prédios e de todas as
cessárias adaptações, o disposto nos n.ºs 2 e 3 do artigo inscrições em vigor;
anterior.
b) Certidão da correspondente inscrição no cadastro.
5. Na escritura devem reconstituir-se todas as transmissões
que, desde o titular inscrito, justificam o direito do interes- 2. As escrituras de justificação destinadas ao reatamento do
sado, especificando-se as suas causas e a identificação trato sucessivo são ainda instruídas com os documentos
dos respectivos sujeitos. comprovativos da regularidade fiscal das transmissões
justificadas ou certidão comprovativa da impossibilidade
6. A justificação faz-se por meio de declarações prestadas da sua certificação.
pelo interessado e nela devem indicar-se as razões que
impossibilitam a obtenção do título justificativo de alguma 3. As certidões previstas nos números anteriores são passadas
Série I, N.° 31 Quarta-Feira, 26 de Agosto de 2009 Página 3463
Jornal da República Pg. 131 da Compilação

com antecedência não superior a três meses. apresentação de documentos comprovativos da regulari-
dade fiscal das transmissões justificadas ou certidão
4. No caso previsto no n.º 2 do artigo 152.º, são ainda exibidos comprovativa da impossibilidade da sua certificação, bem
os documentos comprovativos das transmissões anteriores como de documentos comprovativos das transmissões
e subsequentes ao facto justificado, se não se afirmar a anteriores e subsequentes ao facto justificado se não se
impossibilidade de os obter. afirmar a impossibilidade de os obter.

5. Quando invocada a usucapião, devem ser juntos todos os TÍTULO IV


documentos que possam fazer prova do direito invocado. RECURSOS

Artigo 165.° Artigo 168.°


Notificação prévia do titular inscrito Admissibilidade

1. Quando se verificar a falta de título em que tenha intervindo 1. É admitido ao interessado o recurso hierárquico das decisões
o titular inscrito, a escritura não pode ser lavrada sem a sua de recusa da prática ou revalidação de acto notarial e
prévia notificação, mediante acta notarial de notificação, exibição de registos pelo notário, no prazo de vinte dias,
promovida pelo interessado. sem prejuízo do recurso para o tribunal distrital competente,
nos termos estabelecidos do Regime Jurídico do Notariado.
2. Se o titular do direito inscrito residir em parte incerta, a no-
tificação deve ser feita por publicação em dois dos jornais 2. O notário que tenha recusado a prática de acto ou a exibição
de maior circulação no país, uma em língua tétum e outra de registo deve no prazo de quarenta e oito horas funda-
em português. mentar a sua decisão através de uma nota de recusa.

3. À notificação a que se refere o número anterior aplica-se, Artigo 169.°


com as necessárias adaptações, o disposto na lei do Requerimento e prova
processo civil para a citação edital por incerteza do lugar.
O recurso deve ser interposto no cartório notarial em petição
4. Da escritura deve constar a menção de que a notificação foi dirigida à Direcção Nacional dos Registos e do Notariado,
efectuada. com os meios de prova necessários ao fundamento de sua
pretensão.
Artigo 166.° Artigo 170.°
Impugnação da justificação Instrução do processo

1. Se algum interessado impugnar o facto justificado deve re- 1. Apresentado o recurso, o notário deve emitir o seu parecer,
querer ao tribunal, simultaneamente, a imediata comunica- no prazo de dez dias, e remeter o processo à Direcção
ção da pendência da acção ao cartório notarial que tenha Nacional dos Registos e do Notariado.
lavrado o acto.
2. A Direcção Nacional dos Registos e Notariado profere
2. Transitada em julgado a decisão da acção de impugnação, decisão no prazo de quinze dias.
é a mesma obrigatoriamente comunicada ao cartório no-
tarial onde a escritura foi lavrada, quando declare a nuli- Artigo 171.°
dade do acto. Recorribilidade da decisão

3. Da comunicação a efectuar nos termos do número anterior Do despacho da Direcção Nacional dos Registos e do Notaria-
deve constar a identificação do processo judicial, o teor da do pode o interessado interpôr recurso para o tribunal distrital
parte dispositiva da decisão, a data desta e o seu trânsito competente, o qual segue de imediato com vista ao Ministério
em julgado. Público, para parecer no prazo de quinze dias.

4. A comunicação deve ser feita no prazo de quarenta e oito Artigo 172.°


horas a contar do trânsito em julgado da decisão que a Termos posteriores à decisão do processo
determina.
Julgado procedente o pedido por decisão definitiva, deve a
Artigo 167.° Direcção Nacional dos Registos e do Notariado ou o chefe da
Outras justificações secretaria judicial, conforme o caso, remeter o ofício da decisão
ao cartório notarial que tenha recusado a prática do acto ou a
1. À justificação de direitos admitida por lei, que se destine a exibição do registo.
constar de registo que não o predial, aplica-se, com as ne-
cessárias adaptações, o disposto na presente secção. Artigo 173.°
Cumprimento da decisão ou do julgado
2. A justificação não deve ser feita se ao notário não for ap-
resentada certidão que permita comprovar a possibilidade Proferida a decisão ou a sentença que determine a prática do
de se justificar o direito, sem prejuízo da exigência da acto ou a exibição do registo, deve ser cumprida pelo notário,
Série I, N.° 31 Quarta-Feira, 26 de Agosto de 2009 Página 3464
Jornal da República Pg. 132 da Compilação

logo que receba o ofício com referência à decisão da Direcção


Nacional dos Registos e do Notariado ou à sentença transitada
em julgado.

TÍTULO V
DISPOSIÇÕES TRANSITÓRIAS E FINAIS

Artigo 174.°
Adaptação de terminologias

As referências e terminologia dos documentos de prova de


propriedade, serviços públicos e identificação fiscal devem
ser adaptadas às terminologias usadas nos diplomas que
venham a regulamentar os respectivos serviços.

Artigo 175.°
Necessidade prévia de aprovação de diplomas

As escrituras de aquisição, alienação e oneração de imóveis,


salvo as referentes a disposição de última vontade, estão
sujeitas à prévia aprovação e publicação dos diplomas
referentes à criação dos serviços de cadastro e atribuição dos
primeiros títulos de propriedade.

Série I, N.° 31 Quarta-Feira, 26 de Agosto de 2009 Página 3465


Jornal da República Pg. 133 da Compilação

Aprovado em Conselho de Ministros em 27 de junho de 2017. Acresce que, a aprovação de uma versão em tétum visa facilitar
o acesso à actividade comercial dos pequenos empresários
timorenses que não dominam a lingua portuguesa; já a
aprovação de uma tradução em inglês visa promover o
Publique-se. investimento privado estrangeiro, tornando o processo de
constituição de sociedade mais claro para estes.

O Governo decreta, ao abrigo do previsto nos n.º 8 e 9 do


artigo 7.º da Lei n.º 10/2017, de 17 de maio, (Nova Lei das
O Primeiro Ministro, Sociedades Comerciais), para valer como regulamento, o
seguinte:

Artigo 1.º
___________________ (Âmbito)
Dr.Rui Maria de Araújo
O presente decreto aprova os modelos de atos constitutivos
de sociedades comerciais, e respectivas traduções oficiais,
nos termos e para os efeitos do disposto nos n.º 7 e 8 do artigo
7.º da Lei n.º 10/2017, de 17 de maio (Nova Lei das Sociedades
Comerciais.
O Ministro de Estado Coordenador dos Assuntos Económicos,
Artigo 2.º
(Modelos de Atos constitutivo)

__________________________ Para os efeitos dos n.º 7 e 8 do artigo 7.º (Nova Lei das
Eng. Estanislau Aleixo da Silva Sociedades Comerciais), aprovam-se os modelos de atos
constitutivos de sociedades por quotas e sociedades anónimas
em português, reproduzidos no Anexo I ao presente diploma e
do qual faz parte integrante:

a) Modelo I de ato constitutivo de sociedade por quotas (ou


unipessoal por quotas);

b) Modelo II de ato constitutivo de sociedade por quotas (ou


unipessoal por quotas);

DECRETO DO GOVERNO N .º 28/2017 c) Modelo I de ato constitutivo de sociedade anónima;

de 12 de Julho d) Modelo II de ato constitutivo de sociedade anónima.

MODELOS DE ATOS CONSTITUTIVOS DE Artigo 3.º


SOCIEDADES COMERCIAIS (Versões em tétum e traduções para inglês)

1. Para os efeitos dos n.º 7 e 8 do artigo 7.º da Nova Lei das


A Lei n.º 10/2017, de 17 de maio, que aprova a nova Lei das Sociedades Comerciais, aprovam-se as versões em tétum e
Sociedades Comerciais, veio introduzir uma profunda alteração traduções para inglês dos modelos de atos constitutivos
ao quadro legal vigente, revogando integralmente a Lei n.º 4/ de sociedades por quotas e sociedades anónimas
2004, sobre Sociedades Comerciais, com o fim de estabelecer aprovados no artigo anterior, que são reproduzidas nos
um regime jurídico regra estável para todos os tipos especiais Anexo II e III ao presente diploma, do qual faz parte
de sociedades comerciais que se venham a criar no futuro. integrante.

No âmbito dos fins desta reforma do quadro legal aplicável às 2. O exemplar do ato constitutivo assinado e entregue para
sociedades comerciais avulta a simplificação do respectivo efeitos de registo comercial é a versão em português ou
regime legal, que se reflete na diminuição dos tipos legais, tétum.
eliminação das acções ao portador, simplificação do regime
das sociedades por quotas, e na tipificação de um conjunto de 3. As traduções para a língua inglesa são meramente
atos e documentos. informativas e não serão aceites para fins de registo
comercial.
Nesse sentido, o n.º 9 do artigo 7.º da nova Lei das Sociedades
Comerciais prevê que os modelos de ato constitutivo são 4. Em caso de dúvida na interpretação das cláusulas dos atos
aprovados por decreto do Governo, sem prejuízo de os sócios constitutivos prevalece a versão portuguesa.
poderem optar por redigir o seu próprio ato constitutivo.
Série I, N.° 27 Quarta-Feira, 12 de Julho de 2017 Página 1228
Jornal da República Pg. 134 da Compilação

Artigo 4.º
(Disponibilização dos modelos de ato constitutivo)

Compete à entidade responsável pelo registo comercial a disponibilização gratuita dos modelos de atos constitutivo aos
interessados por via electrónica e presencial.

Artigo 5.º
(Revogação)

É revogado o Diploma Ministerial n.º 101/GM/MJ/XII/2010, do Ministério da Justiça, de 15 de dezembro de 2010.

Artigo 6.º
(Entrada em vigor)

O presente decreto entra em vigor na mesma data da Lei n.º 10/2017, de 17 de maio, que aprova a nova Lei das Sociedades
Comerciais.

Aprovado em Conselho de Ministros em 27 de junho de 2017.

Publique-se.

O Primeiro Ministro,

____________________
Dr. Rui Maria de Araújo

O Ministro de Estado Coordenador dos Assuntos Económicos,

________________________
Eng. Estanislau Aleixo da Silva

Série I, N.° 27 Quarta-Feira, 12 de Julho de 2017 Página 1229


Jornal da República Pg. 135 da Compilação

ANEXO I

MODELO I - DE ATO CONSTITUTIVO DE SOCIEDADE POR QUOTAS (OU UNIPESSOAL POR


QUOTAS)

Ato constitutivo de Sociedade por Quotas

O (s) ___________________________________________________________________(1).

Declara(m) pretender constituir uma sociedade comercial por quotas que se regerá pelas seguintes cláusulas:

Cláusula 1.ª
(Tipo e Firma)
A sociedade adopta o tipo de sociedade por quotas e a firma«_________________,Lda / Unipessoal, Lda». (2)

Cláusula 2.ª
(Sede)
A sede da sociedade é em __________________________________________________ (3).

Cláusula 3.ª
(Objecto)
O objecto social da sociedade é a _______________________________________________.

Cláusula 4.ª
(Capital e entradas)
1. O capital social é de ________________USD (_____________dólares norte americanos) .
2. O capital social está dividido em ____ (____) quotas, atribuída(s) aos sócio(s):
a) A ____________________________________________(4)uma quota no valor de ________________
USD (_______ dólares norte americanos) .
b) __________________________________________________________________ (5)
3. Todas as entradas são em dinheiro e encontram-se integralmente realizadas.
4.O(s) contraente(s) expressamente declaram sob sua responsabilidade, na qualidade de sócio(s) e para os efeitos
do artigo 14.º, n.º 2 da nova Lei das Sociedades Comerciais, que o capital social foi por si integralmente realizado.

Cláusula 5.ª
(Administração)
1. A sociedade terá um ou mais administradores, conforme for deliberado em assembleia geral.
2. Em qualquer caso, basta a assinatura de um administrador para os actos de gestão corrente da sociedade.
3. No caso de a administraçãoter mais de um membro nomeado é necessária a assinatura da maioria para
representar a sociedade em qualquer acto de aquisição, oneração ou disposição de bens imóveis, viaturas
automóveis e estabelecimentos comerciais, bem como em actos de garantia pessoal ou real.
4. Os administradores são nomeados por tempo indeterminado e podem ser livremente destituídos em assembleia
geral sem justa causa.

Série I, N.° 27 Quarta-Feira, 12 de Julho de 2017 Página 1230


Jornal da República Pg. 136 da Compilação

Cláusula 6.ª
(Secretário de Sociedade)
A administração pode nomear secretário de sociedade, sempre que isso for do interesse da atividade social.

______ (local), __ de ______ de __

____________________________________________
*(assinaturas de todos os sócios ou seus representantes devidamente mandatados)

Anexos:
I. Nos termos do artigo 7.º n.º 3 alíena f) da nova Lei das Sociedades Comerciais a designação de
administrador(es) e do representante legal da sociedade é obrigatória e deve constar de declaração anexa ao
ato constitutivo.
II. Nos termos do artigo 46.º n.º 2 da nova Lei das Sociedades Comerciais deve igualmente anexar-se
declaração escrita dos membros dos órgãos sociais aceitando exercer os cargos para que foram designados.
III. Para efeitos de registo é ainda necessário anexar a documentação exigida pelas leis de registo comercial.

Notas:
(1) Identificação completa de todos os sócios e representantes. Os socios pessoas singulares identificam-se
indicando: nome completo, estado civil, regime de bens e nome do cônjuge se casados, morada completa e
número de identificação fiscal. Os sócios pessoas colectivas identificam-se indicando: firma ou denominação,
sede, tipo, capital social e número de indentificação fiscal. Os representantes identificam-se indicando: nome
completo, morada e número de identificação fiscal ou outro número de identificação válido.
(2) A firma das sociedades por quotas deve terminar com uma das seguintes expressões: «Limitada», «LDA»,
«Unipessoal, Limitada» ou «Unipessoal, LDA».
(3) Morada completa.
(4) Nome ou firma do sócio.
(5) Acrescentar alíneas até perfazer o número de sócios.

MODELO II - DE ATO CONSTITUTIVO DE SOCIEDADE POR QUOTAS (OU UNIPESSOAL POR


QUOTAS)

Ato constitutivo de Sociedade por Quotas

O (s) ___________________________________________________________________(1).

Declara(m) pretender constituir uma sociedade comercial por quotas que se regerá pelas seguintes cláusulas:

Cláusula 1.ª
(Tipo e Firma)
A sociedade adopta o tipo de sociedade por quotas e a firma «_________________, Lda / Unipessoal, Lda». (2)

Cláusula 2.ª
(Sede)
1. A sede da sociedade é em __________________________________________________ (3).
2. A sede da sociedade só pode ser alterada por deliberação social.

Série I, N.° 27 Quarta-Feira, 12 de Julho de 2017 Página 1231


Jornal da República Pg. 137 da Compilação

Cláusula 3.ª
(Objecto)
O objecto social da sociedade é a _______________________________________________.

Cláusula 4.ª
(Capital e entradas)
1. O capital social é de ________________ USD (_____________dólares norte americanos) .
2. O capital social está dividido em ____ (____) quotas, atribuída(s) aos sócio(s):
a) A ____________________________________________(4) uma quota no valor de ________________ USD
(_______ dólares norte americanos) .
b) __________________________________________________________________ (5)
3. Todas as entradas são em dinheiro e encontram-se integralmente realizadas.
4. O(s) contraente(s) expressamente declaram sob sua responsabilidade, na qualidade de sócio(s) e para os efeitos
do artigo 14.º, n.º 2 da nova Lei das Sociedades Comerciais, que o capital social foi por si integralmente realizado.

Cláusula 5.ª
(Prestações suplementares)
A assembleia geral pode deliberar a realização de prestações suplementares dos sócios à sociedade, na proporção
das respectivas quotas, até ao montante global de _________ USD. (_____________dólares norte americanos).

Cláusula 6.ª
(Participação em Assembleia Geral)
1. O(s) sócio(s) pode(m) fazer-se representar em Assembleia Geral por qualquer pessoa singular com capacidade
plena de exercício, bastando, como instrumento de representação voluntária, um documento escrito assinado pelo
sócio e dirigido ao presidente da mesa.
2. É permitido ao(s) sócio(s) participar na assembleia geral através de meios de comunicação à distância, nos
termos de regulamento a aprovar em assembleia geral.

Cláusula 7.ª
(Administração)
1. A sociedade terá um ou mais administradores, conforme for deliberado em assembleia geral.
2. Em qualquer caso, basta a assinatura de um administrador para os actos de gestão corrente da sociedade.
3. No caso de a administração ter mais de um membro nomeado é necessária a assinatura da maioria para
representar a sociedade em qualquer acto de aquisição, oneração ou disposição de bens imóveis, viaturas
automóveis e estabelecimentos comerciais, bem como em actos de garantia pessoal ou real.
4. Os administradores são nomeados por tempo indeterminado e podem ser livremente destituídos em assembleia
geral sem justa causa.

Cláusula 8.ª
(Órgão de Fiscalização)
O órgão de fiscalização da sociedade é composto por __ membro(s) eleitos em assembleia geral pelo periodo de
um exercício.

Série I, N.° 27 Quarta-Feira, 12 de Julho de 2017 Página 1232


Jornal da República Pg. 138 da Compilação

Cláusula 9.ª
(Secretário de Sociedade)
A administração pode nomear secretário de sociedade, sempre que isso for do interesse da atividade social.

______ (local), __ de ______ de __

____________________________________________
*(assinaturas de todos os sócios ou seus representantes devidamente mandatados)

Anexos:
I. Nos termos do artigo 7.º n.º 3 alíena f) da nova Lei das Sociedades Comerciais a designação de
administrador(es), de membro(s) do órgão de fiscalização e do representante legal da sociedade é
obrigatória e deve constar de declaração anexa ao ato constitutivo.
II. Nos termos do artigo 46.º n.º 2 da nova Lei das Sociedades Comerciais deve igualmente anexar-se
declaração escrita dos membros dos órgãos sociais aceitando exercer os cargos para que foram
designados.
III. Para efeitos de registo é ainda necessário anexar a documentação exigida pelas leis de registo comercial.

Notas:
(1) Identificação completa de todos os sócios e representantes. Os sócios pessoas singulares identificam-se
indicando: nome completo, estado civil, regime de bens e nome do cônjuge se casados, morada completa e
número de identificação fiscal. Os sócios pessoas colectivas identificam-se indicando: firma ou denominação,
sede, tipo, capital social e número de indentificação fiscal. Os representantes identificam-se indicando: nome
completo, morada e número de identificação fiscal ou outro número de identificação válido.
(2) A firma das sociedades por quotas deve termninar com uma das seguintes expressões: «Limitada», «LDA»,
«Unipessoal, Limitada» ou «Unipessoal, LDA».
(3) Morada completa.
(4) Nome ou firma do sócio.
(5) Acrescentar alíneas até perfazer o número de sócios.

MODELO I - DE ATO CONSTITUTIVO DE SOCIEDADE ANÓNIMA

Ato constitutivo de Sociedade Anónima

O (s) ____________________________________________________________________(1).

Declara(m) pretender constituir uma sociedade comercial anónima que se regerá pelas seguintes cláusulas:

Cláusula 1.ª
(Tipo e Firma)
A sociedade adopta o tipo de sociedade anónima e a denominação «___________________» (2).

Cláusula 2.ª
(Sede)
A sede da sociedade é em ___________________________________________________(3).

Série I, N.° 27 Quarta-Feira, 12 de Julho de 2017 Página 1233


Jornal da República Pg. 139 da Compilação

Cláusula 3.ª
(Objecto)
O objecto social da sociedade é a ________________________________________________.

Cláusula 4.ª
(Capital e entradas)
1. O capital social, integralmente realizado em dinheiro, é de ________ USD (_____ dólares norte americanos) e
encontra-se dividido em ______ (______) ações nominativas com o valor nominal de __ USD (__________
dólares norte americanos) cada.
2. As acções são subscritas pelos sócios fundadores na seguinte proporção:
a) O/a sócio/a ________________________________________(4) subcreve ____ (_____) ações com o valor
global de ________ USD (__________ dólares norte americanos);
b) _____________________________________________________________________(5)
3. Todas as acções são ordinárias, integrando uma única categoria que não confere qualquer direito especial aos
seus titulares.
4. O(s) contraente(s) expressamente declaram sob sua responsabilidade, na qualidade de sócio(s) e para os efeitos
do artigo 14.º, n.º 2 da nova Lei das Sociedades Comerciais, que o capital social foi por si integralmente realizado.

Cláusula 5.ª
(Assembleia-geral)
1. A mesa da assembleia é composta por um presidente e um secretário, eleitos por deliberação dos sócios por
períodos de __ (___) anos.
2. Existindo Secretário de Sociedade, dispensa-se a nomeação de secretário para mesa, nos termos do número 1.

Cláusula 6.ª
(Orgão de Administração)
1. O orgão de Administração é composto por ___ membro(s) eleito(s) eleito(s) por deliberação do(s) sócio(s) pelo
prazo de ___ (___) anos. (6)
2. A remuneração do administrador é determinada em assembleia-geral e pode ser revista anualmente em função
dos resultados apresentados no ano transacto.

Cláusula 7.ª
(Orgão de Fiscalização)
O órgão de fiscalização da sociedade é composto por __ membro(s), eleitos em assembleia geral pelo periodo de
___ (___) anos.

Cláusula 8.ª
(Secretário de Sociedade)
A administração pode nomear secretário de sociedade, por um periodo nunca superior ao seu próprio mandato,
sempre que isso for do interesse da atividade social.

______ (local), __ de ______ de __

____________________________________________
*(assinaturas de todos os sócios ou seus representantes devidamente mandatados)

Série I, N.° 27 Quarta-Feira, 12 de Julho de 2017 Página 1234


Jornal da República Pg. 140 da Compilação

Anexos:
I. Nos termos do artigo 7.º n.º 3 alíena f) da nova Lei das Sociedades Comerciais a designação dos
administradores, do representante legal da sociedade,de membro(s) do órgão de fiscalização e do
presidente e secretário da Assembleia Geral é obrigatória e deve constar de declaração anexa ao ato
constitutivo.
II. Nos termos do artigo 46.º n.º 2 da nova Lei das Sociedades Comerciais deve igualmente anexar-se
declaração escrita dos membros dos órgãos sociais aceitando exercer os cargos para que foram
designados.
III. Para efeitos de registo é ainda necessário anexar a documentação exigida pelas leis de registo comercial.

Notas:
(1) Identificação completa de todos os sócios e representantes. Os socios pessoas singulares identificam-se
indicando: nome completo, estado civil, regime de bens e nome do cônjuge se casados, morada completa e
número de identificação fiscal. Os sócios pessoas colectivas identificam-se indicando: firma ou denominação,
sede, tipo, capital social e número de indentificação fiscal. Os representantes identificam-se indicando: nome
completo, morada e número de identificação fiscal ou outro número de identificação válido.
(2) A firma das sociedades anónimas deve terminar com uma das seguintes expressões: «Sociedade Anónima» ou
«SA».
(3) Morada completa.
(4) Nome ou firma do sócio.
(5) Acrescentar alíneas até perfazer o número de sócios.
(6) O prazo máximo do mandato dos administradores é de 3 anos, salvo o disposto em legislação especial.

MODELO II - DE ATO CONSTITUTIVO DE SOCIEDADE ANÓNIMA

Ato constitutivo de Sociedade Anónima

O (s) ____________________________________________________________________(1).

Declara(m) pretender constituir uma sociedade comercial anónima que se regerá pelas seguintes cláusulas:

Cláusula 1.ª
(Tipo e Firma)
A sociedade adopta o tipo de sociedade anónima e a denominação «_______________» (2).

Cláusula 2.ª
(Sede)
1. A sede da sociedade é em _________________________________________________(3).
2. A sede da sociedade só pode ser alterada por deliberação social.

Série I, N.° 27 Quarta-Feira, 12 de Julho de 2017 Página 1235


Jornal da República Pg. 141 da Compilação

Cláusula 3.ª
(Objecto)
O objecto social da sociedade é a ________________________________________________.

Cláusula 4.ª
(Capital e entradas)
1. O capital social, integralmente realizado em dinheiro, é de ________ USD (_____ dólares norte americanos) e
encontra-se dividido em ______ (______) ações nominativas com o valor nominal de __ USD (__________
dólares norte americanos) cada.
2. As acções são subscritas pelos sócios fundadores na seguinte proporção:
a) O/a sócio/a ________________________________________(4) subcreve ____ (_____) ações com o valor
global de ________ USD (__________ dólares norte americanos);
b) _____________________________________________________________________(5)
3. Todas as acções são ordinárias, integrando uma única categoria que não confere qualquer direito especial aos
seus titulares.
4. O(s) contraente(s) expressamente declaram sob sua responsabilidade, na qualidade de sócio(s) e para os efeitos
do artigo 14.º, n.º 2 da nova Lei das Sociedades Comerciais, que o capital social foi por si integralmente realizado.

Cláusula 5.ª
(Prestações suplementares)
Todo(s) sócio(s) fica(m) obrigado(s) a realizar prestações suplementares à sociedade, na proporção das respectiva
participação no capital social e mediante prévia deliberação social, até ao montante global de ________________
USD (_____________dólares norte americanos).

Cláusula 6.ª
(Contratos de Suprimento)
A celebração de contratos de suprimento, seu montante, prazo e juros, depende de prévia deliberação social.

Cláusula 7.º
(Emissão de obrigações)
A administração pode deliberar a emissão de obrigações não convertíveis até ao montante de ________________
USD (_____________dólares norte americanos), sem autorização prévia dos sócios.

Cláusula 8.ª
(Assembleia-geral)
1. A mesa da assembleia é composta por um presidente e um secretário, eleitos por deliberação dos sócios por
períodos de ___ (___) anos.
2. Existindo Secretário de Sociedade, dispensa-se a nomeação de secretário para mesa, nos termos do número 1.
3. É permitido ao(s) sócio(s) participar na assembleia geral através de meios de comunicação à distância, nos
termos de regulamento a aprovar em assembleia geral.

Cláusula 9.ª
(Órgão de Administração)
1. O Órgão de Administração é composto por___ membro(s) eleito(s) por deliberação dos sócios pelo prazo de
___ (___) anos. (6)

Série I, N.° 27 Quarta-Feira, 12 de Julho de 2017 Página 1236


Jornal da República Pg. 142 da Compilação

2. A remuneração do(s) administrador(s) é determinada em assembleia-geral e pode ser revista anualmente em


função dos resultados apresentados no ano transacto.
3. O(s) sócio(s) pode(m) designar administradores suplentes, até ao número máximo de __, cuja ordem de
precedência deve ser estabelecida na deliberação de eleição.
4. Cabe ao órgão de fiscalização, por deliberação registada em ata, declarar a existência de impedimento definitivo
do adminitrador eleito e chamar o administrador suplente para o exercício do cargo.

Cláusula 10.ª
(Orgão de Fiscalização)
O órgão de fiscalização da sociedade é composto por __ membro(s) eleitos em assembleia geral pelo periodo de
___ (___) anos.

Cláusula 11.ª
(Secretário de Sociedade)
A administração pode nomear secretário de sociedade, por um periodo nunca superior ao seu próprio mandato,
sempre que isso for do interesse da atividade social.

______ (local), __ de ______ de __

____________________________________________
*(assinaturas de todos os sócios ou seus representantes devidamente mandatados)

Anexos:
I. Nos termos do artigo 7.º n.º 3 alíena f) da nova Lei das Sociedades Comerciais a designação dos
administradores, do representante legal da sociedade, do(s) membro(s) do órgão de fiscalização e do
presidente e secretário da Assembleia Geral é obrigatória e deve constar de declaração anexa ao ato
constitutivo.
II. Nos termos do artigo 46.º n.º 2 da nova Lei das Sociedades Comerciais deve igualmente anexar-se
declaração escrita dos membros dos órgãos sociais aceitando exercer os cargos para que foram
designados.
III. Para efeitos de registo é ainda necessário anexar a documentação exigida pelas leis de registo comercial.

Notas:
(1) Identificação completa de todos os sócios e representantes. Os socios pessoas singulares identificam-se
indicando: nome completo, estado civil, regime de bens e nome do cônjuge se casados, morada completa e
número de identificação fiscal. Os sócios pessoas colectivas identificam-se indicando: firma ou denominação,
sede, tipo, capital social e número de indentificação fiscal. Os representantes identificam-se indicando: nome
completo, morada e número de identificação fiscal ou outro número de identificação válido.
(2) A firma das sociedades anónimas deve terminar com uma das seguintes expressões: «Sociedade Anónima» ou
«SA».
(3) Morada completa.
(4) Nome ou firma do sócio.
(5) Acrescentar alíneas até perfazer o número de sócios.
(6) O prazo máximo do mandato dos administradores é de 3 anos, salvo o disposto em legislação especial.

Série I, N.° 27 Quarta-Feira, 12 de Julho de 2017 Página 1237


Jornal da República Pg. 143 da Compilação

ANEXO II

MODELU I - BA HARII SOSIEDADE TUIR KUOTA (KA UNIPESOÁL TUIR KUOTA)

Aktu konstitutivu ba Sosiedade tuir Kuota

Ha’u(Ami) _____________________________________-
___________________________(1).

Deklara katak hakarak harii sosiedade komersiál tuir kuota ne’ebé sei la’o-tuir kláuzula
sira tuirmai:

Kláuzula 1ª
(Tipu Firma)
Sosiedade hili tipu sosiedade tuir kuota no firma naran «________, Lda/Unipesoál, Lda».
(2)

Kláuzula 2ª
(Sede)
Sosiedade harii nia Sede iha_________________________________________________
(3).

Kláuzula 3ª
(Objetu)
Sosiedade nia objetu sosiál maka
_______________________________________________.

Kláuzula 4ª
(Kapitál no entrada sira)
1. Kapitál sosiál maka ____________________USD (Dólar norte-amerikanu
_____________) .
2. Kapitál sosiál hafahe ba kuota ____(____), atribuída ba sósiu (sira):
a) ____________________________________________(4) kuota ida ho valór
_______________ USD (dólar norte-amerikanu _______).
b) __________________________________________________________________
(5)
3. Entrada hotu-hotu ho osan no realizadu kompletu ona.
4. Kontraente (sira) deklara ho (sira) nia responsabilidade, nu’udar sósiu no tuir Lei
Sosiedade Komersiál foun nia artigu 14.º, nr.2, katak nia (sira) realiza kompletu ona
kapitál sosiál ne’e.

Kláuzula 5ª
(Administrasaun)
1. Sosiedade sei iha administradór ida ka liu ida, konforme delibera iha asembleia jerál.

Série I, N.° 27 Quarta-Feira, 12 de Julho de 2017 Página 1238


Jornal da República Pg. 144 da Compilação

2. Ba naran kazu ida, sei presiza de’it administradór ida nia asinatura ba sosiedade nia
jestaun loron-loron.
3. Bainhira administrasaun iha membru nomeadu liu ida, tenke iha asinatura hosi maioría
atu bele reprezenta sosiedade iha aktu ne’ebé de’it ba akizisaun, onerasaun ka
dispozisaun bens imóvel sira, viatura automóvel no estabelesimentu komersiál sira, no
mos ba aktu pesoál ka reál sira.
4. Administradór sira sei nomeadu ba tempu indeterminadu no sira bele livremente
destituídu iha asembleia jerál la presiza justa kauza.

Kláuzula 6ª
(Sosiedade nia Sekretáriu)
Administrasaun bele nomeia sosiedade nia sekretáriu ida, kuandu iha interese ba atividade
sosiál.

_______(fatin), loron ___fulan_____tinan_____

____________________________________________
*(sósiu sira hotu-hotu ka sira-nia reprezentante mandatadu loloos hotu-hotu nia
asinatura)

Aneksu:
I. Tuir Lei Sosiedade Komersiál foun nia artigu 7.º, nr. 3, alínea f), obrigatóriu atu
nomeia sosiedade nia administradór (sira) no reprezentante legál no tenke hatama
deklarasaun aneksa ba aktu konstitutivu.
II. Tuir Lei Sosiedade Komersiál foun nia artigu 46.º, nr. 2 tenke aneksa mos órgaun
sosiál nia membru sira-nia deklarasaun hakerek katak sira simu kargu ne’ebé mak
dezigna ba sira.
III. Atu bele rejista tenke aneksa mos dokumentasaun siraeziji husi lei rejistu
komersiál.

Nota:
(1) Sósiu no reprezentante hotu-hotu nia identifikasaun kompletu. Sósiu sira pesoa-
singulár sei identifika sira-nia án ho: naran kompletu, estadu sivíl, rejime bens no
kaben nia naran kuandu kabena’in, hela-fatin kompletu no númeru identifikasaun fiskál
(TIN). Sósiu sira pesoa-koletiva sei identifika sira-nia án ho: firma ka naran, sede,
tipu, kapitál sosiál no númeru identifikasaun fiskál (TIN). Reprezentante sira identifika
sira-nia án hatudu: naran kompletu, hela-fatin no númeru identifikasaun fiskál (TIN)
ka númeru identifikasaun seluk válidu.
(2) Sosiedade tuir Kuota nia firma tenke remata ho expresaun sira tuirmai: «Limitada»,
«LDA», «Unipesoál, Limitada» ka «Unipesoál, LDA».
(3) Hela-fatin.
(4) Sósiu ka firma nia naran.
(5) Aumenta tan alínea to’o kompletu sósiu sira hotu.

Série I, N.° 27 Quarta-Feira, 12 de Julho de 2017 Página 1239


Jornal da República Pg. 145 da Compilação

MODELU II - BA HARII SOSIEDADE TUIR KUOTA (KA UNIPESOÁL TUIR KUOTA)

Aktu Konstitutivu ba Sosiedade tuir Kuota

Ha’u (Ami)
_______________________________________________________________(1).

Deklara hakarak harii sosiedade komersiál tuir kuota ne’ebé mak sei la’o-tuir kláuzula sira
tuirmai:

Kláuzula 1ª
(Tipu no Firma)
Sosiedade ne’e foti tipu sosiedade tuir kuota no firma ne’e « _________, Lda/unipesoál,
Lda». (2)

Kláuzula 2ª
(Sede)
1. Sosiedade harii nia sede iha_______________________________________________
(3).
2. Sosiedade nia sede bele muda de’it kuandu ho deliberasaun sosiál.

Kláuzula 3ª
(Objetu)
Sosiedade nia Objetu maka_______________________________________________.

Kláuzula 4ª
(Kapitál no entrada sira)
1. Kapitál sosiál maka ________USD (dólar norte-amerikanu__________).
2. Kapitál sosiál hafahe ba kuota _____(_____), atribuídu ba sósiu (sira):
a) A __________________(4) kuota ida ho valór ______USD (dólar norte-amerikanu
________).
b) __________________________________________________________________ (5)
3. Entrada hotu-hotu ho osan no realizadu kompletu ona.
4. Kontraente (sira) deklara expresamente ho ninia (sira-nia) responsabilidade, nu’udar
sósiu no tuir Lei Sosiedade Komersiál foun nia artigu 14.º, nr. 2, katak kapitál sosiál sira
realiza kompletu ona.

Kláuzula 5ª
(Prestasaun suplementár)
Asembleia jerál bele delibera atu sósiu sira halo prestasaun suplementár ba sosiedade, ho
proporsaun tuir sira-nia kuota, to’o montante globál ______USD.

Série I, N.° 27 Quarta-Feira, 12 de Julho de 2017 Página 1240


Jornal da República Pg. 146 da Compilação

Kláuzula 6ª
(Partisipasaun iha Asembleia-Jerál)
1. Sósiu (sira) bele haruka pesoa-singulár ruma ho kapasidade plena ba ezersísiu, atu
reprezenta nia (sira) iha Asembleia-Jerál, salak, lori nu’udar instrumentu ba
reprezentasaun voluntária, dokumentu ida hakerek asinadu hosi sósiu no diriji ba
prezidente meza.
2. Sósiu (sira) bele partisipa iha asembleia-jerál liu-husi meiu komunikasaun husi fatin
seluk, tuir regulamentu ne’ebé mak asembleia jerál aprova.

Kláuzula 7ª
(Administrasaun)
1. Sosiedade sei iha administradór ida ka liu ida, konforme delibera iha asembleia-jerál.
2. Oinsá de’it, sei presiza administradór ida de’it nia asinatura ba aktu jestaun loron-loron
sosiedade nian.
3. Bainhira administrasaun iha membru nomeadu liu ida, sei presiza maioria nia asinatura
atu bele reprezenta sosiedade iha aktu ne’ebé de’it ba akizisaun, onerasaun ka
dispozisaun bens imóveis, viatura automóvel no estabelesimentu komersiál sira, no mos
ba aktu garantia pesoál no reál sira.
4. Administradór sira hetan nomeasaun ba tempu indeterminadu no sira bele destituídu
livremente iha asembleia jerál la presiza justa kauza.

Kláuzula 8ª
(Órgaun ba Fiskalizasaun)
Sosiedade nia Órgaun Fiskalizasaun iha membru _____, eleitu iha asembleia jerál ba
períodu ezersísiu ida nian.

Kláuzula 9ª
(Sosiedade nia sekretáriu)
Administrasaun bele hatudu sosiedade nia sekretáriu ida, bainhira iha interese ba
atividade sosiál.

____(fatin), loron___fulan_______

____________________________________________
* (sósiu hotu-hotu ka sira-nia reprezentante mandatadu loloos nia asinatura)

Aneksu:
I. Tuir Lei Sosiedade Komersiál foun nia artigu 7.º, nr. 3, alínea f) obrigatóriu atu
hatudu no tenke mai ho deklarasaun aneksu ba aktu konstitutivu: sosiedade nia
administradór (sira), órgaun fiskalizasaun nia membru (sira), no reprezentante
legál.
II. Tuir Lei Sosiedade Komersiál foun nia artigu 46.º, nr. 2, tenke aneksa mos órgaun
sosiál nia membru sira-nia deklarasaun hakerek, deklara katak sira simu atu hala’o
kargu sira-ne’ebé mak hatudu ba sira.

Série I, N.° 27 Quarta-Feira, 12 de Julho de 2017 Página 1241


Jornal da República Pg. 147 da Compilação

I. Atu bele rejistu tenke aneksa mos dokumetasaun sira eziji husi lei rejistu
komersiál.

Nota:
(1) Sósiu no reprezentante hotu-hotu nia identifikasaun kompletu. Sósiu sira pesoa-
singulár sei identifika sira-nia án ho: naran kompletu, estadu sivíl, rejime bens no
kaben nia naran kuandu kabena’in, hela-fatin kompletu no númeru identifikasaun fiskál
(TIN). Sósiu sira pesoa-koletiva sei identifika sira-nia án ho: firma ka denominasaun,
sede, tipu, kapitál sosiál no númeru identifikasaun fiskál (TIN). Reprezentante sira
identifika sira-nia án hatudu: naran kompletu, hela-fatin no númeru identifikasaun
fiskál (TIN) ka númeru identifikasaun seluk válidu.
(2) Sosiedade sira tuir kuota nia sosiedade tenke remata ho expresaun sira tuirmai:
«Limitada», «LDA», «Unipessoal, Limitada» ka «Unipessoal, LDA».
(3) Hela-fatin.
(4) Sósiu ka firma nia naran.
(5) Aumenta tan alínea to’o kompletu sósiu sira hotu.

MODELU I - BA HARII SOSIEDADE ANÓNIMA

Aktu konstitutivu ba Sosiedade Anónima

Ha’u (Ami)
________________________________________________________________(1).

Deklara katak hakarak harii sosiedade komersiál anónima ida ne’ebé sei la’o-tuir kláuzula
sira tuir mai:

Kláuzula 1ª
(Tipu no Firma)
Sosiedade foti tipu sosiedade anónima no naran «_______________» (2).

Kláuzula 2ª
(Sede)
Sosiedade harii nia sede iha
_________________________________________________(3).

Kláuzula 3ª
(Objetu)
Sosiedade nia objetu sosiál maka
________________________________________________.

Série I, N.° 27 Quarta-Feira, 12 de Julho de 2017 Página 1242


Jornal da República Pg. 148 da Compilação

Kláuzula 4ª
(Kapitál no entradas)
1. Kapitál sosiál realiza tomak ho osan, maka ______USD (dólar norete amerikanu ____)
no hafahe ba asaun nominativu _____(______) ho valór nominál _____USD (dólar norte-
amerikanu _____) ida-ida.
2. Asaun sira sei subskrita husi sósiu fundadór sira ho proporsaun tuir mai:
a) Sósiu/a__________________(4) subskreve asaun ______(_______) ho valór globál
__________USD (dólar norte-amerikanu ______);
b)
_____________________________________________________________________(5)
3. Asaun hotu-hotu ordinária, integra kategoría ida de’it ne’ebé la fó direitu espesiál ruma
ba titulár sira.
4. Kontraente (sira) deklara expresamente ho ninia (sira-nia) responsabilidade, nu’udar
sósiu no tuir Lei Sosiedade Komersiál foun nia artigu 14.º, nr. 2, katak sira entrega tomak
kapitál sosiál.

Kláuzula 5ª
(Asembleia-Jerál)
1. Meza asembleia jerál iha prezidente ida no sekretáriu ida, eleitu tuir sósiu sira-nia
deliberasaun ba períodu tinan ____(___).
2. Bainhira Sosiedade iha sekretáriu, sei la presija hatudu sekretáriu ruma ba meza
hanesan temi iha númeru 1.

Kláuzula 6ª
(Órgaun Administrasaun)
1. Órgaun administrasaun iha membru ____ eleitu tuir sósiu (sira) nia deliberasaun ba
prazu tinan ____(____). (6)
2. Administradór nia remunerasaun sei determina iha asembleia-jerál no bele hetan
revizaun tinan-tinan konforme rezultadu sira aprezentadu ba tinan kotuk .

Kláuzula 7ª
(Órgaun ba Fiskalizasaun)
Sosiedade nia órgaun ba fiskalizasaun iha membru _____, eleitu iha asembeia jerál ba
períodu tinan ______(_____).

Kláuzula 8ª
(Sosiedade nia Sekretáriu)
Administrasaun bele nomeia sosiedade nia sekretáriu ida, ba períodu labele boot liu ninia
mandatu rasik, kuandu ida-ne’e tuir interese atividade sosiál nian.

______(fatin), loron_____fulan _____ ____

____________________________________________
* (sósiu hotu-hotu ka sira-nia reprezentante mandatadu loloos nia asinatura)

Série I, N.° 27 Quarta-Feira, 12 de Julho de 2017 Página 1243


Jornal da República Pg. 149 da Compilação

Aneksu:
I. Tuir Lei Sosiedade Komersiál foun nia artigu 7.º, nr. 3, alínea f), obrigatóriu atu
hatudu administradór sira, reprezentante legál sosiedade nian, membru sira órgaun
fiskalizasaun nian no prezidente no sekretáriu Asembleia Jerál nian, no tenke
konsta iha deklarasaun aneksa ba aktu konstitutivu.
II. Tuir Lei Sosiedade Komersiál foun nia artigu 46.º, nr. 2, tenke aneksa mos
deklarasaun hakerek hosi membru sira órgaun sosiál nian hodi dehan sira simu atu
hala’o knaar ne’ebé entrega ba sira.
III. Atu bele rejistu, tenke aneksa tan dokumentasaun sira eziji husi lei rejistu
komersiál.

Nota:
(1) Sósiu no reprezentante hotu-hotu nia identifikasaun kompletu. Sósiu sira pesoa-
singulár sei identifika sira-nia án ho: naran kompletu, estadu sivíl, rejime bens no
kaben nia naran kuandu kabena’in, hela-fatin kompletu no númeru identifikasaun fiskál
(TIN). Sósiu sira pesoa-koletiva sei identifika sira-nia án ho: firma ka denominasaun,
sede, tipu, kapitál sosiál no númeru identifikasaun fiskál (TIN). Reprezentante sira
identifika sira-nia án hatudu: naran kompletu, hela-fatin no númeru identifikasaun
fiskál (TIN) ka númeru identifikasaun seluk válidu.
(2) Sosiedade anónima sira nia firma tenke remata ho expresaun sira tuirmai: «Sosiedade
Anónima» ka «SA».
(3) Hela-fatin kompletu.
(4) Sósiu nia firma ka naran.
(5) Hatama tan alínea atu bele kompletu sósiu sira hotu.
(6) Prazu másimu ba administradór nia mandatu maka tinan 3, salak la dispoen iha
lejislasaun espesiál.

MODELU II - BA HARII SOSIEDADE ANÓNIMA

Aktu konstitutivu ba Sosiedade Anónima

Ha’u
(Ami)________________________________________________________________(1).

Deklara katak hakrak harii sosiedade komersiál anónima ne’ebé mak sei la’o-tuir kláuzula
sira tuirmai:

Kláuzula 1ª
(Tipu no Firma)
Sosiedade ne’e sei hili tipu sosiedae anónima no ho naran «_______________» (2).

Série I, N.° 27 Quarta-Feira, 12 de Julho de 2017 Página 1244


Jornal da República Pg. 150 da Compilação

Kláuzula 2ª
(Sede)
1. Sosiedade harii nia sede iha
_______________________________________________(3).
2. Sosieda nia sede bele de’it muda ho deliberasaun sosiál.

Kláuzula 3ª
(Objetu)
Sosiedade nia objetu sosiál maka
________________________________________________.

Kláuzula 4
(Kapitál no entradas)
1. Kapitál sosiál, realiza tomak ho osan, maka ______USD (dólar norte-amerikanu ____)
no hafahe ba asaun nominativu _______(______) ho valór nominál _____USD (dólar
norte-amerikanu ____) ida-ida.
2. Asaun sira subskrita hosi sósiu fundadór sira ho proporsaun hanesan tuirmai:
a) Sósiu/a ____________________(4) subkreve asaun ____(_____) ho valór globál
_______USD (dólar norte-amerikanu _____);
b)
_____________________________________________________________________(5)
3. Asaun hotu-hotu ordinária, integra kategoría ida de’it ne’ebé la fó direitu espesiál ruma
ba titulár sira.
4. Kontraente (sira) deklara expresamente tuir ninia (sira-nia) responsabilidade, nu’udar
sósiu no tuir Lei Sosiedade Komersiál foun nia artigu 14, nr. 2, katak sira realiza kompletu
kapitál sosiál.

Kláuzula 5ª
(Prestasaun suplementár)
Sósiu hotu-hotu obrigadu atu realiza prestasaun suplementár ba sosiedade, tuir
proporsaun ba sira ida-idak nia partisipasaun iha kapitál sosiál no hosi deliberasaun sosiál
prévia, to’o montante globál ________USD (dólar norte-amerikanu ________).

Kláuzula 6ª
(Kontratu ba Suprimentu)
Atu asina kontratu ba suprimentu ruma, ninia montante, prazu no juru, sei depende ba
deliberasaun sosiál prévia.

Kláuzula 7ª
(Emisaun obrigasaun)
Administrasaun bele delibera atu bele emite obrigasaun la konvertível to’o montante
________USD (dólar norte-amerikanu ________), la presiza autorizasaun prévia sósiu
sira-nian.

Série I, N.° 27 Quarta-Feira, 12 de Julho de 2017 Página 1245


Jornal da República Pg. 151 da Compilação

Kláuzula 8ª
(Asembleia-Jerál)
1. Asembleia nia Meza iha prezidente ida, sekretáriu ida, eleitu ho deliberasaun sósiu sira-
nian ba períodu tinan ___(___).
2. Bainhira iha ona Sekretáriu Sosiedade nian, la presiza nomeia sekretáriu ba meza,
hanesan hatete iha númeru 1.
3. Sei permiti sósiu sira atu partisipa iha asembleia-jerál liu hosi fatin dook liu-hosi meiu
komunikasaun, tuir regulamentu ne’ebé sei aprova iha asembleia-jerál.

Kláuzula 9ª
(Órgaun ba Administrasaun)
1. Órgaun ba Administrasaun iha membru _____, eleitu ho deliberasaun sósiu sira-nian ba
prazu tinan ___(___). (6)
2. Administradór (sira) nia remunerasaun sei determina iha asembleia-jerál no bele hetan
revizaun tinan-tinan konforme rezultadu sira ne’ebé aprezenta kona-ba tinan kotuk.
3. Sósiu (sira) bele hatudu administradór suplente, to’o númeru másimu na’in ___, no
ordem presedénsia tenke estabelese kedan iha deliberasaun eleisaun.
4. Órgaun ba fiskalizasaun mak iha kompeténsia, liu-hosi deliberasaun rejista iha akta, atu
deklara kuandu iha impedimentu ruma ba administradór eleitu no sei bolu administradór-
suplente atu bele hala’o knaar.

Kláuzula 10ª
(Órgaun ba Fiskalizasaun)
Sosiedade nia órgaun ba fiskalizasaun iha membru ____ eleitu iha asembleia-jerál ba
períodu tinan _____(____).

Kláuzula 11ª
(Sosiedade nia Sekretáriu)
Administrasaun bele nomeia ema ida ba sosiedade nia sekretáriu, ba períodu labele naruk-
liu ninia mandatu rasik, kuandu ida-ne’e tuir atvidade sosiál nia interese.

______(fatin), loron ___fulan________ ______

____________________________________________
* (asinatura sósiu hotu-hotu nian ka sira-nia reprezentante mandatadu loloos)

Aneksu:
I. Tuir Lei Sosiedade Komersiál foun nia artigu 7, nr. 3, alínea f), obrigatóriu atu
hatudu administradór sira, reprezentante legál sosiedade nian, membru sira órgaun
fiskalizasaun nian no prezidente no sekretáriu Asembleia Jerál nian, no tenke
konsta iha deklarasaun aneksa ba aktu konstitutivu.
II. Tuir Lei Sosiedade Komersiál foun nia artigu 46, nr. 2, tenke aneksa mos
deklarasaun hakerek hosi membru sira órgaun sosiál nian hodi dehan sira simu atu
hala’o knaar ne’ebé entrega ba sira.

Série I, N.° 27 Quarta-Feira, 12 de Julho de 2017 Página 1246


Jornal da República Pg. 152 da Compilação

I. Atu bele rejistu, tenke aneksa tan dokumentasaun sira eziji husi lei rejistu
komersiál.

Nota:
(1) Sósiu no reprezentante hotu-hotu nia identifikasaun kompletu. Sósiu sira pesoa-
singulár sei identifika sira-nia án ho: naran kompletu, estadu sivíl, rejime bens no
kaben nia naran kuandu kabena’in, hela-fatin kompletu no númeru identifikasaun fiskál
(TIN). Sósiu sira pesoa-koletiva sei identifika sira-nia án ho: firma ka denominasaun,
sede, tipu, kapitál sosiál no númeru identifikasaun fiskál (TIN). Reprezentante sira
identifika sira-nia án hatudu: naran kompletu, hela-fatin no númeru identifikasaun
fiskál (TIN) ka númeru identifikasaun seluk válidu.
(2) Sosiedade anónima sira-nia firma tenke remata ho expresaun sira tuir mai ida:
«Sociedade Anónima» ka «SA».
(3) Hela-fatin kompletu.
(4) Sósiu ka firma nia naran.
(5) Aumenta tan alínea seluk to’o kompleta sósiu sira hotu.
(6) Prazu másimu ba administradór sira-nia mandatu maka tinan 3, kuandu laiha
lejislasaun espesiál ruma hatete oin-seluk.

Série I, N.° 27 Quarta-Feira, 12 de Julho de 2017 Página 1247


Jornal da República Pg. 153 da Compilação

ANEXO III

TEMPLATE I - OF MEMORANDUM OF ASSOCIATION FOR LIMITED LIABILITY


QUOTA COMPANY (OR INDIVIDUAL LIMITED LIABILITY QUOTA COMPANY)

Incorporation of Limited Liability Quota Company

________________________________________________________________ (1).

Hereby declare their willingness to constitute a limited liability quota company which will
be governed by the following clauses:

Clause 1
(Type and Firm name)
The company shall adopt the type limited liability quota company and the firm
«_________________, Lda/Unipessoal, Lda»(2)

Clause 2
(Registered Office)
The company has its registered office located at ________________________ (3).

Clause 3
(Object)
The object of the company is___________________________________________.

Clause 4
(Capital and Contributions)
1. The company capital of the company is _______USD (_____ US Dollars).
2. The company capital is divided in _____ (______) quotas, allocated to the
partner(s):
a. ___________________________(4) a quota of _____USD (____ US Dollars).
b. ____________________________________________________________ (5)
3. Every capital contribution shall be in cash and fully paid up.
4. The contracting party(ies) shall expressly declare under their own responsibility, as
partner(s) and in accordance with article 14, paragraph 2 of the new Company
Law, that the share capital has been fully paid-up.

Clause 5
(Administration)
1. The company shall have one or more directors, as approved in general meeting.
2. In any case, one director’s signature shall be sufficient for the day-to-day
management of the company.

Série I, N.° 27 Quarta-Feira, 12 de Julho de 2017 Página 1248


Jornal da República Pg. 154 da Compilação

1. In case management board involves more than one designated member, signature of
the majority of directors shall be required to represent the company in any act of
procurement, taxation or disposal of real state, motor vehicles and commercial
establishments, as well as acts of personal or property guaranty.
2. Directors shall be appointed for an indefinite period and may be freely dismissed
without just cause at a general meeting.

Clause 6
(Secretary of the Company)
The management may appoint the secretary of the company, whenever it is in the interest of
social activity.

_____(place), ____of______ ______

____________________________________________
* (signatures of all members or their duly mandated representatives)

Annexes:
I. Under Article 7, paragraph 3, point f) of the new Company Law, the appointment of
director(s) and legal representative of the company is mandatory and shall be included
in a statement attached to the memorandum of association.
II. Pursuant to Article 46, paragraph 2 of the new Company Law, every incumbent of a
corporate body shall attach a declaration in writing, stating whether he or she accepts
to hold the position for which he or she has been nominated.
III. For registration purposes it is also necessary to attach the documentation required by
the commercial registration laws.

Remarks:
(1) Full identification of the entirety of company members and representatives. Private
person members identify themselves detailing: full name, marital status, matrimonial
property scheme and name of spouse if married, full address and tax identification
number. Legal person members are identified detailing: trade name or company name,
head office, type, share capital and tax identification number. Representatives are
identified indicating: full name, address and tax identification number or other valid
identification number.
(2) Limited liability quota companies firms shall end with one of the following expressions:
«Limitada», «LDA», «Unipessoal, Limitada» or «Unipessoal, LDA».
(3) Full address.
(4) Member name or firm.
(5) Add other points as required to complete the number of partners.

Série I, N.° 27 Quarta-Feira, 12 de Julho de 2017 Página 1249


Jornal da República Pg. 155 da Compilação

TEMPLATE II - FOR MEMORANDUM OF ASSOCIATION OF LIMITED LIABILITY


QUOTA COMPANY (OR INDIVIDUAL LIMITED LIABILITY QUOTA COMPANY)

Incorporation of Limited Liability Quota Company

_________________________________________________________________(1).

Declare their willingness to constitute a commercial company which will be governed by


the following clauses:

Clause 1
(Type and Firm name)
The company shall adopt limited liability quota company type and the firm
«_________________, Lda / Unipessoal, Lda». (2)

Clause 2
(Registered Office)
1. The registered office of the Company is located at _____________________ (3).
2. The registered office of the Company may only be altered by partners deliberation.

Clause 3
(Object)
The object of the company is to _________________________________________.

Clause 4
(Capital and Contributions)
1. The company capital is ___________USD (_________US Dollars) .
2. The company capital is divided into _____ (_____) quotas, allocated to partner(s):
a) A ___________________(4) a quota to the value of _____USD (____US Dollars) .
b) ______________________________________________________________ (5)
3. All entries shall be in cash and fully paid-out.
4. The contracting party(ies) expressly state under their own responsibility, as members
of the company and in accordance with article 14, paragraph 2 of new Company Law, that
capital has been paid-out.

Clause 5
(Supplementary Contributions)
The general meeting may decide partners to undertake supplementary contributions to the
company, in proportion to its quota, up to a total amount of ________USD.

Clause 6
(Participation in the general shareholders meeting)
1. Partners may be represented at the General Meeting by any natural person provided
that they are entitled to exercise rights, being considered sufficient as voluntary

Série I, N.° 27 Quarta-Feira, 12 de Julho de 2017 Página 1250


Jornal da República Pg. 156 da Compilação

instrument of representation a written document signed by the partner and addressed to


the president of the board of the general meeting.
2. Partner shall be allowed to participate in the general assembly meeting by means of
distance communication, in accordance with regulations to be approved at general
assembly meeting.

Clause 7
(Administration)
1. The company shall have one or more directors, as decided by the general meeting.
2. In any case, the signature of one administrator shall be sufficient for the Company
routine management instruments.
3. If management involves more than one designated member, the signature of the
majority of directors shall be required in order to represent the company in any act of
procurement, taxation or disposal of real state, motor vehicles and commercial
establishments, as well as acts of personal or property guaranty.
4. Directors shall be appointed for an indefinite period and may be freely dismissed
without just cause at a general meeting.

Clause 8
(Supervisory Body)
The supervisory board of the company is composed of____ members elected by the
general assembly meeting for one exercise period.

Clause 9
(Secretary of the Company)
Management shall appoint a secretary of the company, where this is in the interest of
social activity.

_____(place), ___of ____ _____

____________________________________________
* (signatures of all members or their duly authorized representatives)

Annexes:
I. Under Article 7, paragraph 3, point f) of the new Company Law the appointment of
director(s), member(s) of the supervisory board and the legal representative of the
company is mandatory and shall consist of declaration annexed to the memorandum
of association.
II. Pursuant to Article 46, paragraph 2 of the new Company Law, every incumbent of a
corporate body shall attach a declaration in writing, stating whether he or
III. For registration purposes it is also necessary to attach the documentation required
by the commercial registration laws.

Série I, N.° 27 Quarta-Feira, 12 de Julho de 2017 Página 1251


Jornal da República Pg. 157 da Compilação

Remarks:
(1) Full identification of the entirety of company members and representatives. Private
person members identify themselves detailing: full name, marital status, matrimonial
property scheme and name of spouse if married, full address and tax identification
number. Legal person members are identified detailing: trade name or company name,
head office, type, share capital and tax identification number. Representatives are
identified indicating: full name, address and tax identification number or other valid
identification number.
(2) Limited liability quota company firms shall end with one of the following expressions:
«Limitada», «LDA», «Unipessoal, Limitada» ou «Unipessoal, LDA».
(3) Full address.
(4) Shareholder name or firm.
(5) Add other points as required to complete the number of members.

TEMPLATE I - FOR INCORPORATION OF STOCK CORPORATION

Incorporation of Stock Corporation

_________________________________________________________________(1).

Declare their willingness to constitute a Stock Corporation which will be governed by the
following clauses:

Clause 1
(Type and Firm name)
The Company shall adopt aStock Corporation type of company and the firm
«_______________» (2).

Clause 2
(Registered Office)
The Company registered office is located at_____________________________(3).

Clause 3
(Object)
The object of the company is to ________________________________________.

Clause 4
(Capital and contributions)
1. The share capital, fully paid in cash, is _____USD (____US dollars) and is divided into
____(____) registered shares with a nominal value of ___USD (____US dollars) each.
2. The shares are subscribed by the founding members in the following proportions:
a) Member ______________(4) subscribes ____ (_____) shares with a total value of
_____USD (____US dollars);

Série I, N.° 27 Quarta-Feira, 12 de Julho de 2017 Página 1252


Jornal da República Pg. 158 da Compilação

b) _______________________________________________________________(5)
3. All shares are common shares, integrating a single category that does not confer any
special rights to their holders.
4. The contracting parties expressly state under its responsibility, as members and for the
purposes of Article 14, paragraph 2 of the new Company Law, that the share capital has been
fully paid.

Clause 5
(General Assembly Meeting)
1. The board of general assembly is composed of a chairman and a secretary, elected by
resolution of the shareholders for a period of ______ (___) years.
2. In case there is a Secretary of the Company, the appointment of board secretary referred to
in paragraph 1 shall be waived.

Clause 6
(Management Board)
1. The Management board consists of ___ member(s) elected by shareholders resolution for a
period of ___ (___) years. (6)
2. Director's remuneration is determined by the general assembly meeting and may be
reviewed annually based on previous year results presented.

Clause 7
(Supervisory Board)
The supervisory board of the company consists of ___ member(s) elected by the general
assembly meeting for a period of ___ (____) years.

Clause 8
(Secretary of the Company)
Management may appoint a Company secretary, for a period which shall not exceed its own
mandate, whenever it is in the interest of social activity.

_______(place), ____of _____ _____

____________________________________________
* (signatures of all members or their duly authorized representatives)

Annexes:
I. Under Article 7, paragraph 3, point f) of the new Company Law the appointment of
director(s), member(s) of the supervisory board and the legal representative of the
company is mandatory and shall include statement annexed to the incorporation
instrument.
II. Pursuant to Article 46, paragraph 2 of the new Company Law, every incumbent of a
corporate body shall attach a declaration in writing, stating whether he or she accepts to
hold the position for which he or she has been nominated.

Série I, N.° 27 Quarta-Feira, 12 de Julho de 2017 Página 1253


Jornal da República Pg. 159 da Compilação

I. For registration purposes it is also necessary to attach the documentation required


by the commercial registration laws.

Remarks:
(1) Full identification of the entirety of company members and representatives. Private
person members identify themselves detailing: full name, marital status, matrimonial
property scheme and name of spouse if married, full address and tax identification
number. Legal person members are identified detailing: trade name or company name,
head office, type, share capital and tax identification number. Representatives are
identified indicating: full name, address and tax identification number or other valid
identification number.
(2) Stock Corporation firm shall end with one of the following expressions:
«SociedadeAnónima» or «SA».
(3) Full address.
(4) Member name or firm.
(5) Add additional points whenever required to complete all members.
(6) The maximum term of the mandate of directors is three years, unless otherwise
specified in special legislation.

TEMPLATE II- FOR MEMORANDUM OF ASSOCIATION OF STCOK CORPORATION

Memorandum of Association of Stock Corporation

_________________________________________________________________(1).

Declare their willingness to constitute a Stock Corporation which will be governed by the
following clauses:

Clause 1
(Type and Firm)
The Company shall adopt the type of Stock Corporation and the firm «___________» (2).

Clause 2
(Registered Office)
1. The company registered office is located at ___________________________(3).
2. The company registered office shall only be altered by corporate decision.

Clause 3
(Object)
The object of the Company is to_________________________________________.

Série I, N.° 27 Quarta-Feira, 12 de Julho de 2017 Página 1254


Jornal da República Pg. 160 da Compilação

Clause 4
(Capital and Contributions)
1. The share capital, fully paid in cash, is _____USD (____US dollars) and is divided into
____(____) registered shares with a nominal value of ___USD (____US dollars) each.
2. The shares are subscribed by the founding members in the following proportions:
a) Member ______________(4) subscribes ____ (_____) shares with a total value of
_____USD (____US dollars);
b) _______________________________________________________________(5)
3. All shares are common shares, integrating a single category that does not confer any
special rights to their holders.
4. The contracting parties expressly state under their own responsibility, as members and
for the purposes of Article 14, paragraph 2 of the new Company Law, that the share
capital has been fully paid.

Clause 5
(Supplementary Contributions)
All members are required to undertake supplementary contributions to the company in
proportion to their respective share in the capital and upon prior corporate decision up to
a total amount of USD __________ (_____________ US dollars).

Clause 6
(Supply contracts)
Signing of supply contracts, their amount, term and interest, shall depend on prior
corporate decision.

Clause 7
(Issue of bonds)
Management may decide to issue non-convertible bonds up to the amount of
________________ USD (_____________ US dollars), without prior approval of the
shareholders.

Clause 8
(General Assembly Meeting)
1. The board of general assembly is composed of a chairperson and a secretary, elected
by resolution of the shareholders for a period of __ (___) years.
2. If there is a Secretary of the Company, the appointment of board secretary referred to
in paragraph 1 shall be waived.
3. Shareholders are allowed to participate in the general assembly meeting by means of
distance communication, in accordance with regulations to be approved at general
assembly meeting.

Clause 9
(Board of Directors)
1. The Board of Directors consists of ___ members elected by resolution of the
shareholders for a period of ___ (___) years. (6)

Série I, N.° 27 Quarta-Feira, 12 de Julho de 2017 Página 1255


Jornal da República Pg. 161 da Compilação

2. The remuneration of directors is determined at the general assembly meeting and may
be reviewed annually based on previous year results presented.
3. Shareholder(s) shall appoint substitute Company directors, up to maximum of ___,
whose order of precedence shall be established in the decision for election.
4. It is for the supervisory board, by deliberation registered in minutes, to declare the
existence of definitive impediment of the elected director and to call the substitute to act
as director.

Clause 10
(Supervisory Board)
The supervisory board of the company consists of ___ member(s) elected by the general
assembly meeting for a period of ____(___) years.

Clause 11
(Secretary of the Company)
Management shall appoint a Company secretary, for a period which shall not exceed its
own mandate, whenever it is in the interest of social activity.

____ (place), ____ of _____ ____

____________________________________________
* (signatures of all members or their duly authorized representatives)

Annexes:
I. Under Article 7, paragraph 3, point f) of the new Company Law the appointment of
director(s), member(s) of the supervisory board and the legal representative of the
company is mandatory and shall include statement annexed to the incorporation
instrument.
II. Pursuant to Article 46, paragraph 2 of the new Company Law, every incumbent of a
corporate body shall attach a declaration in writing, stating whether he or she
accepts to hold the position for which he or she has been nominated.
III. For registration purposes it is also necessary to attach the documentation required
by the commercial registration laws.

Remarks:
(1) Full identification of the entirety of company members and representatives. Private
person members identify themselves detailing: full name, marital status, matrimonial
property scheme and name of spouse if married, full address and tax identification
number. Legal person members are identified detailing: trade name or company name,
head office, type, share capital and tax identification number. Representatives are
identified indicating: full name, address and tax identification number or other valid
identification number.
(2) The firm of public limited companies must end with one of the following expressions
«SociedadeAnónima» or «SA».
(3) Full address.

4) Member name or firm.


5) Add other points as requires in order to complete all members.
6) The maximum term of directors’ mandate is three years, unless otherwise specified in
special legislation.

Série I, N.° 27 Quarta-Feira, 12 de Julho de 2017 Página 1256


Jornal da República Pg. 162 da Compilação

DECRETO DO GOVERNO N.º 27/2017 sociedades comerciais, nos termos e para os efeitos dos n.º 2
a 5 do artigo 71.º da Lei n.º 10/2017, de 17 de maio, (Nova Lei
de 12 de Julho das Sociedades Comerciais).

FIXA OS CRITÉRIOS PARA A OBRIGATORIEDADE Artigo 2.º


DE ORGÃO DE FISCALIZAÇÃO OU AUDITOR (Conselho Fiscal nas Sociedades Anónimas)
EXTERNO NAS SOCIEDADES COMERCIAIS
1. As sociedades anónimas que durante o exercício anual
atinjam um volume de receitas igual ou superior a usd
A Lei n.º 10/2017, de 17 de maio, que aprova a nova Lei das
$5,000,000 (cinco milhões de dólares norte americanos)
Sociedades Comerciais, veio introduzir uma profunda alteração
ao quadro legal vigente, revogando integralmente a Lei n.º 4/ estão obrigadas a nomear um conselho fiscal e alterar os
2004, sobre Sociedades Comerciais, com o fim de estabelecer respectivos estatutos no prazo de 90 dias a contar da data
um regime jurídico regra estável para todos os tipos especiais da aprovação das contas onde tal montante de faturação
de sociedades comerciais que se venham a criar no futuro. seja apurado.

No âmbito dos fins desta reforma do quadro legal aplicável às 2. A obrigação prevista no número anterior cessa se, durante
sociedades comerciais avulta a simplificação do respectivo três exercícios consecutivos, o volume de receitas
regime legal, que se reflete na diminuição dos tipos legais, constante das contas aprovadas for inferior ao valor
eliminação das acções ao portador, simplificação do regime referido no número anterior.
das sociedades por quotas, e na tipificação de um conjunto de
atos e documentos. Artigo 3.º
(Órgão de fiscalização nas Sociedades por Quotas)
Nesse sentido, o n.º 3 do artigo 71.º da nova Lei das Sociedades
Comerciais prevê que devem ter conselho fiscal as sociedades
1. As sociedades por quotas que durante o exercício anual
anónimas que ultrapassem em número de sócios, capital social,
atinjam um volume de receitas igual ou superior a usd
valor de balanço ou volume de receitas os limites fixados por
$2,000,000 (dois milhões de dólares norte americanos) estão
decreto do Governo
obrigadas a nomear órgão de fiscalização e alterar os
O mesmo preceito legal prevê, também, que devem ter fiscal respectivos estatutos no prazo de 90 dias a contar da data
único ou conselho fiscal as sociedades por quotas que da aprovação das contas onde tal montante de faturação
ultrapassem em número de sócios, capital social, valor de seja apurado.
balanço ou volume de receitas os limites fixados por decreto
do Governo. 2. A obrigação prevista no número anterior cessa se, durante
três exercícios consecutivos, o volume de receitas
Acrescentando o n.º 5 do mesmo artigo que este Decreto do constante das contas aprovadas for inferior ao valor
Governo pode igualmente definir critérios nos termos dos quais referido no número anterior.
a sociedade por quotas pode nomear auditor externo.
Artigo 4.º
Estas normas visam, por um lado, simplificar o regime jurídico (Auditor Externo)
das micro e pequenas empresas, libertando-as do custo
inerente à manutenção de um órgão fiscal e, por outro, flexibilizar
1. As sociedades por quotas que atinjam os critérios previstos
o regime legal dando liberdade ao Governo para a sua
no n.º 1 do artigo anterior mas não ultrapassem o volume
permanente atualização em função da evolução do sector
de faturação de usd $5,000,000 (cinco milhões de dólares
privado da economia através de um mero ato regulamentar.
norte americanos) podem nomear um auditor externo em
Assim, alternativa ao órgão de fiscalização.

O Governo decreta, ao abrigo do previsto no artigo 71.º da Lei 2. Compete aos sócios deliberar sobre a nomeação do auditor
n.º 10/2017, de 17 de maio (Nova Lei das Sociedades nos termos do número anterior.
Comerciais), para valer como regulamento, o seguinte:
Artigo 5.º
Artigo 1.º (Entrada em vigor)
(Objecto)
O presente decreto entra em vigor na mesma data da Lei n.º 10/
O presente decreto regulamenta a obrigatorietade de existência 2017, de 17 de maio, que aprova a Nova Lei das Sociedades
e composição do órgão de fiscalização ou auditor externo nas Comerciais.
Série I, N.° 27 Quarta-Feira, 12 de Julho de 2017 Página 1227
Jornal da República Pg. 163 da Compilação

Aprovado em Conselho de Ministros em 27 de junho de 2017. Acresce que, a aprovação de uma versão em tétum visa facilitar
o acesso à actividade comercial dos pequenos empresários
timorenses que não dominam a lingua portuguesa; já a
aprovação de uma tradução em inglês visa promover o
Publique-se. investimento privado estrangeiro, tornando o processo de
constituição de sociedade mais claro para estes.

O Governo decreta, ao abrigo do previsto nos n.º 8 e 9 do


artigo 7.º da Lei n.º 10/2017, de 17 de maio, (Nova Lei das
O Primeiro Ministro, Sociedades Comerciais), para valer como regulamento, o
seguinte:

Artigo 1.º
___________________ (Âmbito)
Dr.Rui Maria de Araújo
O presente decreto aprova os modelos de atos constitutivos
de sociedades comerciais, e respectivas traduções oficiais,
nos termos e para os efeitos do disposto nos n.º 7 e 8 do artigo
7.º da Lei n.º 10/2017, de 17 de maio (Nova Lei das Sociedades
Comerciais.
O Ministro de Estado Coordenador dos Assuntos Económicos,
Artigo 2.º
(Modelos de Atos constitutivo)

__________________________ Para os efeitos dos n.º 7 e 8 do artigo 7.º (Nova Lei das
Eng. Estanislau Aleixo da Silva Sociedades Comerciais), aprovam-se os modelos de atos
constitutivos de sociedades por quotas e sociedades anónimas
em português, reproduzidos no Anexo I ao presente diploma e
do qual faz parte integrante:

a) Modelo I de ato constitutivo de sociedade por quotas (ou


unipessoal por quotas);

b) Modelo II de ato constitutivo de sociedade por quotas (ou


unipessoal por quotas);

DECRETO DO GOVERNO N .º 28/2017 c) Modelo I de ato constitutivo de sociedade anónima;

de 12 de Julho d) Modelo II de ato constitutivo de sociedade anónima.

MODELOS DE ATOS CONSTITUTIVOS DE Artigo 3.º


SOCIEDADES COMERCIAIS (Versões em tétum e traduções para inglês)

1. Para os efeitos dos n.º 7 e 8 do artigo 7.º da Nova Lei das


A Lei n.º 10/2017, de 17 de maio, que aprova a nova Lei das Sociedades Comerciais, aprovam-se as versões em tétum e
Sociedades Comerciais, veio introduzir uma profunda alteração traduções para inglês dos modelos de atos constitutivos
ao quadro legal vigente, revogando integralmente a Lei n.º 4/ de sociedades por quotas e sociedades anónimas
2004, sobre Sociedades Comerciais, com o fim de estabelecer aprovados no artigo anterior, que são reproduzidas nos
um regime jurídico regra estável para todos os tipos especiais Anexo II e III ao presente diploma, do qual faz parte
de sociedades comerciais que se venham a criar no futuro. integrante.

No âmbito dos fins desta reforma do quadro legal aplicável às 2. O exemplar do ato constitutivo assinado e entregue para
sociedades comerciais avulta a simplificação do respectivo efeitos de registo comercial é a versão em português ou
regime legal, que se reflete na diminuição dos tipos legais, tétum.
eliminação das acções ao portador, simplificação do regime
das sociedades por quotas, e na tipificação de um conjunto de 3. As traduções para a língua inglesa são meramente
atos e documentos. informativas e não serão aceites para fins de registo
comercial.
Nesse sentido, o n.º 9 do artigo 7.º da nova Lei das Sociedades
Comerciais prevê que os modelos de ato constitutivo são 4. Em caso de dúvida na interpretação das cláusulas dos atos
aprovados por decreto do Governo, sem prejuízo de os sócios constitutivos prevalece a versão portuguesa.
poderem optar por redigir o seu próprio ato constitutivo.
Série I, N.° 27 Quarta-Feira, 12 de Julho de 2017 Página 1228
Pg. 164 da Compilação
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Industrial Padrão Internacional (ISIC)

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AGRICULTURA, PRODUÇÃO ANIMAL, CAÇA, PREPARAÇÃO E CONSERVAÇÃO DE PEIXES,
102
FLORESTA, PESCA E AQUICULTURA CRUSTÁCEOS E MOLUSCOS
AGRICULTURA, PRODUÇÃO ANIMAL, CAÇA E ATIVIDADES DOS PREPARAÇÃO E CONSERVAÇÃO DE FRUTOS E DE
103
SERVIÇOS RELACIONADOS PRODUTOS HORTÍCOLAS
011 CULTURAS TEMPORÁRIAS PRODUÇÃO DE ÓLEOS E GORDURAS ANIMAIS E
104
012 CULTURAS PERMANENTES VEGETAIS
CULTURA DE MATERIAIS DE PROPAGAÇÃO 105 INDÚSTRIA DE LACTICÍNIOS
013 TRANSFORMAÇÃO DE CEREAIS E LEGUMINOSAS;
VEGETATIVA
014 PRODUÇÃO ANIMAL 106 FABRICAÇÃO DE AMIDOS, DE FÉCULAS E DE
AGRICULTURA E PRODUÇÃO ANIMAL PRODUTOS AFINS
015 FABRICAÇÃO DE PRODUTOS DE PADARIA E
COMBINADAS 107
ATIVIDADES DOS SERVIÇOS RELACIONADOS OUTROS PRODUTOS À BASE DE FARINHA
016 COM A AGRICULTURA E COM A PRODUÇÃO FABRICAÇÃO DE OUTROS PRODUTOS
108
ANIMAL ALIMENTARES
017 CAÇA E SERVIÇOS RELACIONADOS 109 FABRICAÇÃO DE ALIMENTOS PARA ANIMAIS
110 INDÚSTRIA DAS BEBIDAS
SILVICULTURA E EXPLORAÇÃO FLORESTAL
120 INDÚSTRIA DO TABACO
SILVICULTURA E OUTRAS ATIVIDADES
021 FABRICAÇÃO DE TÊXTEIS
FLORESTAIS
022 EXPLORAÇÃO FLORESTAL 131 PREPARAÇÃO E FIAÇÃO DE FIBRAS TÊXTEIS
COLETA DE PRODUTOS FLORESTAIS NÃO- 132 TECELAGEM DE TÊXTEIS
023 133 ACABAMENTO DE TÊXTEIS
MADEIREIROS
ATIVIDADES DOS SERVIÇOS RELACIONADOS 139 FABRICAÇÃO DE OUTROS TÊXTEIS
024 COM A SILVICULTURA E EXPLORAÇÃO INDÚSTRIA DO VESTUÁRIO
FLORESTAL CONFECÇÃO DE ARTIGOS DE VESTUÁRIO,
141
PESCA E AQUICULTURA EXCEPTO ARTIGOS DE PELES COM PÊLO
031 PESCA 142 FABRICAÇÃO DE ARTIGOS DE PELES COM PÊLO
032 AQUICULTURA 143 FABRICAÇÃO DE ARTIGOS DE MALHA
ATIVIDADES DOS SERVICEOS RELACIONADOS INDÚSTRIA DO COURO E DOS PRODUTOS DO COURO
034
COM A PESCA E AQUICULTURA CURTIMENTA E ACABAMENTO DE PELES SEM
INDÚSTRIA EXTRATIVAS PÊLO E COM PÊLO; FABRICAÇÃO DE ARTIGOS DE
151
EXTRAÇÃO DE HULHA E LENHITE VIAGEM E DE USO PESSOAL, DE
051 EXTRAÇÃO DE HULHA MARROQUINARIA, DE CORREEIRO E DE SELEIRO
052 EXTRAÇÃO DE LENHITE 152 INDÚSTRIA DO CALÇADO
EXTRAÇÃO DE PETRÓLEO E GÁS NATURAL INDÚSTRIAS DA MADEIRA E DA CORTIÇA E SUAS OBRAS, EXCEPTO
061 EXTRAÇÃO DE PETRÓLEO MOBILIÁRIO; FABRICAÇÃO DE OBRAS DE CESTARIA E DE
062 EXTRAÇÃO DE GÁS NATURAL ESPARTARIA
EXTRAÇÃO E PREPARAÇÃO DE MINERAIS METÁLICOS SERRAÇÃO, APLAINAMENTO E IMPREGNAÇÃO
161
DA MADEIRA
EXTRAÇÃO E PREPARAÇÃO DE MINERAIS DE
071 FABRICAÇÃO DE ARTIGOS DE MADEIRA, DE
FERRO
162 CORTIÇA, DE ESPARTARIA E DE CESTARIA,
EXTRAÇÃO E PREPARAÇÃO DE MINERAIS
072 EXCEPTO MOBILIÁRIO
METÁLICOS NÃO FERROSOS
OUTRAS INDÚSTRIAS EXTRATIVAS FABRICAÇÃO DE PASTA, DE PAPEL, DE CARTÃO E SEUS ARTIGOS
170 FABRICAÇÃO DE PAPEL E SEUS ARTIGOS
081 EXTRAÇÃO DE PEDRA, AREIA E ARGILA
FABRICAÇÃO DE PASTA, DE PAPEL E CARTÃO
089 INDÚSTRIAS EXTRACTIVAS, N.E. 171
(EXCEPTO CANELADO)
ATIVIDADES DOS SERVIÇOS RELACIONADOS COM AS INDÚSTRIAS
FABRICAÇÃO DE PAPEL E DE CARTÃO
EXTRATIVAS
172 CANELADOS E DE ARTIGOS DE PAPEL E DE
ATIVIDADES DOS SERVIÇOS RELACIONADOS CARTÃO
091 COM A EXTRAÇÃO DE PETRÓLEO E GÁS,
IMPRESSÃO E REPRODUÇÃO DE SUPORTES GRAVADOS
EXCEPTO A PROSPECÇÃO
IMPRESSÃO E ATIVIDADES DOS SERVIÇOS
OUTRAS ATIVIDADES DOS SERVIÇOS 181
RELACIONADOS COM A IMPRESSÃO
099 RELACIONADOS COM AS INDÚSTRIAS
182 REPRODUÇÃO DE SUPORTES GRAVADOS
EXTRACTIVAS
INDÚSTRIAS TRANSFORMADORAS FABRICAÇÃO DE COQUE, PRODUTOS PETROLÍFEROS REFINADOS E
INDÚSTRIAS ALIMENTARES DE AGLOMERADOS DE COMBUSTÍVEIS
ABATE DE ANIMAIS, PREPARAÇÃO E 191 FABRICAÇÃO DE PRODUTOS DE COQUERIA
101 CONSERVAÇÃO DE CARNE E DE PRODUTOS À
BASE DE CARNE

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Serviços de Registo e Verificação de Empresários / Direcção Nacional de Impostos Domésticos – Governo de Timor-Leste
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FABRICAÇÃO DE PRODUTOS PETROLÍFEROS FABRICAÇÃO DE PRODUTOS METÁLICOS, EXCEPTO MÁQUINAS E
192 REFINADOS E DE AGLOMERADOS DE EQUIPAMENTOS
COMBUSTÍVEIS FABRICAÇÃO DE ELEMENTOS DE CONSTRUÇÃO
FABRICAÇÃO DE PRODUTOS QUÍMICOS E DE FIBRAS SINTÉTICAS 251
EM METAL
OU ARTIFICIAIS, EXCEPTO PRODUTOS FARMACÊUTICOS FABRICAÇÃO DE RESERVATÓRIOS, RECIPIENTES,
FABRICAÇÃO DE PRODUTOS QUÍMICOS DE BASE, 252 CALDEIRAS E RADIADORES METÁLICOS PARA
ADUBOS E COMPOSTOS AZOTADOS, MATÉRIAS AQUECIMENTO CENTRAL
201
PLÁSTICAS E BORRACHA SINTÉTICA, SOB FABRICAÇÃO DE GERADORES DE VAPOR
FORMAS PRIMÁRIAS 253 (EXCEPTO CALDEIRAS PARA AQUECIMENTO
FABRICAÇÃO DE PESTICIDAS E DE OUTROS CENTRAL)
202
PRODUTOS AGROQUÍMICOS 254 FABRICAÇÃO DE ARMAS E MUNIÇÕES
FABRICAÇÃO DE TINTAS, VERNIZES E PRODUTOS FABRICAÇÃO DE PRODUTOS FORJADOS,
203
SIMILARES; MASTIQUES; TINTAS DE IMPRESSÃO 255 ESTAMPADOS E LAMINADOS; METALURGIA DOS
FABRICAÇÃO DE SABÕES E DETERGENTES, PÓS
204 PRODUTOS DE LIMPEZA E DE POLIMENTO, TRATAMENTO E REVESTIMENTO DE METAIS;
256
PERFUMES E PRODUTOS DE HIGIENE ATIVIDADES DE MECÂNICA GERAL
205 FABRICAÇÃO DE OUTROS PRODUTOS QUÍMICOS FABRICAÇÃO DE CUTELARIA, FERRAMENTAS E
257
FABRICAÇÃO DE FIBRAS SINTÉTICAS OU FERRAGENS
206 FABRICAÇÃO DE OUTROS PRODUTOS
ARTIFICIAIS 259
FABRICAÇÃO DE PRODUTOS FARMACÊUTICOS DE BASE E DE METÁLICOS
PREPARAÇÕES FARMACÊUTICAS FABRICAÇÃO DE EQUIPAMENTOS INFORMÁTICOS, EQUIPAMENTO
FABRICAÇÃO DE PRODUTOS FARMACÊUTICOS PARA COMUNICAÇÕES E PRODUTOS ELECTRÓNICOS E ÓPTICOS
211 FABRICAÇÃO DE COMPONENTES E DE PLACAS,
DE BASE 261
212 FABRICAÇÃO DE PREPARAÇÕES FARMACÊUTICAS ELECTRÓNICOS
FABRICAÇÃO DE ARTIGOS DE BORRACHA E DE MATÉRIAS FABRICAÇÃO DE COMPUTADORES E DE
262
EQUIPAMENTO PERIFÉRICO
PLÁSTICAS
FABRICAÇÃO DE APARELHOS E EQUIPAMENTOS
221 FABRICAÇÃO DE ARTIGOS DE BORRACHA 263
PARA COMUNICAÇÕES
FABRICAÇÃO DE ARTIGOS DE MATÉRIAS
222 FABRICAÇÃO DE RECEPTORES DE RÁDIO E DE
PLÁSTICAS 264
TELEVISÃO E BENS DE CONSUMO SIMILARES
FABRICO DE OUTROS PRODUTOS MINERAIS NÃO METÁLICOS FABRICAÇÃO DE INSTRUMENTOS E APARELHOS
231 FABRICAÇÃO DE VIDRO E ARTIGOS DE VIDRO 265 DE MEDIDA, VERIFICAÇÃO E NAVEGAÇÃO;
FABRICAÇÃO DE PRODUTOS CERÂMICOS RELÓGIOS E MATERIAL DE RELOJOARIA
232
REFRATÁRIOS FABRICAÇÃO DE EQUIPAMENTOS DE RADIAÇÃO,
FABRICAÇÃO DE PRODUTOS CERÂMICOS PARA A 266
233 ELECTROMEDICINA E ELECTROTERAPÊUTICO
CONSTRUÇÃO FABRICAÇÃO DE INSTRUMENTOS E DE
FABRICAÇÃO DE OUTROS PRODUTOS DE 267
234 EQUIPAMENTOS ÓPTICOS E FOTOGRÁFICOS
PORCELANA E CERÂMICOS NÃO REFRACTÁRIOS FABRICAÇÃO DE SUPORTES DE INFORMAÇÃO
235 FABRICAÇÃO DE CIMENTO, CAL E GESSO 268
MAGNÉTICOS E ÓPTICOS
FABRICAÇÃO DE PRODUTOS DE BETÃO, GESSO E FABRICAÇÃO DE EQUIPAMENTO ELÉCTRICO
236
CIMENTO FABRICAÇÃO DE MOTORES, GERADORES E
SERRAGEM, CORTE E ACABAMENTO DE ROCHAS TRANSFORMADORES ELÉCTRICOS E FABRICAÇÃO
237 ORNAMENTAIS E DE OUTRAS PEDRAS DE 271
DE MATERIAL DE DISTRIBUIÇÃO E DE CONTROLO
CONSTRUÇÃO PARA INSTALAÇÕES ELÉCTRICAS
FABRICAÇÃO DE PRODUTOS ABRASIVOS E DE 272 FABRICAÇÃO DE ACUMULADORES E PILHAS
239
OUTROS PRODUTOS MINERAIS NÃO METÁLICOS FABRICAÇÃO DE FIOS E CABOS ISOLADOS E SEUS
INDÚSTRIAS METALÚRGICAS DE BASE 273
ACESSÓRIOS
241 SIDERURGIA E FABRICAÇÃO DE FERRO-LIGAS FABRICAÇÃO DE LÂMPADAS ELÉCTRICAS E DE
274
FABRICAÇÃO DE TUBOS, CONDUTAS, PERFIS OUTRO EQUIPAMENTO DE ILUMINAÇÃO
242
OCOS E RESPECTIVOS ACESSÓRIOS, DE AÇO FABRICAÇÃO DE APARELHOS PARA USO
275
DOMÉSTICO
OUTRAS ATIVIDADES DA PRIMEIRA
243 FABRICAÇÃO DE OUTRO EQUIPAMENTO
TRANSFORMAÇÃO DO AÇO 279
ELÉCTRICO
OBTENÇÃO E PRIMEIRA TRANSFORMAÇÃO DE FABRICAÇÃO DE MÁQUINAS E DE EQUIPAMENTOS, N.E.
244 METAIS PRECIOSOS E DE OUTROS METAIS NÃO FABRICAÇÃO DE MÁQUINAS E DE
FERROSOS 281
EQUIPAMENTOS PARA USO GERAL
FUNDIÇÃO DE METAIS FERROSOS E NÃO
245
FERROSOS

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FABRICAÇÃO DE OUTRAS MÁQUINAS PARA USO RECOLHA, DRENAGEM E TRATAMENTO DE
282 370
GERAL ÁGUAS RESIDUAIS
FABRICAÇÃO DE MÁQUINAS E DE TRACTORES RECOLHA, TRATAMENTO E ELIMINAÇÃO DE RESÍDUOS;
283 PARA A AGRICULTURA, PECUÁRIA E VALORIZAÇÃO DE MATERIAIS
SILVICULTURA 381 RECOLHA DE RESÍDUOS
FABRICAÇÃO DE MÁQUINAS-FERRAMENTAS, 382 TRATAMENTO E ELIMINAÇÃO DE RESÍDUOS
284
EXCEPTO PORTÁTEIS 383 VALORIZAÇÃO DE MATERIAIS
FABRICAÇÃO DE OUTRAS MÁQUINAS E 390 DESCONTAMINAÇÃO E ATIVIDADES SIMILARES
289
EQUIPAMENTO PARA USO ESPECÍFICO
CONSTRUÇÃO
FABRICAÇÃO DE VEÍCULOS AUTOMÓVEIS, REBOQUES, SEMI- PROMOÇÃO IMOBILIÁRIA (DESENVOLVIMENTO DE PROJECTOS DE
REBOQUES E COMPONENTES PARA VEÍCULOS AUTOMÓVEIS
EDIFÍCIOS); CONSTRUÇÃO DE EDIFÍCIOS
291 FABRICAÇÃO DE VEÍCULOS AUTOMÓVEIS
PROMOÇÃO IMOBILIÁRIA (DESENVOLVIMENTO
FABRICAÇÃO DE CARROÇARIAS, REBOQUES E 411
292 DE PROJECTOS DE EDIFÍCIOS)
SEMI-REBOQUES
CONSTRUÇÃO DE EDIFÍCIOS (RESIDENCIAIS E
FABRICAÇÃO DE COMPONENTES E ACESSÓRIOS 412
293 NÃO RESIDENCIAIS)
PARA VEÍCULOS AUTOMÓVEIS
ENGENHARIA CIVIL
FABRICAÇÃO DE OUTRO EQUIPAMENTO DE TRANSPORTE
CONSTRUÇÃO DE ESTRADAS, PONTES, TÚNEIS,
301 CONSTRUÇÃO NAVAL 421
PISTAS DE AEROPORTOS E VIAS FÉRREAS
FABRICAÇÃO DE MATERIAL CIRCULANTE PARA CONSTRUÇÃO DE REDES DE TRANSPORTE DE
302
CAMINHOS-DE-FERRO ÁGUAS, DE ESGOTOS, DE DISTRIBUIÇÃO DE
FABRICAÇÃO DE AERONAVES, VEÍCULOS 422
303 ENERGIA, DE TELECOMUNICAÇÕES E DE OUTRAS
ESPACIAIS E EQUIPAMENTO RELACIONADO REDES
FABRICAÇÃO DE VEÍCULOS MILITARES DE CONSTRUÇÃO DE OUTRAS OBRAS DE
304 429
COMBATE ENGENHARIA CIVIL
FABRICAÇÃO DE EQUIPAMENTO DE ATIVIDADES ESPECIALIZADAS DE CONSTRUÇÃO
309
TRANSPORTE, N.E. DEMOLIÇÃO E PREPARAÇÃO DOS LOCAIS DE
310 FABRICO DE MOBILIÁRIO E DE COLCHÕES 431
CONSTRUÇÃO
OUTRAS INDÚSTRIAS TRANSFORMADORAS INSTALAÇÃO ELÉCTRICA, DE CANALIZAÇÕES, DE
432
FABRICAÇÃO DE JOALHARIA, OURIVESARIA, CLIMATIZAÇÃO E OUTRAS INSTALAÇÕES
321 BIJUTARIA E ARTIGOS SIMILARES; CUNHAGEM 433 ATIVIDADES DE ACABAMENTO EM EDIFÍCIOS
DE MOEDAS OUTRAS ATIVIDADES ESPECIALIZADAS DE
439
322 FABRICAÇÃO DE INSTRUMENTOS MUSICAIS CONSTRUÇÃO
323 FABRICAÇÃO DE ARTIGOS DE DESPORTO COMÉRCIO POR GROSSO E A RETALHO; REPARAÇÃO
324 FABRICAÇÃO DE JOGOS E DE BRINQUEDOS DE VEÍCULOS AUTOMÓVEIS E MOTOCICLOS
FABRICAÇÃO DE INSTRUMENTOS E MATERIAL COMÉRCIO, MANUTENÇÃO E REPARAÇÃO, DE VEÍCULOS
325
MÉDICO-CIRURGICO
AUTOMÓVEIS E MOTOCICLOS
329 INDÚSTRIAS TRANSFORMADORAS, N.E.
451 COMÉRCIO DE VEÍCULOS AUTOMÓVEIS
REPARAÇÃO, MANUTENÇÃO E INSTALAÇÃO DE MÁQUINAS E MANUTENÇÃO E REPARAÇÃO DE VEÍCULOS
EQUIPAMENTOS 452
AUTOMÓVEIS
REPARAÇÃO E MANUTENÇÃO DE PRODUTOS COMÉRCIO DE PEÇAS E ACESSÓRIOS PARA
331 453
METÁLICOS, MÁQUINAS E EQUIPAMENTOS VEÍCULOS AUTOMÓVEIS
INSTALAÇÃO DE MÁQUINAS E DE COMÉRCIO DE MOTOCICLOS, DE SUAS PEÇAS E
332 454
EQUIPAMENTOS INDUSTRIAIS ACESSÓRIOS
ELECTRICIDADE, GÁS, VAPOR, ÁGUA QUENTE E FRIA 455 MANUTENÇÃO E REPARAÇÃO DE MOTOCICLOS
E AR FRIO COMÉRCIO POR GROSSO (INCLUI AGENTES), EXCEPTO DE
PRODUÇÃO, TRANSPORTE, DISTRIBUIÇÃO E VEÍCULOS AUTOMÓVEIS E MOTOCICLOS
351
COMÉRCIO DE ELECTRICIDADE 461 AGENTES DO COMÉRCIO POR GROSSO
PRODUÇÃO DE GÁS; DISTRIBUIÇÃO DE COMÉRCIO POR GROSSO DE PRODUTOS
352 COMBUSTÍVEIS GASOSOS POR CONDUTAS; 462
AGRÍCOLAS BRUTOS E ANIMAIS VIVOS
COMÉRCIO DE GÁS
COMÉRCIO POR GROSSO DE PRODUTOS
PRODUÇÃO E DISTRIBUIÇÃO DE VAPOR, ÁGUA 463
ALIMENTARES, BEBIDAS E TABACO
353 QUENTE E FRIA E AR FRIO POR CONDUTA;
PRODUÇÃO DE GELO COMÉRCIO POR GROSSO DE BENS DE
CAPTAÇÃO, TRATAMENTO E DISTRIBUIÇÃO DE 464 CONSUMO, EXCEPTO ALIMENTARES, BEBIDAS E
TABACO
ÁGUA; SANEAMENTO, GESTÃO DE RESÍDUOS E
COMÉRCIO POR GROSSO DE EQUIPAMENTO DAS
DESPOLUIÇÃO
465 TECNOLOGIAS DE INFORMAÇÃO E
CAPTAÇÃO, TRATAMENTO E DISTRIBUIÇÃO DE COMUNICAÇÃO (TIC)
360
ÁGUA

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COMÉRCIO POR GROSSO DE OUTRAS ATIVIDADES POSTAIS E DE COURIER
466
MÁQUINAS, EQUIPAMENTOS E SUAS PARTES ATIVIDADES POSTAIS SUJEITAS A OBRIGAÇÕES
COMÉRCIO POR GROSSO DE COMBUSTÍVEIS, 531
DO SERVIÇO UNIVERSAL
467 METAIS, MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO, 532 OUTRAS ATIVIDADES POSTAIS E DE COURIER
FERRAGENS E OUTROS PRODUTOS N.E. ALOJAMENTO, RESTAURAÇÃO E SIMILARES
469 COMÉRCIO POR GROSSO NÃO ESPECIALIZADO
ALOJAMENTO
COMÉRCIO A RETALHO, EXCEPTO DE VEÍCULOS AUTOMÓVEIS E 551 ESTABELECIMENTOS HOTELEIROS
MOTOCICLOS RESIDENCIAS PARA FÉRIAS E OUTROS
COMÉRCIO A RETALHO EM ESTABELECIMENTOS 552
471 ALOJAMENTOS DE CURTA DURAÇÃO
NÃO ESPECIALIZADOS 553 PARQUES DE CAMPISMO E DE CARAVANISMO
COMÉRCIO A RETALHO DE PRODUTOS 559 OUTROS LOCAIS DE ALOJAMENTO
472 ALIMENTARES, BEBIDAS E TABACO, EM
RESTAURAÇÃO E SIMILARES
ESTABELECIMENTOS ESPECIALIZADOS
RESTAURANTES (INCLUI ATIVIDADES DE
COMÉRCIO A RETALHO DE COMBUSTÍVEL PARA 561
RESTAURAÇÃO EM MEIOS MÓVEIS)
473 VEÍCULOS A MOTOR, EM ESTABELECIMENTOS
ESPECIALIZADOS FORNECIMENTO DE REFEIÇÕES PARA EVENTOS E
562
OUTRAS ATIVIDADES DE SERVIÇO DE REFEIÇÕES
COMÉRCIO A RETALHO DE EQUIPAMENTO DAS
TECNOLOGIAS DE INFORMAÇÃO E 563 ESTABELECIMENTOS DE BEBIDAS
474 ATIVIDADES DE INFORMAÇÃO E DE COMUNICAÇÃO
COMUNICAÇÃO (TIC), EM ESTABELECIMENTOS
ESPECIALIZADOS ATIVIDADES DE EDIÇÃO
COMÉRCIO A RETALHO DE OUTRO EDIÇÃO DE LIVROS, DE JORNAIS E DE OUTRAS
581
475 EQUIPAMENTO PARA USO DOMÉSTICO, EM PUBLICAÇÕES
ESTABELECIMENTOS ESPECIALIZADOS 582 EDIÇÃO DE PROGRAMAS INFORMÁTICOS
COMÉRCIO A RETALHO DE BENS CULTURAIS E ATIVIDADES CINEMATOGRÁFICAS, DE VÍDEO, DE PRODUÇÃO DE
476 RECREATIVOS, EM ESTABELECIMENTOS PROGRAMAS DE TELEVISÃO, DE GRAVAÇÃO DE SOM E DE EDIÇÃO
ESPECIALIZADOS DE MÚSICA
COMÉRCIO A RETALHO DE OUTROS PRODUTOS, ATIVIDADES CINEMATOGRÁFICAS, DE VÍDEO E
477 591
EM ESTABELECIMENTOS ESPECIALIZADOS DE PRODUÇÃO DE PROGRAMAS DE TELEVISÃO
COMÉRCIO A RETALHO EM BANCAS, FEIRAS E ATIVIDADES DE GRAVAÇÃO DE SOM E EDIÇÃO
478 592
UNIDADES MÓVEIS DE VENDA DE MÚSICA
COMÉRCIO A RETALHO NÃO EFECTUADO EM
ATIVIDADES DE RÁDIO E DE TELEVISÃO
479 ESTABELECIMENTOS, BANCAS, FEIRAS OU
601 ATIVIDADES DE RÁDIO
UNIDADES MÓVEIS DE VENDA
602 ATIVIDADES DE TELEVISÃO
TRANSPORTES E ARMAZENAGEM
TELECOMUNICAÇÕES
TRANSPORTES TERRESTRES E TRANSPORTES POR OLEODUTOS OU
611 ATIVIDADES DE TELECOMUNICAÇÕES POR FIO
GASODUTOS
612 ATIVIDADES DE TELECOMUNICAÇÕES SEM FIO
491 TRANSPORTE FERROVIÁRIO ATIVIDADES DE TELECOMUNICAÇÕES POR
492 OUTROS TRANSPORTES TERRESTRES 613
SATÉLITE
493 TRANSPORTES TERRESTRES DE PASSAGEIROS 619 OUTRAS ATIVIDADES DE TELECOMUNICAÇÕES
TRANSPORTES POR OLEODUTOS OU CONSULTORIA E PROGRAMAÇÃO INFORMÁTICA
495 620
GASODUTOS E ATIVIDADES RELACIONADAS
TRANSPORTES POR ÁGUA ATIVIDADES DOS SERVIÇOS DE INFORMAÇÃO
501 TRANSPORTES MARÍTIMOS DE PASSAGEIROS ATIVIDADES DE PROCESSAMENTO DE DADOS,
502 TRANSPORTES MARÍTIMOS DE MERCADORIAS 631 DOMICILIAÇÃO DE INFORMAÇÃO E ATIVIDADES
TRANSPORTES DE PASSAGEIROS POR VIAS RELACIONADAS; PORTAIS WEB
503
NAVEGÁVEIS INTERIORES OUTRAS ATIVIDADES DOS SERVIÇOS DE
TRANSPORTES DE MERCADORIAS POR VIAS 639
504 INFORMAÇÃO
NAVEGÁVEIS INTERIORES ATIVIDADES FINANCEIRAS E DE SEGUROS
TRANSPORTES AÉREOS ATIVIDADES DE SERVIÇOS FINANCEIROS, EXCEPTO SEGUROS E
511 TRANSPORTES AÉREOS DE PASSAGEIROS
FUNDOS DE PENSÕES
512 TRANSPORTES AÉREOS DE MERCADORIAS
641 INTERMEDIAÇÃO MONETÁRIA
ARMAZENAGEM E ATIVIDADES AUXILIARES DOS
TRANSPORTES(INCLUI MANUSEAMENTO) ATIVIDADES DAS SOCIEDADES GESTORAS DE
642
PARTICIPAÇÕES SOCIAIS
521 ARMAZENAGEM
TRUSTS, FUNDOS E ENTIDADES FINANCEIRAS
522 ATIVIDADES AUXILIARES DOS TRANSPORTES 643
SIMILARES
OUTRAS ATIVIDADES DE SERVIÇOS
649 FINANCEIROS, EXCEPTO SEGUROS E FUNDOS DE
PENSÕES

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SEGUROS, RESSEGUROS E FUNDOS DE PENSÕES, EXCEPTO ATIVIDADES ADMINISTRATIVAS E DOS SERVIÇOS DE
SEGURANÇA SOCIAL OBRIGATÓRIA APOIO
651 SEGUROS ATIVIDADES DE ALUGUER
652 RESSEGUROS 771 ALUGUER DE VEÍCULOS AUTOMÓVEIS
FUNDOS DE PENSÕES E REGIMES PROFISSIONAIS ALUGUER DE BENS DE USO PESSOAL E
653 772
COMPLEMENTARES DOMÉSTICO
ATIVIDADES AUXILIARES DE SERVIÇOS FINANCEIROS E DOS ALUGUER DE OUTRAS MÁQUINAS E
773
SEGUROS EQUIPAMENTOS
ATIVIDADES AUXILIARES DE SERVIÇOS LOCAÇÃO DE PROPRIEDADE INTELECTUAL E
661 FINANCEIROS, EXCEPTO SEGUROS E FUNDOS DE 774 PRODUTOS SIMILARES, EXCEPTO DIREITOS DE
PENSÕES AUTOR
ATIVIDADES AUXILIARES DE SEGUROS E DE ATIVIDADES DE EMPREGO
662
FUNDOS DE PENSÕES ATIVIDADES DAS EMPRESAS DE SELECÇÃO E
781
663 ATIVIDADES DE GESTÃO DE FUNDOS COLOCAÇÃO DE PESSOAL
ATIVIDADES IMOBILIÁRIAS ATIVIDADES DAS EMPRESAS DE TRABALHO
782
681 COMPRA E VENDA DE BENS IMOBILIÁRIOS TEMPORÁRIO
682 ARRENDAMENTO DE BENS IMOBILIÁRIOS OUTRO FORNECIMENTO DE RECURSOS
783
ATIVIDADES IMOBILIÁRIAS POR CONTA DE HUMANOS
683
OUTREM AGÊNCIAS DE VIAGEM, OPERADORES TURÍSTICOS, OUTROS
ATIVIDADES DE CONSULTORIA, CIENTÍFICAS, SERVIÇOS DE RESERVAS E ATIVIDADES RELACIONADAS
TÉCNICAS E SIMILARES AGÊNCIAS DE VIAGEM E OPERADORES
791
ATIVIDADES JURÍDICAS E DE CONTABILIDADE TURÍSTICOS
691 ATIVIDADES JURÍDICAS OUTROS SERVIÇOS DE RESERVAS E ATIVIDADES
799
ATIVIDADES DE CONTABILIDADE E AUDITORIA; RELACIONADAS
692 ATIVIDADES DE INVESTIGAÇÃO E SEGURANÇA
CONSULTORIA FISCAL
ATIVIDADES DAS SEDES SOCIAIS E DE CONSULTORIA PARA A 801 ATIVIDADES DE SEGURANÇA PRIVADA
GESTÃO
ATIVIDADES RELACIONADAS COM SISTEMAS DE
802
SEGURANÇA
701 ATIVIDADES DAS SEDES SOCIAIS
803 ATIVIDADES DE INVESTIGAÇÃO
ATIVIDADES DE CONSULTORIA PARA OS
702 ATIVIDADES RELACIONADAS COM EDIFÍCIOS, PLANTAÇÃO E
NEGÓCIOS E A GESTÃO
ATIVIDADES DE ARQUITECTURA, DE ENGENHARIA E TÉCNICAS MANUTENÇÃO DE JARDINS

AFINS; ATIVIDADES DE ENSAIOS E DE ANÁLISES TÉCNICAS


ATIVIDADES COMBINADAS DE APOIO AOS
811
EDIFÍCIOS
ATIVIDADES DE ARQUITECTURA, DE
711 812 ATIVIDADES DE LIMPEZA
ENGENHARIA E TÉCNICAS AFINS
ATIVIDADES DE PLANTAÇÃO E MANUTENÇÃO DE
712 ATIVIDADES DE ENSAIOS E ANÁLISES TÉCNICAS 813
JARDINS
ATIVIDADES DE INVESTIGAÇÃO CIENTÍFICA E DE
ATIVIDADES DE SERVIÇOS ADMINISTRATIVOS E DE APOIO
DESENVOLVIMENTO
PRESTADOS ÀS EMPRESAS
INVESTIGAÇÃO E DESENVOLVIMENTO DAS
721 ATIVIDADES DE SERVIÇOS ADMINISTRATIVOS E
CIÊNCIAS FÍSICAS E NATURAIS 821
DE APOIO
INVESTIGAÇÃO E DESENVOLVIMENTO DAS
722 822 ATIVIDADES DOS CENTROS DE CHAMADAS
CIÊNCIAS SOCIAIS E HUMANAS
ORGANIZAÇÃO DE FEIRAS, CONGRESSOS E
PUBLICIDADE, ESTUDOS DE MERCADO E SONDAGENS DE OPINIÃO 823
OUTROS EVENTOS SIMILARES
731 PUBLICIDADE ATIVIDADES DE SERVIÇOS DE APOIO PRESTADOS
ESTUDOS DE MERCADO E SONDAGENS DE 829
732 ÀS EMPRESAS, N.E.
OPINIÃO ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA E DEFESA; SEGURANÇA
OUTRAS ATIVIDADES DE CONSULTORIA, CIENTÍFICAS, TÉCNICAS E SOCIAL OBRIGATÓRIA
SIMILARES ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA E DEFESA; SEGURANÇA SOCIAL
741 ATIVIDADES DE DESIGN OBRIGATÓRIA
742 ATIVIDADES FOTOGRÁFICAS ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA EM GERAL,
743 ATIVIDADES DE TRADUÇÃO E INTERPRETAÇÃO 841
ECONÓMICA E SOCIAL
OUTRAS ATIVIDADES DE CONSULTORIA, NEGÓCIOS ESTRANGEIROS, DEFESA, JUSTIÇA,
749
CIENTÍFICAS, TÉCNICAS E SIMILARES, N.E. 842 SEGURANÇA, ORDEM PÚBLICA E PROTECÇÃO
750 ATIVIDADES VETERINÁRIAS CIVIL
ATIVIDADES DE SEGURANÇA SOCIAL
843
OBRIGATÓRIA

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Glossário de Códigos da Classificação Industrial Padrão Internacional (ISIC)
Serviços de Registo e Verificação de Empresários / Direcção Nacional de Impostos Domésticos – Governo de Timor-Leste
Pg. 169 da Compilação
PORTUGUÊS

SERVE/DNID
Glossário de Códigos da Classificação
Industrial Padrão Internacional (ISIC)

Grupo Designação Grupo Designação


EDUCAÇÃO ATIVIDADES DAS FAMÍLIAS EMPREGADORAS DE
970
851 EDUCAÇÃO PRÉ-ESCOLAR PESSOAL DOMÉSTICO
852 ENSINO BÁSICO (1º E 2º CICLOS) ATIVIDADES DE PRODUÇÃO DE BENS E SERVIÇOS PELAS FAMÍLIAS
853 ENSINOS BÁSICO (3º CICLO) E SECUNDÁRIO PARA USO PRÓPRIO
ENSINOS PÓS-SECUNDÁRIO NÃO SUPERIOR E ATIVIDADES DE PRODUÇÃO DE BENS PELAS
854 981
SUPERIOR FAMÍLIAS PARA USO PRÓPRIO
855 OUTRAS ATIVIDADES EDUCATIVAS ATIVIDADES DE PRODUÇÃO DE SERVIÇOS PELAS
ATIVIDADES DE SERVIÇOS DE APOIO À 982
856 FAMÍLIAS PARA USO PRÓPRIO
EDUCAÇÃO ATIVIDADES DOS ORGANISMOS INTERNACIONAIS E
ATIVIDADES DE SAÚDE HUMANA E APOIO SOCIAL OUTRAS INSTITUIÇÕES EXTRA-TERRITORIAIS
ATIVIDADES DE SAÚDE HUMANA ATIVIDADES DOS ORGANISMOS
ATIVIDADES DOS ESTABELECIMENTOS DE SAÚDE 990 INTERNACIONAIS E OUTRAS INSTITUIÇÕES
861
COM INTERNAMENTO EXTRA-TERRITORIAIS
ATIVIDADES DE PRÁTICA CLÍNICA EM
862 AMBULATÓRIO, DE MEDICINA DENTÁRIA E DE
ODONTOLOGIA
869 OUTRAS ATIVIDADES DE SAÚDE HUMANA
ATIVIDADES DE APOIO SOCIAL COM ALOJAMENTO
ATIVIDADES DOS ESTABELECIMENTOS DE
871 CUIDADOS CONTINUADOS INTEGRADOS, COM
ALOJAMENTO
ATIVIDADES DOS ESTABELECIMENTOS PARA
872 PESSOAS COM DOENÇA DO FORO MENTAL E DO
ABUSO DE DROGAS, COM ALOJAMENTO
ATIVIDADES DE APOIO SOCIAL PARA PESSOAS
873
IDOSAS E COM DEFICIÊNCIA, COM ALOJAMENTO
OUTRAS ATIVIDADES DE APOIO SOCIAL COM
879
ALOJAMENTO
ATIVIDADES DE APOIO SOCIAL SEM ALOJAMENTO
ATIVIDADES DE APOIO SOCIAL PARA PESSOAS
881
IDOSAS E COM DEFICIÊNCIA, SEM ALOJAMENTO
889 OUTRA ACÇÃO SOCIAL SEM ALOJAMENTO
ATIVIDADES ARTÍSTICAS, DE ESPECTÁCULOS,
DESPORTIVAS E RECREATIVAS
ATIVIDADES DE TEATRO, DE MÚSICA, DE DANÇA
900
E OUTRAS ATIVIDADES ARTÍSTICAS E LITERÁRIAS
ATIVIDADES DAS BIBLIOTECAS, ARQUIVOS,
910
MUSEUS E OUTRAS ATIVIDADES CULTURAIS
920 LOTARIAS E OUTROS JOGOS DE APOSTA
ATIVIDADES DESPORTIVAS, DE DIVERSÃO E RECREATIVAS

931 ATIVIDADES DESPORTIVAS


932 ATIVIDADES DE DIVERSÃO E RECREATIVAS
OUTRAS ATIVIDADES DE SERVIÇOS
ATIVIDADES DAS ORGANIZAÇÕES ASSOCIATIVAS
ATIVIDADES DE ORGANIZAÇÕES ECONÓMICAS,
941
PATRONAIS E PROFISSIONAIS
942 ATIVIDADES DE ORGANIZAÇÕES SINDICAIS
OUTRAS ATIVIDADES DE ORGANIZAÇÕES
949
ASSOCIATIVAS
REPARAÇÃO DE COMPUTADORES E DE BENS DE USO PESSOAL E
DOMÉSTICO
REPARAÇÃO DE COMPUTADORES E DE
951
EQUIPAMENTO DE COMUNICAÇÃO
REPARAÇÃO DE BENS DE USO PESSOAL E
952
DOMÉSTICO
960 OUTRAS ATIVIDADES DE SERVIÇOS PESSOAIS

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Glossário de Códigos da Classificação Industrial Padrão Internacional (ISIC)
Serviços de Registo e Verificação de Empresários / Direcção Nacional de Impostos Domésticos – Governo de Timor-Leste

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