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Mas antes de entrar por alguns momentos e aspectos dessas primeiras reformas é necessário
realçar a importância da valorização ou reconhecimento de novas ordens ou congregações
religiosas que foram germinando em finais do século xiv e na primeira metade do século xv,
com destaque para os Jerónimos e para os Cónegos Seculares de São João Evangelista;
apareceram, sobretudo os primeiros, sob o signo do eremitismo, tendo a Ordem de São
Jerónimo nascido em Espanha com a aprovação de Gregório XI em 1378 e tido a sua criação
em Portugal com a aprovação de Bonifácio IX em 14007; a congregação dos Cónegos
Seculares de São João Evangelista só foi verdadeiramente instituída como tal em 1446, e, em
Portugal, pela bula de Pio II só em 1471, c om a protecção da rainha D. Isabel, mulher de D.
Afonso V, e de D. Afonso, duque de Bragança8. Ambas, apesar de muito diferenciadas,
sobressaíram pelo ideal de vida reformada com que nasceram, embora a primeira estivesse
mais vocacionada para o estudo e a segunda mais para a acção pastoral. Quase
emblematicamente, podem referir-se como exemplos dessas distintas orientações, por um
lado, o j e r ó n i m o Frei Heitor Pinto ^1584), cuja Imagem da vida cristã (i.a parte, 1563;
2.a parte, 1572) correu o mundo católico em diversas traduções na segunda metade do século
xvi e no século xvii9; por outro, o lóio Frei Pedro de Santa Maria ("{"1564), também
conhecido como «Padre da Doutrina» porque se notabilizou pela sua actividade catequética
no Porto em meados do século xvi, para o que escreveu várias obras, sendo a mais conhecida
a Ordem e regimento da vida cristã (Coimbra, 1555)10. p. 16. 17