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João Pessoa
2019
Ana Carla Amaral Alves
João Pessoa
2019
FONSECA, Edson Nery da. Introdução à Biblioteconomia. 2. ed. Brasília: Briquet de
Lemos, 2007.
RESENHA
No primeiro momento foca numa abordagem geral sobre o livro, partindo de sua definição
etimológica e seguindo pela definição de livro através da relação homem-livro. Faz um
apontamento das etapas de produção de um livro, seus tipos e classificações. Entra no
contexto histórico ao focar na chegada da imprensa no Brasil, relatando de forma sucinta a
sua importância e trazendo autores e obras relevantes ao período. Discorre sobre a bibliofilia e
expõe nomes e obras de grande marco presentes na história brasileira.
Apresenta o termo “biblioteca” e traz seu significado etimológico antes de partir para seu
conceito, discorrendo sobre as mudanças sofridas em sua definição ao longo dos anos. Lista
as categorias de bibliotecas, explanando um pouco sobre cada e enfatizando a importância das
Bibliotecas Nacionais. Usa dos acontecimentos históricos para tratar sobre as bibliotecas no
Brasil, partindo de seu surgimento, elencando as mais importantes e cita nomes de autoridades
renomadas que contribuíram para a criação e manutenção de algumas destas bibliotecas.
Conceitua “leitor” e “leitura” discorrendo sobre a origem de cada palavra e trazendo seus
diversos significados. Classifica e subdivide os tipos de leitores, indicando as características
de cada um, sendo eles: Leitor (atual e virtual) e Não-leitor (não-leitores em absoluto, não-
leitores que não dispõem de bibliotecas, não-leitores que não leem apesar de saberem e não-
leitores que leem, mas não utilizam a Biblioteca Pública). Cita os aspectos gerais da leitura e
se aprofunda nos aspectos ergonômicos e bibliográficos. Mostra a forma correta de se
ler/estudar um livro e apresenta os tipos de leitura: formativa, informativa e recreativa.
Adentra na história do Brasil ao tratar da leitura em seu território. Enfatiza os marcos que
contribuíram para a divulgação da leitura e formação de leitores no Brasil, dando maior
destaque à Fundação Nacional do Livro Infantil e Juvenil (FNLIJ) e a criação do método
Paulo Freire de alfabetização.
Em seu último capítulo trata sobre o bibliotecário, partindo de sua definição etimológica e a
nomenclatura adequada para os formando em Biblioteconomia. Faz um apanhado das missões
do bibliotecário, elencando três momentos históricos indispensáveis para a consolidação da
profissão e da biblioteconomia: o renascimento, o século XIX e a atualidade. Aborda a
formação do Bibliotecário – classificados em celestes e pedestres - ressaltando a importância
do equilíbrio entre uma formação erudita e técnica. Fala sobre a American Library
Association (ALA) e a Library Association (LA), importantes associações responsáveis por
reconhecer as escolas de biblioteconomia e os bibliotecários, respectivamente. Ressalta a
importância da constante atualização do profissional bibliotecário através de uma formação
permanente se utilizando de publicações periódicas, congressos e similares, associações
profissionais e obras de consulta. Finaliza o capítulo tratando sobre os bibliotecários
brasileiros dando destaque a alguns nomes de grande peso no desenvolvimento desta
profissão – Antônio da Costa, Capistrano de Abreu, Manuel Cícero Peregrino da Silva – e de
órgãos da administração pública federal que também tiveram relevância para a profissão
bibliotecária no Brasil: Departamento Administrativo do Serviço Público (DASP), Instituto
Nacional do Livro (INL) e Instituto Brasileiro de Bibliografia e Documentação (IBBD). Cita
ações marcantes como a criação de cursos de biblioteconomia, o surgimento de publicações
periódicas e de títulos em formato eletrônico e a regulamentação da profissão de bibliotecário
no Brasil.
Na nossa concepção o livro de Edson Nery da Fonseca é uma leitura indispensável para
aqueles que estão nos primórdios do curso de graduação em Biblioteconomia por trazer, de
forma sucinta, informações relevantes e essências para se conhecer a história do curso e sua
importância. Notamos que as referências trazidas ao final de cada capítulo são um elemento
de grande valia ao permitir que os leitores possam conferir as fontes da qual as informações
foram extraídas e por recomendar leituras complementares ao tema abordado, o que facilita e
amplia o estudo. O uso de dados históricos é um fator que coopera para a compreensão dos
fatos, pois conseguimos criar uma associação mais precisa da época com o ocorrido, ajudando
a fixar tais fatos. Outro detalhe que chamou nossa atenção foi a citação de autores aprendidos
e estudados em sala de aula – Gabriel Naudé, Lydia Queiroz Sambaquy, Rubens Borba de
Moraes, entre outros – e que, a partir da leitura do citado livro, facilitou a nossa compreensão
de como tais figuras históricas estavam ligadas à biblioteconomia e interligadas entre si.
Quanto à linguagem utilizada, concordamos que apesar de ser de fácil compreensão, a
construção de alguns capítulos tornou a leitura um pouco desgastante pelo autor discorrer de
forma extensa sobre alguns conceitos que, a nosso ver, não são relevantes para o estudo do
material, apenas desnorteava a linha de raciocínio do leitor. Ademais, chegamos à conclusão
de que o livro é sim uma ferramenta indispensável na formação dos bibliotecários e que
deveria ser lido e estudado por todos aqueles que almejam se formar em Biblioteconomia.