Vous êtes sur la page 1sur 5

MOSAICOS DE UNIDADES DE CONSERVAÇÃO COMO MODELO DE

GESTÃO INTEGRADA

Diogo da Costa Peixoto (a), Karine Bueno Vargas (b)


(a)
Departamento de Geografia/IA, Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro, diogo.cpeixoto@gmail.com
(b)
Departamento de Geografia/IA, Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro, karinevargas@gmail.com

Eixo: Unidades de conservação: usos, riscos, gestão e adaptação às mudanças climáticas

Resumo

Os Mosaicos de Unidades de Conservação (MUC’s) são instrumentos de gestão integrada e participativa como
define o artigo 26 do Sistema Nacional de Unidades de Conservação (SNUC) e correspondem a um recorte
geográfico regional, o qual abarca mais de uma Unidade de Conservação (UC). Os MUC’s geralmente possuem
características ambientais muito próximas, e devido a esta similaridade, torna-se possível pensar em conjunto, a
fim de criar políticas de gestão integrada para a conservação. Acredita-se que a integração entre Unidades de
Conservação (UC’s) melhora a qualidade ambiental em escala regional, sendo intensificado tal processo a partir
da conexão de corredores ecológicos. Visando identificar o panorama dos MUC’s existentes no Brasil, o presente
artigo baseado em uma vasta revisão bibliográfica utiliza o método analitico descritivo para relatar a eficácia e
efetividade da gestão dos 16 MUC’s existentes no Brasil.

Palavras chave: Mosaicos de Conservação, Unidades de Conservação, gestão integrada, SNUC, Gestão
participativa.

1. Introdução

A instituição de Unidades de Conservação no Brasil é uma importante estratégia para


minimizar ameaças ambientais e proteger áreas de grande interesse ecológico. No Sistema
Nacional de Unidades de Conservação (SNUC) em seu artigo 26 fica definido que quando
houver um conjunto de UC’s de categorias diferentes ou não, públicas ou privadas, próximas,
justapostas ou sobrepostas a gestão deverá ser de forma integrada e participativa, compondo
assim um mosaico de UC’s. Que deve então ser gerido por um conselho consultivo, com a

IBSN: 0000.0000.000 Página 1


representação de todas as UC’s que compõem o mosaico, “pois assim como os ecossistemas ali
presentes são interdependentes, suas administrações também devem ser.” (LINO e
ALBUQUERQUE, p. 16. 2007).
Tambelini (2007) aponta o Núcleo de Unidades de Conservação (NURUC), hoje
extinto, como uma experiência inicial de gestão integrada de UC’s, o qual ocorreu no fim da
década de 1990, no estado do Rio de Janeiro. Mas vale ressaltar que a proposta inicial de
mosaicos surgiu em 1994 no Vale do Ribeira-SP, diante a experiência com gestão integrada de
quatro áreas protegidas estaduais, formando um extenso continuo de Mata Atlântica, os quais
instituíram-se como mosaico somente em 2008, denominando-se de Mosaico de Áreas
Protegidas do Jacupiranga (PINHEIRO, 2010).
A criação de novos mosaicos de áreas protegidas no Brasil, foi estimulada pelo
lançamento do edital 01/2005, organizado pelo Fundo Nacional do Meio Ambiente, o qual
selecionou 10 projetos. O objetivo deste edital foi selecionar projetos, orientados à formação
de MUC’s e outras áreas legalmente protegidas, dando apoio a elaboração e implementação de
planos de desenvolvimento territorial com base conservacionista, os quais contribuíssem para
a implementação e consolidação do SNUC (MMA, 2005).
De acordo com Delelis et al., (2010) a cooperação internacional neste período foi muito
importante, pois fomentou intercâmbios e experiências em projetos de mosaicos. Diante dos
bons resultados trazidos de outros países e também do Brasil a partir da gestão integrada de
áreas ambientais protegidas, criou-se em 2005 o primeiro MUC’s, sendo este fundado no estado
do Piauí, entre dois parques nacionais. A fim de contribuir nas discussões sobre os MUC’s
como instrumento de gestão de áreas protegidas no Brasil, a presente pesquisa objetivou-se em
reconhecer os mosaicos existentes no Brasil e suas características, fomentando as discussões
acadêmicas diante a sua real efetividade para a conservação da natureza.

2 . Materiais e Métodos
A partir do interesse e das indagações a respeito da efetividade dos MUC’s, a respectiva
pesquisa teve como ponto de partida uma ampla revisão bibliográfica, entre os meses de agosto
de 2018 a janeiro de 2019, por meio de livros, artigos científicos, dissertações, teses e
IBSN: 0000.0000.000 Página 2
documentos legais disponíveis na internet, tendo como fontes principais os sites: Ministério do
Meio Ambiente (MMA), Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio)
e Rede de Mosaicos de Áreas Protegidas (REMAP). A partir do levantamento dos Mosaicos,
estes foram analisados de forma individual através dos sites das UC’s que compõem os MUC’s,
bem como, os sites das ONGs e outras associações que compõem os conselhos gestores dos
mosaicos.
Após o levantamento bibliográfico, este foi sistematizado de forma individualizada em
um banco de dados, utilizando o método analítico descritivo para se chegar a um panorama
geral dos MUC’s, buscando-se a compreensão dos mosaicos, como instrumento de gestão de
áreas protegidas no Brasil para a conservação da natureza. Foram realizadas também entrevistas
utilizando o Google Forms com os gestores de quatro UC’s (FLONA de Passa Quatro, APA
Mananciais do Rio Paraíba do Sul, PE Campos do Jordão e PE dos Mananciais de Campos do
Jordão) e uma ONG (Crescente Fértil) pertencentes ao conselho consultivo do Mosaico da
Mantiqueira entre outubro e novembro de 2018, questionando quanto à atuação do mosaico.

3. Resultados e discussões

No Brasil atualmente são reconhecidos pelo Ministério do Meio Ambiente 16 MUC’s


federais e 9 estaduais. O primeiro mosaico a ser reconhecido foi o “Capivara e Confusão” no
ano de 2005, e sua criação visou integrar a gestão do Parque Nacional da Serra da Capivara e
do Parque Nacional da Serra das Confusões, ambos no Estado do Piauí, mais suas zonas de
amortecimento e corredores ecológicos que conectam esses dois parques.
Os MUC’s federais no Brasil até o momento são: Capivara e Confusão; Lagamar;
Bocaina; Central Fluminense; Mantiqueira; Sertão Veredas-Peruaçu; Espinhaço; Mico-Leão-
Dourado; Baixo Rio Negro; Foz do Rio Doce; Extremo Sul da BA; Carioca, Amazônia
Meridional; Oeste do AP e Norte do PA; Jalapão e Serra do Cipó, sendo este último criado em
2018, o qual pretende integrar 18 UC´s no estado de Minas Gerais. O Mosaico Oeste do AP e
Norte do PA é o único dentre os federais que apresenta em sua composição Terras Indígena

IBSN: 0000.0000.000 Página 3


(TI). As TI de Wajãpi, Parque do Tumucumaque e Rio Paru D’Este, sob gestão da Fundação
Nacional do Índio (FUNAI). Pellin et al., (2016) destaca que os 9 mosaicos estaduais
reconhecidos no Brasil, estão localizados nos estados do Pará, Minas Gerais, São Paulo, Santa
Catarina, Espírito Santo e Amazonas.
Fischer (2014) destaca que há uma discordância no processo de gestão e governança nos
mosaicos, tanto na criação quanto no uso dos termos Mosaicos de UCs ou Mosaicos de Áreas
Protegidas. Sendo que no primeiro há exclusividade de UCs, enquanto no segundo outros tipos
de áreas protegidas são inclusas. Tais como as TI, que nem ICMBio nem MMA tem influência
direta.
Oliveira (2017) sobre a efetividade de gestão atesta que dos MUC’s no estado do Rio
de Janeiro, Central Fluminense e Mico Leão Dourado apresentam efetividade média, Bocaina
e Carioca efetividade baixa e o Mantiqueira não apresenta efetividade. Nas entrevistas
realizadas com membros do conselho do Mosaico da Mantiqueira foi constatado que há uma
deficiência na integração entre as UC’s, sobretudo com as do estado de São Paulo, que deixaram
de participar das reuniões do conselho do mosaico.

4. Considerações finais

Os mosaicos surgem como uma ferramenta para a aproximação de gestores de UC’s, a


fim de unir esforços, compartilhar experiências e recursos, contribuindo assim para o
fortalecimento da implementação do SNUC. A criação de novos mosaicos indica que a
consolidação desse modelo de gestão, embora ainda enfraquecido, diante as dificuldade de
articulação e integração, são umas das melhores saídas para a conservação da biodiversidade.

5. Referências Bibliográficas

BRASIL. Lei Federal nº 9.985 de 18 de julho de 2000. Sistema Nacional de Unidades de


Conservação – SNUC. Brasília: MMA/SBF. 2000. 32p.

IBSN: 0000.0000.000 Página 4


DELELIS, Caroline Jeanne, REHDER, Tatiana; CARDOSO, Thiago Mota. Mosaicos de áreas
protegidas: reflexões e propostas da Cooperação Franco- -Brasileira. Ministério do Meio
Ambiente, MMA; Embaixada da França no Brasil - CDS, UNB, Brasília, 2010.

FISCHER, Dailey. De Corredor a Mosaico: Estratégias de Diferentes Governos Para um


Mesmo Fim?. Tese (Doutorado em Meio Ambiente e Desenvolvimento). Universidade Federal
do Paraná. Curitiba, 2014, 201 págs.

LINO, Clayton F.; ALBUQUERQUE, João Lucílio de (Org.). Mosaico de unidades de


conservação no corredor da Serra do Mar. 1. ed. São Paulo: Conselho Nacional da Reserva
da Biosfera da Mata Atlântica, 2007. 96 p. v. 1. Disponível em:
http://www.rbma.org.br/Programas/docs_programas/mosaicos_corredores_ecologicos/01_05_
13.pdf. Acesso em: 25 set. 2018.

MINISTERIO DO MEIO AMBIENTE – MMA. Edital 01//2005. Mosaicos de áreas Protegidas:


Uma estratégia de desenvolvimento territorial com base conservacionista. Brasília, Jan/2005.
Disponível em: http://www.mma.gov.br/informma/item/335-editais-2005.html acesso em 11
fev. 2019.

OLIVEIRA, Ana Carolina Marques de. Avaliação da Efetividade de Gestão dos Mosaicos
de Áreas Protegidas do Estado do Rio de Janeiro. 2017. Dissertação (Mestre em Ciências) -
Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2017. 161p.

PELLIN, Andrea; PELLIN, Angela; SCHERER, Marinez Eymael Garcia. Mosaicos de áreas
protegidas criados em território nacional brasileiro e estratégias para a sua gestão. Revista
Brasileira de Gestão Ambiental e Sustentabilidade. [S.l.], v. 4, n. 7, p. 178-190, jun. 2017.
Disponível em: http://revista.ecogestaobrasil.net/v4n7/v04n07a18.pdf. Acesso em: 01 de out
2018.

PINHEIRO, M. R. Recomendações para reconhecimento e implementação de mosaicos de


áreas protegidas. Brasília, DF, GTZ. 2010. 82 p.

TAMBELLINI, M.T. Mosaico como modelo de gestão de áreas protegidas: análise


conceitual e processos de implantação. Dissertação de Mestrado em Ciência Ambiental.
Universidade Federal Fluminense. 2007. 121p.

IBSN: 0000.0000.000 Página 5

Vous aimerez peut-être aussi