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CONFERÊNCIAS

Modos de presença nas manifestações


estéticas contemporâneas
Prof. Rodrigo Duarte (UFMG)

A crítica política da estética tropicalista


Prof. Pedro Duarte (PUC-Rio)

Imagem, totalidade e individuação:


o universo dos signos nas sociedades
de massa
Prof. Verlaine Freitas (UFMG)

Chamas, massas e índios do veneno (o


sublime como categoria ético-estética?)
Prof. Rossano Pecoraro (UNIRIO)

Quebrando um monopólio: a arte


como forma do pensamento
Prof. Eládio Craia (PUCPR)

Moderadores/Debatedores:
Prof. Baptiste Grasset (UNIRIO)
Prof. Samir Haddad (UNIRIO)

Promoção e Realização
Laboratório de Filosofia Política e Moral Gerardo
Marotta (UNIRIO/CNPq)
Faculdade de Filosofia e Departamento de Filosofia
– UNIRIO
Projeto de Extensão “A Filosofia e o diálogo com
outros saberes” – UNIRIO
Patrocínio
UNIRIO
Vice-Reitoria
Pró-Reitoria de Administração
Apoio
Núcleo de Imagem e Som – NIS/UNIRIO
Curso de Pós-Graduação lato sensu Pensamento
Arte e projeto gráfico: LabFilGM filosófico contemporâneo - UNIRIO
Sobre a pintura de Benedetta Cappa Luci+rumori di un treno notturno, 1924
Quadranti - (www.rivistaquadranti.eu)
Modos de presença nas manifestações estéticas contemporâneas

Rodrigo Duarte
Professor da UFMG

Partindo-se do contraste entre apresentação e representação, que remonta


à crítica platônica da mimese e atravessa algumas das principais discussões na
filosofia da arte ao longo de mais de dois milênios, pressupondo-se que aquela tem
um parentesco mais forte com os fenômenos imagéticos, enquanto essa possui
maior afinidade com a linguagem discursiva, pretende-se abordar temas
contemporâneos da Estética, tais como o do irrepresentável – associado à
sobrecarga da realidade sobre as formas do simbólico – e a sobre-representação,
cujo principal sintoma, na atualidade, é a onipresença das tecnoimagens – de modo
particular no âmbito do que se conhece normalmente como indústria cultural.
Pretende-se investigar igualmente a hipótese de que haja uma proximidade do
irrepresentável com os fenômenos musicais, já que, a partir do conceito de música
absoluta, cunhado no Ocidente no século XVIII, esse tipo de sonoridade passa
cada vez mais a ser considerado autorreferente, tornando-se independente tanto
da imagética (apresentacional) quanto da literalidade (representacional). Além
disso, pretende-se, nessa palestra, prospectar em que medida ocorrem, na
contemporaneidade, fenômenos polimediais, que, diferentemente dos
supramencionados “sobre-representacionais”, se mostram como alternativas
legítimas à banalidade dos conteúdos habitualmente veiculados pela indústria
cultural.
A crítica política da estética tropicalista

Pedro Duarte
Professor de Filosofia da PUC-Rio e autor do livro Tropicália

Nascido em 1967, o movimento musical do Tropicalismo, capitaneado por


Caetano Veloso, situou-se no exato momento em que a ditadura no governo do
Brasil desde o golpe de 1964 se acirrava. Essa situação pode ser acompanhada no
disco coletivo que se tornou o manifesto do movimento: Tropicália ou Panis et
circencis, de 1968. O disco entra em contato com a política nacional e com a cultura
do país, tornada massificada e mercadológica. Era uma novidade para o cenário da
canção da época. Não era o protesto, como Geraldo Vandré; o entretenimento,
como Roberto Carlos; ou a tradição, como Chico Buarque. Era Tropicália. Seus
autores formaram-se na promessa de felicidade democrática no ínterim dos anos
1950: após a ditadura de Getúlio Vargas, antes da dos militares. Eles aproveitaram,
depois, o breve momento do processo modernizador do Brasil que atrelou a
produção cultural libertária indomada a um governo ditatorial recente. Em 1968,
essa combinação atingiu o ápice da tensão: criação e repressão simultâneas. Não
foi fácil. Durou pouco. Caetano e Gilberto Gil foram presos. Em 1969, seriam
exilados. Por isso, parafraseando Adorno, podemos dizer que quem não percebe
o aspecto musical de Tropicália ou Panis et circencis entende-o tão pouco quanto quem
nele não ouve o eco da ditadura.
Nesta palestra, pretendo mostrar que de 1967 a 1968, ou seja, do momento
em que os tropicalistas firmam-se na cena cultural do país até o lançamento do
disco coletivo que os reúne, suas canções tornaram-se mais sombrias. Se a
caminhada de Alegria, alegria cantada em festival de 1967 terminava ainda com um
narrador afirmativamente dizendo “eu vou”, o passeio de Enquanto seu lobo não vem,
no ano seguinte, acabava “debaixo da cama”. Isso se devia ao cerco opressor da
ditadura, que se apertava. Gostaria de sugerir, então, que o movimento tornava-se
mais político, embora sem endossar o ideal revolucionário da esquerda marxista.
Minha tese é que os tropicalistas foram sobretudo rebeldes, pois sua crítica à
sociedade rejeitava a teleologia moderna de projetos fechados de futuro. Isso
explica sua distância seja do populismo do Partido Comunista; da canção de
protesto com fé na transformação social das massas; ou de intelectuais que
interpretavam a totalidade da história só pela luta de classes. Impulsionados pela
contracultura, elaboraram uma crítica contemporânea ao poder disseminado na
moral social: da família à sexualidade, do racismo ao gosto, de prisões a festivais,
e não só no Estado e na economia – coincidindo aí, como buscarei mostrar, com
teses dos filósofos Herbert Marcuse e Michel Foucault.
Imagem, totalidade e individuação: o universo dos signos nas
sociedades de massa

Verlaine Freitas
Professor da UFMG

Iniciando com definições de imagem, fantasia e signo, procuraremos


mostrar o quanto os dispositivos de individuação contemporâneos são marcados
por uma índole totalitária, vinculando diretamente a singularidade pessoal ao
âmbito coletivo. Está em jogo demonstrar o caráter regressivo das subjetividades
imersas no âmbito do consumo dos signos vendidos pela cultura de massa, quando
se anulam as mediações políticas na mesma medida do prazer de alcançar uma
suposta identidade purificada. Depois de uma breve abordagem sobre o conceito
de fetichismo, a argumentação final terá como ênfase o caráter auto- e hétero-
destrutivo da afirmação narcisista da individualidade contemporânea.
Chamas, massas e índios do veneno (o sublime como categoria ético-
estética?)

Rossano Pecoraro
Professor da UNIRIO

Perguntar. Questionar.
O que é uma imagem? Forma exterior de alguma coisa? Reprodução?
Símbolo? Metáfora? Representação?
Quais são as suas relações com a estética e a política?
Seria a imagem estética uma categoria ética?
Para tentar investigar essas perguntas o nosso percurso começa com a
perspectiva da imagem como doadora e formadora de identidade(s). Como escreve
Federico Vercellone: “Cada vez mais a imagem constitui no mondo
contemporâneo uma razão de atribuição de identidade. Na realidade se trata
somente de uma intensificação daquilo que já subsistia no passado uma vez que a
imagem sempre constituiu um motivo de doação de identidade. Deste ponto de
vista as fronteiras entre a imagem abstrata e a imagem realista se revelam
extremamente tênues já que lidamos sempre com formas diversas de um auto-
reconhecimento possível. O mundo globalizado, no qual o pedido de identidade
se torna cada vez mais intenso, vive debaixo de um dilúvio de imagens que é
também um dilúvio de identidades, que podem penetrar em vários, e diferentes,
terrenos e âmbitos. A identidade se transformou na mercadoria mais presente e
oferecida no mercado global que, deste modo, não hesita em explorar a
desorientação por ele mesmo criada”.
A partir desse plano de análise será abordada a possibilidade de reunir
conceitualmente determinados tipos de imagens em um única esfera
interpretativa/elucidativa através do Sublime não em sua oposição ao “Belo” nem
tampouco ao “Feio” ou ao “Pitoresco”.
Será traçada uma breve História do Sublime, expostas e comentadas
algumas das definições mais significativas da nossa tradição filosófica para, em
seguida, analisar um fio vermelho de grande importância que se mostrará a partir
da tensão ético-moral que desde sua origem na Grécia antiga atravessa esse
conceito.
O desenvolvimento de algumas perspectivas hermenêuticas em torno da
ideia de sujeito/espectador (Kant), de massas (Le Bon, Freud) e de
dever/responsabilidade (com a ética dos “índios do veneno”) encerrará a nossa
palestra.
Quebrando um monopólio: a arte como forma do pensamento

Eládio Craia
Professor da PUCPR

Uma declaração liminar: Deleuze é um filósofo da diferença. Esta afirmação


continua verdadeira e fértil, imbora a exegese de sua obra este já em outro estagio
e extraindo de sua obra vetores mais verticais. No entanto, esta posição nada diz
para nós hoje. Poderíamos dilatá-la dizendo que se trata de verificar a possibilidade
de pensar a diferença, sabendo que ela não se pensa nem é pensamento;
entendendo dramaticamente que todo pensamento é posição, baliza, identidade,
ainda que em alguns casos efêmera. Por este motivo, todo pensar da diferença é
uma guerra de guerrilhas, atacar a identidade onde ela reaparece e, fatalmente,
sempre reaparecerá. Identidade, diferença e filosofia nos remetem, deste modo, ao
questionar sobre o pensar, à relação entre filosofia e pensamento. Na tradição há
um consenso na concepção de que cabe à filosofia, é só a ela, a tarefa de pensar.
Não porque os demais âmbitos do produzir do homem não sejam ricos em
produções teóricas ou, em geral, culturais do mais alto registro, mas porque a
própria filosofia define seu campo de compreensão, e o chama de pensar. É neste
marco categorial que Deleuze opera um deslocamento sem precedentes; uma
micro revolução. Declaram Deleuze e Guattari, que a filosofia não possui o
monopólio do pensar, ciência e arte também pensam. A singularidade se dá no
modo que cada âmbito pensa. Sabemos que para os autores franceses a filosofia
pensa por conceitos, ela é a práxis de produzir conceitos, (e conceito aqui implica
um modo altamente especificado da produção especulativa). Mas, como pensa a
arte? Arte como pensamento, não implicaria tirar dela sua aura de quase magia, de
abertura a uma sensibilidade diferente e única? Como exemplo desta posição já
consolidada: não perderíamos nossa última trincheira contra a máquina, dado que
estas nunca poderão ter, em última instância, sensações artísticas, ainda que
possam algum dia pensar? E, no entanto, nada disto é o que propõem Deleuze e
Guattari. Acompanhar sumariamente a estrutura conceitual deste campo reflexivo
será o objetivo do presente trabalho.

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