Vous êtes sur la page 1sur 17

PREPARAÇÃO PARA O EXAME FINAL

CASO 1

Em 1 de Fevereiro de 2014, Amílcar vendeu a Luís o seu automóvel pelo


preço de 15.000€, embora, em rigor, o valor do veículo fosse de 17.000€.
Luís indicou como fiador Xavier, ficando acordado o pagamento do preço
para Maio e que o automóvel seria entregue, na casa de Luís, no dia 1 de
Março desse mesmo ano. Amílcar tinha o veículo seguro (mesmo contra
furtos) e Luís contava obter, com a revenda, um lucro de 10.000€. Uma
semana após o contrato, Xavier, jogador compulsivo, ficou arruinado.

a) Caso Amílcar não venha a entregar o veículo na data acordada,


poderá Luís recorrer ao disposto nos artigos 804º e seguintes do
Código Civil?

A questão é se o A incorre em mora de devedor, este é um aspeto


marginal pois a mora é uma conduta ilícita e culposa, a partir do
momento em que a não entrega seja justificada, não chega a haver
mora, pelo que o comprador não pode recorrer às normas sobre a
mora. Aqui o que releva é a fiança e o facto de por o fiador ter ficado
arruinado, a garantia ter perdido a sua consistência – 429º CC. Este
artigo permite que este vendedor não cumpra de forma legitima,
enquanto o outro não cumprir ou enquanto não der garantias de
cumprimento. Poderemos dizer que nem chega a haver mora pelo
que ele pode não cumprir, pois o 429º afasta a ilicitude do seu
incumprimento, desde que não haja prestação de outra garantia –
perda de beneficio do prazo. Eventualmente, poderia indicar-se outro
fiador ou prestar-se outra garantia.

b) Que direitos poderão ser exercidos por Luís no caso de, dois dias
antes da entrega, o veículo perecer num incêndio causado por um
descuido do vendedor. Para a resposta suponha que a Seguradora vai
pagar a Amílcar uma certa importância.

A propriedade já se tinha transferido em Fevereiro, portanto, o dono


do carro era L. Ele pode resolver o contrato – impossibilidade
imputável ao devedor culposa (801º), se ele resolve já não tem de
pagar o preço, retém a quantia que teria de pagar (efeito liberatório
da resolução) e pode pedir uma indemnização cujo calculo é um
problema (danos positivos ou danos negativos). As opções por estes
direitos têm implicações próprias – o comprador tem de estar ciente
daquilo que o direito lhe trará. Ele poderá não querer resolver o
contrato – ele pedirá apenas uma indemnização compensatória (ou
pelo incumprimento definitivo). Juridicamente resolver o contrato é
diferente de pedir a indemnização mas para todos os efeitos o
contrato vai cair. Como não é um contrato de troca, aplicamos a
teoria da diferença (566º, 2) – ele recebe a diferença de valor (2000)
+ lucro cessante (danos que ele venha a alegar). O terceiro direito
interage com a possibilidade de ele recorrer ao commodum de
representação, isto depende da importância que a seguradora tenha
pago – 803º. Na aplicação do commodum, ele tem de saber que vai
perder o preço pois ele vai entrar nestas contas e não pode juntar a
importância do commodum e a indemnização (803º, 2). Estamos
perante direitos que não são iguais.

c) Quid juris se Luís recusar receber o veículo no dia 1 de Março e um


desconhecido o furtar da garagem de Amílcar, vindo a Seguradora a
pagar 12.000€ a Amílcar?

Os compradores são sempre credores – aqui temos mora do credor.


Rigorosamente, o seguro já devia ter sido cancelado. Aplicamos o
815º, 2- ele não fica liberto do pagamento do preço mas tem o
desconto pois entretanto A recebeu os 12.000 da seguradora. Aqui
não aplicamos o commodum da representação. Poderia ter havido da
parte de L uma recusa justificada – mora do credor com motivo
justificado. E ainda o ponto a ser explorado sobre o motivo do furto do
automóvel, pode dar-se o caso de ter havido culpa do próprio
devedor, teria de ser culpa grave e a responsabilidade do mesmo. A
melhor interpretação do 814º junta dolo e culpa grave.

d) Sendo o veículo entregue por um funcionário de Amílcar, quem


responde por eventuais danos causados com o veículo no portão da
casa de Luís?

800º - pode haver duas responsabilidades. Relativamente a A será


contratual objetiva (com base no 800º), não há propriamente dano
causado com a prestação mas uma violação dos deveres laterais de
cuidado. Aqui também existe responsabilidade extracontratual. Art.
500º -

PREPARAÇÃO PARA O EXAME FINAL

CASO 2
Em Outubro de 2014, Miguel e Carlos acordaram por escrito uma promessa
recíproca de compra e venda de um barco de pesca pertencente ao
primeiro. O preço estipulado foi de 50.000€, tendo ficado previsto no
contrato que, em caso de incumprimento, Miguel pagaria a Carlos 10.000€.
Embora o contrato definitivo só devesse ser realizado em Dezembro, Carlos
obteve autorização para utilizar, desde logo, o barco. Nesse mês, Miguel
recusou categoricamente celebrar a compra e venda pois teve uma oferta
mais vantajosa de outro pescador, Celso.

a Poderá Carlos ficar ainda dono do barco?

A cláusula penal pode excluir a execução especifica – interpretação


extensiva do art. ?, pois à partida excluiria a execução especifica,
mas a existência de tradição leva-nos a entender que existira
execução especifica. Há aqui uma circunstância favorável à execução
especifica pois o barco continua na propriedade do promitente
vendedor. Havendo uma recusa categórica de cumprimento, isso não
impede a execução especifica.

b Supondo que o contrato não continha a cláusula respeitante à


indemnização, o que poderia fazer Carlos se Miguel tivesse vendido o
barco a Celso por 60.000€, sofrendo, com isso, lucros cessantes
calculados em 1.000€ mensais?

A venda foi por 60000 a um terceiro, há lucros cessantes invocados


pelo promitente comprador. Como não temos sinal, pelo que a
questão não é resolvida por aqui, há uma tradição da coisa, mas ao
que parece estas cláusulas de tradição para funcionarem na parte
indemnizatória do 442º, necessitam da presença do sinal – não
aplicamos a indemnização pelo valor se não houver também sinal.
Isto significa que ou o promitente comprador pede apenas uma
indemnização compensatória por danos positivos em que ele pode
pedir os lucros cessantes – um incumprimento definitivo imputável.
Ou resolve o contrato e pede uma indemnização mas temos de definir
se esta é por danos positivos ou negativos.

PREPARAÇÃO PARA O EXAME FINAL

CASO 3

Artur é um renomado artesão de gelados, fornecedor dos melhores


restaurantes. O sorveteiro tem o exclusivo de um afamado gelado, com
enorme sucesso, feito à base de gengibre, chocolate e um ingrediente
secreto. Acontece que Artur deixou de fazer este gelado, apesar de estar em
vigor um contrato de fornecimento exclusivo com certo hotel. Artur é um
colecionador compulsivo de automóveis antigos, tendo três da década de
1950-1960 e outros três da década de 1960-1970. Desejoso de abrir um
hotel, frequenta um curso numa certa escola (Artur faltou às duas últimas
aulas por ter, entretanto, decidido frequentar outra escola), ao mesmo
tempo que ensina a sua arte, em sessão única e individual, a alguns chefes
de cozinha (um destes, Ramiro, foi acometido de ataque cardíaco no dia
combinado, tendo Artur chegado a deslocar-se para o hotel onde Ramiro
trabalha). Artur é avesso a fazer negócios jurídicos, mas teve de vender ao
seu amigo Ricardo um dos seus veículos (Artur ficou de escolher um deles,
não importando ao comprador uma década ou outra). Na mesma altura,
Artur emprestou dinheiro à sua prima Elisabete, tendo esta restituído o
dinheiro com seis meses de atraso. O não ter o dinheiro na altura certa, fez
com que Artur tivesse que gastar mais 500€ na compra de um Opel antigo.
Não satisfeito com este automóvel (com o valor comercial de 1.000€), Artur
trocou-o por um outro Opel mais antigo, pertencente a Romeu, com o valor
de 3.000€. Acontece que Romeu, sem ter perdido a propriedade, veio,
afinal, a fazer a troca com um Ford antigo, pertencente a Luís, e com o
mesmo valor de 3.000€.

a Classifique a obrigação contraída por Artur relativa ao automóvel


vendido.

É uma obrigação de prestação de coisa mas o que se pretende é


saber se é uma obrigação genérica e alternativa (escolhe um entre as
diferentes décadas).

b Poderá o hotel forçar Artur a cumprir o contrato de fornecimento?

Como se trata de uma prestação de facto, que nem é jurídica pois é


material, nada impede que se peça a condenação para cumprir, mas
se ele não acatar a sentença não há força de o obrigar a cumprir. Mas
o certo é existir o pagamento de uma indemnização pelos danos
causados pelo cumprimento do contrato – não enquadramos a
hipótese num dos art. 827º e ss pelo que não é possível a sua
execução.

c Poderá a escola, onde Artur se inscrever, pedir-lhe o pagamento


correspondente às duas aulas?

É o credor a impossibilitar a prestação – 795º, 2.

d Poderá Artur pedir a Ramiro o pagamento correspondente à sessão


que não teve lugar?

Considerando que R é credor e os credores não recebem a prestação


porque não querem, o que nos leva para a mora, outras não recebem
justificadamente. Aqui a prestação nunca poderá ser recebida. Surge
aqui a figura jurídica da frustração do fim da prestação (Vaz Serra
pensou nesta figura mas o legislador não a integrou). Aplicamos
direta ou analogicamente o 1227º, é obrigado a indemnizar as
despesas (BM+ RB).

e Poderá Artur responsabilizar Elisabete pelo prejuízo que teve?

Mora do devedor – a prima entrou em mora mas a indemnização é


apenas pela aplicação da taxa de juro de 4%, é uma indemnização
abstrata e pré-fixada (806º).

f Relativamente ao negócio feito com Romeu, refira quais os direitos de


Artur.

Escolha ou indemnização compensatória ou resolução ou commodum


de representação.

PREPARAÇÃO PARA O EXAME FINAL

CASO 4

Artur, Berto, Camilo e Diana são donos de um estabelecimento comercial


de venda de vinhos, licores e aguardentes. Em Janeiro deste ano
contraíram uma dívida de 4.000€ pelo fornecimento de vinhos por parte
do viticultor Ernesto. Na data do vencimento, Artur não pagou invocando
ser credor de Filipe, fornecedor de pipas a Ernesto. Por sua vez, Berto
alegou não ter que pagar nada pelo facto de Ernesto ter renunciado à
solidariedade em seu favor. Camilo, a quem Ernesto só veio pedir
1.000€, também não pagou pois Ernesto não quis receber os 4.000€.
Diana veio a pagar a totalidade da dívida e pretende, agora, acertar
contas com os outros devedores.

a Aprecie as razões invocadas por Artur, Berto e Camilo.

A obrigação é solidária porque a divida é comercial e o vinicultor


também se considera comerciante e as dividas comerciais presumem-
se solidárias. A alegou ser credor do fornecedor – invoca uma
compensação, mas não há reciprocidade de créditos (851º, 2, parte
final). B teria sempre de pagar a sua parte. C quis pagar a totalidade
da divida mas o credor não quis receber – mora do credor pois este é
um meio de defesa comum que pode ser oponível pelos outros
devedores (763º, 2).

b Refira a forma como vai ser feito o aludido acerto de contas.

Ela tem direito a pedir 1000 a cada um dos outros devedores – 516º.

c Suponha que o litígio com Camilo originou um processo judicial que


levou à absolvição desse devedor. Qual a eficácia da decisão para os
outros devedores?

É um caso julgado de absolvição que se for por meio de defesa


comum aproveita aos outros devedores – 522º, 2º parte.

d Em Janeiro de 2012, Luís, tendo em vista uma festa de


confraternização, comprou no estabelecimento 30 garrafas de um
certo vinho, a pagar num dia de Fevereiro do mesmo ano. O
comprador não pagou no vencimento e, em Abril de 2014, foi
interposta uma ação para o pagamento da dívida. Como pode ser
contestada a ação?

Os estabelecimentos de bebidas que vêm no 316º não têm muito a


ver com este tipo de estabelecimento comercial. Aplicamos o 317º - 2
anos de prescrição presuntiva e o devedor poderia invocar o decurso
do prazo e teria de alegar que já pagou para beneficiar da presunção,
não podendo provar de que pagou beneficia dessa presunção.

e Noutra altura, Ernesto vendeu a Joana uma garrafa de Porto, de


meados do século XX, com a salvaguarda de Joana receber, em vez
dela, três garrafas de um licor especial. Os contraentes não sabiam,
contudo, que a garrafa de Porto já tinha sido consumida. Quid juris?

Obrigação de faculdade alternativa – a prestação principal é


impossível pelo que a obrigação é nula – 401º.

f Suponha que, na hipótese anterior, Joana recebeu e pagou a garrafa


com dinheiro furtado a uma amiga. Ernesto veio a conhecer o facto e,
passados uns meses, a amiga de Joana veio pedir a restituição do
dinheiro com um acréscimo pela desvalorização ocorrida. O que devia
ter feito Ernesto? Será devido o que Joana reclama?

O devedor não impugnar – 765º. Quanto à pretensão... salvo


pretensão em contrário não haveria lugar à indemnização – por ser
uma obrigação pecuniária, o pp geral diz-nos que não há
atualizações.
O CUMPRIMENTO DE CERTAS OBRIGAÇÕES (I)

1-António foi absolvido num processo de condenação


intentado por Bernardo. Dado que a absolvição foi baseada na
apresentação de documentação falsa, António quer agora
cumprir a sua dívida. Como é credor de Bernardo pela mesma
importância, poderá fazer uma compensação? Não havendo
compensação, poderá António consignar em depósito a
prestação?

SOLUÇÃO: A partir do momento em que possa ver-se no desejo de


cumprimento de António uma obrigação natural (e, na realidade,
existe um dever moral cujo cumprimento corresponde a um dever de
justiça) nada impede que compense a sua dívida com o crédito civil
que tem sobre Bernardo (cfr. a al. a) do nº 1 do art. 847º). É mais
delicada a resposta à segunda questão, pois não parece que o
processo de consignação em depósito esteja talhado para o
cumprimento das obrigações naturais. Sem embargo do teor do art.
404º é preciso notar que no texto do art. 841º há referência à
expressão “coisa devida”. Mesmo a doutrina está dividida. O que
parece possível é um mero depósito não judicial, extinguindo-se a
obrigação caso o credor não levante a prestação. É necessário que A
e B sejam reciprocamente devedor e credor, o crédito de B sobre A é
o crédito principal ou passivo, o crédito de A é o contra crédito ou
crédito ativo – este tem de ser judicialmente exigível, ou seja, é
aquele que é usado para extinguir a obrigação, mas esta obrigação
que se vai extinguir por compensação, poderá ser uma obrigação
natural, ela não tem de ser judicialmente exigível. O requisito da
exigibilidade judicial só se aplica ao crédito ativo mas não à obrigação
que se extingue por compensação. No nosso caso, A estava a usar
um crédito. A propósito da obrigação natural temos os art. 402º, 403º
e 404º. A segunda questão interage com o 404º - regime de
equiparação das obrigações naturais às civis, este regime só conhece
duas exceções: disposições especiais da lei e exceções que pressupõe
a coercibilidade. Não pressupondo esta obrigação uma exigência
coativa da prestação, o Professor entende que a consignação em
deposito não é possível, pois o depósito será da coisa devida, mas na
obrigação natural não há coisa devida ou coercibilidade – a
consignação em depósito funciona por via aos tribunais, e quanto
muito teria de ser uma consignação não judicial.
C)O CUMPRIMENTO DE CERTAS OBRIGAÇÕES (II)

2 - Ana, Luís e Clara vincularam-se a pagar 600€ a Dora no regime


menos favorável à credora. Ana, demandada para o pagamento da
totalidade da dívida, foi absolvida com fundamento em coação
moral. Dora dirige-se a Luís pedindo o pagamento dos 600€. Poderá
fazê-lo? Tendo sido convencionado o regime mais favorável para
Dora, que direito poderá exercer o cumpridor Luís, sabendo-se que
Dora só podia pedir a Clara a sua parte na dívida e que Ana foi
absolvida? A resposta seria a mesma no caso de Ana estar apenas
insolvente?

SOLUÇÕES: Como se trata de uma obrigação conjunta (não houve


estipulação de solidariedade mas, implicitamente, de conjunção, regime
plural este menos favorável para o credor), Luís só tem que pagar a sua
parte, ou seja, 200€, ele pode recusar, não sendo o regime o da
solidariedade, pagar os 600€, presumimos que as suas quotas são iguais –
ele goza do beneficio da divisão. Sendo convencionado um regime solidário,
Luís pode pedir, em direito de regresso, 200€ a Clara (cfr. o art. 527º).
Quanto à parte de Ana, a interpretação declarativa do art. 526º (“…ou não
puder por outro motivo cumprir a prestação…”) faz repercutir sobre Luís e
Clara a parte respeitante a essa devedora – entre Ana e Dora houve uma
renuncia à solidariedade (527º), logo a sua parte vai recair sobre os
restantes – estamos perante uma solidariedade convencional. A
solidariedade passiva tem como vantagem o facto do credor pedir a
totalidade da prestação a um dos devedores. Consequentemente, Clara tem
que pagar 300€ a Luís, suportando este a sua parte (200) mais metade da
parte (proporcional) de Ana, ou seja, 100 € - trata-se de um meio de defesa
pessoalíssimo, por isso, a sua quota parte não desaparece da obrigação,
mas é repartida pelos restantes credores, portanto L não poderá exigir nada
de A em sede de direito de regresso, só poderá exigir de C – a parte de A é
redistribuída por força do 526º. Estando Ana insolvente, a resposta seria
idêntica.

Se fosse referido que A, L e C fossem comerciantes por força do art. 100º do


Código Comercial e do 513º CC, chegaríamos ao regime da solidariedade; se
for um exemplo de responsabilidade civil atendendo ao 497º, seria também
regime solidário, contudo, a regra é a da conjunção.
3- Em março de 2015, Abel, produtor de vinho, ficou obrigado a entregar a
Camilo 1.000 litros de vinho tinto. Ficou estipulado que o lugar de
cumprimento seria a quinta de Abel e que este colocaria o vinho à
disposição de Camilo em certa data a combinar. Logo que separou os 1.000
litros, Abel comunicou a Camilo que o deveria levantar no dia 1 de Abril.
Camilo não veio buscar o vinho e no dia 4 um incêndio fortuito destrói os
1.000 litros. Terá Abel de preparar outros 1.000 litros? E se o incêndio
tivesse ocorrido antes de 1 de Abril, desaparecendo todo o vinho tinto de
Abel?

SOLUÇÃO: A obrigação contraída por Abel é uma obrigação genérica (será


de género ilimitado se chegarmos à conclusão que Camilo não está apenas
interessado no vinho tinto de Abel). A obrigação genérica pode estar
inserida ou não numa compra e venda (cfr., a este propósito o art. 918º).
Tendo Abel várias qualidades de vinho tinto, por aplicação do art. 539º irá
escolher uma delas, devendo ainda, para ser efetuada a concentração,
cumprir o acordo das partes. Abel não deixou de o fazer, tanto mais que
fora convencionada uma “dívida de procura” (ver o nº 15 das Lições).
Camilo vai incorrer em mora do credor, ocorrendo o incêndio num momento
em que a propriedade do vinho já é de Camilo (cfr. o art. 408º em
conjugação com o disposto no art. 541º). Em rigor, a concentração dá-se
com a separação do vinho para que Camilo o possa levar no dia 1, não
tendo este comparecido (mora do credor). Abel está, pois, exonerado de
cumprir novamente. Se o incêndio ocorresse antes do dia 1, teríamos que
aplicar o regime do art. 540º. Abel teria de cumprir, adquirindo o vinho
noutro produtor (caso a obrigação não fosse de género limitado) e mesmo
que essa aquisição resultasse em prejuízo para ele.

4- Por contrato celebrado, em 2009, entre António e Berto, este ficou


obrigado a pagar ao primeiro 1.000€. O cumprimento ocorreria em meados
de 2014. Poderia António exigir uma atualização da obrigação, tendo em
conta a desvalorização da moeda ocorrida entre 2009 e 2014? Suponha que
António emprestou a Ricardo 4.000€, por cinco anos, com juros anuais de
8% e sem prestação de qualquer garantia. Mutuante e mutuário acordaram
que os juros que não fossem pagos no termo de cada ano seriam
imediatamente capitalizados. É válida esta estipulação?

SOLUÇÃO: Trata-se de uma obrigação pecuniária de soma ou de


quantidade. Como tal, o seu cumprimento está sujeito ao princípio
nominalista (art. 550º), não havendo, sequer, qualquer estipulação de
correção monetária.

No segundo caso, Ricardo é devedor de duas obrigações pecuniárias, sendo


uma delas de juros (remuneratórios). A taxa dos juros convencionados está
dentro dos limites legais (ver os arts. 559º-A e 1146º,1). Quanto à questão
do anatocismo é de notar que o acordado pelas partes preenche uma das
hipóteses previstas no nº 1 do art. 560º. A estipulação é válida até porque é
respeitado o limite do nº 2 do preceito.
A TEORIA GERAL DO CUMPRIMENTO

1- Abel, devedor capaz, cumpriu uma obrigação existente para


com Raul, entregando-lhe um objeto pertencente a Serafim.
Quer Abel, quer Raul desconheciam que o objeto pertencia a
Serafim. Pode haver impugnação do cumprimento?

SOLUÇÃO: Estando Raul de boa-fé (será suficiente o mero


desconhecimento ou será de valorar uma eventual culpa nesse
desconhecimento?), pode haver impugnação e pedido de novo cumprimento
cumulado com uma indemnização pelos danos sofridos pelo credor (art.
765º,1 do CC). Já Abel, mesmo de boa-fé, só poderá impugnar o
cumprimento, tendo possibilidade de cumprir com coisa sua (nº 2 do art.
765º).

2- Supondo que Abel devia uma coisa fungível, a obrigação foi,


contra a sua vontade, cumprida por César. Poderia Raul recusar
recebê-la sem entrar em mora?

SOLUÇÃO: Como regra, os terceiros podem cumprir obrigações fungíveis e


os credores, não aceitando o cumprimento, incorrem em mora. É
igualmente certo que, mesmo com a oposição de Abel, Raul podia receber a
prestação. Mas, no caso, como houve oposição do devedor, também pode
recusá-la sem mora, se pensarmos que César não é um terceiro que,
cumprindo, vá ficar legalmente sub-rogado nos direitos de Raul (arts.
768º,2). A questão é sobre a legitimidade passiva (767º e ss), o pp. geral é
a de que a prestação pode ser realizada pelo devedor ou por terceiro, seja
ele um interessado (jurídico económico ou interesse próprio) ou não, releva
também a fungibilidade da prestação (as partes poderão convencionar a
infungibilidade ou a infungibilidade poder ser natural, não se verifica o
desvio do nº2 do 767º), o credor pode recusar desde que o terceiro que
realiza a prestação não possa ficar sub-rogado nos termos do 592º. Ele pode
ficar sub-rogado quando é um garante da obrigação, ex. fiador – se assim
fosse Raul não poderia recusar, mas o enunciado nada diz ou se fosse por
ex. um sublocatário, tem interesse em realizar a prestação sob pena de o
seu contrato cessar.

3- Suponha que Raul estava ausente, tendo o objeto sido entregue


a Pedro, seu vizinho. Terá Abel de cumprir novamente?

SOLUÇÃO: Aqui o pp. geral é o de que a prestação só pode ser feita ao seu
credor ou ao seu representante legal (769º e 770º, proémio). Em princípio,
Abel devia prestar ao credor capaz, ele está a cumprir mal e por isso a
obrigação não fica extinta – a prestação não é liberatória e por isso ela terá
de ser novamente realizada perante R, a não ser que o caso se enquadre
numa das alienas do 770º, em que excecionalmente a realização da
prestação perante um terceiro é liberatória . Fazendo a prestação a um
terceiro, o mais certo é Pedro estar a receber como gestor de negócios de
Raul. Para que o cumprimento seja liberatório, é, contudo, necessário que
Raul ratifique o sucedido (art. 770º b)).

4) Francisco, fabricante de sapatos na cidade do Porto, vendeu a


Tomé 6 pares de sapatos de homem (nº 42), de um modelo especial,
ficando estipulado como lugar do cumprimento do vendedor a sua
fábrica. Onde deve Tomé pagar o preço? Não havendo estipulação,
onde deveriam ser entregues os sapatos? Sendo o preço pago
posteriormente à entrega, pode Tomé cumprir no lugar do
surgimento da obrigação? De que modo deve cumprir Francisco,
caso tenha que enviar (“dívida de mero envio”) para Faro 100 pares
de sandálias de certo modelo?

SOLUÇÃO: Como se trata de uma compra e venda, Tomé deve pagar o


preço no lugar da entrega dos sapatos – aplicamos a norma especial (art.
885º,1), sendo o pp. geral o do 772º, 1. Não havendo estipulação, os
sapatos deveriam ser entregues na fábrica de Francisco (como estamos
perante coisas genéricas limitadas, há que aplicar o art. 773º, 2 e 1),
quando o lugar de cumprimento é o domicilio do devedor, temos uma divida
de procura ou colocação. Na terceira hipótese, por aplicação do nº 2 do art.
885º o preço deve ser pago “no lugar do domicílio que o credor tiver ao
tempo do cumprimento” (à partida trata-se de domicílio profissional
coincidente com a sede da empresa – divida de entrega). Francisco deve
entregar os 100 pares de sapatos a um transportador, cumprindo, no lugar
onde se situa a empresa de transportes, a sua obrigação de envio simples
(cfr. o art. 797º).

5) Num mesmo documento, António, dono de uma loja de produtos


agrícolas, vinculou-se perante Francisco ao (i) empréstimo de uma
motosserra, logo que chegasse de férias, a (ii) entregar-lhe, em
certa data, adubo para o seu relvado e (iii), logo que pudesse, a
entregar-lhe 20 bolbos de roseiras brancas. Identifique, na primeira
hipótese, o momento em que se torna exigível o cumprimento da
obrigação, diga, na segunda, se foi estabelecido um prazo essencial
absolutamente fixo e, na terceira, o que acontece caso António
faleça repentinamente sem ter cumprido.

SOLUÇÃO: No primeiro caso existe uma obrigação com prazo incerto – não
é uma condição mas um termo e o momento da verificação é incerto,
apesar de sabermos que vai acontecer, resta saber em que momento
aprestação se torna exigível. Quando é um facto pessoal do devedor ou do
seu conhecimento não é precisa interpelação. Como, em princípio, a
chegada de férias é do conhecimento exclusivo de António, não parece
necessária a interpelação por parte de Francisco. Não sendo vizinhos,
corresponde ao princípio da boa-fé que António, regressando de férias,
cumpra. No segundo caso, trata-se de uma obrigação com prazo certo
(poderá ser um termo certo essencial absoluto (depois desta data, o credor
já não tem interesse na realização da prestação, em termos práticos, isto
significa que não sendo realizada a prestação naquela data, o devedor
estará em incumprimento definitivo) ou termo essencial relativo (o credor
ainda mantém o interesse no cumprimento tardio pelo menos durante
algum tempo)), parecendo, pela natureza da prestação, estarmos perante
um prazo essencial relativo, ou seja, Francisco poderá continuar interessado
em receber o adubo mesmo após o decurso do prazo. Já seria um prazo
essencial absoluto se António soubesse que, não entregando naquele dia, já
não poderia ser feito o tratamento do relvado. No último caso, estamos
perante uma obrigação “cum potuerit” (art. 778º,1), o que significa que
Francisco poderá exigir o cumprimento dos herdeiros de António, por ter
falecido o devedor, a divida torna-se imediatamente exigível aos herdeiros
independentemente da prova da possibilidade (2º parte, nº 1, 778º).

6) Em 1 de fevereiro de 2014, Artur emprestou gratuitamente a


Júlio 1.200€ (mútuo gratuito). Ficou acordado que o reembolso
seria processado em três prestações anuais de 400€ e que a
primeira seria efetuada em 1 de fevereiro de 2015. Para garantia
do reembolso, Júlio prestou uma garantia hipotecária. Em meados
de 2014, um incêndio fortuito destrói praticamente o imóvel
hipotecado – o bem hipotecado deixa de ter valor de mercado e por
isso não serve de garantia para Júlio. Nessa altura, chegam ao
conhecimento de Artur rumores sobre uma possível insolvência de
Júlio. O que deve fazer Artur?

SOLUÇÃO: Desde logo, temos uma divida liquidável em prestações. Como a


perda da garantia foi devida a razões fortuitas e não a culpa do devedor,
Artur, nos termos do art. 701º,1, deve pedir uma substituição da hipoteca
(esta é a primeira etapa) ou o cumprimento imediato, caso o devedor não
possa substituir a garantia, apesar das prestações ainda não estarem
vencidas, ou seja, ele irá exigir os 1200€, é isto que distingue este art. do
780º, pois não há esta ordem, é o credor que decide se quer pedir o reforço
ou o cumprimento da prestação. As notícias sobre uma possível insolvência
de Júlio não conduzem à perda do benefício do prazo, embora possam
conduzir à aplicação do art. 619º (arresto), afinal ele não está insolvente,
pois são apenas rumores ou suspeitas, só se houvesse uma efetiva situação
de insolvência, mesmo que não declarada judicialmente, aplicávamos o
780º, 1, até não podemos aplicar este artigo por ele fazer referência a um
facto imputável ao devedor. Caso Júlio não viesse a pagar a primeira
prestação, poderia Artur invocar o art. 781º, exigindo, por interpelação, o
cumprimento dessa prestação e das duas vincendas (com juros de mora
desde esse momento e em caso de não pagamento).

7) O comerciante António, entre julho de 2007 e dezembro de 2008,


forneceu razões para gado bovino a Berto, dono de uma exploração
agrícola de subsistência. Em janeiro de 2011, António intentou uma
ação de cobrança de divida, respeitante à aquisição das rações, o
Berto invoca a prescrição alegando o cumprimento da dívida
(prescrição presuntiva). Quid iuris?

SOLUÇÃO: a prescrição presuntiva que poderia ser aplicada seria a do


317º, b) (2 anos),é uma alínea que se aplica entre comerciais e aqueles não
praticam uma atividade comercial ou agrícola, esta prescrição fará sentido
quando tivermos uma parte mais fraca ou menos organizada. A ação só foi
intentada em 2011, já houve prescrição relativamente a todas as
prestações.
PREPARAÇÃO PARA O 1º TESTE

Em Novembro de 2010, Júlia, licenciada em Medicina e residente em


Lisboa, comprou a um alfarrabista do Porto, por 240€, um livro
antigo e que há muito procurava. Ficou convencionado que o livro
seria entregue na residência de Júlia e no dia do seu aniversário (24
de Dezembro), sendo o preço pago no último dia do ano.

a) Refira o que foi estipulado pelas partes quanto ao lugar de


cumprimento da obrigação do alfarrabista?

Júlia é a credora da entrega do livro – tem um direito de crédito quanto à


entrega do livro e tem a obrigação de pagar o preço. Como foi
convencionado que a entrega seria feita no domicilio do credor (772º, 1 –
esta estipulação pelas partes é de facto possível) – obrigação de entrega.

b) Qual o sentido do estipulado quanto ao prazo dessa


obrigação?

Obrigação tem prazo de 24 de dezembro, por isso, não é preciso que haja
interpelação do devedor, portanto, temos um termo certo que é essencial e
absoluto, ou seja, o credor não tem interesse no cumprimento para além da
data, haverá um incumprimento definitivo, é um prazo que tem de ser
escrupulosamente respeitado.

c) Júlia vai ser interpelada mas vai recusar pagar os 240€,


invocando que nada deve pelo facto de o alfarrabista lhe ter
remetido, logo após a compra, o documento comprovativo do
negócio?

Art. 786º, 3 - presunção de cumprimento, é iuris tantum. Júlia está a alegar


que cumpriu, logo terá de ser o credor a provar que não houve
cumprimento.

d) Na data do pagamento, o alfarrabista diz a Júlia que só lhe


deve 120€, atendendo ao crédito da médica sobre Daniel,
afilhado do alfarrabista (Daniel fora, em Novembro, observado
por Júlia).
Quid juris?

O alfarrabista está a recorrer à compensação, usando um crédito seu sobre


Júlia para extinguir a divida de terceiro (afilhado) – logo, a divida não é sua,
portanto falta aqui a reciprocidade de créditos e o 851º, 1 – não pode usar
um crédito seu para extinguir uma dívida de terceiro, a alínea 2 aplica-se
aos casos em que o crédito não é seu mas de terceiro. Esta hipótese só
seria possível se o alfarrabista fosse um fiador do terceiro, pois aí teria
interesse em usar a compensação para extinguir a divida do afilhado.

e) Qual o prazo de prescrição do crédito de Júlia?

Júlia tem um crédito de 120€ sobre Daniel, foi um crédito que surgiu na
sequencia de um contrato de prestação de serviços – profissional libera –
aplicamos o 317º, c) – são 2 anos até que ocorra a prescrição presuntiva.

Imaginando que passam os 20 anos e a médica intenta uma ação e nessa


ação o afilhado defende-se dizendo que o valor a pagar não era 120 mas 60
– ao fazer isto, ele está a confessar a dívida – portanto, funciona uma
prescrição liberatória ou extintiva, portanto, ele ainda está protegido por
estes regimes, e não só pelo da prescrição presuntiva, pois ainda que ele
confesse que não cumpriu, se ele invocar a prescrição de 20 anos, ele está
a transformar a obrigação civil em natural.

II

Em 1/10/2007, Xavier, comerciante de materiais de construção,


vendeu e entregou a Tomás, agricultor, produtos no valor de
5.000€. Foi passada uma fatura com a mesma data, devendo o
preço ser pago passados 30 dias. Em 2008 e 2009, Tomás, em
conversas telefónicas, prometeu pagar a dívida – reconhecimento
de divida. Em 19/11/2009, Xavier intentou uma ação de condenação
contra Tomás, reclamando o pagamento dos 5.000€ e dos juros de
mora. Tomás contestou, invocando a prescrição. Como irá decidir o
tribunal? (caso retirado do Ac. da Relação de Lisboa de 6/10/2011)

R: Ele invocou o 317º, b) – invocou uma prescrição presuntiva e tem de


alegar que cumpriu para que ela funcione devidamente, este prazo de 2
anos começa a correr a partir de 31 de outubro de 2007, portanto, termina
em 2009. O prazo inicia-se nos termos do 306º, 1 – quando o direito puder
ser exercido, a partir do momento em que se vença a obrigação. Ora em
novembro de 2009, já se completou o prazo da prescrição presuntiva, mas o
reconhecimento da divida é uma causa de interrupção e está previsto no
325º, começando o prazo a contar do inicio em 2009, tendo uma duração
igual à do prazo primitivo. Logo, a divida ainda não prescreveu. As regras da
suspensão e da interrupção da prescrição aplicam-se também ao regime da
prescrição presuntiva e esta ponte é feita pelo 315º e a inserção sistemática
também, pois a interrupção e a suspensão estão numa secção à parte.

III

No dia 30 de Setembro de 2010, António, Bento e Casimiro,


estudantes universitários portuenses, deslocaram-se a Lisboa para
participar em congresso de Direito das Obrigações, tendo
pernoitado em estalagem desta mesma cidade. Sabendo que os
três utilizaram um quarto e consumiram pequeno-almoço, no valor
de 60€, e também que os três se envolveram em aceso conflito na
sala comum da estalagem tendo danificado vários objetos que aí se
encontravam (cadeiras; louça, etc.) no valor de 300€, diga quem e
de que pode responderia perante o dono da estalagem que viesse
hoje cobrar o pagamento das despesas, tendo ainda em conta que
Bento foi declarado inabilitado por abuso de estupefacientes em
Junho deste mesmo ano.

R: Quanto aos 60€ temos um tipo de divida conjunta, pois este é o regime
regra, dado que não foi estipulado pelas partes ou é referido pela lei o
regime da solidariedade aplicável a este caso – cada um terá de pagar 20€,
no caso do inabilitado, será o dono da estalagem a suportar esta despesa,
pois os outros não terão de suportar a parte do inabilitado, é o dono a ficar
com o prejuízo, aliás este é o regime mais desfavorável. Estamos perante
uma responsabilidade civil – 497º, 1 – regime de solidariedade passiva, a
alínea 2 diz-se que as culpas se presumem iguais, se não fosse este art
iriamos pelo 516º. A parte de cada um nos 300€ é de 100€, e a quem é que
o dono pode exigir? Por ser solidária, pode exigir a qualquer um, menos de
Bento por este ser inabilitado, por isso, pode exigir a totalidade do 300€ a A
ou a C (512º, 1) – isto tem um efeito liberatório perante os restantes. Como
se trata de um meio de defesa pessoalíssimo, a sua parte reparte-se pelos
restantes por força do 526º - cabe a cada um 150€ - ex. pede os 300€ a A
mas há um direito de regresso sobre C, pede a C a sua quota e a quota de B
que se reparte irmãmente (497º, 2).

Vous aimerez peut-être aussi