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Resumo: Este trabalho propõe que os discentes e docentes, participem do processo de ensino
de Física, de forma interativa, a partir do uso da mídia cinematográfica. Busca-se, desvendar
os mitos e mistérios fabulosos que circundam os filmes por meio da análise da ciência
presente em cada cena escolhida. O ensino de Física em geral, no Brasil, está cada vez mais
distante do dia a dia do aluno, pois as aulas são muitas vezes matematizadas, o que
impossibilita o aprendizado de forma mais significativo. Nesse contexto, a proposta deste
trabalho é analisar e criticar a veracidade de algumas cenas contidas em obras
cinematográficas, por meio dos fenômenos científicos que são explicados pela Física.
Portanto, buscou-se alcançar, ao fim do desenvolvimento deste projeto, um crescimento
intelectual do aluno pela sua capacidade de discernir os fenômenos reais, que são possíveis
de ocorrer por meio das leis da natureza, daqueles que são pura ficção científica. O
questionamento da credibilidade científica dos filmes de ficção pode ser uma proposta de
metodologia de ensino divertida e significativa, pois, pode-se aproveitar a evolução dos
efeitos especiais no cinema para tornar a aprendizagem de conteúdos abordados pela Física
mais interessante e contextualizada.
Palavras-chave: Aprendizagem em Física, Cinema, Ficção Científica, Metodologia de
Ensino.
1 INTRODUÇÃO
Levar o cinema para a sala de aula significa lançar-se ao desafio do inusitado, no sentido
de quebrar com antigas práticas centradas num modelo tradicional empregado na educação.
Constitui-se também numa tentativa de diminuir o intervalo existente entre o conteúdo
ensinado pelo professor e o conteúdo aprendido pelo estudante. Dicotomia destacada por
estudiosos do assunto, em particular no campo do ensino da Física (MCDERMOTT, 1991).
Dessa forma, a utilização de recursos tecnológicos em busca de uma metodologia
inovadora e significativa se justifica diante da grande dispersão e desmotivação dos alunos
dentro da sala de aula. Nesse contexto, a proposta deste trabalho é o uso da tecnologia por
meio das obras fílmicas, abrindo outro campo perceptivo para ser explorado em sala de aula.
Logo, pretende-se alcançar respostas para o seguinte questionamento: como utilizar o cinema
nas salas de aula de modo a auxiliar a compreensão dos conteúdos/conceitos abordados pela
Física de forma crítica e sem ser cansativo para os alunos? Assim, a fim de elucidar a
problemática anterior, pretende-se, a partir das informações de cenas dos filmes escolhidos,
por meio de discussões, conduzir os alunos a reconhecerem os fenômenos físicos de maior
relevância, abrindo um espaço de debate e discussão para culminar em uma aprendizagem
mais significativa em relação ao fenômeno físico vivenciado na cena selecionada. Dessa
forma, espera-se alcançar o esclarecimento sobre uma fonte ser confiável ou não em alguns
filmes, elucidar o discurso do professor e enriquecer o ensino dos fenômenos físicos pelo
contato com algo real.
Nessa perspectiva, o tema “Física aplicada ao cinema” surgiu com o pensamento de unir
o útil ao agradável, uma vez que os alunos se interessam por filmes de ficção. Nesse âmbito, o
emprego do cinema pode representar um modo particularmente fecundo para o levantamento
de indagações relativas à Física em suas relações com o cotidiano (HERNANDES et al,
2002). Portanto, o intuito deste trabalho é tornar o ensino de Física mais interativo,
significativo e atrativo por meio do uso dos filmes em sala de aula.
É nessa perspectiva que o Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência –
PIBID nos possibilita fazer parceria com a Escola Estadual de Ouro Preto e a fim de realizar
uma intervenção pibidiana, visando ao aumento do interesse por parte dos alunos em relação
ao estudo das ciências. A turma escolhida foi o terceiro ano, pelo fato dos alunos estarem no
último ano do Ensino Médio e de ser possível trabalhar com a introdução de Física Moderna.
2 OBJETIVOS
Promover a reflexão sobre temas científicos presentes no dia a dia, sem perder
de vista o rigor científico.
3 METODOLOGIA
Este trabalho foi aplicado em uma sala de terceira série do ensino médio da Escola
Estadual de Ouro Preto. Para tanto, utilizou-se quatro filmes que foram abordados na forma
de trailer e seleção de cenas (Tabela I). No início desse trabalho, buscou conhecer o perfil dos
alunos, a partir de um questionário diagnóstico inicial. No entanto, ao longo da aplicação
deste trabalho foram realizadas algumas perguntas aos alunos, como: Você sabe diferenciar
nos filmes quando ocorre efeito especial e quando ocorre fenômeno físico? Existe som no
espaço? Com relação aos filmes que abordava os conceitos da Física, você achou produtivo
ou prefere ter uma aula de Física normal em sala de aula, apenas com quadro e giz? Como
está sendo a sua aprendizagem com a abordagem dos filmes? Como está sendo a intervenção
dos bolsistas do IFMG – campus Ouro Preto na sua aprendizagem?
Para apresentar as cenas dos filmes foi utilizado datashow, painel, notebook, caixinha de
som e em alguns momentos o quadro-negro. No momento da utilização do quadro-negro,
percebeu-se um desestímulo por parte dos alunos. Alguns colocaram a cabeça sobre a mesa
demonstrando desinteresse.
Buscou-se por meio desses filmes discutir alguns conceitos da mecânica clássica,
aerodinâmica no carro e no avião, a força gravitacional, relação de pressão, densidade e
empuxo (Hidrostática), colisão de meteoro na atmosfera terrestre e impacto com a superfície
da Terra provocando ondas de choque, a gravidade e por fim a viagem no tempo devido ao
movimento contrário de rotação da Terra. As informações sobre o título do filme, as cenas
trabalhadas, a área e o conteúdo da Física que foram trabalhados estão descritos na Tabela 1.
Tabela 1 - Descrição das atividades realizada com os alunos de acordo com as cenas de todos
os filmes.
-Componente
horizontal e
vertical.
Titanic (Titanic, - O início do filme -Hidrostática. -Mapa;
1997, EUA) quando passa o -Princípio de
submarino Arquimedes;
explorando o navio -Densidade;
Titanic. -Empuxo;
-Peso.
Impacto Profundo -O meteoróide -Astronomia; -Definição de
(Deep Impact, colide com a -Colisão; asteróide, meteorito
1998, EUA) atmosfera do -Gravitação; e meteoro;
Planeta Terra, -Termologia. -Ondas de choque;
ocorre atrito e -Atmosfera da
colide com a Terra;
superfície da Terra -Noção básica de
produzindo ondas astronomia.
de choque.
Super Homem – O -O método pelo -Momento angular; -Conservação do
filme (Superman - qual o Super -Movimento de momento angular;
The Homem utiliza para rotação e translação -Rotação do planeta
Movie,1978,EUA) retroceder o tempo, da Terra; terra;
após descobrir que -Força centrípeta. -Ondas sonoras;
Louis Lane esta -Viagem no tempo.
morta.
4 MARCO TEÓRICO
5 RESULTADO E DISCUSSÃO
Percebeu-se por meio da análise das respostas dos questionários que os alunos tiveram
um bom desempenho. Os alunos demonstraram que adquiriram conhecimento, pois até então
tinham dúvidas, inclusive, sobre a inexistência de som no espaço. Após a intervenção
pibidiana com esta metodologia de ensino-aprendizagem em Física foi possível deixar o
ambiente escolar mais atrativo e dinâmico. As Figuras 1 e 2 demonstram a aplicação dos
filmes utilizando os recursos que a escola dispunha e a Figura 3 representa a aplicação do
questionário final.
Figura 1 - Aplicação do projeto. Local: Biblioteca da Escola Estadual de Ouro Preto. Data:
12/09/2013.
Figura 2 - Aplicação do projeto. Local: Auditório da Escola Estadual de Ouro Preto. Data:
13/09/2013.
Figura 3 - Aplicação do questionário final. Local: Sala de aula da Escola Estadual de Ouro
Preto. Data: 05/12/2013.
Nas Figuras 4-7 encontra-se uma análise quantitativa dos resultados dos relatórios
aplicados no projeto desenvolvido na escola parceira do PIBID.
19%
Não
12% Sim
Depende
69%
13%
Sim
Não
87%
0%
Quadro e Giz
Vídeo aula
100%
15%
23%
Excelente
Ótimo
Regular
Ruim
62%
6 CONCLUSÕES
7 CONSIDERAÇÕES FINAIS
8 REFERÊNCIAS/CITAÇÕES
MCDERMOTT, L. C. Millikan lecture 1990: What we teach and what is learned – closing the
gap. American JournalofPhysics, v. 59, n. 4, p.301-315,1991.
NAPOLITANO, M. Como usar o cinema na sala de aula. São Paulo: Contexto, 2005.
PIASSI, Luís Paulo & PIETRICOLLA, Maurício. Ficção científica e ensino de ciências: para
além do método de ‘encontrar erros em filmes. Universidade de São Paulo. 2009.
PIASSI, Luís Paulo & PIETRICOLLA, Maurício. Possibilidades dos filmes e ficção científica
como recurso didático em aulas de Física: a construção de um instrumento de análise.
Universidade de São Paulo.
VIDAL, Diana Gonçalves. Cinema, laboratórios, ciências físicas e escola nova. FEUSP,
1994.