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Questões referentes às aulas 3, 4 e 5.

Questão 1: Minguilim

De repente lá vinha um homem a cavalo. Eram dois. Um senhor de fora, o


claro de roupa. Miguilim saudou, pedindo a bênção. O homem trouxe o cavalo
cá bem junto. Ele era de óculos, corado, alto, com um chapéu diferente,
mesmo.
- Deus te abençoe, pequenino. Como é teu nome?
- Miguilim. Eu sou irmão do Dito.
- E o seu irmão Dito é o dono daqui?
- Não, meu senhor. O Ditinho está em glória.
O homem esbarrava o avanço do cavalo, que era zelado, manteúdo,
formoso como nenhum outro.
Redizia:
- Ah, não sabia, não. Deus o tenha em sua guarda... Mas que é que há,
Miguilim?
Miguilim queria ver se o homem estava mesmo sorrindo para ele, por isso
é que o encarava.
- Por que você aperta os olhos assim? Você não é limpo de vista? Vamos
até lá. Quem é que está em tua casa?
- É Mãe, e os meninos...
Estava Mãe, estava tio Terez, estavam todos. O senhor alto e claro se
apeou. O outro, que vinha com ele, era um camarada. O senhor perguntava à
Mãe muitas coisas do Miguilim. Depois perguntava a ele mesmo: - 'Miguilim,
espia daí: quantos dedos da minha mão você está enxergando? E agora?"
(ROSA, João Guimarães. "Manuelzão e Miguilim". 9• ed. Rio de Janeiro: Nova
Fronteira, 1984.)

Esta história, com narrador observador em terceira pessoa, apresenta os


acontecimentos da perspectiva de Miguilim. O fato de o ponto de vista do
narrador ter Miguilim como referência, inclusive espacial, fica explicitado em:

a) "O homem trouxe o cavalo cá bem junto."


b) "Ele era de óculos, corado, alto (...)"
c) "O homem esbarrava o avanço do cavalo, (...)"
d) "Miguilim queria ver se o homem estava mesmo sorrindo para ele, (...)"
e) "Estava Mãe, estava tio Terez, estavam todos"

Questão 2: (Enem) Eu considerei a glória de um pavão ostentando o esplendor


de suas cores; é um luxo imperial. Mas andei lendo livros, e descobri que
aquelas cores todas não existem na pena do pavão. Não há pigmentos. O que
há são minúsculas bolhas d'água em que a luz se fragmenta, como em um
prisma. O pavão é um arco-íris de plumas.
Eu considerei que este é o luxo do grande artista, atingir o máximo de
matizes com o mínimo de elementos. De água e luz ele faz seu esplendor; seu
grande mistério é a simplicidade.
Considerei, por fim, que assim é o amor, oh! Minha amada; de tudo que
ele suscita e esplende e estremece e delira em mim existem apenas meus
olhos recebendo a luz de teu olhar. Ele me cobre de glórias e me faz magnífico.
(BRAGA, Rubem. AI DE TI, COPACABANA. 20• ed.)

O poeta Carlos Drummond de Andrade escreveu assim sobre a obra de Rubem


Braga:

O que ele nos conta é o seu dia, o seu expediente de homem, apanhado
no essencial, narrativa direta e econômica. (...) É o poeta do real, do palpável,
que se vai diluindo em cisma. Dá o sentimento da realidade e o remédio para
ela.

Em seu texto, Rubem Braga afirma que "este é o luxo do grande artista, atingir
o máximo de matizes com o mínimo de elementos". Afirmação semelhante
pode ser encontrada no texto de Calos Drummond de Andrade, quando, ao
analisar a obra de Braga, diz que ela é

a) uma narrativa direta e econômica.


b) real, palpável.
c) sentimento de realidade.
d) seu expediente de homem.
e) seu remédio.

Questão 3: (ENEM)

Disponível em: http://www.ccsp.com.br. Acesso em: 27 jul. 2010 (adaptado). (Foto:


Reprodução/Enem)

O texto é uma propaganda de um adoçante que tem o seguinte mote: “Mude


sua embalagem”. A estratégia que o autor utiliza para o convencimento do
leitor baseia-se no emprego de recursos expressivos, verbais e não verbais,
com vistas a
a) ridicularizar a forma física do possível cliente do produto anunciado,
aconselhando-o a uma busca de mudanças estéticas.

b) enfatizar a tendência da sociedade contemporânea de buscar hábitos


alimentares saudáveis, reforçando tal postura.

c) criticar o consumo excessivo de produtos industrializados por parte da


população, propondo a redução desse consumo.

d) associar o vocábulo “açúcar” à imagem do corpo fora de forma,


sugerindo a substituição desse produto pelo adoçante.

e) relacionar a imagem do saco de açúcar a um corpo humano que não


desenvolve atividades físicas, incentivando a prática esportiva.

Questão 4: Com base no texto abaixo, responda a questão.

"[...] Não resguardei os apontamentos obtidos em largos dias e meses de


observação: num momento de aperto fui obrigado a atirá-los na água.
Certamente me irão fazer falta, mas terá sido uma perda irreparável? Quase
me inclino a supor que foi bom privar-me desse material. Se ele existisse, ver-
me-ia propenso a consultá-lo a cada instante, mortificar-me-ia por dizer com
rigor a hora exata de uma partida, quantas demoradas tristezas se aqueciam
ao sol pálido, em manhã de bruma, a cor das folhas que tombavam das
árvores, num pátio branco, a forma dos montes verdes, tintos de luz, frases
autênticas, gestos, gritos, gemidos.
Mas que significa isso? Essas coisas verdadeiras podem não ser
verossímeis. E se esmoreceram, deixá-las no esquecimento: valiam pouco,
pelo menos imagino que valiam pouco. Outras, porém, conservaram-se,
cresceram, associaram-se, e é inevitável mencioná-las. Afirmarei que sejam
absolutamente exatas?
Leviandade. [...] Nesta reconstituição de fatos velhos, neste
esmiuçamento, exponho o que notei, o que julgo ter notado. Outros devem
possuir lembranças diversas. Não as contesto, mas espero que não recusem
as minhas: conjugam-se, completam-se e me dão hoje impressão de realidade.
[...]"

Graciliano Ramos. Memórias do cárcere. Rio, São Paulo: Record, 1984.

O fragmento transcrito expressa uma reflexão do autor-narrador quanto à


escrita de seu livro, contando a experiência que viveu como preso político
durante o Estado Novo. No que diz respeito às relações entre escrita literária e
realidade, é possível depreender, da leitura do texto, a seguinte característica
da literatura que em um diário pode ser usada:

a) a revelação ao leitor vivências humanas concretas e reais;


b) a representação de uma conscientização do artista sobre a realidade;
c) a dispensa completa dos elementos da realidade social exterior à arte
literária;
d) a constituição de uma interpretação de dados da realidade conhecida;
e) a entronização dos aspectos literários em consonância com os sentimentos.

Questão 5:

Primeira lição

Os gêneros de poesia são: lírico, satírico, didático, épico, ligeiro.


O gênero lírico compreende o lirismo.
Lirismo é a tradução de um sentimento subjetivo, sincero e pessoal.
É a linguagem do coração, do amor.
O lirismo é assim denominado porque em outros tempos os Versos
sentimentais eram declamados ao Som da lira.
O lirismo pode ser:
a) Elegíaco, quando trata de assuntos tristes, quase sempre a morte.
b) Bucólico, quando versa sobre assuntos campestres.
c) Erótico, quando versa sobre o amor.
O lirismo elegíaco compreende a elegia, a nênia, a endecha, o epitáfio e o
epicédio.
Elegia é uma poesia que trata de assuntos tristes.
Nênia é uma poesia em homenagem a uma pessoa morta.
Era declamada junto à fogueira onde o cadáver era incinerado.
Endecha é uma poesia que revela as dores do coração.
Epitáfio é um pequeno verso gravado em pedras tumulares.
Epicédio é uma poesia onde o poeta relata a vida de uma pessoa morta.

CESAR. A. C. Poética. São Paulo. Companhia das Letras, 2013

No poema de Ana Cristina Cesar, a relação entre as definições apresentadas e


o processo de construção do texto indica que o(a)

a) caráter descritivo dos versos assinala uma concepção irônica de lirismo.


b) tom explicativo e contido constitui uma forma peculiar de expressão poética.
c) seleção e o recorte do tema revelam uma visão pessimista da criação
artística.
d) enumeração de distintas manifestações líricas produz um efeito de
impessoalidade.
e) referência a gêneros poéticos clássicos expressa a adesão do eu lírico às
tradições literárias.

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