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O Imposto de Renda é um tributo pago anualmente ao Governo Federal, aplicado

sobre a renda de pessoas e de empresas, motivo pelo qual ele se divide em


Imposto de Renda Pessoa Física (IRPF) e Imposto de Renda de Pessoa Jurídica
(IRPJ). Nesse sentido, assenta-se uma discussão relevante acerca da isenção
tributária de lucros e dividendos de empresas distribuídas a seus sócios e
proprietários, sejam eles domiciliados no Brasil ou não, prevista no artigo 10 da
Lei 9.249/95. Os lucros e dividendos são calculados com base nos resultados.
Ocorre que a lei tributária não definiu o resultado, fazendo penas remissão ao
conceito de resultado presente na lei societária.

Intuitivamente, justifica-se a isenção prevista no artigo 10 da Lei 9.249/95


afirmando-se que tal dispositivo visa a evitar a bitributação. Entretanto, pelo fato
de o resultado societário ser apurado com base nos princípios de contabilidade
geralmente aceitos e o lucro isento ser o lucro societário, não há, no Brasil, uma
identidade necessária entre o que foi oferecido à tributação e aquilo que será
distribuído com isenção. Ou seja, a regra da isenção de lucros e dividendos
prevista no ordenamento brasileiro não é necessariamente para evitar uma dupla
tributação, uma vez que essa regra não exige uma prévia tributação para que
haja a isenção, já que ela prevê a isenção ao resultado.

Esse dispositivo aplica uma regra abrangente, tendo em vista não só o fato de
não exigir a pré tributação do resultado, como também o fato de ser aplicado
indistintamente aos sócios, sejam eles pessoas físicas, pessoas jurídicas,
domiciliados no Brasil ou no exterior. Mas nem por isso podemos dizer, como
muitos o fazem, que o Brasil seria um dos únicos países do mundo em que esse
modelo de isenção de lucros e dividendos.

Ao contrário do que é pregado por muitos ultimamente, por todo o mundo há uma
preocupação de que o resultado seja tributado uma única vez, ainda que ele
ocorra em dois momentos. Busca-se, portanto, um modelo de integração.
Modelo este que já existe não Brasil. Dessa forma, a questão deveria se assentar
muito mais em uma discussão a respeito do melhor modelo de integração
possível.

No Brasil, foi escolhido o modelo de integração em que se tributa a pessoa


jurídica e isenta-se a tributação dos lucros e dividendos quando da sua
distribuição aos seus sócios. Embora muito questionada, essa medida tem
inúmeras vantagens, a começar pelo fato de a fiscalização de recolhimento do
imposto de renda ser mais fácil a nível de pessoas jurídicas, quando comparado
com a quantidade de pessoas físicas que se teria que fiscalizar caso o modelo
de integração adotado fosse concentrado na tributação da pessoa física.

Por outro lado, é plausível o argumento de que as pessoas jurídicas possuem


um poder de mobilidade extremamente maior que as pessoas físicas. Desse
modo, caso a carga tributária que recai sobre a pessoa jurídica, como ocorre no
atual cenário brasileiro, torne-se exorbitante, seria uma forma de desestimular o
investimento no País, e um impulso para as pessoas jurídicas mudarem de
Estado. Tal volatilidade é, assim, um argumento forte para que a integração
ocorra no nível da pessoa física, o que, ainda, fomentaria os investimentos de
grandes empresas no Brasil.

É inegável que o instituto da isenção aplicada sobre os lucros e dividendos é um


instituto necessário e que é aplicado não só aqui como em diversos outros países
do mundo. Desconsiderá-lo seria, em última instância, gerar um nível de
desigualdade ainda maior, visto a carga tributária exorbitante que seria aplicada
sobre a Renda.

Dessa forma, talvez o modelo mais interessante de integração seria aquele em


que se tributaria uma única vez, ainda que em dois momentos distintos. Ou seja,
o modelo no qual a incidência do Imposto de Renda se dá uma parte na pessoa
jurídica e uma outra parte na pessoa física, sem que a carga tributária incorrida
nessa incidência seja extravagante.

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